HansHartung oficina do gesto Hans Hartung oficina do gesto Hans Hartung – atelier of gesture Hans Hartung – atelier du geste Outubro de 2014 catálogo edição Fondation Hartung-Bergman Quadrado Redondo Textos Achille Bonito Oliva Fondation Hartung-Bergman Marília Panitz EDITORAÇÃO e supervisão Maria Tereza Lopes Teixeira COORDENAÇão editorial Bernard Derderian Fabio Scrugli Jean-Luc Uro PROJETO GRÁFICO E ARTE FINAL Clarissa Teixeira PRODUÇÃO GRÁFICA Eduardo Neiva Tavares TRADUÇÃO Parlare Soluções e Consultoria Antonio de Luna ACERVO Fondation Hartung-Bergman IMPRESSÃO Athalaia Gráfica e Editora TIRAGEM 1000 unidades editora Forma e Conteúdo Produção Cultural e Editorial Prefixo Editorial: 68352 Número ISBN: 978-85-68352-01-4 Título: Hans Hartung: oficina do gesto = Hans Hartung: atelier du geste = Hans Hartung: atelier of gesture Agredecimentos Antonio Lieto Antonio Sapone Bruno Sig Maringa Seixas Federico Maria Ionta Gianfranco Castaldo Herbert Amaral Correia Nicola Siri Paola Sapone Vincenzo Lieto Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) F673 Fondation Hartung Bergman. Hans Hartung : oficina do gesto / Fondation Hartung Bergman, Quadrado Redondo. – 1. ed. – Brasília : Forma e Conteúdo, 2014. 208 p. : il. Texto em português, inglês e francês. ISBN 978-‐85-‐68352-‐01-‐4 1. Obra de Arte. Exposição. I. Título. II. Título: oficina do gesto. CDU 347.78.035 Proibida a reprodução total ou parcial desta obra. Todos os direitos reservados. © Fundação Hartung Bergman. Produção Copatrocínio Realização Ministério da Cultura apresenta Banco do Brasil, Embaixada da França e Instituto Francês do Brasil apresentam e patrocinam HansHartung oficina do gesto Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo 7 de novembro de 2014 • 12 de janeiro de 2015 L 1973-23, rmm 424 1973 1050 x 755 mm Litografia Lithograph / Lithographie Ministério da Cultura e Banco do Brasil apresentam Hans Hartung – oficina do gesto, uma retrospectiva inédita do pintor franco-alemão, mestre do abstracionismo europeu do século XX. A exposição, com curadoria da Fundação Hartung-Bergman, reúne uma seleção de 162 obras, entre pinturas, trabalhos sobre papel, tela e acrílico desse pintor de linguagem complexa que conheceu diretamente todos os movimentos de vanguarda, do abstracionismo ao expressionismo. As obras de Hans Hartung se definem como explosões de cores e ideias, ações cromáticas de intermináveis tonalidades. Os elementos abstratos de sua produção artística capturam os movimentos das forças, revelando a importância da espontaneidade que sempre marcou sua poética. Ao realizar a primeira mostra individual desse artista, o Centro Cultural Banco do Brasil possibilita à sociedade brasileira o contato com obras-primas de mais um importante nome da história da arte e reafirma seu comprometimento com a formação de público e com o acesso à cultura cada vez mais amplo. Centro Cultural Banco do Brasil The Ministry of Culture and Banco do Brasil present Hans Hartung – oficina do gesto, an unprecedented retrospective of the Franco-German painter, master of twentieth-century European abstractionism. Under the curatorship of the Hartung-Bergman Foundation, the exhibition will bring together a selection of 162 works, including paintings and works on paper, canvas and acrylic by this painter of complex language who had direct contact with all avant-garde movements, from abstraction to expressionism. The works of Hans Hartung are defined as explosions of colors and ideas, chromatic actions of endless shades. The abstract elements in his artistic production capture the movements of forces, revealing the importance of the spontaneity that always marked his poetics. By holding the first solo exhibition of this artist, Centro Cultural Banco do Brasil gives Brazilian society the opportunity to enjoy the masterpieces of yet another important name in art history and reaffirms its commitment to developing audiences for the arts and ensuring increasingly greater access to culture. Centro Cultural Banco do Brasil Há 20 anos, a Fundação Hartung-Bergman nascia. Festejar uma parte desse aniversário no CCBB de São Paulo é, para nós, ganhar um presente magnífico. Quando foi criada, em 1994, nossa instituição foi chamada pelo Estado francês para atuar tendo em vista o interesse de todos e para cumprir uma missão de utilidade pública. A fundação teria que alcançar tais objetivos irradiando, de forma digna, a obra, a memória e o gênio dos dois artistas – Hans Hartung e sua esposa Anna-Eva Bergman – que são a base de tudo. Conservar o patrimônio de Antibes, onde está situada a fundação, com suas obras, sua excepcional casa-ateliê concebida por Hartung e uma soma enorme de arquivos só faz realmente sentido se, paralelamente, trabalharmos para sua divulgação e difusão. Nosso propósito, portanto, é favorecer o acesso à obra de Hans Hartung na França e no mundo inteiro. No entanto, obstinadamente, repetimos que essa imensa figura da abstração não é somente propriedade nossa. De fato, ainda que a fundação ponha à disposição seu savoir-faire e sua expertise para construir eventos como este, desejamos, igualmente, que aqueles que descobrem ou redescobrem o artista não hesitem a nos propor sua visão, sua leitura. Eis por que estamos particularmente orgulhosos e felizes com a elaboração desta primeira exposição monográfica no Brasil, onde estão reunidas peças de importância primordial na carreira de Hartung. Trata-se de um belíssimo resultado para todos nós. E, seguramente, um ponto de partida também. Thomas Schlesser Diretor da Fundação Hartung-Bergman It’s been 20 years since the Hartung-Bergman Foundation was established. And spending a part of this anniversary at the CCBB in São Paulo is a great present for the foundation. When it was created back in 1994, our institution was invited by the French Government to participate out of «general interest» and to fulfil a mission of «public utility». To achieve this, it should ensure the works, memory and genius of both artists – Hans Hartung and his wife Anna-Eva Bergman – would shine with dignity as they were at the primary reason behind this. Maintaining the Antibes heritage where the Foundation is located, with its works, exceptional home studio designed by Hartung, a huge amount of records, really only makes sense if you work on publicising and promoting it as well. Our objective is therefore to support access to the works of Hans Hartung both in France and worldwide. But we cannot emphasise enough that this great figure of abstraction does not belong exclusively to us. In fact, although the Foundation readily makes available its know-how and expertise to develop events like this, it also would like those who discover or rediscover the artist not to hesitate to offer their view, their take. That’s why we are particularly proud and happy to develop the first solo exhibition in Brazil, which brings together pieces of primary importance in Hartung’s career. This is a very nice outcome for us all. And certainly a starting point, too. Thomas Schlesser Director of the Hartung-Bergman Foundation Pela primeira vez na América Latina, uma importante retrospectiva será dedicada à obra de Hans Hartung, artista franco-alemão considerado um dos maiores mestres da abstração, pioneiro da arte informal, pai do Tachismo e precursor da Action Painting. A Embaixada da França, fiel à sua missão de difusão e de democratização do patrimônio artístico e cultural, tem a honra de se unir ao CCBB para essa exposição em São Paulo, de 7 de novembro de 2014 a 12 de janeiro de 2015. Gostaríamos de agradecer ao CCBB e a toda sua equipe por seu envolvimento nesse projeto cuja excepcional riqueza deve ser destacada, visto que a exposição reunirá, por meio de um percurso narrativo, mais de 160 obras do artista, que, em sua maioria, marcaram a história da arte do século XX. A obra e a vida de Hartung, reconhecidas pela busca da liberdade artística e do comprometimento a favor da democracia, podem perfeitamente ilustrar o pensamento de André Malraux, grande escritor francês que foi nosso primeiro Ministro da Cultura, para quem duas qualidades fundamentais são necessárias ao homem: a cultura e a coragem! Desejamos bons momentos de prazer para os sentidos e o espírito daqueles que terão a oportunidade de ver esta exposição. Embaixada da França no Brasil For the first time in Latin America, a major retrospective exhibition will feature the works of Hans Hartung, a German-French artist considered to be one of the greatest masters of abstraction, a pioneer of informal art, the father of Tachism and precursor of Action Painting. The Embassy of France, in fulfilling its mission of widely disseminating the artistic and cultural heritage, is honoured to be a partner of the CCBB on this exhibition in São Paulo from 7th November 2014 to 12th January 2015. We would like to thank CCBB and its entire team for their involvement in this project whose exceptional wealth is to be highlighted, since the exhibition will use a narrative journey to bring together more than 160 works by the artist, which, in most cases, became part of the history of twentieth century art. The work and life of Hartung, notorious for the pursuit of artistic freedom and commitment to democracy, may well illustrate the thought of André Malraux, the great French writer who was our first Minister of Culture, to whom two fundamental attributes are needed for human beings: culture and courage! We hope that those who have the opportunity to see this exhibition will have good moments of pleasure for the senses and the spirit. French Embassy in Brazil 9 10 Oficina do gesto Atelier of gesture por Marília Panitz e Achille Bonito Oliva by Marília Panitz and Achille Bonito Oliva 40 Os anos decisivos (1935-1946) The crucial years (1935-1946) 68 O gesto justo (1956-1981) The right gesture (1956-1981) 100 Os extremos: gênese e obra final (1922-1989) The extremes: genesis and final work (1922-1989) 120 Hartung gravurista: retrospectiva em obras impressas Hartung the engraver: a retrospective in prints 158 Biografia 178 Seleção de exposições 186 Museus e coleções permanentes 190 Tradução para o francês Sem título Untitled / Sans titre 1939 49 X 42.70 cm Pastel e grafite sobre papel Pastel and graphite on paper / Pastel et mine de plomb sur papier Biography Selected exhibitions Museums and public collections French 11 “Rabiscar, riscar, atuar sobre a tela são atividades humanas que, para mim, parecem tão imediatas, espontâneas e simples como dançar, ou as cabriolas de um animal que se pavoneia, corre, saltita. Uma planta que brota, o sangue que pulsa, tudo que germina, cresce, explode com vitalidade, com a força da vida, com sofrimento ou alegria, todas essas coisas podem encontrar sua encarnação peculiar – seu próprio signo – em uma linha desenhada que pode ser suave ou flexível, curvada ou ereta, rígida ou muscular, e em manchas de cor, estridente, alegre ou sinistra.” “Scribbling, scratching, acting upon the canvas are human activities which, to me, seem as immediate, spontaneous and simple as dancing, or the gambols of an animal that prances, runs, frisks. A plant that sprouts, blood that pulsates, everything that germinates, grows, explodes with vitality, with the force of life, with sufferance or joy, all these things can find their peculiar incarnation - their own sign - in a drawn line which can be soft or flexible, curved or erect, rigid or muscular, and in blotches of color, strident, joyful or sinister.” 12 Oficina do gesto Atelier of gesture 13 14 HARTUNG NO BRASIL, ANTES E AGORA: um olhar em perspectiva e outros pensamentos MARILIA PANITZ O ano era 1955. Realizava-se a III Bienal Internacional de São Paulo, com direção artística de Sérgio Milliet1. A representação francesa, sob a curadoria de Jean Cassou, destacava a obra de Fernand Lèger. Os trabalhos do franco-alemão Hans Hartung se faziam presentes, dentro de um panorama da produção abstrata francesa, em especial o que de maneira ampla se chamou de informalismo.2 A trajetória do artista já o colocava na posição de um dos precursores do abstracionismo na Europa. Esse foi, talvez, o primeiro contato mais efetivo com sua arte em terras brasileiras. Será que o Brasil, realmente, observou Hartung em 55?3 Sabemos que, desde sua primeira edição, a Bienal tinha forte presença dos abstracionistas das diferentes correntes. Criada em 1951, ela ecoava a discussão e as tendências do pósguerra. E mesmo que, em território nacional, se estabelecesse uma verdadeira batalha entre os defensores do figurativismo – em especial, os modernistas do primeiro período do movimento (ligados à Semana de Arte Moderna de 1922 e seus desdobramentos) – e aqueles que desenvolveram pesquisa no campo da abstração informal e da arte concreta e neoconcreta4, seis anos mais tarde, Mário Pedrosa propôs uma Bienal centrada na questão da abstração.5 Mário, na apresentação do catálogo da mostra, afirmava: “A VI Bienal é resultado de dez anos de esforço e sacrifícios vitoriosos (...) concebida como a Bienal do balanço desses anos de realizações”6. Certamente, a definição do foco correspondia a um olhar abrangente sobre a década de 50, no Brasil e no mundo. Nesse sentido, a Bienal era retrospectiva. Outro dado importante é que Pedrosa trazia a produção de jovens africanos e a de aborígenes australianos, além dos calígrafos japoneses da Idade Média, o que ampliava o olhar sobre a abstração. A contraparte era o espaço destinado a novos artistas que se aproximavam das vertentes conceituais. Nesse ponto, ela era prospectiva. Se podemos afirmar que as linhas de caráter construtivo têm presença definidora do rumo da arte contemporânea brasileira, tanto em sua produção poética quanto teórica, aí incluído o seu anti-informalismo, a pintura gestual já se faz presente, inclusive nas experimentações de alguns grandes figurativos como Cícero Dias, por exemplo. A vinda de artistas estrangeiros para o Brasil, como exilados da Segunda Grande Guerra, nos anos 40 – em especial Maria Helena Vieira da Silva e Arpad Szènes –, e os contatos dos brasileiros com as vertentes construtivas europeias colocam em cena as pesquisas no campo da abstração. Paris foi um destino frequente para artistas nacionais, na primeira metade do século XX, e de lá a discussão migrava para cá. Havia também o trabalho do grupo de ascendência japonesa e, é claro, Antonio Bandeira e sua produção articulada com a de Wols7, na França. O gesto que inscreve esse preto parece ganhar violência, sendo ao mesmo tempo sobreinscrição, redesenho e apagamento por rasura. Tanto na pintura quanto nas obras gráficas, nota-se uma pressão-tensão muito maior sobre o suporte. (M. Panitz) The gesture that inscribes this black seems to acquire violence, while being superscript, redrawing and erasure. Both in his painting and in his graphic works, a much greater pressure strain on the support becomes apparent. It’s virtually about creating scars. (M. Panitz) 15 Nos anos 1950, encontramos o pincel em um movimento verticalizado, inscrevendo-se repetidas vezes, ou a utilização de largas brochas no ato de escurecer o campo com o negro. No desenho, o pastel faz tal recobrimento em um frenético ir e vir do lápis sobre papel. Explosão, raios, aniquilamento, reconstruções. Feixes de pinceladas irrompem sobre o fundo de cor. (M. Panitz) In the 1950s, we find the brush on a vertical, repeated movement, or the use of large broaches in order to darken the field with black. In drawing, pastel makes such coverage in a frantic back and forth movement of a pencil on paper. Explosion, lightning, annihilation, reconstructions. Arrays of brush strokes erupt over the colour background. (M. Panitz) Em 1955, Hartung traz suas pinturas com forte gestualidade associada à utilização de um repertório sígnico que caracteriza sua produção. A inscrição aqui tem a potência do largo e rápido gesto, da inteligência das mãos, uma abordagem orgânica da superfície da tela. Mas o artista trabalha com uma precisão do traço que muitas vezes leva para a tela a imagem já produzida, em menor escala, em seus desenhos. Essa característica parece apontar um percurso particular dentro do informalismo (distante tanto da dripping painting quanto do abstracionismo lírico). Com as inscrições recorrentes em seus trabalhos dos anos 1930 e 19408 – meio letra, meio garatuja, em contato com campos de cor –, esses trabalhos têm uma leveza de traço que vai desaparecendo em suas obras posteriores. O preto passa a ocupar um espaço maior. O gesto que inscreve esse preto parece ganhar violência, sendo ao mesmo tempo sobreinscrição, redesenho e apagamento por rasura. Tanto na pintura quanto nas obras gráficas, nota-se uma pressão-tensão muito maior sobre o suporte. Quase a criação de cicatrizes. Essa intervenção na superfície se diferencia daquela que é trazida ao Brasil na Bienal, onde há certa leveza no traço, valores diferenciados na linha e cor muitas vezes aquarelada. Nos anos 50, encontramos o pincel em um movimento verticalizado, inscrevendo-se repetidas vezes, ou a utilização de largas brochas no ato de escurecer o campo com o negro. No desenho, o pastel faz tal recobrimento em um frenético ir e vir do lápis sobre papel. Explosão, raios, aniquilamento, reconstruções. 16 Feixes de pinceladas irrompem sobre o fundo de cor. Não se pode esquecer que Hartung também era um gravador e pesquisador desse meio. As linguagens da pintura e da gravura parecem fundir-se nos diferentes suportes e técnicas dos quais lança mão9. O aprofundamento de tal pesquisa o leva a inventar suas ferramentas. A troca que o artista estabelece com seus impressores, nas grandes oficinas, em Paris, ou na Erker-Presse, na Suíça, reduto de outros grandes criadores da época10, parece provocar transformações em sua vasta produção de signos em constante notação. Afinal, como afirma Giulio Carlo Argan, em uma nota sobre o foco de seu trabalho: “O objeto da sua pesquisa é, de fato, a origem dos signos, não no sentido originário do signo, mas, sobretudo, o ato de produzi-los”11. Ou seja, o estatuto do signo aqui é mais matérico e processual, mais ligado ao ato de inscrição (como traço mnêmico, talvez) do que como formação de sentido compartilhado, de significação. “O espaço que Hartung define na relação entre signo e fundo é o espaço da ação decidida e consumada; seu signo é o signo da volitividade e do agir”12. O artista tensiona a amplitude de possibilidades na gravura em metal, apaixona-se pela litografia e, mais tarde, experimenta a xilogravura. Nas pinturas executadas entre o final dos anos 1950 e o início dos anos 1980, é forte a experimentação dos diversos materiais. Há a marca da introdução do rolo (como o de entintar matrizes gráficas) na pintura, certas texturas obtidas por raspagem da tinta já aplicada, ou pela revelação de uma marca prévia, feita com objeto contundente sem pigmento e depois recoberta com tinta (como em uma matriz de xilo ou gravura em metal). Aparecem as curvas feitas com o instrumento que é um conjunto de pincéis acoplados no que parece ser a base de uma trincha larga (com um efeito que ressoa o buril raiado da gravura) e o aerógrafo, que opera uma enorme mudança nas marcas inscritas. Há a evidente diminuição no repertório sígnico, no período, como afirmação de certos gestos presentes desde o início do percurso do artista, mas agora claramente definidos como estruturais da sua obra. O trabalho de seus últimos anos – a mostra traz sete de suas 360 grandes telas, produzidas no ano de sua morte – já tem outra característica. Nas fotos e vídeos que registram o artista pintando, sentado em sua cadeira de rodas, operando o pincel com uma enorme haste (como não lembrar daquela outra, tão conhecida, com a imagem de Matisse já idoso, em plena atividade?), ou o compressor que lhe permite uma interferência com linhas formadas por uma sucessão de gotas de tinta (tão caras aos artistas da action painting), Hartung está cercado de seus assistentes e produz com uma espécie de urgência, de frenesi.13 Essas telas readquirem, em outra escala e com diferentes características, a leveza do trabalho dos primeiros anos. Talvez aqui reapareçam os relâmpagos dos seus cadernos de infância.14 Ao se ter a experiência de percorrer uma mostra que acompanha a trajetória do artista, impressiona como sua produção mais antiga, de quando era muito jovem, ainda nos anos 20 do século passado e sem contato com as primeiras e definitivas experiências abstracionistas feitas na Europa, já possui muito do repertório desenvolvido ao longo de sua (longa) vida.15 Dado importante é o fato de que Hartung foi um exilado de seu país natal (com o avanço do nazismo). Já na França, lutou na Legião Estrangeira, onde perdeu uma perna. Viveu a tragédia da guerra a pleno. É possível pensar sua adesão à antiforma como ato político. Sua postura filia-se à linha de pensamento que marca grandes artistas após o final da Primeira Grande Guerra: a da descrença em relação aos valores da racionalidade que produz o caos e a morte. O desaparecimento da forma aqui é insurreição. No caso dos artistas que se colocam nessa perspectiva, há a dupla negação da representação realista e seus desdobramentos expressionistas e do formalismo representado pelas correntes do abstracionismo geométrico, onde a forma persiste. 17 A inscrição aqui tem a potência do largo e rápido gesto, da inteligência das mãos, uma abordagem orgânica da superfície da tela. (M. Panitz) The inscription here has the power of a wide and quick gesture, skilled hands – an organic approach to the screen surface. (M. Panitz) (Re)Ver Hartung agora, mais de meio século após sua presença na Bienal, nos dá a possibilidade de percorrer as fases de sua produção e contextualizar os trabalhos dentro do conjunto do seu legado. Com o distanciamento histórico em relação às questões apresentadas pelo informalismo, durante sua efervescência, podemos ter a medida das inovações propostas por ele e da sua postura independente em relação aos movimentos que se sucederam. Assim, ficamos entregues ao impacto do corpo a corpo com telas e papéis. Ficamos expostos aos sucessivos relâmpagos que o artista nos endereçou, cicatrizes para nossos olhos, na mais pura tradição do registro de signos no fundo de nossos olhos. Bem-vindos à tempestade.16 Notas 1 Esta sucede a bombástica edição anterior, que trouxe a Guernica de Picasso e se debruçou sobre ao percurso cubista; e à primeira, de 1951, cujo grande ganhador foi Max Bill e sua Unidade Tripartida, representante do pensamento concreto da Escola de Ulm. 2 Catálogo da III Bienal de São Paulo, (1955), pp.133-134, disponível em http://www.bienal.org.br/ publicacao. php. Ciccilo Matarazzo, presidente da Bienal, compra uma obra de Hartung, que hoje faz parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. 3 Antes das Bienais, em 1949, a exposição inaugural da primeira sede do MAM- Museu de Arte de São Paulo, também criado por Ciccilo, Do figurativismo ao abstracionismo, já trazia trabalho de Hartung. Em 2009, Ano do Brasil na França, o Museu de Arte Contemporânea de São Paulo organiza uma mostra que atravessa o ano, chamada A França no MAC, com a ideia de mostrar “o reflexo da Escola de Paris na produção de outros artistas do acervo do Museu”. Um dos artistas presentes era Hans Hartung. Em 2014, o MAC traz outra mostra coletiva Para além do ponto e da linha: arte moderna e contemporânea no acervo do MAC, onde a obra de Hartung reaparece. 4 E aqui também é importante apontar a diferença de pensamento entre as duas correntes de abstracionismo geométrico representadas pelos grupos Ruptura e Frente e se estendendo aos importantes desdobramentos dessa história. 5 Nela, Di Cavalcanti, ferrenho combatente da arte abstrata, recusa-se a participar, com sala especial em sua homenagem, em função do recorte curatorial proposto por Mário. 18 6 Diz Pedrosa: “Daqui, de nosso quadrante, não distinguimos períodos históricos e artísticos privilegiados, pois todos, (...) são caldeados, absorvidos, mesclados aos de épocas mais remotas ou de culturas mais primárias. (...). As nossas Bienais vão refletindo, de mais a mais, essa força aglutinante da arte de nossos dias.” p.29: “A Seção Brasileira é um reflexo bastante fiel do que existe no país. Todas as tendências que assinalam a arte contemporânea estão aqui representadas: Desde os primitivos e figurativos até as últimas manifestações abstracionistas, de geométricos, concretistas, neoconcretistas, tachistas, informais e signográficos e até neofigurativos e neodadaístas.” p.30. Disponível em http://www.bienal.org.br/ publicacao.php. 7 Antonio Bento, sobre Bandeira, cita Seuphor: “Na realidade, Bandeira e Wols queriam expressar a antiforma, realizar exatamente a negação da arte cezanneana. Pretendiam o oposto da ordenação formal, figurando o que não tem forma (...)”. GEIGER, Anna Bella, COCCHIARALE, Fernando, Abstracionismo Geométrico e Informal: a vanguarda brasileira dos anos 50, FUNARTE, 1987, p. 253. 8 Possivelmente, essa seleção de obras tenha tido como base sua primeira mostra individual em Paris, em 1947. 9 Rainer Michael Mason, que produziu o catálogo on-line de obras gráficas de Hartung, o intitula graveurpeinter citado por Antonella Renzitti em La Radice Del Segno – L’Opera Grafica, Istituto Nazionale per la Grafica / Fondation Hartung-Bergman, 2014. 10 Como Max Bill, Eduardo Chilida, Robert Motherwell, Antoni Tapies, entre outros. Idem. 11 Giulio Carlo Argan , citado por Antonella Renzitti. Ibid. 12 ARGAN, Giulio Carlo, Arte Moderna, Cia das Letras, 1992, pp. 621, 622. 13 O que é possível observar no vídeo exibido na mostra. 14 Hartung fala de seus cadernos de infância recobertos com desenhos de relâmpagos, que, para ele, influenciam sua produção: “Eles me deram uma ideia da velocidade da linha, a vontade de pegar um lápis ou pincel instante”. Disponível em http://fondationhartungbergman.fr/wphh/bio-citation/. 15 No recorte curatorial para esta mostra, a Fundação Hartung-Bergman nos propõe uma seção Os Extremos: gênese e obra final (1922-1989) em que aproxima a obra dos primeiros anos às telas feitas em 1988 e 1989, ano de sua morte. 19 20 HARTUNG IN BRAZIL, THEN AND NOW: a look into perspective and other thoughts MARILIA PANITZ The year was 1955. The 3rd International Biennial of São Paulo was in progress, under the artistic direction of Sergio Milliet1. The French delegation, managed by Jean Cassou, featured the work of Fernand Leger. The works of Franco-German Hans Hartung were present as part of French abstract works, especially what has broadly come to called informalism.2 The artist’s history placed him as a precursor of abstractionism in Europe. This was perhaps the first really effective contact with his art on Brazilian soil. Did Brazil really notice Hartung back in 1955?3 It is known that the Biennial had a strong presence of abstractionists of various leanings since its first edition. Established in 1951, it echoed the post‑war debate and trends. And even if in Brazil a real battle between the advocates of figurativism – in particular the modernists in the initial stage of the movement (associated with the 1922 Modern Art Week and its ramifications) – and those who were conducting research in the field of informal abstraction and concrete and neo-concrete art4, six years later Mário Pedrosa proposed a biennial on abstraction.5 Mario stated in the introduction for the exhibition’s catalogue: “The 6th Biennial is the culmination of ten years of successful efforts and sacrifice (...) conceived as the Biennale for taking stock of the accomplishments over those years”6. Certainly, the focus was associated with a comprehensive view of the 1950s, both in Brazil and globally. In this sense, the Biennale was a retrospective one. It is also important that Pedrosa was bringing the production of young Africans and Australian aborigines, in addition to Japanese calligraphers of the Middle Ages, which amplified the perspective of abstraction. In return, there was the space devoted to new artists who approached conceptual dimensions. In this sense, it was forward‑looking. Nas pinturas executadas entre o final dos anos 1950 e o início dos anos 1980, é forte a experimentação dos diversos materiais. Há a marca da introdução do rolo na pintura, certas texturas obtidas por raspagem da tinta já aplicada, ou pela revelação de uma marca prévia, feita com objeto contundente sem pigmento e depois recoberta com tinta. Aparecem as curvas feitas com o instrumento que é um conjunto de pincéis acoplados no que parece ser a base de uma trincha larga e o aerógrafo, que opera uma enorme mudança nas marcas inscritas. (M. Panitz) In paintings produced between the late 1950s and early 1980s, he experiments extensively with various materials. Special mention should be made of the introduction of the brush roll in painting, certain textures obtained by scraping the paint already used, or the revelation of a previous mark, made with a blunt object without pigment and then covered with ink). The curves made with this instrument emerge, which is a set of brushes secured to what appears to be the cradle of a wide brush, and the airbrush, which causes a huge change in marks. There is a clear decrease in his repertoire of signs in this period, as an affirmation of certain gestures present in the artist’s works from the beginning, but now clearly defined as structural in his work. (M. Panitz) 21 O trabalho de seus últimos anos já tem outra característica. Nas fotos e vídeos que registram o artista pintando, sentado em sua cadeira de rodas, operando o pincel com uma enorme haste, ou o compressor que lhe permite uma interferência com linhas formadas por uma sucessão de gotas de tinta, Hartung está cercado de seus assistentes e produz com uma espécie de urgência, de frenesi. (M. Panitz) His work in his later years is of a different nature. In the photos and videos showing the artist while he paints, sits in his wheelchair, operates the brush with a huge rod, or the compressor that allows him to interfere by using lines formed by a succession of drops of ink, Hartung is surrounded by his assistants and produces with a sort of urgency, of frenzy. (M. Panitz) While it is fair to say that the constructive lines are a factor driving the directions of Brazilian contemporary art, both in its poetic and theoretical production, including its anti-informalism, sign painting is already present, including in the experimentations of some great figurative artists such as Cicero Dias, for example. The coming of foreign artists to Brazil as exiles from World War II, in the 1940s – especially Maria Helena Vieira da Silva and Arpad Szenes – and the outreach of Brazil with European constructive dimensions set the stage for research to be conducted at an abstraction level. Paris was a frequent destination to Brazilian artists in the first half of the twentieth century, so the debates shifted from Europe to Brazil. There was also the work of the group of Japanese descent, and of course, Antonio Bandeira and his production in coordination with that by Wols7, in France. In 1955, Hartung brings his paintings with meaningful gestures associated with the use of a repertoire of signs that defines his production. The description here has the power of a wide and quick gesture, skilled hands – an organic approach to the screen surface. The artist, however, works with accurate traits that often takes to the canvas the image already produced, to a lesser extent, in his drawings. This feature seems to point to a particular line of action within informalism (distant both from dripping painting and lyrical abstractionism). With recurring lettering in his works in the 1930s and 1940s8 – half lettering, half scribbling, in contact with colour fields – these works have light traits that disappear in his subsequent works. Black starts to occupy a larger space. The gesture that inscribes this black seems to acquire violence, while being superscript, redrawing and erasure. Both in his painting and in his graphic works, a much greater pressure‑strain on the support becomes apparent. It’s virtually about creating scars. This intervention in the surface differs from that which is brought to the Biennale in Brazil, where there is certain lightness in traits, distinct values in lines and frequent watercolours. In the 1950s, we find the brush on a vertical, repeated movement, or the use of large broaches in order to darken the field with black. In drawing, pastel makes such coverage in a frantic back‑and‑forth movement of a pencil on paper. Explosion, lightning, annihilation, reconstructions. Arrays of brush strokes erupt over the colour background. One must not forget that Hartung was also an engraver and researcher of that approach. 22 The languages of painting and engraving seem to merge in the various mediums and techniques he avails himself of9. The deepening of such research leads him to invent his tools. The exchange the artist establishes with his printers in large workshops in Paris, or in the Erker‑Presse, in Switzerland, a stronghold for other great artists of the time10, seems to bring about transformations in his vast production of signs in constant notation. After all, as Giulio Carlo Argan says in a note about the focus of his work: “The object of your research is, indeed, the origin of signs, not in the original sense of the sign, but especially the act of producing them”11. In other words, the status of the sign is more matter‑like and procedural here, it is more associated with the act of lettering (as a mnemonic trait, perhaps) than as the development of shared sense, of meaning. “The space that Hartung defines in the relationship between the sign and the background is the space of action decided upon and consummated; his sign is the sign of volitivity and action”12. The artist tenses the range of possibilities in metal engraving, falls in love with lithography, and later experiments with woodcutting. In paintings produced between the late 1950s and early 1980s, he experiments extensively with various materials. Special mention should be made of the introduction of the brush roll (like the inking graphic arrays) in painting, certain textures obtained by scraping the paint already used, or the revelation of a previous mark, made with a blunt object without pigment and then covered with ink (as in a woodcutting array or metal engraving work). The curves made with this instrument emerge, which is a set of brushes secured to what appears to be the cradle of a wide brush (with an effect that resembles the veined burin of engraving) and the airbrush, which causes a huge change in marks. There is a clear decrease in his repertoire of signs in this period, as an affirmation of certain gestures present in the artist’s works from the beginning, but now clearly defined as structural in his work. His work in his later years – the exhibition features five of his 360 large canvas, produced in the year of his death – is of a different nature. In the photos and videos showing the artist while he paints, sits in his wheelchair, operates the brush with a huge rod (how could one not remember that other, so well known, showing an elderly Matisse in full swing?), or the compressor that allows him to interfere by using lines formed by a succession of drops of ink (so dear to artists in the action painting movement), Hartung is surrounded by his assistants and produces with a sort of urgency, of frenzy.13 These canvasses regain the lightness of his early works, in a different scale and with different characteristics. Perhaps the lightning of his childhood notebooks reappear here.14 The experience of attending an exhibition that covers the artist’s history impresses since his earliest production, when he was very young, back in the 1920s and with no contact with the first and final abstractionist experiments in Europe already has much of the repertoire developed throughout his (long) life.15 Important is the fact that Hartung was an exile from his native country (as Nazism grew in strength). Now, in France, he fought in the Foreign Legion, where he lost a leg. Hi fully experienced the tragedy of war. One can think of him joining the antiform current as a political act. His attitude is consistent with the line of thinking that becomes significant to great artists after the end of World War I: a disbelief in relation to the values of rationality that produces chaos and death. The disappearance of form here means insurrection. In the case of artists who place themselves in this perspective, there is the double negation of realistic representation and their expressionist consequences and formalism represented by the currents of geometric abstraction, where form persists. (Re)viewing Hartung now, more than half a century after his attendance at the Biennale, allows us to go through the stages of its production and to contextualise his works within his legacy. With historical distancing in relation to the issues posed by informalism during its critical period, one can have a clear notion of the innovations proposed by him and his 23 independent stance regarding the movements that followed. So we are at the mercy of the impact of the melee with canvasses and papers. We are exposed to successive lightning that the artist targeted us with, scars to our eyes, in the purest tradition of capturing signs in the back of our eyes. Welcome to the storm.16 Notes 1 This succeeds the bombastic previous edition, which brought Picasso’s Guernica and focused on the Cubist history; and the first, of 1951, whose big winner was Max Bill and his Tripartite Unity, a specimen of the concrete thinking of the School of Ulm. 2 Catalogue of the 3rd Biennale of São Paulo (1955), pp. 133-134, available in http://www.bienal.org.br/ publicacao. php. Ciccilo Matarazzo, President of the Biennale, purchases a work by Hartung, now part of the collection of the Museum of Contemporary Art of São Paulo. 3 Before the Biennials, in 1949, the inaugural exhibition of the first headquarters of MAM - Museum of Art of São Paulo, also created by Ciccilo, From figurativism to abstractionism, already featured works by Hartung. In 2009, Year of Brazil in France, the Museum of Contemporary Art of São Paulo organized an exhibition that runs through the year, called France at the MAC, with the purpose of showing “the impact of the School of Paris on the production of other artists in the collection of the Museum”. One of the artists was Hans Hartung. In 2014, MAC brings another group exhibition, Beyond the dot and the line: modern and contemporary art in the collection of MAC, where the work of Hartung reappears. 4 And here is also important to note the difference in thinking between the two streams of geometric abstractionism represented by the groups Break and Front, and extending to important developments in this story. 5 In it, Di Cavalcanti, a staunch advocate of abstract art, refuses to participate, with a special room in his honour, because of the approach proposed by manager Mario. 