UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA Cristiane Pereira Brito FORUM PERMANENTE PARANA: DA DIVERSIDADE PERSPECTIVAS ETNICO RACIAL E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTACAO DA LEI 10.639/03 CURITIBA 2008 DO NO PROCESSO TERMO DE APROVAC;Ao Cristiane Pereira Brito FORUM PERMANENTE DA DIVERSIDADE ETNICO RACIAL DO PARANA: PERSPECTIVAS E POSSIBILIDADES NO PROCESSO DE IMPLEMENTA<;:Ao DA LEI 10.639/03 Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtengao do titulo de Especialista em Historia e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educagao e Agoes Afirmativas no Brasil, no Programa de Pos Graduagao da Universidade Tuiuti do Parana. Curitiba, 25 de margo de 2008. Nome do Curso: Historia e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educagao e Agoes Afirmativas no Brasil Universidade Orientador: Tuiuti do Parana Prof. Dr. Paulo Vinicius Baptista da Silva Universidade Federal do Parana Departamento de Educagao FORUM PERMANENTE PARANA: DA DIVERSIDADE PERSPECTIVAS ETNICO RACIAL E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENT A9'A0 NO PROCESSO DA LEI 10.639/03 CURITIBA 2008 DO Cristiane Pereira Brito FORUM PERMANENTE PARANA: DA DIVERSIDADE PERSPECTIVAS ETNICO RACIAL DO E POSSIBILIDADES DE IMPLEMENTA<;Ao NO PROCESSO DA LEI 10.639/03 Trabalho de Monografia apresentado ao Curso de Especializa980 em Hist6ria e Cultura Africana e Afrobrasileira, Educa980 e A90es Afirmativas no Brasil, da Faculdade de Ciencias Humanas da Universidade Tuiuti do Parana, como requisito parcial para obten980 do titulo de Especialista. Orientador: Prof0 Baptista da Silva CURITIBA 2008 Dr. Paulo Vinicius ([)eaico este tra6a(fio as minlias ji(1ias Luana e Isa6de pew 6ri(fio que dJio a minlia vUfa com sua eyjstencia e a )'l(tair (fomes (jJrito pew companlieirismo e incentl'()o. :M.inlia trajet6ria nao teria significaao sem des. Agrade~o meus colegas de curso e ao IPAD que me proporcionaram uma visao de mundo mais esclarecida em rela~ao ao que ser negro em Curitiba, no Parana e no Brasil, historicamente, matematicamente, artisticamente, geograficamente, textualmente, fisicamente, biologicamente, quimicamente e filosoficamente falando. Antes, sabia 0 que ser negra em minha individualidade. Agora sei 0 que ser negra na coletividade. e e e SUMARIO 1. INTRODU<;:AO............................................................................................. 2. FORUM PERMANENTE ABORDAGEM DA DIVERSIDADE HISTORICA............................................................................. 2.1 A LEI 10.639/03 10 . 10 2.2 A SECAD E A CONSTITUIC;AO DOS FORUNS PERMANENTES DIVERSIDADE 08 ETNICO·RACIAL: DA ETNICO·RACIAL 13 . 2.2.1 Objetivos Gerais dos F6runs na perspectiva da SECAD............... 3. EMBATES, PROPOSTAS, DISCUSSOES MOVIMENTO NEGRO NO BRASIL E AS QUESTOES 14 E ENFRENTAMENTOS: 0 EDUCACIONAIS..... 18 3.1 A FNB: FRENTE NEGRA BRASILEIRA..................................................... 3.20 TEN: TEATRO EXPERIMENTAL 3.30 MNU: MOVIMENTO 20 DO NEGRO....................................... 21 NEGRO UNIFICADO.......................................... 23 3.4 A CASA DE CUL TURA DA MULHER NEGRA.......................................... 4. 0 FORUM PERMANENTE RACIAL PO PARANA: DE EDUCA<;:AO E DIVERSIDADE TRAJETORIAS, POSSIBILIDADES 23 ETNICO· E PERSPECTIVAS...................................................................................... 4.1. MOVIMENTO NEGRO EM CURITIBA INTEGRANTES 26 DO FORUM: AC;OES, DIALOGOS E LUTAS DE ENTIDADES ENGAJADAS NA POLlTIZAC;AO DA POPULAC;AO NEGRA................................................. 4.2 0 MOVIMENTO SINDICAL COM 0 FORUM PERMANENTE QUE CONTRIBUEM DIVERSIDADE ETNICO·RACIAL 4.3 AC;OES E CONTRIBUIC;OES FORUNS PERMANENTES 4.4 SECRETARIA MECANISMOS 31 EXPERIENCIAS DE EDUCAC;AO E DO PARANA............................. DAS PREFEITURAS MUNICIPAlS 33 NOS DA DIVERSIDADE.................................... 34 DE ESTADO DA EDUCAC;AO DO PARANA: PARA IMPLEMENTAC;Ao 5. CONSIDERA<;:OES 6. REFERENCIAS 7. GLOSSARIO DE PROFESSORES: DA LEI 10.639/03 . FINAIS......................................................................... BIBLIOGRAFICAS DE TERMOS 36 38 . 42 . 44 INTRODUC;AO A luta do Movimento propria Negro pelo direito de ter sua historia contada popula<;:ao negra, vem sendo academicos, uma vez que os textos ficam muito aquem da verdadeira aconteceram. formaram Brasil A exemplo quando na homens condi<;:ao organizaram disso de objeto de embates e imagens a partir da nos espa<;:os politicos estampadas e nos livros didilticos historia pois nao retrata os fatos como realmente podemos citar as incontilveis e mulheres negras e negros, escravizados seqliestrados que se desde que chegaram do ao longo de mais de quatro seculos de luta, rebelioes continente ao africa no, muitas destas arrastando- se ate os dias atuais, heran<;:a triste da imagem projetada pelos brancos da condi<;:ao de inferioridade escolares, da popula<;:ao negra, a quem era negado aos bancos dentre outros direitos, mesmo apos libertos ou alforriados. Diante das dificuldades enfrentadas publicas, jil que toda sorte de empecilhos nao restava importantes 0 acesso alternativa letras, conhecimento falando, conseguir Ihes era impostas, a nao ser buscar culturalmente para nos meios os mecanismos estudar nas escolas aos afrodescendentes informais, mas nao menos para ingressar no mundo este que Ihes abriria ainda mais espa<;:o para reivindicar das seus direitos. Ao longo destas lutas, descendentes e criaram entidades que se mobilizavam enquanto brasileiros, bancos cidadaos escolares e mais dentre de africanos na diilspora e cobravam os quais recentemente, do poder publico seus direitos 0 acesso e a permanencia pela publica<;:ao da real popula<;:ao nos Iivros didilticos. Parte desta promulga<;:ao da Lei 10.639/03, que torna obrigatorio organizaram-se reivindica<;:ao foi 0 ensino historia atendida nos desta com a sobre a historia e 8 cultura afro-brasileira. efetivasse, Porem, varios obstaculos surgiram para fato este que gerou e vem gerando uma mobilizagao de faze-Ia cumprir. Entao, novamente, MEC - Ministerio Municipios, da Educagao, 0 Movimento mecanismos que as redes estaduais, municipais a tematica em seu Projeto Politico Pedagogico, que a Lei se nacional no sentido Negro Nacional busca junto ao que possam "cobrar" de Estados e particulares de ensino contemplem em todas as disciplinas e do curriculo escolar. Para subsidiar professoras 0 trabalho em seu cotidiano da equipe escolar e atendendo Negro a MEC cria as Foruns Permanentes e estaremos discorrendo No capitulo seguinte e para a Ensino a trabalho aos professores a reivindicagao da Diversidade abordaremos e do Movimento Etnico-Racial a importancia das discussoes Lei 10.639/03 e das Diretrizes Curriculares considerando junto no Estados sabre esse evento historico em nosso primeiro capitulo. nacional para a desencadeamento Etnico-Raciais pedagogica que resultaram Movimento Negro na elaboragao da Nacionais para a Educagao das Relagoes de Historia da Frente do Negra e Cultura Brasileira, Afro-Brasileira do Teatro e Africana Experimental do Negro e a Casa de Cultura da Mulher Negra. No proximo estadual, do movimento desenvolvimento mecanismos capitulo iremos sindical abordar das a importancia prefeituras de agoes para a enriquecimento do movimento municipais SEED no do Forum e na construgao de que propiciem a redugao das desigualdades e da no Estado. No ultimo capitulo faremos uma analise geral on de explicitaremos Permanente da Diversidade implementagao Etnico-Racial negro se a Forum do Parana tem, de fato, contribuido da Lei 10.639/03 e quais avangos promoveram-se com a a partir dele. 9 2. FORUM PERMANENTE DA DIVERSIDADE ETNICO-RACIAL: ABORDAGEM HISTORICA 2.1 A LEI 10.639/03 Antes fundamental instaurados de iniciarmos qualquer discussao comentar que movimentos anteriores seus descendentes na essencia Permanentes, e para que estes fossem Negros e do atual governo, dos africanos na diaspora 1 e de nascidos no Brasil. Historicamente representatividade raizes hist6ricas os F6runs ocorreram tomando por base as a<;:oesdos Movimentos de modo a resgatar os Movimentos Negros nacionais vem lutando para que sua seja legitimada na esfera do governo, mas ate a ultima gestao do governo anterior, sofridos pel a popula<;:ao afro-descendente educacional sobre pouco ou nada se fez. que atinge este grupo Por conta das discrimina<;:oes e racismos do pais, em particular. ha uma Podemos grande defasagem constatar facilmente estes fatos ao lembrar que "0 Brasil, Colonia, Imperio e Republica, teve historicamente, no aspecto legal, uma postura ativa e perm iss iva diante da discrimina~ao e do racismo que atinge a popula~ao afro·descendente brasileira ate hoje. 0 Decreto nO 1.331, de 17 de fevereiro de 1854, estabelecia que nas escolas publicas do pais nao seriam admitidos escravos, e a previsao de instru~ao para adultos negros dependia da disponibilidade de professores. 