Simpósio de Enfermagem 1st Baxter Hemophilia University Brazil Nurse Training Program 15 e 16 de maio de 2010 São Paulo UNIVERSIDADE DA HEMOFILIA Simpósio de Enfermagem 15 e 16 de maio de 2010 São Paulo PESQUISA E ENFERMAGEM OPORTUNIDADES DE PESQUISA CONDUZIDAS POR ENFERMEIROS NO BRASIL Carmen C M Rodrigues Enfermeira [email protected] HISTÓRICO DA PESQUISA NA ENFERMAGEM O QUE É PESQUISAR? É INQUIETAR-SE POR QUE PESQUISAR? Proporcionar assistência de enfermagem efetiva e capaz de atender às reais demandas do paciente Busca contínua de assistir a saúde do homem de forma cada vez mais científica e fundamentada em ações independentes e ou interdependentes = busca da autonomia Na sistematização da assistência de enfermagem é preciso uma direção e conhecimento sobre patologias, sinais e sintomas relacionados aos mesmos = propostas de ação do enfermeiro PESQUISA BÁSICA A prática de enfermagem deve abranger a assistência, ensino e pesquisa tomados, cada um deles, em sua amplitude A ciência em enfermagem deve estar envolvida nas mudanças de paradigmas das ciências básicas, com importantes e emergentes trabalhos em uma série de direções, valorizando o conhecimento científico e sustentado, em detrimento de uma atuação empírica e intuitiva. Podemos fundamentar nosso conhecimento nas ciências sociais e do comportamento humano, sem, no entanto, nos distanciar da área biológica e médica. Deve haver uma busca constante pela interdisciplinariedade e articulação da pesquisa, ensino e assistência, já que a enfermagem não pode mais desenvolver-se desarticulada das demais ciências. Mas como a enfermagem pode efetivamente integrar a ciência básica aos problemas oriundos e pertinentes à área assistencial? Como articular o protocolo de uma investigação experimental às perguntas procedentes dos cuidados, expandindo a esfera da pesquisa em fisiologia, por exemplo? PESQUISA BÁSICA Sabemos que, ao explorar doenças e administrar sintomas sob a perspectiva da fisiologia, tópicos como tratamento de feridas, dor, aspectos relacionados à nutrição e ao repouso, respostas imunes e, especialmente, controle e interpretação dos sinais vitais podem se constituir no foco dos estudos clínicos conduzidos por enfermeiros pesquisadores. O trabalho de uma enfermeira, que ilustra a extensão das técnicas moleculares para programas de pesquisa em enfermagem, ampliou o estudo na área de neurociência com uma investigação sobre o genótipo de uma proteína e sua relação com o metabolismo cerebrovascular e com as respostas neurotransmissoras e funcionais, conseqüentes ao trauma cerebral. A pesquisadora mostrou que uma modificação nessa proteína está associada com a integridade dos microtúbulos axonais, podendo alterar respostas e agravar o déficit neurológico. Com essa informação, a enfermeira pôde sugerir formas de tratamento para minimizar os danos cerebrais pós-trauma. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMATIZADA O uso da revisão bibliográfica sistemática como fonte de evidência para organizar o crescente número de produtos, intervenções e informações científicas vem aumentando rapidamente, substituindo a pesquisa primária nas tomadas de decisão na área da saúde. A revisão bibliográfica sistemática é definida “como uma síntese de estudos primários que contém objetivos, materiais e métodos claramente explicitados e que foi conduzida de acordo com uma metodologia clara e reprodutível”. As revisões sistemáticas reúnem grande quantidade de resultados de pesquisas clínicas, discutindo diferenças entre estudos primários que tratam do mesmo objeto. Os estudos primários são, neste caso, os sujeitos da pesquisa. Como o nome sugere, tais revisões são sistemáticas na abordagem e usam métodos explícitos e rigorosos para identificar textos, fazer apreciação crítica e sintetizar estudos relevantes. Exigem planejamento prévio e documentação através de protocolo. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA SISTEMATIZADA Esta metodologia fundamenta-se no Movimento de Pesquisa Baseada em Evidências, que emergiu do aumento da produção científica mundial, do crescente número de intervenções, tecnologias, medicamentos e terapias na área de saúde, e da necessidade de validar os resultados obtidos a partir de vários estudos sobre determinada questão, a fim de subsidiar a tomada de decisão, seja clínica, gerencial, política, seja epidemiológica. Ressalta-se que esta abordagem difere, amplamente, das revisões bibliográficas narrativas convencionais, uma vez que demandam uma seqüência de etapas cuja metodologia é claramente explicitada, com técnicas padronizadas e passíveis de reprodução. PESQUISA QUALITATIVA Originada da pesquisa antropológica e sociológica, a pesquisa qualitativa é a denominação para uma “complexa e interconectada família de termos, conceitos e hipóteses”, provenientes de várias disciplinas e áreas de conhecimento. É definida genericamente como: “[...] atividade determinada que coloca o observador no mundo. Consiste num cenário de práticas interpretativas que torna o mundo visível. Estas práticas transformam o mundo. Elas tornam o mundo uma série de representações, incluindo notas de campo, entrevistas, diálogos, fotografias, gravações e memórias pessoais. Nesta perspectiva, pesquisa qualitativa envolve uma abordagem interpretativa e naturalística do mundo” PESQUISA QUALITATIVA A pesquisa qualitativa busca explorar “como as pessoas dão sentido ao mundo que as cerca, quem são elas, e como elas apresentam isto e respondem aos outros”. A complexidade da pesquisa qualitativa advém do fato de não haver uma estratégia própria e única para a sua condução metodológica e interpretativa. Não há um paradigma ou teoria única que a caracterize. São várias as perspectivas teóricas que reivindicam a pesquisa qualitativa: construtivismo, estudos culturais, feminismo, marxismo e modelos étnicos de estudos. São utilizadas técnicas e abordagens metodológicas provenientes da etnometodologia, fenomenologia, hermenêutica, psicanálise e observação participativa, entre outras. No campo da Enfermagem, destaca-se o amplo alcance dos variados temas abordados nas pesquisas qualitativas, que incluem construções pessoais e culturais sobre doença, prevenção e risco, bem como experiências de vida sob determinadas intervenções ou doenças crônicas AFINAL... ENFERMAGEM BASEADA EM EXPERIÊNCIA.... ENFERMAGEM BASEADA EM EVIDÊNCIAS!!! Na Hemofilia Novas oportunidades Novos campos de atuação Pesquisa clínica Mãos a obra!!