6 Pedrosa says: “From here, from our quadrant, we do not distinguish privileged historical periods from artistic periods, because all of them (...) are welded, absorbed, merged from the earliest times or the most primal cultures. (...). Our Biennales will reflect more this binding force of the art of our time”. p.29: “The Brazilian Section is a fairly accurate reflection of what the country provides. All the trends that mark contemporary art are represented here: From the earliest and figurative artists to the later abstractionist expressions, from geometric, concrete, neoconcretist, tachist, informal, and even signographic and neofigurativist and neodadaist artists”. p.30. Available in http://www.bienal.org.br/publicacao.php. 7 Antonio Bento mentions Seuphor on Bandeira: “In reality, Bandeira and Wols wanted to express antiform, perform exactly the negation of Cezannean art. They wanted the opposite of formal order, figuring what has no form (...)”. GEIGER, Anna Bella, COCCHIARALE, Fernando, Abstracionismo Geométrico e Informal: a vanguarda brasileira dos anos 50, FUNARTE, 1987, p. 253. 8 Possibly, this selection of works was based on his first solo exhibition in Paris in 1947. 9 Rainer Michael Mason, who produced the on-line catalogue of Hartung’s graphic works, calls him graveur-peinter cited by Antonella Renzitti in La Radice Del Segno – L’Opera Grafica, Istituto Nazionale per la Grafica / Fondation Hartung-Bergman, 2014. 10 Such as Max Bill, Eduardo Chilida, Robert Motherwell, Antoni Tapies, among others. Idem. 11 Giulio Carlo Argan, cited by Antonella Renzitti. Ibid. 12 ARGAN, Giulio Carlo, Arte Moderna, Cia das Letras, 1992, pp. 621, 622. 13 Which is shown in the video featured in the exhibition. 14 Hartung talks about his childhood notebooks covered with drawings of lightning, which, for him, influenced his production: “They gave me an idea of the speed of the line, the urge to pick up a pencil or paintbrush instantly”. Available in http://fondationhartungbergman.fr/wphh/bio-citation/. 15 In the approach for this exhibition, the Hartung-Bergman Foundation proposes a section called The extremes: genesis and final work (1922-1989), which brings together the works of the early years to the canvasses produced in 1988 and 1989, the year of his death. 24 25 26 27 28 O gesto firme de Hartung Achille Bonito Oliva A pintura é o berço das aparências, o lugar em que as energias – necessariamente em colisão entre si – explodem. Se antigamente os artistas usavam sua habilidade manual para apresentar uma visão unitária do mundo, na arte contemporânea, sobretudo após a Segunda Guerra Mundial, eles têm trabalhado para afirmar a centralidade do fragmento. O domínio das pinturas é habitado, de forma duradoura, por constelações de dados internalizados, o que significa que, em qualquer discurso sobre a arte, o particular irá entrar em erupção em toda a sua descontinuidade. A arte gestual da pintura informal derivou de um impulso romântico: ela buscava refundar uma visão total do mundo por meio de um manuseio problemático dos fragmentos. Embora o mundo escape de ser visto em sua totalidade, os pintores da ação tentavam, no entanto, restabelecer, por meio da vitalidade de sua arte gestual, uma conexão reconfortante e até mesmo estimulante com os fragmentos em que a realidade parecia ter se desintegrado. Assim, a pintura tornou-se o ponto de chegada de um rito solitário por meio do qual a arte celebrava a possibilidade de resgate da negatividade da história. O fluxo da existência humana encontrou purificação no instante vertical que produziu uma obra de arte, embora, paralelamente a isso, tenha sido uma admissão de que a vida havia se tornado impraticável, quando encarada de frente. Somente a arte pode resgatar a inércia da vida comum, por meio de gestos exemplares (e nada comuns). Em decorrência disso, a arte e a vida entraram em um conflito permanente e irredutível, sem esperança de conciliação. De um lado, a vida, com suas desconexões irreparáveis; de outro, a arte, com suas lacerações reveladoras. Pois as revelações proporcionadas pela arte – ainda que informais – derivam da disciplina dada à forma, por restrições linguísticas que não fazem concessão alguma a improvisação ou extemporaneidade. O destino da forma é irreversível, e envolve cada produção artística. A arte gestual não pode escapar desse destino; se for o caso, amplia esse vínculo precisamente por meio das emoções depositadas em superfícies de tela atacadas por uma mão implacável. Somente por meio das limitações da linguagem é que o gesto encontra sua força exemplar e a medida adequada de sua tensão expressiva. Como Hans Hartung declarou: “Rabiscar, riscar, atuar sobre a tela são atividades humanas que, para mim, parecem tão imediatas, espontâneas e simples como dançar, ou as cabriolas de um animal que se pavoneia, corre, saltita. Uma planta que brota, o sangue que pulsa, tudo que germina, cresce, explode com vitalidade, com a força da vida, com sofrimento ou alegria, todas essas coisas podem encontrar sua encarnação peculiar – seu próprio signo – em uma linha desenhada que pode ser suave ou flexível, curvada ou ereta, rígida ou muscular, e em manchas de cor, estridente, alegre ou sinistra.” A partir de 1922, a obra de Hartung o levou através de muitos dos pontos de retransmissão da pesquisa contemporânea. Isto resultou em uma produção cada vez maior e inexorável, pois o ponto de chegada nunca foi uma única forma bela, congelada na tela, mas sim a superação das formas anteriores – um processo contínuo. 29 Seu ponto de partida foi a ideia de que a pintura era um movimento errante, liberto, mas um errante sempre no território dos signos e cores. Houve uma constância nessas errâncias: as forças da pintura se entrecruzariam em sua pele de uma forma bem diferente do vitalismo gestual. A pele da pintura é o lugar onde tudo isso se desenrola, onde a imagem torna-se, de forma irreversível, a aparência. Fora da imagem não há nada, exceto as profundezas insondáveis do inconsciente, que podem tomar forma na superfície da pintura apenas como signos e cores. As pinturas não admitem interdições ou censura, mas tampouco admitem referências alheias a seu próprio domínio. Há uma espécie de erotismo em tudo isso, e Hartung trabalha nisso, esplendidamente poluindo as formas e cores que planam na superfície de suas telas ou surgem de baixo. Ele faz isso explicitamente: dá à pintura a possibilidade de não ser reticente, de expressar seu potencial sem medir seus meios. De fato, Hartung nunca tentou poupar despesas; produziu continuamente e explorou o futuro para tanto. Quadro após quadro, o material pictórico misturava-se com outros materiais pictóricos, incessantemente. Pois a arte não admite a imobilidade nem, na pintura, a acomodação em uma forma. Eis a essência da pintura de Hartung: seu investimento em sua função foi de total aplicação. Sua pintura é uma luta travada nas modalidades oferecidas pela tradição cromática nórdica da pintura, seus antepassados linguísticos. Seu senso de cor é correspondido rigorosamente por seu senso perceptivo de medida (ele nunca se entrega ao puro prazer de imagens). O erotismo, que acabamos de mencionar, deriva da capacidade de Hartung de reunir (e manter unidas) as duas polaridades de sua obra: a cor e a disposição espacial de suas pinturas. A imagem desinibida nunca pisa além da tensão calibrada que a mantém; o projeto contém a pintura. O artista está ciente de que as pinturas são casas de vidro, continuamente expostas à devastação dos movimentos da mão; exigem a contenção e delicadeza de um nômade, para que a mão não corrompa a pele que mantém a unicidade da obra. A pintura nasce de sua história, ou seja, dos sentimentos de determinados artistas que conseguiram mobilizar suas forças interiores com delicadeza suficiente para criar pinturas. Pois a pintura não é uma ação espetacular e explícita; requer movimento e até mesmo investidas, mas principalmente um estado de graça e introspecção. O ser interior da ação pictórica nasce do desequilíbrio disciplinado do artista que possui dentro de si as noções de tempo e espaço. Essas duas simplesmente não existem no exterior; ou, melhor, se é que existem, como tal, é como o respaldo e o baluarte da atividade diária. Porém, fora da atividade diária, dentro do domínio exemplar da arte, o tempo e o espaço são dimensões introjetadas. São o depósito e a estrutura do imaginário. Vivem encarnados na substância da fantasia, íntima e inextricavelmente. Na pintura de Hartung, tempo e espaço celebram o rito de uma diversificada aparição; estão despidos de qualquer funcionamento tradicional. O logocentrismo ocidental sempre considerou essas duas dimensões como o pano de fundo e escansão da atividade humana, como o apoio – segurando tanto vertical como estruturalmente – dos caprichos de inteligência. O espaço, na história da pintura, assumiu lenta, porém seguramente, formas simbólicas diferenciadas, produzindo uma concepção renovada, de acordo com os princípios da ideologia e ciência política. A dimensão temporal, na história da arte, obedeceu, da mesma forma, aos ditames do desenvolvimento progressista da história das ideias, segundo o pensamento logocêntrico. Com o advento das vanguardas históricas e novas metodologias, o tempo e o espaço começaram a ser concebidos de forma diferente, menos rigidamente balizados pela racionalidade. Eles encontraram uma correspondência mais adequada na nova sensibilidade, em que nosso ser interior (ou, de qualquer modo, a subjetividade) define os parâmetros. 30 “Ser interior” refere-se a incertezas, desequilíbrios, dinâmicas instáveis e descontinuidade. Aponta para uma realidade que está além dos baluartes seguros de segurança conhecida de antemão. Significa consolidar o terreno escorregadio da precariedade e do acaso. Assim, as coordenadas espaciais-temporais penetram a imagem, não como um respaldo rígido, mas como um ingrediente que se mistura com o evento visual que participa da epifania. Eles se rendem, fantasticamente, à própria imagem. Hartung sempre internalizou essas duas dimensões, o que o colocou além da retórica da “pintura de ação”, além do lugar comum segundo o qual a gestualidade agitada da arte do pós-Segunda Guerra Mundial representou uma estratégia de ocupação da realidade externa. Em vez disso, Hartung perseguiu implacavelmente a internalização da gestualidade; atrelou sua criatividade a uma disciplina que não era nada extemporânea, embora marcada por impulsos (calibrados). Assim, o tempo e espaço tornaram-se extensões de nosso ser interior, indefiníveis antes que as imagens os definam. Com efeito, pode-se dizer que eles – e as imagens – existem contemporaneamente; são consubstanciais e entrelaçados com a substância visual. Para Hartung, é como se o espaço existisse como um estado gasoso, como uma desmaterialização móvel da realidade em que somente a arte pode se transformar em uma substância concreta e densa. Exceto pelo fato de que dar forma ao espaço não é uma operação isolada, que possa ser capturada definitivamente em uma imagem formalizada. Pelo contrário, como o espaço é móvel, requer um deslocamento móvel, uma forma de vê-lo que é precária e instável. Apenas os artistas, que possuem um estado de graça que lhes permite viver essa precariedade sem escrúpulos (na verdade, vivê-la como o único caminho que vale a pena seguir), conseguem lidar produtivamente com esta dimensão. 31 A pintura nasce da história do autor, ou seja, dos sentimentos de determinados artistas que conseguiram mobilizar suas forças interiores com delicadeza suficiente para criar pinturas. Pois a pintura não é uma ação espetacular e explícita; requer movimento e até mesmo investidas, mas principalmente um estado de graça e introspecção. (A. Oliva) Painting is born out of its history which means out of the sentiments of individual artists who managed to mobilize their inner forces delicately enough to create paintings. For painting is not a spectacular, explicit action; it requires movement and even assaults, but mostly a state of grace and introspection. (A. Oliva) Hartung tem exatamente esse estado de graça. Isso lhe permite ter as iluminações que conferem ao espaço seu sentido epifânico. Assim, suas imagens são distribuídas na superfície de suas pinturas sem gradação espacial. São regidas pela simultaneidade: a copresença de todos os possíveis pontos de vista cria a vista. Entrementes, também o tempo se entrelaça com o espaço e fica totalmente resolvido. Imagens expandem e contraem um único espaço de tempo percebido; respiram de forma biológica, rítmica, sincrônica com nosso prazer orgânico de vê-las. Isso explica por que, nas pinturas de Hartung, não há profundidade da qual falar, mas sim uma reformulação profunda da superfície. A profundidade significaria gradações espaciais e temporais, mas apenas uma uniformidade bidimensional nos dá a percepção da simultaneidade e instantaneidade. A bidimensionalidade é, portanto, o meio usado por Hartung para resolver suas epifanias espaço-temporais; ela lhe permite dar continuidade e fluidez a uma ideia cósmica dessas dimensões. Antes que uma obra exista, é como se nem tempo nem espaço existissem; é como se o artista estivesse se movendo em um vazio absoluto, uma não dimensão. A pintura é o terreno em que ocorre uma explosão, onde fragmentos de tempo e espaço se derramam simultaneamente (embora filosoficamente) como substâncias impalpáveis e intocáveis que podem ser percebidas apenas roçando-se ligeiramente nelas, bem de leve. 32 De fato, o espaço nas pinturas de Hartung é, ao invés de uma nebulosa fechada, uma nebulosa que se expande, um estado de incerteza que marca um tipo intermediário de erotismo que vai além dos confins do mesmíssimo modo que está além de qualquer clímax. Um cinismo filosófico rege a obra de Hartung: perfeita indiferença em relação a temas e imagens. Qualquer coisa é uma ocasião para a pintura, já que tudo está sujeito à lei do tempo e do espaço. As formas e as superfícies em que aparecem são consubstanciais, e ainda assim as formas nunca são esmagadas. Elas participam – embora ao mesmo tempo escape – de um caráter definitivo. Parecem jazer imóveis, porém, ao mesmo tempo, exibem sintomas de movimento. Não há bom ângulo a partir do qual vê-las, já que não têm frente ou verso. Sua aparência não obedece às convenções visuais; em vez disso, se insinua entre os dois lados da tela. Por meio desse contato, e mais precisamente através dele, uma imagem adquire movimento e erotismo. Ela se expande e se contrai fora dos rígidos parâmetros da geometria. Ela dá a entender que irá se estender para fora dos confins institucionalizados de uma pintura. Essa insinuação, embora puramente mental, não é resultado de um projeto concebido intelectualmente, e sim um acontecimento artístico flagrante, um gesto calibrado e vibrante que perfura a tela; trata-se de uma medida exemplar. Assim, a arte continua a ser o parâmetro máximo da obra de Hartung, nascida de um impulso criativo necessário e biológico que contém, em si mesmo, suas próprias leis. A lei fundamental é aquela que dita a disparidade entre signo e cor, mesmo quando as pinturas beiram suavemente o branco. Isso porque o branco não significa neutralidade, ausência de emoção, mas sim esgotamento, redução: isso diminui a força puramente dramática dos gestos, mantendo-os dentro dos confins do ser interior do artista. Dentro de uma pintura, o branco reverbera esplendidamente. Essa reverberação é também um sinal que indica a memória e, assim, a cultura. Os artistas são sempre auxiliados pela perícia – e essa perícia surge tanto de uma propensão como de um conhecimento da história da arte. Só que, para Hartung, não há modelos. E assim essa reverberação constitui uma forma de se distanciar da precisão dos modelos fornecidos por seus antepassados linguísticos. Trata-se de uma espécie de memória subliminar, o que permite ao artista absorver, em sua obra, insinuações de obras anteriores (reduzidas a mera atmosfera). A pintura é sempre uma maneira, uma disposição correta; é sustentada pela memória subjetiva e objetiva. A memória subjetiva provê a colocação histórica do artista; a memória objetiva provê a estratificação da linguagem e do estilo encontrados em cada obra de arte. Nas pinturas de Hartung, ambas as memórias se condensam inextricavelmente em imagens que se tornam o campo ofuscante da memória irrepetível (pois não podem ser declaradas de outra forma). Essas imagens não renunciam a nada pictoricamente em sua reverberação, embora as referências sejam atenuadas e encapsuladas dentro da imagem que tudo absorve. A absorção é total, indolor: a natureza biológica da pintura faz com que pareça natural. Hartung transforma os signos armazenados na memória cultural nos signos de sua criatividade imanente, tendendo à imanência ulterior. Isso deriva de uma ideia do “inacabado”, que habita suas pinturas, uma urgência que precipita e condensa a imagem em uma forma capaz de um aprofundamento da reformulação. É exatamente isso que a biologia da arte permite. Pois a arte tem sua biologia própria, composta por acelerações e paradas, de referências culturais e improvisações, de depósitos de energia e derivas externas. A arte sempre pesca em águas turvas, em um repertório da imaginação que tende a conservar suas próprias pulsações, mesmo quando formalizadas dentro dos confins de uma pintura. 33 Hartung sabe muito bem que as formas artísticas são apenas as paradas momentâneas de um movimento vivo irrefreável. O tempo e o espaço em suas pinturas são regidos por uma mentalidade bergsoniana que tende a interpretar essas dimensões dinamicamente. O dinamismo cósmico do artista é sincrônico, composto por mutações estilísticas progressistas, por volubilidade expressiva intencional, por rupturas bruscas de experiências anteriores. A poética de Hartung é móvel e flexível; ele trabalha em um projeto que ele subverte continuamente e que escapa. Sua poética, em qualquer caso, não é de fidelidade tradicional de estilo e material pictórico, mas sim de fidelidade de imagem para o impulso criativo. Assim, a arte se torna um fluxo vivo de tinta que flui livremente ao longo de uma superfície (ao longo da pele). As formas, compostas por signos e cores, também fluem sem obstáculos ao longo da tela, uma sinuosidade que as leva em várias direções. A expansão é o alcance dessas imagens, que percorrem o espaço, sem a velocidade estonteante dos futuristas, e ainda assim confortada por um vácuo que lentamente se torna um espaço, à medida que a imagem se condensa e é formada. O tempo é retardado por meio das formas achatadas, nunca irregulares, porém sinuosas e arredondadas. O movimento básico da obra de Hartung parece ser de transições: ele passa de uma pintura a outra, de um tipo de material a outro, de uma linguagem ou uma forma a outra... Mesmo quando parece estar parado, realizando uma pintura no mesmo lugar, sua expressão está em movimento, e isso o mantém afastado de expressões estáticas ou estereótipos formais. Contudo, nada disso se deve simplesmente à agitação existencial típica de sua geração, mas sim a uma vitalidade que recorre necessariamente à cleptomania linguística, imediatamente transformada em originalidade estilística. Isto porque Hartung não considera a arte como um território a conquistar; é um terreno de trânsito e mobilidade que cria outras formas de mobilidade. Suas pinturas não afirmam direitos de exclusividade, devido a alguma necessidade premente de novidade. Pois direitos de exclusividade demandam fixidez, ao passo que a mobilidade impossibilita a conquista e o domínio. A ideia de Hartung de propriedade é muito mais moderna e se baseia na noção de posse móvel, não violenta, não muito longe dos jovens pintores da última geração. Portanto, embora haja uma diferença bem fundamentada entre arte e vida, as duas nunca ficam separadas. O mesmo fluxo irrefreável rege cada território, empurrando a pintura para uma área de transição. Os artistas contemporâneos não têm outro destino a não ser este. Eles necessariamente adotam uma mobilidade irresistível, visto que é a condição natural (e saudável) de qualquer atividade artística. Hartung lhes dá uma mão, desmaterializando a matéria da pintura, ajudando-os assim a realizar este movimento. Trata-se de um movimento com vínculos com a música, que também é feita de mudanças perceptíveis e emergências repentinas: o signo de uma linguagem que se safa sem esforço porque seu estado interior está repleto. Leonardo da Vinci afirmou que a pintura é mental; Hartung concordou, acrescentando que é alcançada por meio do delineamento e de um signo firme. 34 Hartung’s firm gesture Achille Bonito Oliva Painting is the locus of appearances, the place in which energies – necessarily in collision with each other – explode. If in the past artists used their manual ability to render a unitary vision of the world, in contemporary art, particularly after the Second World War, they have worked to affirm the centrality of the fragment. The dominion of paintings is inhabited, enduringly, by constellations of internalized data, and this means that in any discourse on art, the particular will erupt in all its discontinuity. The gestural art of informal painting derived from a Romantic urge: it sought to refound a total vision of the world through a problematic handling of fragments. Although the world eludes being viewed in its totality, action painters attempted nonetheless to reestablish, 35 through the vitality of their gestural art, a reassuring and even exhilarating connection with the fragments into which reality had seemingly disintegrated. Thus painting became the arrival point of a solitary rite through which art celebrated the possibility of redemption from the negativity of history. The flux of human existence found purification in the vertical instant that produced a work of art, although, at the same time, it was an admission that life had become impracticable, when faced squarely on. Only art could redeem the inertia of commonplace life, through exemplary (and anything but commonplace) gestures. As a result, art and life entered into permanent and irreducible conflict, with no hope of conciliation. On one side, life, with its irreparable disconnections; on the other side, art, with its insightful lacerations. For the insights afforded by art – even if informal – derive from the discipline given to form, by linguistic constraints which make no concession to improvisation or extemporaneousness. The destiny of form is irreversible, and it invests every artistic production. Gestural art cannot escape that destiny; if anything, it augments that bond precisely through the emotions deposited on canvas surfaces assailed by a relentless hand. Only through the constraints of language does gesture find its exemplary force and the adequate measure of its expressive tension. As Hans Hartung stated: “Scribbling, scratching, acting upon the canvas are human activities which, to me, seem as immediate, spontaneous and simple as dancing, or the gambols of an animal that prances, runs, frisks. A plant that sprouts, blood that pulsates, everything that germinates, grows, explodes with vitality, with the force of life, with sufferance or joy, all these things can find their peculiar incarnation - their own sign - in a drawn line which can be soft or flexible, curved or erect, rigid or muscular, and in blotches of color, strident, joyful or sinister”. Beginning in 1922, Hartung’s work took him through many ofthe relay points of contemporary research. This resulted in an ever expanding and inexorable production, for the point of arrival was never a single beautiful form, frozen on canvas, but rather the surmounting of the previous forms – a continuous process. His starting point was the idea that painting was a meandering, an unshackled movement, but a wandering always within the territory of signs and colors, There was a constant in these meanderings: the forces in the painting were to crisscross on its skin in a way far from gestural vitalism. A arte gestual da pintura informal derivou de um impulso romântico: refundar uma visão total do mundo por meio de um manuseio problemático dos fragmentos. Embora o mundo escape de ser visto em sua totalidade, os pintores da ação tentavam, no entanto, restabelecer, por meio da vitalidade de sua arte gestual, uma conexão reconfortante e até mesmo estimulante com os fragmentos em que a realidade parecia ter se desintegrado. Assim, a pintura tornou-se o ponto de chegada de um rito solitário por meio do qual a arte celebrava a possibilidade de resgate da negatividade da história. (A. Oliva) The gestural art of informal painting derived from a Romantic urge: to refound a total vision of the world through a problematic handling of fragments. Although the world eludes being viewed in its totality, action painters attempted nonetheless to reestablish, through the vitality of their gestural art, a reassuring and even exhilarating connection with the fragments into which reality had seemingly disintegrated. Thus painting became the arrival point of a solitary rite through which art celebrated the possibility of redemption from the negativity of history. (A. Oliva) 36 The skin of the painting is where this unfurls, where image becomes, irreversibly, appearance. Outside of the image there is nothing, except the unfathomable depths of the unconscious – which can take shape on the surface of the painting only as signs and colors. Paintings do not admit interdictions or censorship, but neither do they admit references outside their own dominion. There is a kind of eroticism in ail this and Hartung works on it, splendidly polluting the forms and colors that plane on the surface of his canvases or emerge from underneath. He does so explicitly: he gives painting the possibility of not being reticent, of expressing its potential without measuring its means. Indeed, Hartung never tried to save on expenses, he produced continually and leveraged the future to do so. Picture after picture, the pictorial material blended with extra pictorial materials, unceasingly. For art does not admit standing still nor, in painting, settling down within a manner. This is the essence of Hartungs painting: his investment in his role was one of total application. His painting is a struggle conducted withing the modes offered by the Nordic chromatic tradition in painting – his linguistic forefathers. His sense of color is matched rigorously by his perceptive sense of measure (he never abandons himself to the pure pleasure of imagery). The eroticism, just mentioned, derives from the capacity of Hartung to bring together (and hold together) the two polarities of his work: the color and the spatial layout of his paintings. The uninhibited image never steps beyong the calibrated tension holding it together; the design contains the painting. The artist is aware that paintings are glass houses, continually exposed to the ravages of the hand’s movements; they require a nomad’s restraint and delicacy, lest the hand defile the skin holding the work together. 37 Painting is born out of its history which means out of the sentiments of individual artists who managed to mobilize their inner forces delicately enough to create paintings. For painting is not a spectacular, explicit action; it requires movement and even assaults, but mostly a state of grace and introspection. The inner being of pictorial action is born out of the disciplined imbalance of the artist who possesses within himself the notions of space and of time. These two do not exist simply on the outside; or rather, if they exist as such, it is as the support and the bulwark of daily activity. But outside of daily activity, within the exemplary domain of art, time and space are introjected dimensions. They are the deposit and the structure of the imaginary. They live incarnated in the substance of fantasy, intimately and inextricably. In Hartung’s painting, space and time celebrate the rite of a diverse appearing; they are arrayed outside of any traditional functioníng. Western logocentrism has always considered these two dimensions as the backdrop and scansion of human activity, as the support – both holding up and holding in – of the whims of intelligence. Space, in the history of painting, has slowly but surely assumed differentiated symbolic forms producing a renewed conception, according to the principles of political ideology and science. The temporal dimension, in the history of art, has likewise obeyed the dictates of the progressive development of the history of ideas, according to logocentric thought. With the advent of the historical avant-gardes and new methodologies, time and space began to be conceived differently, less rigidly bound by rationality. They found a more adequate correspondence in the new sensibility, in which our inner being (or, in any case, subjectivity) sets the parameters. “Inner being” means uncertainties, imbalances, changing dynamics 38 and discontinuity. It means referring to a reality that lies beyond the safe bulwarks of certainty known in advance.It means constructing on the slippery slope of precariousness and chance. The spatial-temporal coordinates thus penetrate the image, not as a rigid support, but as an ingredient that mixes with the visual event that participates in the epiphany. They yield themselves, fantastically, to the image itself. Hartung always internalized those two dimensions and this placed him beyond the rhetoric of “action painting”, beyond the commonplace according to which the agitated gesturality of post WWII art represented a strategy of occupying external reality. Instead, Hartung pursued relentlessly the internalization of gesturality; he tied his creativity to a discipline that was anything but extemporaneous, although marked by (calibrated) impetus. Thus, space and time have become extensions of our inner self, undefinable before images define them. Indeed, they – and images – can be said to exist contemporaneously; they are consubstantial and intertwined with visual substance. For Hartung it is as if space existed as a gaseous state, as a mobile dematerialization of reality that only art can transform into a concrete, dense substance. Except that giving form to space is not a one time operation, that can be captured definitively in a formalized image. On the contrary, since space is mobile, it calls for a mobile dislocation, a way of seeing it that is precarious and unstable. Only artists, who have the state of grace that permits them to live that precariousness without qualms (indeed, live it as the only path worth following), manage to cope fruitfully with this dimension. Hartung has precisely this state of grace. This permits him to have the illuminations that confer on space their epiphanic sense. Thus his images are distributed on the surface of hispaintings without spatial gradation. They are governed by simultaneity: the copresence of every possible viewpoint creates the view. Meanwhile, time, too, intertwines with space and is entirely resolved. Images expand and contracting a single, perceived time frame; they breathe biologically, rhythmically, synchronically with our organic pleasure in viewing them. This explains why, in Hartung’s paintings, there is no depth to speak of, but rather a skin-deep reworking of the surface. Depth would mean spatial and temporal gradations: but only a bidimensional uniformity gives us the perception of simultaneity and instantaneousness. Bidimensionality is therefore the means through which Hartung resolves his spatial-temporal epiphanies; it permits him to give continuity and fluidity to a cosmic idea of these dimensions. Before a work exists, it is as if neither time nor space exist; it is as if the artist was moving in an absolute void – a non-dimension. The painting is the terrain on which an explosion takes place, where fragments of time and of space shower down simultaneously (albeit philosophically) as impalpable and untouchable substances that can be perceived by brushing with them only slightly, ever so lightly. Indeed, space in Hartung’s paintings is, rather than closed, an expanding nebula, a state of uncertainty that marks an intermediate kind of eroticism that is beyond confines just as it is beyond any climax. A philosophical cynicism governs Hartung’s work: perfect in difference toward themes and images. Anything is an occasion for painting, since everything is subject to the law of time and space. Forms, and the surfaces on which they appear, are consubstantial – yet forms are never crushed. They participate in – while at the same time escape from – a definitiveness. They seem to rest motionless but, at the same time, exhibit symptoms of movement. There is no proper angle from which to view them, since they have no front or back. Their appearance does not obey the conventions of sight but rather insinuates itself between the two sides of the canvas. 39 By means of this contact, and more precisely through it, an image acquires movement and eroticism. It expands and contracts outside of the rigid parameters of geometry. It hints at extending itself outside the institutionalized confines of a painting. That hint, while purely mental, is not the result of a project intellectually conceived; rather, it is a flagrant artistic event, a calibrated, vibrating gesture that perforates the canvas; it is an exemplary measure. Thus art remains the ultimate parameter of Hartung’s work, born out of a necessary and biological creative impulse which contains, within itself, its own laws. The fundamental law is that dictating the disparity between sign and color, even when paintings verge tenderly towards white. For white does not mean neutrality, absence of emotion, but instead depletion, reduction: this lessens the purely dramatic force of gestures, keeping them within the confines of the artist’s inner being. Within a painting, white reverberates splendidly. That reverberation is also a sign indicating memory, and thus culture. Artists are always assisted by expertise – and that expertise arises from both an inclination and a knowledge of the history of art. Except that, for Hartung, there are no models. And so that reverberation is a way of distancing himself from the precision of the models furnished by his linguistic ancestors. It is a sort of subliminal memory, permitting the artist to absorb, in his work, hints of preceding works (reduced to mere atmosphere). Painting is always a manner, a correct disposition; it is sustained by subjective and objective memory. Subjective memory furnishes the historical collocation of the artist; objective memory furnishes the stratification of language and style found in every work of art. In Hartung’s paintings both memories condense inextricably into images that become the blinding field of unrepeatable memory (for it cannot be stated in any other way). These images forgo nothing pictorially in their reverberation, although references are attenuated and encapsulated within the all absorbing image. Absorption is total, painless – the biological nature of painting makes it seem natural. Hartung transforms the signs stored in cultural memory into the signs of his immanent creativity, tending towards ulterior immanence. This arises from an idea of the “unfinished”, which inhabits his paintings, an urgency which precipitates and condenses the image into a form capable of further reworking. This is exactly what the biology of art permits. For art has its own biology, composed of accelerations and stoppages, of cultural references and improvisations, of deposits of energy and external drifts. Art always fishes in troubled waters, in a repertory of the imagination that tends to conserve its own pulsations, even when formalized within the confines of a painting. Hartung knows full well that artistic forms are only the momentary halts of an unstoppable living movement. Time and space in his paintings are governed by a Bergsonian mentality that tends to interpret those dimensions dynamically. The artist’s cosmic dynamism is synchronic, made up of progressive stylistic mutations, of intentional expressive volubility, of sudden breaks from preceding experiences. Hartung’s, poetics are mobile and flexible, he works on a project that he continually subverts and eludes. His poetics, in any case, are not those of traditional faithfulness in style and pictorial material, but instead of faithfulness of the image to the creative impulse. Thus art becomes a living flux of paint freely flowing along a surface (along the skin). Forms, composed of signs and colors, also flow unhindered along the canvas, a meandering that will take them in various directions. Expansion is the reach of these images, which run through space without the heady velocity of the futurists, yet comforted by a void that slowly becomes a space, as the image condenses and is formed. Time is slowed down through the flattened forms – never jagged but sinuous and roundish. 40 The basic movement in Hartung’s work seems to be transitions – he passes from one painting to another, one kind of material to another, one language or one form to another... Even when he seems to be stationary, completing a painting in the same place, his attitude is on the move, and this keeps him away from static expressions or formal stereotypes. All this is not due, however, simply to the existential unrest typical of his generation, but instead to a vitality that necessarily resorts to linguistic kleptomania, immediately transformed into stylistic originality. This is because Hartung does not consider art to be a territory to conquer; it is a terrain of transit and mobility that creates other forms of mobility. His paintings do not affirm proprietary rights, due to some impelling need for novelty. For proprietary rights call for fixity, while mobility makes conquest and dominion impossible. Hartung’s idea of ownership is much more modern, and is based on the notion of mobile, non-violent possession - not far from the young painters of the last generation. Therefore, while there is a well-founded difference between art and life, the two are never separate. The same unstoppable flux governs each individual territory, pushing painting into an area of transition. Contemporary artists have no other destiny but that. They necessarily adopt an irresistible mobility, since it is the natural (and healthy) condition of any artistic activity. Hartung lends them a hand, dematerializing the matter of painting, thus helping them accomplish this movement. It is a movement with ties to music, which is also made of perceptible shifts and sudden emergencies – the sign of a language that skits away effortlessly because its inner state is replete. Leonardo da Vinci said that painting is mental; Hartung agreed, adding that it is attained through design and a firm sign. Por unanimidade, Hartung recebe o Grande Prêmio Internacional de Pintura da 30ª Bienal de Veneza. Hartung receives the International Grand Prize for Painting (unanimously), 30th Venice Biennale. 