UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA TÓPICOS ESPECIAIS EM REPRODUÇÃO E LACTAÇÃO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO E SEUS EFEITOS FISIOLÓGICOS SOBRE A REPRODUÇÃO MASCULINA E FEMININA Erika Bezerra de Menezes Arlindo de A. A. Moura ESTRUTURA DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Hormônio do crescimento GH Isolado 1944 Cadeia única – 191 aa Família - prolactina e lactogênio placentário (Somatotropinas coriônicas) Superfamília – Fatores hematopoiéticos, interleucinas, Factor estimulador de colonias de granulócitos e macrófagos ESTRUTURA DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Apresenta variações na sequência de aa Varias espécies domesticas Primatas Homem ( ≠ na posição de 4 aa) Bovinas x humana 30% Bovina x ovina 1% (Soares et al., 1999) ESTRUTURA DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Duas pontes dissulfeto Posição 120 Glicina Confere sua atividade biológica ESTRUTURA DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Estrutura tridimensional do GH GENE QUE DECODIFICA O HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Mamíferos único gene Primatas – ocorreu duplicações ao ponto de originar vários genes semelhantes ao GH GH-N Hipófise Cromossomo 17q22-q24 GH-V CS Placenta Homem - hGH-N, hCS-L, hGH-V hCS-A e hCS-B 5 exóns e 4 introns 2,6 – 3,0 pb (3,5-4,5 pb) CONTROLE DA EXPRESSÃO DO GENE DO GH NA HIPÓFISE Regulação Basal Dedos de zinco (Zinc fingers) Especifica Fator específico de sua secreção na hipófise (PIT-1) GAF-1 ou PUF -1 CONTROLE DA EXPRESSÃO DO GENE DO GH NA HIPÓFISE Específica T4 AMPc Glicorticoides Ácido retinóico Ativina (Família do fator de transformação do crescimento) Basal GHRH PIT-1 mRNA GH RECEPTOR DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Receptor Superfamília dos receptores para citocinas (Kelly et al., 1991) Modelo Domínio extracelular (24 aa) Cascata transcriptacional Domínio intracelular (350 aa) RECEPTOR DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Local de expressão Órgãos não reprodutivos Fígado TGI Hipotálamo Órgãos reprodutivos Ovário (Oócito, céls. da teca e granulosa) Testículo (Céls. Leyding e Sertoli) Útero Glândula mamária (Marshal et al., 2003) RECEPTOR DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Dois locais de interação com seu receptor Brooks et al., 2008 REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Hexapeptídeo sintético GHRP ATP AMPc Metilquefalina (Bowers et al., 1993) REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Grelin – peptídeo bioativo natural REGULAÇÃO DA SECREÇÃO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO MECANISMO DE AÇÃO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Mediadores extracelular IGF-1 (Kaiser et al., 2001) Mediadores intracelular JAK2 tirosina quinase MAP quinase Inositol 3 fosfato (IP3) AMPc (Rotwein et al., 1994) (Makarevich e Sirotkin, 1997) MEDIADORES INTRACELULAR DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Pequenas GTPase semelhante a RAS RalA RalB (Ihle e Gilliland, 2007) (Waters et al, 2006) Stat response elements METABOLISMO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Secreção (ritmo circadiano) 3 a horas de intervalos 45 ng/mL Ação Após o inicio do sono GHBP Clivagem da porção extracelular do receptor do GH Transcritos GHR ou gene GHBP METABOLISMO DO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO Circulação 2 isoformas do GH Alta afinidade à GHBP 22 KDa Baixa afinidade à GHBP 20 KDa GH GHBP Prolongar ½ vida sua circulação HORMÔNIO DO CRESCIMENTO E SEUS EFEITOS FICIOLÓGICOS NO MACHO HORMÔNIO DO CRESCIMENTO E SEUS EFEITOS FISIOLÓGICOS NO MACHO Ratos, camundongos e humanos Deficiência congênita do GH Resistência ao GH (Rosenfeld et al, 1994) Defeitos reprodutivos (Chubb, 1987) (Bartlett et al, 1990) Atraso na puberdade; Desenvolvimento abaixo do normal dos órgãos reprodutivos (genitália externa); Redução do comportamentos sexual HORMÔNIO DO CRESCIMENTO E SEUS EFEITOS FISIOLÓGICOS NO MACHO Pacientes com excessiva produção de GH Adenoma