A CONTRIBUIÇÃO DO CONSELHO ESCOLAR NA CONSTRUÇÃO DA GESTÃO DEMOCRÁTICA NO MUNICÍPIO DE PLANALTINO-BA Claudivon Silva Santos1 Ducirlândia F. de S. Oliveira2 Regivane Santos Brito3 Resumo: O presente texto objetiva relatar a experiência dos autores como pesquisadores, ensejando compreender o papel dos Conselhos Escolares para a gestão educacional do Município de PlanaltinoBA, através de uma aula de campo realizada no dia 21 de outubro de 2012. O trabalho de ensino e pesquisa foi desenvolvido pela disciplina Estrutura e Funcionamento da Educação Básica, na turma do IV Semestre do Curso de Pedagogia, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Jequié. A turma foi dividida em seis Grupos de Trabalho que no decorrer do semestre foram desenvolvendo atividades de leituras, pesquisas, debates e produções teóricas. Nesse processo, nosso Grupo de Trabalho ficou responsável pela temática Gestão Democrática (Conselhos Escolares e PPP – Projeto Político Pedagógico). Após todo o trabalho realizado em sala e nos espaços de pesquisa, elaboramos um roteiro de visita que foi utilizado quando fomos para as unidades escolares, a fim de nos reunirmos com os membros dos conselhos e com o corpo técnico-pedagógico para tratarmos sobre o processo de construção e implantação do PPP - Projeto Político Pedagógico. As observações e interações com os sujeitos daqueles espaços nos possibilitaram concluir que os Conselhos Escolares do referido município tem atuação constante e preponderante, envolvendo a participação da comunidade escolar e comunidade externa e, desse modo, demonstrando que é possível construir a escola pública de qualidade através da gestão democrática. Palavras-chave: Conselhos escolares. Participação. Gestão democrática. INTRODUÇÃO O presente trabalho relata a experiência dos autores na compreensão da temática sobre gestão democrática buscando analisar como esse processo ocorre na área da educação, assim trabalhamos com os Conselhos Escolares e PPP - Projeto Político Pedagógico. Com a organização e orientação do Professor Mestre Ubirajara Couto Lima da Disciplina Estrutura e Funcionamento da Educação Básica II que proporcionou a turma de Pedagogia do IV semestre noturno da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB um estudo aprofundado sobre os Conselhos Escolares de Educação com os cadernos que integram o 1 SANTOS, Claudivon. Discente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. E-mail: [email protected] 2 OLIVEIRA, Ducirlândia. Discente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. E-mail: duci- [email protected] 3 BRITO, Regivane. Discente da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB. E-mail: [email protected] 2 Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares: Caderno 1 – Conselhos Escolares: Democratização da escola e construção da cidadania; Caderno 2 – Conselho Escolar e a aprendizagem na escola; Caderno 3 – Conselho Escolar e o respeito e a valorização do saber e da cultura do estudante e da comunidade; Caderno 4 – Conselho Escolar e o aproveitamento significativo do tempo pedagógico; Caderno 5 – Conselho Escolar, gestão democrática da educação e escolha do diretor; Caderno 6 – Conselho Escolar como espaço de formação humana: círculo de cultura e qualidade da educação; Caderno 7 – Conselho Escolar e o financiamento da educação no Brasil; Caderno 8 – Conselho Escolar e a valorização dos trabalhadores em educação é um imperativo histórico; Caderno 9 – Conselho Escolar e a educação do campo; Caderno 10 – Conselho Escolar e a relação entre a escola e o desenvolvimento com igualdade social; Caderno 11 – Conselho Escolar e direitos humanos; Caderno 12 Conselho Escolar e sua organização em fórum. A turma foi dividida em seis grupos denominados de GTs (Grupos de Trabalho) com as seguintes temáticas: GT1 - Conselho Municipal de Educação; GT2 - Conselho do FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação; GT3 e GT4 - Conselhos Escolares; GT5 - Conselho de Alimentação Escolar e o GT6 – PPP - Projeto Político-Pedagógico. A partir de pesquisas, leituras e discussões ao longo do semestre em sala de aula realizamos uma visita na cidade de Planaltino - BA, localizada no Vale do Jiquiriçá, no dia 21 de Agosto de 2012, visando elencar teoria e prática de forma vivenciada que possa colaborar para uma formação