0 Decreto nO 7.031-A, de 06 de setembro de 1878, estabelecia que os negros s6 podiam estudar no periodo noturno e diversas estrategias foram montadas no sentido de impedir 0 acesso pleno dessa popula~ao aos bancos escolares." (MEC, 2004, P. 7) I A Diaspora Africana compreende dois momentos principais. 0 primeiro, gerado pelo comercio de escravo, ocasionou a dispersao de povos africanos tanto atraves do Atlantico quanto atraves do oceano Indico e do Mar Vermelho, caracterizando um verdadeiro genocidio, a partir do seculo XV quando talvez mais de 10 milhoes de individuos foram levados, por traficantes europeus, principalmente para as Americas. 0 segundo momenta ocorre a partir do seculo XX, com a imigra~ao, sobretudo para a Europa, em dire~ao als antigas metr6poles coloniais. 0 termo "Diaspora" serve tambem para designar, por extensao de sentido, os descendentes de africanos nas Americas e na Europa e 0 rico patrimonio cultural que construiram. (LOPES, 2004) 10 Os direitos descendente possivel de cidadao mesmo depois da promulga9ao verificar subjetivas mais elementares que estamos frente e objetivas de preconceito, que enfrentam dificuldades da Constitui9ao a uma para 0 acesso forma9ao as mazelas e avan90s da sociedade de afirma9ao da superioridade professores da branco europeia, sociedade marcada estao por posturas nas escolas e transforma9ao e enquanto (MEC, onde sao espa90 hegemonico a escola tornou-se evidenciadas afro- aos negros e negras e a permanencia reproduzidas representa90es realidade a popula9ao de 1988, pois ainda e racismo e discrimina9ao 2004). Sendo a escola um lugar de discussao, as sao negados e um lugar onde exteriorizadas por e alunos, podendo -se dizer que A educa((ao constituiu-se um dos principais ativos e mecanismos de transforma((ao de um povo e e papel da escola, de forma democratica e comprometida com a promo((ao do ser humane na sua integralidade, estimular a forma((ao de valores, habitos e comportamentos que respeitem as diferen((as e as caracteristicas pr6prias de grupos e minorias. Assim, a educa((ao essen cia I no processo de forma((ao de qualquer sociedade e abre caminhos para a amplia((ao da cidadania de um povo." (MEC, 2004, p. 07) e Frente educa9ao as dificuldades que se apresentaram onde os valores hist6ricos fossem apresentados a comunidade e civilizat6rios no sentido da popula9ao escolar e a sociedade Africa e dos africanos que desencadeia Brasil e da sociedade Imediatamente Especial de Politicas programa afro-descendente dos a Lei 10.639, sancionada obrigat6rio 0 ensino no curriculo escolar do ensino fundamental 0 resgate da contribui9ao uma com 0 protagonismo pr6prios negros, em 09 de janeiro de 2003 e promulgada em mar90 de 2003 pelo atual governo, tornando de buscar da Hist6ria da e medio, fato este dos negros na constru9ao e forma9ao do brasileira. depois de sancionada a Lei e criada a SEPPIR Pliblicas de Promo9ao da Igualdade de Politica Nacional de Prom09ao da Igualdade - Secreta ria Racial dando inicio a um Racial de maneira que "", II recolocou a questao racial na agenda nacional e a importancia politicas publicas afirmativas de forma democratica, de se adotarem descentralizada e transversal" (MEC,2004). Ap6s a criagao da SEPPIR 0 passo seguinte foi a elaboragao de diretrizes que orientassem a elaboragao implementagao de projetos da Lei 10.639/03, e agoes que tivessem como objetivo pauta esta que tambem seria reivindicada Movimento negro que via a necessidade de estabelecer eixos norteadores a pelo para os processos educativos que estivessem empenhados em valorizar a hist6ria e cultura dos afro-brasileiros e comprometidos com a educagao de relagoes etnico-raciais positivas. Face as novas demandas geradas a partir da Lei 10.639/03, de 2004 sao aprovadas as Diretrizes Curriculares Relagoes Etnico-Raciais Africana, visando em 10 de margo Nacionais para a Educagao das e para 0 Ensino de Hist6ria e Cultura Afro-Brasileira regulamentar a alteragao na Lei de Diretrizes e Bases e da Educagao, visando 0 cumprimento dos artigos 26-A e 79-B2 o buscar Ministerio da Educagao, que na atual gestao, trabalhou no sentido de "". um conjunto de medidas e agoes com 0 objetivo de corrigir injustigas, eliminar discriminagoes sistema educacional e promover a inclusao social e a cidadania para todos no brasileiro" (MEC, 2004), cria Secreta ria de Educagao Continuada, Alfabetizagao em julho de 2004 a SECAD e Diversidade cujo principal objetivo e a contribuigao efetiva para a redugao das desigualdades educacionais onde toda a comunidade seminarios escolar participe de encontros, debates, e simposios, cujo prop6sito seja a instauragao de politicas publicas que assegurem a 0 Artigo 26-A estabelece que "Nos estabelecimentos de ensino fundamental e medio, oficiais e particulares, torna-se obrigat6rio 0 ensino sobre Hist6ria e Cultura Afro-8rasileira" e 0 Artigo 79-8 determina que "0 calendario escolar incluira 0 dia 20 de novembro como 'Oia Nacional da Consciemcia Negra' ". 2 12 ampliac;:ao do acesso mais excluidas. a educac;:ao Tambem politico-pedag6gicos de forma continuada, em especial faz parte de seus interesses voltados para os segmentos as populac;:oes a orientac;:ao de projetos da populac;:ao vitima de discriminac;:ao e de violencia. 2.2 A SECAD DIVERSIDADE E A CONSTITUIC;Ao DOS FORUNS PERMANENTES DA ETNICO-RACIAL A SECAD possui atualmente ligados a questoes educacionais 6rgaos que trabalham um organograma desenvolvem onde quatro departamentos um trabalho objetivando com a formac;:ao educacional, atingir varias tanto publica quanta privada, a saber: o • Departamento de Educac;:ao de Jovens e Adultos • Departamento de Educac;:ao para Diversidade • Departamento de Desenvolvimento • Departamento de Avaliac;:ao e Informac;:oes Educacionais Departamento esfera SECAD Educacional, e Cidadania, possui e cinco cada qual com a func;:ao de atender a determinada da educac;:ao. Para melhor compreensao destacando e Articulac;:ao Institucional de Educac;:ao para Diversidade coordenac;:oes a ele vinculadas, e Cidadania a posic;:ao da ilustramos Coordenac;:ao pelos motivos que descreveremos mais de abaixo a estrutura Diversidade e da Inclusao a frente. 13 Nesta estrutura e responsavel acesso por elaborar e a perman€mcia escolar e por responsavel quando a Coordenagao e implementar politicas de afro-descendentes fortalecer e valorizar pela proposta foram Geral de Diversidade a programados 20 f6runs diversidade necessidade a SECAD das relagoes etnico-raciais publica de ensino em particular, os niveis para discutir descentralizadas foi criada ja havia ampla da Lei 10.639/03, que favoregam etnico-racial de delegar aos estados a tarefa de promover da implementagao educagao quando Educacional 0 da educagao brasileira. Eo em todo pais e a partir de 2004, estaduais cotidiano escolar, e que iniciaram as discussoes Em 2004, educacionais em todos dos f6runs estaduais e Inclusao problematizando a desigualdade do MEC/SECAD. discussao espagos questoes no interior das escolas, no sobre a para discussao relacionadas da rede particular a e e na sociedade de modo geral. 2.2.1 Objetivos Gerais dos F6runs na perspectiva da SECAD: 14 Considerar os caminhos acontecer, significa elaborados. A SECAD, que vem mantendo com as Secretarias pensar percorridos a partir ate que os foruns estaduais de quais propositos os mesmos um dialogo junto ao movimento Estaduais de Educac;:ao, estabeleceu a foram negro e uma serie de objetivos que visam amp liar e fixar a realizac;:ao dos eventos em todas as unidades tornando-se passaram da federac;:ao, dessa forma uma politica de governo, quic;:a uma politica de Estado. No quadro seguir, buscamos demonstrar para que fossem instaurados os objetivos estabelecidos pelo MEC/SECAD, os foruns estaduais: 1 Garantir a todos 0 acesso e a permanencia, educacional. com qualidade, 2 Debater a discriminac;:ao, a cultura e a historia dos afro-brasileiros. 3 Discutir alternativas para a criac;:ao de politicas publicas na educac;:ao basica para 0 combate a discriminac;:ao e a desigualdade racial. 4 Articular e fortalecer a rede de sistemas de ensino para 0 combate a exclusao educacional. 5 Fortalecer os valores civilizatorios diversidade etnico-racial do pais. 6 Articular e fortalecer uma rede de profissionais de educac;:ao compromissados com a implementac;:ao e a valorizac;:ao da diversidade etnico-racial na sociedade brasileira. 