41 “Meus desenhos estavam atravessados por traços entortados, estranhos, enlameados, desesperados como arranhões. Era uma pintura veemente, revoltada. Como eu mesmo. Eu tinha a sensação de haver sido enganado. Fora alguns franceses que haviam sido mobilizados, os pintores todos haviam passado a Guerra refugiados em algum lugar. Eles não haviam parado de trabalhar, de progredir.” “My drawings were crossed by twisted, strange, mired, desperate lines like scratches [...] It was a vehement, rebellious painting style. Like myself. I had the feeling of having been cheated. Apart from a few French who had been mobilised, the other painters had all spent the war as refugees somewhere. They had not stopped working, moving on.” 42 Os anos decisivos The crucial years (1935-1946) 43 44 A partir de 1946, as obras de Hartung são acolhidas sem reservas nos salões e nas galerias da vanguarda parisiense. Seu potencial para encarnar novos valores é elogiado: a humanidade, o engajamento, a expressão individual, o impacto emocional. Em fevereiro de 1947, ele expõe na galeria Lydia Conti, em Paris, 13 pinturas de 1935 a 1947. A exposição é determinante. Dezesseis anos depois da de Dresde, é a segunda vez que lhe consagram uma exposição individual. In 1946, the works of Hartung are acclaimed in the salons and new galleries of the Parisian avant-garde. The potential of his paintings as embodiment of new values is praised: humanity, commitment, selfexpression, emotional impact. In February 1947, he exhibits thirteen paintings from 1935 to 1947 at the Lydia Conti gallery in Paris. The event is a turning point. This is the second time, sixteen years after the Dresden exhibition, that he held a solo show. Em 1935, Hartung, então com 29 anos, se instala em Paris. É um novo começo. Ele abandona a Proporção Áurea e adota um sistema, já iniciado no fim dos anos 1920, de decalque com ampliação. O princípio consiste em, utilizando a técnica do quadriculado sobre uma tela de grande tamanho, reproduzir, de forma idêntica, uma obra realizada sobre papel de forma espontânea. A linguagem plástica e densa é relativamente complexa, misturando campos de cor, linhas e traços de tensões variáveis. In 1935, Hartung at 29 moves to Paris. It’s a new beginning. He abandons the Golden Section and adopts a system that was already in place in the late nineteen twenties, involving a preliminary stage by lying down a grid. The process aims at reproducing identically his preparatory works on paper made spontaneously in a larger scale. The visual language is dense and relatively complex, mixing coloured areas, lines and traces with variable tensions. A partir de 1939, sua produção é interrompida pela Segunda Guerra Mundial. De 1939 a 1945, ele realiza, ainda assim, um conjunto heteróclito de telas que misturam abstração (a dos anos 1930 e a mais geométrica) e figuração, aproximando-se das formas criadas por Julio Gonzáles e Picasso. Em 1945, Hartung retoma sua atividade artística. Ele havia tido a perna direita amputada quando lutava na Legião Estrangeira. De maneira lógica, irá empregar novamente o método de decalque, desenvolvendo um estilo na esteira das obras abstratas dos anos 1930. Assim, talvez por segurança ou por preocupação com a ordem, ou até por obsessão pelo método, ele realiza pinturas “falsamente espontâneas”. Tem início, então, a partir de 1945, o verdadeiro reconhecimento de sua obra em um contexto onde o discurso crítico valoriza a espontaneidade, o imediato, o gesto libertador. Hartung, por sua vez, “recomeça como antes” e sua produtividade ganha em eficácia. Ele abandonará o recurso de decalque a partir de 1959. T1937-1 1937 130 X 97 cm Óleo sobre tela Oil on canvas / Huile sur toile In 1939, his artistic production is interrupted by the war. From 1939 to 1945, however, he makes a series of eclectic paintings by mixing abstraction (from the nineteen thirties and those of a more geometric nature) and figuration, close to the forms created by Julio Gonzalez and Picasso. In 1945, Hartung resumes his artistic activity. He has lost a leg. As a logical continuation, he uses the same method of increasing scale, developing a style in line with the abstract works of the nineteen thirties. Thus, possibly for the sake of security or order or out of obsession with method, he makes “falsely spontaneous” paintings. 1945 witnesses the beginning of a true recognition of his work at a time when critical discourse focuses on spontaneity, immediateness, and free artistic gesture. Hartung “restarts like before” and his output gains in efficiency. He abandons this grid-system in 1959. 45 Sem título Untitled / Sans titre 1938 13.50 X 10.50 cm Tinta sobre papel Ink on paper / Encre sur papier 46 Sem título Untitled / Sans titre 1938 49 X 43 cm Pastel e grafite sobre papel Pastel and graphite on paper / Pastel et mine de plomb sur papier 47 Sem título Untitled / Sans titre 1938 49.20 X 42.80 cm Pastel e grafite sobre papel Pastel and graphite on paper / Pastel et mine de plomb sur papier 48 Sem título Untitled / Sans titre 1939 49.20 X 43 cm Pastel e carvão vegetal sobre papel Pastel and charcoal on paper / Pastel et fusain sur papier 49 Sem título Untitled / Sans titre 1938 13.50 X 10.50 cm Tinta sobre papel Ink on paper / Encre sur papier 50 T1938-30 1938 100 X 100 cm Óleo sobre tela Oil on canvas / Huile sur toile 51 Sem título Untitled / Sans titre 1938 14.30 X 11 cm Tinta sobre papel Ink on paper / Encre sur papier 52 Sem título Untitled / Sans titre 1947 48.40 X 64.90 cm Tinta e pastel sobre papel Ink and pastel on paper / Encre et pastel sur papier 53 Sem título Untitled / Sans titre 1935 42.50 X 28.30 cm Grafite sobre papel Graphite on paper / Mine de plomb sur papier Sem título Untitled / Sans titre 1935 43 X 28.50 cm Grafite sobre papel Graphite on paper / Mine de plomb sur papier 54 Sem título Untitled / Sans titre 1935 49.50 X 62.90 cm Guache, pastel e carvão vegetal sobre papel Gouache, pastel and charcoal on paper / Gouache, pastel et fusain sur papier 55 Sem título Untitled / Sans titre 1939 49 X 43 cm Pastel e grafite sobre papel Pastel and graphite on paper / Pastel et mine de plomb sur papier Sem título Untitled / Sans titre 1936 28.50 X 22 cm Grafite, tinta e pastel sobre papel Graphite, ink and pastel on paper / Mine de plomb, encre et pastel sur papier 56 T1937-17 1937 130 X 97 cm Óleo sobre tela Oil on canvas / Huile sur toile 57 Sem título Untitled / Sans titre 1939 48 X 42 cm Pastel e grafite sobre papel Pastel and graphite on paper / Pastel et mine de plomb sur papier Sem título Untitled / Sans titre 1935 49 X 65 cm Grafite sobre papel Graphite on paper / Mine de plomb sur papier 58 Sem título Untitled / Sans titre 1938 14.50 X 11.40 cm Tinta sobre papel Ink on paper / Encre sur papier 59 Sem título Untitled / Sans titre 1938 49 X 43 cm Pastel e grafite sobre papel Pastel and graphite on paper / Pastel et mine de plomb sur papier 60 T1946-12 1946 170 X 114 cm Óleo sobre tela Oil on canvas / Huile sur toile 61 Sem título Untitled / Sans titre 1938 79 X 60 cm Tinta sobre papel Ink on paper / Encre sur papier T1946-29 1946 94 X 73 cm Óleo sobre tela Oil on canvas / Huile sur toile 62 63 Sem título Untitled / Sans titre 1938 14 X 11 cm Tinta sobre papel Ink on paper / Encre sur papier 64 Sem título Untitled / Sans titre 1939 49 X 43 cm Pastel e grafite sobre papel Pastel and graphite on paper / Pastel et mine de plomb sur papier 65 Sem título Untitled / Sans titre 1939 49 X 43 cm Pastel e grafite sobre papel Pastel and graphite on paper / Pastel et mine de plomb sur papier Sem título Untitled / Sans titre 1939 49 X 43 cm Pastel, grafite e sanguínea sobre papel Pastel, graphite and sanguine on paper / Pastel, mine de plomb et sanguine sur papier 66 67 Sem título Untitled / Sans titre 1935 42.50 X 28.50 cm Grafite sobre papel Graphite on paper / Mine de plomb sur papier Sem título Untitled / Sans titre 1935 42.50 X 28.30 cm Grafite sobre papel Graphite on paper / Mine de plomb sur papier 68 Sem título Untitled / Sans titre 1935 49.50 X 62.80 cm Grafite e pastel sobre papel Graphite and pastel on paper / Mine de plomb et pastel sur papier 69 “Devo dizer que eu jamais pintei tanto como neste momento em toda minha carreira. Outrora, eu hesitava muito tempo antes de criar uma tela; eu me preparava com muitíssimos desenhos. Hoje em dia, eu ouso começar diretamente sobre a tela.” “I must say I’ve never painted so often in my career. Once I hesitated a long time before taking on a canvas; I got ready by making several drawings. Today I dare start directly on the painting.” 70 O gesto justo The right gesture (1956-1981) 71 T1982-E21 1982 250 X 180 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 72 “É necessário que tudo seja preciso: as linhas, as curvas, as formas, os ângulos, as cores e os valores para criar uma imagem que possa durar, que atinja nossa atenção, que seja a expressão definitiva de um objeto, de uma emoção, de um fenômeno.” “Everything must be accurate – lines, curves, shapes, angles, colors, and values – in order to create a long-lasting image that strikes our attention, which is the ultimate expression of an object, an emotion, a phenomenon.” A partir de 1956, Hartung colabora com a Galerie de France. Sua produção toma uma nova direção, com formas espalmadas, às vezes lembrando garatujas. Enquanto as obras sobre papel são executadas em estilo livre, as telas ainda retomam a técnica do quadriculado. Será necessário esperar o ano de 1959 para que a pintura atinja uma completa autonomia. In 1956, Hartung starts working with the Galerie de France. His production takes a new direction, with palm shapes that resemble calligraphy. Here again, works on paper are produced freely, while paintings repeat the grid approach. It is not until 1959 that his painting reaches full autonomy. O período 1956-1981 é marcado por uma grande capacidade de renovação. Em 1960, e até 1969, Hartung elabora um vocabulário regulado pelo gesto. Acima das camadas de pintura vinílica projetadas sobre a tela, ele opera múltiplas raspagens, provocando violentos contrastes no quadro. O grafismo livre age no vazio, o gesto é incisivo e cortante. A justeza do gesto toma forma de diferentes maneiras: esfola, arranha, lacera, raspa. O gesto é veemente, expressivo, súbito. Em 1970-1971, após uma produção desacelerada no final dos anos 1960, no momento em que tem início a construção da casa-ateliê em Antibes, Hartung começa a utilizar tinta acrílica, que lhe permite o uso de cores puras, sem mistura. O gesto continua se desenvolvendo, ele utiliza pouco, ou quase nada, as características da matéria, mas aplica, ou força, daqui para diante, marcas na pintura com a ajuda de utensílios diversos: espátulas, um conjunto de pincéis acoplados, rolos, rastelos. O signo é agora mais gráfico, mais variado, mais evidente: estrias, listras, linhas... No fim dos anos 1970, por volta de 1978, Hartung continua experimentando: ele agora utiliza pincéis vegetais, galhos de vassoura, que mergulha ou aplica diretamente para deixar marcas na tela. A experimentação, às vezes, é levada a extremos, até a exaustão, como é possível constatar nas telas mais “atmosféricas” (T1973-R34). Dessa forma, o utensílio torna-se primordial para compreender sua obra: o gesto preciso é inerente às múltiplas invenções desenvolvidas por Hartung para prolongar sua mão, seu braço. Essa precisão, finalmente, só pode ser obtida, aos olhos de Hartung, por meio da prática constante e repetitiva, incessantemente renovada pela exploração dos signos, das formas variadas. The period 1956-1981 is marked by a significant capacity for renewal. From 1960 to 1969, Hartung develops a vocabulary ruled by gesture. Above the layers of vinyl paint projected on the canvas, he executes multiple erasures, causing sharp contrasts on the painting. His free graphic style carves hollow marks in the paint; his gesture is incisive and sharp. The accuracy of his gestures takes shape in different ways: he scrapes, scrubs, lacerates, scratches. His gesture is passionate, expressive, abrupt. In 1970-1971, after his production slows down in the late nineteen sixties, when is started the construction of the home studio in Antibes, he takes to using acrylic painting, which allows him to use pure, unmixed colors. His gesture continues to evolve: Hartung does not proceed anymore through removing painting, but now applies or forces a print on the canvas with the aid of multiple tools – spatulas, multi-brushes, rollers, rakes. His sign is now more graphical, more diverse, more obvious – streaks, stripes, lines... In the late nineteen seventies, around 1978, Hartung continues to experiment – he now uses vegetable brushes, branches of broom, which he either dips or applies directly by marking on the canvas. Experimentation is sometimes pushed to extremes to the point of exhaustion, as seen in the more “atmospheric” pieces (T1973-R34). In 1956, the tool becomes crucial for understanding his work – the accurate gesture is inherent to multiple inventions envisioned by Hartung to extend hands and arms. This accuracy can finally only exist to Hartung through constant and repetitive practice, continuously renewed by the exploration of new signs and various shapes. 73 T1956-15 1956 137 X 180 cm Óleo sobre tela Oil on canvas / Huile sur toile Sem título Untitled / Sans titre 1956 34.60 X 26.60 cm Tinta sobre papel Ink on paper / Encre sur papier 74 75 P40-1975-H18 1975 74.80 X 104.20 cm Tinta sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink on baryta board / Encre sur carton baryté 76 P40-1981-H27 1981 75 X 104.80 cm Tinta sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink on baryta board / Encre sur carton baryté 77 78 Sem título Untitled / Sans titre 1956 34.60 X 26.60 cm Tinta sobre papel Ink on paper / Encre sur papier T1955-25 1955 162 X 120 cm Óleo sobre tela Oil on canvas / Huile sur toile 79 T1980-R35 1980 180 X 180 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 80 P1973-B75 1973 74.20 X 104.20 cm Tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Acrylic on baryta board / Acrylique sur carton baryté 81 P1973-A40 1973 74.70 X 104.40 cm Pastel e tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and acrylic on baryta board / Pastel et acrylique sur carton baryté 82 P1973-B26 1973 74.50 X 104.10 cm Tinta e tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and acrylic on baryta board / Encre et acrylique sur carton baryté 83 P40-1975-E38 1975 74.40 X 104 cm Tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Acrylic on baryta board / Acrylique sur carton baryté 84 P40-1981-H22 1981 74.80 X 104.80 cm Tinta sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink on baryta board / Encre sur carton baryté 85 P1973-B21 1973 74.80 X 104 cm Tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Acrylic on baryta board / Acrylique sur carton baryté P40-1981-H21 1981 74.80 X 104.80 cm Tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Acrylic on baryta board / Acrylique sur carton baryté T1963-H37 1963 180 X 142 cm Tinta vinílica sobre tela Vinyl on canvas / Vinylique sur toile 86 87 T1962-L19 1962 180 X 111 cm Tinta vinílica sobre tela Vinyl on canvas / Vinylique sur toile 88 T1963-E45 1963 180 X 142 cm Tinta vinílica sobre tela Vinyl on canvas / Vinylique sur toile 89 T1975-H40 1975 102 X 130 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 90 T1973-R9 1973 180 X 180 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 91 T1966-E25 1966 154 X 250 cm Tinta vinílica sobre tela Vinyl on canvas / Vinylique sur toile 92 T1973-R34 1973 180 X 180 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 93 P1969-A28 1969 74.50 X 104 cm Tinta, tinta acrílica e tinta vinílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink, acrylic and vinyl on baryta board / Encre et pastel et vinylique sur carton baryté P1971-A54 1971 74.80 X 104.80 cm Tinta e tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and acrylic on baryta board / Encre et acrylique sur carton baryté 94 P1969-A27 1969 74.50 X 104.50 cm Tinta e tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and acrylic on baryta board / Encre et acrylique et pastel sur carton baryté P1971-A16 1971 74.80 X 104.80 cm Tinta e tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and acrylic on baryta board / Encre et acrylique et pastel sur carton baryté 95 P1974-A26 1974 74.80 X 104.50 cm Tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Acrylic on baryta board / Acrylique sur carton baryté 96 T1981-E23 1981 180 X 180 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 97 P1967-A5 1967 74.80 X 104.50 cm Tinta e pastel sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and pastel on baryta board / Encre et pastel sur carton baryté T1975-H31 1975 58 X 250 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 98 P1969-A24 1969 104.50 X 74.50 cm Tinta e tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and acrylic on baryta board / Encre et vinylique sur carton baryté 99 P1967-A11 1967 74.60 X 104.40 cm Tinta e pastel sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and pastel on baryta board / Encre et pastel sur carton baryté P1970-A3 1970 72 x 105 cm Tinta e tinta acrílica sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and acrylic on baryta board / Encre & acrylique sur carton baryté 100 P1970-A21 1970 72 X 104.50 cm Tinta e pastel sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and pastel on baryta board / Encre et pastel sur carton baryté P1971-A5 1971 74.80 X 104.30 cm Tinta e pastel sobre cartão revestido de sulfato de bário Ink and pastel on baryta board / Encre et pastel sur carton baryté 101 “Quando eu tinha a idade em que se desenham pessoas, desenhei em cadernos inteiros, em quantidade infinita, todos os relâmpagos que eu podia ver. Ver ou não ver. De cima para baixo, sempre relâmpagos, relâmpagos, relâmpagos. É provável que isso ainda subsista em minha maneira de desenhar que frequentemente tem esse lado ziguezagueante, esse lado do traço que atravessa a página com velocidade. É possível que se deva aos relâmpagos, que tanto me impressionavam.” “When I was at the age when one makes snowmen, I drew on whole notebooks, in endless notebooks, all the lightning that I could see. To see or not to see. From top to bottom, always lightning, lightning, lightning. This probably still remains in my drawing style, which very often has this zigzagging thing, this thing of a line that zips through a page. This may be as the lightning had this overwhelming effect on me.” 102 Os extremos: gênese e obra final The extremes: genesis and final work (1922-1989) 103 Sem título Untitled / Sans titre 1922 31 X 23 cm Facsimilé édition 1966 104 Mais de 65 anos separam esses dois conjuntos de obras, revelando uma vida inteira dedicada à pintura. More than 65 years separate these two groups of works, thus revealing a whole life dedicated to painting. No início dos anos 1920, Hartung descobre instintivamente uma abstração livre feita de manchas, de linhas, de traços e de gestos. “O tema era, pra mim, a ocasião de executar certos traços e certas manchas, pois apenas elas me interessavam.” In the early nineteen twenties, Hartung instinctively discovers a free abstraction made of spots, lines, traces, and gestures. “The subject was the opportunity I had to draw lines and make ink stains that only interested me.” As obras de juventude, produzidas na intimidade de cadernos escolares de adolescente, ocuparão, a partir de 1945, um lugar central na leitura de sua obra. Associadas a seus trabalhos de 1935 a 1950, elas irão estabelecê-lo como um precursor da arte informal. As aquarelas de 1922, peças capitais dessa produção, muito frágeis para serem expostas com grande frequência, foram reproduzidas em 1966, em fac-símile, e agrupadas em uma obra com prefácio de Will Grohmann. Em 1987, um conjunto composto das aquarelas originais, tornadas míticas, pois eram muito raramente exibidas e preciosamente conservadas por Hartung, desaparece com um moldureiro. A essa perda – que, num primeiro momento, não foi revelada a Hartung, já velho e fragilizado pela morte de Anna-Eva –, segue-se um período de intensa produção de telas de grande tamanho. De 1988 até sua morte, em dezembro de 1989, Hartung, muito enfraquecido fisicamente, realiza mais de 500 telas. A necessidade de produzir em quantidade é insistente. O artista retorna à linguagem plástica que marcou o seu começo: uma única extensão da escala cromática de cores, uma liberdade e uma rapidez na execução, um interesse renovado pelo acidental. Agora o artista projeta, de maneira descontínua, o líquido pulverizado com a ajuda de um sulfatador. Da aquarela sobre papel em 1922, ele realiza, em 1989, uma pintura colorida sobre grandes formatos sem tocar a tela. Pinta novamente com grande liberdade, como se isolado de todo o contexto. Ele parece dissociado ou liberto de sua própria experiência, desapegado de seus questionamentos e de suas produções anteriores. O prazer visual é o mesmo, tão vivo e fresco quanto em seu início, nos anos 1920. Passadas as dúvidas, as hesitações, as necessidades profissionais e comerciais, Hartung reencontrou uma espécie de serenidade expressiva: a pintura é pulverizada espontaneamente e de maneira aleatória sobre a tela, como a tinta se espalha lentamente sobre o papel. A cor pura reencontra sua autonomia original. From 1945, his early works produced in the privacy of teenage notebooks will play a central role in the reading of his works. Associated with his works from 1935 to 1950, they will make him the precursor of informal art. The watercolors of 1922 – paramount pieces in his work, too fragile to be often exhibited – were reproduced in facsimile in 1966 and compiled in a book prefaced by Will Grohmann. In 1987, a collection of original watercolors that had become legendary because rarely shown and treasured by Hartung disappeared while under the custody of a framer. This loss, which was initially hidden from Hartung as he was old, ill and disturbed by the death of Anna-Eva, was followed by a period of intense production of large format canvases. From 1988 until his death in December 1989, a physically weak Hartung will produce more than 500 paintings. The need to produce abundantly is relentless. The artist revisits the visual language he developed in his early days – the same extent of the chromatic scale, free and quick performance, a renewed interest in the accidental. Indeed, the artist now uses a sulfateuse (spraying-machine) to project discontinuously the sprayed liquid on the surface. From the watercolour on paper in 1922, he now makes in 1989 a colorful painting on large formats without ever touching the canvas. Once again he paints with great freedom in a secluded way. He even seems apart or released from his own experience, detached from his previous inquiries and productions. The visual pleasure remains unchanged, as lively and fresh as in his early days in the nineteen twenties. Once his doubts, hesitations, professional and business needs were gone, Hartung found a sort of meaningful serenity – his painting is sprayed out spontaneously and randomly on the canvas as ink spreads slowly on paper. Pure color regains its original autonomy. 105 106 T1989-L20 1989 162 X 130 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile Sem título Untitled / Sans titre 1922 31 X 23.30 cm Facsimilé édition 1966 107 Sem título Untitled / Sans titre 1922 23 X 31 cm Facsimilé édition 1966 Sem título Untitled / Sans titre 1922 17 X 25 cm Facsimilé édition 1966 Sem título Untitled / Sans titre 1922 23.40 X 31 cm Facsimilé édition 1966 108 Sem título Untitled / Sans titre 1922 28 X 18.50 cm Facsimilé édition 1966 109 Sem título Untitled / Sans titre 1922 25.80 X 35.50 cm Facsimilé édition 1966 Sem título Untitled / Sans titre 1922 25.80 X 35.50 cm Facsimilé édition 1966 110 111 Sem título Untitled / Sans titre 1922 31 X 23 cm Facsimilé édition 1966 112 Sem título Untitled / Sans titre 1922 31 X 23 cm Facsimilé édition 1966 Sem título Untitled / Sans titre 1922 28 X 18.50 cm Facsimilé édition 1966 Sem título Untitled / Sans titre 1922 22 X 18 cm Facsimilé édition 1966 Sem título Untitled / Sans titre 1922 31 X 23 cm Facsimilé édition 1966 113 114 Sem título Untitled / Sans titre 1922 30.50 X 22.50 cm Facsimilé édition 1966 Sem título Untitled / Sans titre 1922 31 X 23 cm Facsimilé édition 1966 115 116 T1989-R11 1989 180 X 142 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile T1989-K47 1989 142 X 180 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 117 T1989-K48 1989 146 X 89 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile T1989-K49 1989 180 X 142 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 118 119 120 T1989-A4 1989 180 X 142 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile T1989-E24 1989 130 X 162 cm Tinta acrílica sobre tela Acrylic on canvas / Acrylique sur toile 121 “Até a maneira de raspar em minha própria pintura, na camada que eu acabo de colocar, vem da gravura: enfim, e sobretudo, eu procurei na pintura a mesma coisa...” “The very way of scratching in my own painting, in the layer I have just spread, comes from engraving: finally and most significantly, I looked exactly for the same thing in painting... ” 122 Hartung gravurista: retrospectiva em obras impressas Hartung the engraver: a retrospective in prints 123 124 De 1921 a 1984, a gravura e a litografia acompanham e, por vezes, precedem os desenhos e pinturas de Hartung. Para além do objetivo de difusão de sua obra, é a prática e a experimentação de diferentes técnicas de gravação do gesto e de restituição do traço que o interessam. From 1921 to 1984, the practice of engraving and lithography goes along and sometimes precedes Hartung’s pictorial work. Beyond the objective of diffusing his work, it is the use and experimentation of various techniques for gesture recording and trace reproduction that interest him. Dizia Hartung a respeito das gravuras realizadas no pós-guerra, em 1947: “Uma das gravuras havia sido feita para Aimé Césaire, mas, quando faço uma coisa, sempre faço ao menos dez. Toda a tiragem foi feita para a gravura de Césaire, mas só consegui fazer quatro impressões das outras. Quando obtive um pouco de dinheiro para poder pagá-las, as placas haviam simplesmente sido fundidas, e o bronze, revendido”. He said of his early engravings in the post-war period in 1947: “One of the prints was made to Aimé Césaire, but when I do something, I, in fact always make at least ten of it. The entire run was made for Césaire’s engraving, but I was only able to make four prints … When I had some money to pay for the other runs, the plates had been melted and the copper sold“. Nos anos 1960 e 1970, o ritmo das sessões de trabalho nos ateliês de suas prensagens se intensifica, a influência de técnicas gravuristas se faz mais e mais evidente em sua pintura. “Até a maneira de raspar em minha própria pintura, na camada que eu acabo de colocar, vem da gravura: enfim, e sobretudo, eu procurei na pintura a mesma coisa...” In the nineteen sixties and seventies, the pace of work sessions in the workshops of his printers increases; the influence of printmaking techniques becomes more and more visible in his painting. “The very way of scratching in my own painting, in the layer I have just spread, comes from engraving: finally and most significantly, I looked exactly for the same thing in painting…” Como propunha Rainer Michael Mason, autor do catálogo raisonné das obras gráficas de Hartung, em 2010: “designamos com o termo pintores-gravuristas os artistas que produzem obras originais e, não, reproduzidas. Talvez pudéssemos introduzir o termo gravurista-pintor por ser tão desenvolvida em Hartung a prática da gravura em sua arte de pintar”. As proposed by Rainer Michael Mason, author of the catalogue raisonné of engravings by Hartung in 2010, “we call painters-engravers the artists who produce original prints, and not replicated prints. Maybe one could introduce the term engraver-painter as the practice of engraving in Hartung’s art of painting is developed”. G 7, rmm 66 1953 655 x 500 mm Água-tinta e água-forte Aquatint and etching / Aquatinte et eau-forte 125 H 1973-25, rmm 398 1973 805 x 2200 mm Xilografia Woodcut / Xylographie L 114, rmm 192 1963 565 x 765mm Litografia Lithograph / Lithographie 126 G 1970-18, rmm 300 1970 750 x 1055 mm Água-forte Etching / Eau-forte G 1970-20, rmm 302 1970 750 x 1055 mm Água-forte Etching / Eau-forte 127 L 1973-21 , rmm 422 1973 1055 x 755 mm Litografia Lithograph / Lithographie 128 L 1973-7, rmm 408 1973 1055 x 755 mm Litografia Lithograph / Lithographie 129 H 1973-5, rmm 378 1973 760 x 560 mm Xilografia e estêncil Woodcut and stencil / Xylographie et pochoir 130 H 1973-6, rmm 379 1973 655 x 505 mm Xilografia e estêncil Woodcut and stencil / Xylographie et pochoir H 1973-13, rmm 386 1973 655 x 505 mm Xilografia Woodcut / Xylographie H 1973-10, rmm 383 1973 655 x 505 mm Xilografia e litografia Woodcut and lithograph / Xylographie et litographie H 1973-6, rmm 379 1973 650 x 505 mm Xilografia e estêncil Woodcut and stencil / Xylographie et pochoir 131 H 1973-3, rmm 376 1973 760 x 560 mm Xilografia e litografia Woodcut and lithograph / Xylographie et lithographie 132 H 1973-2, rmm 375 1973 760 x 560 mm Xilografia e litografia Woodcut and lithograph / Xylographie et lithographie 133 L 1974-21, rmm 482 1974 755 x 1048 mm Litografia Lithograph / Lithographie 134 L 1974-18, rmm 479 1974 755 x 1050 mm Litografia Lithograph / Lithographie 135 L 1984-2 / LA PREMIÈRE MÉTAMORPHOSE DU FEU, rmm 605 1984 575 x 451 mm Transferência litográfica Transfer lithograph / Photo-autographie L 1984-1 / LA PREMIÈRE MÉTAMORPHOSE DU FEU, rmm 604 1984 575 x 451 mm Transferência litográfica Transfer lithograph / Photo-autographie 136 L 1984-3 / LA PREMIÈRE MÉTAMORPHOSE DU FEU, rmm 606 1984 574 x 448 mm Transferência litográfica Transfer lithograph / Photo-autographie 137 G 03, rmm 36 1947 263 x 195 mm Ponta-seca seguido por rotogravure Drypoint followed by heliograph / Pointe sèche puis héliogravure au grain [UNE FILLE], rmm 11 1927 117 x 107 mm Água-forte Etching / Eau-forte [AU BORDEL], rmm 10 1927 200 x 230 mm Água-forte Etching / Eau-forte [NU FÉMININ ASSIS], rmm 8 1927 170 x 127 mm Água-forte Etching / Eau-forte 138 L 17, rmm 93 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie G 05 / SOLEIL COU-COUPÉ, rmm 38 1947 280 x 200 mm Verniz mole e ponta-seca Soft varnish and drypoint / Vernis mou et pointe sèche L 03, rmm 31 1946 330 x 250 mm Litografia Lithograph / Lithographie L 04 / ART ABSTRAIT, rmm 32 1946 330 x 250 mm Litografia Lithograph / Lithographie 139 PORTRAIT DE JOHANNES LANDGRAF, rmm 15 1928 185 x 162 mm Ponta-seca Drypoint / Pointe sèche PORTRAIT DE FRANZ LISZT (EX-LIBRIS POUR JOHANNES LANDGRAF), rmm 1 1921 279 x 260 mm Xilografia Xilograph / Xylographie 140 G 18, rmm 77 1953 658 x 505 mm Água-forte e água-tinta Etching and aquatint / Eau-forte et aquatinte 141 142 L 20, rmm 96 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie G 9, rmm 68 1953 500 x 655 mm Água-forte, água-tinta, brunidor, escopro e ponta seca Etching, aquatint, burnisher, burin and drypoint / Eau-forte, aquatinte, brunissoir, burin et pointe sèche G 06, rmm 39 1947 222 x 170 mm Água-forte, ponta-seca seguido por rotogravure Etching, drypoint followed by heliograph / Eau-forte, pointe sèche puis héliogravure au grain L 04 / ART ABSTRAIT, rmm 32 1947 263 x 195 mm Ponta-seca seguido por rotogravure Drypoint followed by heliograph / Pointe sèche puis héliogravure au grain 143 L 26, rmm 102 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie 144 L 33, rmm 109 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie L 30, rmm 106 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie L 14, rmm 90 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie L 21, rmm 97 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie 145 L 1966-22, rmm 264 1966 765 x 565 mm Autografia Autograph / Autographie L 1966-23, rmm 265 1966 760 x 560 mm Autografia Autograph / Autographie G 20, rmm 79 1953 665 x 500 mm Água-forte e água-tinta Etching and aquatint / Eau-forte et aquatinte L 1966-21, rmm 263 1966 760 x 560 mm Litografia Lithograph / Lithographie 146 L 111, rmm 189 1963 565 x 765mm Litografia Lithograph / Lithographie G 4, rmm 63 1953 287 x 760 mm Água-forte e água-tinta Etching and aquatint / Eau-forte et aquatinte 147 148 L 34, rmm 110 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie PORTRAIT DU PÈRE DE L’ARTISTE II, rmm 17 1928 210 x 147 mm Água-forte Etching / Eau-forte 149 L 112, rmm 190 1963 565 x 765 mm Litografia Lithograph / Lithographie L 113, rmm 191 1963 565 x 765mm Litografia Lithograph / Lithographie 150 L 02, rmm 30 1946 330 x 250 mm Litografia Lithograph / Lithographie 151 COMPOSITION ABSTRAITE II, rmm 27 1938 170 x 154 mm Ponta-seca Drypoint / Pointe sèche G 1970-19, rmm 301 1970 750 x 1055 mm Água-forte Etching / Eau-forte 152 L 135-1, rmm 221 1965 900 x 635 mm Litografia Lithograph / Lithographie 153 154 L 25, rmm 101 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie G 8, rmm 67 1953 500 x 660 mm Água-tinta Aquatint / Aquatinte COMPOSITION ABSTRAITE III, rmm 28 1938 345 x 228 mm Gravura com tesoura para metal Engraving with metal scissors / Gravure au ciseaux à metal 155 L 15, rmm 91 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie L 27, rmm 103 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie L 11, rmm 87 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie G 19, rmm 78 1953 658 x 505 mm Água-forte e água-tinta Etching and aquatint / Eau-forte et aquatinte 156 G 6, rmm 65 1953 655 x 500 mm Água-tinta Aquatint / Aquatinte 157 L 19, rmm 95 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie 158 L 22, rmm 98 1957 660 x 505 mm Autografia Autograph / Autographie 159 Biografia Biography 1904 Nascimento em Leipzig, Alemanha, no dia 21 de dezembro. Seu pai é médico. Ainda muito jovem, ele preenche os cadernos escolares com numerosos desenhos. Fica fascinado com relâmpagos, que passa para os papéis servindo-se de inumeráveis linhas em ziguezague traçadas como clarões luminosos. 1904 Born on 21st September in Leipzig. Hans Hartung’s father is a doctor. At a very young age, he fills his school notebooks with numerous drawings. He is fascinated by the lightning storm that he puts on paper with countless dazzling lines in zigzag. “Quando eu tinha a idade em que se desenham pessoas, desenhei em cadernos inteiros, em quantidade infinita, todos os relâmpagos que eu podia ver. Ver ou não ver. De cima para baixo, sempre relâmpagos, relâmpagos, relâmpagos. É provável que isso ainda subsista em minha maneira de desenhar que frequentemente tem esse lado ziguezagueante, esse lado do traço que atravessa a página com velocidade. É possível que se deva aos relâmpagos, que tanto me impressionavam.” 1912-1914 A família se muda para Bâle (Bassel), Suíça. A astronomia e a fotografia encantam Hans. Ele constrói sozinho um telescópio no qual adapta uma máquina fotográfica. Em 1914, a família retorna a Leipzig por conta da Primeira Guerra Mundial. “When I was at the age when one makes snowmen, I drew on whole notebooks, in endless notebooks, all the lightning that I could see. To see or not to see. From top to bottom, always lightning, lightning, lightning. This probably still remains in my drawing style, which very often has this zigzagging thing, this thing of a line that zips through a page. This may be as the lightning had this overwhelming effect on me. “ 1912-14 His family moves to Basel. Hans is delighted with Astronomy and Photography. He builds himself a telescope to which he adapts a camera. In 1914, his family returns to Leipzig because of the war. Dresda, 1916 Dresden, 1916 160 Autorretrado, Paris, 1920 Self-portrait, Paris, 1920 1915-1921 O pai é transferido como médico-chefe ao hospital militar de Dresde, Alemanha. Hartung obtém seu baccalaureat em literatura no início de 1924. No museu de Dresde, ele descobre os azuis e os vermelhos esplêndidos do Destino dos Animais de Franz Marc, que o transtornam. Ele também admira as obras de Goethe, Ticiano e Rafael. 1915-21 His father is posted as head doctor at the military hospital in Dresden. Hartung receives his BA in literature in early 1924. He discovers at the Dresden Museum the magnificent blue and red in Franz Marc’s Fate of the Animals, which shake him. He also admires the works of Goethe, Titian and Raphael. 1922-1924 Em 1922, Hartung faz suas primeiras aquarelas abstratas, tintas entre figuras e manchas. No fim de 1923 e no início de 1924, uma importante série de desenhos feitos a carvão e a crayon vermelho. Essas obras, que atravessarão as guerras e que ele levará consigo a cada nova mudança, serão expostas regularmente a partir de 1945. Hartung inicia estudos em filosofia e história da arte na Universidade e na Akademie für graphische Künste und Kunstgewerbe de Leipzig. Ele descobre os textos de Johannes Müller e de Ernst Weber na psicologia, as teoria sobre a ordem de Spinoza e de Hans Driesch, os quadros de Emil Nolde , Holder, Kokoshka. A morte de sua mãe, em 23 de março de 1924, o leva a retornar a Dresde e marca uma ruptura em seu trabalho. 1922-24 In 1922, Hartung paints his first abstract watercolours, inks between figures and stains. In late 1923 and early 1924, he puts out an important series of drawings in charcoal and chalk. These works will make it through the war and will be taken with him on every trip, and they will be regularly on exhibit after 1945. He studies philosophy and art history at the University and the Akademie für graphische Künste und Kunstgewerbe in Leipzig. He discovers the writings of Johannes Müller and Ernst Weber on psychology, order theories by Spinoza and Hans Driesch, paintings by Emil Nolde, Hodler, Kokoschka. The death of his mother on 23rd March, 1924 prompts him to return to Dresden and represents a break in his work. 1925 No outono, ele se inscreve na Akademie der Kunste em Dresde. É lá, em fevereiro, que ele assiste a uma conferência de Kandinsky falando sobre abstração como um valor adquirido na história da arte. Hans é confrontado, atônito, com outras correntes da arte não figurativa. 1925 In autumn, he enrols at the Akademie der Künste in Dresden. In February, at the Academy, he attends a conference by Kandinsky on abstraction as a value acquired in the history of art. He is stunned as he comes face to face with other currents of non-figurative art. 1926 Durante a exposição internacional de Dresde, ele descobre o impressionismo, o cubismo e o fauvismo. 1926 He discovers impressionism, fauvism and cubism at the International Exhibition in Dresden. “Em 1926, eu vi pela primeira vez arte francesa em Dresde, em uma exposição internacional muito grande, e a parte francesa é que me interessava mais. Eu estava vendo, pela primeira vez, coisas de Rousseau, de Picasso, de Matisse, de Braque.” Hartung faz cópias de Goya, Frans Hals, Le Greco, Picasso e Matisse. Depois de vários passeios de bicicleta pela França e pela Itália no verão, em outubro ele realiza sua primeira viagem a Paris, onde passa a frequentar a Academie André Lhote até fevereiro de 1928. “In 1926, for the first time I saw the French art in Dresden in a very large international exhibition, and it is the French section that interested me the most. I saw for the first time pieces by Rousseau, Picasso, Rouault, Matisse, Braque.” He makes copies of Goya, Frans Hals, Le Greco, Picasso, and Matisse. After several bike tours throughout France and Italy during the summer, in October he goes on h is first trip to Paris, where he enrols at the Academie André Lhote until February 1928. 161 1927 Hartung reside temporariamente no sul da França, em Bacarès, e na praia de Leucat, próximo a Perpignan. 