AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO DO RECEPTOR
DE LEPTINA COMO CANDIDATO A MARCADOR
DE AGRESSIVIDADE TUMORAL EM
PACIENTES COM CARCINOMA EPIDEMÓIDE
DE BOCA E OROFARINGE
Aluno: Leandro Ucela Alves
Orientador: Profa. Dra. Adriana Madeira Alvares da Silva
Co-orientador: Profa. Ms. Ana Maria da Cunha Mercante
2009
INTRODUÇÃO
CARCINOMA EPIDERMÓIDE DE BOCA E OROFARINGE
•
Representa 90% dos tumores das vias aerodigestivas superiores.
•
Considerado o 6º tipo de câncer mais frequente no mundo.
•
Com média anual de 540.000 casos e 271.000 mortes.
•
Forte relação com o etilismo e tabagismo.
•
Atualmente foi descrito relação com o vírus HPV.
INTRODUÇÃO
LEPTINA (Lep) E RECEPTOR DE LEPTINA (Lepr)
•
A Leptina (Lep) é produzida predominantemente pelo tecido
adiposo branco.
•
Sempre atua através de seu receptor (Lepr)
•
A ligação entre a proteína e seu receptor no hipotálamo, sinaliza as
condições de reserva de gordura corporal.
•
Por mecanismos de feedback, essa ligação controla a ingestão de
alimentos e o peso corporal, estimulando a saciedade
INTRODUÇÃO
LEPTINA (Lep) E RECEPTOR DE LEPTINA (Lepr)
Estão associados também aos processos de:
•
Crescimento e mitogênese
•
Angiogênese
•
Resposta imunológica e inflamatória
•
Reprodução
•
Formação dos tornos musculares
•
Hematopoiese
•
Formação dos ossos
•
Cicatrização
INTRODUÇÃO
VIAS DE SINALIZAÇÃO DA LEPTINA
INTRODUÇÃO
LEPTINA E TECIDOS NORMAIS E NEOPLÁSICOS
•
Atua no crescimento, ploriferação e migração das células
endoteliais.
•
Estimula genes responsáveis pela promoção da angeogênese,
aumentando a vascularização endotelial.
•
Associada a diversas neoplasias como o câncer de mama, colo,
fígado e próstota.
OBJETIVOS
•
Avaliar a expressão do gene LEPR através da técnica de
imunohistoquímica em carcinoma epidermóide de boca e
orofaringe.
•
Relacionar a expressão do gene LEPR com a agressividade
tumoral medida pelo TNM e histologia.
•
Relacionar a expressão do gene LEPR com a sobrevida global e
livre de doença nos pacientes com carcinoma epidermóide de boca
e orofaringe.
LOCAL DE ESTUDO E
PACIENTES
•
O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Biologia Molecular
em parceria com o Serviço de Patologia, ambos do Hospital
Heliópolis.
•
Foram estudados 85 pacientes com carcinoma epidermóide de
boca e orofaringe, sem tratamento prévio, tratados no Serviço de
Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital Heliópolis.
EPIDEMIOLOGIA
Dados epidemiológicos
Gênero
Masculino
Feminino
Faixa etária (anos)
≤ 55 anos
> 55 anos
Tabagismo
Não
Sim
Etilismo
Não
Sim
Total
Casos
n
%
73
12
85,9%
14,1%
46
39
54,1%
45,9%
4
81
4,7%
95,3%
10
75
11,8%
88,2%
100
85
Dados Epidemiológico dos 85 pacientes diagnosticados com carcinoma epidemóide de boca e orofaringe
MATERIAIS E MÉTODOS
HISTOLOGIA
•
Pelo método de coloração de hematoxilina-eosina (HE) as lâminas
foram analisadas, avaliando suas características histológicas como:
•
Grau de diferenciação
•
Desmoplasia
•
Intensidade de inflamação
•
Invasão vascular linfática
•
Invasão vascular sanguínea
•
Invasão perineural
•
Necrose
Foto de lâmina em H&E no aumento de 100 x demonstrando um carcinoma bem
diferenciado segundo a sua atipia nuclear e queratinização celular.
Foto de lâmina em H&E no aumento de 400 x demonstrando uma desmoplasia leve.
Foto de lâmina em H&E no aumento de 100 x mostrando um infiltrado inflamatório
moderado.
Foto de lâmina em H&E no aumento de 100 x mostrando uma invasão vascular linfática
do carcinoma epidermóide.
Foto de lâmina em H&E no aumento de 100 x mostrando uma invasão vascular
sanguínea do carcinoma epidermóide.
Foto de lâmina em H&E no aumento de 400 x mostrando uma invasão perineural
MATERIAIS E MÉTODOS
IMUNOHISTOQUÍMICA
•
Pelo método de imunohistoquímica (anticorpo anti-Obr) os materiais
foram avaliadas segundo a intensidade da marcação, classificadas
segundo:
•
Intensidade de marcação.
•
Frequência de células tumorais.
•
A lâmina com os materiais dos pacientes foi confeccionada pela
técnica de tissue microarray
Foto da lâmina da reação do Lepr, contra-corada com hematoxilina no aumento de 100 x,
mostrando uma marcação de leve intensidade (marrom).
Foto da lâmina de reação do Lepr, contra-corada com hematoxilina no aumento de 100x,
mostrando uma marcação de forte intensidade (marrom).