7 Estruturar estrategias racial. 8 Criar vinculos de ac;:aoconjunta entre governos e sociedade combate a discriminac;:ao e a desigualdade racial. 9 Estruturar estrategias para 0 reconhecimento exclusao educacional. afro-brasileiros para 0 reconhecimento no processo e 0 respeito a e combate a discriminac;:ao civil para 0 e combate as situac;:6es de Quadro 1: Objetivos dos F6runs Permanentes de Educag80 e Diversidade Etnico-Racial 15 10 Articular e fortalecer a rede de sistemas de ensino para atentar para as necessidades especificas dos grupos discriminados. 11 Apresentar iniciativas para a acesso e permanencia em todos as niveis de ensino. 12 Elaborar documentos com propostas de melhoria de condic;:oes de acesso e permanencia de alunos/as no sistema de ensino. 13 Difundir as DCHCA junto aos sistemas de ensino. 14 Incluir na agenda de discussoes dos/as gestores/as educac;:ao, a reflexao, a conhecimento e as estrategias sabre a racismo, a preconceito e a discriminac;:ao racial. 15 Difundir experiencias bem sucedidas de superac;:ao da discriminac;:ao racial nos sistemas de ensino. 16 Subsidiar as sistemas de ensino na sua operacionalizayiio 17 Mapear as experiencias bem sucedidas de ingresso e permanencia alunos/as negros/as nas escolas. 18 Discutir a DCHCA sob a perspectiva Continua,ao Quadro 1: Objetivos dos Foruns Uma vez conhecidos estabelecidos do protagonismo Permanentes as objetivos de Educa,ao pel a MEC par meio da SECAD, no ana de 2004 em aproximadamente debater possibilidades objetivos movimentos discussao foram de aplicac;:ao da Lei 10.639/03. sendo elaborados negros organizados, sobre discriminac;:ao e racismo, para a discussao 0 Parecer Conselho que Pleno, definiu a partir e entidades 03/2004 publicos/as da de intervenc;:ao das DCHCA . E nos f6runs as Diretrizes fundamental de discussoes Nacional Curriculares de da federac;:ao, visando para lembrar entre sindicais que mantinham Conselho estaduais, uma serie sendo um dos documentos do de Etnico-Racial desenvolveram-se 20 unidades negra juvenil. e Diversidade a serem discutidos eventos estes da juventude que governo, coletivos de norteadores de Educac;:ao e do a Educac;:ao das 16 Rela<;:oes Etnico-Raciais Africana, diretrizes e para 0 Ensino estas que foram elaboradas onde grupos de trabalho por Petronilha referencia de Hist6ria Beatriz constituidos icone de Negro relativas ao racismo nos sistemas educacionais enfrentamento papel fundamental das injusti<;:as naturalizadas brasileiro como a realiza<;:ao dos f6runs permanentes todo pais, constituindo-se de ensino, do Movimento Ap6s sua cria<;:ao a SECAD veio a desempenhar medidas Afro-Brasileira esses eventos e de acordo com um plano de a<;:ao por niveis e modalidades Gon<;:alves e Silva, nas discussoes e Cultura nos sistema da diversidade como uma das relatado brasileiro, do Brasil. propondo educacional etnico-racial em a<;:oes afirmativas3 de combate ao racismo. Agoes Afirmativas constituem-se em politicas de combate ao racismo e a discriminagao racial mediante a promogao ativa da igualdade de oportunidades para todos, criando meios para que as pessoas pertencentes a grupos socialmente discriminados possam competir em mesmas condigoes na sociedade. Podem ser estabelecidos na educagao, na saude, no mercado de trabalho, nos cargos politicos, enfim, nos setores onde a discriminagao a ser superada se faz mais evidente e on de e constatado um quadro de desigualdade e de exclusao. (Munanga, 2006, p. 186). 3 17 3. EMBATES, MOVIMENTO mesmo de serem embarcados descarregados africanos nos portos organizavam E posteriormente brasileiros 0 EDUCACIONAIS em navios de transporte escravo na condic;:ao de "coisa", Primeiramente, contra pelos seus direitos pela conquista ou como libertos. ENFRENTAMENTOS: sua a situac;:ao de seqUestrados e de liberdade fosse ela como forros Porem, com 0 intuito de negar os epis6dios sucessivamente ate os negros rebelioes jamais, como querem nos fazer crer, aceitando condic;:ao de escravizado. aconteceram DISCUSSOES NEGRO NO BRASIL E AS QUESTOES Antes serem PROPOSTAS, desde 0 periodo escravista, tratar-se de um pais que vivia um estado de democracia de racismo que muitos autores afirmavam racial. Entretanto, segundo Silva o Brasil e um pais no qual a ideia de que as relayoes entre os grupos raciais sao cordiais foi formulada e difundida nas decadas iniciais do seculo e passou a ter ampla aceitayao, tendo repercussoes ate os dias atuais. Diversos atores sociais, em particular academicos brasileiros e brasilianistas norte-americanos, ajudaram na construyao da ideia de uma "democracia etnica", com a concepgao de que a discriminayao nao tinha lugar no Brasil. Em 1964 0 soci610go Florestan Fernandes apresentou 0 conceito de "mito da democracia racial", que passou a ser amplamente utilizado na academia e pelos movimentos sociais para descrever as relayoes raciais brasileiras, nas quais a aceitagao transparece no discurso, mas os processos de discriminagao continuam a determinar as relagoes. Os negros (e indigenas) continuam por todo 0 seculo com acesso negado aos bens sociais, materiais e simb6licos. (SILVA, 2005, p. 01) xx xx Tendo em vista que concepc;:oes err6neas ace rca das relac;:oes raciais, como afirma SILVA, ainda estao presentes no ideario da populac;:ao brasileira, paradigma discussao a muito cristalizado e persistencia naturalizado nas relac;:oes sociais, para que sejam elaboradas politicas superar este requer ampla publicas de reparac;:ao 18 a aos afrodescendentes, necessitando um sem numero de eventos na busca de reverter este processo. Contudo, enfrentamentos didaticos nos eventos movimento em sala de aula, onde 0 escravizado condigao fosse naturalizada, contemplando pelo social que se planejam para que as afirmagoes constantes utilizados reestruturados organizados sao elaborados aparece para que conteudos nos . os materiais como se sua sejam revistos e de modo que a hist6ria seja contada como realmente os anseios e angustias dos afrodescendentes4 negro aconteceu, Segundo Cunha Jr. ... os negros nao se deixaram escravizar, foram forc;:ados, foram coagidos ao escravismo. Escravismo e crime e os escravizadores e quem tem que ter vergonha do modo de produc;:ao que implantaram no Brasil. Tem que ter vergonha e assumirem sua historia sem procurar dividir a culpa com os africanos e descendentes de africanos. 0 escravismo e 0 racismo sofridos por nos negros foram por causas politicas e economicas. Unica e exciusivamente pela sede de poder e dominac;:ao dos europe us. As outras justificativas como cultura e inteligencia sao apenas ideologicas de se isentarem dos crimes cometidos. (CUNHA JR, 2006, p. 07) Alem da condigao naturalizada de escravizado d6cil, outro tanto de materiais didaticos apresentam a hist6ria do povo negro como estas distorgoes comentadas por Cunha Jr. levando, por conseguinte, os alunos a acreditarem que s6 foi escravo quem quis. Por conta desse e de outros motiv~s, alguns ja apresentados neste trabalho, e que os problemas gerados nos espagos de educagao formal tornaram-se objeto de grande preocupagao lembrar, entidades algumas do movimento que fizeram social negro sobre hist6ria proporcionando 0 qual, condigoes cabe de estudo para 0 povo negro. Porem, 0 debate acerca das relagoes raciais no Brasil, teve fases diferenciadas, por conta da conjuntura politica de cada epoca da hist6ria 40 termo afrodescendente se refere aos/as descendentes de africano(als) na diaspora, em contextos de aproximac;:ao politica e cultural, e e utilizado como correlato de negros(as) (ou, as vezes "pretos") nos paises de lingua portuguesa, como 0 Brasil, de african american, na lingua inglesa, em paises como Estados Unidos (onde se usa tambem 0 temo black). Glossario de Termos e Expressoes Antiracistas, MEC, 2006, p. 219. 