UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NA EQUOTERAPIA
SOB A VISÃO DA FISIOTERAPIA
Por : Mirella Maria Bravo
Orientador
Professor Nilson Guedes de Freitas
Rio de Janeiro
2003
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
A CONTRIBUIÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NA EQUOTERAPIA
SOB A VISÃO DA FISIOTERAPIA
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do Curso de
Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicomotricidade.
Por: Mirella Maria Bravo
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AGRADECIMENTOS
Ao meu namorado Fausto e a minha
tia Maria José pelo afeto, carinho e
apoio que recebi.
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DEDICATÓRIA
A minha mãe e ao meu filho Matheus,
meu maior orgulho, razão da minha
vida que muito me ensinou a tratar
com crianças.
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Sumário
Introdução........................................................................................................ 9
1 - A Equoterapia - Tratamento psicomotor .............................................. 10
1.1 - Etapas da equoterapia:............................................................................................. 11
Etapa I: hipoterapia – atuação dos terapeutas. ...................................................... 11
Etapa II – Equitação terapêutica – atuação do instrutor de equitação................ 11
1.2 - Características da andadura..................................................................................... 12
Passo: .......................................................................................................................... 12
Trote: .......................................................................................................................... 12
Galope:........................................................................................................................ 13
1.3 - Benefícios gerais da equoterapia............................................................................. 13
Físicos:......................................................................................................................... 13
Psicológicos:................................................................................................................ 13
Cognitivos: .................................................................................................................. 14
2 - Por que o uso do cavalo? ......................................................................... 15
2.1 - Materiais usados na equoterapia ............................................................................. 16
Itens importantes durante o tratamento: ...................................................................... 16
Vestimenta:.................................................................................................................. 16
Manta:.......................................................................................................................... 16
Indicações da manta: ................................................................................................... 17
Em pêlo:....................................................................................................................... 17
Sela: ............................................................................................................................. 17
Objetivos e indicações da sela:.................................................................................... 18
Estribo: ........................................................................................................................ 18
Borracha ortopédica:.................................................................................................... 18
Rédea: .......................................................................................................................... 18
Capacete: ..................................................................................................................... 19
Cavalo simbólico: ........................................................................................................ 19
Material de picadeiro:.................................................................................................. 19
3 – Neurofisiologia para equoterapia:......................................................... 21
3.1 – Processamento de informações:.............................................................................. 21
3.2 – Níveis principais da função do sistema nervoso central:........................................ 21
3.3 – Vias sensoriais para transmissão de sinais somáticos para dentro do SNC: .......... 22
3.4 – Considerações anatomo-fisiológicas: ..................................................................... 23
a) Vias aferentes: ......................................................................................................... 23
b) Vias eferentes: ......................................................................................................... 24
3.5 – Sistema vestibular e a manutenção do equilíbrio: .................................................. 25
4 – O trabalho do fisioterapeuta-psicomotricista: ..................................... 27
4.1 – A função do fisioterapeuta-psicomotricista na equoterapia: .................................. 27
4.2 – Principais objetivos psicomotores: ......................................................................... 28
4.3 – atividades psicomotoras desenvolvidas:................................................................. 29
a. Primeiro contato com o cavalo: ............................................................................... 29
b. Iniciação sobre o cavalo: ......................................................................................... 30
c. Exercícios de volteio: .............................................................................................. 30
d. Exercícios de aquecimento e relaxamento: ............................................................. 30
e. Atividades envolvendo coordenação motora e elasticidade: ................................... 31
f. Exercícios de interação e socialização: .................................................................... 32
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4.4 – Principais ganhos e benefícios: .............................................................................. 33
4.5 – Precauções: ............................................................................................................. 34
4.6 – Contra-indicações: .................................................................................................. 35
Conclusão ....................................................................................................... 36
Conclusão ....................................................................................................... 37
Referências..................................................................................................... 38
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Resumo
O ser
humano necessita
do movimento
para viver e se desenvolver. A
motricidade observada desde a vida intra-uterina e se desenvolve progressivamente, de
forma constante e gradual, proporcionando a maturação do sistema nervoso central e do
desenvolvimento neuropsicomotor. O movimento é coordenado pela percepção de
estímulos externos e internos, captados por exteroceptores, interoceptores e propioceptores,
através de experiências motoras, que levam a sensações de satisfação e prazer ou a
frustrações e proibições, promovendo uma organização psíquica. O conceito de
psicomotricidade traduz a solidariedade profunda e original entre a atividade psíquica e a
atividade motora. O movimento é equacionado como parte integrante do comportamento.
Trata de relacionar os elementos aparentemente desconectados, de uma mesma evolução: o
desenvolvimento psíquico e o desenvolvimento motor. Parte, portanto, de uma concepção
do desenvolvimento que coincide com a maturação e as funções neuromotoras e as
capacidades psíquicas do indivíduo, de maneira que ambas as coisas não são duas formas,
até então desvinculadas, na realidade é um processo. Daí a sua importância para elaborar
uma teoria psicológica que estabelece relações entre o comportamento e o
desenvolvimento da pessoa e a maturação do seu sistema nervoso, pois só nessa medida se
pode construir estratégias educativas, terapêuticas e reabilitativas adequadas as
necessidades específicas. A equoterapia é um tratamento psicomotor que realiza a
interação dos sentidos, da motricidade do cognitivo, utilizando como o meio facilitatório o
cavalo, através de estímulos propioceptivos desenvolve e/ou aprimora a noção de esquema
corporal, a coordenação motora ampla e fina, a lateralidade, o ritmo, a estruturação
espacial, a organização temporal e a socialização.
