Comunicação: Existem várias formas através das quais os homens transmitem e recebem idéias, impressões e imagens de toda ordem. Alguns desses símbolos, embora compreensíveis, jamais conseguem expressar-se por palavras. Comunicar vem do latim communicare por em comum comunicação = convivência está na raiz da comunidade agrupamento caracterizado por forte coesão baseada no consenso É espontâneo dos indivíduos; é um acordo, um consentimento UMA COMPREENSÃO Aristóteles, um filósofo grego que viveu entre os anos de 384 a 322 a. C., definiu o estudo da retórica (comunicação) como a procura de todos os meios disponíveis de persuasão. Ele defendeu, em seus escritos, que a meta principal da comunicação é a persuasão, isto é, a tentativa de levar outras pessoas a adotarem o ponto de vista de quem fala. Esta forma de ver o objetivo da comunicação continuou a ser aceita até a última metade do século XVIII. A partir de uma influência da psicologia, instaurada no século XII e que se estendeu ao longo do século XVIII, surge a idéia de dualismo entre mente e alma, interpretado como base para dois objetivos independentes da comunicação: intelectual/cognitivo (informativo) e emocional (persuasivo). Surge então um terceiro objetivo da comunicação: o divertimento. Esta escola de psicologia também apontava a possibilidade de classificarmos as intenções do consumidor e o material de apoio por ele utilizado nestas categorias. Hoje, a teoria contemporânea sugere o abandono da dicotomia mente-corpo. Esta crítica diz respeito à natureza da linguagem, já que esta tem uma dimensão persuasiva. Outra crítica a este tratamento da definição de objetivo é de que ele , comumente, não se concentra no comportamento, mas sim na mensagem. Assim, podemos dizer que hoje, o objetivo da comunicação se aproxima muito daquele estabelecido por Aristóteles, ou seja, nós nos comunicamos para influenciar, mas com uma intenção determinada. Etimologicamente, comunicar é tornar comum. A comunicação é, no seu princípio, a passagem do individual ao coletivo e a condição de toda a vida social. Fonte:CAZENEUVE, Jean. Guia Alfabético das comunicações de massa. São Paulo: Martins Fontes, 1976 Claude Lévi-Strauss, antropólogo francês, em Antropologia Estrutural, 1975, diz que a comunicação é um processo essencial, não só da socialização, mas também na formação do indivíduo, na medida em que este adquire consciência de si interiorizando os comportamentos na troca de mensagens significativas. Armand Mattelart, comunicólogo francês, em História das Teorias da Comunicação, 1999, diz que a noção da comunicação recobre uma multiplicidade de sentidos e que a proliferação das novas tecnologias acrescentam novas vozes a essa polissemia. Para ele, o processo de comunicação está diretamente ligado à evolução da humanidade. Paulo Freire, educador brasileiro natural de Pernambuco, em Pedagogia do Oprimido, 1970, afirma que a comunicação está diretamente ligada à educação. Sua tese é de que alfabetizar nada mais é do que ensinar o uso da palavra. É através da decodificação da palavra que o indivíduo vai-se descobrindo como homem, sujeito de todo o processo histórico. Comunicação consiste, então, de uma forma geral, numa troca de mensagens carregadas de significado, podendo apresentar-se sob vários aspectos. Fonte:CAZENEUVE, Jean. Guia Alfabético das comunicações de massa.São Paulo: Martins Fontes, 1976 A mensagem é uma seqüência de sinais transmitidos entre um emissor e um receptor por intermédio de um canal que constitui o suporte físico indispensável à transmissão. Mas uma mensagem não é necessariamente uma informação. A mensagem só se transforma em informação quando seus elementos constitutivos, todos conhecidos pelo receptor, são ordenados de modo original. Quando a comunicação ultrapassa o quadro da troca de mensagens entre dois ou mais indivíduos e quando ela consiste na extensão de uma mensagem a partir de um centro emissor situado num conjunto social extenso, temos a difusão. Os mass mídia são os meios de difusão das mensagens, mas por vezes este termo indica também a própria difusão. São, na verdade, as técnicas de comunicação dirigidas a determinados públicos e a