adenohipofisário Acromegalia Redução da libido e potência (Janduic et al, 1982) Ratos transgênicos - GH Alterações no padrão de liberação de gonadotrofinas; Déficits no comportamento sexual; Alterações patológicas nas glândulas sexuais acessórias. (Bartke et al, 1997) HORMÔNIO DO CRESCIMENTO E SEUS EFEITOS FISIOLÓGICOS NO MACHO Camundongos Deficiência do IGF-I Maturação sexual Infertilidade (Baker et al, 1996) HORMÔNIO DO CRESCIMENTO E SEUS EFEITOS FISIOLÓGICOS NO MACHO Fig. Ações do GH direta e mediada pelo IGF-1 e, função das IGFBPs e suas degradações proteolíticas EFEITOS DO GH NO MACHO Puberdade Maturidade sexual Desenvolvimento do Sistema Reprodutor Interno Desenvolvimento da Genitália externa Comportamento sexual Efeitos no SNC [hipotálamo (GH-R)] (Rosenfeld et al, 1994) EFEITOS DO GH SOBRE AS CÉLULAS DE LEYDIG E CÉLULAS DE SERTOLI GH LH GH Potencializa ação do LH (+LH-R) Estimula a produção de IGF-1 (Kanzaki e Morris, 1998) EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE ANDRÓGENOS In vitro In vivo GH GH X Células de Leydig (+) T4 (Chandrashekar et al., 1999, 2001) T4 (Deaver e Bryan,1999) EFEITOS DO GH SOBRE O COMPORTAMENTO SEXUAL GH Comportamento sexual Camundongos Mutações no gene GH Alterações na libido Nº de montas Penetrações Ejaculações Nº de montas antes da exteriorização (Chubb, 1987) do pênis Ação direta GH SNC T4 EFEITO DO GH SOBRE AS CÉLULAS DE SERTOLI E ESPERMATOGÊNESE Células de Sertoli Proliferação Maturação funcional Espermatogônias Síntese de DNA (Swanlund et al, 1995) EFEITOS DO GH SOBRE O TRATO REPRODUTIVO MASCULINO Modula o desenvolvimento do trato reprodutor masculino Associação com a testosterona GH T4 (Henricks et al., 1998) (Champion et al., 2002) EXPRESSÃO DO GH NA LINHAGEM DE CÉLULAS GERMINATIVAS E EFEITO SOBRE O ESPERMATOZÓIDE. Expressão de GH Espermatogônias Espermatócitos primários (Berger et al., 1999; Harvey et al., 2004) Espermatozóides (+) Motilidade (eqüinos) (Henricks et al., 1998) (Champion et al., 2002 HORMÔNIO DO CRESCIMENTO E SEUS EFEITOS FISIOLÓGICOS NA FÊMEA EFEITOS DO GH SOBRE O DESENVOLVIMENTO FOLICULAR Ovário folículos ≠ grau de diferenciação Primordial Independente de gonadotrofinas (LH e FSH) Inicia seu crescimento GH (Hull e Harvey, 2002) RGH, mRNA GH, GH Oócitos, Céls da teca e granulosa, Cumulus (Izadyar et al., 1999) Media a ação do GH nessas células EFEITOS DO GH SOBRE O DESENVOLVIMENTO FOLICULAR Estrutura GH RGH Folículo primordial + (P) + (P) Folículo primário + (P) + (P) Folículo secundário + (P) + (P) Folículo antral em crescimento + (B, M) Oócito + (B, M) Cumulus + (B, M) Granulosa + (B, M) Teca + (C) P – primatas / B – bovino / C - Camundongo (Silva et al.,2009) EFEITOS FISOLÓGICOS DO GH NA FÊMEA GH Ovário Proliferação, crescimento e diferenciação Atresia Apoptose (Hsuch et al., 1996) (Kolle et al., 2003) In vitro rGH Bovinos Maturação CCOs Ovinos EFEITOS DO GH SOBRE A FASE PREANTRAL FOLICULAR Folículos pré-antrais de camundongos 1 mUI/mL do GH – 4 dias de cultivo diâmetro folicular (Kikuchi et al., 2001) Folículos pré-antrais bovinos 30 e 100 ng/mL do GH – 4 dias de cultivo síntese de P4 Proliferação nas células da granulosa (Langhout et al., 1991) EFEITOS DO GH SOBRE O DESENVOLVIMENTO FOLICULAR Ovário Cascata de sinalização celular GH AMPc GH MAP quinase (Sirotkin e Makarevich, 1999; 2002) EFEITOS DO GH SOBRE O DESENVOLVIMENTO FOLICULAR Fig. - Expressão de mRNA para o IGF-I, IGF-II e receptores de IGF em folículos ovarianos Estrutura IGF-I IGF-II IGF-IR Primordial + (C,P) – (B) + (C) – (B) + (P) – (B) Primário + (C,P) – (B) - (B) + (P, B) Secundário + (C,B, M, P) - (B) + (P, B) IGF-IIR ANTRAL EM CRESCIMENTO Oócito + (P) – (S, M) - (B, S) + (P, B) – (S) Cumulus + (S, M) + (S) - (B) + (P, B) – (S) Granulosa + (S, M) + (S) - (B) + (P, O, B, S) + (O, B) Teca + (P) – (S, M) + (S, B, P, O) + (O, B) – (S) + (O, B) B – bovina / C- caprina / C- camundongo / O – ovina / P – primatas / S - suína EFEITOS DO GH SOBRE O DESENVOLVIMENTO FOLICULAR Fig. - Expressão de mRNA para o IGF-I, IGF-II e receptores de IGF em