de qualidade acadêmica e social dos futuros docentes; especialmente no acompanhamento da prática educativa que se desenvolve na escola. Uma prática é uma ação fundamentada na teoria, norteada consciente e intencionalmente. Não existe prática sem teoria, nem teoria sem prática. A prática sem teoria não é prática, mas ação movida pelo ativismo ou por reação instintiva. Teoria sem prática, sem estar ligada ao concreto, ao real, não é teoria, mas discurso retórico, como uma miragem no deserto. Como a atuação do Conselheiro deve ser consciente e intencional, sua formação será mais adequada se trabalhar temas teórico-práticos de sua própria atuação como Conselheiro. (WITMANN, MEC, 2006, p.18). Durante a visita pudemos experienciar as compreensões dialéticas sobre a teoria e a realidade visando à construção democrática e a ação humana sobre o mundo. O poder público municipal atua de forma descentralizada quanto à educação, possibilitando o efetivo trabalho 3 dos profissionais de educação e dos conselheiros que colocam em prática projetos que proporcionam uma formação crítico social. A capacitação dos conselheiros possibilita desempenhar funções de conscientização aos educandos e educadores, e assim, surgiu o sentimento de cuidado e acolhimento com os membros da comunidade. Sendo assim, os Conselhos se reestruturaram a partir de ações democráticas, com a participação da comunidade, resultando em Conselhos independentes onde cada escola decide o que é necessário diante de cada realidade social. Elaborando, implementando e acompanhando as políticas locais. Diante disso, os Conselhos realizam reuniões com seus membros para tratar de questões que visam melhorias no sistema de educação do município. Os professores passaram a ter qualidade no desenvolvimento de seu trabalho, enquanto os alunos melhoria na aprendizagem e diminuição no índice de evasão escolar. O que proporcionou ao município o melhor resultado do Ensino Fundamental Séries Finais, sendo a maior nota com 4,2; superando inclusive a média nacional que foi de 4,1. Ficou em 1° lugar no IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, do Vale do Jiquiriçá em 2011. O papel do Conselho Escolar é o de assumir a luta pela efetivação do direito à educação no âmbito de suas atribuições. Ou seja, lutar pela garantia do acesso à escola, na educação infantil, ensino fundamental e no ensino médio, e para a melhoria do processo ensino – aprendizagem daqueles que estão na escola. (DOURADO, MEC, 2006, p.18). Neste relato, percebemos que o processo de implementação dos Conselhos Escolares no Município de Planaltino - BA, aponta um grande avanço na qualidade da educação e confirma o quanto é importante à reflexão para resgatar a identidade do processo educativo com a participação de todos: gestores, professores, estudantes, educadores não docentes e pais, constituindo assim uma política de gestão democrática . A seguir apresentaremos situações observadas. IMPLEMENTAÇÃO DOS CONSELHOS ESCOLARES NO MUNICÍPIO DE PLANALTINO-BA A Secretaria de Educação junto com as escolas municipais para a implementação dos Conselhos Escolares realizaram reuniões tendo como desafio conscientizar a população da importância de participar da gestão democrática da escola, mostrando aos pais e comunidade que eles precisam saber como estão sendo aplicados os recursos recebidos pelas escolas, como eles podem colaborar com a escola e a educação das crianças. Instruiu a todos sobre as 4 funções fiscalizadoras, deliberativas, consultiva e outras funções que possuem, mostrando-os o quanto é importante estabelecer uma gestão democrática através da participação de todos. Todas as escolas passaram a ter o PPP - Projeto Político-Pedagógico para traçar uma construção coletiva de conhecimento e intervenção na realidade de forma descentralizada. Para a efetivação da autonomia foi necessário descentralizar, tudo que era resolvido por apenas uma pessoa ou minoria, passou a ser de forma democrática, envolvendo todos da comunidade. A gestão democrática ocorre com a participação dos conselhos escolares e com a implantação do PPP - Projeto Político-Pedagógico traçando uma autonomia descentralizada, entendendo que em conjunto decidirão o que é melhor para atender a todos envolvidos na escola e/ou educação criando mecanismos de ação que visam buscar benefícios. Uma