A MELHORIA NO ÂMBITO BIOPSICOSSOCIOAMBIENTAL DOS USUÁRIOS DA ACADEMIA AO AR LIVRE DA UBSF MÁRIO COVAS Natália Souza Aono; Alexandre da Silveira Alonso; Bruno Alfredo Gonçalves Salvetti; Jamil Mugayar. Neto; Nathália Rezende da Costa; Paola Mari Nakashima Cano; Silvio Charles da Silva Canale, Rogério Albaneze Carretone, Stella Arruda Miranda. Universidade AnhangueraUNIDERP (Universidade Para o Desenvolvimento do Estado e da Região Do Pantanal) Introdução: Obesidade, doenças cardiovasculares, transtornos alimentares e depressão são problemas de saúde pública que merecem atenção e intervenção. Este projeto nasceu da parceria entre a gerência da UBSF Mário Covas, o professor de educação física, a médica e os acadêmicos de medicina, tendo como estímulo a implantação da academia ao ar livre, que foi uma inovação do Projeto Viver Legal criado pela SESAU. Avaliou-se os usuários da academia para quantificar os benefícios da academia ao ar livre na comunidade. Objetivos: Observar os efeitos biológicos na qualidade de vida com a realização de atividade física, ao verificar alterações tróficas, das doses de medicamentos, dos hábitos alimentares e intestinais, uso de substâncias como tabaco e álcool e ao analisar melhorias nos padrões antropométricos, pressóricos, glicêmicos e de outras condições crônicas pré-existentes, na sociabilidade, na auto-estima e nos traços depressivos. Método: Na UBSF Mário Covas em Campo Grande-MS a academia ao ar livre foi implantada, sendo composta por aparelhos inicialmente planejados à população idosa. Aplicaram-se questionários, realizou-se anamnese compacta e acompanhamento através aferição de sinais vitais, de glicemia capilar, das medidas antropométricas, no grau de hidratação e nutrição; glicemia de jejum, frações de colesterol, triglicérides, assim como testes de motilidade, força muscular e resistência. Resultados: Após findar com o hábito sedentário, com a inserção no programa e o seguimento correto dos exercícios, espera-se que os usuários apresentem melhorias nos parâmetros biopsicossocioambiental avaliados. Conclusão: A implantação da academia refletiu forte impacto positivo na qualidade de vida da comunidade do bairro. A devolutiva das melhorias alcançadas fez com que os usuários se sentissem incentivados a manter hábitos saudáveis. Ideal seria se conseguíssemos ampliar o projeto e desenvolvê-lo nas diversas UBSF existentes. 1 1 Natália Souza Aono, [email protected], (67)9971-3385, classificação temática ACOLHIMENTO DOS PACIENTES DA UBSF MÁRIO COVAS PELOS ACADÊMICOS DA UNIDERP Paola Mari Nakashima Cano; Alexandre da Silveira Alonso; Bruno Alfredo Gonçalves Salvetti; Jamil Mugayar. Neto; Natália Souza Aono; Nathália Rezende da Costa; Silvio Charles da Silva Canale. Universidade Anhanguera-UNIDERP (Universidade Para o Desenvolvimento do Estado e da Região Do Pantanal) Introdução: A força propulsora deste projeto foi a detecção, através de visitas domiciliares, da baixa adesão aos programas de saúde e aos tratamentos, ausência de fluxo de atendimento eficiente e alto índice de insatisfação dos usuários com o atendimento da UBSF; fatos que tornam o serviço ineficiente, pois o usuário que não busca atenção primária, acaba procurando os serviços de alta complexidade, sobrecarregando o sistema de saúde. Como solução criamos o projeto Acolhimento, idéia já inclusa no Programa Nacional de Humanização, entretanto, distante da realidade, ainda com foco na doença e não o sujeito. Objetivo: Atrair os usuários para a UBSF, ouvindo seus pedidos e assumindo postura capaz de acolher, escutar e pactuar respostas adequadas, prestando atendimento resolutivo e responsável, humanizada, descentralizado e integralizado. Propomos a mudança da relação profissional/usuário reconhecendo o usuário como sujeito e participante ativo no processo de produção da saúde, adquirindo autonomia, protagonismo e co-responsabilidade entre eles, estabelecendo vínculos solidários. Método: Conseguimos espaço na sala de espera com cartazes chamativos sobre dúvidas freqüentes sobre saúde e funcionamento da UBSF, 2 acadêmicos de medicina com esfigmomanômetro, estetoscópio, glicosímetro e carimbos ilustrativos para facilitar o entendimento dos horários de tomar seus medicamentos. A princípio foi realizada a busca ativa, depois passamos a atender por demanda espontânea. Resultados: Aumentamos o grau de adesão dos usuários aos programas de saúde, melhoramos o fluxo de atendimento, auxiliamos no rastreamento e detecção precoce de morbidades e incentivamos a participação dos usuários no conselho gestor. Conclusão: Tivemos limitações e angústias, contudo obtivemos rica experiência no atendimento primário pelo contato próximo com os problemas reais do serviço saúde. Relevante foi causarmos reflexão nos profissionais da saúde sobre a mudança na relação profissional/usuário que requer compartilhamento de saberes. 