VII ENCONTRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE PESQUISADORES EM EDUCAÇÃO ESPECIAL
Londrina de 08 a 10 novembro de 2011 - ISSN 2175-960X – Pg. 2836-2846
ANÁLISE DO PROGRAMA DE EQUOTERAPIA: 2009-2011
ANA CARLA BRACCIALLI1;
BEATRIZ AIKO NAGAYOSHI2,
MARAÍSA FONSECA MACHADO3,
MARCOS ANTONIO NOGUEIRA JÚNIOR4,
LÍGIA MARIA PRESUMIDO BRACCIALLI5.
Programa de Aprimoramento Profissional
Departamento de Educação Especial
Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista (UNESP) – Marília
Apoio: FUNDAP
Resumo
A Equoterapia é um método terapêutico e educacional que utiliza o cavalo dentro de uma
abordagem interdisciplinar nas áreas da saúde, educação e equitação, buscando o
desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com necessidades especiais. O principal objetivo
desse tipo de terapia é favorecer o desenvolvimento e aquisição das funções psicomotoras, por
intermédio do cavalo como instrumento terapêutico, junto a estratégias que visam
potencializar e desenvolver habilidades motoras e atitudes diversas. O presente programa tem
como objetivo proporcionar terapia em equoterapia para pessoas com necessidades especiais.
As atividades foram desenvolvidas no Centro de Equoterapia da Polícia Militar devido à
parceria estabelecida com essa instituição de segurança pública. Os praticantes eram
atendidos uma vez por semana por trinta minutos. O projeto encontra-se em funcionamento há
6 meses. Nesse período foram atendidos 13 praticantes, dos gêneros femininos e masculinos,
crianças e adultos, com diferentes diagnósticos, perfazendo um total de 156 terapias. O
projeto atingiu os objetivos propostos, pois favoreceu o desenvolvimento global dos
praticantes, principalmente no que se refere à melhora de controle postural, desenvolvimento
de reações de endireitamento, equilíbrio, interação social e comunicação.
Palavras-chave: equoterapia, equipe interdisciplinar, desenvolvimento global.
1 Introdução
Desde os tempos remotos, o exercício eqüestre vêm sendo utilizado como uma prática
benéfica no tratamento de várias doenças. O cavalo é um dos animais mais importantes na
história da humanidade. Inicialmente caçado como alimento, depois usado como animal de
tração, foi montado, e levou o homem à guerra (MEREGILLANO, 2004).
1
Aprimoranda em Fisioterapia da Faculdade de Filosofia e Ciências (FFC) - UNESP
Aluna de Graduação em Terapia Ocupacional da FFC - UNESP
3
Aprimoranda em Terapia Ocupacional da FFC - UNESP
4
Aluno de Graduação em Fisioterapia da FFC - UNESP
5
Docente do Departamento de Educação Especial FFC – UNESP. Livre docente em Reabilitação Física
2
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Há registros na Antiguidade em que constam o uso do cavalo como promotor do bemestar, melhora e prevenção de diversas doenças, como Hipócrates (450-370 a.C.), que
utilizou-o para o tratamento de insônia, enquanto Asclepíades (124-40 a.C.) recomendava
para pacientes caquéticos, hidrópicos, epilépticos, paralíticos, letárgicos, frenéticos
(CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).
A Equoterapia, como é designada no Brasil, é uma abordagem terapêutica recente, iniciandose no ano de 1989 no país com a fundação da Associação Nacional de Equoterapia – ANDEBRASIL. Em 1997, com o parecer 06/97, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu
a Equoterapia como sendo um Método Terapêutico e Educacional.
Esse método terapêutico busca o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com
necessidades especiais, que utiliza o cavalo com técnicas de equitação e atividades eqüestres,
com o objetivo de reabilitar e/ou educar (LIMA, 2005). Os ganhos podem ser vistos nas áreas
físicas, psíquicas e educacionais, no comportamento e comunicação, surtindo efeito em todo o
sistema do corpo, dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e
equitação (CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).
Os programas básicos da equoterapia se constituem em: hipoterapia (que utiliza o
cavalo como instrumento cinesioterapêutico), educação/reeducação (que utiliza o cavalo
como instrumento pedagógico), pré-esportivo (que utiliza o cavalo como promotor da
realidade social) e esporte (que utiliza o cavalo como promotor da inserção social)
(CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).