1927 He stays in southern France, in Barcarès and on the Leucate beach, near Perpignan. “ I lived by the sea, in a fisherman’s hut. I tirelessly drew it from all angles.” “Eu vivia à beira da praia, em uma cabana de pescadores. Eu a desenhava incansavelmente de todos os seus ângulos.” 1928 Durante o verão, Hartung estuda na Academia de Belas Artes de Munique. “ 1928 He studies during the summer at the Academy of Fine Arts in Munich. “ ...in 1928 by honing my technical knowledge and becoming a student of Professor Schinnerer at the Academy of Fine Arts in Munich” ... em 1928, aprofundando meus conhecimentos técnicos como aluno do professor Schinnerer na Academia de Belas Artes de Munique.” Ele realiza diversas viagens de estudo na Holanda e na Bélgica. He goes on several study trips in the Netherlands and Belgium. 1929-1930 Hartung conhece Anna-Eva Bergman em Paris: 1929-1930 He meets Anna-Eva Bergman in Paris: “... no dia 9 de maio de 1929, nos conhecemos na Academia Escandinava, na casa Mapon, em Montparnasse, onde havia um salão de baile. Uns amigos nos haviam levado porque ambos sabíamos falar alemão. Eu havia acabado de chegar de Viena. Depois disso, praticamente, não nos separamos.” Em setembro de 1929, após nosso encontro em Paris e uma estadia em Leucate, França, no verão, Anna-Eva Bergman e Hans Hartung se casam em Dresde, onde vivem até outubro de 1930. O casal passa o inverno de 1930-1931 em Colle sur Loup, próximo de Saint-Paul-de-Vence (França). 1931 De volta a Dresde, Hartung trabalha intensamente. Em novembro, ele expõe pela primeira vez na Galeria Heinrich Kühl: Hans Hartung, Gemälde, Aquarelle und Zeichnungen. “ ...On 9th May, 1929, we met at the Scandinavian [Academy], the Mapon home in Montparnasse where there is a dance. Some friends took us because we both speak German. I had just arrived from Vienna. After that we were together virtually everywhere.” In September 1929, after they met in Paris and stayed in Leucate in the summer, Anna-Eva Bergman and Hans Hartung got married in Dresden, where they stay until October 1930. The couple spends the winter 1930-1931 at Colle sur Loup, near St Paul de Vence. 1931 Back in Dresden, Hartung works hard. In November, he exhibits for the first time at the Heinrich Kühl Gallery: Hans Hartung, Gemälde, Aquarelle und Zeichnungen. “Eu tive até a surpresa de vender uma pequena tela abstrata a um colecionador famoso, Fritz Bienert. E, ainda mais importante para mim, conheci Will Grohman, o historiador de arte mais importante da Alemanha e conhecido no mundo inteiro.” “ ...I was surprised to even sell a small abstract painting to famous collector – Fritz Bienert. Even more important to me was to make the acquaintance of Will Grohmann, the most important art historian in Germany, who is well known around the world. “ Galeria Heinrich Kühl: Hans Hartung, Gemälde, Aquarelle und Zeichnungen. Hans Hartung e Anna-Eva Bergman, 1932. Heinrich Kühl Gallery: Hans Hartung, Gemälde, Aquarelle und Zeichnungen. Hans Hartung and Anna-Eva Bergman, 1932. 162 1932 Em fevereiro, Hartung participa de uma exposição do grupo Junger Kunstler na Galeria Flechtheim, em Berlim. Em abril, parte para a Noruega, onde expõe com Anna-Eva Bergman na galeria Blomqvist, em Oslo. Anna-Eva: “Nós dois expusemos lá, até porque meu professor na Academia é que havia organizado essa exposição. [...] Hartung recebeu excelentes críticas entre os intelectuais. Mas a venda não foi tão boa. Membros da nossa família é que compraram alguma coisa [...], mas também um grande colecionador da Noruega [...], que adquiriu um grande quadro de Hans. [...] Após essa exposição de Oslo, nós alugamos uma pequena casa de pescador numa ilha da Noruega do sul, que se chama Homboröen, e lá permanecemos por diversos meses: trabalhamos, pescamos, vivemos uma vida totalmente inocente e maravilhosa. No dia do seu aniversário, chega uma mensagem do dono da mercearia, que vivia em frente a nós num pequeno vilarejo, informando-nos que havíamos recebido um telegrama; pensamos que fosse um telegrama de parabéns pelo aniversário [...] O telegrama dizia: O senhor Hartung morreu.” Em setembro, a morte de seu pai, cuja correspondência significativa testemunha o afeto que sentia pelo casal, provoca uma crise profunda no artista. O casal, então em Homboröen, retorna a Dresde e, no final de outubro, parte para Paris para viver na casa de Bao Bergman, mãe de Anna-Eva. Hartung confia-lhe obras que serão colocadas em depósito na Galeria Jeanne Bucher, em Paris, em janeiro de 1933. “Seu desaparecimento marcou o fim de nossa vida despreocupada. Os anos negros começavam. [...] Até então, eu havia vivido como uma criança, sem me preocupar com o dia de amanhã, contando com a ajuda de meu pai, como se garantida para sempre.” 1933 No final de 1932, eles se instalam na Espanha, nas ilhas Baleares, na costa norte de Minorca e próximo à vila de pescadores de Fornells, numa casa que construíram segundo um projeto monástico feito por eles. “Vivíamos de maneira frugal, mas a alegria irradiava novamente... Eu retomava o gosto pela pintura.” Casa e atelier, Minorca, 1932. House and studio, Menorca, 1932. 1932 In February, he participates in a group exhibition Junger Kunstler at the Flechtheim Gallery, Berlin. In April, he sets off to Norway, where he exhibits with Anna-Eva Bergman at Blomqvist in Oslo. AEB: “ We both have exhibited there, also because it was my instructor at the academy who organized this exhibition. [...] He had very positive reviews among the intellectual community. But sales were not particularly good. It was people in our family who bought some pieces [...], but also a major collector in Norway [...] also bought a large painting by Hans. [...] After the Oslo exhibition, we rented a fisherman’s cottage on an island in southern Norway called Homboröen, and we stayed there for several months – we worked, we fished, we lived quite an innocent and wonderful life, and the day of his birthday, a message arrives from the grocer who lives across the street in a small village, that there was a telegram for us, and we thought it was surely a telegram of congratulations on the birthday [...] There is a telegram that reads: Mr. Hartung is dead.” In September, the sudden death of his father, for which the momentous correspondence demonstrates how dear the couple was, triggers a deep crisis in the artist. The couple returns from Homboröen to Dresden, then goes to Paris in late October to live with Bao Bergman, Anna-Eva’s mother. Hartung then leaves works that will be placed under the custody of the Jeanne Bucher Gallery in Paris in January 1933. “His death means the end of our carelessness. The dark years begin. [...] Until then I had lived as a child without worrying about the future, relying on the help of my father, which I always took for granted.” 1933 In late 1932, they settle in the Balearic Islands, on the north coast of Menorca, near the fishing village of Fornells, in a house monastically arranged they built according to their own plans. “We lived in poverty but happiness shone again. ... I regained my passion for painting.” 163 Hartung abandona o cálculo com base na Proporção Áurea (1,618) que ele havia tentado aplicar até então em seus quadros e produz novamente com força como no início, em 1922 –, uma pintura guiada pelo instinto. “Eu estava farto. Um belo dia, mandei tudo ao inferno e me voltei aos meus antigos desenhos. Eu retornava às minhas manchas de 1922-1924 [...] E eu reencontrava a liberdade de pintar e de desenhar de uma maneira nova, mas com a mesma liberdade de outrora. Foi um grande momento.” “Em fins de 1933 [...], eu entendi que o caminho que eu havia tomado há uns 10 ou 11 anos antes era o verdadeiro para mim. Olhei, enfim, para meus antigos desenhos do tempo da escola. Larguei tudo e recomecei por eles.” 1934 A situação piora. O casal, suspeito de espionagem, é forçado a sair de Minorca e ir para Paris e, em seguida, Estocolmo. Anna-Eva: “Constantemente, estávamos cercados de guardas civis [...] e, finalmente, o cônsul alemão nos aconselhou a partir da ilha, pois a Guerra Civil despontava no horizonte. Nesse exato momento, chega a terrível notícia de que nossa conta bancária na Alemanha estava bloqueada... Não tínhamos mais um tostão e nossa única esperança eram as futuras exposições que estavam previstas na Noruega e na Suécia.” “Os quadros estavam todos embalados em caixas e deveriam seguir. Fomos primeiramente a Paris, onde estava minha mãe – e nós ainda estávamos sem um tostão, tendo o suficiente para chegar lá. Após uma estadia em Paris, partimos para a Noruega, mas os quadros não chegavam para nossa exposição. Eles haviam sido confiscados pela alfândega em Barcelona, que pedia três fotos de cada quadro e desenho, além das medidas exatas de cada item. Como nada funcionou, fomos depois disso à Suécia, com a esperança de que a família nos pudesse ajudar de uma maneira ou de outra [...] Então, finalmente, alugamos um ateliê na condição de fornecer referências das nossas famílias. Permanecemos alguns meses em Estocolmo, ainda sem os quadros que ficaram na Espanha.” 1935 A exposição prevista para Oslo é cancelada. O casal se instala em Berlim na esperança de estabilizar sua situação material. Seguindo o conselho de Will Grohmann e depois de uma carta de Christian Zervos (que visitou o ateliê em Berlim) pedindo que ele viesse a Paris, Hartung deixa a Alemanha em outubro de 1935. Anna-Eva parte para Oslo. O primeiro ateliê parisiense de Hartung ficava situado no número 19 da rua Daguerre, próximo ao de Henri Goetz. Ele vive de forma muito simples. “Eu sentava todo dia na mesma mesa do Café Le Dome, sem falar com ninguém, e pedia um café-creme, o que me dava direito a papel e tinta. Fiz muitos desenhos no Dome até que um dia um garçom me disse: ‘É para escrever ou para rabiscar?’ Eu teria que esperar algum tempo até retornar ao Dome e, se possível, encontrar outro garçom.” Hartung abandons calculation based on the golden ratio (1.618), which he had attempted to apply until then as per the tables, and produced again with force, as in his early days in 1922, a painting style guided by instinct. “I’d had enough. One day, I sent everything to hell and left my old drawings. I returned to my tasks of 1922-1924 [...] And I found the freedom to paint and draw in a completely different way and with the freedom I used to have. This was a great moment.” “In late 1933 [...], I realised that the path I had taken ten or eleven years before was the right one for me. Finally I looked at my old drawings dating back to school time. I dropped everything and I started over according to them.” 1934 The situation worsens – the couple is suspected of espionage and is forced to leave Menorca to go to Paris and then to Stockholm. AEB: “We were constantly, all the time surrounded by Civil Guards [...] and, finally, the German Consul advised us to leave the island because the civil war began to loom on the horizon. Exactly at the same time, we received the terrible news that our German bank account had been blocked... We did not have a penny, and our only hope was future exhibits that were scheduled in Norway and Sweden.” “The paintings were all packed up and had to be shipped. We went first to Paris, where there was my mother and we were always penniless, just as we arrived. After a while in Paris, however, we set off to Norway for our exhibition, but the paintings did not come. They were seized by customs in Barcelona, which required three photos of each painting and drawing, in addition to the exact measurements of each item. And since nothing worked, after that we went to Sweden hoping that our family could help us in one way or another. [...] So we finally rented a studio under the condition of providing references of our families. And we stayed for a few months in Stockholm, still without our paintings from Spain.” 1935 The exhibition planned for Oslo is cancelled, the couple moves to Berlin in the hope of fixing their financial situation. Following the advice of Will Grohmann and after a letter by Christian Zervos (who visited his studio in Berlin) asking him to come to Paris, Hartung leaves Germany in October 1935, Anna-Eva leaves Oslo. His first studio in Paris is located at 19 rue Daguerre, near that of Henri Goetz. He leads a very simple life. “I’d sit every day at the same table, at the [café du] Dôme, without talking to anyone, and I ordered a coffee cream. By ordering a coffee cream, we were also entitled to paper and a pen. I did a lot of drawings at the Dôme, until a day when the server said: “Is that for writing or for scribbling?” I had to wait some time before returning to the Dôme and finding another server, if this was at all possible.” 164 Ateliê na rua François Mouthon, Paris, 1936. Studio at 8 rue François Mouthon, Paris, 1936. Hartung expõe pela primeira vez no Salon des Surindépendants, em Paris. Faz amizade com Henri Goetz e Christine Boumeister, seus vizinhos de ateliê, e com Jean Hélion, por meio de quem conhece Kandinsky, Mondrian, Magnelli, Domela, Miró e Calder. He exhibits for the first time at the Salon des Surindépendants. He becomes friends with Henri Goetz and Christine Boumeister, his studio neighbours, with Jean Hélion, and through him he meets Kandinsky, Mondrian, 1936 O ano é marcado por abundante correspondência com Anna-Eva, que sofria, convalescendo no sul da França. Em outubro, Hartung se instala em um novo ateliê na rua François Mouthon nº 8. Em maio, a Galerie Pierre, em Paris, organiza a exposição Obras recentes de Arp, Ferren, Giacometti, Hartung, Hélion, Kandinsky, Nelson, Paalen, Tauber-Arp. Duas das obras de Hartung são reproduzidas no Axis, uma revista inglesa: a T 1936-2 no número 6 (verão) e um grafite no número 7 (outono). Em novembro, ele participa de uma exposição coletiva, na London Gallery, em Londres, e do Salon des Surindépendants, em Paris. 1936 That year is marked by an extensive exchange of correspondence with Anna-Eva, who was ill and convalescing in southern France. In October, he moves into a new studio at 8 rue François Mouthon. In May, he exhibits at the Galerie Pierre in Paris with Arp, Ferren, Giacometti, Hélion, Kandinsky, Nelson, Paalen, and Sophie Taeuber. Two of his works are reproduced in Axis, an English magazine, T 1936-2 in Issue 6 (summer) and a lead pencil in Issue 7 (Autumn). In November, he participates in a group exhibition, at the London Gallery and in the Salon des Surindépendants. 1937 Ao longo desses anos, acentua-se o método tentado em Minorca: o da transformação detalhada de desenhos produzidos espontaneamente em quadros a óleo e sobre tela. Esse sistema será utilizado de várias maneiras até 1956. No final de julho, ele participa do evento “Origines et développement de l’art international indépendant”, organizado por Christian Zervos no Musée du Jeu de Paume, em Paris, ao lado de Magnelli, Baumeister, Arp, Hélion, Kandinsky, Miró, Delaunay, entre outros. É nessa ocasião que ele conhece Julio Gonzalez e descobre suas esculturas. Uma de suas telas é reproduzida na Transition, uma revista americana, que traz também obras de Magnelli, Miró e Albers. 1937 Over those years, the approach he tested in Menorca becomes well established, i.e., the detailed processing of drawings spontaneously produced on oil paintings and on canvas. This system will be used in various ways until 1956. In late July, he participates in the event “Origins and Development of International Independent Art”, organized by Christian Zervos at Musée du Jeu de Paume in Paris with Magnelli, Baumeister, Arp, Hélion, Kandinsky, Miro, Delaunay and others. It is on this occasion that he meets Julio González and discovers his sculptures. One of his paintings is reproduced in Transition, an American magazine, alongside works by Magnelli, Miro and Albers. 1938 Hartung separa-se de Anna-Eva Bergman, que vai para a Itália se tratar. Algum tempo depois, o divórcio é realizado a pedido dela. A embaixada da Alemanha retira o passaporte de Hartung, e toda a sua existência torna-se cada vez mais difícil. 1938 He separates from Anna-Eva, who goes to Italy for treatment. Some time later, the divorce is granted at the request of Anna-Eva Bergman. The German Embassy withdraws his passport; his whole life becomes more and more difficult. Magnelli, Domela, Miro, and Calder. 165 Ateliê de Julio Gonzáles, 1938. Studio of Julio González, 1938. “Eu me sentia perseguido, sim, até na França. Todos desconfiavam de mim, e eu desconfiava de todos.” Ele encontra refúgio por um ano no apartamento de Henri Goetz e trabalha no ateliê de Julio González, com quem firma estreita amizade. Tem início uma relação amorosa com Roberta González, a filha do escultor. Ele mesmo cria uma escultura (uma outra permanecerá incompleta), que será exposta no Salon des Surindépendants. “I felt persecuted, yes, even in France. Everyone was suspicious of me, and I was suspicious of everyone.” He finds shelter for a year in the apartment of Henri Goetz and works in the studio of Julio González, with whom he develops a close friendship. A love affair starts with Roberta Gonzalez, the sculptor’s daughter. He creates himself a sculpture (another sculpture will remain unfinished), which is exhibited at the Salon des Surindépendants. 166 Em julho, Hartung participa da Exposição de arte germânica do século XX, na New Burlington Gallery, em Londres; em novembro, também em Londres, da Exposição de colagens: papéis colados e fotomontagens no Guggenheim Jeune. Uma de suas obras é reproduzida no Cahiers d’art, nº 1-2. In July, he participates in Exhibition of twentieth century german art, at the New Burlington Gallery in London, and in November in Exhibition of collages papiers-collés and photo-montages at the Guggenheim Jeune. One of his works is reproduced in n°1-2 of Cahiers d’art. 1939 Em abril, a Galerie Henriette apresenta Roberta Gonzalez e Hans Hartung – Desenhos e pastéis. Em maio, ele expõe na Abstract concrete art no Guggenheim Jeune de Londres e, em Paris, no Salon des Réalités Nouvelles, na Galerie Charpentier (o desenho apresentado não é mencionado no catálogo, pois Hartung só foi aceito no último momento, graças à grande insistência de Jean Hélion). Em 22 de julho, casa-se com Roberta González. Em setembro, a guerra é declarada. Hartung fica inicialmente retido por dez dias no estádio Colombes e, em seguida, quatro semanas no campo de Meslay, em Maine (França). Em 26 de dezembro, Hartung alista-se na Legião Estrangeira, sob o pseudônimo de Jean Gaulthier, e é enviado à África do Norte para receber formação militar. Sabemos agora que, na Legião, Hartung realiza pinturas inspiradas em figuras de Picasso e Gonzalez. A Sculpture, de 1938, é reproduzida na Partisan Review, em Nova York. 1939 In April, the Henrietta Gallery introduces Roberta Gonzalez and Hans Hartung – Drawings and pastels in Paris. In May, he exhibits at Abstract concrete art at Guggenheim Jeune in London, and at Salon des Réalités Nouvelles at the Galerie Charpentier in Paris (a drawing is presented without reference to the catalogue, as it was not accepted until the last minute thanks to the insistence of Jean Hélion). On 22nd July, he marries Roberta González. In September, the war is declared. He is first held for ten days at the Colombes stadium, then four weeks at Meslay camp in Maine. On 26th December, he signs up with the Foreign Legion under the pseudonym of Jean Gauthier and is sent to North Africa to receive military training. It is now known that, at the Legion, Hartung made paintings inspired in the figures of Picasso and Gonzalez. The Sculpture (1938) appears in Partisan Review in New York. 1940-41 Em 7 de outubro, é assinado o armistício, que estabeleceu as condições oficiais da ocupação alemã da França. O país ficou dividido em duas grandes zonas, a zona ocupada, sob controle alemão, e a chamada zona livre, sob a autoridade da França de Vichy. Desmobilizado, Hartung retorna à França e vive na zona livre com a família Gonzalez, refugiado em Lot. Ele trabalha como operário agrícola e só se dedica ocasionalmente à sua arte. Em 1940, a tela T 1938-2 é exposta e reproduzida no Museum of Living Art, em Nova York, na coleção Albert Eugene Gallatin (que havia visitado o ateliê de Hartung em 1938). Em 1941, um desenho é reproduzido na Partisan Review. 1940-41 The armistice is signed on 7th October, defining the oficial conditions for the occupation of Germany in France. The country was divided in the occupied area, under German control, and the so called free area, under the french autority of Vichy. Discharged from army service, Hartung returns to the free area in France, and lives with the González family, taking refuge in the Lot. He works as a farm worker with the local chatelaine and only occasionally practices his art. In 1940, the painting T 1938-2 is exhibited and reproduced at the Museum of Living Art in New York, in the Albert Eugene Gallatin art collection (he visits Hartung’s studio in 1938). In 1941, a drawing is reproduced in Partisan Review. Ateliê de Julio Gonzáles, 1939. Hartung, Legião Estrangeira, 1940. Studio of Julio González, 1939. Hartung, Foreign Legion, 1940, 167 Ateliê de Julio Gonzáles, Arcueil, 1939. Studio of Julio González, Arcueil, 1939. 1942-44 Em março de 1942, Julio González falece. Em maio de 1943, na esteira da ocupação do sul da França, Hartung foge para a Espanha onde é pego pela Guarda Civil e preso nas celas de Figueras, Gerone, Barcelona e no campo de Mirando de Ebro. Após sete meses cativo, é transferido ao Marrocos e se alista no exército regular francês, mas é reenviado a força à Legião Estrangeira por conta de sua nacionalidade alemã. Ele alista-se novamente em dezembro de 1943, sob o nome de Pierre Berton. Isolado de tudo, Hartung não tem mais contato com a atualidade artística. Em uma carta dirigida ao colecionador Gallatin, em dezembro de 1943, pergunta sobre as exposições recentes na América, o que há de interessante e se há muitos pintores europeus. No dia 20 de novembro de 1944, durante um ataque a Belfort (França), trabalhando como maqueiro, ele é gravemente ferido e sua a perna direita tem que ser amputada. 1942-44 In March 1942, Julio González dies. In May 1943, following the occupation of the south of France, Hartung flees to Spain where he is arrested by the Civil Guard and imprisoned in the jails of Figueras, Gerona, Barcelona and Mirando de Ebro camp. After seven months in prison, he is transferred to Morocco and joins the French army, but he is forcibly returned to the Foreign Legion because of his German nationality. He signs a new commitment in December 1943 under the name of Pierre Berton. Isolated from everything, Hartung is no longer in contact with the current art world. In a letter to the collector Gallatin in December 1943, he inquires about recent exhibitions in America and asks about what is interesting and if there are many European painters… On 20th November, 1944, during an attack against Belfort, as porter, he is seriously injured and has his right leg amputated. 1945 Durante o verão, Hartung retorna a Arcueil (Ille de France, arredores de Paris), onde reside Julio Gonzales. Hartung descobre que grande parte de suas telas e de seus primeiros trabalhos (até 1932), que haviam permanecido em Leipzig com sua irmã, havia sido destruída por um bombardeio. Felizmente, algumas peças foram protegidas pelo galerista Pierre Loeb, Hans Landgraf e Eva Knabe. Ele retoma corajosamente o trabalho, depois de perder seis anos de pintura. Alguns “grandes nomes” da pintura desapareceram: Klee, em 1949; Delaunay, em 1941; Kandinsky e Mondrian, em 1944. Hartung “recomeça como antes”: 1945 During the summer, Hartung returns to Arcueil (Ille de France, on the outskirts of Paris). He learns that most of his early paintings (until 1932), which stayed in Leipzig with his sister, were destroyed in a bombing. Fortunately, some pieces were protected with gallery owner Pierre Loeb and Hans Landgraf and Eva Knabe. He bravely returns to work after six years of lost paintings. “Big names” of painting pass away: Klee in 1940, Delaunay in 1941, Kandinsky and Mondrian in 1944. Hartung “restarts like before”. “Meus desenhos estavam atravessados por traços entortados, estranhos, enlameados, desesperados como arranhões [...] Era uma pintura veemente, revoltada. Como eu mesmo. Eu tinha a sensação de haver sido enganado. Fora alguns franceses que haviam sido mobilizados, os pintores todos haviam passado a Guerra refugiados em algum lugar. Eles não haviam parado de trabalhar, de progredir.” Ele participa do Salon des Surindépendants, em outubro, com Goetz, Deyrolle, Ubac, Bryen... Seu trabalho, sob o nome de Jean Hartung, é evocado no Jornal das Artes de Zurique. “My drawings were crossed by twisted, strange, mired, desperate lines like scratches [...] It was a vehement, rebellious painting style. Like myself. I had the feeling of having been cheated. Apart from a few French who had been mobilised, the other painters had all spent the war as refugees somewhere. They had not stopped working, moving on.” He participates in the Salon des Surindépendants in October with Goetz, Deyrolle, Ubac, Bryen… His work under the name of John Hartung is mentioned in the Journal of the Arts in Zurich. 168 1946 Hartung está em várias exposições de grupo. Por duas vezes, em Paris, na sala do Centro de Pesquisas da rua Cujas (dirigida por Cesar Domela), em fevereiro e maio, mês em que também expõe na Galeria Denise René (Pinturas abstratas). Em julho, suas telas são exibidas ao lado das de Kandinsky, Magnelli, Delaunay e também Mondrian no Salon des Réalités Nouvelles. Sua primeira exposição individual do pós-guerra ocorre na Galeria Gasser, em Zurique, sob o título de Jean Hartung – uma combinação do seu primeiro nome de guerra (Jean Gauthier) com seu nome de família. São expostas sete telas, revelando um estilo raro em Hartung, pois é essencialmente geométrico. No dia 9 de novembro, Hartung obtém a nacionalidade francesa. Will Grohmann evoca o trabalho realizado em 1938 por Hartung nos Cahiers d’art (duas telas são reproduzidas). A partir de 1946, os críticos de arte Charles Estienne e Léon Degand defendem a abstração espontânea das obras de Hartung. 1946 In February, he participates in several group exhibitions: twice at the research centre showroom, rue Cujas (run by Domela) in Paris, in February and May, where he also exhibits at the Galerie Denise René (Abstract paintings). In July, his paintings are showcased alongside those of Kandinksy, Magnelli, Delaunay or Mondrian at the Salon des Réalités Nouvelles. His first solo exhibition after the war is held at the Gasser gallery in Zurich, under the title Jean Hartung, taking back his war name (Jean Gauthier) associated with his family name as a civilian. Seven paintings are exhibited, revealing a rare style by Hartung, because of its essentially geometric features. On 9th November, Hartung obtains French nationality. Will Grohmann mentions the work done by Hartung in Cahiers d’art in 1938 (two paintings are reproduced). In 1946, art critics Charles Estienne and Léon Degand advocate for the spontaneous abstraction works of Hartung. 1947 Em fevereiro, a galeria Lydia Conti, em Paris, apresenta a exposição Hans Hartung, expondo sete pinturas de 1935 a 1947. O catálogo conta com prefácio de Madeleine Rousseau, diretora da revista Musée Vivant. Em julho, Hartung participa do Salon des Réalités Nouvelles com Mathieu, Wols, Bryen, Schneider e Poliakoff. Por meio de Madeleine Rousseau, o cineasta Alain Resnais realiza um curta sobre Hartung em seu ateliê. O filme será apresentado na Alemanha, em 1948, e na Livraria-Galeria La Hune, em 1950, durante o lançamento da primeira monografia sobre sua obra. 1947 In February, Galerie Lydia Conti in Paris opens its doors to the exhibition Hans Hartung, which showcases seven paintings from 1935 to 1947. The catalogue is prefaced by Madeleine Rousseau, who runs the magazine of the Musée Vivant. In July, he participates in Salon des Réalités Nouvelles with Mathieu, Wols, Bryen, Schneider, and Poliakoff. Through Madeleine Rousseau, filmmaker Alain Resnais shoots a short film about Hartung in his studio. The film is shown in Germany in 1948, and at the Librairie-Galerie La Hune in 1950 on the occasion of the release of the first monograph on his work. 1948 Em fevereiro, a galeria Lydia Conti apresenta Hans Hartung, Desenhos 1922 – 1948. Em seguida, Hartung participa, em Paris, da Prise de Terre, na galeria René Breteau, e da HWPSMTB, na Colette Allendy. Em julho, do Salon des Réalités Nouvelles e, em seguida, da Bienal de Veneza com Hélion, Calder, Brancusi e Giacometti. No final de 1948, retorna à Alemanha pela primeira vez desde a guerra, hospedando-se com o esteta e colecionador Ottomar Domnick em Stuttgart. Ali, realiza diversas telas. 1948 In February, Galerie Lydia Conti presents Hans Hartung, Drawings 1922 – 1948. Hartung then participates in Taking Earth in Paris, at Galerie René Breteau, and HWPSMTB at Colette Allendy. In July, he participates in Salon des Réalités Nouvelles then in Venice Biennale with Hélion, Calder, Brancusi, and Giacometti. In 1948, he returns to Germany for the first time since the war started, where he stays with the aesthete and collector Ottomar Domnick in Stuttgart. There, he makes several paintings. Curta sobre Hartung, por Alain Resnais, 1947. Ateliê de Julio Gonzáles, Arcueil, 1948. Short film about Hartung, by Alain Resnais, 1947. Studio of Julio González, Arcueil, 1948. 169 1949 As exposições se multiplicam na França e internacionalmente. Em Paris, nas galerias Denise Renée, Colette Allendy e Lydia Conti (com Soulages e Schneider) e no Salão de Maio, e do Réalités Nouvelles; em Londres, na Hanover Gallery (Peter Foldes and Hans Hartung) e, em Munique, na Galeria Otto Stangl. Ele está também entre os artistas da exposição intinerante Wanderausstellung franzöisischer abstrakter Malerei, organizada por Ottomar Domnick. A exposição passa por várias cidades da Alemanha, entre elas Stuttgart, Munique, Düsseldorf, Hanover, e Frankfurt. Do outro lado do Atlântico, Hartung aparece em duas exposições coletivas: em Nova York, na galeria Betty Parsons (Painted in 1949), e no Museu de Arte Moderna de São Paulo, organizada pelo crítico de arte Léon Degand: Do figurativismo ao abstracionismo. Uma peça de Hartung, datada de 1947, aparece ao lado de obras de Magnelli, Soulages, Calder, González, Kandinsky, Doméla, Arp e Poliakoff. É também publicada a primeira monografia consagrada a Hartung com textos de Madeleine Rousseau e Ottomar Domnick e prefácio de James Johnson Sweeney, diretor do departamento de pintura do MOMA desde 1935, um conhecedor da obra de Hartung desde 1938, quando visitou seu ateliê. 1950-1951 Em abril de 1950, Hartung participa da primeira exposição Advancing French Art na galeria Louis Carré, em Nova York. Em Paris, o filme de Resnais é exibido na galeria La Hune, onde o público, segundo Léon Degand na revista Combat, demonstra aprovação e admiração unânimes. Em março de 1951, ele participa da Veemências confrontadas, organizada por Tapié na galeria Nina Dausset, em Paris, junto a obras de Wols, Pollock, de Kooning e Nathieu. Em abril, a galeria Louis Carré, em Paris, exibe seu trabalho e os de Schneider e Lanskoy; uma exposição é a ele dedicada na Galeria de Arte Moderna de Basel (Hans Hartung); e, em agosto, em Colônia, na galeria Der Spiegel: Hans Hartung Pastelle und Zeichnungen. Hartung recebe a condecoração de Chevalier de la Légion d’Honneur. 1952 Em fevereiro, a Kunsthalle de Basel (Suíça) apresenta Hans Hartung – Walter Bodmer. Em junho, ele expõe pela segunda vez na Bienal de Veneza e, em outubro, na Galeria Rudolf Probst (Hans Hartung) em Mannheim (Alemanha). Pela primeira vez desde sua separação em 1937, Hans Hartung reencontra Anna-Eva Bergmann, de retorno à França. A relação entre os dois é retomada. Ambos se separam de seus respectivos cônjuges. 1953 Em janeiro, a Lefevre Gallery apresenta Pinturas por Hans Hartung (Londres) e, em dezembro, ele participa da Os mais jovens pintores europeus no Solomon R. Guggenheim Museum de Nova York. Hartung se instala com Anna-Eva Bergamn em um ateliê no número 7 da rua Cels em Paris. 1954 Em abril, uma retrospectiva é consagrada a Hartung no Palais des Beaux-Arts de Bruxelas. Ele participa da 27ª Bienal de Veneza e é convidado, em novembro, a apresentar gravuras no Museu de Arte Moderna de São Paulo na exposição Artistas de vanguarda da escola de Paris, junto com Magnelli, Bloc, Arp e Vasarely. Seu trabalho continua sendo exibido em vários lugares de Paris (Petit Palais, galerias La Hune, Craven, Allendy, Charpentier, Ariel). 1949 Exhibitions abound in France and abroad: in Paris, with Denise Renée, Colette Allendy and Lydia Conti (with Soulages and Schneider), the Salon de Mai, and that of New Realities in London at the Hanover Gallery (Peter Foldes and Hans Hartung) and Munich at the Otto Stangl gallery. He is also among the artists in the travelling exhibition Wanderausstellung französischer abstrakter Malerei, organized by Ottomar Domnick. The exhibition travels to several cities in Germany, including Stuttgart, Munich, Düsseldorf, Hanover, and Frankfurt. On the other side of the Atlantic, Hartung takes part in two group exhibitions – one in New York, at the Betty Parsons Gallery (Painted in 1949), and the other at the Museum of Modern Art of Sao Paulo, organized by art critic Léon Degand: From figurativism to abastractionism. A piece by Hartung from 1947 is displayed alongside works by Magnelli, Soulages, Calder, Gonzalez, Kandinsky, Doméla, Arp, and Poliakoff. Also, the first monograph on Hartung with texts by Madeleine Rousseau and Ottomar Domnick and a foreword by James Johnson Sweeney is published. The latter was the director of the department of painting of MOMA since 1935, and knew well the work of Hartung since 1938, when he visited his studio. 1950-1951 In April 1950, Hartung participates in the first exhibition Advancing French Art at the Louis Carré gallery in New York. In Paris, Resnais’s film is broadcast at the La Hune gallery, where the public according to Léon Degand in Combat shows unanimously “admiring approval”. In March 1951, he participates in Véhémences confrontées, organized by Tapié at Galerie Nina Dausset in Paris, with Wols, Pollock, de Kooning, and Mathieu. In April, the Galerie Louis Carré in Paris shows his work with Schneider and Lanskoy, an exhibition is dedicated to him at the Basel Gallery of Modern Art (Hans Hartung) and in August at Der Spiegel gallery in Cologne: Hans Hartung Pastelle und Zeichnungen. Hartung received the decoration of Knight of the Legion of Honour. 1952 In February, the Kunsthalle in Basel presents Hans Hartung – Walter Bodmer. In June, he exhibits for the second time at the Venice Biennale, and in October at the Rudolf Probst Gallery (Hans Hartung) in Mannheim. For the first time since their separation in 1937, Hartung meets Anna-Eva Bergman, who returned to France. Their relationship is resumed. And both break up with their respective spouses. 1953 In January, The Lefevre Gallery presents Paintings by Hans Hartung, in London, and in December he participates in Younger European Painters, at the Solomon R. Guggenheim Museum in New York. Hartung moves with Anna-Eva Bergman to a studio at 7, rue Cels in Paris. 1954 In April, a retrospective exhibition is dedicated to him at the Palais des Beaux-Arts in Brussels. He participates in the 27th Venice Biennale and in November is invited to exhibit engravings at the Museum of Modern Art of São Paulo Artists at the forefront of Paris with Magnelli, Bloc, Arp, and Vasarely. Many places in Paris continue to showcase his work (Petit Palais, the La Hune, Craven, Allendy, Charpentier, Ariel galleries). 170 Hartung Desenhos 1921-1938, galeria Craven, Paris, 1956. Hans Hartung – Pinturas Recentes, Galerie de France, Paris, 1956. Hartung’s Drawings 1921-1938, Galerie Craven, Paris, 1956. Hans Hartung – Recent Paintings, Galerie de France, Paris, 1956. 1955 Em julho, ele participa da primeira Documenta em Kassel, Alemanha. É também convidado para a exposição internacional de Pittsburgh, no Museu de Arte de San Francisco (Arte no século XX); para a terceira exposição internacional de Tóquio, assim como para a terceira Bienal de Arte Moderna de São Paulo, que também reuniu obras de Zao Wou Ki, Matta, Brauner, Tobey, Burri... 1956 Em novembro, a Galerie de France, em Paris, organiza a Hans Hartung – Pinturas recentes. Sob a direção de Myriam Prévot e Gildo Caputo, essa galeria representará Hartung até 1980. Em novembro, realiza-se a Hartung Desenhos 1921-1938, na galeria Craven, em Paris. Hartung é nomeado membro extraordinário da Akademie des Künste, de Berlim. 1957 Ele inicia uma série de pastéis que vão até 1961. Hans Hartung e Anna-Eva Bergman casam-se novamente. No começo de janeiro, uma importante retrospectiva itinerante é organizada na Alemanha (85 quadros de 1932 a 1956, desenhos e aquarelas de 1921 a 1954, gravuras e litografias). A retrospectiva é exibida na Kestner-Geselschaft, em Hanover; em seguida, na Württembergische Staatsgalerie, em Stuttgart; Haus am Waldsee, em Berlim; Kunsthalle, em Hamburgo; Germanisches Nationalmuseum, em Nuremberg; Kölnischer Kunstverein, em Colônia. Em março, a Kleeman Gallery expõe Hartung, em Nova York. Seu trabalho aparece também na Art Abstrait, a primeira geração no Musée d’Art et d’Industrie de St. Etienne (França). 1958 Em Paris, Hans Hartung e Anna-Eva Bergman instalam-se em uma casa cúbica construída em 1929 pelo arquiteto Zelinski, próxima ao parque Montsouris, na rua Gauget nº5. Com base em projeto elaborado por eles, acrescenta um andar à casa, para que ambos tenham seu próprio ateliê. As exposições individuais de 1958 apresentam essencialmente obras sobre papel: em abril, na Moderne Galerie Otto Stangl de Munique; em maio, Il Segno, Hans Hartung – Pastéis e gravuras, em Roma; em junho, na Galleria Blu (Hans Hartung) de Milão; em novembro, na Galerie de France. 1955 In July, he participates in the first Documenta in Kassel. He is also invited to the International Exhibition in Pittsburgh, to the San Francisco Art Museum (Art in the Twentieth Century), to the third international exhibition in Tokyo, and the third Modern Art Biennale in Sao Paulo, with Zao Wou Ki, Matta, Brauner, Tobey, Burri, etc. 1956 In November, the exhibition Hans Hartung – Recent paintings at Galerie de France in Paris. The Galerie de France, under the direction of Myriam Prévot and Gildo Caputo, will represent Hartung until 1980. In November, the exhibition Hartung’s drawings 1921-1938 is held at Galerie Craven, in Paris. Hartung is appointed an Extraordinary Member of the Akademie des Künste in Berlin. 1957 He begins a series of pastels on which he will work until 1961. Hans Hartung and Anna-Eva Bergman marry again. A major travelling retrospective exhibition is organized in Germany (85 paintings from 1932 to 1956; drawings and watercolours from 1921 to 1954; engravings and lithographs) beginning in January at the Kestner-Gesellschaft, Hanover, then Württembergische Staatsgalerie, Stuttgart – Haus am Waldsee, Berlin – Kunsthalle Hamburg – Germanisches Nationalmuseum, Nuremberg – Kölnischer Kunstverein, Cologne. In March, the Kleeman Gallery exhibits Hartung in New York. His work is also included in Abstract art, the first generation at the St-Etienne Museum of Art and Industry. 