19 do pais, tendo enfoque mais preocupado com indicadores educacionais na segunda metade do seculo XX. Ainda, segundo Cunha Jr Os movimentos Negros da decada de 70 foram fomentadores de uma preocupa9ao particular sobre a problematica da educa9ao e das rela90es interetnicas. A partir destes movimentos socia is surge uma gera9ao de educadores e pesquisadores trabalhando as tematicas dos afrodescendentes nos sistemas de produ9ao e transmissao da cultura (2001, p. 6) Fazendo frente ao cenario que movimento negro tomam a frente educacional para a popula9ao negra. se configurava na epoca, em busca de espa90s entidades de forma9ao do politica e 3.1 A FNB: Frente Negra Brasileira: Como no imaginario "pe9as" de escravizados instaladas sobre qualificativos como parte de heran9a de que sao pouco pejorativos Incisivamente, estados brasileiros, educa9ao passados que, por long a data, tiveram em seu poder de familias no pais, durante muito tempo e ate os dias atuais, criou-se os negros institui96es daqueles transmitidos um conjunto levantaram publicas da educa9ao qualificados para os estudos, europeias uma imagem dentre outros de pai para filho. de entidades bandeiras do movimento negro, em varios sobre a questao da educa9ao formal em basica (antigo ensino de 1a e 2° grau) e com na superior, desde os anos 20 do seculo passado, fazendo criada para atender e informar a popula9ao usa da imprensa negra em uma serie de publica96es. A educa9ao formal sempre se constituiu em marco no panorama das reivindica90es do Movimento Negro na luta por uma sociedade mais justa e igualitaria. Ao longo do seculo XX, a imprensa foi intensamente utilizada como instrumento de suas campanhas, com destaque para os peri6dicos a Baluarte (1903), Menefik (1915), A Rua (1916), Alfinete (1918), a Uberdade (1919), A Sentinela (1920), 0 Getulino (1923) e 0 Clarim d'Alvorada (1924). CAVALLEIRO, 2006, p. 16. a a 20 A segunda decada do seculo XX foi marcada 5 Brasileira em dar condiyoes de formayao entidade criando salas de alfabetizayao, onde foram formayao atendidos educacional da Frente Negra e politica aos integrantes escola primaria e curso de formayao mais de 4000 alunos. politica, tomando-se pela iniciativa Promoviam tambem um partido politico no ana de 1936. da social, palestras (SILVA, para p. 197 sid) Grandes nomes do Movimento que havia side senador da Republica, sua influE!ncia para conseguir socia is que afetavam lideres como educayao algo que deveria este um dos fatores Pemambuco, faziam parte do quadro da FNB e utilizavam avanyos sobremaneira Raul Joviano Negro Nacional, como Abdias do Nascimento no sentido a populayao do Amaral, entao ser realizado negra. com outros da entidade, iniciativa de outros Bahia, Rio Grande as desigualdades Juntamente presidente pela pr6pria que levou a fundayao Rio de Janeiro, de reduzir viam na dos negros sendo nucieos da entidade do Sui, entre outros. (SILVA, em p. 197). 3.20 TEN - Teatro Experimental Surgido desempenhou no ana de papel importante do Negro 1944, 0 Teatro para a educayao Janeiro. Fundado por Abdias do Nascimento, Experimental do Negro dos negros no estado tinha, inicialmente, tambem do Rio de a missao de formar atores e atrizes negras abrindo espayo no campo das artes cenicas no Brasil. 0 TEN "foi responsavel tambem pela publicayao do jornal Qui/ombo, 0 qual retratou 0 A FNB - Frente Negra Nacional, foi uma das entidades negras de maior relevancia da decada de 1920, desempenhava papel de extrema importancia no resgate a auto-estima e na formac;:ao educacional da populac;:ao negra do estado de Sao Paulo, inicialmente. 5 21 ambiente politico e cultural democracia contemporanea" de mobiliza!(ao anti-racista no Brasil, no inicio da (MUNANGA, 2006, p. 121). Outro nome que devemos citar ao falar do TEN e Solano Trindade, grande ator, pintor e poeta que tambem valorizou a arte negra por meio de seus trabalhos mais conhecidos no exterior do que no Brasil. Tendo como objetivo principal a liberta!(ao cultural do povo negro, 0 TEN buscava valorizar a cultura dos negros por uma visao que Ihe fosse propria. Abdias do Nascimento afirmava que Todos estavam acostumados a colocar que 0 Teatro nasceu na Grecia, mas mil anos antes ja havia textos dramaticos no Egito Negro. Precisavamos, entao, criar personagens baseados na mitologia africana porque foi a partir da Africa que essa cultura se expandiu e foi copiada pelos negros. A ra9a negra tem mitologia e filosofias bem fundamentadas e isso era 0 que queriamos mostrar. (Eparrei. Santos: Casa da Cultura da Mulher Negra, n.4, ana II, p. 29-31, 2003 apud MUNANGA, 2006, p. 122). Entretanto, 0 TEN possuia em seus quadros as pessoas que mais sofriam discrimina!(oes operarios sem (NASCIMENTO, perante a sociedade qualifica!(ao, as condi!(oes ministradas frequentadores 2002 in CAVALLEIRO, pessoas que mais precisariam superar os tais como favelados, empregadas atendidos aproximadamente terreiros, 2006, p. 17). Justamente obter os conhecimentos debilitadas em salas cedidas de em que viviam. entre 0 TEM pela Uniao Nacional dos Estudantes 600 alunos. (TEM, 1948, P.7 in outros. essas eram as necessarios Entao, domesticas, para buscar aulas eram onde foram CAVALLEIRO, 2006, P. 17). Ainda sobre a educa!(ao 0 TEM lutava pelo ensino gratuito para todas as crian!(as brasileiras. Acreditava procedimentos culturais que 0 combate ao racismo se daria por meio de e educativos, vias estas por onde seria restituida a verdadeira imagem historica do negro. 22 3.30 MNU - Movimento Negro Unificado: No dia 18 de junho de 1978, e fundado em Sao Paulo 0 Movimento Unificado Contra a Discrimina<;ao Racial - MNUCDR, que mais adiante passou a denomina<;ao de Movimento contra Negro Unificado. a morte de um 0 MNU surgiu ap6s mobiliza<;ao rapaz negro numa delegacia de que protestava Sao Paulo e pela discrimina<;ao racial sofrida por atletas negros no Clube de Regatas Tiete. Marca registrada do MNU a luta contra sua funda<;ao sendo educa<;ao escolar. Nacional encontro uma de suas varias A proposta da Consciencia de entidades racismo vem sendo realizadas propostas Negra, foi levantada inicialmente negras ocorrido em Salvador escolares a supera<;ao de que 0 dia 20 de novembro no ana de 2003, a Lei 10.639 e promulgada nos calendarios 0 do racismo se tornasse pelo MNU em na Dia um no ana de 1978. Mais adiante, com a inclusao do artigo 79-B, que inclui 0 20 de novembro Negra, fato este de extrema importancia desde como Dia Nacional da Consciencia para alunos e alunas negras resgatando um marco na hist6ria do negro no Brasil. Tambem e marcante a participa<;ao de representantes do MNU em eventos que discutam quest6es raciais no ambiente escolar, nas faculdades os postos de trabalho, denunciando as desigualdades raciais, e universidades, e construindo um projeto politico do ponto de vista do povo negro. 3.4 A CASA DE CUL TURA DA MULHER NEGRA Entidade fundada no final do mes de julho do ana de 1990, a Casa de Cultura da Mulher Negra, que tem em Alzira Rufino sua fundadora, na iuta pelos direitos da mulher negra. Tambem uma referencia nacional tem uma participa<;ao fundamental 23 sobre as quest6es combate educacionais ao racismo denuncias quando em escolas em 1997 e universidades lanc;:ou uma por conta campanha de uma serie de de que vinham ocorrendo ate entao. Ao investigar os problemas desencadeados pelo despreparo das instituic;:6es de ensino sobre as quest6es de racismo e discriminac;:ao, a Casa pode verificar que o bom desempenho atividades de crianc;:as negras se tornava educacionais da baixada santista mais dificil porque vinham racismos e discriminac;:6es, fatos estes determinantes recheadas muitas das de preconceitos, para a reduc;:ao da auto-estima destes estudantes. Para diminuir os impactos de uma educac;:ao racista a Casa ve propondo educac;:ao que busque hist6rias sobre organizados utilizados campanha os reforc;:ar a dignidade icones negros do povo negro ilustrando brasileiros para combater desde a escravidao ideologicamente. e os ate os mecanismos Frente aos problemas para os educadores movimentos levantados, onde sete pontos fundamentais de uma e relatando resistencia de desigualdade a Casa elaborou deverao uma nortear as ac;:6es nos espac;:os escolares. Atividades de sensibiliza<;:ao, percep<;:ao das manifesta<;:oes verbais e atitudes que levam a exclusao dos alunos negros; analise dos efeitos psicol6gicos do racismo sobre crian<;:as negras e brancas; abolir 0 conceito de que a ra<;:a negra teve na forma<;:ao do povo brasileiro participa<;:ao apenas no folclore; utilizar 0 folclore aproveitavel para alunos em forma<;:ao; rever e mudar conceitualmente a forma de contar a Hist6ria Geral e do Brasil. Existem grandes lacunas nos livros didaticos sobre a atua<;:ao do negro na trajet6ria do pais; convidar representantes do movimento negro, pesquisadores/as da ra<;:a negra para palestras, debates, seminarios em sala de aula e promover visitas de estudantes aos espayos culturais, sedes de organiza<;:oes negras, centr~s de estudos afro-brasileiros para pesquisa nas pr6prias fontes. (CASA DA CUL TURA NEGRA DA MULHER NEGRA, internet 18/02/2008) 24 Ressaltamos trabalhando que muitas outras entidades negro nacional vem no sentido de buscar condi90es de vida melhor para a popula9ao em especial nas escolas, faculdades e universidades locais estes onde se formam e foram formados compreendiam a necessidade nao como objetos eventos do movimento publicas espalhadas na visao do outro, atuando como os f6runs permanentes pelo pais, muitos lideres que hoje e no passado de contar a hist6ria do povo negro enquanto de pesquisa negra de educa9ao sujeitos e de modo a organizar e diversidade etnico-racial nos estados. 