Valores Humanos: vivências geradoras de Paz Cleber Castilhos e Cleusa Denz 3 Valores Humanos: vivências geradoras de Paz Cleber Castilhos Cleusa Denz O que são Valores Humanos? Em quais ações os valores humanos aparecem no meu dia a dia? Integração entre o pensar, o sentir e o agir. Ao final da leitura deste material espera-se que o cursista seja capaz de: • Apresentar uma reflexão sobre a crise de valores nos dias atuais; • Refletir sobre o conceito de Valor Humano; • Destacar alguns Valores Humanos conceituando-os; • Sensibilizar os leitores para uma coerência existencial entre nosso pensar, sentir e agir. Somente a vontade do Homem mede a distância entre o possível e o impossível. Mário Quintana Introdução Nossa proposta é que possamos manter um diálogo sobre esta temática de maneira reflexiva. Queremos dizer com isto que, falar sobre Valores Humanos em nossa perspectiva implica necessariamente pensar e repensar a Vida. Que este curso não seja somente teórico. Nossa proposta é que, o que aqui escrevemos, nosso e de outros autores sirva, de aprendizagem vivencial e que possamos com essa leitura, quem sabe, rever alguns hábitos e algumas atitudes. Explicitamos aqui, o desejo de que esta leitura possa contribuir para uma transformação em nossas vidas. Às vezes, o que precisamos é parar e olhar de outra maneira, de outro ponto, a partir de uma referência diferente. Reflexão sobre os Valores Humanos Nos últimos 50 anos, houve uma transformação radical da sociedade. A tecnologia influenciou e transformou as relações sociais. De que forma? Desde as mudanças de costumes, como ouvir novelas de rádio a assistir novelas e programas na televisão em preto e branco, inicialmente, depois colorida, hoje até no próprio celular. A internet revoluciona as formas de estar e consequentemente de ser no mundo. As redes sociais entram com força total e as pessoas mais jovens e os que estão nascendo neste período já vem “conectados” a esta nova forma de ser e estar no mundo. Crianças percorrem, com muita facilidade, este universo que, para alguns adultos mais parece um labirinto assustador. Da mesma forma que informações e conhecimentos de todas as áreas tornamse acessíveis a qualquer um, há também uma enormidade de inverdades, de opiniões Universidade Aberta do Nordeste 34 e informações dissociadas da realidade e assuntos fúteis, alguns enganosos que podem induzir a formação de opiniões equivocadas. Os valores humanos sofreram e sofrem influência diante destas mudanças estruturais da nossa sociedade, não no sentido do que eles representam, mas no sentido de como são vividos e sentidos. Infelizmente, para muitas pessoas, o progresso tecnológico acabou sendo inversamente proporcional ao progresso afetivo. O ser humano é, por excelência, um ser gregário1 e, ao longo da história, valores foram sendo construídos para que estas relações fossem saudáveis e harmônicas. Valores são princípios, normas de natureza intelectual, física ou moral que foram sendo constituídos a fim de tornar as relações humanas legítimas e verdadeiras. Segundo Chauí (1994), “o desejo de verdade aparece muito cedo nos seres humanos como desejo de confiar nas coisas e nas pessoas, isto é, acreditar que coisas são exatamente tais como as percebemos e o que as pessoas nos dizem é digno de confiança e crédito” (p. 91). No entanto, como ela mesma lembra, nosso cotidiano é permeado de pequenas e grandes decepções, o que faz com que as crianças e os adultos se questionem se as coisas são “verdade” ou “mentira”. A grande crise de valores da atualidade atinge também os valores familiares. A família é uma grande construtora e geradora de valores. Com ela iniciamos nosso processo de socialização. É importante lembrar que os valores não são os mesmos em todos os lugares, eles diferem de acordo com a cultura de cada povo que pode lhes dar significação e importância distintas, o que também pode ocorrer dentro de uma mesma família. Não só os valores diferem como também a forma como são interpretados e conduzidos. Em nome da ética, do respeito à família e aos bons costumes, a dita “normalidade”, homossexuais estão sendo maltratados, discriminados e, por vezes, mortos de forma cruel e desrespeitosa. Em nome da honestidade, pessoas estão sendo desonestas, em nome da lealdade, pessoas cometem atos cruéis, ou são coniventes e cúmplices de condutas totalmente ilegais, imorais e antiéticas. Há uma inversão de valores, e, com certa frequência, uma distorção deles. Mas o que são Valores, afinal? Os valores são crenças ou convicções de algo preferível e digno de apreço, são escolhas profundas de como devemos orientar nossas atitudes nas relações pessoais, profissionais e sociais. Valores e atitudes estão relacionados. Uma atitude é uma disposição a agir de acordo a