própria comunicação em si. A palavra mídia, tomada isoladamente, tal como emprega McLuhan, designa todos os meios de expressão, incluindo os mais simples e mais naturais, tais como a voz e o gesto. No entanto, só podemos falar em mass mídia quando se trata de meios cuja finalidade não reside na comunicação interpessoal, mas sim na transmissão de uma mensagem a partir de um centro emissor para uma pluralidade de receptores. Assim, num conceito frankfurtiano, os meios de difusão entendidos como mass mídia, constituem sistemas de comunicação que tendem a homogeneizar os indivíduos que formam seus públicos, criando neles certas atitudes, gostos, comportamentos, etc.. (indústria cultural e cultura de massa) Qualquer processo de comunicação requer a transmissão de uma mensagem entre transmissor e receptor que detém em comum, pelo menos parcialmente, o código necessário à sua transcrição. Para nos comunicarmos, precisamos de códigos que estabeleçam a relação entre aquilo que está sendo dito e aquilo que está sendo compreendido CODIFICAÇÃO DA MENSAGEM Quando a mensagem é enviada, entendida e interpretada, completamos o processo de comunicação. DECODIFICAÇÃO DA MENSAGEM A linguagem, por sinais visuais ou palavras, é, evidentemente a maneira mais clara da comunicação, na medida em que esta é uma troca de significações. A linguagem é apenas um dos códigos que usamos para exprimir as idéias. Mas também podemos nos comunicar através das formas não verbais como: • Expressões faciais; • Movimentos das mãos; • Códigos universais ; • Códigos subliminares préestabelecidos; • Códigos morais; • Códigos de valores. CODIFICADOR Comunicação direta ou mediada Canal Decodificador Comunicação direta/mediada Receptor Sendo assim, a comunicação é um processo. E a base do conceito de processo está na crença de que a estrutura da realidade física não pode ser descoberta pelo homem; ela tem que ser criada. Mas o processo comunicacional, ao longo do tempo, ganhou nova função, além do estabelecimento de relações. Passou a ser o elo econômico e financeiro de uma sociedade e ganhou valores de troca e de uso (consumo). Neste sentido, deixamos de trocar coisas e passamos a trocar símbolos (marcas). Gilete Lâmina de barbear Isto é, ao construir a realidade, precisamos organizar nossas percepções de alguma forma, através de determinadas estruturas ou “ingredientes”, que variam de acordo com a conjuntura. Essa construção depende da compreensão através de símbolos, que estão diretamente ligados à experiência anterior do receptor E como, geralmente, estes símbolos são latentes, a comunicação depende de uma resposta a um estímulo interno ou externo. Essa resposta forma na mente uma idéia ou uma imagem, com seu símbolo representativo (experiência anterior) Mas para que esse processo se efetive, existe ainda um outro elemento: a comunicação depende de atrair e manter a atenção do receptor. São 4 os principais estímulos de atenção: 1.Intensidade; 2. Repetição; 3. Modificação; 4. Contraste Mas, o estabelecimento de regras para atrair a atenção do receptor depende das características estruturais do indivíduo, isto é: 1. da atenção periférica ou difusa; 2. da atenção dirigida ou concentrada. Além de chamar a atenção, temos que mantê-la, para que o processo de comunicação se complete. Pesquisas realizadas nas universidades norte-americanas indicam um período de 5 minutos como tempo considerado excelente de continuidade de atenção. A comunicação atua então em dois processos simultaneamente: 1. na percepção (individual) 2. na interpretação ( individual e coletiva) A linguagem é portanto a própria comunicação. Ela é ao mesmo tempo coletiva e individual. Mas seus significados vêm sempre impregnados de afetividade e sempre dependem do contexto. Retomando Paulo Freire comunicação está diretamente ligada à educação. Sua tese é de que alfabetizar nada mais é do que ensinar o uso da palavra. É através da decodificação da palavra que o indivíduo vai-se descobrindo como homem, sujeito de todo o processo histórico. Portanto, entender o processo de comunicação é “ensinar” às pessoas a decodificar suas “palavras”, seus “códigos”. Para tanto, temos que aprender a “ler”.