Esse tipo de tratamento é recomendado para indivíduos com algum déficit motor decorrente
de lesões neurológicas localizadas em nível cerebral, medular e nervos periféricos, distúrbios
evolutivos de origem genética, distúrbios de linguagem e de aprendizagem, distúrbios
comportamentais, distúrbios sensoriais e patologias traumato-ortopédicos (MEREGILLANO,
2004).
Segundo Dias e Medeiros (2002), a hipoterapia auxilia no desenvolvimento e na aquisição das
funções psicomotoras, utilizando o cavalo como instrumento cinesioterapêutico, por meio de
atividades que visem potencializar e desenvolver habilidades motoras.
Há também melhora no processamento sensorial e no funcionamento neuromotor, por
meio de respostas adaptativas ao meio ambiente e aos movimentos proporcionados pelo
animal, gerando melhora da função (STERBA, et al., 2002). No dorso do animal, o praticante
recebe estímulos táteis, proprioceptivos, vestibulares, visuais, auditivos e olfativos
(CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).
O cavalo é um animal intermediador entre o praticante e o terapeuta, formando, assim, uma
tríade. Esse ser dócil, grande e forte, passa a fazer parte da vida de muitas pessoas, criando um
código de afetividade com o praticante (SPINK; 2003 apud MARCELINO, MELO; 2006).
Andar à cavalo é mais que um passeio. É uma importante ferramenta de tratamento, em que
os movimentos tridimensionais produzidos, que se traduz no plano vertical, em um
movimento para cima e para baixo; no plano horizontal, em um movimento para a direita e
para a esquerda, segundo o eixo transversal do cavalo; e um movimento para frente e para
trás, segundo o seu eixo longitudinal. O movimento se completa com uma pequena torção do
quadril provocada pelas inflexões laterais do dorso do animal (QUEIROZ, 2004). Ajustes
tônicos são feitos a todo instante já que o cavalo nunca está totalmente parado, já que na troca
de patas, no deslocamento da cabeça para olhar para os lados, ao abaixar o pescoço, impõem o
paciente a responder aos desequilíbrios(ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EQUOTERAPIA,
2004).
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O passo do cavalo sendo regular determina um ritmo que se torna para o praticante um
embalo; podendo variar numa freqüência entre 40 e 78 batidas por minuto (passo muito
alongado e muito curto), tendo por isto utilização terapêutica, conforme necessidade
patológica do praticante. Esta adaptação ao ritmo é uma das peças mestras da hipoterapia,
promovendo uma mobilização ósteo-articular, contração e descontração dos músculos
agonistas e antagonistas (ANDE-BRASIL, 2002). As variações no passo do cavalo, na
velocidade, e na direção facilitam as respostas de retificação e equilíbrio no praticante. O
centro de gravidade do praticante é deslocado, o que facilita a estabilização postural dinâmica
e a recuperação de perturbações, promove a antecipação e o controle postural. A sensação de
movimentos suaves, rítmicos feita pelo cavalo, também, facilita e melhora a co-contração, a
estabilidade articular e o deslocamento do peso (STERBA, 2007).
Vários estudos têm demonstrado que crianças com paralisia cerebral apresentam melhoras na
postura (BERTOTI, 1988); nas funções motoras grossas (MCGIBBON et al., 1998; STERBA,
2007); no caminhar, correr e saltar (STERBA et al., 2002;, CHERNG et al., 2004); na
simetria e coordenação da atividade muscular de tronco (BENDA, 2003, HAEHL et al.,1999),
na funcionalidade (CASADY, NICHOLS-LARSEN, 2004) no equilíbrio (BLERY;
KAUFFMAN, 1989), nos aspectos psicológico e social (COPETTI et al, 2007), após
intervenção com hipoterapia.
O trabalho integrado da equipe interdisciplinar resulta em sucesso no tratamento, no qual os
diversos especialistas trabalham em conjunto, reunindo seus conhecimentos, numa
perspectiva única (GARCIA et al, 2007). Podem fazer parte da equipe o equitador, o
fisioterapeuta, o terapeuta ocupacional, o fonoaudiologo, o psicólogo, o psicopedagogo, o
educador físico e o auxiliar-guia (MEREGILLANO, 2004).