determinadas crenças, sentimentos e valores. Muitas vezes, os valores são confundidos com virtudes, qualidades ou sentimentos. A virtude é uma capacidade humana de alcançar objetivos. Alguns autores e o próprio Dicionário Houaiss também conceitua virtude como uma “qualidade da alma”, um potencial de realização. O que acontece é que algumas virtudes podem ser eleitas como um Valor a ser seguido, ou alcançado. Por exemplo, a sinceridade para nós é uma virtude, por 35 Direitos Humanos e Geração de Paz 1. Que gosta de ter a companhia de outras pessoas; sociável ser uma capacidade que temos de não mentir. No entanto, alguns autores a colocam como um valor, isto é, uma escolha de vida, um princípio de orientação de nossos atos. Também ocorre o contrário, alguns autores colocam alguns valores como virtudes. Por exemplo, a generosidade é um Valor Humano, mas há pessoas que possuem a generosidade como uma virtude, intrínseca a sua vida. Gostaríamos de trazer a luz alguns destes valores, dentre muitos outros que poderíamos elencar, no sentido de potencializá-los em nossas vidas e com isso quem sabe, contribuir para sua propagação. A lista de valores humanos diverge de autor para autor. Nós selecionamos alguns existentes em nossa cultura e que apareceram com mais frequência nos livros consultados: Honestidade, Responsabilidade, Respeito, Gratidão, Generosidade, Solidariedade, Lealdade, Perdão, Liberdade. Generosidade Gratidão Honestidade 2. Frase rebuscada que se banaliza por ser muito repetida; lugarcomum, chavão Lealdade Direitos Humanos e Geração da Paz Liberdade Respeito Perdão O senso comum faz com que se reproduzam conceitos e definições a partir de clichês2, chavões, frases feitas e prontas sem aprofundar muito, ou saber a fonte, a origem do que estão a repetir. Procuraremos explicitar alguns Valores, sem a pretensão de esgotar a temática, conscientes de que está lançada uma provocação: a de exercitarmos e promovermos a propagação destes valores por nós elencados e tantos outros, dos quais o mundo está necessitando. Honestidade Vamos iniciar com a Honestidade, tão questionada nos dias atuais. Trata-se de uma atitude diante da vida, na qual a pessoa está determinada a escolher sempre, a agir com base na verdade e na justiça (dando a cada um, o que lhe é devido, incluindo a si próprio). Ser honesto é ser real, verdadeiro, autêntico. Honestidade expressa respeito por si próprio e pelos outros. Não é apenas a capacidade de dizer a verdade, mas de assumir também suas ações, mesmo sabendo das suas consequências. A honestidade não depende de pessoas ou de consenso, mas da segurança que aquilo que está fazendo não prejudicará outras pessoas, ou a natureza. Universidade Aberta do Nordeste 36 A honestidade é condição fundamental para as relações humanas, para a vida social, e ser desonesto torna a pessoa falsa e injusta para com os demais, e para consigo mesma. Existe um pensamento de Rui Barbosa3 que diz: “De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (Senado Federal, RJ. Obras Completas, Rui Barbosa. v. 41, t. 3, 1914, p. 86) O que você pensa sobre isto? Há um texto de Elisa Lucinda4 que transmite um outro enfoque sobre a mesma questão. Leia a seguir: Só de sacanagem Meu coração está aos pulos! Quantas vezes minha esperança será posta à prova? Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro. Do meu, do nosso dinheiro, que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais. Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova? Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais? É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz. Meu coração está no escuro. A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: “Não roubarás”, “Devolva o lápis do coleguinha”, “Esse apontador não é seu, minha filha”. Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar. Só de sacanagem! Dirão: “Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba” e vou dizer: “Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau”. Dirão: “É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal”. Eu direi: “Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo, mas se a gente quiser, vai dar para mudar o final!” Fonte: www.jornaldepoesia.jor.br/elisalucinda3.html 37 Direitos Humanos e Geração de Paz 3. Rui Barbosa (1849-1923) foi um jurista e diplomata, participou ativamente nas campanhas abolicionistas e no movimento republicano brasileiro. 