CORRENTE ELÉTRICA A corrente elétrica é um movimento ordenado de cargas elementares. A corrente elétrica pode ser um simples jato de partículas no vácuo, como acontece num cinescópio de TV, em que um feixe de elétrons é lançado contra a tela. No entanto, na maioria dos casos, a corrente elétrica não ocorre no vácuo, mas sim no interior de um condutor. Por exemplo, aplicando uma diferença de potencial num fio metálico, surge nele uma corrente elétrica formada pelo movimento ordenado de elétrons. Não se pode dizer que todo movimento de cargas elétricas seja uma corrente elétrica. No fio metálico, por exemplo, mesmo antes de aplicarmos a diferença de potencial, já existe movimento de cargas elétricas. Todos os elétrons livres estão em movimento, devido à agitação térmica. No entanto, o movimento é caótico e não há corrente elétrica. Quando aplicamos a diferença de potencial, esse movimento caótico continua a existir, mas a ele se sobrepõe um movimento ordenado, de tal forma que, em média, os elétrons livres do fio passam a se deslocar ao longo deste. É assim que se forma a corrente elétrica. O símbolo convencional para representar a intensidade de corrente elétrica (ou seja, a quantidade de carga Q que flui por unidade de tempo t) é o I, original do alemão Intensität, que significa intensidade. A unidade padrão no SI para medida de intensidade de corrente é o ampère. A corrente elétrica é também chamada informalmente de amperagem. RESISTOR Resistor é todo dispositivo elétrico que transforma exclusivamente energia elétrica em energia térmica. SÍMBOLO Alguns dispositivos elétricos classificados como resistores: ferro elétrico, chuveiro, lâmpada incandescente etc. • A figura mostra o aspecto físico de alguns tipos de resistores • • A figura mostra os tipos mais comuns de resistores variáveis. 1ª Lei de OHM Mantendo-se constante a temperatura do resistor, sua resistência elétrica permanecera constante. U R i Unidade: Volt/Ampere(ohm,Ω) Resistor ôhmico 2ª LEI DE OHM L A .L R A = Resistividade do material (ohm.m)) Resistividade elétrica é uma medida da oposição de um material ao fluxo de corrente elétrica. Quanto mais baixa for a resistividade mais facilmente o material permite a passagem de uma carga elétrica. A unidade SI da resistividade é o ohm.metro (Ωm). Dependência da temperatura Uma vez que é dependente da temperatura a resistência específica geralmente é apresentada para temperatura de 20 ºC. No caso dos metais aumenta à medida que aumenta a temperatura enquanto que nos semicondutores diminui à medida que a temperatura aumenta. Conforme o valor da sua resistividade um material pode ser considerado condutor ou isolante. POTÊNCIA ELÉTRICA Muitas vezes, na propaganda de certos produtos de eletrônicos, destaca-se a sua potência. Podemos citar como exemplos os aparelhos de som, os chuveiros e as fontes dos microcomputadores. Sabemos que esses aparelhos necessitam de energia elétrica para funcionar. Ao receberem essa energia elétrica, eles a transformam em outra forma de energia. No caso do chuveiro, por exemplo, a energia elétrica é transformada em energia térmica. Quanto mais energia for transformada em um menor intervalo de tempo, maior será a potência do aparelho. Portanto, podemos concluir que potência elétrica é uma grandeza que mede a rapidez com que a energia elétrica é transformada em outra forma de energia. . • Define-se potência elétrica como a razão entre a energia elétrica transformada e o intervalo de tempo dessa transformação. Observe o quadro ao lado: Podemos também calcular a potência elétrica através da através da tensão e da corrente. Potência elétrica dissipada Quando utilizamos algum aparelho que funciona à base de transformação de energia, podemos observar que ele esquenta durante o seu funcionamento. Isso não é diferente quando estamos lidando com aparelhos que funcionam à base de energia elétrica. Esse aquecimento é conhecido como efeito Joule, e ele é fruto das colisões que os elétrons sofrem contra os átomos e íons que pertencem ao condutor. A energia que é drenada nesse aquecimento é chamada de energia dissipada Existem aparelhos que têm como objetivo dissipar toda a energia elétrica e transformá-la em energia térmica. Temos muitos exemplos cotidianos de aparelhos que funcionam assim, o chuveiro, o ferro de passar, o forno elétrico, o secador de cabelo, etc. Se tomarmos a lei de Ohm R = U/i, e a equação para calcularmos a potência P = U.i é possível determinar o valor da potência elétrica dissipada. Observe o quadro ao lado: Unidades de potência e energia elétrica As duas unidades de potência mais usadas são o watt (W) e o quilowatt (kW). Elas estão representadas no quadro abaixo, assim como a conversão entre elas: Área do fio (mm²) Corrente máxima (A) 1 10,5 1,5 13 2,5 18 4 24 6 31 10 42 16 56 25 73 35 89 50 108 • Na tabela, mostramos um exemplo para um fio com capa isolante termoplástica, área do fio em mm² e a corrente máxima sugerida para sua utilização (em A). Supercondutividade Em 1911, Kammerlingh Onnes, que