Palavras-chaves: desenvolvimento psicomotor, psicomotricidade, equoterapia.
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METODOLOGIA
A presente pesquisa emprega dados de bibliografia especializada, sites da internet
existentes sobre o assunto e através de experiência adquirida no Educandário Romão de
Mattos Duarte.
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Introdução
No capítulo 1 falaremos da equoterapia como um método terapêutico que utiliza o
cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar, nas áreas de saúde, educação e
equitação, buscando o desenvolvimento biopsicomotor
de pessoas portadoras de
deficiências e/ou com necessidades especiais. Nesta atividade, o sujeito do processo
participa de sua reabilitação, na medida em que interage com o cavalo. É um tratamento
psicomotor por desenvolver a aquisição de coordenação, a aprendizagem de movimentos
rítmicos, a facilitação do equilíbrio , desinibição e segurança motora; autoconsciência
motora e corpórea, pelo estímulo perceptivo e pelo bem-estar derivante, e de integração da
própria imagem psíquica.
O motivo pelo qual o cavalo foi escolhido será visto no capítulo 2; As indicações
ao uso do cavalo derivam de uma avaliação global e funcional das aptidões relacionadas,
cognitivas e motoras, de acordo com a intensidade e a amplitude da deficiência, será
determinado o programa que o paciente deve ser inserido. É conhecido e admirado o valor
desse animal na vida do homem. O cavalo foi utilizado como meio de conquista, de
transporte, de veneração e de crença, no lazer e no esporte. Hoje é dado a ele grande
destaque como agente de reabilitação para pessoas portadoras de deficiências e/ou com
necessidades especiais.
A importância do conhecimento da neurofisiologia para a equoterapia, a qual será
abordada no capítulo 3, favorece o trabalho de equilíbrio, postura, troca de direção e
velocidade, proporcionando excelentes resultados, conscientizando o paciente em relação
ao próprio corpo.
O trabalho do fisioterapeuta-psicomotricista na equoterapia desenvolve-se em
etapas e segundo as características de cada paciente, sendo consideradas as suas
potencialidades e o seu grau de comprometimento. A partir do estudo do caso inicial, é
traçado um plano terapêutico individualizado, o qual será constantemente avaliado. Este
envolvimento será descrito no capítulo 4.
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1 - A Equoterapia - Tratamento psicomotor
A equoterapia é um método terapêutico que utiliza o cavalo como instrumento
cinesioterápico, através de uma equipe multidisciplinar especializada (ortopedista,
neurologista,
cardiologista,
fisioterapeuta,
fonoaudiólogo,
terapeuta
ocupacional,
psicólogo, pedagogo, instrutor de equitação e o guia ou puxador) que realizam suas
respectivas avaliações, elegendo ou não o tratamento. É necessário que a equipe de
terapeutas tenha conhecimento de equitação, conheçam muito bem o cavalo com que
trabalham e que os médicos estejam interados com o uso do cavalo e com o tipo de
andadura utilizada, acompanhando o paciente constantemente, realizando exames
periódicos a fim de evitar possíveis complicações.
A equoterapia objetiva a reabilitação de portadores de comprometimentos físicos,
mentais e/ou psicológicos, impulsionando suas potencialidades e minimizando suas
deficiências; auxiliando assim, no seu desenvolvimento biopsicosocial, trabalhando o
paciente de forma global (emotivo, motor e cognitivo).
A terapia consiste em um tratamento psicomotor, desenvolvido em ambiente
estimulante, ao ar livre, em contato com a natureza ou em um picadeiro (galpão),
utilizando terreno arenoso, plano, com aclives e declives. As sessões podem ser realizadas
de uma a duas vezes por semana, com duração de 20 a 30minutos, dependendo da
necessidade do paciente; com o acompanhamento de três terapeutas (um de cada lado
coordenando o paciente e outro atrás, dando segurança) e de um guia ou puxador, que
orienta o cavalo.
Antes de iniciar a terapia, o paciente passa por um período de adaptação junto ao
cavalo e aos terapeutas, proporcionando um elo afetivo com o cavalo e maior segurança ao
tratamento. A participação dos pais é importante, no caso de crianças portadoras de
deficiência, ao presenciar e constatar a capacidade e eficiência dessas crianças, que muitas
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vezes são vistas como incapazes de desenvolverem qualquer tipo de progresso ou autosuficiência.
1.1 - Etapas da equoterapia:
Etapa I: hipoterapia – atuação dos terapeutas.
1ª fase – o passo (de 90 a 120 por minuto).
A criança nesta fase, quando ainda não apresenta controle de seu corpo
(equilíbrio), monta junto com o terapeuta, chamado de controle cerrado. Recebe
os estímulos transmitidos pelo cavalo, através de seus movimentos
tridimensionais e multidirecionais.
2ª fase – passo, trote e galope.
É realizado quando a criança já apresenta equilíbrio de tronco e possui certo
domínio do cavalo, montando sozinha, acompanhada pelo terapeuta, chamado de
controle semi-aberto.