4. Elisa Lucinda é uma poeta, escritora, jornalista e atriz brasileira. Qual a relação e diferença entre os textos de Rui Barbosa e de Elisa Lucinda? O que você pensa sobre a proposta dela? Qual é a sua contribuição para o mundo ser cada vez mais honesto? Responsabilidade Definir o que é Responsabilidade não é uma tarefa simples. Uma característica indispensável que está ligada ao valor da responsabilidade é o cumprimento de um dever. A responsabilidade é uma obrigação moral ou mesmo um preceito legal, de cumprir com algo que foi comprometido. A responsabilidade também está ligada de forma bem íntima ao sentimento de confiança. Confiamos naquelas pessoas que são responsáveis. Colocamos nossa fé e lealdade naqueles que cumprem com o que nos prometeram. Quando emprestamos um livro ou um DVD a um amigo e esse não nos devolve, ou quando uma pessoa se atrasa e nos deixa esperando, deixamos de depositar nossa fé e confiança nela. Ela também é um sinal de maturidade, pois o ato de cumprir uma obrigação, seja ela de qualquer tipo, não costuma ser algo tão agradável à primeira vista, pois implica esforço. A responsabilidade pode parecer um fardo, mas não cumprir com o prometido pode gerar consequências sérias. Por que a responsabilidade é um valor? Porque graças a ela podemos conviver em sociedade, seja no plano familiar, nas amizades, no âmbito profissional ou mesmo pessoal. Quando alguém comete uma irresponsabilidade pode perder a confiança dos outros. Muitas vezes a irresponsabilidade se origina na dificuldade em definir quais são as prioridades assumidas e ordená-las. Por exemplo: um médico que deixa um paciente esperando, porque ficou folheando um livro que necessitava adquirir numa livraria, tem mal ordenadas suas prioridades, pois comprar o livro bem poderia esperar, mas o paciente, com sua saúde debilitada não. A responsabilidade deve ser algo estável. Todos nós até podemos tolerar a irresponsabilidade de alguém ocasionalmente. Inclusive algumas vezes tomamos atitudes que poderiam ser consideradas irresponsáveis. Mas uma coisa é certa, não conseguimos tolerar a irresponsabilidade de alguém durante muito tempo. O custo da irresponsabilidade é muito alto. No exemplo citado, para o médico poderia representar o agravamento da saúde do paciente, para um governante que usa mal os recursos públicos poderia representar a perda de seu mandato ou até mesmo sua prisão. Os valores humanos são os alicerces de nossa convivência social e pessoal. A responsabilidade é um valor, porque dela depende a capacidade de estabelecermos estabilidade em nossas relações. O que podemos fazer para nos tornarmos mais responsáveis? Uma medida é percebermos que tudo que fazemos, todo compromisso, toda atitude tem uma consequência que depende de nós. Somos nós os responsáveis por nossas ações e não podemos colocar isso como tarefa dos outros. Universidade Aberta do Nordeste 38 Podemos também educar as pessoas à nossa volta para que sejam responsáveis. Não bastaria denunciar o médico ou colocar o político corrupto na prisão, pois outros médicos e outros políticos corruptos poderão surgir. É essencial que possamos criar mecanismos para auxiliar essas pessoas e, para isso, nada melhor que o exemplo, seja através de nossas pequenas ações ou mesmo de campanhas, caminhadas, passeios ciclísticos, entre outras maneiras de divulgar nossa responsabilidade enquanto cidadãos e cidadãs. Pense Nisto Esta é uma história sobre quatro pessoas: “Todo Mundo”, “Alguém”, “Qualquer Um” e “Ninguém”. Havia um importante trabalho a ser feito e “Todo Mundo” tinha certeza de que “Alguém” o faria. “Qualquer Um” poderia tê-lo feito, mas “Ninguém” o fez. “Alguém” zangou-se porque era um trabalho de “Todo Mundo”. “Todo Mundo” pensou que “Qualquer Um” poderia fazê-lo, mas “Ninguém” imaginou que “Todo Mundo” deixaria de fazê-lo. No final: “Todo Mundo” culpou “Alguém” quando “Ninguém” fez o que “Qualquer Um” poderia ter feito. Autor desconhecido Qual a reflexão que você pode fazer deste texto? Você teria como substituir estes personagens por pessoas reais que você conheça? Gratidão Agradecer significa aceitar e celebrar aquilo que nos dão as pessoas à nossa volta, na medida de suas possibilidades. Para algumas pessoas dizer um “muito agradecido”, “muito obrigado”, “grato”, pelas gentilezas do cotidiano é muito fácil: por alguém nos ter preparado o café da manhã, por ter a roupa limpa, o local de trabalho organizado. Contudo, a Gratidão não significa apenas pronunciar palavras de maneira automática, mas um valor que gera uma atitude que nasce do coração, no apreço ao carinho e cuidado que outra pessoa tenha por nós. Devolver um favor não é sinônimo de gratidão: se alguém me oferece um suco, não quer dizer que depois eu tenha que retribuir da mesma maneira e ficar quite, pois o agradecimento está longe de pagar uma dívida, mas reconhecer a generosidade do outro. Estas demonstrações de afeto dão visibilidade ao agradecimento, precisamos delas para que possamos sentir que o que nos une aos outros é muito mais que um jogo de interesses baseados numa relação simples de troca. Durante uma vida inteira somos rodeados de pessoas