foi o primeiro a conseguir a liquefação do gás hélio que acontece em 4,2 K. Ele estava pesquisando sobre as propriedades de metais sobre temperaturas extremamente baixas banhando em hélio líquido. Durante um desses experimentos, Onnes descobriu que a resistência do mercúrio caia a zero na temperatura perto de 4 K. Com isso, foi descoberto os supercondutores, uma nova classe de condutores. Onnes ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1913. Com evolução das pesquisas, a temperatura para que os supercondutores ocorressem foi aumentando. Até a década passada ocorria na ordem dos 28 K. Mas com a descoberta de novos materiais supercondutores, ocorreu um aumento surpreendente de temperatura para a utilização de supercondutores, com os óxidos cerâmicos, com os fulerenos, os borocarbetos e o composto intermetálico MgBr2. Atualmente o recorde é de 134 K para um óxido de mercúrio, bário, cálcio e cobre. Supercondutores são materiais que têm resistência elétrica praticamente nula e nos quais a corrente elétrica não perde energia para o material. Com isso pode-se construir equipamentos que aproveitam ao máximo a energia elétrica disponível, sem que seja transformada em calor. Meios de transportes, principalmente trens suspensos por campos magnéticos, podem usar esta tecnologia. O trem japonês, MAGLEV, que usa tecnologia de materiais supercondutores e atinge mais de 500Km/h com segurança. EFEITOS DA CORRENTE ELÉTRICA • • • • • efeito joule: liberar calor efeito magnético: gerar campo magnético efeito fisiológico: choque efeito químico: produzir reações químicas efeito luminoso: gerar luz Integrando conceitos: CHOQUES ELÉTRICOS a) Por que o choque ocorre? Quando uma corrente elétrica atravessa nosso corpo, interfere com as correntes internas carregadas pelos nervos e nos dá a sensação de formigamento. Para que isto ocorra, é necessário existir uma diferença de potencial entre dois pontos do corpo: quanto maior esta diferença de potencial, maior a corrente elétrica e maior o choque. Normalmente, um dos pontos são os pés, que estão em contato com o solo, e o outro ponto é o que entra em contato com algum aparelho ou fio. O valor da corrente depende de vários fatores, como a voltagem e a resistência elétrica do caminho que ela percorre pelo corpo. A resistência do corpo humano varia de pessoa para pessoa e depende muito das condições da pele. A resistência do corpo humano molhado é muito menor do que quando seco. Molhado, a resistência baixa, e a corrente que passa pelo corpo pode ser muito alta, mesmo para uma pequena tensão. É interessante notar que os danos causados pelos choques são mais relacionados com a corrente elétrica do que com as voltagem. Choques fatais podem ocorrer com voltagens de apenas 20V. b)Danos ao corpo humano Quando uma corrente passa pelo corpo, os seguintes efeitos podem ocorrer: sensação de formigamento, dor, contração e espasmos musculares, alteração nos batimentos cardíacos, parada respiratória, queimaduras e morte. Os danos decorrem do fato de a movimentação dos músculos e a transmissão de sinais nervosos se darem pela passagem de pequenas correntes elétricas. Deve ser lembrado que também o trajeto que a corrente percorre no corpo humano é um fator determinante dos danos causados. Os choques mais perigosos são os recebidos quando se segura um fio em cada mão, pois o caminho da corrente passa próximo ao coração. Por isso os eletricistas evitam utilizar as duas mãos ao mesmo tempo quando mexem em um circuito elétrico que pode estar energizado. • A tabela indica os valores de aproximados de corrente e os danos que causam. Corrente(em mA) Danos que acarretam 1 a 10 Leve formigamento 10 a 20 Dor e forte ‘formigamento’ 20 a 100 Convulsões e parada respiratória 100 a 200 Fibrilação Acima de 200 Queimaduras e parada cardíaca c) Situações de perigo e como evitar choques - - - - - Lembre-se sempre de que correntes elétricas podem matar e que o número de acidentes é grande. Ao lidar com fios ou tomadas, certifique-se de que o disjuntor esteja desligado. Mesmo assim antes de tocar em qualquer fio use uma chaveteste (multímetro) para verificar se existe tensão entre o fio e seu corpo. Tire da tomada ou desconecte a bateria de qualquer equipamento antes de abri-lo. Não mexa nos circuitos de equipamentos ou de um robô sem conhecer detalhadamente a função de cada componente, consertos devem ser feitos com este sempre desligado, porém mesmo desligados, alguns componentes (como os capacitores) podem causar violentos choques pois armazenam energia. Evite ao máximo usar aparelhos elétricos em lugares alagados ou em suas proximidades. Quando o corpo esta molhado, a condução de eletricidade através dele é facilitada e as chances de você sofrer lesões graves são maiores. Só use fios que estejam em perfeitas condições, inclusive para extensões elétricas e obedeça a padronização de cores (vermelho + e preto -). Nunca toque fios em seus terminais ou desencapados, utilize ferramentas adequadas e verifique antes se a energia foi cortada.