Comportamentos Rebeldes na Segunda Infância XI Salão de Iniciação Científica PUCRS Renata Duarte Plentz1 , Vitória Magalhães Guasque1, Pâmela Alves1, Celito Franscisco Mengarda 1 (orientador) 1 Faculdade de Psicologia, PUCRS Resumo Introdução Quando decidimos pesquisar comportamentos rebeldes na segunda infância, percebemos a importância do estudo de tais atitudes. Muitos pais e professores não sabem como agir diante desses comportamentos infantis, sendo que são os modos de educar as crianças que as fazem ter um bom desenvolvimento. Existem duas categorias de problemas comportamentais: os externalizantes e os internalizantes. No primeiro caso citamos comportamentos como agressão, impulsividade, agitação, provocações e brigas. Já os internalizantes envolvem preocupações excessivas, tristeza, timidez, insegurança e medos. Ambos os tipos de comportamentos podem trazer dificuldades de relacionamento da criança com outras pessoas, incluindo os pais (ACHENBACH; EDELBROCK, 1979, citados por BOLSONI-SILVA; PAIVA; BARBOSA, 2009). Estudos sobre o comportamento agressivo e o seu desenvolvimento nos mostram que saber diferenciar manifestações agressivas transitórias de manifestações estáveis tem grande importância. Crianças de todas as idades na tentativa de resolver situações de estresse e interpessoais tendem a utilizar comportamentos agressivos. Estudos evidenciam que existem crianças que apresentam desde a pré-escola, condutas agressivas, manifestações de raiva, irritabilidade, comportamentos desafiadores, de birra, insultos, ameaças, condutas violentas e recusa à obediência. Esse tipo de agressividade aparece de maneira consistente e intensa, causando conseqüências sérias no relacionamento entre a criança e seus pais, colegas e professores (COIE; DODGE, 1998 citado por PICADO; ROSE, 2009). XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 1580 Os pais enfrentam a dificuldade de saber como reagir diante de tais atitudes infantis. Existem pesquisas que nos mostram que reforçar a criança por um bom comportamento é mais eficiente que puni-la quando mal comportada, como castigar, por exemplo. Com o passar do tempo sendo reforçada, a criança interioriza o reforço, criando uma idéia de prazer ou realização. O castigo, além de não ser tão eficiente, pode ter efeitos prejudiciais: o físico representa um risco de danos à criança; o verbal e o físico podem encorajar a criança a imitar tal comportamento agressivo. Além disso, as crianças mais amadas tornam-se as mais tolerantes com as outras pessoas, as mais compreensivas e as que mais demonstram preocupação com os outros. (PAPALIA; OLDS, 2000). Metodologia Para realizar a parte prática do atual trabalho realizamos seis observações ao geral: quatro delas ao vivo com crianças, e duas coletadas da mídia. A amostra foi constituída de crianças de três a seis anos, já que nosso tema é Comportamentos Rebeldes na Segunda Infância. Na primeira observação fomos a um aniversário infantil já tendo uma criança em vista para a análise; na segunda fomos à redenção, só as observadoras, para analisarmos crianças que conhecemos apenas no momento da observação; na terceira fomos à residência de uma criança; na quarta fomos à uma praça acompanhadas de uma criança, a mesma da primeira observação, sua mãe, padrasto, irmão e tia; na quinta, analisamos um programa de televisão que trata do assunto de crianças mal comportadas, o “Supernanny”; e finalmente, na sexta observação analisamos um filme que retrata principalmente a relação entre uma criança e seu modelo de pai, que na realidade não é seu pai, “O Paizão”. Resultados e Discussão Em mais de uma observação percebemos a falta de limites, a falta de atitude dos pais diante dos comportamentos rebeldes dos filhos. Famílias desorganizadas e com problemas emocionais e de comunicação influenciam a criança a ter maus comportamentos e problemas no desenvolvimento social e cognitivo. Famílias assim estimulam tais comportamentos por disciplina inconsistente, pouco monitoramento e supervisão das atividades das crianças. Tais XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 1581 pais tendem a não reforçar positivamente os bons comportamentos, optando pela punição pouco efetiva. (ROMERO, 1995, citado por BOLSONI-SILVA; PAIVA; BARBOSA, 2009). Também percebemos comportamentos agressivos diante de situações de ciúmes. Segundo Jane Nelsen (1981), algumas atitudes mal educadas pode ser uma tentativa de dizer o que a criança está sentindo: ela pode sentir-se em significado ou que não faz parte da família no caso de nascimento de irmãos. Nestes casos, equivocadamente, pensam que para chamar a atenção que desejam devem se comportar de tal maneira. Conclusão Quando a criança se sente incluída na família ou em outros grupos, ela tende a ter comportamentos positivos para chamar a atenção de uma maneira saudável, incluindo também maior auto-estima e desempenho social e cognitivo. Portanto, entendemos que para o desenvolvimento infantil é necessária muita atenção dos pais, incluindo amor e paciência. Atividades educativas e interações sociais também são importantes, para a criança se desenvolver e criar modelos, sejam pais, professores ou amigos. Referências BOLSONI-SILVA, Alessandra Turini; PAIVA, Mariana Marzoque de ;BARBOSA, Caroline Garpelli. Problemas de comportamento de crianças/adolescentes e dificuldades de pais/cuidadores: um estudo de caracterização. Psicologia Clínica [online]. 2009, vol.21, n.1, pp. 169-184. ISSN 0103-5665. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010356652009000100012&lang=p t > Acesso em 29 abr de 2010 PAPALIA, Diane E; OLDS, Sally W; FELDMAN, Ruth D. Desenvolvimento Humano. Porto Alegre: Artmed, (2000). PICADO, Juliana da Rocha; ROSE, Tânia Maria Santana. Acompanhamento de préescolares agressivos: adaptação na escola e relação professor- aluno. Psicologia, Ciência e Profissão. Prof., mar.2009, vol. 29, nº 1, p. 132-145). NELSEN, Jane. Disciplina Positiva. São Paulo: Pensamento Cultrix LTDA, (1981) XI Salão de Iniciação Científica – PUCRS, 09 a 12 de agosto de 2010 1582