por quem temos especial consideração por tudo que fizeram de bom para conosco: nossos pais, irmãos, professores, amigos, colegas de trabalho... O motivo que gera nosso agradecimento vem 39 Direitos Humanos e Geração de Paz justamente pelo fato de algumas dessas pessoas as terem realizado em meio a cansaços e/ou entre suas rotinas diárias. Pessoas que nos deram apoio como puderam, com o cuidado que tinham ou com a disponibilidade de recursos que possuíam. Algumas sugestões para se desenvolver a gratidão: • Reconhecer o esforço das pessoas quando nos proporcionam algum tipo de ajuda; • Cultivar o hábito de dizer “muito obrigado”, “muito agradecido”, “grato”... a partir de pequenas coisas; • Prestar atenção em pequenos detalhes na relação com as pessoas: abrir a porta, oferecer um assento no ônibus, servir um café, colocar os talheres na mesa, uma pequena saudação de bom dia, um sorriso. Generosidade É uma maneira de deixar de olhar por um instante para nós mesmos e enxergar as necessidades do outro. Uma pessoa generosa experimenta o gosto e o prazer em compartilhar tudo o que tem, sem afetar a satisfação de suas próprias necessidades, ainda que a história humana seja repleta de exemplos de pessoas que arriscaram suas próprias vidas para ajudar os demais. Quem sabe através desse valor, aqueles que mais acumulam bens no mundo pudessem perceber que a grande massa da população do planeta pouco tem para sua sobrevivência e substituíssem atitudes como ganância, comodidade, egoísmo, pela possibilidade da generosidade vir a resgatar uma nova humanidade. “Dar” é um gesto, mas “dar-se” é um gesto mais difícil e mais elevado. Há coisas que o dinheiro não pode comprar, que conquistamos ao longo de uma vida, fruto de um longo aprendizado. Ser generoso não é dar o resto, a sobra, mas o melhor daquilo que possuímos, nossa capacidade de acolher um amigo, de ajudar uma pessoa doente, um colega de escola numa tarefa, uma atividade no trabalho com dedicação e competência. Que atitudes poderiam nos tornar mais generosos no nosso dia a dia? • Sorrir mais para as pessoas. Está comprovado cientificamente que as pessoas mudam o tônus muscular quando recebem um sorriso; • Oportunizar que outras pessoas possam fazer coisas que frequentemente somos nós que elegemos: a escolha de um filme para assistir, um prato para o jantar, um lugar para passear; • Visitar idosos em asilos e/ou pacientes terminais em hospitais. Possivelmente, ninguém vá ganhar medalha por isso, nem o brilho dos flashes, mas um sentimento que jamais esquecerá e tão pouco a pessoa que receber essa atitude de você. Lealdade A Lealdade é um valor que esteve presente na história da civilização, tanto a ocidental quanto oriental. Aqueles que talvez melhor conheçam o valor da lealdade Universidade Aberta do Nordeste 40 sejam os que, em algum momento de suas vidas, receberam e foram dignos de confiança. Em linhas gerais, todos esperamos lealdade dos demais, e que nunca alguém que conhecemos venha nos trair ou falar mal de nosso respeito. Lealdade implica uma relação de correspondência, onde uma ou mais pessoas, ou mesmo um grupo social, age em nosso favor. É um compromisso em defender nossas convicções ou daqueles em quem confiamos. É muito comum relacionar lealdade a temas como trabalho, civismo, família ou amizade. Dizemos que quando alguém nos fez algo de bom, devemos muito mais que um agradecimento. Se formos leais, temos a possibilidade de aprofundar as relações de amizade, num sinal de maturidade. Sabemos muito bem que podemos ter algumas relações de amizade mais superficiais, ou mesmo trabalhar numa empresa só porque nos pagam. Contudo, a lealdade implica um compromisso maior, é como estar com os amigos nas horas boas e também nas dificuldades; trabalhar não apenas pelo salário, mas pelas convicções e defesa de propósitos. Não é difícil encontrar pessoas que se aproximam de nós para obter algo, e que uma vez obtido o que querem, nos esqueçam, já que deixamos de ser úteis. São pessoas que costumam agir em proveito próprio, exclusivamente para tirar benefícios, não sendo confiáveis. A lealdade não é consequência apenas de um sentimento afetivo, mas de uma elaboração consciente que elege o que é correto. Por exemplo, mentir para encobrir as faltas de um amigo não nos torna leais, mas cúmplices. Da mesma forma como ter claro que o mais importante é viver os valores não somente pelo que representam, ou por que alguém tenha ditado uma norma. A lealdade é acima de tudo uma vivência de integridade. Algumas sugestões: • Sempre nas relações, não faltar com respeito às pessoas: entre pais e filhos, entre a empresa e os empregados, entre a escola, alunos, professores e funcionários; • Convém que se conheça bem os valores de nossos amigos e dos grupos que compartilhamos, para