Pós-graduação Educação Física Universidade de Brasília Unb Biomecânica da Locomoção e Postura Prof: Ana de David Alessandra Vidal Prieto EQUOTERAPIA – Breve histórico • Conceito • Método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas da saúde, educação e equitação, buscando desenvolvimento biopsicossocial de pessoas portadoras de deficiência e/ou com necessidades especiais. • ANDE BRASIL POR QUE O CAVALO? •Motivos Históricos •Motivos Psicológicos Motivos Biomecânicos– Entradas sensoriais em forma de propriocepção profunda, estimulações vestibular, olfativa, visual e auditiva. Ferreira, 2003; Araujo. et .al, 2009 Movimento Tridimensional do Cavalo Atividades Equoterápicas Quando o cavalo se desloca, o praticante utiliza o tônus muscular para poder ajustar, manter, recuperar ou adaptar seu equilíbrio postural a cada movimento. Andaduras Passo – uma pata ao ar (4 sons), ideal para equoterapia Trote – duas patas ao ar Galope – três patas ao ar PROGRAMAS BÁSICOS - Hipoterapia * Programa essencialmente da área de saúde, voltado para as pessoas com deficiência física e/ou mental Neste caso o praticante não tem condições físicas e/ou mentais para se manter sozinho a cavalo. O cavalo é usado principalmente como instrumento cinesioterapêutico. Educação/ reeducação • Este programa pode ser aplicado tanto na área de saúde quanto na de educação/reeducação. Neste caso o praticante tem condições de exercer alguma atuação sobre o cavalo e pode até conduzi-lo. O cavalo continua propiciando benefícios pelo seu movimento tridimensional e multidirecional e o praticante passa a interagir com o animal e o meio com intensidade. O cavalo atua como instrumento pedagógico. Programa Pré-esportivo • Aplicado nas áreas de saúde ou educação. O praticante tem boas condições para atuar e conduzir o cavalo e embora não pratique equitação, pode participar de pequenos exercícios específicos de hipismo, programados pela equipe. O praticante exerce maior influência sobre o cavalo. O cavalo é utilizado principalmente instrumento de inserção social. como Prática esportiva Paraequestre • Após quinze anos de institucionalização da ANDEBRASIL, já tendo apoiado competições Paralímpicas e o aparecimento da atividade chamada de Hipismo Adaptado, resolveu criar o Programa Prática Esportiva Paraequestre. • Em fase de apreciação – Enduro Paraequestre ARTIGO INTRODUÇÃO • PC desordem motora permanente atribuída a uma lesão não progressiva que ocorre no cérebro imaturo. Crianças com PC têm vários graus de disfunção do movimento e da postura, o que pode limitar sua atividade física e participação na vida diária INTRODUÇÃO • Existem dois tipos de “Equoterapia” : hipoterapia e equitação terapêutica cavalo (Hippotherapy and Horseback Riding Therapy). • * Hipoterapia - atendimento por um fisioterapeuta ou profissional controla o cavalo para influenciar a postura, equilíbrio e coordenação; • * Equitação Terapêutica - liderada por um instrutor de equitação, onde a criança inicia a condução do cavalo como uma forma de exercício para melhorar a coordenação, equilíbrio e postura. INTRODUÇÃO • Outros estudos com equoterapia e PC foram realizados com resultados divergentes. • Esta discrepância de resultados pode ser devido a diferenças no desenho do estudo, características dos participantes e nível funcional, tamanho da amostra, intensidade e duração do tratamento dado e falta do grupo controle. Materiais e Métodos • • • • • • • • • * Critérios de inclusão: 1) idade 3 aos 12 anos; 2) o peso corporal inferior a 40 kg; 3) sistema de classificação da função motora grossa (GMFCS) nível I a IV. * Critérios de exclusão: 1) Procedimento cirúrgico nos últimos 6 meses; 2) Moderada a grave deficiência intelectual; 3) Baixa / moderada acuidade visual e auditiva; 4) Ter participado de equoterapia previamente Materiais e Métodos • O GMFM é amplamente utilizado para medir alterações ao longo do tempo e da eficácia das intervenções. • A PEDI é reconhecido internacionalmente, validado e utilizado para avaliar a capacidade e performance de crianças nas atividades de vida diária. • Tanto o GMFM e PEDI foram avaliados dentro de uma semana antes e novamente dentro de 2 meses após a conclusão da intervenção de 8 semanas em ambos os grupos. Equoterapia • Protocolos de intervenção variam entre os estudos em intensidade e duração. De acordo com uma recente revisão sistemática, uma sessão semanal de 45 min por 8-10 semanas foi correlacionada com efeitos positivos. • 34 crianças (15 meninos e 19 meninas) formaram o grupo experimental e 21 crianças com PC, o grupo controle. • GE – 2 x por semana, 45 minutos, 8 semanas Análise Estatística • A análise estatística foi realizada usando SPSS 19.0 para Windows; • Foi utilizado o teste t independente para comparar a diferença na média de idade entre os grupos; • Foi utilizado o teste do qui-quadrado para comparar as diferenças nas distribuições de nível GMFCS e idade entre os grupos; • Um valor p < a 0,05 foi considerado estatisticamente significativo. Resultados Resultados Discussão - GMFM • Ganhos significativos no GMFM-88 e GMFM-66 foram observados nos dois grupos. As melhorias mais rápidas nas pontuações GMFM ocorreram durante os primeiros 4 anos de idade; • Melhora significativamente maior no GMFM-66 na dimensão E do grupo de equoterapia; • Remete a melhoria em crianças menos comprometidas, porém com amostra pequena impede a análise de mudanças no GMFM acordo com o nível funcional. Discussão - PEDI • Melhora significativa em todos os três domínios PEDI (autocuidado, mobilidade e função social) do grupo de equoterapia. Estes achados sugerem efeitos positivos da equoterapia no desempenho da criança na vida diária; • Os ganhos significativos da PEDI sugerem que a equoterapia aumenta a motivação e a vontade da criança para a participação em uma atividade que exija autoconfiança. Conclusão • O artigo demonstrou benefícios modestos, mas significativos na função motora grossa sobre fisioterapia e terapia ocupacional As melhorias nas pontuações do PEDI observadas sugerem que a equoterapia ajuda as crianças a se envolver de maneira mais significativa nas atividades funcionais da vida diária, além de envolver autoconfiança, motivação e afetividade. Novos estudos para determinar quem se beneficiaria mais com equoterapia seria útil. Limitações do Estudo • Número reduzido da amostra; • Número de crianças com idade de 3-7 anos foi ligeiramente superior no grupo experimental; • Impossibilidade de controlar as intervenções terapêuticas extras exceto fisioterapia e terapia ocupacional; • Não houve controle também do nível socioeconômico, cognição ou nível de comunicação. Obrigada!