O fisioterapeuta, como parte da equipe, está direcionado à interação entre o praticante e o
cavalo, mais especificamente ao seu desempenho através dos movimentos realizados na
montaria, seu equilíbrio, sua postura e reações adaptativas (PAIVA, 1998 apud
CAVALCANTI; GALVÃO, 2007)
O terapeuta ocupacional, olhando o individuo como um todo, aborda a parte motora,
coordenação fina e global, estimulação sensorial, orientação temporoespacial, esquema
corporal, atividades de vida diária, uso de recursos lúdicos e adaptações aos jogos e
equipamentos da equoterapia. (CARVALHO, 2009)
O fonoaudiólogo procura propor situações de comunicação, num ambiente diferenciado,
trabalhando desde o aumento do vocabulário até, em casos mais graves, gestos
comunicativos. Para que ocorra a produção da fala PE necessária a adequação do tônus
postural, posicionamento correto de cabeça e corpo, ritmo, e da coordenação fono-respiratória
(CAVALCANTI; GALVÃO, 2007).
O ambiente equoterápico é motivador, oferecendo a oportunidade de o praticante vivenciar
superação, facilitando o processo reabilitação e educação, bem como possibilitar a atuação de
profissionais bolsistas em uma proposta de atendimento interdisciplinar.
2 Objetivos
Analisar as atividades desenvolvidas no projeto de extensão “Equoterapia: atendimento
interdisciplinar à pessoa com necessidades especiais” que visa o atendimento de crianças e
adultos com necessidades especiais com esse método terapêutico, bem como possibilitar a
atuação de profissionais bolsistas em uma proposta de atendimento interdisciplinar.
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3 Método
3.1 Participantes
No período foram atendidos no projeto 37 praticantes, com idade entre 2 e 50 anos, com
diagnóstico de deficiência motora, de linguagem, de comportamento, intelectual.
Quadro 1 – Características dos praticantes de equoterapia
Praticante Gênero Idade Diagnóstico
P1
M
2
Síndrome de West
P2
F
6
Paralisia cerebral atetóide
P3
M
24
Lesão medular
P4
M
30
Lesão medular
P5
M
5
Paralisia cerebral quadriplégica espástica
P6
F
11
Paralisia cerebral coreoatetoide
P7
M
6
Síndrome de Dandy Walker
P8
F
13
Paraplegia espástica progressiva
P9
F
8
Apraxia
P10
M
12
Paralisia cerebral diplegico espástico
P11
M
4
Hiperatividade e déficit atenção
P12
M
12
Hiperatividade e déficit de atenção
P13
F
3
Paralisia cerebral
P14
M
12
Paralisia cerebral diparesia espástica
P15
F
8
Paralisia cerebral atáxica
P16
M
14
Paralisia cerebral quadriplegia atetóide
P17
F
11
Paralisia cerebral quadriplegia atetóide
P18
F
12
Paralisia cerebral quadriplegia atetóide
P19
M
5
Paralisia cerebral diparesia espástica
P20
M
8
Paralisia cerebral hemiparesia espástica
P21
M
7
Paralisia cerebral diparesia espástica
P22
M
31
Autismo
P23
F
5
Artrogripose
P24
M
30
Traumatismo crânio encefálico
P25
M
4
Síndrome de down
P26
M
7
Mielomeningocele
P27
M
4
Deficiência visual
P28
F
8
Paralisia cerebral diparesia espástica
P29
F
6
Paralisia cerebral atáxica
P30
M
7
Paralisia cerebral diparesia espástica
P31
M
5
Mielomeningocele
P32
F
5
Transtorno invasivo do desenvolvimento
P33
M
23
Paralisia cerebral e déficit intelectual
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P34
M
P35
F
P36
F
P37
F
Fonte própria
3
50
5
6
Paralisia cerebral quadriplegia espástica
Quadriplegia espástica
Síndrome de west
Transtorno invasivo do desenvolvimento
3.2 Local
As atividades foram desenvolvidas no Centro de Equoterapia da Polícia Militar do Estado de
São Paulo devido à parceria estabelecida entre a FFC e essa instituição de segurança pública.