evitar surpresas com pessoas que pensem muito diferente de nós e no futuro nos acusem de desleais por não atendermos às suas expectativas. A amizade é uma das relações na qual a lealdade aparece com muita força. Até onde podemos ir numa relação de amizade? O quanto eu faria por um amigo? Leia o texto a seguir e compartilhe suas ideias com algum amigo ou amiga. Lealdade Ramiro Calle Num antigo reinado, um rebelde havia sido condenado a morrer na forca. Sua mãe morava muito longe e ele queria despedir-se dela. Fez um pedido ao rei para que pudesse passar alguns dias com ela. O monarca impôs apenas uma condição, que um refém ocupasse seu lugar enquanto estivesse ausente e que no caso de não regressar seria executado no seu lugar. 41 Direitos Humanos e Geração de Paz O rebelde procurou o seu melhor amigo e pediu que ele ocupasse seu posto. O rei deu o prazo de sete dias para que o refém fosse executado se neste tempo o condenado não regressasse. Passaram-se os dias. No sexto dia começaram a fazer os preparativos e a anunciar a execução do refém para a manhã do dia seguinte. O rei perguntou pelo estado de ânimo do amigo do condenado aos carcereiros e eles responderam: – Oh, Majestade, ele está verdadeiramente tranquilo. Nem por um momento duvida que seu amigo voltará! O rei sorriu com ironia. Chegou à noite do sexto dia. A tranquilidade e a confiança do refém eram assombrosas. De madrugada, o rei indagou sobre o refém e o chefe da prisão disse: – Jantou esplendidamente, cantou e está extraordinariamente calmo. Não tem nenhuma dúvida que seu amigo voltará! – Pobre infeliz!, exclamou o monarca. Chegara a hora prevista para a execução. Já havia começado a amanhecer. O refém foi conduzido até a forca. Estava relaxado e sorridente. O monarca ficou surpreso ao comprovar a firmeza e a confiança do refém. O carrasco lhe colocou a corda no pescoço e ele, ainda assim, seguia sorridente e sereno. Justamente quando o rei ia dar a ordem para a execução, escutaram-se os cascos de um cavalo. O rebelde havia regressado bem a tempo. O rei, emocionado, concedeu liberdade a ambos os homens. Você já foi leal a seus amigos? Qual a situação mais marcante que você vivenciou de lealdade? Respeito Respeito significa marcar os limites das possibilidades de fazer ou não fazer de cada um, e onde começam as possibilidades de ação dos outros. É a base de coexistência social. As leis, normas, regras, acordos de convivência e regulamentos, estabelecem as bases para essa convivência social. No entanto, o respeito não deve ser apenas às leis ou ao comportamento das pessoas. O respeito é também uma forma de consideração, de reconhecimento e de valorização das virtudes do outro. O respeito implica o cuidado que dispensamos a uma pessoa, à natureza, a um animal, enfim à vida do nosso planeta. Percebemos que uma pessoa é respeitosa não somente quando age educadamente em um ambiente social, mas quando consegue conviver com a diversidade de maneira harmônica. Quer este diferente esteja relacionado ao poder aquisitivo, à etnia, à orientação sexual, ao gênero, à idade, à nacionalidade, entre tantas outras possibilidades que se apresentem. Quando nós somos diferentes em uma determinada situação, queremos e desejamos ser respeitados, o que pode não ocorrer quando o outro nos é diferente. Universidade Aberta do Nordeste 42 Quando falamos em respeito para com o outro significa também respeito aos seus sentimentos, seu momento de vida, seus problemas e dificuldades. Escreva uma lista de situações em que você sente que conseguiu respeitar alguém, nesta perspectiva da história. Perdão Há momentos em que acontecem situações na nossa vida que nos magoam, nos causando dor e sofrimento. Brigas, rupturas e desentendimentos podem gerar sentimentos negativos como inveja, ressentimento, ódio, medo e até desejo de vingança. Nestas situações, as pessoas perdem a tranquilidade e a paz, ocasionando, muitas vezes, uma enormidade de consequências para sua vida e a das pessoas que o cercam. Os ressentimentos nos impedem de viver plenamente. Rever nossas atitudes, considerar que o que nos acontece pode ser para nosso crescimento e aprendizagem, alivia nosso coração. Perceber as limitações do outro, suas fragilidades e também seus medos, talvez nos ajudasse a sentir mais a atitude do outro não por um viés pessoal, mas como um ato de compreensão. Embora não se queira participar mais da convivência com aquela pessoa, e se possa inclusive não querer mais manter uma relação de amizade ou de trabalho, o importante é nos abrirmos para o Perdão. Um ato envolvido em nosso sentimento pode mudar nossas vidas e a dos que nos rodeiam. Assim, é necessário esquecer os pequenos detalhes que nos incomodam, para alcançar alegria nas relações cotidianas, na família, escola