1 1 Paola Mari Nakashima Cano, [email protected], (67)30261796, classificação temática ANOMALIA DE EBSTEIN EM ADULTOS: RELATO DE DOIS CASOS E REVISÃO DE LITERATURA - Leonardo Mendonça; Jony Sant´ana; Amanda Maroso; Priscila Zempulski; Silmara Coelho; Luciana Toral; Analiz Rodrigues; Carlota Nogueira; Allan Longhi – Hospital Universitário e Faculdade de Medicina da UFGD Introdução: A anomalia de Ebstein (AE), descrita pela primeira vez em 1866 por Wlhelm Ebstein é a malformação congênita mais comum da valva tricúspide com frequência aproximada de 1% de todos os nascidos vivos. Ocorre atrialização do ventrículo direito por envolvimento fibroso dos folhetos da tricúspide. Objetivo: Descrever o caso de dois adultos maiores de 50 anos com diagnóstico de anomalia de Ebstein e suas manifestações clinicas iniciais. Rever dados da literatura. Material e métodos: Foi feito revisão de prontuário de dois casos atendidos no Hospital Universitário da UFGD e revisão de artigos de AE em adultos do banco de dados pubmed. Resultados: Caso 1:B. F. N., masculino, 57 anos, com dispnéia progressiva e edema de membros inferiores piorados dois dias antes da internação. Estava eupnéico com B3, sopro sistólico, ingurgitação jugular, sibilos esparsos e membros inferiores com edema moderado. O ECG com sinais de sobrecarga atrial direita (onda P apiculada na derivação D2) e padrão RSR`em V1. O ecocardiograma evidenciou aumento acentuado do átrio direito e com implantação baixa do VD ( aproximadamente 1,5 cm), e pressão na artéria pulmonar de aproximadamente de 41 mmHg. Caso 2: M. L. S., feminino, 56 anos, tabagista pesada, hipertensa, diabética, e dislipidêmica em tratamento irregular, apresentou palpitação súbita, vertigem culminada com síncope cardiovertida com sucesso. Apresentava bulhas rítmicas e sopro sistólico em foco pulmonar e tricúspide. O ECG evidenciou ritmo sinusal, QRS desviado para a esquerda - 50 graus, intervalo P-R curto, presença de onda delta compatível com pré-excitação ventricular. O ecocardiograma mostrou acentuado aumento do átrio direito e “atrialização” do ventrículo direito com valva tricúspide com inserção de cerca de 13mm do folheto mitral e pressão na artéria pulmonar era de 46 mmHg. Conclusão: Nós relatamos dois casos de AE com mais de cinqüenta anos de idade e há relatos de pacientes até a nona década de vida. Assim como nos casos descritos o diagnóstico é ecocardiográfico. Em adultos a manifestação inicial mais comum é arritmia cardíaca, como no caso 2, e em segundo lugar a insuficiência cardíaca, caso 1. O tratamento clínico está voltado para a manifestação clínica inical sendo a correção cirúrgica o tratamento de escolha. O prognóstico é diretamente proporcional à idade de início dos sintomas, às manifestações associadas e ao grau de lesão da valva tricúspide. Leonardo Oliveira Mendonça [email protected] 67-84137099 BENEFÍCIO DA CRONOTERAPIA NO TRATAMENTO DA HIPERTENSÃO ARTERIAL PELOS BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO Marcelo Oliveira Lamberti; Bruno Zanon da Silva; José Raul Espinosa Cacho; Dyego dos Santos Queiróz; Fábio Rodrigues de Oliveira; Lucian Lucchesi Fernandes de Oliveira; Rafael Colman Gabrig; Wilian Ivo Pastro. UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS INTRODUÇÃO O ritmo circadiano influencia não apenas a fisiologia natural, mas também o comportamento das doenças, a farmacocinética, a farmacodinâmica das medicações e o esquema de distribuição das drogas.[1] A cronoterapia é uma forma terapêutica que associa a posologia ao ritmo circadiano, a fim de aperfeiçoar os tratamentos e obter maior eficácia.[2] O ciclo circadiano está intimamente ligado às alterações biológicas. Pesquisas têm evidenciado que o sistema reflexo dos barorreceptores, quando afetados, altera o ritmo circadiano da pressão arterial.