Etapa II – Equitação terapêutica – atuação do instrutor de equitação.
3ª fase – pré-esportiva.
São usadas as três andaduras e a criança já conduz sozinha o cavalo, chamado de
controle aberto. Começa a receber noções de equitação.
4ª fase – esportiva.
A criança já domina as técnicas de equitação e pode praticar em qualquer clube
hípico.
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Estas fases e etapas podem ou não ser completadas, de acordo com o
desenvolvimento de cada paciente.
Para a montaria pode-se utilizar a sela ou a manta, e durante a terapia são utilizados
diversos materiais lúdicos (bolas, bastão, arcos, faixas, pinos, cestas), sendo realizado
movimentos de volteio, com os membros superiores e inferiores, adotando-se várias
posturas sobre o cavalo, como: de pé, deitado, em 4 apoios, ajoelhado, sentado de costas
para a cabeça, de lado, etc.
Podem ser associados ao tratamento exercícios de relaxamento e respiratório,
utilizando música, acompanhando ou não a respiração e o movimento do cavalo. Esses
exercícios podem ser realizados no solo ou em cima do cavalo.
1.2 - Características da andadura
O trabalho equoterápico é realizado através da seleção das andaduras naturais do
cavalo: passo, trote e galope.
Passo:
É simétrico, pois as variações da coluna vertebral do praticante em relação
ao cavalo são iguais;
Rolada ou marchado, não existindo tempo de sustentação,ou seja, sempre
existem membros em apoio;
Basculante em conseqüência dos movimentos do pescoço do cavalo;
Há quatro tempos, onde os membros se elevam e pousam sucessivamente,
sempre na mesma ordem.
Trote:
É simétrico;
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Há dois tempos, pois o elevar de um bípede diagonal até seu retorno ao solo
ouvem-se duas batidas;
É saltada porque entre o pousar de cada bípede diagonal existe um tempo de
sustentação.
Galope:
É assimétrico, pois os movimentos da coluna do praticante em relação ao
eixo longitudinal do cavalo não são simétricos;
Saltada;
Muito basculada em razão dos amplos movimentos do pescoço do cavalo;
Há três tempos porque o elevar de seu membro até o retorno ao solo ouvemse três batidas.
1.3 - Benefícios gerais da equoterapia
Físicos:
Desenvolvimento do equilíbrio, da noção de espaço e da postura;
Tonificação da musculatura;
Melhoria na dicção em função da respiração correta.
Psicológicos:
Aumento da auto-estima, da confiança e da autonomia;
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Desenvolvimento da sociabilidade;
Diminuição da agressividade, da intolerância e da frustração.
Cognitivos:
Aumento do vocabulário;
Estimulação da atenção seletiva e da concentração.
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2 - Por que o uso do cavalo?
O motivo principal é o movimento que o passo transmite ao praticante,
característico por ser ritmado, repetitivo e simétrico.
Esse movimento “tridimensional” (para cima, para o lado e para frente) provoca um
deslocamento da pelve do praticante, semelhante ao que uma pessoa realiza ao andar,
propiciando a conscientização corporal do portador de deficiência, estimulando a
aprendizagem da marcha; conserva o equilíbrio; movimenta sincronicamente tronco,
braços, ombros, cabeça e o restante do corpo, com o objetivo de melhorar o tônus do corpo
de forma global, estimulando não apenas o funcionamento de ângulos articulares como o
de músculos e circulação sangüínea; aumenta a produção de adrenalina que aumenta as
taxas cardíacas e respiratórias, auxiliando o funcionamento do aparelho digestivo.
Além da habilitação ou reabilitação motora, a interação cavalo/praticante permite
trabalhar aspectos como afetividade, autoconfiança, socialização, dificuldades de
aprendizagem, coordenação motora, agilidade, flexibilidade, ritmo, concentração e
lateralidade.
Dessa forma, o cavalo propicia desenvolver atividades motoras, psicomotoras,
cognitivas, afetivas, facilitando a reintegração do praticante a sociedade.
Os
cavalos
utilizados
na
terapia
recebem
um
treinamento
específico
(adestramento),fazendo com que o animal não reaja com violência, caso o paciente o
agrida ou faça movimentos bruscos. O tempo para este treinamento é de um a dois anos e
são utilizados cavalos mais velhos, por serem mais dóceis e menos ariscos. A altura média
do cavalo deve ser de 1,50 m., e este deve ser bem aprumado, sem manqueiras e apresentar
andaduras amplas e cadenciadas.
Como precaução, o cavalo deve ser castrado antes de ser utilizado na equoterapia.
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Para se eliminar o medo do animal e se criar um laço afetivo entre o animal e o
paciente, esses são levados para as baias, onde escovam, dão banho e alimentam os
animais.
2.1 - Materiais usados na equoterapia
Itens importantes durante o tratamento:
O equipamento apropriado deve ser usado com critérios individuais;
Não deve ser simultaneamente preso ao cavalo e ao cavaleiro;
Não deve restringir nem interferir no equilíbrio;
Não deve causar desconforto ou vergonha;
Não deve incomodar o cavalo ou oferecer risco de machucá-lo.
Vestimenta:
Não se faz necessário que a família invista em rajes formais de equitação
para o praticante.
As calças mais adequadas são: jeans e moletons, não devendo limitar os
movimentos (sentar e alongar).