instituição sendo autônoma garante o princípio da igualdade social em projetos que envolva o homem como centro; tendo como objetivo formar o sujeito para a vida em sociedade, permitindo não só uma formação teórica, mais também profissionalizante. Garantir, portanto, o princípio da igualdade social em um projeto de desenvolvimento que tenha o homem como cerne constitui um desafio para todos aqueles que lutam por uma sociedade justa, o que compreende a luta por uma escola que se constitua efetivamente um espaço de formação para a cidadania. (AGUIR, MEC, 2006, p.12). Os conselhos passaram a se reunir para fazer avaliações mostrando não só os problemas enfrentados, mas como também as vitórias e conquistas, com a participação da comunidade e dos pais os problemas existentes passaram a ser mais fácies de resolver. Com base nos estudos teóricos e as questões observadas comprovamos que as Escolas Municipais de Planaltino a partir da criação e implantação do Conselho Escolar apresentam aspectos positivos, sendo atuante, participativo, trata das questões da escola com seriedade e transparência e também de forma fiscalizadora nos aspectos: financeiro, avaliativo e pedagógico; define ações importantes, como calendário de reuniões, substituição de conselheiros, processos de tomada de decisões, indicação das funções do Conselho etc. A todo instante podíamos relacionar as experiências com as discussões em sala de aula com pontos positivos, desafios, problemas entre outros aspectos. O objetivo da escola é socializar, pois as dificuldades existem sim, e cabe à escola quebrar essas barreiras. VALORIZAÇÃO DO TRABALHO DOCENTE E O FINANCIAMENTO DA EDUCAÇÃO EM PLANALTINO 5 Em relação à valorização do trabalho docente é importante ressaltar que estão sendo formados 55 profissionais da educação isso depois da conquista do polo da UNEB – Universidade do Estado da Bahia dentro da cidade. Os profissionais da educação passaram a ter plano de carreira. Com a definição do novo valor do Piso Salarial Nacional, a Secretaria Municipal de Educação de Planaltino, chega à fase final de elaboração do Plano de Carreira dos Profissionais do Magistério. Após ser pago aos docentes o valor do piso nacional, foi marcado um Seminário com presença de todos os profissionais do magistério e APLB/Sindicato, para discussão e aprovação da versão final do Plano e encaminhamento para Câmara Municipal de Vereadores. Desde o primeiro mês da atual gestão do Prefeito Joseval Alves Braga em janeiro de 2009, o município procurou a assessoria técnica junto ao Governo do Estado, através do Programa de Apoio a Educação Municipal – PROAM, da Secretaria da Educação do Estado, para elaboração do Plano de Carreira, justamente por compreender a importância desta ação para educação municipal. Foi constituído um Comitê Executivo contando com representação da APLB/Sindicato, que iniciou as discussões de elaboração do Plano. No entanto, por problemas administrativos da Secretaria da Educação do Estado, o Programa de Assessoramento a Elaboração de Planos de Carreira parou. Em 2011, não havendo o retorno do Assessoramento pela Secretaria Estadual, a Secretaria de Educação de Planaltino retomou as discussões de elaboração em parceria com a APLB/Sindicato. Foram várias reuniões até chegar a atual versão do Plano que será apresentada a categoria. O FUNDEB - Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação: Lei 090/2009, passou a ser divulgado e houve reuniões para a formação dos conselhos, o Prefeito de Planaltino reforçou o Conselho e com dois anos renovou e em alguns seguimentos houve substituições, contando com o apoio da gestão pública enviada pela prefeitura, contendo 20 membros, 10 oficiais. Através deste programa o município adquiriu dois carros para a utilização em visitas no município (todos os anos a Secretaria de Educação realiza campanha para a realização de matrículas, visita todas as casas da zona rural) e viagens de capacitação dos docentes e membros dos Conselhos Escolares. Os participam de cursos de formação continuada para a valorização do magistério, e cada ano os cursos são reformulados. As Diretrizes Básicas são de acordo as necessidades básicas de cada escola. 