ou no trabalho. Evitar maus sentimentos que nos invadem é uma atitude saudável. Perdoar aqueles que nos ofenderam, como um ato voluntário de grandeza, e perceber que nós também podemos ter tido alguma contribuição para a situação chegar onde chegou, ou a pessoa fazer o que fez. Muitas vezes somos passivos diante de situações, nos omitimos, e quando surge a turbulência e nos sentimos feridos, acusamos somente o outro do ocorrido. Precisamos ter cuidado porque a imaginação, o orgulho e/ou o egoísmo pode se tornar a causa de nosso ressentimento. Alguns cuidados que podemos cultivar: • Não interpretar um olhar negativo ou sorridente de outros; não se incomodar quando o tom de voz de uma resposta que recebemos, nos pareça indiferente ou com raiva; ou quando, o que os outros nos fazem não está de acordo com nossas expectativas; • O melhor é não julgar sem antes perguntar o porquê de nos sentirmos atacados ou magoados; • Quando surgir um mal entendido ou acontecer de fato um desentendimento, esteja disposto a esclarecer ou resolver a situação. Encontre o caminho para chegar a um acordo. Ouça com paciência, busque entender os motivos e apresente suas razões e pensamentos em relação ao assunto. Uma vez resolvido, procure esquecer o incidente, como se nada tivesse acontecido; 43 Direitos Humanos e Geração de Paz • O perdão é muito mais fácil do que parece, é só deixar o orgulho de lado e encontrar maneiras de alcançar e manter uma vida saudável e não ceder a sentimentos negativos. Liberdade 5. As teorias libertárias surgiram no séc. XIX como resposta às péssimas condições das jornadas de trabalho na Europa. Costumamos dizer que Liberdade é a capacidade de agirmos pela nossa própria vontade. Uma das características que definem os seres humanos é a possibilidade de se autodeterminarem, seja em nível individual ou coletivo. Uma pessoa “livre” traz para sua existência um enriquecimento de aprendizagens: por lugares por onde passou, pessoas que conheceu, situações que vivenciou. Em nível coletivo, dizemos que um país é livre quando mais se aproxima da democracia, que é não apenas um sistema de governo, mas uma possibilidade de educar os seres humanos a encontrar juntos uma forma de conviver harmonicamente em sociedade. Há alguns anos, encontramos nas ruas de uma cidade uma frase escrita numa grafitagem: “A liberdade do outro amplia a minha ao infinito”. Talvez seja essa a ideia que influenciou em vários países o surgimento de teóricos libertários5, que dedicaram parte do seu tempo a estudar a liberdade em aspectos amplos, não apenas como uma vontade pessoal. Uma pessoa livre não se sujeita a situações ou pessoas que invadem seu modo de viver, assim como da sua família, do seu grupo social ou de sua cidade. Mas agir em liberdade requer também o cultivo das regras de convivência social. Enganamse os que pensam que liberdade seja sinônimo de bagunça ou falta de ordem. Medir a consequência de nossas ações, usar o bom senso nas decisões e a responsabilidade em mantê-las são ferramentas úteis nesse caminho. Outro ponto que chama atenção é que, durante uma vida inteira, os valores podem mudar em graus de importância ou em como se apresentam a nós e aos outros. Ser livre aos 7 anos de idade pode muito bem representar o direito a poder brincar com os amigos na praça, sem a presença do irmão mais velho. Aos 14, ser livre pode ser a vontade e o desejo de namorar. Aos 21 anos, talvez ser livre seja a ânsia em construir um lugar para morar, do seu jeito, para poder receber os amigos. Existe também a questão dos direitos civis que asseguram a liberdade, como a Declaração Universal dos Direitos Humanos, assinada na Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948, que já inicia o primeiro artigo com a frase: “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” E depois mais adiante: Artigo III – “Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.” Essa declaração é um dos documentos mais importantes do mundo e todas as pessoas deveriam conhecê-la. Da mesma forma que os direitos concedem, os direitos também geram deveres. Quando a liberdade não é assegurada, seja porque alguém a impediu de se Universidade Aberta do Nordeste 44 manifestar ou porque no abuso de suas ações cometeu um crime, vemos aí sua privação. As cadeias, assim como certos grupos sociais ou familiares autoritários, costumam ser a expressão máxima do que significa a falta da liberdade. A escravidão também representou isso. Em várias sociedades, em diversos períodos na história da humanidade, seres humanos foram impedidos de se expressarem em liberdade, seja pela cor ou pela posição social que ocupavam. Direito assegurado ou vontade de expressar o que se sente, o fato é que a liberdade gira em torno de nossas atitudes todos os dias. Anda na caneta