1958 In Paris, Hans Hartung and Anna-Eva Bergman move into a cubic house built in 1928 by architect Zielinski, near Parc Montsouris, at 5 rue Gauguet. According to their own plans, the building is constructed so as to have a studio on each floor. The solo exhibitions held in 1958 essentially showcase works on paper: in April, at the Modern Gallery Otto Stangl, in Munich; in May, Il Segno, Hans Hartung – Pastels and engravings in Rome; in June at the Galleria Blu (Hans Hartung) in Milan; in November at the Galerie de France. 171 Hans Hartung, Paris, 1958. Casa da rua Gauget, Paris, 1959. Hans Hartung, Paris, 1958. Rue Gauguet, Paris, 1958. Em julho, Hartung recebe o Prêmio Rubens da cidade alemã de Siegen. Ele também participa de várias exposições coletivas: O impressionismo em nossos dias, no Musée National d’Art Moderne de Paris; Origem da arte informal, na Galerie Rive Droite, em Paris; Cinquenta anos de arte moderna, na Exposição Internacional de Bruxelas, Pavilhão Francês; Pinturas informais, na Galeria Beyeler, em Basel, Suíça; Orient Occident, no Musée Cernuschi, em Paris. Torna-se membro correspondente da Bayerische Akademie der schönen Künste, em Munique. 1959 Instala-se na rua Gauget nº 5. É organizado um vasto catálogo de sua obra. Esse inventário, que será efetuado até a sua morte, está documentado em uma reprodução fotográfica e numerosos elementos descritivos. As obras criadas em 1959 são, majoritariamente, sobre papel. Somente seis telas são produzidas durante esse ano. São várias as exposições: em março, na Kleeman Gallery de Nova York (Hartung Desenhos); em julho, sua primeira retrospectiva na França, no Musée d’Antibes, Château Grimaldi (que se tornará o Museu Picasso). Hartung participa da Documenta II, em Kassel, Alemanha. 1960 Com Anna-Eva, ele compra um campo de oliveiras de dois hectares próximo a Antibes (Cote d’Azur). Hartung experimenta as cores do vinil na pintura, que secam rapidamente e podem ser diluídas, permitindo uma pintura espontânea, sem passar por esboços, que é a forma buscada para telas de grande formato. Ele realiza o seu primeiro pastel sobre cartão revestido de sulfato de bário. “A partir de 1960, eu comecei a improvisar diretamente, até em telas grandes, sem passar por esboços prévios [...] Frequentemente, eu não mexo em certos acidentes, certos erros ou contradições que influenciaram a criação do quadro e deram-lhe mais vida.” É lançada a monografia de R.V Gindertael sobre Hans Hartung, e surge a primeira publicação sobre a obra fotográfica desse artista na revista Camera. In June, he receives the Rubens Prize from the City of Siegen. He participates in various group exhibitions: From impressionism to the present day, National Museum of Modern Art, in Paris; Origin of informal art, Galerie Rive Droite, in Paris; Fifty years of modern art, Brussels International Fair, French Pavilion, Brussels; Informal paintings, Beyeler Gallery, Basel ; East West, Cernuschi Museum, in Paris. He becomes a corresponding member of the Bayerische Akademie der schönen Künste, in Munich. 1959 He moves to 5 rue Gauguet and puts together an extensive catalogue of his work. This inventory, which is to be held until his death, is documented through a photographic reproduction and several descriptive elements. The works created in 1959 are mostly on paper. Only six paintings are produced that year. Several exhibitions: in March at the Kleemann Gallery, in New York (Hartung Drawing); in July, the first retrospective exhibition in France, at the Antibes Museum, Chateau Grimaldi (later to become the Picasso Museum). Participation at the Documenta II. 1960 He buys with Anna-Eva a two-acre olive grove near Antibes (Cote d’Azur). He experiments vinyl colours for his painting, which dry quickly and can be diluted: they enable him to achieve spontaneous outcomes, bypassing the preliminary sketches, to the desired shape, on large canvases. First pastel on cardboard barium. “In 1960, I began to improvise directly, even on large canvases, bypassing preliminary sketches [...] I often do not touch some accidents, some erasures or contradictions that influenced the creation of the painting and that gave it more life.” Release of a monograph on Hans Hartung by R.V. Gindertael First publication on the photographic work of Hartung in the magazine Camera. 172 Casa e ateliê da rua Gauget, reformada por Hartung, 1961. House and studio,rue Gauget, refurbished by Hartung, Paris, 1961. Por unanimidade, Hartung recebe o Grande Prêmio Internacional de Pintura da 30ª Bienal de Veneza, onde uma sala inteira do pavilhão francês é dedicada à sua obra. Entre os pintores selecionados para expor nos diferentes pavilhões nacionais da Bienal, Victor Pasmore representa a Grã Bretanha; Philip Guston, os Estados Unidos; Hans Hartung, a França; Willi Baumeister, a Alemanha. No pavilhão central são acolhidos, entre outros, Jean Fautrier, Jorge Piqueras e Spazzapan. Fautrier recebe o Grande Prêmio da Bienal de Veneza. Hartung é condecorado Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres da França. Unanimously, he has been awarded the International Grand Prize for Painting of the 30th Venice Biennale. International Grand Prize for Painting (unanimously), 30th Venice Biennale where a showroom in the French pavilion is devoted to his work. Among the selected painters for display in the various national pavilions at the Biennale, Victor Pasmore represents Great Britain; Philip Guston, the United States; Hans Hartung, France; Willi Baumeister, Germany. As for the central pavilion, it houses the works of Jean Fautrier, Jorge Piqueras, and Luigi Spazzapan, among others. Fautrier is awarded the Grand Prize at the Venice Biennale. He is appointed an Officer of the Order of Arts and Letters. 1961 Uma nova fase tem início, caracterizada pela raspagem de linhas gráficas na pintura ainda fresca. Hartung experimenta sistematicamente um grande número de ferramentas para pintar e esfolar, a partir das quais estabelece o catálogo descritivo por grupo de ferramentas segundo o efeito particular que causam sobre a tela. Em junho, uma exposição de seus primeiros trabalhos é exibida na Galerie de France: Obras de 1922 a 1939. 1961 A new phase begins, characterized by scratching graphic lines in the still fresh painting. Hartung consistently tests a large number of tools for painting and abrasive preparation, which establishes the descriptive catalogue by groups of instruments according to the particular effect on canvas. In June, an exhibition of his early works is held at the gallery of France: Works from 1922 to 1939. 1962 A proporção entre obras sobre papel e sobre tela se inverte em 1962: mais de 300 telas para uma dezena de obras sobre papel e cartão. As linhas obtidas pela raspagem se reduzem cada vez mais a alguns arranhões que se inscrevem nas superfícies obtidas por pulverização. 1962 The proportion of works on paper to canvas reverses in 1962; it’s more than 300 paintings for ten works on paper and cardboard. The lines obtained by scraping are reduced increasingly to a few scratches that are part of sprayed surfaces. “Durante esse período de raspagem, surgia uma tendência a grandes superfícies sopradas na tela. Meu trabalho, nessa época, era o resultado do encontro de duas técnicas que permitiam formas e signos que eu procurava exteriorizar. Eu havia encontrado um meio para soprar a cor sobre a superfície da tela: de início, com a ajuda de um aspirador invertido e, em seguida, utilizando ar comprimido. Eu empregava essas técnicas simultaneamente.” “During this period of “scraping style”, a tendency to blown surfaces slowly emerges. So my job at that time was the result of a blend of two techniques, both of which give me forms and signs I tried to externalize. I found a way to blow the colour on the surface of the canvas – initially with a reverse vacuum cleaner, and later with compressed air – and I used both techniques simultaneously.” 173 Em outubro, uma primeira apresentação do trabalho sobre telas de grande formato, experimentado a partir de 1960, é realizada na Galerie de France, intitulada Hans Hartung – Cinquenta novas obras. 1963 O ano é excepcional. Hartung dá mostras de uma atividade febril, seja na produção de sua pintura, seja nas várias exposições que lhe são consagradas, seja nas viagens que realiza para acompanhar as exposições de sua obra. “Devo dizer que eu jamais pintei tanto como neste momento em toda minha carreira. Outrora, eu hesitava muito tempo antes de criar uma tela; eu me preparava com muitíssimos desenhos. Hoje em dia, eu ouso começar diretamente sobre a tela.” 1964 Hans Hartung e Ana-Eva Bergman realizam uma viagem de barco ao longo da costa norueguesa, do Cabo Norte até a fronteira soviética, e tiram cerca de mil fotos. “Eu tenho a mania de fotografar tudo, porque a foto é minha segunda memória. Fixada sobre o filme, a lembrança retoma toda sua força, toda sua acuidade, evocando a situação em que foi tirada.” O casal realiza sua primeira viagem aos Estados Unidos para participar do júri do Carnegie Institute de Pittsburgh. Em junho, é organizada a exposição Hans Hartung – Quinze pinturas 1963-1964 na Galerie de France. Ele recebe a Grande Cruz do Mérito da República Federal da Alemanha. “Isso me provou que alguns dos meus compatriotas compreendiam as razões que me haviam levado a lutar contra o meu país, combatendo o hitlerismo. E como eu fui condecorado também na França [...], acredito ser um dos únicos civis [...] que recebeu condecorações de ambos os lados!” 1966 Ele cria suas primeiras telas feitas de manchas sombrias, obtidas pela pulverização, geralmente de grandes formatos e sem marcas (raspagens) complementares. “Através dessas grandes massas marrons ou negras, eu procurava entrar dentro, identificar-me com as tensões atmosféricas e cósmicas, com as energias, com o esplendor do universo.” In October, a preliminary presentation of the work on large canvas tested since 1960 is held at the Galerie de France, entitled Hans Hartung – Fifty New Works. 1963 This is an exceptional year. Hartung shows a flurry of activity in the production of his paintings in various exhibitions devoted to him, as well as the trips he takes to follow the presentations of his work. “I must say I’ve never painted so often in my career. Once I hesitated a long time before taking on a canvas; I got ready by making several drawings. Today I dare start directly on the painting.” 1964 Hans Hartung and Anna-Eva Bergman go on a boat trip along the Norwegian coast, beyond the North Cape to the Soviet border, and take nearly a thousand photographs. “I have a habit of photographing everything because photos are my second memory. Once it is fixed to the film, memories regain all their strength, all their acuity, they elicit the context.” The couple goes on their first trip to the USA to participate in the jury of Carnegie Institute in Pittsburgh. In June, the exhibition Hans Hartung – Fifteen paintings 1963-1964 is held at the Galerie de France. He is awarded the Grand Cross of the Order of Merit of the Federal Republic of Germany. “It proved to me that some of my countrymen understand the reasons that led me to fight against my own country by combating Hitlerism. And, as in France, I am decorated [...] I believe to be one of the few civilians [...] to have received decorations from both sides!” 1966 He produces his first paintings made of dark spots from spraying, generally large size and without additional marks (scratching). “With these big brown or black masses, I tried to enter inside, to identify myself with atmospheric and cosmic tensions, with energies, with the radiation that govern the universe.” Hartung Pinturas 1966, André Emmerich Gallery, Nova York, 1966. Restrospectiva itinerante, Museum of Fine Arts, Houston, 1969. Hartung’s Paintings 1966, André Emmerich Gallery, New York, 1966. Travelling retrospective exhibition, Museum of Fine Arts, Houston, 1969. 174 Casa e ateliê, Antibes, 1975. House and studio, Antibes, 1975. Em fevereiro, a convite da Unesco, Hartung vai ao Japão para participar do simpósio “A Arte do Leste e do Oeste”. Em maio, uma exposição retrospectiva é dedicada a ele na Galleria Civica d’Arte Moderna de Turim. Em dezembro, vai uma segunda vez aos Estados Unidos para a exposição Hartung Pinturas 1966, na André Emmerich Gallery de Nova York. In February, at the invitation of UNESCO, he goes to Japan to attend the symposium The Art of East and West. In May, a retrospective exhibition is dedicated to him at the Galleria Civica d’Arte Moderna in Turin. In December, he goes to the USA for the second time for the exhibition Hartung Paintings 1966 at the André Emmerich Gallery in New York. 1967 O ano é marcado pela produção de uma importante série de pinturas sobre cartão. O número de telas realizadas diminui. Em março, ele expõe no Musée de Saint-Paul-deVence, junto com Arp, Nagnelli e Bergman, e depois na Galleria La Polena, em Gênova, e na Galleria Narciso, em Turim. Em maio, Hartung participa da exposição 10 anos de arte viva 1955-1965 na Fundação Maeght de Saint-Paul-deVence. Hartung recebe a condecoração de Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres da França. 1967 The great story this year was the production of a major series of paintings on cardboard. The number of paintings produced decreases. In March, he exhibits at the Museum of Saint-Paul-de-Vence (with Arp, Magnelli and Bergman) and then at Galleria La Polena in Genoa and Galleria Narciso in Turin. In May, he participates in 10 years of living art 1955-1965 at the Maeght Foundation in SaintPaul-de-Vence. He is appointed a Commander of the Order of Arts and Letters. 1968 O ano é consagrado aos projetos de construção da própria casa e de ateliês, em Antibes (Cote d’Azur), com Anna-Eva. Eles pensaram em tudo minuciosamente, dos materiais a serem utilizados à função de cada edificação. Eles acompanharam detalhadamente a execução do vasto canteiro de obras. 1968 The year is dedicated to building construction project that includes living areas and studios in Antibes (Cote d’Azur) with Anna-Eva. They carefully devised the plans, the materials used and the function of the buildings. They follow the works in the major construction site in every detail. “A casa para mim é um cubo. Cubos brancos com linhas simples como a casa dos pescadores espanhóis da Ilha de Minorca, no sul da Espanha, como a casa que construímos em Fornells [...] Os jogos de sol e sombra, a luz refletida pela brancura das persianas sabiamente inclinadas sobre paredes e tetos equivalem, para um pintor, há muitas telas.” Muito poucas obras são produzidas, e nenhuma tela é criada durante o ano de 1968. Em março, o City Museum and Art Gallery de Birmingham organiza uma retrospectiva. A que estava prevista para o verão, no Musée National d’Art Moderne de Paris, é adiada para 1969 em função das manifestações políticas de 1968. Hartung é condecorado Commandeur de la Légion d’Honneur. “Home for me is a cube. White cubes with plain lines like the home of Spanish fishermen from the island of Menorca, in southern Spain, like the one we built in Fornells.[...] The interplay of sunlight and shadow, the light reflected off the walls and ceilings with the whiteness of louvres cleverly tilted with blinds are well worth paintings for a painter.” Very few works are produced and no canvas is made in 1968. In March, the City Museum and Art Gallery of Birmingham organize a solo retrospective exhibition. The activities scheduled for the summer at the National Museum of Modern Art of Paris are postponed to 1969 because of the events of 1968. He is appointed Commander of the Legion of Honour. 175 Ateliê, Antibes, 1974. Studio, Antibes, 1974. 1969 Em janeiro, uma grande retrospectiva itinerante é realizada no Musée National d’Art Moderne de Paris (em abril, segue para o Museum of Fine Arts, de Houston; em setembro, para o Musée du Québec; em outubro, para o Museum of Contemporary Art of Montreal). Ele retoma a série de pinturas sobre cartão iniciada em 1967. 1969 In January, a major travelling retrospective exhibition is devoted to him at the National Museum of Modern Art, in Paris (it then goes to the Museum of Fine Arts of Houston in April, then to the Musée du Québec, in September, and finally to the Museum of Contemporary Art of Montreal, in October). He resumes the series of paintings on paper started in 1967. 1970 Hartung realiza suas primeiras telas de grande porte e de cores vivas que remetem à série de pinturas sobre cartão dos anos anteriores. 1970 He makes the first large paintings with bright colours around the series of paintings on cardboard from previous years. 1971 Em fevereiro, ele expõe em Nova York, na Lefebre Gallery (Hartung – Obras selecionadas), sobretudo os trabalhos de 1970; em maio, na Galeria René Métras em Barcelona (Hartung: telas, pinturas sobre cartão), litografias e gravuras. Em junho, na Fundação Maeght, em Saint-Paulde-Vence (Hartung – Grandes formatos 1961-1971). Participa ainda da Homenagem a Christian e Yvonne Zervos, nas Galleries Nationales du Grand Palais, em Paris. 1971 In February, he exhibits at the Lefebre Gallery in New York (Hartung – Selected works), especially those from 1970, then in May at the René Métras Gallery in Barcelona (Hartung – Canvas, paintings on cardboard), lithographs and engravings; and in June at the Maeght Foundation in Saint-Paul (Hartung – Large sizes 1961-1971). Participation in Tribute to Christian and Yvonne Zervos, Galeries Nationales du Grand Palais, Paris. 1973 31 de janeiro marca o fim da construção dos ateliês e da casa de Antibes, onde o casal viverá doravante, com exceção de algumas estadias em Paris. O conjunto compreende quatro unidades: uma para o quarto e para assuntos administrativos, duas outras para os ateliês de Anna-Eva e de Hartung (incluindo também o ateliê dos assistentes, uma carpintaria e um depósito, verdadeira caixa forte para os quadros); outra construção, menor, para o alojamento do caseiro e de seus assistentes. 1973 January 31st, 1973 sees the end of construction works for the studios and villa in Antibes, where the couple will then live, except for a few brief trips to Paris. The complex includes four buildings: one for home and administrative affairs, the other two for studios for Anna-Eva and Hartung (including also the studio for the assistants, a carpentry and a storage room, a real vault for the paintings). Another smaller building is the house of the keeper and assistants. 176 O ano é muito produtivo: Hans Hartung cria centenas de desenhos e de pinturas. Ele expõe na galeria Maeght, em Zurique. The year is very productive: Hans Hartung creates hundreds of drawings and paintings. He exhibits at the Maeght Gallery and in Zurich. 1974 Uma edição especial da revista Cimaise é consagrada aos 70 anos de Hartung. Em maio, suas pinturas recentes são exibidas na Galerie de France: Hans Hartung 1971-1974 e, em setembro, uma retrospectiva itinerante é dedicada a ele na Alemanha (Wallraf-Richrtz Museum, Colônia, Berlim e Munique, já em 1975). É publicado Um mundo ignorado visto por Hans Hartung, poemas e lendas de Jean Tardieu com reproduções fotográficas de pedras por Hans Hartung, editado por Albert Skira. 1974 For his 70th birthday, he his featured in a special issue of the magazine Cimaise. In May, his recent paintings are exhibited at the gallery of France: Hans Hartung 1971-1974, and in September a travelling retrospective exhibition is dedicated to him in Germany (Wallraf-Richartz Museum, Cologne, then Berlin and Munich (1975)). Publication of A ignored world through the eyes of Hans Hartung, poems and legends by Jean Tardieu with photographic reproductions of stones by Hans Hartung, edited by Albert Skira. 1975 Em outubro, o Metropolitan Museum of Art de Nova York celebra suas telas com Hans Hartung – Pinturas 1971-1975. Em novembro, a Lefebre Gallery festeja-lhe o aniversário: Homenagem a HH pelo seu 70º aniversário. 1975 In October, the Metropolitan Museum of Art in New York celebrates his paintings from 1971 with Hans Hartung – Paintings 1971. In November, the Lefebre Gallery celebrates his birthday: Salute to HH in celebration of his seventieth birthday. 1976 Sua autobiografia Autorretrato é publicada em colaboração com Monique Lefebvre pelas edições Grasset. 1976 His autobiography Self Portrait is published in collaboration with Monique Lefebvre on the Editions Grasset. 1978 Em junho, o MASC (Museu da Abadia Sainte Croix em Les Sables-d’Olonne) organiza uma retrospectiva: Hans Hartung – Obras sobre papel 1922-1978. 1980 Em abril, seus primeiros trabalhos são expostos no Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris (Obras de 1922 a 1939). 1978 In June, the Musée de l’Abbaye Sainte-Croix des Sables-d’Olonne organizes a retrospective exhibition: Hans Hartung – Works on paper 1922-1978. 1980 In April, his early works are showcased at the Museum of Modern Art of the City of Paris (Works from 1922 to 1939). Ateliê, Antibes, 1982. Studio, Antibes, 1982. 177 1981 Hartung recebe o Prêmio Kokoschka, a maior premiação da Áustria para arte contemporânea. O Autorretrato é traduzido para o alemão e lançado na Akademie der Künste. Várias retrospectivas ocorrem na Alemanha: na Städische Kunsthalle em Düsseldorf (HH – Malerei, Zeichnung, Photographie) e na Staatsgalerie Moderner Kunst Haus der Kunst em Munique (HH – Retrospectiva). 1981 Hartung wins the Kokoschka Prize German translation of Self Portrait, presented to the Akademie der Künste, Several retrospective exhibitions in Germany: at the Städtische Kunsthalle in Düsseldorf (HH – Malerei, Zeichnung, Photographie) and at the Staatsgalerie Moderner Kunst, Haus der Kunst in Munich (HH – Retrospective). 1982 Uma sala permanente – doação do artista e aquisição do museu – é a ele consagrada na Staatsgalerie Moderner Kunst de Munique. Suas fotografias são, pela primeira vez, objeto de uma exposição no Musée National d’Art Moderne, Centro Georges Pompidou de Paris (HH fotografa). 1982 A standing room (donation by the artist and acquisition by the museum) is devoted to him at the Staatsgalerie Moderner Kunst in Munich. For the first time his photographs are the subject of an exhibition at the National Museum of Modern Art, the Centre Georges Pompidou in Paris (HH photographer). 1983 A galeria Sapone de Nice apresenta Hartung: Pinturas 1980-1983 e a Fritz-Winter-Haus d’Ahlen/Westphalie, HH – Gemälde. 1983 The Galerie Sapone in Nice presents Hartung – Paintings 1980-1983 and the Fritz-Winterr-Haus d‘Ahlen/ Westphalie, HH – Gemälde. 1984 Hartung festeja seu 80° aniversário e é homenageado com diversas exposições: Em Noroît, centro cultural de Arras (Pas-de-Calais, France), Doze anos de trabalho 19711983; em Zurich (Suíça), na Galeria Modern Art, de Roswitha Haftmann, HH – Pastelle, Mischtechnik 1960-1983; na Bienal de Veneza, no Palazzo de Sagredo: Pintura na França. HH – 10 grandes pinturas; no Museum der Bildenen Künste, em Leipzig (Alemanha): HH – Graphik 1953- 1973; na Galeria Wolfgang Ketterer, em Munique (Alemanha): HH zum 80. Geburstag: Gemälde, Lithographien 1964-1984; na Galeria Städtische Haus Seel, em Siegen (Alemanha): HH – Gemälde. Hartung também ganha uma sala permanente no Hessisches Landesmuseum, um novo museu para a arte moderna em Darmstadt (Alemanha), contendo 11 telas de grandes formatos, doadas, em parte, pelo artista. Nesse mesmo ano, Hartung foi condecorado Membro da Ordem de Maximiliano da Baviera para a Ciência e a Arte e Gran-Cruz da Ordem do Mérito da República Federal da Alemanha. 1984 Hartung celebrates his 80th birthday. - Noroît, HH – Twelve years of work 1971-1983, Arras; - Roswitha Haftmann, Modern Art, HH – Pastelle, Mischtechnik 1960-1983, Zurich; - Venice Biennale, Palazzo de Sagredo, Painting in France. HH – 10 great paintings, Venice; - Museum der Bildenen Künste, HH – Graphik 1953- 1973 aus dem Besitz der Dresdner Kunstsammlungen, Leipzig; - Galerie Wolfgang Ketterer, HH zum 80. Geburstag: Gemälde, Lithographien 1964-1984, Munich; - Städtische Galerie Haus Seel, HH – Gemälde, Siegen; - Standing Room (11 large size canvases, partly donated by the artist), Hessisches Landesmuseum (new museum for modern art), Darmstadt. * Member of the Order of Maximilian of Bavaria for Science and Art. * Grand Cross of the Order of Merit of the Federal Republic of Germany. 1985 Hartung muda o estilo de sua pintura passando a utilizar pulverizadores de plantação que permitem que continue a pintar mesmo com grande fraqueza física. Esse ano registra duas exposições: no Museu Picasso, em Antibes: Fabian – Bergman – Hartung: pinturas e tapeçarias; e na Salle Saint Jean, Hotel de Ville de Paris, organizada pela Associação para a Promoção das Artes: Grandes Formatos 1971-1984. 1985 New spray techniques: sulfateuse and zip lining. - Picasso Museum, Fabian – Bergman – Hartung: paintings and tapestries, Antibes; - Salle de Saint-Jean, Hôtel de Ville de Paris, Large-size works 1971-1984, organized by the Association for the Promotion of Arts, Paris. 1987 24 de julho, falecimento de Anna-Eva Bergman, em Antibes. Exposição no Museu Picasso, em Antibes: Premières peintures 1922-1949. 1988 Ocorrem quatro exposições: no Musée des Beaux-Arts, em Carcassonne (França): HH – Trabalhos recentes, 1985-1986-1988; no Palazzo dei Diamanti, em Ferrara (Itália): Hans Hartung; na Chapelle de la Sorbonne (Paris): HH – Pinturas 1974-1988; na Abbaye des Cordeliers, em Châteauroux (França). 1989 Hartung recebe do presidente da França, François Mitterand, a condecoração de Grand Officier de la Légion d’Honneur. O Musée d’Unterlinden, em Colmar (França), organiza a exposição HH: primeiras pesquisas abstratas 1922-1938. Em 7 dezembro, aos 85 anos de idade, Hans Hartung falece em Antibes. 1987 On 24th July, 1987, death of Anna-Eva Bergman in Antibes. - Picasso Museum, Early paintings 1922-1949, Antibes. 1988 - Museum of Fine Arts, HH – Recent works, 1985-19861988, Carcassonne; - Palazzo dei Diamanti, Hans Hartung, Ferrare; - Chapel of the Sorbonne, HH – Paintings 1974-1988, Paris; - Abbey of the Cordeliers. Châteauroux. 1989 - Museum Unterlinden, HH – Early abstract research 19221938, Colmar. * Grand Officer of the Legion of Honour, awarded by François Mitterand, President of the Republic. On 7th December, at the age of 85, Hans Hartung died in Antibes. 178 Ferramentas diversas para marcar a tela. Multiple tools to force marks on the canvas. 179 Seleção de exposições Selected exhibitions Dresde 1931 Hans Hartung, Gemälde, Aquarelle und Zeichnungen. Galeria Heinrich Kühl l, 25 de novembro – 20 de dezembro. Dresden 1931 Hans Hartung, Gemälde, Aquarelle und Zeichnungen. Kunstausstellung Kühl, Dresden, 25th November – 20th December. Paris 1936 Obras recentes de Arp, Ferren, Giacometti, Hartung, Hélion, Kandinsky, Nelson, Paalen, Tauber-Arp, La Galerie Pierre, 2-14 de maio. Paris 1936 Recent works by Arp, Ferren, Giacometti, Hartung, Hélion, Kandinsky, Nelson, Paalen, Tauber-Arp, La Galerie Pierre, 2nd May – 14th May. Paris 1937 Origens e desenvlimento da arte internacional independente, Musée du Jeu de Paume, 30 de julho a 31 de outubro. Paris 1937 Origins and development of independent international art, Musée du Jeu de Paume, 30th July – 31st October. Londres 1938 Exposição de Arte Alemã do século 20. New Burlington Galleries. London 1938 Exhibition of 20th century German art, New Burlington Galleries. Paris 1947 Hans Hartung, Galerie Lydia Conti, 14 de fevereiro – 8 de março. Londres 1949 Peter Foldes e Hans Hartung, The Hanover Gallery, 25 de janeiro – 19 de fevereiro. Erlangen 1951 Hans Hartung, Fritz Winter, Das Amerika-Haus. Bâle 1952 Walter Bodmer, Basel. Hans Hartung, Paris, Kunsthalle Basel, 23 de fevereiro – 23 de março. Londres 1953 Pinturas por Hans Hartung, Lefevre Gallery, janeiro-fevereiro. Bruxelles 1954 Hartung, Palais des Beaux-Arts, 3-21 de abril. Berne 1954 Tendências atuais da escola de Paris, Hartung et al, Kunsthalle Bern, 6 de fevereiro – 7 de março. Bâle 1956 Abstrakte Maler (Bazaine, Bertholle, Bissière, Eble, Estève, Hartung, Jan, Lanskoy, Louttre, Manessier, Le Moal, Nallar, Palazuelo, Vieira da Silva, Singier, Spiller, de Staël, Ubac), Galerie Beyeler, junho-julho. Hanovre 1957 Hans Hartung, Kestner-Gesellschaft, 26 de janeiro – 3 de março. New York 1957 Hans Hartung: pinturas, Kleemann Galeries, 11 e março – 20 de abril. Munich 1958 Hans Hartung: Ausstellung 35 Pastelle und Pinselzeichnungen, Moderne Galerie Otto Stangl, 10 de abril – 30 de maio. Siegen 1958 Hans Hartung: Rubenspreis der Stadt Siegen, Rathaus, Stadt Siegen, 28 de junho – 27 de julho. Paris 1947 Hans Hartung, Galerie Lydia Conti, 14th February – 8th March 1947. London 1949 Peter Foldes and Hans Hartung, The Hanover Gallery, 25th January – 19th February. Erlangen 1951 Hans Hartung, Fritz Winter, Das Amerika-Haus. Basel 1952 Walter Bodmer, Basel. Hans Hartung, Paris, Kunsthalle Basel, Basel, 23rd Februrary – 23rd March. London 1953 Paintings by Hans Hartung, Lefevre Gallery, London, JanuaryFebrurary. Brussels 1954 Hartung, Palais des Beaux-Arts, 3rd April – 21st April. Bern 1954 Current trends in the Paris school, Hartung et al, Kunsthalle Bern, Bern, 6th February – 7th March. Basel 1956 Abstrakte Maler (Bazaine, Bertholle, Bissière, Eble, Estève, Hartung, Jan, Lanskoy, Louttre, Manessier, Le Moal, Nallar, Palazuelo, Vieira da Silva, Singier, Spiller, de Staël, Ubac), Galerie Beyeler, Basel, June-July. Hanover 1957 Hans Hartung, Kestner-Gesellschaft, Hanover, 26th January – 3rd March 1957. New York 1957 Hans Hartung: paintings, Kleemann Galeries, New York, 11th March – 20th April. Munich 1958 Hans Hartung: Ausstellung 35 Pastelle und Pinselzeichnungen, Moderne Galerie Otto Stangl, Munich, 10th April – 30th May. Siegen 1958 Hans Hartung: Rubenspreis der Stadt Siegen (Rathaus, Siegen, 28th June – 27th July 1958), Siegen, Stadt Siegen, 1958. 180 Liège 1958 Léger – Matisse – Picasso – Miro – Laurens – Magnelli – Arp – Hartung – Jacobsen, Musée de l’Art Wallon, junhosetembro. New York 1959 Hans Hartung: pastéis 1958, Kleemann Galleries, março. Londres 1960 Hans Hartung, Gimpel Fils, novembro. Paris 1960 Hans Hartung, Galerie de France, julho-setembro. Paris 1961 Hans Hartung, obras de 1920 a 1939, Galerie de France, julhosetembro. Paris 1962 Cinquenta obras novas de Hans Hartung, Galerie de France, 26 de outubro – 24 de dezembro. Düsseldorf 1963 Hans Hartung, Kunstverein für die Rheinlande und Westfalen. Munich 1963 Hans Hartung, Galerie Günther Franke, início de novembro – 21 de dezembro. Saint-Gall 1963 Hans Hartung, Galerie 1m Erker, am Gallusplatz, 19 de outubro – 30 de novembro. Vienna 1963 Hans Hartung, Museum des 20, Jahrhunderts, 11 de abril – 12 de maio. Zurich 1963 Hans Hartung, Kunsthaus Zürich, 9 de fevereiro – 17 de março. Amsterdam 1963-1964 Hartung, Stedelijk Museum, Amsterdam, 12 de dezembro – 26 de janeiro. Liège 1958 Léger – Matisse – Picasso – Miro – Laurens – Magnelli – Arp – Hartung – Jacobsen, Museum of Walloon Art, Liège, JuneSeptember. New York 1959 Hans Hartung: pastels 1958, Kleemann Galleries, March. London 1960 Hans Hartung, Gimpel Fils, November. Paris 1960 Hans Hartung, Gallery of France, July-September. Paris 1961 Hans Hartung, Works from 1920 to 1939, Gallery of France, July-September. Paris 1962 Fifty New Works by Hans Hartung, Gallery of France, 26th October – 24th December. Düsseldorf 1963 Hans Hartung, Kunstverein für die Rheinlande und Westfalen. Munich 1963 Hans Hartung, Galerie Günther Franke, Munich, early November – 21st December. Saint-Gall 1963 Hans Hartung, Galerie 1m Erker, am Gallusplatz, 19th October – 30th November. Vienna 1963 Hans Hartung, Museum des 20. Jahrhunderts, 11th April – 12th May. Zurich 1963 Hans Hartung, Kunsthaus Zürich, 9th February – 17th March. Amsterdam 1963-1964 Hartung, Stedelijk Museum, 12th December – 26th January. Munich 1965 Hans Hartung: kleine Druckgraphik, Galerie Günther Franke. Turin 1966 Hans Hartung, Galleria Civica d’Arte Maderna, Turin, MayJune. Munich 1965 Hans Hartung: kleine Druckgraphik, Galerie Günther Franke. Paris 1966 Hartung. Recent lithographs, La Hune Gallery, February. Turin 1966 Hans Hartung, Galleria Civica d’Arte Moderna, Turin, maiojunho. Turin 1967 Hartung, Galleria d’Arte Narciso, 26th May – 26th June. Paris 1966 Hartung, Litografias recentes, Galerie La Hune, fevereiro. Turin 1967 Hartung, Galleria d’Arte Narciso, 26 de maio – 26 de junho. Birmingham 1968 Hans Hartung: uma retrospective de pinturas e desenhos, City of Birmingham Museum and Art Gallery, 13 de março – 21 de abril. Paris 1969 Hartung, Musée National d’Art Moderne, 7 de janeiro – 3 de março. Houston/Québec/Montréal 1969 Hans Hartung, Museum of Fine Arts, Houston, 24 abril – 6 julho; Musée du Québec, 10 de setembro – 6 de outubro; Musée d’Art Contemporain, Montréal, 14 de outubro – 7 de dezembro. Birmingham 1968 Hans Hartung: a retrospective exhibition of paintings and drawings, City of Birmingham Museum and Art Gallery, 13 March – 21st April. Paris 1969 Hartung, National Museum of Modern Art, 7th January - 3rd March. Houston/Québec/Montreal 1969 Hans Hartung, Museum of Fine Arts, 24th April – 6th July; Musée du Québec, Québec, 10th September – 6th October; Museum of Contemporary Art, Montreal, 14th October – 7th December. 181 Prague 1969 Hartung, Tàpies, Johns, Hozo: Z VIII. mezinàrodni grafické vYstavy v Lublani, Galerie Nationale, outubro-dezembro. Prague 1969 Hartung, Tàpies, Johns, Hozo: Z VIII. mezinàrodni grafické vYstavy v Lublani, National Gallery, October-December. Brunswick 1969-1970 Hans Hartung: Bilder, Pastelle, Graphik (pelo 65º aniversário de Hartung), Kunstverein Braunschweig, 2 de dezembro de 1969 – 4 de janeiro de 1970. Brunswick 1969-1970 Hans Hartung: Bilder, Pastelle, Graphik (for the 65th birthday of the artist), Kunstverein Braunschweig, Brunswick, 2nd December 1969 – 4th January 1970. Saint-Paul-de-Vence 1971 Hartung: grandes formatos 1961-1971, Fondation Maeght, 6 de junho – 6 de julho. Paris 1971-1972 Hans Hartung: 1971, Galerie de France, 19 de novembro de 1971 – 12 de fevereiro de 1972. Siegen 1972 Graphik von Hans Hartung, Stâdtische Galerie im Haus Seel, 26 de fevereiro – 26 de março. Paris 1974 Hans Hartung: 1971-1974, Galerie de France, 11 de junho – 12 de outubro. Saint-Gall 1974 Hans Hartung: Grafik aus, der Erker-Presse 1973; Lithografien, Holzschnitte, Linolschnitte, Erker-Galerie, 22 de maio – 29 de junho. Cologne/Berlin/Munich 1974-1975 Hans Hartung: Werke aus fünf Jahrzehnten, Wallraf-RichortzMuseum, Cologne, 21 de setembro – 3 de novembro de 1974; Nationalgalerie Berlin, Stiftung Preu63ischer Kulturbesitz, Berlin, 25 de janeiro – 16 março de 1975; Stâdtische Galerie im Lenbachhaus, Munich, 16 de maio – 29 e junho de 1975. Saint-Paul 1971 Hartung: Large sizes 1961-1971 , Maeght Foundation, 6th June – 6th July. Paris 1971-1972 Hans Hartung: 1971, Gallery of France, Paris, 19th November 1971 – 12th February 1972. Siegen 1972 Graphik von Hans Hartung, Stâdtische Galerie im Haus Seel, 26th February – 26th March. Paris 1974 Hans Hartung: 1971-1974, Gallery of France, 11th June – 12th October 1974. Saint-Gall 1974 Hans Hartung: Grafik aus der Erker-Presse 1973; Lithografien, Holzschnitte, Linolschnitte, Erker-Galerie, 22nd May – 29th June. Cologne/Berlin/Munich 1974-1975 Hans Hartung: Werke aus fünf Jahrzehnten, Wallraf-RichortzMuseum, Cologne, 21st September – 3rd November 1974; Nationalgalerie Berlin, Stiftung Preu63ischer Kulturbesitz, Berlin, 25th January – 16th March 1975; Stâdtische Galerie im Lenbachhaus, Munich, 16 May – 29th June 1975. New York 1975-1976 Hans Hartung - Paintings 1971-1975, the Metropolitan Museum of Art in New York, 16th October – 4th January. New York 1975-1976 Hans Hartung: pinturas,1971-1975, The Metropolitan Museum of Art, New York, 16 de outubro – 4 de janeiro. Paris 1977 Hartung, traveling exhibition organized by the National Museum of Modern Art, Centre Georges Pompidou. Paris 1977 Hartung, exposição itinerante organizada pelo Musée National d’Art Moderne, Centre Georges Pompidou. Les Sables-d’Olonne 1978 Hans Hartung: works on paper. Retrospective exhibition (1922-1978), Musée de l’abbaye Sainte-Croix, 24th June –30 September. Les Sables-d’Olonne 1978 Hans Hartung: obras sobre papel. Retrospectiva (19221978), Musée de l’Abbaye Sainte-Croix, 24 de junho – 30 de setembro. Kruishoutem 1978 Hans Hartung, Veronneman Foundation, 3rd October – 25th November. Kruishoutem 1978 Hans Hartung, Fondation Veronneman, 3 de outubro – 25 de novembro. Paris 1979 Hans Hartung: pinturas e obras sobre papel 1976-1977, Galerie de France, 27 de março – 28 de abril. Antibes 1979 Hans Hartung, Musée Picasso, 5 de julho – 16 de setembro. Paris 1980 Hartung: obras de 1922 a 1939, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, 31 de março – 21 de setembro. Chalon-sur-Saône/Toulouse 1980 Hans Hartung. As fotografias de Hans Hartung, Musée Nicéphore Niépce, Chalon-sur-Saône, 28 de março – 5 de maio; Galerie municipale du Château-d’Eau, Toulouse,1-31 de julho. Paris 1979 Hans Hartung: paintings and works on paper 1976-1977, Gallery of France, 27th March – 28th April. Antibes 1979 Hans Hartung, Picasso Museum, 5th July – 16th September. Paris 1980 Hartung: works from 1922 to 1939, Museum of Modern Art of the City of Paris, 31st March – 21st September. Chalon-sur-Saône/Toulouse 1980 Hans Hartung. The photographs by Hans Hartung, Nicéphore Niépce Museum, Chalon-sur-Saône, 28th March – 5th May; City Gallery of Château-d’eau, Toulouse, 1st-31st July. 182 Paris 1980-1981 Hans Hartung, Anna-Eva Bergman: tapessarias e gravuras em madeira, Musée de la Poste, 20 de dezembro de 1980 – 18 de janeiro de 1981. Londres/Berlin 1981 Hans Hartung: uma visão da abstração (1923-1964). Uma homenagem aos 75 anos, Fischer Fine Art Limited, Londres, janeiro-fevereiro de 1981; Pels-Leusden, Berlin, abril de 1981. Düsseldorf/Munich 1981-1982 Hans Hartung: Malerei, Zeichnung, Photographie, Stddtische Kunsthalle, Düsseldorf, 12 de setembro – 11 de outubro de 1981; Staatsgalerie Moderner Kunst, Munich, 16 de dezembro de 1981 – 28 de fevereiro de 1982. Dresde 1983 Hans Hartung: Graphik (Erwerbungen 46), Kupferstichkabinett der Staatlichen Kunstsammlungen Dresden, 28 de setembro 1983 – 6 de janeiro de 1984. Munich 1984 Hans Hartung zum 80. Geburtstag: Gemâlde und Lithographien, 1964-1984, Galerie Wolfgang Ketterer, 5-26 de outubro de 1984. Antibes 1987 Hans Hartung: primeiras pinturas, 1922-1949, Musée Picasso, Antibes, julho-setembro. Ferrare 1988 Hans Hartung, Galleria Civica d’Arte Maderna, Ferrare, 28 de maio – 4 de setembro. Paris 1980-1981 Hans Hartung, Anna-Eva Bergman: tapestries and wood engravings, Postal Museum, 20th December 1980 – 18th January 1981. London/Berlin 1981 Hans Hartung: a vision into abstraction (1923-1964). A 75th birthday tribute, Fischer Fine Art Limited, London, JanuaryFebruary 1981; Pels-Leusden, Berlin, April 1981. Düsseldorf/Munich 1981-1982 Hans Hartung: Malerei, Zeichnung, Photographie, Stddtische Kunsthalle, Düsseldorf, 12th September – 11th October 1981; Staatsgalerie Moderner Kunst, Munich, 16th December 1981 – 28th February 1982. Dresden 1983 Hans Hartung: Graphik (Erwerbungen 46), Kupferstichkabinett der Staatlichen Kunstsammlungen Dresden, Dresden, 28th September 1983 – 6th January 1984. Munich 1984 Hans Hartung zum 80. Geburtstag: Gemälde und Lithographien, 1964-1984, Wolfgang Ketterer Gallery, 5th October – 26th October. Antibes 1987 Hans Hartung:early paintings, 1922-1949, Picasso Museum, Antibes, July-September. Ferrare 1988 Hans Hartung, Galleria Civica d’Arte Maderna, 28th May – 4th September. Carcassonne 1988 Hans Hartung: recent works, 1986-1987-1988, Museum of Fine Arts, 24th June – 15th September. Carcassonne 1988 Hans Hartung: trabalhos recentes, 1986-1987-1988, Musée des Beaux-Arts, Carcassonne, 24 de junho – 15 de setembro. Nice 1989 Hartung: paintings 1988, Galerie Sapone, February-April. Nice 1989 Hartung: pinturas 1988, Galerie Sapone. Colmar 1989 Hans Hartung: early abstract research, 1922-1938, Museum Unterlinden, 24th June – 15th October. Colmar 1989 Hans Hartung: primeiras pesquisas abstratas, 1922-1938, Musée d’Unterlinden. Montbéliard/Louisbourg 1992 Hans Hartung: obras extremas, 1922 et 1989, Musée de Montbéliard, 15 de junho – 28 de outubro de 1991; Villa Franck, Ludwigsburg, 12 de janeiro – 29 de fevereiro de 1992. Montbéliard/Louisbourg 1992 Hans Hartung: extreme works, 1922 and 1989, Montbéliard Museum, 15th June – 28th October; Villa Franck, Ludwigsburg, 12th January – 29th February. Fréjus 1996 Hartung, modern painter, Le Capitou – Contemporary Art Centre, 7th July – 30th September. Fréjus 1996 Hartung, pintor moderno, Le Capitou – Centre d’Art Contemporain, 7 de julho – 30 de setembro. London 1996 Hans Hartung: Works on paper, 1922-1956, Tate Gallery, London, 16th July – 27th October. Londres 1996 Hans Hartung: trabalhos em papel, 1922-1956, Tate Gallery, 16 de julho – 27 de outubro. Nagoya 1998 Hans Hartung, Aichi Prefectural Museum of Art, 9th October – 13th December. Nagoya 1998 Hans Hartung, Aichi Prefectural Museum of Art, Nagoya, 9 de outubro – 13 de dezembro. Berlin 1999 Gesten, Flecken, Lineaturen... Hans Hartungs Erforschung... in seinen Arbeiten auf Papier 1922-1985 und in seinen sechs letzten Bildern, Kunstforum in der Grundkreditbank, 29th January – 25th April. Berlin 1999 Gesten, Flecken, Lineaturen... Hans Hartungs Erforschung... in seinen Arbeiten auf Papier 1922-1985 und in seinen sechs letzten Bildern, Kunstforum in der Grundkreditbank, 29 de janeiro – 25 de abril. Turin 2000 Hans Hartung, Galleria d’Arte Moderna, 28th January – 2nd April. Turin 2000 Hans Hartung, Galleria d‘Arte Moderna, 28 de janeiro – 2 e abril. 