6 Uma das maiores inquietações do CONSELHO DO FUNDEB é justamente a falta de conhecimentos teóricos por parte de seus integrantes. A maior dificuldade é que a maioria de seus membros trabalham em media 40 horas semanais não sobrando assim tempo para que efetivamente o Conselho seja democrático, ou seja, que de fato exista a participação de todos. Os recursos financeiros da escola devem ser planejados de forma participativa e com o estabelecimento de prioridades; todas as escolas do município de Planaltino tem caixa financeiro independente, advindo do PDDE (Dinheiro direto na Escola) e é o conselho escolar de cada escola que define quais as prioridades para a utilização do dinheiro. Temos um exemplo de divulgação de contas na Escola Cantinho do Saber. As contas são expostas nos murais de forma legível e fácil acesso aos pais, alunos, professores. A Secretaria de Educação dispõe do blog http://educaplanaltino.blogspot.com.br/ no qual todas as informações relacionadas à educação do município são publicadas e divulgadas. Nessa mesma escola começou no início do ano (2012) a utilização do PNSE Programa Nacional de Saúde Escolar utilizado para a realização de consultas oftomológicas e aquisição de óculos para os alunos com problemas visuais matriculados na 1° série do ensino fundamental. Como também atendimento a crianças com transtorno geral de desenvolvimento, albinismo e outros. Foi contemplada com o Programa Mais Educação (Programa do Governo Federal), porém, não pode implantar por falta de espaço físico. EDUCAÇÃO NO CAMPO A Educação no Campo deve priorizar a educação e as escolas do campo e é a partir das organizações sociais que elaboram sugestões para que possa estabelecer mecanismos próprios que assegurem a participação social, dando assim destaque ao conselho escolar que possa buscar estratégias para uma democratização da educação. Quando se coloca o problema da Educação do Campo, grande parte de nossos governantes, secretarias de educação e intelectuais que se dizem pensantes da educação, partem do princípio que os grandes desafios estão na falta de estrutura, de professores preparados, de transporte escolar adequado, de material didático-pedagógico. O grande desafio, na verdade, é a mudança do modelo de educação presente no campo. A escola que temos no campo não prepara as crianças nem para o mundo urbano e nem para o mundo do campo (com suas diferentes expressões culturais, de organizar a vida, de convivência). Mas sim para serem subservientes à lógica do capitalismo (GRACINDO, MEC, 2006, p.23). 7 A atuação do conselho municipal de educação nas escolas do campo é atuante. Todas elas foram reformadas recentemente. Uma das escolas funciona em tempo integral atendendo aos estudantes da educação infantil das séries iniciais do ensino fundamental. Os alunos participam das aulas teóricas no período da manhã e a tarde tem aulas diversificadas, como reforço escolar, atividades de educação física, futebol, karatê, aulas de dança e oficinas de iniciação a música com aulas de flauta. Todas as atividades são desenvolvidas em parceria com o projeto “Craques da Cidadania”, projeto esportivo destinado aos estudantes da rede pública municipal de educação planaltinense. Incluído também atividades de informática e oficinas de recreação. A Escola de Educação em Tempo Integral Maria Rosa de Almeida esta cadastrada no Programa Escola Ativa (MEC), programa de apoio à educação do campo destinado a formação continuada dos professores que atuam em classes multisseriadas, além de prestar apoio pedagógico e material às turmas da educação do campo. Ela funciona das 8 da manhã às 17 horas, atendendo a 53 estudantes. Onde os estudantes têm refeições diárias, como lanches reforçados e almoço, atendendo assim as recomendações diárias de uma jornada escolar ampliada. Importante destacar que a democratização da educação não se limita ao acesso à escola. O acesso é, certamente, a porta inicial para o processo de democratização, mas torna-se necessário, também, garantir que todos que ingressam na escola tenham condições para nela permanecerem, com sucesso. Assim, a democratização da educação faz-se com acesso e permanência de todos no processo educativo, dentro do qual o sucesso escolar é reflexo de sua qualidade. Mas somente essas três características (acesso, permanência e sucesso) ainda não completam o sentido amplo da democratização da educação. (GRACINDO, MEC, 2006, p.40). Contudo a Educação Integral em sua essência