[3] Essas alterações são clinicamente importantes, especialmente na rápida constricção vascular, provocando imediata elevação na pressão sanguínea.[1] Estudos afirmam que o aumento da freqüência cardíaca (FC) e da pressão arterial (PA) estão relacionados a um aumento periódico de norepinefrina.[4] Em razão disso, a cronoterapia apresenta-se associada às disfunções da pressão sanguínea, possuindo grande importância no tratamento anti-hipertensivo.[1] A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é um importante fator de risco associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo essas a principal causa de morbimortalidade no mundo.[5] O pico da PA ocorre durante as primeiras horas da manhã e gradativamente diminui no decorrer da noite.[6] Existem várias classes de medicamentos anti-hipertensivos, tais como: inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA), beta-bloqueadores, diuréticos, bloqueadores dos receptores de angiotensina II e bloqueadores dos canais de cálcio (BCC).[7] O funcionamento dos agentes anti-hipertensivos que atuam bloqueando o canal de cálcio se faz por meio da restrição da passagem desses íons através da membrana celular. Isso diminui a contração das células musculares lisas e musculares cardíacas, além de retardar, parcialmente, a condução dos impulsos pelas fibras do nó sinoatrial (SA) e do nó atrioventricular (AV). Esses fármacos podem também causar a vasodilatação das coronárias e das artérias periféricas, provocando bradicardia.[8] Uma das funções primordiais da utilização dos BCC para controle da HAS se faz em pacientes com hipertensão grave que necessitam de, ao menos, três fármacos antihipertensivos para manter a pressão arterial dentro de valores adequados. Os BCC podem ser associados simultaneamente a outros agentes anti-hipertensivos, no período matutino, ou separadamente, no período noturno. Essa associação não provoca efeito hipotensor adverso.[9] Palavras-chave: hipertensão, cronoterapia, drogas cronoterápicas, bloqueadores dos canais de cálcio. OBJETIVO GERAL Revisão bibliográfica do benefício da cronoterapia e a sua aplicabilidade no tratamento da hipertensão arterial. Objetivos Específicos Avaliar a função de anti-hipertensivos bloqueadores dos canais de cálcio. Analisar qual o período de maior eficácia do medicamento potencializando o efeito terapêutico. MÉTODO Trata-se de revisão da literatura médica sobre o tema “Benefício da cronoterapia no tratamento da hipertensão arterial pelos bloqueadores dos canais de cálcio”, incluindo artigos em inglês e português entre os anos 2000 a 2010. Foi realizada busca através de bancos de dados, tais como PUBMED, LILACS, IBECS e SciELO. Também foram utilizados descritores do DeCS e MeSH. Utilizou-se Guidelines Nacionais e Internacionais relacionados à Hipertensão Arterial Sistêmica para embasamento do tema proposto. Resultados Foram utilizados os descritores “hypertension”, “chronotherapy”, “Drug Chronotherapy” e “calcium channel blocker”. Foram encontrados 29 resultados e, após minuciosa análise, foram selecionados 16 artigos relacionados ao tema. RESULTADOS Observou-se que os níveis de pressão máxima ocorrem, na maioria das vezes, nas primeiras horas da manhã, diminuindo gradualmente no decorrer da noite.[6] Os fármacos que utilizam o sistema de liberação prolongada (COER-24) possuem melhores resultados no controle da PA quando administrado ao deitar, pois apresentam efeito máximo em oito a doze horas após a sua utilização. Atua também, de forma não muito intensa, no controle da PA no período noturno e no restante do dia.[6][2] Estudo feito por MUXFELDT et. al[10] em portadores de HAS apresentou prevalência de 69% de indivíduos com uma variação menor que 10% entre a média noturna e a média diurna da PA. Tais pacientes são denominados “nondipping”, ou seja, são pessoas que possuem HAS e não apresentam redução significativa da média da PA noturna em comparação com a PA diurna. Os resultados estão associados, principalmente, à ausência de uma terapêutica com um efeito homogêneo nas 24 horas do dia através de administração em dose única matinal. Existe relação entre “nondipping” e aumento dos riscos cardiovasculares, sendo que o estudo do ciclo circadiano pode facilitar a avaliação do risco de hipertensão e a busca pela redução da pressão noturna é um caminho promissor para o tratamento anti-hipertensivo. A hipertensão noturna também está relacionada com maior risco de acidente vascular encefálico hemorrágico.