Os agasalhos não devem ser muito compridos, de modo que o praticante
não se sente sobre as costas do mesmo.
Manta:
Material em feltro que cobre o dorso do animal, possibilitando a montaria
dupla.
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É acompanhada por uma alça que pode ser de diferentes alturas e
espessuras, que auxilia na segurança do praticante ou para iniciar um
trabalho de simetria, partindo da linha média.
Proporcionar maior liberdade de movimentos e posições do praticante.
Indicações da manta:
Falta de controle cervical ou do tronco.
Mobilizações passivas ou auto-assistidas de membros superiores
Alongamentos.
Em pêlo:
Montar em pêlo permite um maior contato com o animal.
Mais estímulos tátil,térmico e propioceptivo.
“A percepção sensorial devido ao corpo quente do animal, a pressão
sobre as articulações da pélvis e da coluna vertebral e as modificações no
tempo e espaço, constituem os elementos de uma intensa estimulação
sensório-motora.” (Manual de R. E./ANIRE)
Sela:
Apresenta uma armação de ferro e fibra chamada de arcão.
Toda sela é composta de couro.
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Objetivos e indicações da sela:
Acentua o movimento antero-posterior, exigindo maior equilíbrio entre
musculatura de flexão e extensão da coluna para manter o controle sobre o
plano sagital.
A flexão e extensão da coluna consiste no primeiro nível do controle
postural pensando no desenvolvimento neuro-psicomotor normal (DNPN).
Obtido o controle postural sobre o plano sagital, passa a estimular reações
sobre o plano frontal, no qual o praticante desenvolverá controle lateral,
podendo ser verificada uma simetria da musculatura lateral do tronco e do
quadril, mantendo contínuas as adaptações posturais do baricentro com o
cavalo.
Estribo:
São apoios colocados de cada lado da sela, sobre o qual o praticante apóia
os pés.
Tipos: estribo gaiola e estribo bico de sapato.
Borracha ortopédica:
É um material de formato adaptado que é fixado nos estribos com a
intenção de alcançar o posicionamento angular correto (corrigir a inversão
ou eversão dos pés).
Rédea:
É geralmente em couro e preso no bridão que possibilita a condução do
animal.
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Tipos:
- Rédea longa: possibilita o guia charretear o animal, reduzindo a
responsabilidade e autonomia do praticante.
- Adaptador de rédea: são alças adaptadas na rédea normal, visando
mantê-las em comprimento adequado.
Capacete:
É uma peça importante para a segurança, seu encaixe deve ser exato para
não interferir no equilíbrio.
Capacetes grandes demais são desconfortáveis e perigosos, podendo
escorregar e atrapalhar a visão.
Cavalo simbólico:
É feita de madeira, metal ou cimento.
Tem um diâmetro de 55 a 65 cm, 180cm de comprimento e 140 a 150 cm
de altura.
É usado para aprende novos exercícios antes de executa-los no cavalo.
É indispensável para o treinamento de volteio.
Material de picadeiro:
Rampa – deve ter as seguintes partes: rampa, plataforma e escada,
acompanhadas ou não de corrimão.
Cones.
Tubos.
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Bolas (pequenas, médias e grandes).
Argolas.
Formas geométricas e letras.
Cesta de basquete.
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3 – Neurofisiologia para equoterapia:
O sistema nervoso recebe literalmente milhões de bits de informação dos diferentes
órgãos sensoriais e depois integra todos para determinar a resposta a ser dada pelo corpo.
A maioria das atividades do sistema nervoso é iniciada pela experiência sensorial
que emana dos receptores sensoriais (visuais, auditivos, táteis e outros). Esta experiência
sensorial pode causar uma reação imediata de sua memória,pode ser armazenada no
cérebro por minutos, semanas ou anos, podendo ajudar a determinar as reações corporais
num tempo futuro.
3.1 – Processamento de informações:
Apenas uma pequena fração das informações sensoriais importantes causa uma
resposta imediata. Grande parte das informações remanescentes é armazenada para o
futuro controle das atividades motoras e para o uso nos processos de pensamento. A maior
parte deste armazenamento de informações ocorre no córtex cerebral, mas mesmo as
regiões basais do cérebro e talvez, mesmo a medula espinhal podem armazenar pequenas
quantidades de informações.
Os processos de pensamento do cérebro comparam novas experiências sensoriais
com lembranças armazenadas. As lembranças ajudam a selecionar as novas informações
sensoriais e canaliza-las para dentro de áreas de armazenamento apropriadas para o uso
futuro de áreas motoras para causar respostas corporais imediatas.
3.2 – Níveis principais da função do sistema nervoso central:
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a) Nível da medula espinhal: podemos ter circuitos neurais da medula que podem
causar controle de movimento de marcha e reflexos que enrijecem as pernas para
sustentar o corpo contra a gravidade.
b) Nível cerebral inferior (atividades subconscientes controladas pelo bulbo, ponte,
mesencéfalo, hipotálamo, cerebelo e gânglios da base): neste nível temos o
controle de equilíbrio e muitos outros padrões emocionais, tais como prazer, raiva,
excitação, etc.
c) Nível cerebral superior ou cortical: o córtex nunca funciona sozinho, mas sempre
em associação com centros inferiores do sistema nervoso, funcionando como um
grande depósito de memória.