25 4. 0 FORUM PERMANENTE DO PARANA: TRAJETORIAS, o Forum Parana Permanente constituiu-se, Educa9ao, atraves DE EDUCAC;;:A.OE DIVERSIDADE POSSIBILIDADES vimos da SECAD, anteriormente, resultado da Universidade representantes superior, do governo entidades remanescentes educadores federal, sindicais e de quilombos, por iniciativa do Parana, estadual do em julho organiza90es negro, da Carta do Parana6 , do Ministerio Ocorrido de 2005 e municipais, movimento do Estado do do movimento da Lei 10.639/03. movimento negro, no Teatro de ensino estudantil, educadoras e evento este que culminou sendo esta um instrumento nas a90es que viriam a ser concretizadas da reuniram-se institui90es nao-governamentais, de todas as regioes do estado do Parana, com a elabora9ao importante Federal Etnico-Racial das mobiliza90es como uma das medidas para a implementa9ao da Reitoria E PERSPECTIVAS de Educa9ao e Diversidade como ETNICO-RACIAL posteriormente reivindicatorio na luta por uma educa9ao anti-racista. Com institucionais 0 advento do Forum com 0 objetivo concreto foi a elabora9ao Estadual criou-se uma serie de mecanismos de colocar em pratica a Lei 10.639/03. do primeiro Caderno Tematico Um exemplo de Historia e Cultura Afro- Brasileira no mesmo ana do Forum, publicado pela Secreta ria Estadual de Educa9ao e construido pedagogicos por um Grupo de Trabalho da SEED e professores/sindicalistas constituido por professores/tecnicos da APP - Sindicato7 A Carta do Parana foi resultado das varias reflex6es e em bates ocorridos durante 0 evento e teve como objetivo principal a cobran<;:a do Movimento Negro quanto ao reconhecimento da popula<;:ao negra na constitui<;:ao e constru<;:ao do estado do Parana. Requisitou tambem que sua historia e cultura relatada nos meios escolares sejam feitas a partir do protagonismo da propria comunidade negra do estado ou mesmo no Brasil. 7 0 Sindicato de Trabalhadores na Educa<;:ao do Parana - APP SINDICATO, possui um coletivo de igualdade racial que vem fazendo sistematicas discuss6es de forma<;:ao e divulga<;:ao da Lei 10.639/03 de modo incisivo e reivindicatorio e conta tambem, com a participa<;:ao de militantes do movimento negro. 6 26 o Forum Permanente Secreta ria Estadual nasceu de Educa980 do Forum Estadual e articula980 organizado do Movimento em julho de 2005 sendo que 0 primeiro evento aconteceu pelo MEC e Negro em Curitiba, no municipio de Sarandi ao final do ana de 2005. A escolha do municipio tens8o, foi motivada para 0 I Forum, por um episodio negra, fato este que mobilizou apos aprova98o que teve origem numa situa980 de de racismo 0 movimento ocorrido com uma professora negro estadual em plemiria, para 0 municipio a direcionar 0 evento, em quest8o. A realiza980 do primeiro evento atingiu um publico de aproximadamente pessoas entre professores representantes e professoras das IES, representantes educa980 e sociedade quest6es que envolvem das secretarias civil organizada. rela96es de conteudos Teve como e particular estadual e aluno/aluno principal escolares que possam no cotidiano contemplar de ensino, e municipais objetivo raciais e 0 papel das educadoras negros nas rela96es professor/aluno e abordagem da rede publica 300 de discutir e educadores escolar e a sele980 a aplica9ao da Lei 10.639/03. No segundo Forum, ocorrido em julho de 2006, no municipio evento reuniu em torno de 600 participantes estudantes, associa96es, movimento em geral. Na ocasiao dois grandes respectivamente, plenaria, a conferencia Kabengele Munanga foco principal das discuss6es de abertura presente chamando negra nacional e a palestra de discussao Beatriz Gon9alves Pensando e comunidade fizeram, com a e Silva, tendo como Pedagogias de Combate com base na Lei. Na ocasiao 0 Prof" Kabengele o publico populares nomes da comunidade 0 tema do evento: ao Racismo e as Discrimina96es, 0 tendo como publico alvo professores, negro, movimentos e Petronilha de Piraquara, Munanga, aten9ao para abordou quest6es as diferen9as importantes existentes entre para as 27 condiyoes de vida da populayao negra e a populayao branca do pais. ainda sobre conceitos a dificuldade elementares que muitos para 0 sociedade em geral. Segundo docentes entendimento tem sobre Referiu-se a compreensao de das relayoes raciais na escola e na Munanga o abismo racial brasileiro existe, de fato, e sao as pesquisas e estatisticas que comparam as condigoes de vida, emprego, escolaridade entre negros e brancos que comprovam a existencia da grande desigualdade racial em nosso pais. Essa desigualdade e fruto da estrutura racista, somada a exclusao social e a desigualdade socioeconomica, que atinge toda a populagao brasileira e, de modo particular, os negros. Para falarmos tanto dessa situagao vivida pela populagao negra como para discutir sobre a questao racial em nossa sociedade, utilizaremos varias expressoes, conceitos e designagoes. Estes fcram construidos ao longo das relagoes entre negros, brancos e outros grupos etnicos que vivem em nosso pais. Em nosso cotidiano, usamos term os como racismo, discriminagao racial, preconceito, etnia, raga, identidade, agao afirmativa, cotas raciais, entre tantos outros. (MUNANGA, 2006, p. 172-173)' Complementar palestra direcionada brasileira, aos problemas apontados por Kabengele Munanga, numa para a importancia da hist6ria da Africa e do negro na escola a professora Petronilha revelou questoes importantes que vinham ocorrendo no cenario nacional em instituiyoes de ensino, desde a educayao ate os cursos de graduayao, envolvendo negros e negras, discriminat6ria vern sofrendo culminando situayoes em que alunos e professores, problemas com racismo, assombro sobre as relayoes conflituosas infantil de provocando natureza preconceituosa nos participantes e um certo do cotidiano escolar, que ate entao nao haviam se dado conta. Este fato pede ser avaliado pelos questionarios respondidos pel os participantes ao final do evento. Segundo Silva, torna-se essen cia I adquirir uma serie de conhecirnentos profundidade de conteudos a serem trabalhados pelos professores das com mais variadas disciplinas pois desta forma seria possivel superar visoes preconceituosas sobre a populayao negra. , Alguns dos conceitos constantes nesta citagao ja fcram descritos em notas anteriormente, outros serao apontados no Glossario de Termos ao final deste trabalho. porem, 28 Todo esse processo de aquisi9ao de conhecimentos e de forma9ao de atitude respeitosa de reconhecimento da participa9ao e contribui9aO dos afrobrasileiros na sociedade brasileira requer que preconceitos e discrimina90es contra este grupo sejam abolidos, que sentimentos de superioridade e de inferioridade sejam superados, que novas formas de pessoas negras e nao negras se relacionarem sejam estabelecidas. (SILVA, 2005, p. 158) Ampliando experiencia a discussao, nos processos outra docente/palestrante de formagao continuada discorreu com sobre sua da rede professores estadual e municipal de ensino do estado de Santa Catarina. Jeruse Romao, autora de varios artigos sobre a formagao serie de agoes movimento realizadas negro daquele de professores no estado estado, de Santa que a Lei 10.639/03, Catarina, resultaram fruto num relatou uma dos esforgos avango significativo do na efetivagao da Lei, porem alegando que muito ainda deve ser feito. o terceiro de Piraquara, 10.639/03". Forum, ocorrido em Marilena, cidade eleita pel a plenaria teve com tema "Politicas Este evento conseguiu de representantes do Ministerio educagao anti-racismo Na realizagao 10.639/03: reflexoes nos estabelecimentos evento, curriculares", sobre os eventos cujo da Prefeitura anteriores, de professores, autores que vem se dedicando tema foi no auditorio que, de modo geral, abordar estas questoes continuada e a Lei com a presenga civil e com um representante de implementar politicas produz "Implementagao do Colegio Municipal visando proposta de curriculo que vem sendo trabalhado formagao ao Racismo para uma de ensino do Parana. ocorrido Parana e no Centro de Capacitagao aprofundamento da sociedade a necessidade do quarto de Combate reunir mais de 400 participantes, de varios segmentos Publico reiterando Publicas no evento da Lei Estadual do de Curitiba, abordar questoes nas escolas. Eo importante em qualquer resultados houve um sobre ressaltar que seja 0 ambiente de resistencia. a de Um dos ao tema, Tomaz Tadeu da Silva, afirma que 29 Discuss6es sobre 0 curriculo s6 ganham 0 centro das aten<;6es quando surge alguma proposta de introdu<;ao de uma