[11] Foi demonstrado que HAS crônica ou grave, hiperaldosteronismo, diabetes, disfunção autonômica e doença renal crônica estão associadas à maior prevalência de “nondipping”.[12] Em estudo feito por CHU et. al[9] em 15 pacientes, com média de idade de 59 anos e com hipertensão resistente, analisou-se dois esquemas terapêuticos: 1) todos os fármacos administrados simultaneamente no período da manhã; 2) alguns fármacos administrados no período da manhã, associado com a administração de BCC às 16 horas. Nesse estudo, os 15 pacientes iniciaram no esquema 1 por quatro semanas, sendo submetidos à Monitoração Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) para avaliar a PA. Em seguida, esses pacientes passaram para o esquema 2 e, após quatro semanas, submeteram-se a novo MAPA. A PA e a FC foram muito semelhantes, não apresentando diferenças significativas no tratamento entre o esquema 1 e o esquema 2. Outro estudo, de HERMIDA et. al[13], com 700 pacientes portadores de hipertensão arterial resistente, investigou o impacto do horário de administração da droga antihipertensiva sobre o padrão da PA. Os pacientes que utilizaram a administração noturna de algum desses agentes apresentaram índices de redução dos valores pressóricos noturnos duas vezes maiores dos que os utilizaram no período matutino. Com isso, demonstrou-se que a cronoterapia adequada pode potencializar o efeito terapêutico sobre o controle da PA na hipertensão resistente. Constatou-se também que a administração noturna de agentes antihipertensivos reduziu a prevalência de “nondipping” em torno de 30,5% dos pacientes estudados, diminuindo os riscos cardiovasculares relacionados. HERMIDA et. al[14] realizou um estudo com 250 pacientes durante três meses com um esquema terapêutico de três drogas anti-hipertensivas. Os pacientes foram divididos em dois grupos semelhantes. O primeiro recebeu as medicações pela manhã, e o segundo recebeu duas medicações pela manhã e uma à noite. A PA, assim como a pressão de pulso – diferença entre as pressões arteriais sistólica e diastólica, não apresentou variação no primeiro grupo, sendo que as mesmas proporcionaram redução sutil, porém significativa, no segundo grupo. Além disso, no segundo grupo, o efeito sobre os níveis de pressão foram três vezes maiores sobre a média da PA noturna comparadas à média da PA diurna. O estudo mostrou que 42% dos indivíduos apresentaram PA controlada após o período do estudo e houve uma redução do índice de indivíduos “nondipping” de 82% para 43%. Em contrapartida, apenas um paciente do primeiro grupo apresentou pressão controlada após os três meses de intervenção. HERMIDA et. al[15] realizou outro estudo clínico, randomizado e prospectivo, com 80 pacientes, a respeito da cronoterapia com a nifedipina GITS 30 mg ou 60 mg no período de 16 semanas. A terapêutica apresentou diminuição da PA em comparação com a PA basal. Além disso, não demonstrou efeito significativo sobre a FC em qualquer estratégia de dosagem. A administração noturna de nifedipina GITS 60mg possuiu um benefício significativo maior. Segundo estudo randomizado idealizado por SMITH[16] com 257 pacientes utilizando placebo e CODASverapamil em diversas dosagens (100mg, 200mg, 300mg e 400mg), observou-se redução da PA, principalmente no período matutino. CONCLUSÃO A cronoterapia tem se mostrado uma área muito importante na farmacologia, pois os processos fisiológicos do corpo humano, em especial a variação da pressão arterial, estão relacionados ao ciclo circadiano. Por conseqüência, a terapêutica pode ser influenciada por esse ciclo. A aplicação de medicamentos, levando em consideração esses ritmos, revelou-se eficaz no controle da pressão arterial no decorrer do dia, principalmente no período matutino, no qual ocorrem as maiores elevações pressóricas. Os anti-hipertensivos bloqueadores do canal de cálcio, especialmente os de liberação prolongada, quando administrados antes de dormir apresentam-se eficazes na diminuição da pressão matutina e também na pressão noturna, já que possuem efeito máximo após 8 a 12 horas da administração. Portanto, após esses resultados promissores, fica evidente a necessidade de estudos mais abrangentes relacionando a cronoterapia à terapêutica na tentativa de encontrar administrações mais eficientes, otimizando o tratamento da hipertensão. REFERÊNCIAS [1] FERNANDE, E. H. Cronoterapia cardiovascular: uma nova perspectiva no tratamento de cardiopatas. Revista brasileira de clínica e terapêutica. 