3.3 – Vias sensoriais para transmissão de sinais somáticos para dentro do
SNC:
Quase todas as informações sensoriais dos segmentos somáticos do corpo entram
na medula espinhal. Estes sinais sensoriais são conduzidos por duas vias sensoriais:
Sistema coluna dorsal ou leminisco medial: é responsável pelas sensações
de tato que requerem um alto grau de localização do estímulo e as que
requerem a transmissão de gradações finas de intensidade, sensações
vibratórias, sensações que sinalizam movimento contra pele, sensações de
posição, sensações de pressão que têm a ver com finas graduações de
julgamento da intensidade de pressão.
Na equoterapia podemos destacar a sensação de posição; os sentidos da posição
são também chamados de sentidos propioceptivos. Podem ser divididos em:
• Sentido da posição estática: percepção consciente da orientação das
diversas partes do corpo em relação umas com as outras.
• Sentido da velocidade de movimento: cinestesia ou propiocepção.
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O conhecimento da posição, tanto estática quanto dinâmica, depende do
conhecimento dos graus de angulação de todas as articulações em todos os planos e de
suas velocidades de alteração, por tanto, múltiplos tipos de receptores ajudam a determinar
a angulação das articulações e são usados conjuntamente para o sentido da posição.
Para determinar a angulação das articulações nas faixas médias de movimento,
acredita-se que os receptores mais importantes sejam os fusos musculares.
Sistema Antero-lateral: é responsável por sensações dolorosas, sensações
térmicas, de tato grosso, pressão de apenas pouca capacidade de localização
da superfície do corpo, sensações de cócegas, coceiras e sexuais.
3.4 – Considerações anatomo-fisiológicas:
a) Vias aferentes:
As vias aferentes são destinadas a transmitir os estímulos captados
na periferia para o córtex cerebral. Cada uma dessas vias é composta de: receptor,
trajeto periférico, trajeto central e a área de projeção cortical.
O receptor é sempre uma terminação nervosa sensível ao estímulo
que caracteriza a via. Existe um receptor específico para cada uma das modalidades
de sensibilidade. A conexão desse receptor, por meio de fibras específicas, com
determinada área do córtex cerebral permite o reconhecimento das diferentes
formas de sensibilidade, exceto alguns receptores cutâneos relacionados a mais de
um tipo de modalidade sensorial.
O trajeto periférico compreende um nervo espinhal ou craniano e
um gânglio. O trajeto central leva os impulsos pela medula até estruturas superiores
do SNC através de grupamentos de fibras (feixes) formando tractos, fascículos e
lemniscos, de acordo com suas funções.
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A área de projeção cortical esta no córtex cerebral ou cerebelar. Os
estímulos referentes à sensibilidade consciente projetam-se no córtex cerebral e os
referentes à sensibilidade consciente no córtex cerebelar.
Consideramos importante o conhecimento da localização e dos
tipos de receptores encontrados no corpo, já que serão objetos de estimulação no
trabalho de equotrerapia.
Os receptores são classificados em:
• Estero-receptores: localizam-se na superfície externa do corpo
e são ativados por estímulos térmicos, luminosos, auditivos e de pressão.
• Intero-receptores: são estruturas relacionadas à sensibilidade e
regulação reflexa da atividade visceral. Estão localizados nas vísceras.
• Propioceptores: localizam-se profundamente em músculos,
tendões, fáscias, ligamentos e cápsulas articulares. Os impulsos propioceptivos
originados nestes receptores podem ser conscientes ou inconscientes. Os primeiros
atingem o córtex, permitindo a percepção da posição do corpo e suas partes, bem
como atividade muscular e o movimento das articulações. São responsáveis pelo
sentido de posição e movimento. Os impulsos inconscientes não despertam
qualquer sensação, sendo utilizados pela regulação reflexa da atividade muscular
através do reflexo miotático ou da atividade do cerebelo. A propiocepção
inconsciente é fornecida pelo fuso muscular e órgão tendinoso de Golgi, e a
consciente, por terminações nervosas complexas existentes nos tendões, ligamentos
e cápsulas articulares.
b) Vias eferentes:
As vias eferentes põem em comunicação os centros supraseguimentares do sistema nervoso com os órgãos efetores. As vias eferentes
somáticas estão divididas em dois grupos, que constituem o sistema piramidal e o
sistema extrapiramidal. Essas vias são responsáveis pela motricidade.
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O sistema piramidal origina-se no córtex cerebral e seu trajeto até o
neurônio motor é direto através das fibras cortico-espinhais ou cortico-nucleares. Já
o eixo piramidal origina-se no córtex cerebral e no córtex cerebelar e tem trajeto
com vários relés intermediários.
Do ponto de vista filogenético o sistema piramidal é mais recente,
sendo mais desenvolvido no homem. A mielização do sistema piramidal ocorre
depois do sistema extrapiramidal.
O sistema piramidal é responsável pelos movimentos voluntários,
enquanto o extrapiramidal tem por função básica a realização de movimentos
automáticos, regulação do tônus e da postura e a coordenação dos movimentos. O
sistema extrapiramidal promove o suporte postural aos movimentos voluntários.
Os movimentos voluntários são aqueles liberados e planejados
decorrentes de um ato de vontade. Já os movimentos automáticos compreendem os
automatismos primários e os automatismos secundários.