e qualidade é aquela que forma o ser humano em sua integralidade e para sua emancipação. Construir uma educação que emancipe e forme em uma perspectiva humana que considere suas múltiplas dimensões e necessidades educativas é a grande estratégia de melhoria da qualidade de ensino e promoção do sucesso escolar, que é a Educação Integral. Com a ampliação do currículo com a valorização dos saberes populares, a gestão democrática, a participação de outros sujeitos e a extensão do território educativo, tudo isso é articulado com o Projeto Político Pedagógico da escola, visando garantir a vivência escolar de alunos, professores, família e comunidade em um exercício cotidiano e coletivo de cidadania buscando uma aprendizagem como mais qualidade. 8 CAE - CONSELHO DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR O CAE foi formado em 2001 com o Decreto de nº 15/2011, realizando reuniões mensalmente com pais, professores e os demais membros da comunidade (todos os membros do conselho). Eles frequentemente fiscalizam as escolas esporadicamente e até hoje nunca encontraram nenhuma irregularidade, cantinas e cozinhas bem estruturadas, com merenda de qualidade. As cozinhas passaram a ser industrializadas e atualmente o nutricionista elabora o cardápio e o CAE analisa sendo diferenciado apenas nas escolas integrais. As maiores dificuldades são o armazenamento de alimentos e ausência de refeitórios. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através do que foi pesquisado durante todo o semestre letivo, bem como da pesquisa de campo realizada em Planaltino-Ba, este relatório se propôs a analisar a política de gestão democrática na escola pública planaltinense; tendo como base a atuação dos Conselhos Escolares, assim como do Conselho Municipal de Educação e Conselho do FUNDEB. Constatamos que de fato os Conselhos relacionados à educação têm atuação constante no município de Planaltino. Comprovamos tal realidade com a infraestrutura das escolas; a valorização dos profissionais e incentivos para a formação continuada; projetos políticospedagógicos que proporcionam orientação sexual e atividades esportivas como ocupação para os adolescentes. Perceber que realmente a gestão democrática só se efetiva se todos tiverem interesse em participar, portanto a participação é fundamental. A escola precisa que a comunidade, pais, alunos e corpo docente andem de mãos dadas podendo contribuir para a realização de uma política pedagógica voltada para atender a todos de forma igualitária. Percebemos também que a educação só poderá alcançar êxito se for administrada por pessoas que realmente tenham interesse para realizar um trabalho sério e com responsabilidade para assumir tais competências, assim todas as pessoas envolvidas no processo educativo precisa tomar consciência da importância da educação na vida de cada indivíduo. O objeto de investigação dessa pesquisa está diretamente vinculado ás configurações atuais de sociedade, economia, política e cultura em nosso país, que vem sendo marcado e 9 delimitado pelo processo de globalização do capital, vindo assim impor que o Estado venha redefinir o seu papel para com a sociedade. Nosso trabalho teve como ponto chave analisar o fenômeno participatório e democratizante no que tange a educação no município de Planaltino, tornando possível compartilhar com as comunidades escolares e científicas algumas reflexões e conclusões sobre como ocorre a democratização da escola pública bem como nos permitiu identificar as possibilidades, os limites e os avanços nessa caminhada que de maneira geral vem contando com a efetiva participação de todos os segmentos envolvidos no processo. O conselho escolar permite que pais, alunos, professores, funcionários, núcleo gestor e comunidade local proporcionem o desenvolvimento de uma pedagogia de participação e que práticas inovadoras sejam estabelecidas nas relações intra-escola e desta com a comunidade. A proposta metodológica compreendeu estudos documentais, bibliográficos e a pesquisa de campo de natureza qualitativa já que nos permitiu conhecer experiências sociais de diversos sujeitos que estão inseridos na proposta de gestão democrática da escola pública por meio dos conselhos escolares. Portanto, como consequências da investigação empírica realizada nos conselhos escolares das escolas públicas