26(4): pg.:136-42, 2000. [2] ORTEGA, K. C.; SANTELLO, J. L.; NOBRE, F.; JUNIOR, O. K.; JARDIM, P. C. B. V.; da COSTA L. S.; ROSITO, G. A.; RAPOSO, J. J. F; OIGMAN, W.; JUNIOR, D. M. Verapamil COER-24 180/240mg na hipertensão arterial leve a moderada em dose única diária avaliado pela monitorização ambulatorial da pressão arterial. Arquivo Brasileiro de Cardiologia, vol.74, n.3, pg.:283-290, 2000. [3] OLIVEIRA, H. A.; MOREIRA, A. J. P. e OLIVEIRA, A. M. P. Ritmo circadiano e doença vascular encefálica: um estudo de correlação com fatores de risco. Arquivo Neuro-Psiquiátrico, vol.62, n.2a, pg.:292-296, 2004. [4] SNIDER, M. E.; NUZUM, D. S.; VEVERKA, A. Long-acting nifedipine in the management of the hypertensive patient. Vascular Health and Risk Management, 4, 6, pg.:1249-1257, 2008. [5] HEAD, G. A.; MIHAILIDOU, A. S.; BEILIN, L. J.; BERRY, N.; BROWN, M. A.; BUNE, A. J.; COWLEY, D.; CHALMERS, J. P.; HOWE, P. R. C.; HODGSON, J.; LUDBROOK, J.; MANGONI, A. A.; MCGRATH, B. P.; NELSON, M. R.; SHARMAN, J. E.; STOWASSER, M. Definition of ambulatory blood pressure targets for diagnosis and treatment of hypertension in relation to clinic blood pressure: prospective cohort study. British Medical Journal, 340:c1104, 2010. [6] WHITE, W. B.; ELLITT, W. J.; JOHNSON, M. F.; BLACK, H. R. Chonotherapeutic delivery of Verapamil in obese versus non-obese patients with essential hypertension. Journal of Human Hypertension, pg.:135-141, 2001. [7] CAVALCANTI, E. F. de A.; OLMOS, R. D. Escolha dos anti-hipertensivos na hipertensão arterial: meta-análise. British Medic Journal, 338:b1665, 2009. [8] McDOUGNAG, M. S.; EDEN, K. B.; PETERSON, K. Drug class review on calcium channel blockers. Final Report, março de 2005. [9] CHU, C. S.; LEE, K. T.; CHEN, S. H.; LU, Y. H.; LIN, T. H.; VOON, W. C.; SHEU, S. H.; LAI, W. T. Morning versus evening administration of a calcium channel blocker in combination therapy for essential hypertension by ambulatory blood pressure monitoring Analysis. International Hearth Journal, pg.:433-442, 2005. [10] MUXFELDT, E. S.; BLOCH, K. V.; NOGUEIRA, A. R.; SALLES, G. F. Twenty-four hour ambulatory blood pressure monitoring pattern of resistant hypertension. Blood Pressure Monitoring, ed.:08, pg.:181-185, 2003. [11] MANCIA, G.; de BACKER, G.; DOMINICZAK, A.; CIFKOVA, R.; FAGARD, R.; GERMANO, G.; GRASSI, G.; HEAGERTY, A. M.; KJELDSEN, S. E.; LAURENT, S.; NARKIEWICZ, K.; RUILOPE, L.; RYNKIEWICZ, A.; SCHMIEDER, R. E.; BOUDIER, H. A.; ZANCHETTI, A.; VAHANIAN, A.; CAMM, J.; de CATERINA, R.; DEAN, V.; DICKSTEIN, K.; FILIPPATOS, G.; FUNCK-BRENTANO, C.; HELLEMANS, I.; KRISTENSEN, S. D.; MCGREGOR, K.; SECHTEM, U.; SILBER, S.; TENDERA, M.; WIDIMSKY, P.; ZAMORANO, J. L.; ERDINE, S.; KIOWSKI, W.; AGABITI-ROSEI, E.; AMBROSIONI, E.; LINDHOLM, L. H.; VIIGIMAA, M.; ADAMOPOULOS, S.; AGABITIROSEI, E.; AMBROSIONI, E.; BERTOMEU, V.; CLEMENT, D.; ERDINE, S.; FARSANG, C.; GAITA, D.; LIP, G.; MALLION, J. M.; MANOLIS, A. J.; NILSSON, P. M.; O’BRIEN, E.; PONIKOWSKI, P.; REDON, J.; RUSCHITZKA, F.; TAMARGO, J.; VAN ZWIETEN, P.; WAEBER, B.; WILLIAMS, B. Management of arterial hypertension of the European society of hypertension. European Society of Cardiology. In: 2007 Guidelines for the management of arterial hypertension: the Task Force for the Management of Arterial Hypertension of the European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology (ESC). Journal of Hypertension, 25, pg.:1105–1187, 2007. [12] REDON, J.; LURBE, E. Ambulatory blood pressure and the kidney: implications for renal dysfunction. Calcium Antagonists in Clinical Medicine. Epstein M, ed. Hanley & Belfus, Philadelphia, pp. 665–679, 2002. [13] HERMIDA, R. C.; AYALA, D. E.; CALVO, C.; LÓPEZ, J. E.; MOJÓN, A.; FONTAO, M. J.; SOLER, R.; FERNÁNDEZ, J. R. Effects of time of day of antihypertensive treatment on the ambulatory blood pressure pattern of patients with resistant hypertension. Hypertension, ed.:46, pg.:1053-1059, 2005. [14] HERMIDA, R. C.; AYALA, D. E.; FERNÁNDEZ, J. R.; CALVO, C. Chronotherapy