3.5 – Sistema vestibular e a manutenção do equilíbrio:
O aparelho vestibular é o órgão que detecta as sensações de equilíbrio. É composto
por um sistema de tubos e câmaras ósseas chamados de labirinto ósseo e por um sistema
de tubos e câmaras membranosas chamado de labirinto membranoso (parte funcional).
Dentro do labirinto membranoso destacamos as seguintes estruturas: sáculo,
utrículo e canais semicirculares que são partes integrantes do mecanismo do equilíbrio;
tanto o utrículo como o sáculo possuem órgãos sensoriais para detectar a orientação da
cabeça em relação à gravidade que são denominados máculas.
Mácula do utrículo: fica no plano horizontal e determina a orientação da
cabeça em relação à direção da força gravitacional quando a pessoa esta em
pé.
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Mácula do sáculo: fica localizado no plano vertical e determina o equilíbrio
quando a pessoa esta deitada.
Estas máculas são formadas por pequenos cristais de carbonato de cálcio
(estatocônias) e milhares de células pilosas. As estatocônias têm uma gravidade específica
que é duas a três vezes maior que a gravidade específica dos líquidos dos tecidos
circunjacentes. Portanto, o peso das estatocônias os cílios das células pilosas na direção da
força da gravidade.
Em cada mácula, as múltiplas células pilosas são orientadas em direções diferentes,
sendo que algumas delas são estimuladas quando a cabeça é projetada para frente, para trás
e para os lados. Portanto o padrão diferente de excitação ocorre nas fibras nervosas da
mácula para cada posição da cabeça, este padrão que irá informar a direção da cabeça. A
partir das células pilosas, sinais apropriados são enviados por meio do nervo vestibular
para informar ao SNC sobre as alterações de velocidade e direção da cabeça nos três
planos do espaço.
Canais semicirculares: são três (anterior, posterior e lateral); estão dispostos
em ângulos retos um em relação ao outro, de modo que representam todos
os três planos do espaço. Quando a cabeça é inclinada ocorre uma alteração
nesta angulação. Estes canais são preenchidos por um líquido viscoso
chamado de endolinfa, que também desempenha um papel importante na
manutenção do equilíbrio. Quando a cabeça começa a girar, a endolinfa nos
canais circulares, devido a sua inércia, tende a permanece estacionária,
enquanto os próprios canais semicirculares giram. Isto causa o fluxo
relativo do líquido dentro dos canais em direção oposta a rotação da cabeça.
O sistema vestibular funciona de modo eficaz na manutenção do equilíbrio quando
a cabeça esta numa posição próxima da vertical. De fato, uma pessoa pode determinar um
desequilíbrio mínimo de meio grau quando o corpo se desloca da posição vertical precisa,
se o corpo se afasta mais e mais da vertical torna-se menos precisa a orientação da cabeça.
Na espécie humana, a extrema sensibilidade vestibular na posição vertical é de
importância fundamental para a manutenção do equilíbrio vertical exato, que é a função
mais essencial do aparelho vestibular.
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4 – O trabalho do fisioterapeuta-psicomotricista:
O fisioterapeuta é o responsável pelos serviços de reabilitação e habilitação dos
portadores de deficiência de modo geral. Este pode aplicar as implicações clínicas
derivadas da pesquisa científica dos movimentos humanos, criando métodos para
promover o controle motor.
A intervenção fisioterápica precoce parece ser um fator de importância crítica,
visto que as intervenções destinadas a manter o comprimento normal dos músculos são
capazes se evitar as deformidades ósseas provenientes da solicitação anormal exercida
pelos tecidos moles não distensíveis sobre o osso em fase de crescimento. A capacidade
para a criação de conexões nervosas funcionais pode ser incentivada pelo fisioterapeuta,
graças à utilização repetida de atos funcionalmente importantes.
O fisioterapeuta desempenha um papel privilegiado em relação ao paciente e aos
familiares deste. O problema do paciente pode ser de natureza aguda, sendo breve seu
contato com o fisioterapeuta. Eventualmente, esse contato costuma ocorrer em uma época
que na qual o estresse atinge seu máximo, durante um período de doença ou em seguida a
cirurgia ou a um acidente, quando a ansiedade e a preocupação com o bem estar do
paciente costumam ser intensos. Em tal situação, o fisioterapeuta se vê obrigado a dar
apoio, além de aplicar um programa de fisioterapia adequado.
4.1 – A função do fisioterapeuta-psicomotricista na equoterapia:
Realizar a avaliação dos pacientes;
Interpretar diagnóstico e conhecer a patologia envolvida;
Analisar quadros clínicos específicos;
Orientar equipe interdisciplinar nos estudos de casos;
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Orientar os pais quanto à patologia, tratamento e aos objetivos traçados;
Traçar uma conduta terapêutica com objetivos específicos para o
desenvolvimento do tratamento;
Demonstrar técnicas de manuseio a serem aplicadas durante o tratamento;
Orientar os instrutores e os auxiliares o conhecimento referente ao manuseio
adequado dos pacientes;
Indicará quando suspender algo ou alcançar o objetivo que foi estabelecido,
priorizando o tratamento de acordo com as suas necessidades.