folículos ovarianos Estrutura IGF-I IGF-II IGF-IR IGF-IIR PRÉ-OVUÁTÓRIO Oócito + (S, M) - (S) + (S) Cumulus - (S, M) + (S) - (S) Granulosa - (S, M) - P + (S, P) - (S, P) + (P) Teca + (S, M, P) - (S) + (S) + (P) B – bovina / C- caprina / C- camundongo / O – ovina / P – primatas / S - suína EFEITOS DO GH SOBRE O DESENVOLVIMENTO FOLICULAR PRÉ-ANTRAL Estágio GH IGF-1 IGF-2 Início do crescimento Início do crescimento Atresia folicular Início do crescimento Sobrevivência folicular Crescimento folicular Crescimento folicular Crescimento folicular Crescimento céls Teca Diferenciação céls da granulosa Sobrevivência folicular Crescimento folicular Proliferação e diferenciação céls. Granulosa Produção E2 Expressão de RFSH Formação dos grânulos corticais Proliferação cels. granulosa (Silva et al., 2009) EFEITOS DO GH SOBRE O DESENVOLVIMENTO FOLICULAR ANTRAL Estágio GH IGF-1 IGF-2 Secreção IGF-1 pelas céls. Teca e granulosa Proliferação céls. Granulosa Proliferação cels. Granulosa Produção E2 e P4 céls. da garnulosa Produção E2 e P4 céls. da garnulosa Esteroidogênese pelas céls da granulosa Maturação oocitária Expansão céls do cumulus da sensitividade a gonadotrofinas Estimulo esteroidogênico céls da teca Maturação oocitária (Silva et al., 2009) EFEITOS DO GH SOBRE SUA UTILIZAÇÃO EM PROTOCOLOS DE SUPEROVULAÇÃO In vivo – Mestiças de holandes-Zebu 13 doadoras (2 grupos) 500 mg de rbST, SC no 3º dia do ciclo 10º dia do ciclo tratamento superovulatório (Borges et al., 2001) 500 UI FSH/LH IM (estro = 0) 4 dias (8 aplicações) 13º dia (7º aplicação) PG F2α EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE Desenvolvimento da glândula mamária GH mamogênese Crescimento dos ductos Pré-perberdade - Puberdade Crescimento lobo-alveolar Gestação Animal adulto Mamogênese Lactogênese Involução (Sejrsen et a, 1993) (Johnsson et al., 1985) (Lyons et al) EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE Lactogênese Direta do GH Indiretamente - IGF-I Involução Prolactina/GH/IGF-I mRNA GHR Todas as fases da lactação EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE Mecanismos envolvidos no efeito galatopoiéticos Mecanismo homeorréticos (Bauman, 1989) Incremento na capacidade sintética da glândula mamária; IGF-1 (Prosser & Mepham, 1989) Utilização de nutrientes e mobilização de tecidos não mamários, que fornecem nutrientes essenciais para a síntese do leite Tecido adiposo; (McDowell et al., 1987) (Soderholm et al., 1988) no fluxo sangüíneo para a glândula mamária. (Mepham et al., 1984) EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE Vacas Curto e longo prazo (Chilliard, 1988) Principais efeitos Curva de lactação Aumento da produção de leite Modificação da curva Persistência da lactação Altos níveis de produção por um período de tempo (Grant e Keown , 1999) EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE 41 vacas Holandesa (PO) em lactação (30,0kg/dia) Avaliação - 60 aos 150 dias de lactação, Tratamentos I - sem aplicação de rBST Controle (n= 15) II - aplicação de rBST aos 60 dias após o parto rBST-60 (n=15) 14/14 dias III - aplicação de rBST aos 100 dias após o parto rBST-100 (n= 11) A rBST1 14/14 dias (Rennó et al., 2006) EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE In vivo rbST Produção de leite (Barbosa et al., 2002) rbST de liberação lenta (BOOSTIN 250 mg) 0,56 mL (1/4 dose – vacas) 14/14 dias T1 - tratamento controle T2 - tratamento hormonal, após o pico de lactação 45 dias PP até o final do experimento T3 - tratamento de entressafra 154 dias PP até final do experimento EFEITOS DO GH SOBRE A PRODUÇÃO DE LEITE In vivo rbST Produção de leite Φ Produção de leite (Barbosa et al., 2002) persistência da lactação CONSIDERAÇÕES FINAIS Apesar das importantes descobertas obtidas sobre o hormônio do crescimento, atualmente ainda são observadas divergências nos resultado obtidos in vitro e in vivo. A real molecular compreensão do da hormônio atuação do biológica crescimento e na reprodução, poderá consolidar sua aplicação prática nas áreas médicas, veterinárias e biotecnologias.