dos poetas, no coração dos compositores, no andar de peito aberto dos atores. As artes trataram da liberdade em várias manifestações. É um desejo profundo do ser humano. Já na observação dos pássaros, o homem antigo tratou de colocar sua imagem nas cavernas, ou mesmo no carnaval brasileiro, onde o folião grita: “Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós. E que a voz da igualdade seja sempre a nossa voz”6. O papagaio que pede liberdade Esta é a história de um papagaio que se contradizia muito. Vivia numa gaiola há muitos anos e o seu proprietário era um velhinho a quem a ave fazia companhia. Certo dia o ancião convidou um amigo a ir a sua casa para tomar um delicioso chá da Cachemira. Após o chá, os dois homens passaram à sala, próximo à janela onde estava a gaiola. Conversavam animadamente quando o papagaio começou a gritar insistente e veementemente: LIBERDADE! LIBERDADE! LIBERDADE! Não parava de pedir liberdade, durante todo o tempo em que o convidado esteve na casa. Tão grande foi sua súplica que o convidado nem sequer conseguiu terminar de saborear seu chá. Quando ainda estava saindo pela porta, escutava o papagaio gritando: LIBERDADE! LIBERDADE! LIBERDADE! Passaram-se dois dias e o convidado não conseguia parar de pensar com compaixão no papagaio. Tão perturbado ficou, que decidiu que era necessário colocá-lo em liberdade. Tramou um plano, sabia os horários em que o velho saia da sua casa para fazer compras. Iria aproveitar esta ausência e libertar a pobre ave. Um dia depois, quando o velho saiu de casa para fazer as compras, ele entrou na sala e, para sua surpresa, o papagaio continuava gritando: LIBERDADE! LIBERDADE! Isso lhe partia o coração. Quem não sentiria piedade por este animalzinho? Tomou atitude e abriu a porta da gaiola. Então, o papagaio, aterrorizado, lançou-se ao lado oposto da porta da gaiola e agarrou-se com seu bico e unhas nos arames, negando-se a abandoná-la. E seguiu gritando: LIBERDADE! LIBERDADE! 45 Direitos Humanos e Geração de Paz 6. Samba enredo G.R.E.S. Imperatriz Leopoldinense, em 1989. “Liberdade, Liberdade! Abra as asas sobre nós”. O que é liberdade para você? Você se sente livre? Pensar, Sentir e Agir A sociedade moderna, como vimos, fez a humanidade se afastar de sua verdadeira natureza e da importância dos valores. Passaremos a destacar agora, algumas dessas evidências que foram sabotando a maneira como sentimos, pensamos e agimos no mundo. A preocupação excessiva com a imagem que transmitimos aos outros, menos na formação humana e mais na expectativa do que os outros vão pensar de nós, fez com que nos afastássemos de nossa espontaneidade. Nossa livre expressão passou a ser reprimida, já que poderia não ser aceita e fez com que cedêssemos espaço a comportamentos padronizados, seguindo fórmulas do certo e do errado, que passamos a obedecer, em detrimento do que sentimos. As exigências para atender as demandas desse estilo de vida geraram também um tempo diferente daquele onde era possível acompanhar o ciclo das estações, o crescimento de um fruto na árvore ou daquelas pessoas que amamos. A pressa em resolver as coisas, a urgência nesse atendimento, instalou-se em nosso cotidiano de tal maneira que pensamos muito, agimos irrefletidamente, fantasiamos demais, desconectados com a realidade do “aqui-agora” e do contato com o sentir. Essa falta de integração gerou uma divisão fictícia como se as pessoas fossem divididas em três partes: no que sentem, no que pensam e no que fazem. Agindo apenas no pensar, o mundo racional e “objetivo” seria, para alguns, o parâmetro adequado, os fatos justificariam nossas ações e controlariam nossas emoções. Outros dizem que o que importa são nossos sentimentos e que nossas ações deveriam ir ao encontro de sua satisfação. Não se trata de substituir a razão pela emoção, mas realizar uma educação em valores a partir da integração entre pensar, sentir e agir. Quando enfatizamos o sentir, é no sentido de recuperar o tempo perdido e evitar que o “pensar-agir” seja mecânico. A pessoa, sua dignidade e sua identidade saem fortalecidas com a introdução das emoções na educação. As atitudes de mudança podem a princípio ser difíceis, mas permanecer no mal-estar, na dor, na confrontação e na desqualificação nos deteriora, nos incapacita para o crescimento e o descobrimento de novas possibilidades e valores. Necessitamos aprender muitas coisas para melhor viver e conviver, para sermos pessoas mais integradas e construir uma sociedade mais humana e mais justa. A vivência dos valores deve nos conduzir à uma revisão de determinadas maneiras de agir e de interpretar a realidade e a questionar também algumas das ditas “verdades” do nosso modelo cultural. Devemos realizar uma nova leitura do que fazemos no nosso dia a dia, assim como