3.3 Desenvolvimento do projeto
O projeto de extensão é desenvolvido por alunos dos cursos de graduação da fisioterapia e
terapia ocupacional; alunos do programa de Aprimoramento Profissional da Faculdade de
Filosofia e Ciência – UNESP – Marília (FFC) sob a coordenação de docentes do
departamento de Educação Especial dessa mesma instituição. O projeto teve inicio em 2009
devido a uma pareceria estabelecida com a Polícia Militar de Marília. Para a coleta de dados
fez-se buscas nos prontuários dos praticantes e nos relatórios realizados para a Pró-reitoria de
Extensão no período de 2009-2011.
No projeto são desenvolvidos programas de hipoterapia, de educação-reeducação e préesportivo. Os praticantes com um comprometimento motor mais grave participam do
programa de hipoterapia no qual o cavalo atua como instrumento cinesioterapêutico. Aqueles
praticantes com menor comprometimento motor participam de um programa de educaçãoreeducação que envolve atividades tanto no âmbito da reabilitação, quanto da educação e,
assim, o cavalo irá atuar como instrumento pedagógico. Os praticantes que apresentam
condições adequadas para conduzir o cavalo participam do programa pré-esportivo que
consiste na realização de exercícios específicos de hipismo, programados pela equipe.
O planejamento de todos os programas é discutido e elaborado pela equipe de bolsistas,
docentes e equitadores, porém a execução das atividades é de responsabilidade dos bolsistas
ou equitadores, dependendo do programa desenvolvido para cada praticante.
A execução dos programas de hipoterapia e de educação-reeducação é de responsabilidade
dos bolsistas de fisioterapia, fonoaudilogia e terapia ocupacional e os policiais militares tem a
função de conduzir o cavalo.
O programa pré-esportivo é desenvolvido pelos policiais militares que tem curso de formação
em equoterapia na ANDE Brasil e em equitação. A ação do profissional de equitação é mais
intensa, contudo, são orientados pelos bolsistas em relação às especificidades de cada
praticante.
Os alunos envolvidos no projeto são bolsistas de extensão, bolsistas do programa de
Aprimoramento Profissional FUNDAP e quando iniciam no projeto recebem suporte teórico e
prático, de profissionais com formação em equoterapia, podendo acompanhar os atendimentos
como mediadores e também sendo auxiliares laterais.
Os cavalos utilizados durante a equoterapia são da policia militar e são treinados para essa
atividade.
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Os praticantes são atendidos uma vez por semana por trinta minutos, sendo que cada
praticante é atendido simultaneamente por dois profissionais de áreas de conhecimento
distintas.
Cada praticante é atendido por um período de 1 ano, podendo ser prorrogado caso a equipe,
durante a reavaliação realizada em novembro, considere a necessidade de continuidade para a
evolução do praticante. A cada inicio de ano são chamados novos praticantes da lista de
espera.
Para o praticante iniciar no projeto de equoterapia ele necessita: (a) ter avaliação médica com
diagnóstico e formulário médico preenchido; (b) ter avaliação fisioterapêutica com
diagnóstico cinesiológico realizado pelos fisioterapeutas do programa; (c) ter avaliação e
diagnóstico fonoaudiológico realizado pelas fonoaudiólogas do programa; (d) ter avaliação e
diagnóstico da terapia ocupacional realizado pelas terapeutas ocupacionais do programa; (e)
assinar o termo de compromisso em relação à freqüência no programa.
Não são aceitos no projeto aqueles indivíduos que tem alguma condição que contra-indique a
realização de equoterapia.
Após realizar a avaliação a equipe estabelece um plano de tratamento com objetivos comuns
de acordo com as necessidades de cada praticante.
3.4 Terapia
No primeiro dia de terapia é realizada aproximação do praticante com o cavalo e com o
espaço dando a oportunidade de tocar, escovar, alimentar e quando possível montar no cavalo.
A terapia sempre é iniciada com a aproximação do praticante com o cavalo, nos casos de
praticantes não-falantes essa aproximação é intermediada por meio de comunicação
alternativa. A seguir o praticante monta no cavalo e a terapia é conduzida conforme as
necessidades de cada praticante. Durante a terapia o cavalo faz percursos dentro do picadeiro
e é acompanhado por dois auxiliares laterais e um auxiliar guia que conduz o cavalo.