do município de Planaltino têm a revelação de que como conquista da sociedade ou como oferta do Estado, a gestão democrática se faz com contradições e ambiguidades, ora legitimando, ora questionando essas políticas governamentais. Por sua vez, os Conselhos escolares são espaços híbridos, que funcionam de forma descontínua, porém o largo alcance de suas conquistas aproxima gradativamente a escola de uma forma de ser democrática dando sinais para a ampliação da cidadania dentro da mesma. Podemos então afirmar que no cenário planaltinense acontece agora um momento marcado por grande euforia e convite á participação. Nesse sentido, levada pela democracia se dá a criação de vários conselhos de políticas públicas. A práxis aqui inserida no contexto deste trabalho de pesquisa reafirma que a gestão democrática na escola é possível e que esta é uma construção constante, um processo inacabado e em movimento. Assim sendo será sempre permeada de dificuldades e conflitos que ás vezes compromete sua efetivação, mas que também demonstra potencialidades capazes de sustentar suas conquistas. Gostaríamos de agradecer ao professor Ubirajara Couto Lima por ter nos proporcionados a oportunidade de relacionar teoria e prática e comprovar que quando se quer e em conjunto de forma democrática se obtém muitas conquistas. 10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: <htpp://www.gestaodemocraticauesbjq.blogspot.com.br>. Acesso em: 20 de jul. de 2012, 15:16:45. BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. em:<http://www.ibge.gov.br>. Acesso em: 26 de ago. de 2012, 14: 56: 25. Disponível BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases (LDB). Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Disponível em:<htpp://www.gestaodemocraticauesbjq.blogspot.com.br>. Acesso em: 24 de jul. de 2012, 09: 47: 02. Caderno - Conselhos Escolares: Uma estratégia de gestão democrática da educação pública/Brasília – DF Novembro de 2004. Disponível em: <htpp://www.gestaodemocraticauesbjq.blogspot.com.br>. Acesso em: 21 de jul. de 2012, 20:34: 14. Caderno 10 - Conselho Escolar e a relação entre a escola e o desenvolvimento com igualdade social / elaboração Márcia Ângela da Silva Aguiar... [et. al.]. –Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 55 p.: il. (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares; 10). Disponível em:< htpp://www.gestaodemocraticauesbjq.blogspot.com.br>. Acesso em: 25 de jul. de 2012, 09:57:04. Caderno 11 - Conselho Escolar e Direitos Humanos. – Brasília: Presidência da República, Secretaria Especial dos Direitos Humanos; Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2008. 104 p.: il. – (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares; 11). Disponível em:<htpp://www.gestaodemocraticauesbjq.blogspot.com.br>. Acesso em: 17 de jul. de 2012, 13:35:49. Caderno 7 - Conselho Escolar e o financiamento da educação no Brasil / elaboração Luiz Fernandes Dourado... [et. al.]. –Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 92 p.: il. (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares; 7). Disponível em:<htpp://www.gestaodemocraticauesbjq.blogspot.com.br>. Acesso em: 23 de jul. de 2012, 21: 30: 12. Caderno 8 - Conselho Escolar e a valorização dos trabalhadores em educação / elaboração Ignez Pinto Navarro... [et. al.]. –Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação 11 Básica, 2006. 51 p.: il. (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares; 8). Disponível em:<htpp://www.gestaodemocraticauesbjq.blogspot.com.br>. Acesso em: 19 de jul. de 2012, 16: 20: 37. Caderno 9 - Conselho Escolar e a educação do campo / elaboração Regina Vinhaes Gracindo... [et. al.]. –Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2006. 91 p.: il. (Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares ; 9). Disponível em:< http://www.gestaodemocraticauesbjq.blogspot.com.br>. Acesso em: 22 de jul. de 2012, 19: 48: 22. OLIVEIRA, Francisco de. Privatização do público, destituição da fala e anulação da política: totalitarismo neoliberal. In: Oliveira, Francisco de Paoli, Maria Célia (Org.) Os sentidos da democracia. Petrópolis: Vozes; Fapesp,1999. Secretaria Municipal de Educação, Cultura, Esporte e Lazer Planaltino Mobilizado pela Educação. Planaltino-BA. 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