improves blood pressure control and reverts the nondipper pattern in patients with resistant hypertension. Journal of the American Heart Association, ed.:51, pg.:69-76, 2008. [15] HERMIDA, R. C.; CALVO, C.; AYALA, D. E. Dose and administration timedependent effects of nifedipine GITS on ambulatory blood pressure in hypertensive subjects. Chronobiology International, 24(3), pg.:471-493, 2007. [16] SMITH, D. H. G. Pharmacology of cardiovascular chronotherapeutic agents. American Journal of Hypertension, vol.: 14, nº 09, pg.:296-301, 2001. Autor Principal: Marcelo Oliveira Lamberti E-mail: [email protected] Celular: (67) 8459-4577 FLUTTER ATRIAL E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA COMO PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO DA DISSECÇÃO AORTICA TIPO B Longhi, Alan; Ana, Jony Alisson; Rodrigues, Analiz Marchini; Gon, Rafael Santos; Mendonça, Leonardo Oliveira; Hospital Universitário (HU) – Universidade Federal da Grande Dourados(UFGD) INTRODUÇÃO: Dissecção de Aorta (DA) é uma emergência médica caracterizada por uma dor lancinante torácica. Apresentações atípicas estão presentes em 5-15% dos casos, geralmente apresentando achados neurológicos, cardíacos e ausência de dor, dificultando o diagnóstico e aumentando a mortalidade. OBJETIVOS: Relatar caso de DA tipo B manifestado de maneira atípica, como Flutter Atrial (FA) e IC. MÉTODOS: Relato de caso com dados obtidos em revisão de prontuário e revisão via Pubmed. RESULTADOS: O.M.S., 49 anos, masculino, negro, casado, natural e procedente de Caarapó – MS. Procurou Pronto Socorro local queixando-se de palpitações e falta de ar com 60 dias de evolução, quando então foi diagnosticado hipertensão arterial. Houve piora dos sintomas durante 30 dias com dor intensa em região de flanco esquerdo irradiada para região lombar do tipo lancinante. Houve melhora parcial dos síntomas quando iniciou AINE e tratamento anti-hipertensivo com IECA e diurético tiazídico. Após 30 dias apresentou os mesmos síntomas quando então foi transferido para a UTI do HU – UFGD. Ao exame físico, após ser medicado, apresentava-se hemodinamicamente estável, PA: 140x100; bulhas arrítmicas, com sopro sistólico ++/4+ em foco mitral, turgência jugular; estertores finos em bases bilaterais; edema de ++++/4+ em MMII, pulsos distais simétricos. Exames: ECG: FA com freqüência de 150 bpm; Ecocardiograma: aumento global de câmaras cardíacas, VE e VD com desempenho sistólico global deprimido em grau acentuado; Cateterismo cardíaco: DA tipo B com “flapping”, coronárias normais. Paciente portador de ICC CLASSE FUNCIONAL IV e FA com necessidade de anticoagulação oral, porém com DA que contraindica a mesma, sendo, portanto encaminhado para implante de endoprótese aórtica. CONCLUSÃO: A apresentação atípica da DA é um desafio para o médico emergencista. Uma alta suspeita clínica é necessária para o diagnóstico dessa patologia que apresenta altos índices de mortalidade. Allan Longhi, [email protected], fone: (67) 8111 4082; HIPERTENSÃO ARTERIAL NO IDOSO E PREVALÊNCIA DE COMPLICAÇÕES CARDIOVASCULARES. Thalita Espósito Simão, Tassiana Espósito Simão e Estevão Barbosa da Cruz. ANHANGUERA/UNIDERP Introdução: Juntamente com o aumento da expectativa de vida em todo o mundo, houve aumento das complicações cardiovasculares. No Brasil estas são responsáveis por mais de 250.000 mortes/ ano, sendo a hipertensão arterial sistêmica (HAS) a principal culpada. O tratamento medicamentoso e o não-farmacológico geram redução das complicações e melhoram a qualidade de vida. A HAS é o mais importante fator de risco cardiovascular modificável, estando associada, principalmente nos idosos, com a doença arterial coronária (DAC), doença cerebrovascular (DCV), insuficiência cardíaca (IC), doença renal terminal, doença vascular periférica, hipertrofia ventricular esquerda (HVE) e disfunção diastólica. Objetivo: Determinar a prevalência das complicações cardiovasculares ocasionada pela hipertensão arterial sistêmica na população idosa. Métodos: Estudo de prevalência de complicações cardiovasculares em idosos, tendo a HAS como fator de risco, realizado na UBS Pioneira de Campo Grande- MS, no período de fevereiro a julho de 2010, através da aplicação de questionário estruturado e exames de ecocardiograma (ECO) e eletrocardiograma (ECG), após consentimento