Os recursos utilizados durante a terapia são diversos: bastão, bambolê, prancha de
comunicação alternativa, espelho, bolas, chocalho, brinquedo de encaixe, domino de cores,
tinta, lousa, giz, figuras do Picture comunication simbols( PCS), materiais de diferentes
texturas, historias, boliche, cesta de basquete.
3.4 Procedimentos de análise de dados
Os dados extraídos das fontes de informações foram organizados em planinhas e a freqüência
absoluta e relativa foram calculadas para a análise.
4 Resultados
No período compreendido entre 209-2011 o projeto atendeu 37 praticantes com idade entre
dois e 50 anos, do gênero masculino e feminino. Os praticantes apresentavam diferentes
patologias: paralisia cerebral (n=19/51%); transtorno invasivo do desenvolvimento (n=3/8%);
síndrome de west (n=2/5%); hiperatividade e déficit de atenção (n=2/5%); mielomeningocele
(n=2/5%); traumatismo raquimedular (n=2/5%); traumatismo crânio-encefálico (n=2/5%);
dandy-walker (n=1/3%); artrogripose (n=1/3%);. deficiência visual (n=1/3%); síndrome de
down (n=1/3%); apraxia (n=1/3%).
O grupo de praticantes foi distribuído entre os três programas existentes respectivamente: préesportivo (Quadro 2); hipoterapia (Quadro 3) e educação e reeducação (Quadro 4).
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Quadro 2 – Atividades desenvolvidas no programa pré-esportivo.
Atividades
Alongamentos, correção postural, regras e limites.
Regra e limites, atenção, concentração.
Quadro 3 – Atividades desenvolvidas no programa de hipoterapia
Atividades
Controle de tronco e de cabeça, equilíbrio, intenção comunicativa; direcionamento da atenção
e exploração de brinquedos.
Alongamentos, ajuste do tônus, controle de tronco e cabeça, estimular função manual,
Controle de troco, equilíbrio, estimulação sensorial (com materiais de diferentes texturas),
estimular função manual.
Construção sintática, inserir a comunicação alternativa, controle de tronco e cabeça.
Direcionamento do olhar, troca de turno; manter a atenção, controle de tronco e equilíbrio.
Trabalho de integração sensorial, adequação do tônus, fortalecimento de tronco, estimular
função manual, estímulo da fala.
Quadro 4 – Atividades desenvolvidas no programa de educação e reeducação
Atividades
Controle e fortalecimento de tronco, equilíbrio, propriocepção.
Controle e fortalecimento de tronco, equilíbrio, propriocepção.
Equilíbrio, coordenação motora global, direcionamento da atenção, regras e limites.
Direcionamento da atenção, estímulo da fala e construção sintática.
Manutenção da atividade num mesmo tema, direcionar a atenção, regras e limites.
No Gráfico 1 observa-se os atendimentos realizados no período de 2009 a 2011.
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Gráfico 1 – Número de atendimentos realizados no projeto no período de março de 2009 a
agosto de 2011.
5 Conclusões
Em três anos de realização do projeto, foi contemplado um grupo de 37 praticantes, sendo que
cada um deles apresentava necessidades individualizadas e específicas, que foram avaliadas e
trabalhadas de forma interdisciplinar.
Durante esse período foi possível observar que muitas melhoras foram alcançadas por meio
desse método terapêutico, sendo notadas não só pelos profissionais envolvidos no projeto,
mas também por relatos da família e do próprio praticante. Dentre essas, pode-se destacar
melhora nos seguintes aspetos: equilíbrio, controle de tronco e cabeça, alinhamento corporal e
reações de endireitamento, consciência corporal, coordenação motora, força muscular, ajuste
tônico, organização espacial e temporal, comportamento, interação social e da comunicação.
Concluímos que o contexto equoterápico é um coadjuvante na busca do desenvolvimento
biopsicossocial de pessoas com necessidades especiais e que muitos são os benefícios
alcançados. É necessário ressaltar também a importância da equipe interdisciplinar neste
contexto, pois é por intermédio do entrosamento entre os profissionais que ocorre o sucesso
terapêutico.
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