INCT: Informação
Genético-Sanitária da
Pecuária Brasileira
SÉRIE TÉCNICA:
GENÉTICA
Publicado “on line’ em animal.unb.br em 30/09/2010
Regras e orientações para realização
das provas zootécnicas de ovinos da raça
Santa Inês
Inês
Concepta McManus
1
1,2
, Samuel Paiva 3, Luiza Seixas1
CNPq / INCT / Informação Genético Sanitária da Pecuária Brasileira, Universidade de Brasília (UnB) /
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, MG.
2
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, RS.
3
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Brasília, DF.
1
1- Unidade Gestora: As provas serão gerenciadas por um comitê gestor
central e regionais credenciados pelo MAPA e ARCO. O comitê gestor terá
um responsável técnico, além de um Melhorista, Nutricionista e Veterinário.
2- Número de Participantes: Serão necessários 30 animais, no mínimo,
pertencentes a, pelo menos, quatro diferentes criatórios. O número máximo
de animais participantes da prova será de acordo com a capacidade das
instalações ou a critério do comitê local. No entanto, recomenda-se que os
animais sejam distribuídos de acordo com tamanho e idade aleatoriamente
em grupos.
3- Elegibilidade: São elegíveis as Provas Zootécnicas, preferencialmente,
borregos PO e Prove III, selecionados com base nas características
desejadas na progênie, sanidade e defeitos, com idade entre 75 – 135 dias,
com diferença máxima de 45 dias entre os animais do mesmo lote. O
comitê gestor local poderá aceitar borregos Prove I e II e até mesmos
animais sem registro, desde que estejam dentro dos padrões da raça. É
necessário obter controle genealógico, priorizando os realizados por
programas de melhoramento, além das informações de data de nascimento,
tipo de nascimento, peso ao nascer e regime alimentar em que foi criado
(ex: pasto ou pasto + suplemento).
4 - Entrada: Os animais serão recebidos nos locais das provas de acordo
com o calendário anual elaborado e aprovado pelo comitê central (*).
5 – Alimentação e manejo: Para prova em confinamento os animais
serão manejados de forma padronizada e utilizará ração completa com 1214% de proteína bruta e 67 -72% de NDT a base de grãos, minerais, feno
ou capim durante todo período do teste, proporcionando no mínimo de 200g
de ganho de peso por dia. Para prova a pasto, os animais devem
permanecer no pasto no mesmo grupo durante o período completo do teste,
2
recebendo alimentação suplementar para obter ganho mínimo de peso de
110g/dia.
6 - Controle Sanitário: Um comitê técnico local examinará todos animais
na
recepção
e
observarão
as
condições
sanitárias
e
as
principais
enfermidades; tais como: Ectima contagiosa; piolhos; Lifadenite caseosa
entre outras. Após a inspeção os animais serão submetidos às vacinações e
vermifugações estratégicas, além de um controle de OPG durante a prova
para avaliar o grau de infestação de cada animal.
7 - Período do Teste: O período de adaptação será de, no mínimo, 14 dias
para a prova em confinamento e 21 dias ao pasto. A fase do teste terá
duração máxima de 84 dias para confinamento e 140 dias ao pasto.
Entretanto, a critério do comitê local, e dependendo da homogeneidade dos
animais, este período pode ser reduzido para até 56 dias e 100 dias,
respectivamente. As pesagens serão feitas no início da fase de adaptação e
do teste, bem como a cada 14 dias, com jejum alimentar e hídrico de 14-16
horas para ajuste do consumo individual ou por lote.
8 - Características mesuradas: Para compor o índice final da prova serão
mensuradas as seguintes características:
(i) Pesos a cada 14/28 dias;
(ii) Perímetro escrotal;
(iii) Área de olho do lombo;
(iv) Espessura de gordura de cobertura;
(v) Consumo individual ou por lote;
(vi) Escores visuais (Conformação, Precocidade, Musculatura, Tipo racial e
Aprumos).
A mensuração da AOL e da espessura de gordura serão feitas no
Longíssimos dorsi, através de ultra-som entre a 120 e 130 vértebras
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lombares.
Opcionalmente
poderão
ser
mensuradas
também
as
características biométricas tais como: Altura da cernelha, garupa e pernas,
perímetro
torácico,
comprimento
do
corpo,
perímetro
do
braço
e
profundidade torácica.
9 - Custos da Prova: Uma planilha para estimar o custo por animal e da
prova, será realizada.
10 - Índice e ponderação da prova (IPGP):
IPGP = GPMD (40%) + AOL (15%) + PE (10%) + EG (5%) + EV (30%)
Antes da confecção final dos índices as medidas objetivas serão corrigidas
para peso e idade padronizada.