dos participantes do estudo. Resultados: Participaram do estudo, 82 pacientes acima de 60 anos, sendo a média de idade 69.7 anos, a maioria do sexo feminino (56%), e da raça branca (70%), destes, 7% possuem insuficiência cardíaca sistólica, 67% possuem HVE (grau leve e moderado), baseado no resultado do ECG, 30% com disfunção diastólica de ventrículo esquerdo, conforme ECO e 8% referem DCV, 3% possuem insuficiência renal crônica (creatinina >1,4mg por dl), e 2% referem infarto agudo do miocárdio prévio. Conclusão: Os dados obtidos sugerem maior prevalência de insuficiência renal, hipertrofia ventricular e de acidente vascular cerebral em homens brancos do que em mulheres brancas, determinando assim maior prevalência das comorbidades no sexo masculino. Portando há necessidade de controle adequado e rigoroso dos níveis pressóricos para redução das complicações ocasionadas pela hipertensão arterial, utilizando a associação de tratamento medicamentoso e não – farmacológico, incentivando melhora dos hábitos de vida da população. [email protected] Thalita Espósito Simão [email protected] Tel: 067 92970322 IDENTIFICAÇÃO DO RISCO DE DOENÇA CARDIOVASCULAR EM USUÁRIOS DE UBSF SEGUNDO ESCORE DE FRAMINGHAM MARGARETHE NOVAES, ELIZA MARIA NOVAES, LEIKA APARECIDA ISHIYAMA GENIOLE. Curso de Medicina ANHANGUERA/ UNIDERP Introdução: No Brasil em 2003, 27,4% dos óbitos foram por doenças cardiovasculares, tendo como suas principais causas: doença arterial coronariana, doença arterial periférica e acidente vascular encefálico. A origem dessas doenças tem relação direta com o número e intensidade de fatores de risco, sendo o conhecimento desses fatores a principal forma de prevenção. Objetivo: Verificar a probabilidade de desenvolver doença do aparelho circulatório (DAC), associada aos principais fatores de risco. Método: O estudo foi realizado com uma amostra aleatória de usuários da uma Unidade Básica da Saúde da Família de Campo Grande- MS, mediante entrevista e avaliação segundo Escore de Framingham (EF). Verificou-se a pressão arterial, relação cintura/quadril e foram mensurados peso e altura. Os parâmetros de IMC, Obesidade e Obesidade Central são da Organização Mundial da Saúde. Os dados dos exames de colesterol HDL e LDL foram provenientes de prontuários. Resultados: Foram avaliados 20 usuários, sendo que 90% estão acima de 30 anos, tendo predomínio do sexo feminino com 83,33%. Quanto ao risco de obesidade, 45% dos usuários são obesos; 50% estão sobrepeso; 30% possuem obesidade central, sendo a porcentagem no sexo feminino de 25%. Dos pacientes 65% são sedentários, 15% tem hábitos tabagistas, 35% e 80% respectivamente possuem doenças como Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial. Conforme os exames laboratoriais, 55% estão com HDL<40mg/dl e 15% tem LDL >160mg/dl. Segundo os critérios de Framinghram, 65% dos usuários possuem risco de 9% a 47% de DAC em dez anos e 35% atingiram risco menor que 9% de desenvolverem DAC. Conclusão: Apesar da limitação do estudo, houve elevada prevalência de fatores de risco. Confirma-se ainda, a importância da realização de ações que auxiliem os usuários a conhecerem os fatores de risco das DAC e adotarem hábitos de vida mais saudáveis controlando, desta forma, as causas evitáveis de DAC. Também é necessário fortalecimento da atenção integral à saúde dos indivíduos, procurando melhorar o acesso ao diagnóstico precoce e tratamento das doenças crônico, tais como a hipertensão e diabetes. Margarethe Novaes ([email protected] 67-99446059) IMPORTÂNCIA DO MAGNÉSIO NO DIABETES MELLITUS TIPO 2 Camila Cristina Tormena; Lourdes Zélia Zanoni; Vítor Hugo Kussumoto; Fernanda Zanoni Cônsolo. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. INTRODUÇÃO O magnésio é o segundo cátion em maior concentração no meio intracelular. Participa como co-fator de reações enzimáticas ligadas ao metabolismo de carboidratos, secreção e ação da insulina (Elin, 2004). REIS et al. (2002) relataram que a deficiência de magnésio está implicada direta ou indiretamente na resistência à insulina, mantendo uma relação inversa com ela, especialmente em pacientes com síndrome metabólica e diabetes mellitus tipo 2 (DM2) (Lima et al., 2005). OBJETIVO Abordar aspectos básicos para a compreensão da relação entre o magnésio e a resistência à insulina, que são de