RESULTADOS
Marcação
Negativo
Positivo
fraco
forte
Expressão do anticorpo anti-Lepr (n=85)
n
31
54
%
36,47%
63,53%
20
34
37,04%
62,96%
RESULTADOS
Expressão da Lep-R
Negativo
Características clínico-patológicas
n
%
Positivo
n
p value
%
Tamanho do tumor (pT)
pT1
1
3,20%
4
7,40%
pT2
11
35,50%
17
31,50%
pT3
7
22,60%
14
25,90%
pT4
12
38,70%
19
35,20%
pT1+2
12
38,70%
21
38,90%
pT3+4
19
61,30%
33
61,10%
Ausente
9
29,00%
23
42,60%
Presente
22
71,00%
31
57,40%
Ausente
14
45,20%
25
46,30%
Presente
8
25,80%
6
11,10%
Não avaliável
9
29,00%
23
42,60%
Bem diferenciado
12
38,70%
25
46,30%
Moderadamente
15
48,40%
25
46,30%
Pouco diferenciado
3
9,70%
4
7,40%
Não avaliável
1
3,20%
0
0,00%
Ausente
11
35,50%
16
29,60%
Presente
20
64,50%
38
70,40%
Não avaliável
0
0,00%
0
0,00%
0,84
0,586
Linfonodo acometido
0,156
Invasão extracapsular
0,143
Grau de diferenciação
0,825
Embolização linfática
Categorização do Lep-R: positivo x negativo
0,373
RESULTADOS
Expressão da Lep-R
Negativo
Características clínico-patológicas
Positivo
p value
n
%
n
%
Ausente
13
41,90%
20
45,50%
Presente
17
54,80%
24
54,50%
Não avaliável
1
3,20%
0
0,00%
Escasso
11
35,50%
23
42,60%
Moderado
16
51,60%
21
38,90%
Intenso
3
9,70%
10
18,50%
Não avaliável
1
3,20%
0
0,00%
Ausente
6
19,40%
7
13,00%
Presente
24
77,40%
47
87,00%
Não avaliável
1
3,20%
0
0,00%
Leve
14
45,20%
25
46,30%
Moderada
10
32,30%
18
33,30%
Intensa
6
19,40%
11
20,40%
Não avaliável
1
3,20%
0
0,00%
Invasão perineural
0,198
Infiltrado inflamatório peritumoral
0,37
Necrose
0,29
Desmoplasia
Categorização do Lep-R: positivo x negativo
0,999
RESULTADOS
Expressão da Lep-R
Forte
Características clínico-patológicas
n
Fraco
%
n
p value
%
Tamanho do tumor (pT)
pT1
2
5,90%
2
5,90%
pT2
12
35,30%
5
35,30%
pT3
7
20,60%
7
20,60%
pT4
13
38,20%
6
38,20%
pT1+2
14
41,20%
7
35,00%
pT3+4
20
58,80%
13
65,00%
Ausente
16
47,10%
7
35,00%
Presente
18
52,90%
13
65,00%
Ausente
13
72,20%
12
92,30%
Presente
5
27,80%
1
7,70%
Não avaliável
0
0,00%
0
0,00%
Bem diferenciado
14
41,20%
11
55,00%
Moderadamente
18
52,90%
7
35,00%
Pouco diferenciado
2
5,90%
2
10,00%
Não avaliável
0
0,00%
0
0,00%
Ausente
11
32,40%
5
25,00%
Presente
23
67,60%
15
75,00%
Não avaliável
0
0,00%
0
0,00%
0,58
0,438
Linfonodo acometido
0,282
Invasão extracapsular
0,176
Grau de diferenciação
0,43
Embolização linfática
Categorização do Lep-R: forte x fraco
0,4
RESULTADOS
Expressão da Lep-R
Forte
Características clínico-patológicas
Fraco
p value
n
%
n
%
Ausente
18
52,90%
12
60,00%
Presente
16
47,10%
8
40,00%
Não avaliável
0
0,00%
0
0,00%
Escasso
14
41,20%
9
45,00%
Moderado
14
41,20%
7
35,00%
Intenso
6
17,60%
4
20,00%
Não avaliável
0
0,00%
0
0,00%
Ausente
4
11,80%
3
11,80%
Presente
30
88,20%
17
88,20%
Não avaliável
0
0,00%
0
0,00%
Leve
14
41,20%
11
55,00%
Moderada
12
35,30%
6
30,00%
Intensa
8
23,50%
3
15,00%
Não avaliável
0
0,00%
0
0,00%
Invasão perineural
0,413
Infiltrado inflamatório peritumoral
0,902
Necrose
0,519
Desmoplasia
Categorização do Lep-R: forte x fraco
0,584
RESULTADOS
Análise da sobrevida global para os pacientes com expressão positiva (verde) e negativa
(vermelho) do gene LEP-R, considerando um período de 48 meses (Wilcoxon p = 0,787).
RESULTADOS
Análise da sobrevida global para os pacientes com expressão positiva fraca (verde) e
forte (vermelho) do gene LEP-R, considerando um período de 48 meses (Wilcoxon p =
0,406).
RESULTADOS
Análise da sobrevida livre de doença para os pacientes com expressão positiva (verde) e
negativa (vermelho) do gene LEP-R, considerando um período de 48 meses (Wilcoxon p
= 0,617).
RESULTADOS
Análise da sobrevida livre de doença para os pacientes com expressão positiva forte
(verde) e fraca (vermelho) do gene LEP-R, considerando um período de 48 meses
(Wilcoxon p = 0,871).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
•
Não foi detectado associação entre a expressão do receptor de
Leptina e o carcinoma epidermóide de boca e orofaringe.
•
Também não se encontrou associação entre a presença do receptor
nas sélulas neoplásicas com a sobrevida global e livre de doença
dos pacientes
•
Novos resultados podem ser obtidos se estudos posteriores analisar
as margem tumoral.
•
O número de casos também pode influenciar esses resultados.
AGRADECIMENTOS
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