nova disciplina [... J ou volta de uma disciplina antiga e abandonada [... J. De resto, 0 curriculo e tom ado como algo dado e indiscutivel,raramente sendo alvo de problematiza<;ao, mesmo em circulos educacionais profissionais (2004, p.184) a Em larga medida e a quem vem discursos das instituigoes mantenedoras acontecendo com a Lei 10.639/03. Os do sistema educacional apontam para uma "educagao de qualidade". Porem nao h8 como falar em qualidade com curriculos que ignoram a existencia de um grupo, ainda marcado pelas sequelas do periodo colonialista, que vem sendo excluido do processo educacional, tendo sua hist6ria e experiencia neg ada desde 0 inicio da existencia da educagao formal e aniquilado em suas caracteristicas culturais. Ainda segundo Silva, Ha, entretanto, uma distancia enorme entre as experiencias atualmente proporcionadas pela escola e pelo curriculo e as caracteristicas culturais de um mundo social radicalmente transformado pela emergencia de novos movimentos socia is, pela afirma<;ao de identidades culturais subjugadas [...J No novo mapa cultural tra<;ado pela emergencia de uma multiplicidade de atores sociais e por um ambiente tecnicamente modificado, a educa<;ao institucionalizada e 0 curriculo continuam a refletir, anacronicamente, os criterios e os par<3metros de um mundo social que nao mais existe. (2004, p. 185) Nesse sentido, com 0 intento de resgatar e dar continuidade as questoes levantadas e discutidas nos f6runs, na conferencia de abertura, palestras e oficinas, a Coordenagao competentes eventos, as Estadual tem reivindicagoes na perspectiva se mobilizado consubstanciadas para nos de que as lutas engendradas encaminhar aos embates travados pelo movimento estadual estabelegam um dialogo com as autoridades responsaveis 6rgaos nos negro pelos sistemas educacionais e Ministerio Publico. 30 4.1. MOVIMENTO DIALOGOS NEGRO E LUTAS POPULAC;AO EM CURITIBA DE INTEGRANTES ENTIDADES DO FORUM: ENGAJADAS NA POLlTIZAC;Ao de Curitiba vem propiciando do movimento espac;:os de discussao inclusive, as chances adultos superior. A ACNAP ingressarem em instituic;:6es de ensino Cultural de Negritude e Agao Popular negros Universidade e negras, Federal numero significativo que acontece do Parana de estudantes, Alem de ac;:6es voltadas ministra (UFPR), eleitos a miss e identitaria 0 da populagao no periodo modelo hegemonico tambem anualmente hist6rico contemplando inclusive, da um acesso a curso superior. as qualidades um concurso negra. Ac;:6es como esta reafirmam a auto-estima on de sao a condic;:ao superando 0 de beleza europeia explorado pel a industria cultural. Ja 0 IPAD - Instituto de Pesquisa 2002, noturno, 0 que Ihes possibilita negra elevando, e - Associac;:ao no predio para a educac;:ao, a ACNAP vem divulgando mister beleza de jovens aulas em cursos pre-vestibula res diariamente esteticas dos jovens negros e negras, realizando negro do e formac;:ao politica sobre relac;:6es raciais e educac;:ao ampliando, para alunos DA NEGRA Desde sua constituic;:ao ate os dias atuais, entidades municipio AC;OES, parceiro nos preocupac;:ao com as politicas 10.639/03. A entidade eventos da Afrodescendencia, dos F6runs, de ac;:oes afirmativas tem como vem que existe desde demonstrando grande e com a implementac;:ao da Lei um de seus alicerces a pesquisa. Segundo a mesma Historicamente, no Parana, sempre existiu uma demanda de educadores e pesquisadores que necessitavam de um espa90 que pudesse aglutinar suas pesquisas e possibilitar suas publica90es. No mesmo sentido em que o IPAD BRASIL alem de incitar a produ.;:ao de conhecimento, implementa e/ou fortalece projetos de a90es afirmativas para os negros do pais e especialmente no Parana. (IPAD, 2008) 31 Face as evidencias que se apresentam trazer para seus espayos jovens, aos cursos de graduayao programas de inclusao de negros, Entretanto, 0 negros e negras, possibilitando-Ihes de acesso Dudu9 no cenario estadual, em instituiyoes de ensino por meio de um projeto a entidade tem-se preocupado pondo-os a par das ayoes do movimento tambem, IPAD busca oportunidade que apresentem denominado Akeko com a formayao politica negro. Segundo SOUZA, o resultado do primeiro cursinho pre-vestibular para negros em Curitiba foi um sucesso do ponto de vista de aprova<;:8o, mas sobretudo do ponto de vista da constru<;:8o de auto-estima e valoriza<;:8o do negro na eidade de Curitiba para estes alunos que freqOentaram um curso entre iguais. Neste espa<;:o, a "ciencia e consciencia" estiveram cotidianamente presentes na medida em que estavam num espa<;:o que tambem fomentava a preoeupa<;:8o com a politiza<;:8o das reivindica<;:oes do movimento negro: eombate a discrimina<;:8o racial, ao racismo, e, no sentido afirmativo, luta por inclus8o. (2003, p. 08) Cabe lembrar que para estudar, integral em um curso pre-vestibular ter acesso as bolsas disponiveis criterios estabelecidos os alunos sao beneficiados da cidade de Curitiba. todo ana os pretendentes Deve-se com uma bolsa saber que para devem atender a alguns pelo IPAD. Objeto de debates e reflexoes durante varias oficinas realizadas para alem das cotas, ha uma grande preocupa<;:ao do movimento em manter alunos cotistas anos de inclusao pressoes nos cursos de graduayao, das cotas muitos internas evidenciadas ate de professores. Operando desenvolvido pelo IPAD, Universidades de Curitiba 9 abandonaram nos f6runs e negro do Parana uma vez que nos primeiros os cursos por nao suportar as por atitudes racistas de alunos e, em alguns casos, em sentido almeja oposto, garantir a e vem problematizando, 0 projeto permanencia Adebor/o, de junto a sociedade tambem negros nas paranaense, Akeko Dudu na lingua Yorub<i (Nigeria) significa aluno preto. 10 A palavra Adebori signifiea "aquele que veio para veneer". 32 estrategias tendo de promoc;:ao de igualdade apoio sociedade empresas, Organizac;:oes oportuno novas formas analisar Governo que a preparac;:ao para 0 mercado pressupoe a existencia cada vez mais avanc;:ados de acordo do competencias importante Governamentais, de educac;:ao e capacitac;:ao permanente. qualificac;:ao profissional individuo Nao para a populac;:ao negra e civil. Faz-se requer de de oportunidades individuo trabalhador vistas Nesse de uma escolarizac;:ao com as necessidades com de trabalho ao sentido, em niveis da empresa desenvolvimento a ou do de novas (SOUZA GARCIA, 2006, p. 119). Dessa forma, 0 IPAD assume papel ao promover 0 Projeto Jovem Negro Mirim, e negras, egressos do ensino fundamental, a alunos, negros acesso a uma instituic;:ao particular ensino medio tecnico com enfase em informatica. por torna-Ios mais competitivos propiciando Obviamente de que 0 resultado acaba no mercado de trabalho. Por fim, em relac;:ao ao IPAD, temos a comentar que 0 Projeto Negro Doutor, iniciado em 2006, objetiva preparar alunos negros e negras para inserc;:ao no espac;:o academico com projetos para mestrado relac;:oes raciais e africanidades 4.2 0 MOVIMENTO CONTRIBUEM ETNICO-RACIAL o brasileiras SINDICAL DE e doutorado que contemplem tematicas de 11. PROFESSORES: COM 0 FORUM PERMANENTE EXPERIENCIAS QUE DE EDUCA<;:AO E DIVERSIDADE DO PARANA Movimento Sindical do Parana desempenha papel fundamental F6rum, uma vez que agrega um sem numero de professores e professoras junto ao em suas " Africanidades brasileiras sao reprocessamentos pensados produzidos no coletivo e nas individualidades, que deram novo tear as culturas de origem. CUNHA JR, 2001, p. 12. 33 discussoes, encontros professores e funcionarios igualdade racial levando-se e palestras. A APP - Sindicato, os da rede publica estadual de ensino, possui um coletivo de que tem feito em conta instituic;:ao que representa discussoes professores, importantissimas alunos e funcionarios ace rca da tematica negros e 0 ambiente de ciasse, no caso a APP, realizam anualmente varios eventos escolar. Os sindicatos que vem corroborar com a implementac;:ao coletivo de igualdade da Educac;:ao do afrodescendente, funcionarios racial que vem propondo Parana, que visam Mantem ainda, um ac;:oes, junto a Secreta ria de Estado atender aos tanto de alunos e alunas quanta interesses da de professores, populac;:ao professoras e negros e negras. Ao consideramos MEC/SECAD, paradidatico da Lei 10.639/03. os objetivos devemos que venham levar em a auxiliar iniciais conta do Forum a partir das intenc;:oes do a 0 trabalho sentido a APP- Sindicato tambem vem cumprindo produc;:ao de material no processo didatico educacional. e Neste seu papel pois tem participado da elaborac;:ao de Cadernos que tratam da tematica racial. Ja 0 SISMMAC, agregando encontros raciais. do Magisterio Municipal suas participac;:oes junto ao Forum Estadual, tem promovido e grupos de estudo que possibilitem Contribui importantes Sindicato dos Servidores tambem aprofundamento com a publicac;:ao de artigos para a implementac;:ao da Lei 10.639/03 de Curitiba, uma serie de sobre as relac;:oes que abordam em sua revista questoes denominada Chao da Escola. 