11 - Critérios de classificação: será função da variação ocorrida dentro
da raça ou grupamento genético e eventualmente do regime alimentar,
obedecendo-se a média e o desvio-padrão do IPGP os animais serão
classificados nas 6 categorias a seguir:
•
ELITE: Maior que mIPGP* +1DP** com teste de DNA
•
SUPERIOR: Maior que mIPGP +0,25DP até mIPGP +1DP com teste
de DNA
•
MEDIANO: Maior que mIPGP até mIPGP +0,25DP
•
REGULAR: Igual ou Maior que mIPGP -0,25DP até mIPGP
•
COMUM: Igual ou Maior que mIPGP -1DP e menor que mIPGP 0,25DP
•
INFERIOR: Menor que mIPGP -1DP
* mIPGP= Média do Índice de Desempenho na PGP
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** DP= Desvio Padrão
12 - Resultado da Prova: Ao término desse período e obtido o peso final,
será realizada a classificação e o ranking dos animais, apresentadas nos
Boletins Finais e na Síntese do Resultado Final. A Síntese é um resumo da
Prova de desempenho, contendo informações relativas à relação dos
criadores que participaram da prova contendo as médias, os desvios-padrão
de peso, ganho de peso, valores máximos e mínimos dos índices, biometria,
conversão alimentar, bem como o número de animais classificados em cada
uma das seis categorias existentes e médias dos índices classificatórios
nessas categorias.
Assim, os criadores terão a relação dos animais
classificados, em ordem de classificação, com as informações do número do
animal, data de nascimento, o nome do criador e os valores das
características de interesse e também receberão um certificado de
participação na prova.
13- Legendas e abreviações
LEGENDAS DAS ABREVIAÇOES
ID
Identificação do cordeiro
IDADEI
Idade ao início do teste
IDADEF
Idade ao final do teste,
PESOF
Peso ao final do teste
Raça
SI = Santa Inês
GPMD
Ganho de peso médio diário (gr)
AOL
Área do olho do lombo (cm2)
PE
Perímetro escrotal (cm)
EGC
Espessura da Gordura de cobertura (mm)
ESCORES
VISUAIS
(EV)
Conformação, Precocidade, Musculatura, Tipo racial e Aprumos
(C, P, M, T e A)
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14 - Devolução dos animais: Os animais deverão ser retirados do local da
prova até 07 dias após o final pelos os seus donos.
AVALIAÇÕES SUBJETIVAS
Escores visuais
O conjunto de escores visuais terão peso de 30% do Índice final do
teste, cada um contribuindo com
6% para cada escore (Conformação,
Precocidade, Musculatura, Tipo racial e Aprumos).
A escala de escores visuais para avaliar as características (CPMTA)
varia de 1 a 6, em que seis é o maior grau. Não será atribuída notas com
sinal positivo ou negativo. Esta escala é sempre relativa ao padrão
zootécnico do grupo contemporâneo que está sendo avaliado, portanto em
todos grupos os animais deverão receber notas de 1-6, independente de
qualquer comparação absoluta com outro grupo.
Escore
Mérito do Animal para a Característica
6
Excelente
5
Ótimo
4
Bom
3
Médio
2
Inferior
1
Muito Inferior
Conformação
Na apreciação da conformação são importantes as características:
desenvolvimento de massa muscular e quantidade total estimada da porção
6
comestível da carcaça valorizando-se aspectos estruturais dentre eles o
porte e harmonia das características morfofuncionais.
Precocidade de acabamento
Precocidade é avaliada pela capacidade ou grau de deposição precoce
de
gordura.
Assim,
buscam-se
animais
que
atinjam
a
terminação
(acabamento para o abate) mais cedo.
É analisado também o biótipo do animal. O tipo longilíneo é alto com
pouca profundidade de costela e se caracteriza como um animal mais
tardio, enquanto o de estrutura mediolíneo, apresenta-se com boa
profundidade de costela, boa massa muscular, virilha preenchida - desde
que aliada a um bom desenvolvimento corporal - define o animal mais
precoce, recebendo notas mais altas para esta característica.
Musculatura
Avalia-se o desenvolvimento da massa muscular pela observação de
pontos específicos como o antebraço, paleta, o lombo, a garupa, a perna a
largura e a profundidade dos quartos traseiros e dianteiros.
Analisando-se os animais parados, nota-se que os de musculatura
mais desenvolvida apresentam os membros afastados, tanto de frente como
por trás. Quando o animal se desloca, observa-se o movimento dos
músculos, que se contraem e aumenta de volume ritmicamente, delineando
sua forma. Isto os diferencia da gordura, que não tem sustentação e forma
definida.
Tipo racial
Avalia-se o conjunto de atributos raciais preconizados no padrão
oficial da raça Santa Inês (Cabeça, pelagem, pigmentação da pele, entre
outras).
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Aprumos e membros
A proporção, direção e articulações dos membros anteriores e
posteriores, são avaliadas.
*Aprovada em reunião técnica no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento em 2004.
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Regras e Orientações para Realização das Provas Zootécnicas de