4.2 – Principais objetivos psicomotores:
Educar o sistema nervoso central (propiocepção e exterocepção);
Adequar tônus muscular: esta ligado às funções de equilibração e regulação
mais complexas do ato motor, através da estimulação e integração dos sistemas
responsáveis pela elaboração, controle e execução do movimento;
Estimular as etapas neuroevolutivas de acordo com sua idade cronológica: é
importante identificar as características individuais do desempenho e que
conheça quais capacidades e respostas diante de certos estímulos que podem
ser esperadas em cada idade.
Estimular as reações de controle da cabeça, controle de tronco, reações de
proteção para frente, para os lados, para trás e as reações de equilíbrio;
Fortalecimento muscular: tem um aspecto de suma importância para a obtenção
da qualidade do gesto, para o desenvolvimento do domínio motor;
Melhorar a percepção do esquema corporal: regula a posição dos músculos e
partes do corpo, é inconsciente e se modifica com o tempo. É a representação
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relativamente global, científica e diferenciada que cada pessoa tem em seu
próprio corpo;
Favorecer a referência da estrutura espaço-temporal: é a tomada da consciência
da situação de seu próprio corpo em um meio ambiente, isto é, do lugar e da
orientação que pode ter em relação às pessoas e as coisas. Capacidade de situar
os movimentos do tempo uns em relação aos outros;
Estimular a coordenação motora ampla e fina (global e visomanual): está ligada
ao desenvolvimento físico. É a união harmoniza de movimentos, a coordenação
supõe integridade e maturação do sistema nervoso. A ampla envolve
movimentos amplos com todo o corpo e a fina engloba movimentos de
pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos,
mãos e pulsos;
Trabalhar lateralidade: dominância de um hemisfério cerebral sobre o outro
caracterizando o predomínio motor de uma das metades do nosso corpo;
corresponde a dados neurológicos, mas também é influenciada por certos
hábitos sociais;
Obter ritmo: integra espaço e tempo a fim de estruturar a ação;
Socialização: promover condições para que o indivíduo possa se integrar à
sociedade da melhor maneira possível, através da sua auto-estima e sensação de
independência.
4.3 – Atividades psicomotoras desenvolvidas:
a. Primeiro contato com o cavalo:
Aproximação – levar a conhecer o animal;
Aprender a identificar as partes do corpo do cavalo usando os sentidos;
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Conhecer suas necessidades básicas (alimentação, limpeza da baia);
Conhecer e identificar o equipamento utilizado e sua utilidade;
Empregar adequadamente a terminologia mencionada.
b. Iniciação sobre o cavalo:
Montar e desmontar (utilizando o cavalo ou outro recurso);
Exercícios relativos à postura: posicionamento do tronco, assento e pernas,
identificando as partes do corpo humano (e de seu próprio corpo) e
reafirmando conhecimento das partes do corpo do animal;
Comandar e dominar o animal através de técnicas específicas (andar, parar,
virar);
c. Exercícios de volteio:
Contato maior sobre o cavalo,envolvendo diversas posições do corpo sobre o
animal: em pé, ajoelhado, sentado, de cócoras, deitado, de forma a se conseguir
descontração e relaxamento sobre este.
Exercícios de concentração, equilíbrio, lateralidade e flexibilidade;
Exercícios feitos com uma venda nos olhos, de forma a se conseguir um
relaxamento ainda maior.
d. Exercícios de aquecimento e relaxamento:
Exercícios de alongamento com ou sem música, executados no chão,
sempre antes de montar;
Exercícios respiratórios diversos;
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Exercícios com os membros e tronco sobre o animal;
Movimento rítmico de braços, separadamente e alternados;
Levar as mãos sob diversas partes do próprio corpo e do corpo do
animal,afirmando a lateralidade e trabalhando músculos e articulações;
Trabalho dos membros inferiores através de exercícios de equilíbrio e
resistência;
Sentar e se elevar sobre a sela (ao passo e ao trote) forçando a musculatura
das pernas e articulação dos joelhos (com a utilização do trapézio).
e. Atividades envolvendo coordenação motora e elasticidade:
Formar círculo, quadrado, triângulo, oito;
Exercícios de linha reta, curvas, ziguezague (serpentina);
Executar uma série de tarefas e exercícios seguidos, trabalhando
concentração e memória;
Realizar brincadeiras com bolas, bastão e chicote;
Arremessar a bola em diversos ritmos;
Manter a bola nas mãos, manipulando-a;
Repetir movimentos de forma harmônica.
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f. Exercícios de interação e socialização:
Executar exercícios em dupla;
Comandar exercícios diversos;
Espelho – imitar um companheiro;
Jogar bola;
Andar de mãos dadas;
Andar segurando um bastão;
Auxiliar o companheiro a montar e desmontar;
Contato e interação com o outro;
Consciência corporal,organização do esquema corporal;
Distinção eu/outro;
Responsabilidade, respeito;
Espírito de cooperatividade, solidariedade e colaboração;
Coordenação motora no manejo do material utilizado;
Estimulação sensório-perceptiva (tato, olfato, visão);
Adaptação ao meio;
Noção de limites;
Facilidade na aquisição de conteúdos formais;
Afinamento do equilíbrio físico com alinhamento da cabeça, tronco e
quadris;
Resistência física e flexibilidade dos membros superiores e inferiores;
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Disposição e motivação;
Flexibilidade das articulações;
Elevação da auto-imagem e conseqüente auto-estima;
Coordenação viso-manual;
Equilíbrio e resistência;
Fixação de conceitos: frente/trás, encima/embaixo, direita/esquerda,
dentro/fora, alto/baixo e rápido/lento;
Lateralidade;
Estruturação tempo/espaço em relação a si mesmo, ao seu animal, aos
outros animais e as demais pessoas envolvidas no processo.