4.3 AC;OES E CONTRIBUIC;OES PERMANENTES DAS PREFEITURAS MUNICIPAlS NOS FORUNS DA DIVERSIDADE 34 Desde participando 0 primeiro F6rum realizado efetivamente em Curitiba a Prefeitura Municipal na organizac;:ao e realizac;:ao das atividades vem desenvolvidas em cada edic;:ao. A presenc;:a nas reuni6es e a disponibilizac;:ao de espac;:o para que estas acontecessem A partir tornaram a organizac;:ao mais efetiva. de 2005 a prefeitura participac;:ao dos docentes continuada onde forma abordando quest6es promoveu da rede municipal abordados como temas relagao ac;:6es que momentos relativos possibilitassem de discussao a relag6es professor/aluno e formagao raciais e aluno/aluno, a na escola, entre outros temas. Com a realizagao do 1° F6rum Municipal Racial de Curitiba, docentes presentes escolas e discorreram de extrema identificarem-se especificidades com importancia sobre os problemas sobre as dificuldades encontradas processo 0 frente as sucessivas se a falta de preparo de Educagao e Diversidade no cenario nacional que vem acontecendo pelos estudantes educativ~ de modo e professores e negras bem "les6es por racismo repetitiv~", de professores e equipes como resultam baixo rendimento num numero escolar ensino fundamental, substancial na populagao deixando claro a falta de politicas suas pedag6gicas de desisti'mcias, negra matriculada de onde configura- abordar e Iidar com os conflitos diarios das relag6es raciais. Obviamente desta natureza estiveram no interior das negros geral Etnico- problemas reprovag6es nas series educacionais em iniciais e do que revertam este quadro. Ja realizagao Racial do Parana, do 4° F6rum Permanente no municipio como parceira da Coordenagao e cedeu espago evidentes 0 quanto para de Curitiba, a Secreta ria Municipal Etnico- de Educagao, Estadual do F6rum, arcou com boa parte dos gastos a realizagao as parcerias de Educac;:ao e Diversidade das oficinas tematicas. Tais ag6es tornam que vem sendo feitas, por meio da Coordenagao 35 Estadual, promovem trazer a discussao um numero cada vez maior de docentes tanto da rede publica estadual e cada vez mais uma maior abrangencia visando municipal e tambem das escolas particulares. Assim com a Prefeitura Municipal de Curitiba Piraquara e Marilena, onde ja foram realizadas seu papel para participantes tem marcado interpretayao, 03/2004 a realizayao divulgayao do CNE/CP12, evento. presenya das Relayoes Brasileira e Africana. Etnico-Raciais Cabe lembrar possibilitando-Ihes Secreta ria implementayao de Estado da media de as Diretrizes 400 favorecendo da Lei 10.639/03 (quatrocentos) e ampliando bem como Curriculares Nacionais que alem da importancia pela Coordenayao Educayao do de Educayao discussao em todos os estados da Lei 10.639/04 a realizayao no Teatro desencadear formayao Estadual. Parana: e Diversidade havia iniciado realizou, da mecanismos para a da Lei 10.639/03 Permanente claros, para a para avanyo na carreira, fato este que MEC, por meio da SECAD, muito Parecer no estado do Parana certificaram No ana de 2005 ocorreu em Curitiba um evento que deu inicio do F6rum 0 a e para 0 Ensino de Hist6ria e Cultura Afro- pontuayao agrega valor ao trabalho desempenhado 4.4 Uma todas as ediyoes do F6rum realizadas os participantes de Sarandi, outras ediyoes do F6rum, cumpriram a cada ediyao e implementayao que estabelece Educayao continuada, do as Prefeituras do evento da Reitoria a implementayao ficou da UFPR, Etnico-Racial. a coordenayao de ayoes a constituiyao Na ocasiao 0 pertinentes a do pais. Por motivos a cargo 0 que da Lei no Parana. da SEED que organizou seria a primeira Desde ainda nao entao, ayao uma e que iria serie de 12 Gonselho Nacional de Educagao e Gonselho Pleno, orgaos vinculados ao Ministerio da EducagaoMEG. 36 atividades vem sendo elaboradas, desempenhadas ou tem a participayao da SEED, dentre as quais podemos destacar: A elaborayao conjunta com a APP/SINDICATO, do primeiro Caderno Tematico sobre Hist6ria e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Encontro de Educadores Negros do Estado do Parana. Comissao de constituida discussao por representantes para tecnicos da da a implementayao SEED, APP/SINDICATO e da Lei 10.639/03, Movimento Social representante do Negro, Conselho Estadual de Educayao. Grupo de Estudos de Hist6ria e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Simp6sios da Diversidade onde foram contempladas tematicas referentes a hist6ria e cultura da populayao negra. Organizayao, elaborayao e publicayao para as relayoes etnico-raciais, APP/SINDICATO, Movimento ainda um colaborador do Caderno Tematico: Educando com a participayao de representantes Negro, Conselho da Estadual de Educayao e do Rio Grande do Sui docente do Encontro de Educadores Negros especialista em Comunidades Quilombolas. Alem das atividades acima descritas, a SEED disponibilizou dez bolsas de estudos para que integrantes da Comissao de Discussao para a Implementayao Lei 10.639/03 pudessem fazer 0 curso em nivel de especializayao, parte esta monografia, em parceria com 0 IPAD BRASIL- da objeto do qual faz Instituto de Pesquisa da Afrodescendencia. 37 CONSIDERACOES A constitui9ao do Forum Permanente FINAlS de Educa9ao e Diversidade Racial do Parana, vem sendo um instrumento determinante Etnico- para 0 esclarecimento sobre a importancia da Lei 10.639/03. A partir da realiza9ao do primeiro evento, em tarno de 2.300 (dois mil e trezentos) participaram discussoes diretamente professores das discussoes e professoras da rede publica e outro tanto quando da realiza9ao nos Nucleos Regionais de Educa9ao do Estado, a exemplo de do que acontece no Nucleo Regional de Educa9ao da Area Metropolitana Norte. Percebemos, desconheciam durante os eventos, que a grande maiaria dos participantes ou tiveram muito pouco contato com a Lei 10.639/03 ate 0 momento em que foram esclarecidos nas conferencias, palestras e oficinas Forum. Muitos destes participantes demonstraram-se de que estamos principalmente, num pais no cotidiano racista e 0 no resistentes quanta a questao racismo escolar. As posturas realizadas esta presente, apresentadas tambem refor9am e nossa convic9ao de que Para obler exilo, a escola e seus professores nao podem improvisar. Tem que desfazer menlalidade racisla e discriminadora secular, superando 0 elnocenlrismo europeu, reeslrulurando relagoes elnico-raciais e sociais, desalienando process os pedag6gicos. Islo nao pode ficar reduzido a palavras e raciocinios desvinculados da experiencia de ser inferiorizados vivida pelos negros, lampouco das baixas c1assificagoes que Ihe sao alribuidas nas escalas de desigualdades socia is, economicas, educalivas e polilicas. [... J Temos, pois, pedagogias de combale ao racismo e a discriminagoes por criar. (Direlrizes Curriculares Nacionais para a Educagao das Relagoes Elnico Raciais e para 0 Ensino de Hisl6ria e Cullura Afro-Brasileira e Africana, 2004, p.15) Nesse sentido, as a90es de combate ao racismo com 0 objetivo de reduzir sUbstancialmente as desigualdades socia is e raciais no Brasil, vinculando-se a compreensao de que as rela90es raciais interem diretamente ou indiretamente no 38 desenvolvimento da especificamente populayao do Parana, afrodescendente estado Forum. As formas de discriminayao na escola, porem 0 racismo, sociedade perpassam objeto de modo de avaliayao geral sobre as desigualdades a importancia e discriminayoes a partir dos objetivos estabelecidos ficou evidente que as parcerias suas metas pois todas as instituiyoes e entidades desenvolvem ayoes que visam discussao, e aprofundamento das relayoes etnico-raciais Parana, tomamos educacionais Permanente de Educayao A elaborayao de projetos, para encontros, a Lei, vem ganhando que Etnico-Racial do a questoes 0 Forum enriquecendo para a implementayao seminarios, e instituiyoes palestras da Lei 10.639/03. e coloquios terreno e atingindo com 0 cada vez mais tanto de ensino superior. se encerra ampliayao ace rca da da rede estadual, municipal e particular de ensino quanto de algumas Cabe esclarecer demonstrar constituidas que 0 compoem ayoes voltadas venham a fortalecer e propondo ayoes continuas nao pela SECAD material de suporte e Diversidade que desenvolvem as discussoes instituiyoes inclusive, por algumas das entidades e que com sua experiencia os professores na basica. por base aquelas objetivo de disseminar formayao elaborando, Quanto