183 Belfort/Montbéliard 2003 Hans Hartung, Musée d’Art et d’Histoire, Belfort; Musée du Château des Ducs de Wurtemberg, Montbéliard, 17 de maio – 28 de setembro. Belfort/Montbéliard 2003 Hans Hartung, Museum of Art and History, Belfort; tower 46, Museum of the castle of Wurtemberg dukes, Montbéliard, 17th May – 28th September. Cologne 2004 Hans Hartung: So beschwor ich den Blitz. Arbeiten auf Papier, 1922-1938; greformatige Bilder, 1980-1989. Werkschau im kleinen Format,1922-1989, Museum Ludwig, 26 de junho – 19 de setembro. Cologne 2004 Hans Hartung: So beschwor ich den Blitz. Arbeiten auf Papier, 1922-1938; greformatige Bilder, 1980-1989. Werkschau im kleinen Format,1922-1989, Museum Ludwig, 26th June – 19th September. La Haye 2004 Hans Hartung: conceitualismo avant la lettre, Gemeentemuseum, 18 de setembro – 21 de novembro. 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Paris 2009-2010 Deadline: Martin Kippenberger, Absalon, Hans Hartung, James Lee Byars, Felix Gonzalez-Torres, Joan Mitchell, Robert Mapplethorpe, Chen Zhen, Gilles Aillaud, Willem de Kooning, Hannah Villiger, Jiirg lmmendorff, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, 16 de outubro de 2009 – 10 de janeiro de 2010. Berlin/Paris/Genève 2010-2011 Hans Hartung, Estampes, Druckgraphik, Staatliche Museen zu Berlin; Bibliothéque Nationale de France; Musée d’Art et d’Histoire de Genève. New York 2010 Hans Hartung, The Last Paintings 1989, Galerie Cheim & Read, 29 de outubro – 30 de dezembro. Serignan 2010 Hans Hartung, Spray, Musée régional d’art contemporain Languedoc Roussillon, 6 de novembro – 10 de fevereiro. Madrid 2010 La guerra ha terminado? Arte en un mundo divido (19451968), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, 23 de novembro. Londres 2011 Hans Hartung, The Final Years 1980-1989, Timothy Taylor Gallery, 10 de março – 9 de abril. Mondovi 2004 Hans Hartung. Lo spazio e il gesto, San Stefano, 15th May – 18th July. Beijing/Nanjing 2005 Hartung in China, Palace of Fine Arts, Beijing, 29th July – 18th August; National Museum, Nanjing, 29th August – 18th September (year of France in China). Leipzig/Kiel 2007-2008 Hans Hartung: Spontanes Kalkül. Bilder, Fotografien, Film 1922-1989, Museum der Bildenden Künste, Leipzig, 4th November 2007 – 10th February 2008; Kunsthalle zu Kiel, 15th March – 18th May 2008. Madrid 2008 Hans Hartung: esencial, Circula de Bellas Artes, 12th February – 21st May. Saint-Paul-de-Vence 2008 Hans Hartung: gesture and method, Marguerite and Aimé Maeght Foundation, 3rd July – 16th November. Gaeta 2009 Hans Hartung: the ultimate work, Caserma Cosenz, Gaeta, 10th July – 18th October. Paris 2009-2010 Deadline: Martin Kippenberger, Absalon, Hans Hartung, James Lee Byars, Felix Gonzalez-Torres, Joan Mitchell, Robert Mapplethorpe, Chen Zhen, Gilles Aillaud, Willem de Kooning, Hannah Villiger, Jiirg lmmendorff, Museum of Modern Art of the City of Paris, 16th October 2009 – 10th January 2010. Berlin/ Paris/ Geneva 2010-2011 Hans Hartung, Estampes, Druckgraphik, Staatliche Museen zu Berlin, National Library of France, Geneva Museum of Art and History. New York 2010 Hans Hartung, The Last Painting 1989, Galerie Cheim & Read, 29th October – 30th December. Serignan 2010 Hans Hartung, Spray, Languedoc Roussillon Regional Museum of Contemporary Art, 6th November – 10th February. Madrid 2010 La guerra ha terminado? Arte en un mundo divido (19451968), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, 23rd November. London 2011 Hans Hartung, The Final Years 1980-1989, Timothy Taylor Gallery, 10th March – 9th April. 184 Wiesbaden 2011 The Art of Writing: Cy Twombly, André Masson, Georges Mathieu, Hans Hartung, Art forum, 23 de maio. Wiesbaden 2011 The Art of Writing: Cy Twombly, André Masson, Georges Mathieu, Hans Hartung, Art forum, 23rd May. Genève 2011 Les sujets de l’abstraction: Simon Hantaï, Gérard Schneider, Georges Mathieu, Pierre Soulages, Hans Hartung, Musée Rath, 6 de maio – 4 de agosto. Geneva 2011 Subjects of abstraction: Simon Hantaï, Gérard Schneider, Georges Mathieu, Pierre Soulages, Hans Hartung, Rath Museum, Geneva 6th May – 4th August. Berlin 2012 Hans Hartung – Fait le 29/71989, Galerie Fahnemann. Rome 2013 La radice del segno – Hans Hartung, Istituto Nazionale per la Grafica. Berlin 2012 Hans Hartung – On 29/71989, Fahnemann Gallery Rome 2013 La radice del segno – Hans Hartung, Istituto Nazionale per la Grafica. 185 186 187 Museus e coleções permanentes Museums and public collections Austrália Galeria Nacional da Austrália, Canberra Australia Australian National Gallery, Canberra Áustria Museum des 20. Jahrhunderts, Wien Museu Moderner Kunst, Wien Austria Museum des 20. Jahrhunderts, Wien Museum Moderner Kunst, Wien Bélgica Museu Real de Belas Artes, Antuérpia Museu Real de Belas Artes, Bruxelas Belgium Royal Museum of Fine Arts, Antwerp Royal Museum of Fine Arts, Brussels Brasil MAM, São Paulo Brazil MAM, São Paulo Inglaterra City Museum and Art Gallery, Birmingham Tate Gallery, London England City Museum and Art Gallery, Birmingham Tate Gallery, London França Centro Nacional de Arte e Cultura Georges Pompidou, Paris Fundação Maeght, Saint-Paul-de-Vence Fundo Departamental de Arte Contemporânea de Val-deMarne, Créteil Fundo Regional para Arte Contemporânea de ProvenceAlpes-Côte d’Azur, Marseille Museu Cantini, Marseille Museu de Arte Contemporânea, Dunquerque Museu de Arte e Indústria, Saint-Étienne Museu de Arte Moderna da Cidade de Paris, Paris Museu de Arte Moderna, Estrasburgo Museu de Châteauroux, Châteauroux Museu de Pintura e Escultura, Grenoble Musée des Augustins, Toulouse Museu de Belas Artes, Lyon Museu Fabre, Montpellier Museu de Belas Artes, Nantes Museu de Belas Artes, Rouen Museu Granet, Aix-en-Provence Museu Municipal, Saint-Paul-de Vence Museu Nicéphore Niépce, Chalon-sur-Saône Museu Picasso, Antibes Museu Princeteau, Libourne Museu de Belas Artes, Lille France National Centre for Art and Culture Georges Pompidou, Paris Maeght Foundation, Saint-Paul-de-Vence Departmental Fund of Contemporary Art of Val-de-Marne, Créteil Regional Fund for Contemporary Art Provence-Alpes-Côte d’Azur, Marseille Cantini Museum, Marseille Museum of Contemporary Art, Dunkerque Museum of Art and Industry, Saint-Étienne Museum of Modern Art of the City of Paris, Paris Museum of Modern Art, Strasbourg Châteauroux Museum, Châteauroux Museum of Painting and Sculpture, Grenoble Musée des Augustins, Toulouse Museum of Fine Arts, Lyon Fabre Museum, Montpellier Museum of Fine Arts, Nantes Museum of Fine Arts, Rouen Granet Museum, Aix-en-Provence City Museum, Saint-Paul-de Vence Nicéphore Niépce Museum, Chalon-sur-Saône Picasso Museum, Antibes Princeteau Museum, Libourne Museum of Fine Arts, Lille Alemanha Akademie der Künste, Berlim Fundação Domnick, Nürtingen Hamburger Kunsthalle, Hamburgo Heimatmuseum der Stadt Witten, Witten Hessisches Landesmuseum, Darmstadt Kaiser Wilhelm Museum, Krefeld Kunstmuseum, Düsseldorf Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf Kunsthalle, Bremen Museu Folkwang, Essen Museu Ludwig, Colônia Germany Akademie der Künste, Berlin Domnick Foundation, Nürtingen Hamburger Kunsthalle, Hamburg Heimatmuseum der Stadt Witten, Witten Hessisches Landesmuseum, Darmstadt Kaiser Wilhelm Museum, Krefeld Kunstmuseum, Düsseldorf Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf Kunsthalle, Bremen Museum Folkwang, Essen Museum Ludwig, Cologne 188 Neue Nationalgalerie, Berlim Pfalzgalerie, Kaiserslautern Schleswig-Holsteinisches Landesmuseum, Schleswig Museu Sprengel, Hannover Staatliche Kunstsammlungen, Gemäldegalerie Neue Meister, Dresden Staatliche Kunstsammlungen, Kupferstichkabinet, Dresden Staatsgalerie Moderner Kunst, München Staatsgalerie, Stuttgart Städtisches Kunsthalle, Mannheim Städtisches Kunstmuseum, Bonn Städtisches Museum Simonstift, Trier Museu Suermondt-Ludwig, Aachen Museu Wallraf-Richartz, Colônia Museu Wilhelm-Hack, Ludwigshafen Museu Wilhelm-Lehmbruck, Duisburg Neue Nationalgalerie, Berlin Pfalzgalerie, Kaiserslautern Schleswig-Holsteinisches Landesmuseum, Schleswig Sprengel Museum, Hannover Staatliche Kunstsammlungen, Gemäldegalerie Neue Meister, Dresden Staatliche Kunstsammlungen, Kupferstichkabinet, Dresden Staatsgalerie Moderner Kunst, München Staatsgalerie, Stuttgart Städtisches Kunsthalle, Mannheim Städtisches Kunstmuseum, Bonn Städtisches Museum Simonstift, Trier Suermondt-Ludwig Museum, Aachen Wallraf-Richartz Museum, Cologne Wilhelm-Hack Museum, Ludwigshafen Wilhelm-Lehmbruck Museum, Duisburg Islândia Listasafn Islands (Galeria Nacional da Islândia), Reykjavik Iceland Listasafn Islands (National Gallery of Iceland), Reykjavik Israel Museu de Israel Museum, Jerusalém Museu Municipal de Arte Moderna, Haifa Israel The Israel Museum, Jerusalem The Municipal Museum of Modem Art, Haifa Itália Coleção Vaticana de Arte Religiosa, Roma Galeria Cívica de Arte Moderna, Turim Galeria Municipal de Arte Moderna e Contemporânea, Roma Galeria Nacional de Arte Moderna, Roma Italy Collezione Vaticana d’Arte Religiosa Moderna, Rome Galleria Civica d’Arte Moderna, Torino Galleria Comunale d’Arte Moderna e Contemporanea, Rome Galleria Nazionale d’Arte Moderna, Rome Japão Museu de Arte Moderna, Kamakura Museu de Arte Moderna, Toyama Museu de Arte de Ohara, Kurashiki Japan The Museum of Modem Art, Kamakura The Museum of Modem Art, Toyama The Ohara Museum of Art, Kurashiki Kênia Museu Nacional do Kênia, Nairobi Kenya Kenya National Museum, Nairobi Macedônia Museu de Arte Contemporânea, Skopje Macedonia Museum of Contemporary Art, Skopje Noruega Fundação Sonja Henie-Niels Onstad, Hôvikkoden Norway Sonja Henie-Niels Onstad Foundations, Hôvikkoden Holanda Stedelijk Museum, Amsterdam Stedelijk van Abbemuseum, Eindhoven Netherlands Stedelijk Museum, Amsterdam Stedelijk van Abbemuseum, Eindhoven Suécia Moderna Museet, Estocolmo Sweden Moderna Museet, Stockholm Suíça Kunsthaus, Zurique Kunstmuseum, Basel Switzerland Kunsthaus, Zürich Kunstmuseum, Basel Estados Unidos Albright-Knox Art GalKöln, Buffalo Museu de Arte de Baltimore, Baltimore Metropolitan Museum of Art, New York Museu de Arte Moderna (MOMA), New York Museu de Arte da Philadelphia, Philadelphia Fogg Art Museum, Universidade de Harvard, Harvard Phoenix Art Museum, Phoenix Museu Solomon R. Guggenheim, Nova York United States of America Albright-Knox Art GalKöln, Buffalo Baltimore Museum of Art, Baltimore Metropolitan Museum of Art, New York Museum of Modem Art, New York Philadelphia Museum of Art, Philadelphia Fogg Art Museum, Harvard University, Harvard Phoenix Art Museum, Phoenix Solomon R. Guggenheim Museum, New York 189 190 191 Hans Hartung. Atelier du Geste. Le Ministère de la Culture et la Banco do Brasil présentent « Hans Hartung – Atelier du Geste », une rétrospective inédite du peintre franco-allemand, maître de l’abstractionnisme européen du XXème siècle. Sous le commissariat de la Fondation Hartung-Bergman, cette exposition réunit une sélection de 165 œuvres, peintures, œuvres sur papier, toiles e acryliques, de ce peintre au langage complexe qui a connu directement tous les mouvements d’avant-garde, de l’abstractionnisme à l’expressionnisme. Les œuvres de Hans Hartung se définissent comme des explosions de couleurs et d’idées, des actions chromatiques aux innombrables tonalités. Les éléments abstraits de sa production artistique captent les mouvements des forces, révélant ainsi l’importance de la spontanéité qui a toujours été la marque de sa poétique. Avec la première exposition individuelle de cet artiste, le Centre Culturel Banco do Brasil offre à la société brésilienne l’occasion d’entrer en contact avec des chefs-d’œuvre de grands noms de l’histoire de l’art et réaffirme son engagement pour l’éducation du public, par un accès de plus en plus large à la culture. Centro Cultural Banco do Brasil .............................................................. Cela fait 20 ans qu’est née la Fondation Hartung-Bergman. Et de vivre une partie de cet anniversaire au CCBB à São Paulo constitue pour elle un formidable cadeau. Quand elle a été créée en 1994, notre institution fut appelée par l’Etat français à participer à l’ « intérêt général » et à remplir une mission d’ « utilité publique ». Elle devait y parvenir en faisant dignement rayonner l’œuvre, la mémoire, le génie des deux artistes – Hans Hartung et son épouse Anna-Eva Bergman – qui en étaient à la base. Conserver le patrimoine antibois où est située la Fondation, avec ses œuvres, son exceptionnelle maisonatelier conçue par Hartung, une somme gigantesque d’archives, ne prend vraiment son sens qu’à condition de travailler, en parallèle, à sa divulgation et à sa diffusion. Nous ambitionnons donc de favoriser l’accès à l’œuvre de Han Hartung, en France et dans le monde entier. Mais nous répétons obstinément que cette immense figure de l’abstraction n’est pas seulement notre propriété. En effet, bien que la Fondation mette volontiers à disposition son savoir-faire et son expertise pour construire des événements comme celui-ci, elle désire également que ceux qui découvrent ou redécouvrent l’artiste n’hésitent pas à proposer leur vision, leur lecture. Voilà pourquoi nous sommes particulièrement fiers et heureux de l’élaboration de cette première exposition monographique au Brésil où sont réunies des pièces de toute première importance dans la carrière d’Hartung. Il s’agit d’un très bel aboutissement pour nous tous. Et, assurément, d’un point de départ, aussi. Thomas Schlesser Directeur de la Fondation HartungBergman .............................................................. Pour la première fois en Amérique latine, une importante rétrospective sera consacrée à l’œuvre de Hans Hartung, artiste franco-allemand considéré comme l’un des maîtres majeur de l’abstraction, chef de file de l’art informel, père du tachisme et précurseur de l’Action Painting. L’Ambassade de France, fidèle à sa mission de diffusion et de démocratisation du patrimoine artistique et culturel, à l’honneur de s’associer avec le CCCB pour cette exposition qui se tiendra à Sao Paulo du 8 novembre 2014 au 12 janvier 2015. Nous tenons à remercier le CCBB et toute son équipe pour leur implication dans ce projet dont il faut souligner la richesse exceptionnelle puisque l’exposition rassemblera au travers d’un parcours narratif plus de 160 œuvres de l’artiste, œuvres qui pour la plupart ont marquées l’histoire de l’art du XXème siècle. L’œuvre comme la vie d’Hans Hartung, marquées par la quête de la liberté artistique et de l’engagement pour la démocratie peuvent parfaitement illustrer la pensée d’André Malraux pour qui deux qualités fondamentales sont nécessaires à l’homme : la culture et le courage! Nous souhaitons de beaux moments de plaisir pour les sens et l’esprit de ceux qui auront l’opportunité de voir cette exposition. Ambassade de France Atelier du Geste « Le gribouillage, le grattement, l’action sur la toile sont des activités humaines qui me semblent aussi immédiates, spontanées et simples que la dance ou les gambades d’un animal qui sautille, court, fouille. Une plante qui pousse, le sang qui bat fort , tout ce qui germine,croît, explose avec la vitalité, la force de la vie, la douleur de la joie, tout cela retrouve son incarnation singulière – son propre signe – dans une ligne dessinée qui peut être raide ou souple, courbée ou droite, rigide ou musculaire, et en tâches de couleur, stridentes, gaies ou sinistres. » HARTUNG AU BRÉSIL, AVANT ET APRÈS : un regard en perspective et d’autres pensées MARILIA PANITZ C’était 1955. La 3ème Biennale Internationale avait lieu à São Paulo, sous la direction artistique de Sérgio Milliet1. La représentation française, sous la curation de Jean Cassou, mettait en évidence l’oeuvre de Fernand Lèger. Les tableaux du franco-allemand Hans Hartung étaient présents, dans un milieu de production abstraite française, surtout l’oeuvre qui a été nommée d’ informalisme.2 L’histoire de l’artiste le classait déjà comme l’un des précurseurs de l’abstractionisme en Europe. Celui-ci fût, peut-être, le premier contact le plus véritable de son art dans des terres brésiliennes. Le Brésil aurait-il vraiment remarqué son oeuvre en 1955?3 Nous savons que, depuis sa 1ère édition, la Biennale avait une forte participation des abstractionistes de différents courants. Créée en 1951, elle faisait écho à la discussion et aux tendances de l’AprèsGuerre. Et quoique en plein territoire national, une vraie bataille se faisait entre les défenseurs du figurativisme – surtout les modernistes de la première phase 192 du mouvement (liés à la Semaine d’Art Moderne de 1922 et à ses déploiements) – et ceux qui ont développé la recherche dans le domaine de l’abstraction informelle et de l’art concret et néo-concret4, six ans plus tard, Mário Pedrosa a proposé une Biennale centrée sur la question de l’abstrait.5 Mário, lors de la présentation du catalogue de l’exposition, affirmait : « La VIème Biennale est le fruit de dix ans d’efforts et de sacrifices réussis (...) conçue comme la Biennale du bilan de ces années de réalisations »6. Certainement, la définition de mise au point correspondait à un regard plus complet sur les années 50, au Brésil et dans le monde entier. Sous ce volet, la Biennale était rétrospective. Une autre donnée importante est que Pedrosa présentait la production de jeunes africains et de peuples autochtones australiens, outre des calligraphes japonais du Moyen Age, ce qui élargissait le regard sur l’abstrait. La contrepartie était l’espace destiné à de nouveaux artistes qui se rapprochaient des volets conceptuels. Sous ce volet, elle était prospective. Si nous pouvons affirmer que les lignes de caractère constructif ont une présence de définition de l’avenir de l’art contemporain brésilien, soit pour ce qui est de sa production poétique, soit théorique, y compris son anti-informalisme, la peinture des signes est présente, y compris dans les expérimentations de quelques grandes figures comme Cícero Dias, par exemple. Le déplacement de quelques artistes étrangers vers le Brésil, en tant qu’exilés de la Deuxième Guerre Mondiale, dans les années 40 – surtout de Maria Helena Vieira da Silva et de Arpad Szènes –, ainsi que les contacts des brésiliens avec des volets constructifs européens mettrait en scène les recherches dans le domaine de l’abstrait. Paris a souvent été une ville de destination pour les artistes brésiliens, à la première moitié du XXème siècle, et c’est à partir de Paris que la discussion se déplaçait vers le Brésil. Il y avait, bien évidemment aussi, l’oeuvre du groupe d’origine japonaise et celle de Antonio Bandeira et de sa production articulée avec celle de Wols7, en France. En 1955, Hartung présente ses tableaux qui ont un gestuel lié à l’usage d’un répertoire de signes qui est caractéristique de sa production. L’inscription a ici la force du geste large et rapide, de l’intelligence des mains, une approche organique de la surface de la toile . Mais l’artiste travaille avec une précision du trait qui place sur la toile l’image déjà produite, à une petite échelle, dans ses dessins. Cette caractéristique nous mène à un trajet particulier de l’informalisme (éloigné de la dripping painting et de l’abstraction lyrique). Avec des inscriptions récurrentes dans son oeuvre des années 30 et 408 – mi lettre, mi gribouillage , en contact avec les champs de couleur –, ces travaux ont un trait léger qui disparaît dans ses oeuvres ultérieures. Le noir occupe un plus grand espace. Le geste qui inscrit ce noir semble gagner de la violence, tout en étant une sur-inscription , un redessin et un effacement par grattage. Soit dans la peinture, soit dans ses oeuvres graphiques, l’on remarque une pression-tension plus grande que sur le support. Presque la création de cicatrices. Cette intervention à la surface est différente de celle apportée au Brésil à la Biennale, où il ya a une légèreté de traits, des valeurs différentes de ligne et de couleur, souvent en aquarelle. Dans les années 50, nous retrouvons la présence du pinceau avec un mouvement vertical , qui se répète à plusieurs reprises, ou l’usage de larges brosses pour obscurcir la toile en noir. Sur le dessin, le ton pastel présente un mouvement d’allerretour frénétique de crayon sur le papier. Explosions, rayons, néant, reconstructions. Des faisceux de touches de pinceau s’élèvent sur le fonds en couleur. L’on ne peut oublier que Hartung était aussi un chercheur et un enregistreur de ce milieu. Les langages de la pinture et de la gravure semblent se fondre dans les différents supports et techniques dont il fait appel 9. L’approfondissement de cette recherche le mène à inventer ses outils. L’échange établit avec ses imprimantes, dans les grands ateliers, à Paris ou en Erker-Presse, en Suisse, bastion d’autres grands créateurs de l’époque10, semble provoquer des transformations sur sa vaste production de signes constamment en note. Bref, comme affirme Giulio Carlo Argan, dans une note sur l’objet de son oeuvre : « L’objet de recherche est, vraisemblablement, l’origine des signes, non de son sens originaire, mais surtout le fait de les produire »11. En d’autres mots, le statut du signe se revêtit d’un sens matériel et procédural, plutôt lié à l’inscription (comme un trait mnémonique peut-être) que comme une formation de sens partagé, de signification. « L’espace que Hartung définit dans le rapport entre le signe et le fonds est l’espace de l’action décidée et consommée; son signe est le signe de la volatilité et de l’agir »12. L’artiste tend l’amplitude de possibilités dans la gravure en métal, tombe d’amour par la lithographie et, plus tard, expérimente la gravure sur bois. Dans les peintures de la fin des années 50 et du début des années 80, l’essai de plusieurs matériels est présent. L’on voit le trait de l’introduction du rouleau (comme celui de l’encrage des matrices graphiques) dans la peinture, quelques textures obtenues par grattage de la peinture appliquée, ou par la révélation d’une marque préalable, fait avec un objet émoussé sans pigment et recouvert d’encre (comme dans une matrice de gravure en bois ou en métal). Les courbes faites avec l’instrument sont un ensemble de pinceaux accouplés sur une base d’une brosse large , (avec un effet qui résonne le burin rayé de la gravure) et l’aérographe, qui opère un énorme changement des marques inscriptes. Il y a évidemment la réduction du répertoire de signes, de la période, en tant qu’affirmation de certains gestes présents depuis le début du trajet de l’artiste, maintenant clairement définis en tant que structurels de son oeuvre. L’oeuvre de ses dernières années – l’exposition présente cinq de ses 360 grands tableaux, produits à l’année de sa mort – se revêtent d’une autre caractéristique. Dans les photos et vidéos qui enregistrent l’artiste au travail, assis sur sa chaise roulante, en se servant de son pinceau avec une énorme barre (comment oublier l’autre, si connue, avec l’image de Matisse déjà âgé, en pleine activité?), ou le compresseur qui lui permet une interférence avec des lignes formées par une succession de gouttes d’encre (tellement chères aux artistes de l’action painting), Hartung est entouré de ses assistants et produit avec une espèce d’urgence, de frénésie.13 Ces toiles vont réacquérir à une autre échelle et avec de différentes caractéristiques, la légèreté de ses premiers travaux. Peut-être ici se présentent les foudres de ses cahiers d’enfance.14 Quand on a l’expérience d’avoir visité une exposition qui suit la trajectoire de l’artiste, on est touché de voir comment son oeuvre plus ancienne, quand il était très jeune, dans les années 1920 du dernier siècle, et sans avoir eu contact avec les premières et définitives expériences abstractionistes en Europe, comprend une grande partie du répertoire développé le long de sa longue 193 vie.15 Il faut souligner que Hartung a été un exilé de son pays natal (avec l’arrivée du nazisme). En France, il a lutté à la légion étrangère, où il a perdu une jambe. Il a vécu la tragédie de la guerre en plein. L’on peut penser à son adhésion à l’antiforme comme un acte politique. Son approche adhère à la ligne de pensée qui marque les grands artistes de la fin de la Première Guerre Mondiale : l’incrédulité vis-à-vis les valeurs de la rationalité qui produit le chaos et la mort. La disparition de la forme est l’insurrection. Pour les artistes qui se placent sous ce volet, il y a la double négation de la représentation réaliste et de ses déploiements expressionnistes et du formalisme représenté par les courants de l’abstractionisme géométrique, où la forme persévère. (Re)Voir Hartung maintenant, plus de mi siècle après sa présence à la Biennale, nous permet de suivre les phases de sa production et de contextualiser les oeuvres dans la totalité de son héritage. Avec la distance historique vis-à-vis des enjeux présentés par l’informalisme, lors de son effervescence, nous pouvons avoir l’idée des innovations proposées par lui et de son approche indépendante vis-à-vis les mouvements ultérieurs. Donc, nous sommes délivrés à l’impact du corps à corps avec des toiles et des papiers. Nous sommes exposés aux successives foudres que l’ artiste nous a adressé, des cicatrices à nos yeux, dans la plus pure tradition de l’identification de signes au fond des yeux. Bien-venus à la tempête.16 5 Dans celle-ci, Di Cavalcanti, combatant acharné de l’art abstrait, refuse de participer, avec une salle spéciale à son honneur, étant donné les aménagements proposés par Mário. 6 D’après Pedrosa : « De ce volet, nous ne pouvons pas faire la distinction entre des périodes historiques et artistiques privilégiées car tous (...) sont brasés, absorbés, fusionnés aux époques les plus lointaines ou à des cultures plus primaires. (...). Nos Biennales miroitent chaque fois plus cette force liante de l’art de nos jours. » p.29 : « La Section Brésilienne est un exemple assez fidèle de ce qui existe au Brésil. Toutes les tendances qui signalent l’art contemporain sont ici représentées : Depuis les primitifs et figuratifs jusqu’aux dernières manifestations abstractionistes, géométriques, concretlstes, néo-concretistes, tachistes, informelles et symboliques et même néoigurativess et néo-dadaistes. » p.30. Disponible sur http://www.bienal.org.br/publicacao.php. 7 Antonio Bento, sur Bandeira, cite Seuphor : « En effet, Bandeira et Wols voulaient exprimer l’antiforme, réaliser exactement la négation de l’art de Cezanne. Ils voulaient l’opposé en matière d’ordre social, en plaçant ce qui n’a pas de forme (...) ». GEIGER, Anna Bella, COCCHIARALE, Fernando, Abstractionisme Géométrique et Informel : l’avant-garde brésilien des années 50, FUNARTE, 1987, p. 253. 8 Probablement, ce choix des oeuvres se soit fondé sur sa première exposition à Paris, en 1947. 9 Rainer Michael Mason, qui a produit le catalogue en ligne des oeuvres graphiques de Hartung, l’intitule graveur-peintre cité par Antonella Renzitti dans La Radice Del Segno – L’Opera Grafica, Istituto Nazionale per la Grafica / Fondation HartungBergman, 2014. 10 Comme Max Bill, Eduardo Chilida, Robert Motherwell, Antoni Tapies, entre autres. Idem. 11 Giulio Carlo Argan , cité par Antonella Renzitti . Ibid. 12 ARGAN, Giulio Carlo, Arte Moderna, Cia das Letras, 1992, pp. 621, 622. 13 Ce que l’on peut observer dans la vidéo montrée à l’exposition. 14 Hartung parle sur ses journaux d’enfance recouverts de dessins de foudres qui , pour lui, ont influencé son oeuvre : « Ils m’ont donné une idée de vitesse de la ligne, le désir de prendre un crayon ou un pinceau ». Disponible sur http:// fondationhartungbergman.fr/wphh/bio-citation/. 15 Dans les aménagements de l’exposition, la Fondation Hartung-Bergman nous propose une section Les extrêmes : genèse et oeuvre ultime (1922-1989) où l’on s’aperçoit que l’oeuvre des premières années se rapproche des travaux de 1988 et 1989, année de sa mort. .............................................................. Notes 1 Celle-ci succède l’édition préalable emphatique, qui a présenté Guernica de Picasso et qui s’est penchée sur le parcours cubiste; et la première, de 1951, dont le grand vainqueur fut Max Bill et son Unité Tripartite, représentant de la pensée concrète de l’Ecole d’Ulm. 2 Catalogue de la IIIème Biennale de São Paulo, (1955), pp.133-134, disponible sur http://www.bienal.org.br/ publicacao. php. Ciccilo Matarazzo, président de la Biennale, acquiert une oeuvre de Hartung, qui aujourd’hui fait partie de la collection du Musée d’Art Contemporain de São Paulo. 3 Avant l’événement des Biennales, en 1949, l’exposition inaugurale du premier siège du MAM – Musée d’Art de São Paulo, aussi créé par Ciccilo, Du Figurativisme à l’Abstractionisme, présentait déjà l’oeuvre de Hartung. En 2009, Année du Brésil en France, le Musée d’Art Contemporain de São Paulo organise une exposition qui dure toute l’année, intitulée La France au MAC, ayant pour idée de montrer « le reflet de l’Ecole de Paris dans la production d’autres artistes de la collection du Musée ». L’un des artistes présents était Hans Hartung. En 2014, le MAC présente une autre exposition collective Au delà du point et de la ligne : art moderne et contemporain dans la collection du MAC, où reapparaît l’oeuvre de Hartung. 4 Il faut aussi souligner la différence de pensée entre les deux courants de l’abstractionisme géometrique représentés par les groupes Rupture et Front qui s’appliquent aux importants événements de cette histoire. Le geste ferme d’hartung Achille Bonito Oliva La peinture est le lieu des apparences où les énergies – forcément en collision les unes les autres – explosent. Si dans le passé les artistes utilisaient leur habileté manuelle pour attribuer au monde une vision unitaire, dans l’art contemporain, surtout après la Deuxième Guerre Mondiale, ils se sont consacrés à affirmer la centralité du fragment. L’empire des peintures est habité durablement par des constellations de données intériorisées, ce qui signifie que dans tout discours sur l’art, le particulier se lancera dans sa discontinuité. L’art gestuel de la peinture informelle dérive d’un besoin romantique : il cherche à refonder la vision totale du monde par le biais d’une manipulation problématique des fragments. Quoique le monde échappe d’être envisagé dans sa totalité, les peintres d’action ont cherché, cependant, à rétablir, par la vitalité de leur art gestuel, un rapport rassurant et même vivifiant avec les fragments duquel la réalité semblait s’être décomposée. Par conséquent, la peinture est devenue le point d’arrivée d’un rite solitaire par lequel l’art célébrait la possibilité de rédemption de la négativité de l’histoire. Le flux de l’existence humaine a trouvé la purification à l’instant vertical qui a produit une oeuvre d’art, quoique en même temps, ça voulait dire que la vie était devenue impraticable, quand on l’a faisait face carrément. Seul l’art pourrait racheter l’inertie de la vie courante (et à peine courante), par les gestes exemplaires. Par conséquent, l’art et la vie étaient toujours en conflit permanent et irréductible, sans chance de conciliation. D’une part, la vie et ses séparations irréparables; d’autre part, l’art et ses lacérations perspicaces. Car les connaissances accordées à l’art – même si informel – dérivent de la discipline donnée à la forme, par les contraintes linguistiques qui ne font pas de concession à l’improvisation ou à l’impromptu. La destination de la forme est irreversible et elle revêtit chaque production artistique. L’art gestuel ne peut échapper à ce destin; si ce n’est le cas, il augmente le lien précisément par les émotions placées à la surface de la toile assaillies d’une main implacable. Ce n’est que par les contraintes du langage que le geste retrouve sa force exemplaire et la mesure convenable de sa tension expressive. Selon Hans Hartung : “Le gribouillage, le grattement, l’action sur la toile sont des activités humaines qui me semblent aussi immédiates, spontanées et simples que la dance ou les gambades d’un animal qui sautille, court, fouille. Une plante qui pousse, le sang qui bat fort , tout ce qui germine,croît, explose avec la vitalité, la force de la vie, la douleur de la joie, tout cela retrouve son incarnation singulière – son propre signe – dans une ligne dessinée qui peut être raide ou souple, courbée ou droite, rigide ou musculaire, et en tâches de couleur, stridentes, gaies ou sinistres” 194 Au début de 1922, l’oeuvre de Hartung l’a fait connaître plusieurs points de relais de la recherche contemporaine. Ceci entraîna une production en pleine expansion et inexorable, car le point d’arrivée n’était jamais une belle forme, figée sur la toile, mais plutôt le dépassement de formes préalables – une démarche continuelle. Son point de départ était l’idée que la peinture était sinueuse, un mouvement détaché, mais toujours une divagation dans le domaine des signes et des couleurs. Il y avait une constance dans ces méandres : les forces de la peinture sillonnaient sa peau loin d’être un vitalisme gestuel. La peau de la peinture est le lieu où tout se déploie, où l’image devient irréversiblement l’apparence. En dehors de l’image il n’y a rien, sauf les profondeurs insondables de l’inconscient – qui ne peut prendre forme à la surface de la peinture que par des signes et des couleurs. Les peintures n’admettent pas des interdictions ou des censures, elles n’admettent pas non plus des références en dehors de leur domaine. Il y a une espèce d’érotisme dans tout celà et Hartung développe cette idée en polluant splendidement les formes et les couleurs qui plannent à la surface de sa toile ou qui ressortent du dessous. Il le fait explicitement : il atribue à la peinture la possibilité de ne pas être réticente, d’exprimer son potentiel sans mesurer ses moyens. En effet, Hartung n’a jamais pensé à économiser sur les dépenses, il travaillait continuellement et laissait l’avenir s’en occuper. Portrait après portrait, la matière picturale se mélangeait à d’autres illustrations, sans cesse. Car l’art n’admet pas l’immobilité et la peinture ne permet pas que l’on s’habitue à un comportement. Celle-ci est l’essence de l’oeuvre de Hartung : il s’appliquait complètement à son rôle . Sa peinture est une lutte menée dans les modes offerts par la tradition chromatique nordique de la peinture – ses ancêtres linguistiques. Son sens de la couleur correspond rigoureusement à son sens perceptif de la mesure (il ne s’abandonne jamais au simple plaisir de l’imagerie). L’érotisme, déjà cité, dérive de la capacité d’Hartung de regrouper (et de garder ensemble) les deux polarités de son oeuvre : la couleur et la disposition spatiale de ses peintures. L’image désinhibée ne cesse face à la tension étalonnée qui la regroupe, la conception regroupe la peinture . L’artiste est au courant que les peintures sont des verreries, continuellement exposées aux dévastations des mouvements de la main; elles demandent une modération nomade et une délicatesse, de crainte que la main souille la peau qui regroupe le travail. . La peinture est née de son histoire, c’est-àdire, elle est isolée des artistes individuels qui ont mobilisé leur force intérieure assez délicatement pour créer la peinture. Car la peinture n’est pas une action explicite spectaculaire; elle demande un mouvement et même des assaults, mais surtout un état de grâce et d’introspection. L’être intérieur de l’action picturale est né du déséquilibre discipliné de l’artiste qui éprouve les notions de l’espace et du temps. Ces deux n’existent pas simplement de l’extérieur; ou plutôt, s’il en est ainsi, c’est qu’elles sont le support et le rempart de la vie quotidienne. Mais outre la vie quotidienne, au sein du domaine exemplaire de l’art, le temps et l’espace sont des dimensions introjectées. Elles sont le dépôt et la structure de l’imaginaire. Elles vivent l’incarné dans la substance de la fantaisie, intimement et inextricablement. au-delà des remparts sûrs de la certitude connus au préalable.Il est destiné à une pente glissante de précarité et de hasard. Les coordonnées spatio-temporelles pénètrent dans l’image, non comme un support souple mais comme un ingrédient qui se mélange avec le visuel qui participe de l’épiphanie. Ils se produisent euxmêmes, fantastiquement, selon leur propre image. Hartung a toujours internalisé ces deux dimensions et ceci l’a placé au-delà de la rhétorique de la “peinture d’action”, au-delà du lieu commun selon lequel la gestualité inquiète du post VVII art représentait une démarche pour occuper la réalité extérieure. Au contraire, Hartung a cherché implacablement l’internalisation de la gestualité; il a attaché sa créativité a une discipline qui était impromptue, quoique marquée par un élan (étalonné). Chez Hartung, l’espace et le temps fêtent le rite d’une apparition différente; ils sont déployés de tout fonctionnement