4.4 – Principais ganhos e benefícios:
Ganho sensorial e motor;
Inibição do padrão patológico usando a normalização do tônus postural;
Movimentação passiva, ativa-assistida e ativa dos segmentos corporais;
Dissociação de cintura escapular e cintura pélvica;
Captação dos movimentos semelhantes ao da marcha;
Simetria corporal;
Trabalho de transferência de peso;
Lateralidade;
Aumento da circulação sangüínea.
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O movimento do cavalo ativa mecanismos de controle postural úteis à manutenção
ou controle do equilíbrio nos vários planos e em particular no plano sagital.
O controle postural no plano sagital é indispensável para sustentar a postura sobre
o cavalo e com esse objetivo o indivíduo é estimulado a usar a musculatura paravertebral
de modo sincrônico e coordenado. Quando ocorre a mudança de postura, e/ou durante o
movimento do ser humano, a alteração do centro de gravidade, levando ao ajuste
automático do tônus muscular.
Quando andamos a cavalo, temos desenvolvimento do centro de gravidade em três
planos:
Plano vertical: com o deslocamento do centro de gravidade para frente
levamos a contração reflexa da cadeia muscular posterior. E quando
deslocamos o centro de gravidade para trás, ocorre a contração reflexa da
cadeia muscular anterior.
Plano lateral e vertical: acontece o movimento rotacional do quadril.
Quando fazemos a retroversão da pelve, há contração reflexa dos músculos
adutores, quadrado lombar, flexores do tronco contralaterais e relaxamento
dos homolaterais.
Portanto, a cada passo do cavalo, ocorre uma aceleração e desaceleração em
relação ao centro de gravidade do cavaleiro. Para manter o equilíbrio, há a contração
reflexa dos agonistas e dos antagonistas, e automaticamente a regulação do tônus
muscular.
4.5 – Precauções:
Luxação de quadril: o paciente terá que estar com o quadril encaixado, sentado na
cernelha, pois assim evitaremos uma rotação externa e uma abdução excessiva.
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Escoliose: o terapeuta terá que observar para que lado esta a convexidade da coluna
vertebral para poder então trabalhar com os movimentos do cavalo para o lado
oposto desta curvatura.
Alterações cardio-respiratórias.
4.6 – Contra-indicações:
Distúrbios graves da coluna vertebral (ex: hérnia discal e espondilolistese);
Instabilidade atlanto-axial;
Medo excessivo do animal.
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EQUOTERAPIA
MOVIMENTO
TRIDIMENSIONAL
CAVALO
MELHORA
FÍSICA E
PSICOLÓGICA
FORÇA
EQUILÍBRIO
POSTURA
DESENVOLVE
PERSONALIDADE
E AUTO-ESTIMA
CONFIANÇA
CONCENTRAÇÃO
ATENÇÃO
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Conclusão
Toda experiência é resultado da percepção e integração dos diversos estímulos
dados pelo meio ambiente. Sendo a partir desses estímulos que construímos nossa autoestima, que é a percepção do nosso próprio “eu” e a autoconfiança, que esta relacionada
com a construção de nossa imagem.
Foi observado neste trabalho que o cavalo foi fonte de todos os estímulos citados,
sendo um instrumento altamente propioceptivo, onde se apresenta como espelho de nossas
características e possibilidades, e principalmente como espelho de nossas conquistas.
Através dele desenvolvemos padrões de retificação, proteção, equilíbrio e
concentração, minimizando as deficiências motoras e também psicológicas, colaborando
para a integração deste indivíduo na sociedade.
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Referências
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equoterapia. Associação dos amigos da estação especial da Lapa: Rio de Janeiro.
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infância. São Paulo: Santos livraria editora.
CHAZAND, Jaques (1996). Introdução a psicomotricidade. São Paulo: Editora Manole.
COSTALLAT, Dalila M. M. et al (2002). A psicomotricidade otimizando as relações
humanas. 2ª ed. São Paulo: Arte e ciência editora.
FERREIRA, C. A. Mattos (2000). Psicomotricidade da educação infantil a gerontologia.
São Paulo: Editora Lovise.
GUYTON, A.C. & Hall, J. E. (1997). Tratado de Fisiologia Médica. ( P.L.V. Pinho, trad.).
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. (trabalho original publicado em 1996).
LAPIERRE & AUCOUTURIER (1988). A simbologia do movimento. Porto Alegre:
Editora Artes Médicas.
MASSON, Suzanne (1988). Psicomotricidade: reeducação e terapia dinâmica. São Paulo:
Editora Manole.
SHEPHERD, Roberta B. (1996). Fisioterapia em pediatria. 3ª ed. São Paulo: Santos
Livraria editora. (original publicado em1995).
TAVARES, K. M. (1998). Equoterapia. Fisio e Terapia. 2 (7), 7.
WERNECK, C.(1993). Muito prazer, eu existo. 2ª ed. Rio de Janeiro: Editora Notrya.
www.granjaviana.com.br/ride/equoterapia.html
www.cyberhouse.com.br/equoterapia.html
www.geocities.com/hotsprings/1829
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