as ayoes desenvolvidas a Forum do correntes tem atingido constituem e por ali. em relayao aos Foruns Permanentes, as aulas da educayao Brasil de qualquer natureza nao tem 0 seu nascedouro Para obter 0 exito pretendido tematica no 0 aqui quanto que a tematica visto sua das discussoes que muito constituiyao sobre a importancia ainda deve e realizayao ser sao do Forum Permanente pesquisado no sentido fundamentais acerca das relayoes raciais. Esta monografia para a constitui-se apenas como uma parte do todo. 39 A partir dos objetivos as questoes quatro propostos que perpassam as discussoes, edic;:oes do Forum permanencia pelo MEC/SECAD, no Parana no processo foi possivel levarmos historica. Tambem abordadas Discutir alternativas a para 0 combate civilizatorios experiencias ensino, discriminac;:ao articular compromissados na sociedade e e a e 0 respeito bem sucedidas acesso as e a do Parana quando da se nao por conta do processo intelectual e esta tem side em todos os Foruns que ocorram ate a presente data. para a criac;:ao de politicas afro-brasileiros positivamente dos afrodescendentes sobre sua suposta condic;:ao de inferioridade uma das tematicas 0 nao e possivel obter exito com qualidade em conta as especificidades inculcatorio garantir para a populac;:ao negra tanto quanto do Brasil, se estes nao se verem representados sua abordagem que debates e oficinas que constituiram pois nao ha como educacional detectar publicas na educac;:ao basica desigualdade racial, fortalecer a diversidade etnico-racial os valores do pais, difundir de superac;:ao da discriminac;:ao racial nos sistemas fortalecer uma rede de profissionais de com a implementac;:ao e a valorizac;:ao da diversidade de educac;:ao etnico-racial brasileira e todos os demais objetivos que foram estabelecidos para a realizac;:ao dos Foruns Permanentes do Estado do Parana vem sendo trabalhados insistentemente Percebe-se profissionais enfrentada durante os eventos. da educac;:ao em reconhecer tantos por docentes escolas interferem 0 quanto a situac;:ao que vem que este grupo especifico escolares, constatac;:ao foi possivel dos sendo quanta por alunos negros e negras no interior das no resultado final do processo educacional por racismo repetitiv~" suas atividades que ainda ha muita resistencia vem sofrendo um vez que tambem considerando Foruns durante as palestras, conferencias em func;:ao das "les5es os relatos sao sujeitos feitos no desempenho de do processo. Esta pel os participantes dos e oficinas. 40 As perspectivas quanto experie!ncias dos eventos intenyao MEC/SECAD do implementayao aos anteriores com pr6ximos F6runs consubstanciadas sao das rnais favoraveis a realizayao de Dialogos nas possivel Regionais pois a sobre da Lei 10.639/03 e a troca de experie!ncias entre estados de uma mesma regiao e ampliando a discussao para encontros nacionais sistematicos se pretende educayao, incluir na pauta de discussoes a reflexao, 0 conhecimento agenda de trabalho ate 0 A partir dos resultados muitas sao as possibilidades obtidos neste trabalho saude, trabalho, foi possivel Etnico-Racial e constituiyao de uma fortalece a parte da da Lei. de ampliar 0 debate e envolver da sociedade na organizayao da sobre 0 a elaborayao no Parana e no Brasil, tornando-se a implementayao onde publicos/as de intervenyao racial, possibilitando agenda anual de eventos oficiais que visam Educayao e Diversidade gestores/as ana de 2011. Com esta ayao a SECAD do F6rum Permanente, segmentos dos/as e as estrategias racismo, 0 preconceito e a discriminayao realizayao a constatar que os mais variados do F6rum Permanente de do Parana, pois desta forma areas como a habitayao, desenvolvimento urbano, entre outras, estarao sendo informadas das dificuldades que cercam a populayao negra do Parana colocando-os a margem paranaense, das politicas publicas das quais tern fatos estes que devem ser considerados 25,8% da populayao do estado segundo dire ito como todo cidadao uma vez que se trata de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica), do ana de 2005. 41 REFERENCIAS CAVALLEIRO, Raciais. E.S. Orienta~oes Texto Continuada, Introdut6rio. e A~oes Ministerio para a Educa~30 da Alfabetiza<;ao e Diversidade. CUNHA JR, H. Africanidade, BIBLIOGRAFICAS Educa<;ao, das Rela~oes Secreta ria da EtnicoEduca<;ao Brasilia, 2006. afrodescendencia Debate, Ano 23, V. 2, N° 42. Universidade e educa~30. Revista Educa<;ao e do Ceara, 2001. LOPES, N. Enciciopedia brasileira da diaspora africana. Sao Paulo: Selo Negro, 2004. Ministerio da Educa<;ao / Secreta ria da Educa<;ao Continuada, Diversidade. Diretrizes etnico-raciais curriculares nacionais para a educa~30 Alfabetiza<;ao e das rela~oes e para 0 ensino de hist6ria e cultura afro-brasileira e africana. Brasilia: 2004. Ministerio da Educa<;ao / Secreta ria da Educa<;ao Continuada, Diversidade. Alfabetiza<;ao e Orientalfoes e alfoes para a educalf30 das relalfoes etnico-raciais. Brasilia: SECAD, 2006. GARCIA SOUZA, M. Expectativas sobre a inserlf30 de jovens negros e negras do ensino medio do Parana no mercado de trabalho. medio: mercado Ministerio da Diversidade, de trabalho, Educagao, religiosidade Secreta ria de e In Dimensoes educa<;ao Educa<;ao quilombola. Continuada, do ensino Brasilia: Alfabetizagao e E SILVA e SILVA, P. B. e L. A. O. Movimento negro e educalf30. p. 2006. GONCALVES 197, texto em pdf. MUNANGA, K. 0 negro no Brasil de hoje. Sao Paulo: Global, 2006. - (Colegao para entender). ROCHA, L. C. P. DA. Politicas afirmativas contexte das politicas educacionais mestrado, e educalf30: a Lei 10.639/03 no Brasil contemporaneo. no Disserta<;ao de 2006. 42 SILVA, T. T e MOREIRA, A. F. B.Territorios mapas politicos e culturais. Petropolis, contestados: RJ: Vozes, curriculo e os novos 1995, 6a edi<,ao. 43 GLossARIO DE TERMOS COTAS RACIAIS: Define-se como numero de vag as para estudantes a pratica de estabelecer em instituiyoes educativas uma prOpOf(;:13oou e para trabalhadores no mercado de trabalho a partir de criterios socia is. As cotas representam estrategias de a<;:13oafirmativa e, ao serem implantadas, processo hist6rico e estrutural socia is e etnico/raciais uma das revelam a existencia de um de discriminay130 que assola determinados grupos da sociedade. DISCRIMINACAo RACIAL: Tratamento certas categorias de seres humanos. desfavoravel dispensado arbitrariamente A discrimina<;:ao racial tem sua forma a mais radical na segrega<;:ao. ETNIA: Coletividade semelhantes, de individuos que compartilham identificarem-se como grupo humanos a mesma distinto dos demais. "tribo", termo com 0 qual se costuma, sociedade caracteristicas e a mesma 0 conceito somaticas lingua, difere popular e erroneamente, alem de daquele de designar qualquer africana. PRECONCEITO: inserem, com cultura Atitude baseada preconceito desfavoravel para um grupo de individuos nao em seus atributos reais mas em cren<;:as estereotipadas. racial e uma das molas propulsoras RACISMO: Doutrina nacionais, lingOisticos, designar as superioridade. ideias que afirma a superioridade praticas 0 do racismo. de determinados religiosos, etc. sobre outros. Por extensao, e que nele se discriminat6rias advindas grupos etnicos, 0 termo passou a dessa afirmada A formaliza<;:ao do racismo como doutrina coube a J. A. Gobineau, em seu trabalho publicado em 1853. IDENTIDADE: Em termos psicosociais, pertencer a um determinado afinidades culturais, movimentos hist6ricas, grupo e a convic<;:ao que um individuo social, lingOisticas, negros na Diaspora, convic<;:ao esta adquirida tem de a partir de etc. Uma das mais arduas tarefas em todos os tempos, dos tem side a busca de uma coesao entre as popula<;:oes negras para 0 encaminhamento de suas questoes 44 RA<;A: Coletividade sociocultural, sentido refletida mais amplo de individuos principalmente para destacado que se diferencia na lingua, Curriculares a ver com 0 conceito sobejamente brasileiras biol6gico Nacionais para a nas tensas no seculo XVIII nada e hoje superado. 0 termo ra<;:ae utilizado com frequ€mcia nas rela<;:6es socia is para informar como determinadas e 0 lugar social dos sujeitos Movimento de agir. Num como harmoniosas, de ra<;:a cunhado pele, tipo de cabelo, entre outras, influenciam, destino especificidade e uma constru<;:ao social forjada rela<;:6es entre negros e brancos, muitas vezes simuladas tendo sua religiao e maneiras nas Diretrizes Educa<;:ao das Rela<;:6es Etnico-Raciais, por caracteristicas fisicas cor de interferem e ate mesmo determinam no interior da sociedade Negro 0 termo foi ressignificado como sendo utilizado brasileira. num sentido 0 Para 0 politico e social e de valoriza<;:ao do legado deixado pelos africanos. 45