traditionnel. Le logocentrisme oriental a toujours conçu ces deux dimensions comme la toile de fond et le balayage de l’activité humaine, comme le support – soutenant et contenant – les caprices de l’intelligence. L’espace, dans l’histoire de la peinture, s’est revêtu lentement mais sûrement de formes symboliques différentiées en produisant une conception renouvelée selon les principes de l’idéologie politique et de la science. Donc, l’espace et le temps sont devenus des extensions de notre être intérieur, indéfinissables face à des images qui les définissent. En effet, ils peuvent exister simultanément – de même que les images – ils sont consubstantiels et étroitement liés à la substance visuelle. Pour Hartung, c’est comme si l’espace existait en tant qu’état gaseux, que dématérialisation mobile de la réalité que seul l’art peut transformer en une substance concrète, dense. Ce n’est que par cette forme donnée aux espaces qu’une opération ponctuelle peut être capturée définitivement comme une image formelle. Au contraire, puisque l’espace est mobile, il demande un déplacement mobile, une façon précaire et instable de l’envisager. Seuls les artistes atteignent un état de grâce qui leur permet de vivre cette précarité sans scrupules (en effet, le vivre est la seule voie qui mérite d’être suivie), d’en jouir avec cette intensité. La dimension temporelle, dans l’histoire de l’art, a également suivi les ordres du développement progressif de l’histoire des idées, d’après la pensée logocentrique. Avec l’événement des avant-gardes historiques et des nouvelles méthodologies, le temps et l’espace ont commencé à concevoir différemment, de manière moins rigide et guidés par la rationalité. Ils ont trouvé une correspondance plus convenable dans la nouvelle sensibilité, où notre être intérieur (ou, en tout cas, de manière subjective) établit les paramètres. “ L’être intérieur ” signifie des incertitudes, des déséquilibres, des changements de dynamique et de discontinuité. Il s’adresse à la réalité qui va Hartung a précisément cet état de grâce. Celui-ci l’a permis d’avoir une illumination qui lui confère son sens épiphanique. Donc, ses images sont distribuées à la surface de ses peintures sans gradation spatiale. Elles sont régies par la simultanéité : la présence conjointe de chaque perspective crée la vue. En attendant, le temps aussi s’entrelace avec l’espace et il est entièrement résolu. Les images étendent et contractent un délai unique et perçu; elles respirent biologiquement, rythmiquement, synchroniquement avec notre plasir organique qui s’entremêle à eux. Ceci explique la raison par laquelle chez Hartung il ne sagit pas de parler de 195 profondeur mas plutôt de remaniement superficiel de la surface. La profondeur signifierait des gradations spatiales et temporelles : mais seule une uniformité bi-dimensionnelle nous donne la perception de simultanéité et d’instantanéité. La bi-dimensionalité est donc un moyen par lequel Hartung règle ses épiphanies spatio-temporelles; cela lui permet de donner suite et fluidité a une idée cosmique de ces dimensions. Avant que l’oeuvre existe, c’est comme si ni le temps ou l’espace n’existaient, c’est comme si l’artiste se mouvait dans un néant absolu – une non-dimension. La peinture est le domaine où une explosion a lieu, où les fragments du temps et de l’espace se brisent simultanément (quoique philosophiquement) comme des substances impalpables et intouchables qui peuvent être perçues par le brossage léger mais clair. En effet, l’espace chez Hartung, au lieu d’être clos, est une nébuleuse en expansion, un état d’incertitude qui marque un type d’érotisme intermédiaire qui dépasse les limites et qui va au-delà de toute apogée. Un cynisme philosophique maitrîse l’oeuvre de Hartung : parfaite indifférence à l’égard de thèmes et d’images. Tout est une excuse pour peindre, puisque tout est assujetti à la loi du temps et de l’espace. Les formes et les surfaces où celles-ci apparaissent sont consubstantielles – néanmoins les formes ne sont jamais en morceaux. Elles participent – et échappent en même temps – à un caractère définitif. Elles semblent rester immobiles mais, en même temps, présentent des symptômes de mouvement. Il n’y a pas d’angle convenable pour les observer car elles n’ont ni de face ni de dos. Leur apparence ne suit pas des conventions d’observation, au contraire elle s’insinue entre les deux côtés de la toile. Par le biais de ce contact, et plus précisément à travers de celui-ci, une image acquiert du mouvement et de l’érotisme. Elle se développe et se contracte en dehors des paramètres rigides de la géométrie. Elle fait allusion à se déveloper au dehors des limites institutionalisées d’une peinture. Cette allusion, purement mentale, n’est pas le résultat d’un projet intellectuellement conçu, au contraire, c’est un événement purement artistique, un geste calibré, vibrant qui pénétre la toile; c’est une mesure exemplaire. Donc, l’art reste le paramètre définitif de l’oeuvre de Hartung, né à partir d’un élan créatif nécessaire et biologique qui regroupe ses propres lois. La loi fondamentale impose la disparité entre le signe et la couleur, même quand les tableaux sont à la limite du blanc. Car le blanc ne veut pas dire neutralité, absence d’émotion, mais au contraire épuisement, réduction : ceci amoindrit la force purement dramatique des gestes, en les gardant dans les limites de l’être intérieur de l’artiste. Dans un tableau, le blanc retentit splendidement. Ce retentissement indique aussi la mémoire et par conséquent la culture. Les artistes sont toujours assistés par la connaissance – et cette connaissance provient d’une propension et d’une maitrìse de l’histoire de l’art. Cependant, pour Hartung, il n’y a pas de modèles. Et donc cette réverbération est une façon de s’éloigner de la précision des modèles fournis par ses ancêtres linguistiques. C’est une espèce de mémoire subliminale, qui permet à l’artiste d’absorber dans son oeuvre des allusions à des tableaux précédents (réduits à une simple atmosphère). La peinture est toujours un moyen, une disposition correcte; elle est soutenue par la mémoire subjective et objective. La mémoire subjective fournit l’expression historique de l’artiste; la mémoire objective fournit la stratification du langage et du style dans chaque oeuvre d’art. Chez Hartung, les deux mémoires se condensent inextricablement en images qui deviennent le champ aveugle de la mémoire irremplaçable (car elle ne peut pas être déclarée différemment). Ces images ne s’abstiennent de rien imagé dans leur réverberation, quoique les références soient atténuées et renfermées dans l’image absorbante. L’absorption est totale, indolore – la nature biologique de la peinture la fait paraître naturelle. Hartung transforme les signes gardés dans la mémoire culturelle en signes de sa créativité immanente, en tendant vers l’immanence ultérieure. Ceci provident d’une idée de “l’inachevé”, qui habite ses tableaux, d’une urgence qui précipite et condense l’image dans une forme capable de se reprendre. C’est exactement ce que la biologie de l’art permet. Car l’art a sa propre biologie, formée d’accélérations et d’arrêts, de références culturelles et d’improvisations, de dépôts d’énergie et de déplacements extérieurs. L’art se déplace toujours dans des eaux troubles, dans le répertoire de l’imagination qui conserve ses propres pulsations, même quand elle est formalisée dans les limites de la peinture. Hartung sait très bien que les formes artistiques sont des arrêts momentanés d’un mouvement de vie imparable. Le temps et l’espace dans ses tableaux sont maitrîsés par une mentalité Bergsonienne qui tend à interpréter ces dimensions dynamiquement. Le dynamisme cosmique de l’artiste est synchronique, formé par des mutations stylistiques progressives, de volubilité délibéremment expressive, d’interuptions inattendues d’expériences précédentes. La poétique de Hartung est mobile et souple, il travaille sur un projet qu’il bouleverse et duquel il échappe continuellement.Sa poétique, dans tous les cas, n’est pas celle de la fidélité traditionnelle au style et au matériel pictural, mais au contraire à la fidélité à l’image de l’élan créatif. Par conséquent, l’art devient un flux vivant de peinture qui jaillit librement de la surface (le long de la peau). Les formes, composées de signes et de couleurs, circulent sans obstacle le long de la toile, une sinuosité qui mène à plusieurs directions. L’expansion est la portée de ces images, qui croise l’espace sans la vitesse impétueuse des futuristes, néanmoins confortée par un vide qui devient lentement un espace, à mesure que l’image se condense et se forme. Le temps est ralentit par les formes aplaties – jamais irrégulier mais sinueux et arrondi. Le mouvement élémentaire chez Hartung semble être celui des transitions – il se déplace d’un tableau à l’autre, d’un matériel à l’autre, d’un langage à l’autre ... Même quand il paraît s’arrêter, en finissant un tableau à la même place, son attitude est en mouvement et ceci le tient à l’écart des expressions statiques ou des stéréotypes formels. Ceci ne se doit pas simplement à une inquiétude existentielle typique de sa génération, mais plutôt à la vitalité qui nécessairement a recours à la kleptomanie linguistique, immédiatement transformée en originalité stylistique. 196 Car Hartung ne considère pas l’art comme un territoire à être conquis; mais un terrain de passage et de mobilité qui crée d’autres formes de mobilité. Ses tableaux n’affirment pas des droits de propriété, dûs à un besoin impulsif du nouveau. Les droits de propriété demandent la fixité, tandis que la mobilité rend la conquête et la domination impossibles. L’idée de Hartung de possession est beaucoup plus moderne, elle est fondée sur la notion de possession mobile, non-violente – pas loin de celle des jeunes peintres de la dernière génération. Par conséquent, tandis qu’il y a une différence bien fondée entre l’art et la vie, les deux ne sont jamais séparées. Le même flux imparable gouverne chaque territoire individuel, en menant la peinture au domaine de la transition. Les artistes contemporains n’ont aucun destin sinon celui-ci .Ils adoptent nécessairement une mobilité irrésistible, puisque c’est la condition naturelle (et saine) de toute activité artistique. Hartung leur donne un coup de main, en dématérialisant la matière de la peinture, donc en leur aidant à accomplir ce mouvement. Il s’agit d’un movement qui s’attache à la musique, qui est fait de mouvements perceptibles et d’urgences inattendues – le signe d’un langage qui simule car l’état intérieur est rempli. Leonardo da Vinci a dit que la peinture est mentale; Hartung en était d’accord, il a ajouté qu’elle est obtenue par le dessin et par un signe ferme. Les années décisives (1935-1946) « Mes dessins étaient traversés de traits entortillés, étranges, embourbés, désespérés comme des griffures […] C’était une peinture véhémente, révoltée. Comme moi-même. J’avais le sentiment d’avoir été floué. A part quelques Français qui avaient été mobilisés, les autres peintres avaient tous passé la guerre réfugiés quelque part. Ils n’avaient cessé de travailler, de progresser.» Dès 1946, les oeuvre de Hartung reçoivent un accueil sans réserve dans les salons et nouvelles galeries de l’avant-garde parisienne. Est loué leur potentiel à incarner de nouvelles valeurs : l’humanité, l’engagement, l’expression individuelle, l’impact émotionnel. Il exposera en février 1947 à la galerie Lydia Conti à Paris, treize peintures de 1935 à 1947. L’exposition est déterminante. C’est la deuxième fois, seize ans après celle de Dresde, que lui est consacrée une exposition personnelle. En 1935, Hartung alors âgé de 29 ans, s’installe à Paris. C’est un nouveau départ. Il abandonne la Section d’Or et adopte un système, déjà amorcé à la fin des années vingt, celui du report avec agrandissement. Le principe consiste à reproduire à l’identique par la mise au carreau, sur une toile à grande échelle, une œuvre sur papier réalisée de manière spontanée. Le langage plastique est dense et relativement complexe, mêlant plages colorées, lignes et tracés aux tensions variables. Dès 1939, sa production est interrompue par la guerre. De 1939 à 1945, il réalise toutefois un ensemble de toiles hétéroclites, mêlant abstraction (celle des années trente et celle plus géométrique) et figuration, proches des formes créées par Julio Gonzalez et Picasso. En 1945, Hartung reprend son activité artistique. Il a perdu une jambe. De manière logique, il va employer à nouveau cette méthode par report, déployant un style dans la continuité des œuvres abstraites des années trente. Ainsi, comme par sécurité ou par souci d’ordre ou encore par obsession de la méthode, il réalise des peintures « faussement spontanées ». S’amorce alors dès 1945 la reconnaissance véritable de son œuvre dans un contexte où le discours critique valorise la spontanéité, l’immédiat, le geste libérateur. Hartung, lui,»recommence comme avant» et sa productivité gagne en efficacité. Il abandonnera ce dispositif de report à partir de 1959. Le geste juste (1956-1981) « Il faut que tout soit juste : les lignes, les courbes, les formes, les angles, les couleurs et les valeurs pour créer une image qui puisse durer, qui frappe notre attention, qui soit l’expression définitive d’un objet, d’une émotion, d’un phénomène. » À partir de 1956, Hartung collabore avec la Galerie de France. Sa production prend alors une nouvelle direction, avec des formes en palme, proches de la calligraphie. Autant les œuvres sur papier sont exécutées dans un style libre, autant là encore, les toiles reprennent la mise au carreau. Il faut attendre 1959 pour que la peinture atteigne une complète autonomie. La période 1956-1981 est marquée par une très grande capacité de renouvellement. En 1960, et ce jusqu’en 1969, Hartung élabore un vocabulaire régulé par le geste. Au-dessus des couches de peinture vinylique projetées sur la toile, il opère de multiples grattages, provoquant de violents contrastes au sein du tableau. Le graphisme libre agit en creux, le geste est incisif et tranchant. La justesse du geste prend forme de différentes manières : il érafle, griffe, lacère, gratte. Le geste est véhément, expressif, soudain. En 1970-1971, après une production ralentie à la fin des années soixante, au moment où démarre la construction de la maison-atelier à Antibes, il commence à utiliser de la peinture acrylique, qui lui permet d’utiliser des couleurs pures sans mélange. Le geste continue son développement : Hartung ne procède que peu ou plus du tout par retrait dans la matière mais applique ou force désormais une empreinte sur la toile, cela à l’aide d’outils multiples : des spatules, des multipinceaux, des rouleaux, des râteaux. Le signe est désormais plus graphique, plus varié, plus évident : des stries, des rayures, des lignes... A la fin des années soixante-dix, vers 1978, Hartung continue d’expérimenter : il utilise désormais des pinceaux végétaux, des branches de genêts, qu’il trempe ou applique directement par marquage sur la toile. L’expérimentation est parfois poussée à son extrême jusqu’à épuisement, 197 comme on peut le voir dans les toiles plus « atmosphériques » (T1973-R34). L’outil à partir de 1956 ainsi devient primordial pour comprendre son oeuvre : le geste juste est inhérent aux inventions multiples envisagées par Hartung pour prolonger la main, le bras. Cette justesse ne peut se réaliser finalement aux yeux d’Hartung que par une pratique constante et répétitive, incessamment renouvelée par l’exploration de signes, de formes variées. Les extrêmes : genèse et oeuvre ultime (1922-1989) « Quand j’étais à l’âge où on fait des bonhommes, j’ai dessiné sur des cahiers entiers, en quantité infinie, tous les éclairs que je pouvais voir. Voir ou ne pas voir. Du haut jusqu’en bas, toujours des éclairs, des éclairs, des éclairs. Il est probable que cela subsiste encore dans ma manière de dessiner qui très souvent a ce côté zigzaguant, ce côté du trait qui traverse en vitesse une page. Cela se peut tant les éclairs m’avaient vivement impressionné. » Plus de 65 années séparent ces deux ensembles d’œuvres révélant ainsi une vie toute entière dédiée à la peinture. Aux débuts des années 20, Hartung découvre instinctivement une abstraction libre faite de taches, de lignes, de traits et de gestes. « Le sujet m’était l’occasion d’exécuter certains traits et certaines tâches, qui seuls m’intéressaient. » Ses œuvres de jeunesse produites dans l’intimité de carnets d’adolescent occuperont à partir de 1945 une place centrale dans la lecture de son œuvre. Associées à ses travaux de 1935 à 1950, elles l’établiront comme le précurseur de l’art informel. Les aquarelles de 1922, pièces capitales de cette production, trop fragiles pour être aussi souvent exposées, furent en 1966 reproduites en fac-similé et rassemblées dans un ouvrage préfacé par Will Grohmann. En 1987, un ensemble constitué des originaux des aquarelles, devenues mythiques car très rarement montrées et conservées précieusement par Hartung, disparaît chez un encadreur. A cette perte, dans un premier temps non révélée à Hartung alors vieillard, malade et troublé par la mort d’Anna-Eva, succéda une période d’intense production de toiles de très grand format. De 1988 à sa mort en décembre 1989, Hartung, très affaibli physiquement réalise plus de 500 toiles. Le besoin de produire en quantité est insistant. L’artiste revient sur le langage plastique élaboré à ses débuts : une même étendue de la gamme chromatique, une liberté et une rapidité dans l’exécution, un intérêt renouvelé pour l’accidentel. En effet, l’artiste projette désormais de façon discontinue à l’aide d’une sulfateuse le liquide pulvérisé. De l’aquarelle déposée sur le papier en 1922, il réalise désormais en 1989 une peinture colorée sur de grands formats sans toucher la toile. Il peint à nouveau avec une grande liberté comme isolé de tout contexte. Il semble même à part ou libéré de sa propre expérience, détaché de ses questionnements et productions antérieures. Le plaisir visuel est le même, aussi vif et frais qu’à ses débuts dans les années vingt. Passé les doutes, les hésitations, les nécessités professionnelles et commerciales, Hartung a retrouvé une sorte de sérénité expressive : la peinture est pulvérisée spontanément et de manière aléatoire sur la toile comme l’encre se répand lentement sur le papier. La couleur pure retrouve son autonomie d’origine. Hartung graveur. une rétrospective en estampes « La manière même de gratter dans ma propre peinture, dans la couche que je viens de mettre, vient de la gravure. » De 1921 à 1984, la gravure et la lithographie accompagnent et parfois précèdent l’œuvre peinte et dessinée de Hartung. Au-delà de l’objectif de diffusion de son œuvre, c’est la pratique et l’expérimentation de différentes techniques d’enregistrement du geste et de restitution de la trace qui l’intéressent. Il disait à propos de ses premières gravures réalisées après-guerre en 1947 : « L’une des gravures avait été faite pour Aimé Césaire, mais quand je fais une chose, j’en fais en réalité, toujours au moins dix. Tout le tirage a été fait pour la gravure de Césaire mais je n’ai pu faire tirer que quatre épreuves des autres …. Quand j’ai eu un peu d’argent pour pouvoir payer les autres tirages, on avait tout simplement fondu les plaques et revendu le cuivre. » Dans les années soixante et soixante-dix, le rythme des séances de travail dans les ateliers de ses imprimeurs s’intensifie, l’influence des techniques de l’estampe se fait de plus en plus évidente dans sa peinture. « La manière même de gratter dans ma propre peinture, dans la couche que je viens de mettre, vient de la gravure : enfin et surtout j’ai cherché en peinture la même chose… » Comme le proposait Rainer Michael Mason, auteur du catalogue raisonné des estampes de Hartung en 2010, « on désigne du terme de peintres-graveurs les artistes qui produisent des estampes d’invention et non de reproduction. Peutêtre pourrait-on introduire le terme de graveur-peintre tant est développée chez Hartung la pratique de la gravure dans son art de peindre. » biographie 1904 Naissance le 21 septembre à Leipzig. Le père de Hans Hartung est médecin. Très jeune, il remplit ses cahiers d’écolier de nombreux dessins. Il est fasciné par les éclairs d’orage qu’il fixe sur le papier à l’aide d’innombrables lignes en zigzag tracées avec fulgurance. « Quand j’étais à l’âge où on fait des bonhommes, j’ai dessiné sur des cahiers entiers, en quantité infinie, tous les éclairs que je pouvais voir. Voir ou ne pas voir. Du haut jusqu’en bas, toujours des éclairs, des éclairs, des éclairs. Il est probable que cela subsiste encore dans ma manière de dessiner qui très souvent a ce côté zigzaguant, ce côté du trait qui traverse en vitesse une page. Cela se peut tant les éclairs m’avaient vivement impressionné. » (1) 1912-14 La famille déménage à Bâle. L’astronomie et la photographie enchantent Hans. Il se construit lui-même un télescope auquel il adapte un 198 appareil photographique. En 1914 la famille retourne à Leipzig à cause de la guerre. 1915-21 Le père est muté en tant que médecin-chef à l’hôpital militaire de Dresde. Hartung obtient son baccalauréat littéraire début 1924. Il découvre au musée de Dresde les bleus et les rouges superbes du Destin des animaux de Franz Marc, qui le bouleverse. Il admire aussi les œuvres de Goethe, Titien ou encore Raphaël. 1922-24 En 1922, Hartung réalise ses premières aquarelles abstraites, des encres entre figures et taches, à la fin de l’année 1923 et début 1924, une importante série de dessins au fusain et à la sanguine. Ces œuvres qui traverseront la guerre et qu’il emportera avec lui à chaque déplacement seront régulièrement exposées après 1945. Il entreprend des études de philosophie et d’histoire de l’art à l’Université et à l’Akademie für graphische Künste und Kunstgewerbe à Leipzig. Il découvre les écrits de Johannes Müller et Ernst Weber en psychologie, les théories sur l’ordre par Spinoza et Hans Driesch, les tableaux d’Emil Nolde, Hodler, Kokoshka. La mort de sa mère le 23 mars 1924 l’incite à revenir à Dresde et marque une rupture dans son travail. 1925 En automne, il s’inscrit à l’Akademie der Künste à Dresde. C’est là, en février, qu’il assiste à une conférence de Kandinsky parlant de l’abstraction comme d’une valeur acquise dans l’histoire de l’art. Il est confronté, stupéfait, à d’autres courants de l’art non-figuratif. 1926 Il découvre lors de l’exposition internationale de Dresde, l’impressionnisme le fauvisme et le cubisme. « En 1926, j’ai vu pour la première fois l’art français à Dresde dans une très grande exposition internationale, et c’est la partie française qui m’intéressait le plus. Je voyais pour la première fois des choses de Rousseau, de Picasso, de Rouault, de Matisse, de Braque.» (2) Il effectue des copies d’après Goya, Frans Hals, Le Greco, Picasso et Matisse. Après plusieurs excursions en vélo à travers la France et l’Italie pendant l’été, il effectue son premier voyage en octobre à Paris où il s’inscrit à l’Académie André Lhote jusqu’en février 1928. 1927 Il séjourne dans le sud de la France, à Barcarès et sur la plage de Leucate, près de Perpignan. « Je vivais au bord de la plage, dans une cabane de pêcheurs. Je la dessinais inlassablement sous tous ses angles.» (3) 1928 Il étudie durant l’été, à l’Académie des Beaux-Arts à Munich « ..en 1928 en approfondissant mes connaissances techniques en me faisant élève du professeur Schinnerer à l’Académie des beaux-Arts de Munich. » (4) Il effectue plusieurs voyages d’étude en Hollande et en Belgique. 1929-1930 Il rencontre Anna-Eva Bergman à Paris : « ... Le 9 mai 1929, on s’est rencontré à [l’Académie] Scandinave, la maison Mapon à Montparnasse, où il y a un dancing. Des amis nous avaient emmenés parce qu’on parle allemand tous les deux. Je venais d’arriver de Vienne. Après on ne s’est pratiquement plus quittés d’une semelle.» (14) En septembre 1929 après leur rencontre à Paris et un séjour à Leucate durant l’été, Anna-Eva Bergman et Hans Hartung se marient à Dresde où ils demeurent jusqu’au mois d’octobre 1930. Le couple passe l’hiver 1930-1931 à la Colle sur Loup près de St Paul de Vence. 1931 De retour à Dresde, Hartung travaille beaucoup. En novembre, il y expose pour la première fois à la Galerie Heinrich Kühl : Hans Hartung, Gemälde, Aquarelle und Zeichnungen. « ... J’eus même la surprise de vendre une petite toile abstraite à un collectionneur célèbre, Fritz Bienert. Plus important pour moi encore, j’y fis la connaissance de Will Grohmann, l’historien d’art le plus important d’Allemagne et connu dans le monde entier. » (3) 1932 En février, il participe à une exposition de groupe Junger Kunstler à la Galerie Flechtheim à Berlin. En avril, il part pour la Norvège où il expose avec Anna-Eva Bergman chez Blomqvist à Oslo. AEB : « Nous avons tous les deux exposés là, d’ailleurs, parce que c’était mon professeur d’académie qui avait organisé cette exposition. [...] Il a eu de très bonnes critiques parmi les intellectuels. Mais la vente n’était pas tellement bonne. C’était des gens de notre famille qui ont acheté quelque chose [...], mais aussi un grand collectionneur en Norvège [... ] a acheté aussi un grand tableau de Hans. [...] Après cette exposition d’Oslo, nous avons loué une petite maison de pêcheur dans une île de Norvège du sud, qui s’appelle Homboröen, et là, on est restés plusieurs mois : on a travaillé, on a pêché, on a vécu une vie tout à fait innocente et merveilleuse, et le jour de son anniversaire, arrive un message de l’épicier qui habite en face dans un petit village, qu’il y a un télégramme pour nous; et on a pensé que c’était sûrement un télégramme de félicitations pour l’anniversaire [...] Il y a un télégramme qui dit : Monsieur Hartung est mort. » (5) En septembre, la mort subite de son père, dont l’importante correspondance témoigne de la bienveillance pour le couple, provoque une crise profonde chez l’artiste. Le couple alors à Homboröen retourne à Dresde puis part à Paris fin octobre pour vivre chez Bao Bergman, la mère d’Anna-Eva. Hartung lui laisse alors des œuvres qui seront mises en dépôt à la Galerie Jeanne Bucher à Paris en janvier 1933. « Sa disparition marqua la fin de notre insouciance. Les années noires commençaient. [...] Jusque-là j’avais vécu comme un enfant, sans me soucier du lendemain, comptant sur l’aide de mon père, comme si elle m’était acquise pour toujours.» (6) 1933 Fin 1932, ils s’installent aux Baléares, sur la côte nord de Minorque et à proximité du village de pêcheurs de Fornells, dans une maison à l’aménagement monacal qu’ils ont fait construire d’après leurs propres plans. « Nous vivions pauvrement mais le bonheur rayonnait de nouveau. ... je reprenais goût à la peinture.» (2) Hartung abandonne le calcul par le nombre d’or (1,618) qu’il a tenté d’appliquer jusqu’alors aux proportions du tableaux et produit à nouveau avec force, comme à ses débuts en 1922, une peinture guidée par l’instinct. « J’en avais assez. Un beau jour, j’envoyai tout au diable et je sortis mes anciens dessins, je retournai à mes taches des années 1922-1924 […] Et je retrouvai la liberté de peindre et de dessiner d’une manière tout autre et dans ma liberté antérieure. Ce fut un grand moment.» (6) « En fin en 1933 [...] j’ai compris que le chemin que j’avais pris dix ou onze ans avant était le vrai pour moi. J’ai regardé enfin mes anciens dessins du temps de l’école. J’ai tout lâché et j’ai recommencé d’après eux.» (2) 1934 La situation se dégrade, le couple, suspecté d’espionnage, est forcé de quitter Minorque pour aller à Paris puis à Stockholm. AEB : « Nous étions tout le temps, constamment entourés de gardes civils [...] et, finalement, le consul allemand nous a donné le conseil de quitter l’île parce que la guerre civile commençait de se montrer à l’horizon. Exactement au même moment, vient une horrible nouvelle disant que notre compte bancaire en 199 Allemagne était bloqué... On n’avait plus un sou et notre seul espoir était les futures expositions qui étaient prévues en Norvège et en Suède.» (5) « Les tableaux étaient tous emballés en caisse et devaient suivre. Nous sommes allés d’abord à Paris, où il y avait ma mère et nous étions toujours sans un sou, tout juste de quoi arriver. Mais après un séjour à Paris, nous sommes partis en Norvège pour notre exposition, mais les tableaux n’arrivaient pas. Ils étaient confisqués par la douane à Barcelone, qui réclamaient trois photos de chaque tableaux et dessin, plus les mesures exactes de chaque objet. Et comme rien ne marchait, après cela, nous sommes allés en Suède avec l’espoir que la famille pouvait nous aider d’une façon ou d’une autre. [...] Alors, on a finalement loué un atelier sous la condition de fournir des références de nos familles. Et nous sommes restés quelques mois à Stockholm, toujours sans tableaux d’Espagne.» (5) 1935 L’exposition prévue à Oslo est annulée, le couple s’installe à Berlin dans l’espoir de clarifier sa situation matérielle. Suite au conseil de Will Grohmann et après une lettre de Christian Zervos (qui a visité son atelier à Berlin) lui demandant de venir à Paris, Hartung quitte l’Allemagne en octobre 1935, Anna-Eva part elle, à Oslo. Son premier atelier parisien est situé au 19 de la rue Daguerre, près de celui d’Henri Goetz. Il y vit très simplement. « Je me mettais chaque jour à la même table, au [café du] Dôme, sans parler à personne, et je commandais un café-crème. En commandant un café-crème, on avait droit aussi à du papier et de l’encre. J’ai fait beaucoup de dessins au Dôme, jusqu’au jour où le garçon m’a dit : « C’est pour écrire ou c’est pour barbouiller ?» Il fallait que j’attende quelque temps pour retourner au Dôme, et trouver un autre garçon, si c’était possible.» (7) Il expose pour la première fois au Salon des Surindépendants. Il se lie d’amitié avec Henri Goetz et Christine Boumeister, ses voisins d’atelier, avec Jean Hélion, et, par son intermédiaire rencontre Kandinsky, Mondrian, Magnelli, Domela, Miro et Calder. 1936 L’année est marquée par une abondante correspondance avec AnnaEva, souffrante, en convalescence dans le sud de la France. En octobre, il s’installe dans un nouvel atelier 8 rue François Mouthon. En mai, il expose à la Galerie Pierre à Paris avec Arp, Ferren, Giacometti, Hélion, Kandinsky, Nelson, Paalen et Sophie Taeuber. Deux de ses œuvres sont reproduites dans Axis, une revue anglaise, la T 1936-2 dans le n°6 (été) et une mine de plomb dans le n°7 (automne). Novembre, il participe à une exposition collective, London Gallery à Londres et au Salon des Surindépendants. 1937 Au cours de ces années s’accentue le procédé éprouvé à Minorque, celui de la transformation détaillée de dessins produits spontanément en tableaux à l’huile et sur toile. Ce système sera utilisé de façon variée jusqu’en 1956. Fin juillet, il participe à l’évènement « Origines et développement de l’art international indépendant », organisée par Christian Zervos au Musée du Jeu de Paume à Paris avec entre autres Magnelli, Baumeister, Arp, Hélion, Kandinsky, Miro, Delaunay. C’est à cette occasion qu’il rencontre Julio González et découvre ses sculptures. Une de ses toiles est reproduite dans Transition, une revue américaine aux côtés d’œuvres de Magnelli, Miro et Albers. 1938 Il se sépare d’avec Anna-Eva, qui se rend en Italie pour se soigner. Quelque temps après, le divorce est prononcé à la demande d’Anna-Eva Bergman. L’ambassade d’Allemagne lui retire son passeport, son existence entière devient de plus en plus difficile. « Je me sentais persécuté, oui, même en France. Tout le monde se méfiait de moi, et je me méfiais de tout le monde.» (11) Il trouve refuge pour un an dans l’appartement d’Henri Goetz et travaille dans l’atelier de Julio González auquel il se lie d’une étroite amitié. S’ensuit le début d’une relation amoureuse avec Roberta Gonzalez, la fille du sculpteur. Il crée luimême une sculpture (une autre restera inachevée), qui sera exposée au salon des Surindépendants En juillet, il participe à Exhibition of Twentieth Century German Art, à la New Burlington Gallery à Londres puis en novembre, à Exhibition of collages papiers-collés and photo-montages chez Guggenheim Jeune. Une de ses œuvres est reproduction dans le n°1-2 de Cahiers d’art. 1939 En avril, la Galerie Henriette présente Roberta Gonzalez et Hans Hartung – Dessins et pastels à Paris. En mai, il expose à Abstract Concrete Art chez Guggenheim Jeune à Londres et aux Réalités Nouvelles à la Galerie Charpentier à Paris (est présenté un dessin, sans mention au catalogue, car il n’a été accepté qu’au dernier moment grâce à l’insistance de Jean Hélion). Le 22 juillet, il épouse Roberta González. En septembre, la guerre est déclarée. Il est d’abord retenu dix jours au stade de Colombes puis quatre semaines au camp de Meslay en Maine. Le 26 décembre, il signe son engagement dans la Légion Etrangère, sous le pseudonyme de Jean Gauthier et est envoyé en Afrique du Nord pour recevoir une formation militaire. On sait maintenant qu’à la Légion, Hartung a réalisé des peintures inspirées des figures de Picasso et Gonzalez. La Sculpture de 1938 apparaît dans Partisan Review à New-York. 1940-41 L’armistice est signé le 7 octobre. Démobilisé, Hartung revient en France, dans la zone libre et vit auprès de la famille González, réfugiée dans le Lot. Il travaille comme ouvrier agricole auprès du châtelain de la région et ne pratique qu’occasionnellement son art. En 1940, la toile T 1938-2 est exposée et reproduite dans Museum of Living Art, à New York dans la collection d’art d’Albert Eugene Gallatin (celui-ci visita l’atelier d’Hartung en 1938). En 1941, un dessin est reproduit dans Partisan Review. 1942-44 En mars 1942, Julio González meurt. En mai 1943, à la suite de l’occupation du sud de la France, Hartung prend la fuite en Espagne où il est arrêté par la garde civile et emprisonné dans les geôles de Figueras, Gerone, Barcelone et au camp de Mirando de Ebro. Après sept mois de captivité, déplacé au Maroc il s’engage dans l’armée régulière française, mais il est renvoyé de force dans la légion étrangère en raison de sa nationalité allemande. Il signe un nouvel engagement en décembre 1943 sous le nom de Pierre Berton. Isolé de tout, Hartung n’a plus de contact avec l’actualité artistique. Dans une lettre adressée au collectionneur Gallatin en décembre 1943, il s’enquiert sur les expositions récentes en Amérique et demande ce qu’il y a d’intéressants et si les peintres d’Europe y sont nombreux… Le 20 novembre 1944, lors d’une attaque à Belfort, en tant que brancardier, il est gravement blessé et sera amputé de la jambe droite. 1945 Durant l’été, Hartung retourne à Arcueil. Il apprend que la plupart des toiles de ses débuts (jusqu’en 1932), restées à 200 Leipzig chez sa sœur, ont été détruites par un bombardement. Heureusement, certaines pièces ont été protégées chez le galeriste Pierre Loeb et ses Hans Landgraf et Eva Knabe. Il reprend courageusement le travail, après six années perdues pour la peinture. Des « grands noms » de la peinture ont disparu : Klee en 1940, Delaunay en 1941, Kandinsky et Mondrian en 1944. Hartung lui, « recommence comme avant » : « Mes dessins étaient traversés de traits entortillés, étranges, embourbés, désespérés comme des griffures […] C’était une peinture véhémente, révoltée. Comme moi-même. J’avais le sentiment d’avoir été floué. A part quelques Français qui avaient été mobilisés, les autres peintres avaient tous passé la guerre réfugiés quelque part. Ils n’avaient cessé de travailler, de progresser.» (6) Il participation aux Surindépendants en octobre avec Goetz, Deyrolle, Ubac, Bryen… Son travail sous le nom de Jean Hartung est évoqué dans le Journal des arts de Zurich. cinéaste Alain Resnais tourne un courtmétrage sur Hartung dans son atelier. Le film est présenté en Allemagne en 1948, et à la Librairie-Galerie La Hune en 1950 lors de la sortie de la première monographie sur son œuvre. 1948 En février, la galerie Lydia Conti présente Hans Hartung, Dessins 1922 – 1948. Hartung participe ensuite à Paris à Prise de Terre, à la galerie René Breteau, et HWPSMTB chez Colette Allendy. En juillet, il participe au Salon des Réalités Nouvelles puis à la Biennale de Venise avec Hélion, Calder, Brancusi et Giacometti. Fin 1948, il retourne pour la première fois depuis la guerre en Allemagne où il séjourne chez l’esthète et collectionneur Ottomar Domnick à Stuttgart. Là, il réalise plusieurs toiles. 1947 En février, la galerie Lydia Conti à Paris ouvre ses portes avec l’exposition Hans Hartung qui montre sept peintures de 1935 à 1947. 1949 Les expositions se multiplient en France et à l’internationale : à Paris, chez Denise Renée, Colette Allendy et Lydia Conti (avec Soulages et Schneider), au Salon de Mai, et celui des Réalités Nouvelles, à Londres à la Hanover Gallery (Peter Foldes and Hans Hartung) et Munich à la galerie Otto Stangl. Il figure aussi parmi les artistes de l’exposition itinérante, Wanderausstellung französischer abstrakter Malerei, organisée par Ottomar Domnick. L’exposition se déplace dans plusieurs villes d’Allemagne dont Stuttgart, Munich, Düsseldorf, Hanovre, ou encore Francfort. Du côté transatlantique, Hartung figure dans deux expositions collectives, l’une à New York dans la galerie Betty Parsons (Painted in 1949), l’autre au Musée d’Art Moderne de Sao Paulo, organisée par le critique d’art Léon Degand : Do Figurativismo ao Abstracionismo. Une pièce d’Hartung datée de 1947 figure aux côtés d’œuvres de Magnelli, Soulages, Calder, Gonzalez, Kandinsky, Doméla, Arp ou encore Poliakoff. Est également publiée la première monographie consacrée à Hartung avec des textes de Madeleine Rousseau et Ottomar Domnick et une préface de James Johnson Sweeney. Celui-ci, directeur du département de peinture du MOMA depuis 1935 connait bien l’œuvre d’Hartung depuis l’année 1938, date à laquelle il visita son atelier. Le catalogue est préfacé par Madeleine Rousseau, qui dirige la revue du Musée Vivant. En juillet, il participe au Salon des Réalités Nouvelles avec Mathieu, Wols, Bryen, Schneider ou encore Poliakoff. Par l’intermédiaire de Madeleine Rousseau, le 1950-1951 En avril 1950, Hartung participe à la première exposition Advancing French Art à la galerie Louis Carré à New-York. A Paris, le film de Resnais est diffusé à la galerie La Hune où le public selon Léon Degand dans Combat fait monstre d’une 1946 En février, il participe à plusieurs expositions de groupes : deux fois à la salle du centre des recherches, rue Cujas (dirigée par Doméla) à Paris en février et mai où il expose aussi à la Galerie Denise René (Peintures abstraites). En juillet, ses toiles sont montrées aux côtés de celles de Kandinksy, Magnelli, Delaunay ou encore Mondrian au salon des Réalités Nouvelles. Sa première exposition personnelle aprèsguerre se tient à la galerie Gasser, à Zurich sous le titre Jean Hartung, reprenant ici son prénom de guerre (Jean Gauthier) associé à son nom de famille en tant que civil. Sept toiles sont montrées, révélant un style rare chez Hartung, car essentiellement géométrique. Le 9 novembre, Hartung obtient la nationalité française. Will Grohmann évoque le travail réalisé en 1938 par Hartung dans Cahiers d’art (deux toiles y sont reproduites). Dès 1946, les critiques d’art Charles Estienne et Léon Degand défendent l’abstraction spontanée des œuvres d’Hartung. « approbation admirative » unanime. En mars 1951, il participe à Véhémences confrontées, organisée par Tapié à la galerie Nina Dausset à Paris, avec Wols, Pollock, de Kooning et Mathieu. En avril, la galerie Louis Carré à Paris montre son travail avec Schneider et Lanskoy, une exposition lui est consacrée à la galerie d’Art Moderne de Bâle (Hans Hartung) puis en août, à Cologne, à la galerie Der Spiegel : Hans Hartung Pastelle und Zeichnungen. Hartung reçoit la décoration de chevalier de la Légion d’honneur. 