não ficarmos rígidos em ideias preconcebidas sobre pessoas ou fatos, das “certezas” não comprovadas, das condutas automatizadas de nossa cultura. Se Universidade Aberta do Nordeste 46 quisermos ser respeitosos e solidários, não poderemos nos comportar como individualistas e excludentes. Devemos encontrar novos caminhos para resolver os problemas que surgem e colocar diante deles novas perguntas. Devemos resgatar valores como felicidade, solidariedade e nos dar conta de seu significado para os seres humanos. Isso poderá nos levar a novas prioridades mais saudáveis na vida. Síntese Neste fascículo abordamos conceitos fundamentais para o respeito aos Direitos Humanos e à Geração da Paz. Conceituamos valores humanos e escolhemos honestidade, responsabilidade, lealdade, gratidão, generosidade, respeito, solidariedade, perdão e liberdade, dentre muitos para serem trabalhados neste curso. Compreendemos que os Valores Humanos norteiam nossas ações e nos ajudam a estabelecer parâmetros de uma vida social mais digna e cujos direitos sejam respeitados e nutridos. Acreditamos que a reflexão teórica não deva prescindir da reflexão existencial. Para tanto, colocamos ao final de cada explanação sobre um valor, algumas perguntas que gerassem essas indagações, assim como textos que pudessem representar ideias de outros autores e suas visões. Também procuramos trazer, à primeira cena, uma interlocução mais próxima com o leitor, auxiliando-o na perspectiva de promover o autoconhecimento e o reconhecimento de que são as ações diárias que podem resgatar esses valores de um possível esquecimento. A integração entre o sentir, o pensar e o agir foi a maneira que encontramos para favorecer essa janela de possibilidades, esperançosos que dentro das escolas, nas reuniões familiares e entre amigos ou nas relações de trabalhos essas palavras encontrem eco e indiquem caminhos para a construção de um mundo melhor. Essa integração seguirá no próximo fascículo, onde os valores humanos estarão presentes na arte de cuidar e de ser afetivo. A solidariedade será retomada como a mais elevada expressão da afetividade. Atividades 1. Ao longo do fascículo foram apresentados oito Valores Humanos. Você conhece outros que julga importante? Enumere e descreva. 2. Você se sente uma pessoa responsável? Dê exemplo de uma situação onde agiu dessa forma. 3. Você seria capaz de enumerar três diferenças entre honestidade e lealdade? 4. Por que é importante perdoar? 47 Direitos Humanos e Geração de Paz Referências bibliográficas BENNETT, William J. O Livro das Virtudes II. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. BUNGE, Mario. Dicionário de Filosofia. São Paulo, SP: Editora Perspectiva, 2002. CALLE, Ramiro. 101 Cuentos Clássicos de la India. 6ª.ed. Madri, Espanha: Editora Arca de Sabiduria, 1995. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, SP: Ed. Ática, 1994. CHRIS, Rohmann. O Livro das Ideias. RJ: Editora Campus, 2000. CARRIÉRE, Jean-Claude. Contos Filosóficos do Mundo Inteiro. São Paulo, SP: Ediouro, 2009. Dicionário eletrônico HOUAISS da Língua Portuguesa. Dicionário Michaelis. Espanhol-Português. São Paulo, SP: Editora Melhoramentos, 1992. FAGUNDES, Márcia Botelho. Aprendendo Valores Éticos. 5ª. ed. Belo Horizonte, MG: Editora Autêntica, 2003. Autores Cleber Castilhos: Antropólogo e Sociólogo, graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Facilitador em Biodança, graduado pela International Biocentric Foundation – Chile. Delegado em SA 8000 (Responsabilidade Social), certificado pelo Bureau Veritas Quality International em Hong Kong. Professor convidado do Curso de Especialização em Educação Biocêntrica da Universidade de Santa Cruz do Sul. Assessor Técnico do Instituto Nordeste Cidadania – Ceará. Cleusa Maria Denz dos Santos: Licenciatura em Letras - Português e Literatura pela Universidade Federal do Paraná e Mestrado em Linguística Aplicada pela Unisinos/RS. Tem experiência na área de Letras, Biodança, Educação Biocêntrica, Literatura, Ensino Fundamental, Médio e Educação de Jovens e Adultos, além da experiência docente no curso de pedagogia da Uergs (2002/2004) e da experiência com a formação continuada de professores nos estados do Paraná, Ceará e Rio Grande do Sul. Expediente ISBN: 978-85-7529-572-4 Presidente João Dummar Neto | Coordenação do Curso Rosamaria de Medeiros Arnt | Coordenação Acadêmico-Administrativa | Ana Paula Costa Salmin | Editora Regina Ribeiro | Editor Adjunto Raymundo Netto | Coordenador de Produção Editorial Sérgio Falcão | Editor de Design Amaurício Cortez | Projeto Gráfico e Capas Amaurício Cortez e Welton Travassos | Ilustrações Karlson Gracie | Editoração Eletrônica Welton Travassos | Revisão Tarcila Sampaio | Catalogação na Fonte Kelly Pereira Realização Apoio Apoio Cultural