1952 En février, la Kunsthalle de Bâle présente Hans Hartung – Walter Bodmer. En juin, il expose pour la deuxième fois à la Biennale de Venise puis en octobre à la Galerie Rudolf Probst (Hans Hartung) à Mannheim. Pour la première fois depuis leur séparation de 1937, Hartung rencontre à nouveau Anna-Eva Bergman, revenue en France. Leur relation reprend. Et l’un et l’autre se séparent de leur époux respectif. 1953 Janvier, The Lefevre Gallery présente Paintings by Hans Hartung, Londres et en décembre, il participe à Younger European Painters, au Solomon R. Guggenheim Museum de New-York. Hartung s’installe avec Anna-Eva Bergman dans un atelier situé 7, rue Cels à Paris. 1954 En avril, une rétrospective lui est consacrée au Palais des Beaux-Arts de Bruxelles. Il participation à la27ème Biennale de Venise et est invité en novembre à exposer des gravures au Musée d’art Moderne de Sao Paulo pour Artistas de Vanguarda da Escola de Paris avec Magnelli, Bloc, Arp et Vasarely. De nombreux lieux parisiens continuent de montrer son travail (petit Palais, les galeries La Hune, Craven, Allendy, Charpentier, Ariel). 1955 En juillet, il participe à la première Documenta à Kassel. Il est également invité à l’exposition internationale de Pittsburgh, au Musée d’art de San Francisco (Art in the Twentieth Century), à la troisième exposition internationale de Tokyo, ainsi qu’à la troisième Biennale d’art moderne de Sao Paulo avec Zao Wou Ki, Matta, Brauner, Tobey, Burri… 1956 En novembre, est organisée Hans Hartung Peintures récentes à la Galerie de France à Paris. La Galerie de France, sous la direction de Myriam Prévot et Gildo Caputo, représentera Hartung jusqu’en 201 1980. En novembre se tient Hartung Dessins 1921-1938 à la galerie Craven, Paris. Hartung est nommé Membre extraordinaire de l’Akademie des Künste de Berlin. 1957 Il commence une série de pastels qu’il poursuivra jusqu’en 1961. Hans Hartung et Anna-Eva Bergman se marient à nouveau. Une importante rétrospective itinérante s’organise en Allemagne (85 tableaux de 1932 à 1956, dessins et aquarelles de 1921 à 1954, gravures et lithographies) début en janvier au Kestner-Gesellschaft, Hanovre puis, Württembergische Staatsgalerie, Stuttgart – Haus am Waldsee, Berlin – Kunsthalle, Hambourg – Germanisches Nationalmuseum, Nuremberg – Kölnischer Kunstverein, Cologne. En mars la Kleeman Gallery expose Hartung à New York. Son travail figure aussi dans Art Abstrait, Les Premières Génération au Musée d’Art et d’Industrie de St-Etienne. 1958 A Paris, Hans Hartung et Anna-Eva Bergman s’installent dans une maison cubique construite en 1928 par l’architecte Zielinski, non loin du parc Montsouris, au 5 rue Gauguet. D’après leurs propres plans, ils font surélever le bâtiment pour disposer chacun d’un atelier par étage. Les expositions personnelles de 1958 présentent essentiellement des œuvres sur papier : en avril, à la Moderne Galerie Otto Stangl de Munich; en mai, Il Segno, Hans Hartung – Pastels et gravures à Rome; en juin à la Galleria Blu (Hans Hartung) de Milan; en novembre à la Galerie de France. Il reçoit en juin le Prix Rubens de la Ville de Siegen. Il participe à de nombreuses expositions collectives : De l’Impressionnisme à nos jours, Musée National d’Art Moderne, Paris; Origine de l’art informel, Galerie Rive Droite, Paris; Cinquante ans d’art moderne, Exposition internationale de Bruxelles, Pavillon Français, Bruxelles; Peintures informelles, Galerie Beyeler, Bâle; Orient Occident, Musée Cernuschi, Paris. Il devient Membre correspondant de la Bayerische Akademie der schönen Künste, Munich. 1959 Installation au 5 rue Gauguet et constitution d’un vaste catalogue de son œuvre. Cet inventaire, qui sera effectué jusqu’à sa mort est documenté par une reproduction photographique et de nombreux éléments descriptifs. Les œuvres créées en 1959 sont très majoritairement sur papier. Seules six toiles sont produites cette année. Plusieurs expositions : en mars à la Kleemann Gallery à New York (Hartung Drawing); en juillet première rétrospective en France au Musée d’Antibes, Château Grimaldi (qui deviendra le Musée Picasso). Participation à la Documenta II. 1960 Il achète avec Anna-Eva un champ d’oliviers de deux hectares près d’Antibes. Il expérimente les couleurs vinyliques pour sa peinture, séchant rapidement et pouvant être diluées : elles lui permettent de parvenir spontanément, sans passer par le report d’esquisses, à la forme recherchée, sur des toiles de grand format. Premier pastel sur carton baryté. « Dès 1960, je me mis à improviser directement, même sur les grandes toiles, sans passer par des esquisses préalables […] Souvent je ne touche pas à certains accidents, certaines ratures ou contradictions qui ont influé sur la création du tableau et qui lui ont donné plus de vie.» (6) Sortie de la monographie sur Hans Hartung de R.V. Gindertael Première publication sur l’œuvre photographique de Hartung dans la revue Camera. Grand Prix International de Peinture (à l’unanimité), XXXe Biennale de Venise où une salle du pavillon français est consacrée à son œuvre. Parmi les peintres sélectionnés pour exposer dans les différents pavillons nationaux de la Biennale, Victor Pasmore représente la Grande Bretagne, Philip Guston, les Etats-Unis, Hans Hartung, la France, Willi Baumeister, l’Allemagne. Quant au pavillon central, il accueille, entre autres, Jean Fautrier, Jorge Piqueras ou encore Luigi Spazzapan. À Fautrier est attribué le Grand Prix de la Biennale de Venise. Il est nommé Officier de l’Ordre des Arts et des Lettres. 1961 Une nouvelle phase est entamée, caractérisée par le grattage de lignes graphiques dans la peinture encore fraîche. Hartung pratique l’expérimentation systématique d’un grand nombre d’outils servant à peindre et à abraser, dont il établit le catalogue descriptif par groupes d’instruments selon l’effet particulier donné sur la toile. En juin, une exposition de ses premiers travaux est montrée à la galerie de France : Œuvres de 1922 à 1939. 1962 La proportion d’œuvres sur papier et de toiles s’inverse en 1962, plus de 300 toiles pour une dizaine d’œuvres sur papier et carton. Les lignes obtenues par grattage se réduisent de plus en plus à quelques griffures qui s’inscrivent dans les surfaces obtenues par pulvérisation. « Pendant cette période de «grattage» s’infiltrait lentement une tendance aux grandes surfaces soufflées. Mon travail alors, à cette époque, était le résultat de la rencontre entre deux techniques qui, toutes deux, me permettaient des formes et des signes que je cherchais à extérioriser. J’avais trouvé un moyen pour souffler la couleur sur la surface de la toile – d’abord à l’aide d’un aspirateur inversé et plus tard par l’air comprimé – et j’employais ces deux techniques simultanément.» (6) En octobre, une première présentation du travail sur toiles de grand format expérimenté depuis 1960 est réalisée à la galerie de France, intitulée Hans Hartung – Cinquante œuvres nouvelles. 1963 L’année est exceptionnelle. Hartung fait preuve d’une activité débordante, dans la production de sa peinture, dans les nombreuses expositions qui lui sont consacrées, ainsi que les voyages qu’il effectue pour suivre les présentations de son œuvre. « Je dois dire que je n’ai jamais autant peint qu’en ce moment, dans toute ma carrière. Jadis j’hésitais longtemps avant d’entreprendre une toile; je me préparais dans de très nombreux dessins. Aujourd’hui j’ose commencer directement sur le tableau.» (8) 1964 Hans Hartung et Anna-Eva Bergman font un voyage en bateau le long des côtes norvégiennes, au-delà du cap Nord jusqu’à la frontière soviétique, et réalisent près d’un millier de photographies. « J’ai la manie de tout photographier parce que la photo est ma seconde mémoire. Fixé sur la pellicule, le souvenir reprend toute sa force, toute son acuité, réveille les circonstances.» (6) Le couple effectue son premier voyage aux USA pour participer au jury du Carnegie Institute de Pittsburgh. En juin, est organisée l’exposition Hans Hartung – Quinze peintures 1963-1964 à la Galerie de France. Il reçoit le Grand-Croix de l’Ordre du Mérite de la République Fédérale d’Allemagne. « Cela m’a prouvé que certains de mes compatriotes comprenaient les raisons qui m’ont poussé, en me battant contre l’hitlérisme, à me battre contre mon pays. Et comme, en France, je suis décoré [...], je crois bien être un des seuls civils [...] à avoir reçu des décorations des deux côtés!» (2) 1966 Il réalise ses premières toiles faites de taches sombres obtenues par pulvérisation, généralement de grands formats et sans 202 signes (grattages) complémentaires. « Par ces grandes masses brunâtres ou noires, j’essayais de saisir de l’intérieur, de m’identifier aux tensions atmosphériques et cosmiques, aux énergies, aux rayonnements qui gouvernent l’univers.» (6) En février à l’invitation de l’UNESCO, il se rend au Japon pour participer au symposium L’art de l’Est et de l’Ouest. En mai, une rétrospective lui est consacrée à la Galleria Civica d’Arte Moderna de Turin. En décembre, il se rend pour la deuxième fois aux USA pour l’exposition Hartung Paintings 1966 à la André Emmerich Gallery à New York. 1967 L’année est marquée par la production d’une importante série de peintures sur carton. Le nombre de toiles réalisées diminue. En mars, il expose au Musée de Saint-Paulde-Vence, (avec Arp, Magnelli et Bergman), puis à la Galleria La Polena à Gênes et Galleria Narciso à Turin. En mai, il participe 10 années d’art vivant 1955-1965 à la Fondation Maeght de SaintPaul-de-Vence. Il est nommé Commandeur de l’Ordre des Arts et des Lettres. 1968 L’année est consacrée au projet de construction des bâtiments comprenant habitation et ateliers, à Antibes avec AnnaEva. Ils ont minutieusement imaginé les plans, les matériaux utilisés ainsi que la fonction des bâtiments. Ils suivront dans chaque détail l’exécution du vaste chantier. « La maison pour moi, c’est un cube. Des cubes blancs aux lignes simples comme la maison des pêcheurs espagnols de l’île de Minorque, ou du sud de l’Espagne, comme celle que nous avions fait construire à Fornells.[...] Les jeux du soleil et de l’ombre, la lumière reflétée sur les murs et les plafonds par la blancheur des lames savamment inclinées des persiennes valent, pour un peintre, bien des toiles.» (6) Très peu d’œuvres sont produites et aucune toile n’est réalisée durant l’année 1968. En mars, le City Museum and Art Gallery de Birmingham lui consacre une rétrospective. Celle prévue pour l’été au Musée national d’art moderne de Paris est reportée en 1969 à cause des événements de 1968. Il est nommé Commandeur de la Légion d’honneur. 1969 En janvier, lui est consacré une grande rétrospective itinérante au Musée national d’art moderne, Paris (elle part ensuite en avril au Museum of Fine Arts, Houston puis en septembre au Musée du Québec, Québec, enfin, en octobre au Musée d’Art Contemporain, Montréal). Il reprend la série des peintures sur carton entamée en 1967. 1970 Il réalise des premières toiles de grand format et de couleurs vives proches de la série des peintures sur carton des années précédentes. 1971 En février, il est exposé à New York, à la Lefebre Gallery (Hartung – Selected works (surtout celles de 1970)) puis en mai, à la galerie René Métras à Barcelone (Hartung – Toiles, peintures sur carton), lithographies et gravures, et en juin, à la Fondation Maeght, à Saint-Paul (Hartung – Grands formats 1961-1971). Participation à Hommage à Christian et Yvonne Zervos, Galeries Nationales du Grand Palais, Paris. 1973 Le 31 janvier marque la fin de la construction des ateliers et de la villa d’Antibes où le couple vivra désormais, exceptés quelques brefs séjours à Paris. L’ensemble comprend quatre bâtiments : l’un pour l’habitation et le secrétariat, les deux autres consacrés aux ateliers d’AnnaEva et de Hartung (comprenant aussi l’atelier des assistants, une menuiserie et un dépôt, véritable chambre forte pour les tableaux). Un autre bâtiment, plus petit, est affecté au logement du gardien et des assistants. L’année est très productive : Hans Hartung crée des centaines de dessins et peintures. Il expose à la galerie Maeght et à Zurich. 1974 Pour ses 70 ans, un numéro spécial de la revue Cimaise lui est consacré. En mai, ses peintures récentes sont exposées galerie de France : Hans Hartung 1971-1974 et en septembre, une rétrospective itinérante en Allemagne lui est consacrée (Wallraf-Richartz Museum, Cologne puis Berlin et Munich (1975)). Est publié Un monde ignoré vu par Hans Hartung, poèmes et légendes de Jean Tardieu avec des reproductions photographiques de pierres par Hans Hartung, édité par Albert Skira. 1975 En octobre, le Metropolitan Museum of Art à New York célèbre ses toiles de 1971 avec Hans Hartung – Paintings 1971. En novembre, la Lefebre Gallery elle, fête son anniversaire : Salute to HH in celebration of his seventieth birthday. 1976 Son autobiographie Autoportrait est publié en collaboration avec Monique Lefebvre aux éditions Grasset. 1978 En juin, le Musée de l’Abbaye Sainte- Croix des Sables-d’Olonne lui consacre une rétrospective : Hans Hartung – Œuvres sur papier 1922-1978. 1980 En avril, ses premiers travaux sont montrés au Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris (Œuvres de 1922 à 1939). 1981 Hartung est lauréat du Prix Kokoschka Traduction en allemand de Autoportrait, présenté à l’Akademie der Künste, Plusieurs rétrospectives en Allemagne : à la Städtische Kunsthalle à Düsseldorf (HH – Malerei, Zeichnung, Photographie) et à la Staatsgalerie Moderner Kunst, Haus der Kunst à Munich (HH – Rétrospective). 1982 Une salle permanente (donation de l’artiste et achat du musée) lui est consacrée à la Staatsgalerie Moderner Kunst de Munich. Ses photographies font pour la première fois l’objet d’une exposition au Musée National d’Art Moderne, Centre Georges Pompidou de Paris (HH photographe). 1983 La galerie Sapone de Nice présente Hartung – Peintures 1980-1983 et la FritzWinterr-Haus d‘Ahlen/Westphalie, HH – Gemälde. 1984 Hartung fête son 80ème anniversaire. - Noroît, HH – Douze ans de travail 19711983, Arras; - Roswitha Haftmann, Modern Art, HH – Pastelle, Mischtechnik 1960-1983, Zurich; - Biennale de Venise, Palazzo de Sagredo, Peinture en France. HH – 10 grandes peintures, Venise; - Museum der Bildenen Künste, HH – Graphik 1953- 1973 aus dem Besitz der Dresdner Kunstsammlungen, Leipzig; - Galerie Wolfgang Ketterer, HH zum 80. Geburstag : Gemälde, Lithographien 19641984, Munich; - Städtische Galerie Haus Seel, HH – Gemälde, Siegen; - Salle permanente (11 toiles de très grands formats, en partie don de l’artiste), Hessisches Landesmuseum (nouveau musée pour l’art moderne), Darmstadt. * Membre de l’Ordre de Maximilian de Bavière pour la Science et l’Art. * Grande-Croix de l’Ordre de Mérite de la République Fédérale d’Allemagne. 1985 Nouvelle techniques de pulvérisation : sulfateuse et tyrolienne. - Musée Picasso, Fabian – Bergman – Hartung : peintures et tapisseries, Antibes; - Salle de Saint-Jean, Hôtel de Ville de Paris, Grands formats 1971-1984, organisée par l’Association pour la Promotion des Arts, Paris. 203 1987 Le 24 juillet, décès de Anna-Eva Bergman à Antibes. - Musée Picasso, Premières peintures 1922-1949, Antibes. 1988 - Musée des Beaux-Arts, HH – Travaux récents, 1985-1986-1988, Carcassonne; - Palazzo dei Diamanti, Hans Hartung, Ferrare; - Chapelle de la Sorbonne, HH – Peintures 1974-1988, Paris; - Abbaye des Cordeliers. Châteauroux. 1989 - Musée d’Unterlinden, HH – Premières recherches abstraites 1922-1938, Colmar. * Grand Officier de la Légion d’Honneur, remis par François Mitterand, Président de la République. Le 7 décembre, à l’âge de 85 ans, Hans Hartung décède à Antibes. Notes (1) Georges Charbonnier, ‘ Entretien avec Hans Hartung’, Les lettres nouvelles, Paris, 7e année, nouvelle série, n° 15, 10 juin 1959 (2) François Le Targat, ‘Interview de HH’, Hans Hartung · 1971-1974, catalogue d’exposition, Galerie de France (Arts et métiers graphiques), Paris 1974 (3) Entretien avec Daniel Abadie – 28 avril 1977, ‘Hans Hartung : sur la gravure et la lithographie’, Hartung, catalogue d’une exposition itinérante d’estampes préparée par le Musée national d’art moderne, Centre Georges Pompidou, Paris 1977 (4) Françoise Adam (Woimant), échange de courrier en vue de la publication du catalogue, Comité national de la gravure française, Cabinet des estampes, Bibliothèque nationale, Paris 1963 (5) Julien Clay, ‘Interview d’Anna-Eva Bergman’, Cimaise, numéro spécial Hartung, 21e année, Nos 119-120-121, sept.nov.- déc. 1974 (6) Hans Hartung, Autoportrait, récit recueilli par Monique Lefebvre, Paris, Bernard Grasset, Paris 1976 (7) ‘Hartung – Les idéogrammes de la fureur’, conversation de Hans Hartung avec Alain Jouffroy, Opus international, n° 54, janvier 1975 (8) Pierre Descargues, Tribune de Lausanne, 1963 sélection expositions Dresde 1931 Hans Hartung (Kunstausstellung Kühl,Dresde,25 novembre – 20 décembre 1931), Dresde, Kunstausstellung Kühl, [1931]. Paris 1936 Des oeuvres récentes de : Arp, Ferren, Giacometti, Hartung, Hélion, Kandinsky, Nelson, Paalen, Tauber-Arp (La Galerie Pierre, Paris, 2mai – 14mai). Paris 1937 Origines et développement de l’art international indépendant (Musée du Jeu de Paume, Paris, 30 juillet – 31 octobre). Londres 1938 Exhibition of 20th century German art (New Burlington Galleries, Londres, juillet), texte de Herbert READ. Paris 1947 Hans Hartung (Galerie Lydia Conti, Paris, 14 février, 8 mars 1947), texte de Madeleine Rousseau. Londres 1949 Hans Hartung. Abstractions (The Hanover Gallery, Londres, 25 janvier – 19 février 1949) [liste des oeuvres exposées, essai de Denys Sutton]. Erlangen 1951 Hans Hartung, Fritz Winter (Das Amerika-Haus, Erlangen, 1951), Erlangen, [1951]. Bâle 1952 Walter Bodmer, Basel. Hans Hartung, Paris (Kunsthalle Basel, Bâle, 23 février – 23 mars 1952), Bâle, Benno Schwabe, 1952. Londres 1953 Paintings by Hans Hartung (Lefevre Gallery, Londres, janvier-février 1953), Londres, Lefevre Gallery, 1953. Bruxelles 1954 Hartung (Palais des Beaux-Arts, Bruxelles, 3 avril – 21 avril 1954), Bruxelles, Palais des Beaux-Arts, 1954. Berne 1954 Tendances actuelles de l’école de Paris, Hartung et al. (Kunsthalle Bern, Berne, 6 février – 7 mars 1954), Berne, Kunsthalle Bern, 1954. Bâle 1956 Abstrakte Maler (Bazaine, Bertholle, Bissière, Eble, Estève, Hartung, Jan, Lanskoy, Louttre, Manessier, Le Moal, Nallar, Palazuelo, Vieira da Silva, Singier, Spiller, de Staël, Ubac) (Galerie Beyeler, Bâle, juin-juillet 1956), Bâle, Galerie Beyeler, 1956. Hanovre 1957 Hans Hartung (Kestner-Gesellschaft, Hanovre, 26 janvier – 3 mars 1957), catalogue par Werner SCHMALENBACH, Hanovre, Vandrey, 1957 [autres sites de présentation de l’exposition: Württembergische Staatsgalerie, Stuttgart; Haus am Waldsee, Berlin; Kunsthalle, Hambourg; KOInischer Kunstverein, Cologne; Germanisches Nationalmuseum, Nuremberg]. New York 1957 Hans Hartung : paintings (Kleemann Galeries, New York, 11 mars – 20 avril 1957), New York, Kleemann Galleries, 1957. Munich 1958 Hans Hartung : Ausstellung 35 Pastelle und Pinselzeichnungen (Moderne Galerie Otto Stangl, Munich, 10 avril – 30 mai 1958), Munich, Moderne Galerie Otto Stangl, 1958. Siegen 1958 Hans Hartung : Rubenspreis der Stadt Siegen (Rathaus, Siegen, 28 juin – 27 juillet 1958), Siegen, Stadt Siegen, 1958. Liège 1958 Léger – Matisse – Picasso – Miro – Laurens – Magnelli – Arp – Hartung – Jacobsen (Musée de l’Art wallon, Liège, juinseptembre 1958), Liège, Musée de l’Art Wallon, 1958. New York 1959 Hans Hartung : pastels 1958 (Kleemann Galleries, New York, mars 1959), New York, Kleemann Galleries, 1959. 204 Londres 1960 Hans Hartung (Gimpel Fils, Londres, novembre 1960), Londres, Gimpel Fils, 1960. Munich 1965 Hans Hartung : kleine Druckgraphik (Galerie Günther Franke, Munich, 1965), Munich, Galerie Günther Franke, 1965. Paris 1960 Hans Hartung (Galerie de France, Paris, 1960), Paris, Galerie de France, 1960. Turin 1966 Hans Hartung (Galleria Civica d’Arte Maderna, Turin, mai-juin 1966), introduction de Giuseppe MARCHIORI, catalogue par Luigi MALLÉ, Turin, Galleria Civica d’Arte Moderna, 1966. Paris 1961 Hans Hartung, oeuvresde 1920 à 1939 (Galerie de France, Paris, juillet-septembre 1961), Paris, Galerie de France, 1961. Paris 1962 Cinquante oeuvres nouvelles de Hans Hartung (Galerie de France, Paris, 26 octobre – 24 décembre 1962), Paris, Galerie de France, 1962. Düsseldorf 1963 Hans Hartung (Kunstverein für die Rheinlande und Westfalen, Düsseldorf,1963), catalogue par Karl-Heinz HERING, Düsseldorf, Kunsthalle Grabbeplatz, 1963. Munich 1963 Hans Hartung (Galerie Günther Franke, Munich, début novembre – 21 décembre 1963), Munich, Günther Franke, 1963. Saint-Gall 1963 Hans Hartung (Galerie 1m Erker, am Gallusplatz, SaintGall, 19 octobre – 30 novembre 1963), rédaction par Franz LARESE et Jürg JANETT, Saint-Gall, Zollikofer, 1963. Vienne 1963 Hans Hartung (Museum des 20. Jahrhunderts, Vienne, 11 avril – 12 mai 1963), catalogue par Werner HOFMANN, Vienne, Rosenbaum, 1963. Zurich 1963 Hans Hartung (Kunsthaus Zürich, Zurich, 9 février – 17 mars 1963), catalogue Par Eduard HÜTTINGER, Zurich, Neue Zürcher Zeitung, 1963. Amsterdam 1963-1964 Hartung (Stedelijk Museum, Amsterdam,12 décembre 1963 – 26 janvier 1964), textes de Hans HARTUNG et Werner HOFMANN, Amsterdam, Stadsdrukkerij, 1963. Paris 1966 Hartung. Lithographies récentes (Galerie La Hune, Paris, [février 1966]), Paris, La Hune, 1966. Turin 1967 Hartung (Galleria d’Arte Narciso, Turin, 26 mai – 26 juin 1967), Turin, Pozzo-Salvati-Gros Monti, 1967. Birmingham 1968 Hans Hartung : a retrospective exhibition of paintings and drawings (City of Birmingham Museum and Art Gallery, 13 mars – 21 avril 1968), Birmingham, City of Birmingham Museum and Art Gallery, 1968. Paris 1969 Hartung (Musée National d’Art Moderne, Paris, 7 janvier – 3 mars 1969), avec un texte de Bernard DORIVAL, Paris, Musée National d’Art Moderne, 1968. Houston/Québec/Montréal 1969 Hans Hartung (Museum of Fine Arts, Houston (TX), 24 avril – 6 juillet 1969; Musée du Québec, Québec, 10 septembre – 6 octobre 1969; Musée d’Art Contemporain, Montréal, 14 octobre – 7 décembre 1969) avec une préface de Bernard DORIVAL, Houston, Museum of Fine Arts, 1969. Prague 1969 Hartung, Tàpies, Johns, Hozo : Z VIII. mezinàrodni grafické vYstavy v Lublani (Galerie Nationale, Prague, octobredécembre 1969), avec des textes de Raymond COGNIAT, Werner HOFMANN, William S. LIEBERMAN, Prague, Galerie Nationale, 1969 Edice Grafika », 9]. Brunswick 1969-1970 Hans Hartung : Bilder, Pastelle, Graphik (pour le 65e anniversaire de l‘artiste, Kunstverein Braunschweig, Brunswick, 2 décembre 1969 – 4 janvier 1970), catalogue par Rolf SCHMÜCKING, Brunswick, Waisenhaus-Buchdruck, 1969. Saint-Paul 1971 Hartung : grands formats 1961-1971 (Fondation Maeght, Saint-Paul-de-Vence, 6 juin – 6 juillet 1971), Saint-Paul-deVence, Fondation Maeght, 1971. Paris 1971-1972 Hans Hartung : 1971 (Galerie de France, Paris, 19 novembre 1 971 – 12 février 1972), Paris, Galerie de France, 1971. Siegen 1972 Graphik von Hans Hartung (Stâdtische Galerie im Haus Seel, Siegen, 26 février – 26 mars 1972), catalogue par Paul VOGT, Siegen, Stadt Siegen, 1972. Paris 1974 Hans Hartung : 1971-1974 (Galerie de France, Paris,11 juin – 12 octobre 1974), catalogue par François LE TARGAT, Paris, Arts et métiers graphiques, 1974. Saint-Gall 1974 Hans Hartung : Grafik aus der Erker-Presse 1973; Lithografien, Holzschnitte, Linolschnitte (Erker-Galerie, Saint-Gall, 22 mai – 29 juin 1974), avec un entretien entre Hans Hartung et Heidi Bürklin, Saint-Gall, Zollikofer & Co., 1974. Cologne/Berlin/Munich 1974-1975 Hans Hartung : Werke aus fünf Jahrzehnten (Wallraf-Richortz-Museum, Cologne, 21 septembre – 3 novembre 1974; Nationalgalerie Berlin, Stiftung Preu63ischer Kulturbesitz, Berlin, 25 janvier – 16 mars 1975; Stâdtische Galerie im Lenbachhaus, Munich,16 mai – 29 juin 1975), Cologne, Greven & Bechtold, 1974. New York 1975-1976 Hans Hartung : paintings, 1971-1975 (The Metropolitan Museum of Art, New York, 16 octobre 1975 – 4 janvier 1976), introduction par Henry GELDZAHLER, New York, The Metropolitan Museum of Art, 1975. 205 Paris 1977 Hartung (exposition itinérante organisée par le Musée National d’Art Moderne, Centre Georges Pompidou, Paris), Paris, Musée national d’Art moderne, 1977. Les Sables-d’Olonne 1978 Hans Hartung : oeuvres sur papier. Rétrospective (1922-1978) (Musée de l’abbaye Sainte-Croix, Les Sables-d’Olonne, 24 juin – 30 septembre 1978), textes de Henry-Claude COUSSEAU et Daniel ABADIE, Les Sables-d’Olonne, Musée de l’abbaye Sainte-Croix, 1978. Kruishoutem 1978 Hans Hartung (Fondation Veronneman, 3 octobre – 25 novembre 1978), Kruishoutem, Emka, 1978. Paris 1979 Hans Hartung : peintures et oeuvres sur papier 1976-1977 (Galerie de France, Paris, 27 mars – 28 avril 1979), catalogue par Gildo CAPUTO, Paris, Galerie de France, 1979. Antibes 1979 Hans Hartung (Musée Picasso, Antibes, 5 juillet – 16 septembre 1979), Antibes, Musée Picasso, 1979. Paris 1980 Hartung : oeuvres de 1922 à 1939 (Musée d’Art moderne de la Ville de Paris, 31 mars – 21 septembre 1980), catalogue par Bernadette CONTENSOU, André BERNE-JOFFROY et Daniel ABADIE, Paris, Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, 1980. Chalon-sur-Saône/Toulouse 1980 Hans Hartung. Les photographies de Hans Hartung (Musée Nicéphore Niépce, Chalon-surSaône, 28 mars – 5 mai 1980; Galerie municipale du Château-d’Eau, Toulouse, 1-31 juillet 1980), Chalon-sur-Saône/ Toulouse, Musée Nicéphore Niépce/Galerie Municipale du Château-d’Eau, 1980. Paris 1980-1981 Hans Hartung, Anna-Eva Bergman : tapisseries et gravures sur bois (Musée de la Poste, Paris, 20 décembre 1980 – 18 janvier 1981), Paris, Musée de la Poste, 1980. Londres/Berlin 1981 Hans Hartung : a vision into abstraction (1923-1964). A 75th birthday tribute (Fischer Fine Art Limited, Londres, janvierfévrier 1981; Pels-Leusden, Berlin, avril 1981), un entretien avec Werner KROGER, Londres, Fischer Fine Art Ltd., 1981. Düsseldorf/Munich 1981-1982 Hans Hartung : Malerei, Zeichnung, Photographie (Stddtische Kunsthalle, Düsseldorf, 12 septembre – 11 octobre 1981; Staatsgalerie Moderner Kunst, Munich, 16 décembre 1981 – 28 février 1982), Berlin, Kunstbuch Berlin, 1981. Dresde 1983 Hans Hartung : Graphik [Erwerbungen 46] (Kupferstichkabinett der Staatlichen Kunstsammlungen Dresden, Dresde, 28 septembre 1983 – 6 janvier 1984), préface de Werner SCHMIDT, Dresde, Staatliche Kunstsammlungen, 1983. Munich 1984 Hans Hartung zum 80. Geburtstag : Gemâlde und Lithographien, 1964-1984 (Galerie Wolfgang Ketterer, Munich, 5 octobre – 26 octobre 1984), un texte de Jorn MERKERT, Munich, Galerie Wolfgang Ketterer, 1984. Antibes 1987 Hans Hartung : premières peintures, 1922-1949 (Musée Picasso, Antibes, juillet-septembre 1987), catalogue par Danièle GIRAUDY, Antibes, Musée Picasso, 1987. Ferrare 1988 Hans Hartung (Galleria Civica d’Arte Moderna, Ferrare, 28 mai – 4 septembre 1988), Ferrare, Assessorato aile Istituzioni Culturali, 1988. Carcassonne 1988 Hans Hartung : travaux récents, 19861987-1988 (Musée des Beaux-Arts, Carcassonne, 24 juin – 15 septembre 1988), Carcassonne, Musée des Beaux-Arts, 1988. Nice 1989 Hartung : peintures 1988 (Galerie Sapone, Nice, février-avril 1989), Nice, Galerie Sapone, 1989. Colmar 1989 Hans Hartung : premières recherches abstraites, 1922-1938 (Musée d’Unterlinden, Colmar, 24 juin – 15 octobre 1989), Colmar, Musée d’Unterlinden, 1989. Montbéliard/Louisbourg 1992 Hans Hartung : oeuvres extrêmes, 1922 et 1989 (Musée de Montbéliard, 15 juin 28 octobre 1991; Villa Franck, Ludwigsburg, 12 janvier – 29 février 1992), Jarville-la-Malgrange, Éd. de l’Est, 1991. Fréjus 1996 Hartung, peintre moderne (Le Capitou – Centre d’Art Contemporain, Fréjus, 7 juillet – 30 septembre 1996), catalogue par Catherine PULFER, Milan, Skira, 1996. Londres 1996 Hans Hartung : Works on paper, 1922-1956 (Tate Gallery, Londres, 16 juillet – 27 octobres 1996), catalogue par Jennifer MUNDY, Londres, Tate Gallery, 1996. Nagoya 1998 Hans Hartung (Aichi Prefectural Museum of Art, Nagoya, 9 octobre – 13 décembre 1998), Nagoya, Aichi-ken Bijutsukan, 1998. Berlin 1999 Gesten, Flecken, Lineaturen... Hans Hartungs Erforschung... in seinen Arbeiten auf Papier 1922-1985 und in seinen sechs letzten Bildern (Kunstforum in der Grundkreditbank, Berlin, 29 janvier – 25 avril 1999), éd. et texte de Jârn MERKERT, Berlin, FAB-Verlag, 1999. Turin 2000 Hans Hartung (Galleria d‘Arte Moderna, Turin, 28 janvier 2 avril 2000, commissariat Giuseppe Appella), éd. Riccardo PASSONI, Turin, Allemandi, 2000. Belfort/Montbéliard 2003 Hans Hartung (Musée d’Art et d’Histoire, Belfort; tour 46, Musée du château des ducs de Wurtemberg, Montbéliard, 17 mai – 28 septembre 2003), catalogue par Christophe COUSIN, Bernard FAUCHILLE, Bernard LAFARGUE et al., Belfort/ Montbéliard, Musée d’Art et d’Histoire/Musée du Château, 2003. 206 Cologne 2004 Hans Hartung : So beschwor ich den Blitz. Arbeiten auf Papier, 1922-1938; greformatige Bilder, 1980-1989. Werkschau im kleinen Format,1922-1989 (Museum Ludwig, Cologne, 26 juin – 19 septembre 2004), éd. Stephan DIEDERICH, Cologne, Kanig, 2004. Saint-Paul-de-Vence 2008 Hans Hartung : le geste et la méthode (Fondation Marguerite et Aimé Maeght, Saint-Paul-de-Vence, 3 juillet – 16 novembre 2008), textes de Michel ENRICI, Daniel ABADIE, Jean CLAIR et Dora VALLIER, Saint-Paul-de-Vence, Fondation Marguerite et Aimé Maeght, 2008. La Haye 2004 Hans Hartung : conceptualisme avant la lettre (Gemeentemuseum, La Haye, 18 septembre – 21 novembre 2004). Gaeta 2009 Hans Hartung l’œuvre ultime (Caserma Cosenz, Gaeta, 10 juillet – 18 octobre 2009) texte de Davide RAMPELLO. Mondovi 2004 Hans Hartung. Lo spazio e il gesto (San Stefano, Mondovi, 15 mai – 18 juillet 2004). Paris 2009-2010 Deadline : Martin Kippenberger, Absalon, Hans Hartung, James Lee Byars, Felix Gonzalez-Torres,Joan Mitchell, Robert Mapplethorpe, Chen Zhen, Gilles Aillaud, Willem de Kooning, Hannah Villiger, Jiirg lmmendorff (Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris (16 octobre 2009 – 10 janvier 2010), Paris, Paris-Musées, 2009. Pékin/Nankin 2005 Hartung en Chine (Palais des Beaux-Arts, Pékin, 29 juillet – 18 août 2005 : musée national, Nankin, 29 août – 18 septembre 2005; dir. génerale Feng Yuan, Xu Huping et François Hers; commissariat André Kneib, LaoZhu, JeanCharles Agboton-Jumeau), avec des contributions de FENG Yuan, Jean-Charles AGBOTON-JUMEAU, LAOZHU (ZHU Qingsheng), XU Huping, Antibes, Fondation Hartung-Bergman, 2005 (année de la France en Chine). Berlin Paris Genève 2010-2011 Hans Hartung, Estampes, Druckgraphik (Staatliche Museen zu Berlin, Bibliothéque nationale de France, Musée d’Art et d’Histoire de Genève), textes de Céline Chicha Casteix, Christian Rümelin, Andreas Schalhorn, 2010. Leipzig/Kiel 2007-2008 Hans Hartung : Spontanes Kalkül. Bilder, Fotografien, Film 1922-1989 (Museum der Bildenden Künste, Leipzig, 4 novembre 2007 ‑ 10 février 2008; Kunsthalle zu Kiel, 15 mars – 18 mai 2008), éd. par Hans-Werner SCHMIDT et Dirk LUCKOW, avec des contributions d’Annie CLAUSTRES, Robert FLECK et Jan NICOLAISEN, Bielefeld/Leipzig, Kerber, 2007. New York 2010 Hans Hartung, The Last Painting 1989 (Galerie Cheim & Read, New York, 29 octobre 30 décembre), texte de Joe Fyfe. Madrid 2008 Hans Hartung : esencial (Circula de Bellas Artes, Madrid, 12 février – 21 mai 2008, commissariat Bernard Derdérian, Franz-W. Kaiser, Nicolas Morales), textes de Franz-W. KAISER, Juan Manuel BONET, Madrid, Circula de Bellas Artes, 2008. Madrid 2010 La guerra ha terminado? Arte en un mundo divido (1945-1968) (Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofia, 23 novembre). Serignan 2010 Hans Hartung, Spray (Musée régional d’art contemporain Languedoc Roussillon, Sérignan, 6 novembre 10 février), texte de Corinne Rondeau. Londres 2011 Hans Hartung, The Final Years 1980-1989 (Timothy Taylor Gallery, Londres, 10 mars 9 avril), texte de Odile Burluraux. Wiesbaden 2011 The Art of Writing : Cy Twombly, André Masson, Georges Mathieu, Hans Hartung (Art forum – Wiesbaden, 23 mai). Genève 2011 Les sujets de l’abstraction : Simon Hantaï, Gérard Schneider, Georges Mathieu, Pierre Soulages, Hans Hartung (Musée Rath, Genève 6 mai – 4 aout). Berlin 2012 Hans Hartung – Fait le 29/71989 (Galerie Fahnemann). Rome 2013 La radice del segno – Hans Hartung (Istituto Nazionale per la Grafica). Musées et collections permanentes Australie Australian National Gallery, Canberra Austriche Museum des 20. Jahrhunderts, Wien Museum Moderner Kunst,Wien Belgique Musée Royaux des Beaux-Arts, Antwerpen Musée Royaux des Beaux-Arts, Bruxelles Brésil MAM, São Paulo Angleterre City Museum and Art Gallery, Birmingham Tate Gallery, London France Centre National d‘Art et de Culture Georges Pompidou, Paris Fondation Maeght, Saint-Paul-deVence Fonds Départemental d’Art Contemporain du Val-de-Marne, Créteil Fonds Régional d’Art Contemporain Provence-Alpes-Côte d’Azur, Marseille Musée Cantini, Marseille Musée d’Art Contemporain, Dunkerque Musée d’Art et d’Industrie, SaintÉtienne Musée d’Art Moderne de la Ville de Paris, Paris 207 Musée d’Art Moderne, Strasbourg Islande Musée de Châteauroux, Châteauroux Listasafn Islands (Galeria Nacional da Islândia), Reykjavik Musée de Peinture et de Sculpture, Grenoble Israël Musée des Augustins,Toulouse The Israel Museum, Jerusalem Musée des Beaux-Arts, Lyon The Municipal Museum of Modem Art, Haifa Musée Fabre, Montpellier Musée des Beaux-Arts, Nantes Musée des Beaux-Arts, Rouen Italie Musée Granet, Aix-en-Provence Collezione Vaticana d’Arte Religiosa Moderna, Roma Musée Municipal, Saint-Paul-de Vence Musée Nicéphore Niépce, Chalon-surSaône Galleria Civica d’Arte Moderna, Torino Musée Picasso, Antibes Galleria Comunale d’Arte Moderna e Contemporanea, Roma Musée Princeteau, Libourne Galleria Nazionale d’Arte Moderna, Roma Musée des Beaux-Arts, Lille. Japon Allemagne The Museum of Modem Art, Kamakura Akademie der Künste, Berlin The Museum of Modem Art, Toyama Foundation Domnick, Nürtingen Hamburger Kunsthalle, Hamburg Heimatmuseum der Stadt Witten, Witten Hessisches Landesmuseum, Darmstadt Kaiser Wilhelm Museum, Krefeld Kunstmuseum, Düsseldorf Kunstsammlung Nordrhein-Westfalen, Düsseldorf Kunsthalle, Bremen Museum Folkwang, Essen Museum Ludwig, Köln Neue Nationalgalerie, Berlin Pfalzgalerie, Kaiserslautern Schleswig-Holsteinisches Landesmuseum, Schleswig Sprengel Museum, Hannover Staatliche Kunstsammlungen, Gemâldegalerie Neue Meister, Dresden Staatliche Kunstsammlungen, Kupferstichkabinet, Dresden The Ohara Museum of Art, Kurashiki Kenya Kenya National Museum, Nairobi Macédoine Musée d’Art Contemporain, Skopje Norvège Sonja Henie-Niels Onstad Foundations, Hôvikkoden Pays-Bas Stedelijk Museum, Amsterdam Stedelijk van Abbemuseum, Eindhoven Suède Moderna Museet, Stockholm Staatsgalerie Moderner Kunst, München Staatsgalerie, Stuttgart Suisse Stâdtisches Kunsthalle, Mannheim Kunsthaus, Zürich Stâdtisches Kunstmuseum, Bonn Kunstmuseum, Basel Stâdtisches Museum Simonstift, Trier Suermondt-Ludwig Museum, Aachen États-Unis d’Amérique Wallraf-Richartz Museum, Kôln Albright-Knox Art GalKöln, Buffalo Wilhelm-Hack Museum, Ludwigshafen Baltimore Museum of Art, Baltimore Wilhelm-Lehmbruck Museum, Duisburg Metropolitan Museum of Art, New York Museum of Modem Art, New York Philadelphia Museum of Art, Philadelphia Fogg Art Museum, Harvard University, Harvard Phoenix Art Museum, Phoenix Solomon R. Guggenheim Museum, New York 208 209 Patrocínio / Sponsorship / Sponsor Banco do Brasil Copatrocínio / Cosponsor / Co-sponsor Embaixada da França no Brasil Instituto Francês do Brasil Realização / Execution / Réalization Centro Cultural Banco do Brasil Curadoria / Curatorship / Conservateur Fondation Hartung-Bergman Concepção e coordenação geral / Conception and general coordination / Conception et coordination générale Fabio Scrugli Produção / Production / Production Quadrado Redondo Produção executiva / Executive producer / Production exécutif Eduardo Neiva Tavares Coordenação de produção / Production coordination / Coordination de production Rachel Lino Christiane Bardawil Consultoria técnica / Technical consultant / Consultant technique Montecarlo International Art Associazione Novecento Fondation Hartung-Bergman Críticos de arte / Art critics / Critiques d’art Achille Bonito Oliva Marília Panitz Presidente / President / La présidence Consultoria financeira / Financial consultant / Consultant financier Fernanda Nepomuceno Diretor / Director / La direction Produção Brasília / Brasília Production / Production Brasília Júlia Neves Secretário Executivo / Executive secretariat Daniel Malingre Produção São Paulo / São Paulo Production / Production São Paulo Micaela Wernicke Le secrétariat général Christine Sémédard Avaliações e autenticações, para Hans Hartung Arquitetura / Architecture / Architecture Simone Algebaile Damasceno Appraisal and authentication service, for Hans Hartung Projeto de iluminação / Lighting project / Projet d’illumination T19 Coordenação de montagem / Mounting coordinator / Coordination de montage Chico Sassi Montagem / Mounting / Montage C2 Les expertises et authentifications, pour Hans Hartung Bernard Derderian, Hervé Coste de Champeron, Jean-Luc Uro Responsável por exposições e publicações, para Hans Hartung Exhibitions and publications manager, for Hans Hartung Responsable expositions et éditions Hans Hartung Design gráfico / Graphic design / Design graphique Forma e Conteúdo Bernard Derderian Acesso aos arquivos / Access to the archives Direção de arte / Art director / Direction d’art Clarissa Teixeira L’accès aux archives (papiers et audio-visuelles) Revisão e edição / Revision and editing / Révision et édition Maria Tereza Lopes Teixeira Marianne Le Galliard e Hervé Coste de Champeron auxiliado por Marcelle Driesen Acesso à base de dados Tradução / Translation / Traduction Parlare Soluções e Consultoria Antonio de Luna Access to the computer database L’accès aux bases de données informatiques Consultoria legal / Legal consultant / Consultant juridique Ricardo Sturzenegger Jean-Luc Uro Relações públicas e comunicação PR and communication manager Assessoria de imprensa / Press / Presse Tales Rocha La communication et les relations publiques Transporte das obras / Artwork transportation / Transport des oeuvres Millenium Transportes e Logística, Brasil LP Art, França Seguro / Insurance / Assurance Pro Affinité Consultoria e Corretagem de Seguros Ltda Produção Thomas Schlesser Copatrocínio Elsa Hougue Supervisor técnica do estúdio Studios technical supervisor La régie technique des ateliers Roland Massenhove Realização Produção Copatrocínio Realização