interesse clínico para uma melhor abordagem terapêutica do DM2. MÉTODO Revisão bibliográfica com dados coletados em publicações de 2002 a 2007. RESULTADOS O magnésio é responsável pela atividade da tirosino-quinase ao nível do receptor da insulina, portanto sua deficiência pode gerar maior resistência periférica à ação da mesma. Diversas evidências mostram que a deficiência de magnésio pode causar a resistência à insulina, no entanto, outras denotam relação inversa. Vinte e cinco a 47% dos indivíduos com DM2 apresentam hipomagnesemia, enquanto na população saudável a prevalência é de 4,9% (Lima et al., 2005). A insulina aumentou mais a concentração de magnésio em indivíduos normais que nos pacientes diabéticos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o consumo alimentar é um dos fatores determinantes passíveis de modificação para doenças crônicas não transmissíveis (Sartorelli, 2006). Song et al., 2004, baseados no Women’s Health Study, mostraram que, quanto maior a ingesta de magnésio, menor a incidência de diabetes na população prospectivamente estudada, especialmente nas mulheres com sobrepeso. Em muitos países a prevalência do DM2 tem se elevado vertiginosamente e espera-se um aumento ainda maior. Preconiza-se uma recomendação dietética para aumentar o consumo de alimentos ricos em magnésio, como grãos e folhas verdes (Lopez et al., 2004). CONCLUSÃO Embora a função bioquímica do Mg no metabolismo da glicose seja reconhecida, evidências sobre o papel da deficiência deste mineral na intolerância à glicose permanecem inconsistentes. Porém, é evidente que a prevalência de hipomagnesemia é maior em pessoas com DM2 quando comparado à população saudável, por esse motivo a determinação da concentração intracelular do íon é de grande utilidade clínica no manejo do paciente com DM2. Os estudos sustentam os benefícios potenciais de uma modificação na dieta para prevenção do DM2 consumindo alimentos ricos em magnésio, como frutas, vegetais verdes e grãos, fontes primárias deste importante mineral. Lourdes Zélia Zanoni [email protected] 9957-7979 INFLUÊNCIA DAS AÇÕES EM COMUNICAÇÃO PARA O TRATAMENTO DE HIPERTENSÃO. Tassiana Espósito Simão, Thalita Espósito Simão, Estevão Barbosa da Cruz e Renato Loureiro de Figueiredo Filho . ANHANGUERA/UNIDERP Introdução: Hipertensão arterial sistêmica é uma das doenças com maior prevalência no mundo, caracterizada por altos níveis pressóricos, tendo causa multifatorial, sendo o seu controle fundamental para reduzir a morbimortalidade de doenças cardiovasculares. A não adesão ao tratamento, desconhecimento da doença, incompreensão do papel das mudanças do estilo de vida e a incompreensão do receituário médico influenciam no controle da doença. O entendimento sobre a posologia do tratamento, as reações adversas, contagem dos medicamentos no retorno da consulta, são os meios utilizados para avaliação da adesão ao tratamento. Objetivo: Avaliar a influência do analfabetismo e da dificuldade de compreensão da prescrição médica, sobre o controle dos níveis pressóricos de pacientes hipertensos atendidos em uma Unidade Básica de Campo Grande-MS. Método: Participaram do estudo 113 pacientes, distribuídos em 2 grupos, por período de um ano (2008 a 2009). O grupo 1(caso), recebeu receituário com os horários da medicação ilustrados por meio de figuras e foram realizadas orientações acerca do tratamento. O grupo 2(controle) recebeu o receituário convencional. Todos deveriam estar cadastrados no programa da UBS e consentir em participar do estudo. Resultado: Foi observado que no Grupo 1 (56pacientes), 28,3% tinham dificuldade para compreender a prescrição médica, 9,7% eram analfabetos, 86,7% faziam uso de politerapia, 25% apresentavam PA (pressão arterial) > 130> 85mmhg; o grupo 2 (57pacientes), 31.7% tinham dificuldades em compreender a prescrição , 8,23% analfabetos, 70% utilizavam politerapia, 42% com PA >130>85mmhg. Em relação aos níveis pressóricos, utilizou-se o método t-student, para avaliação. Houve melhora significativa (p-valor =0,028) na pressão sistólica dos pacientes que obtiveram melhores orientações quanto a posologia do tratamento em relação aos pacientes do grupo controle. Conclusão: Nesta avaliação preliminar, pode-se concluir que há um índice de analfabetismo considerável na região onde foi realizado o trabalho, e a abordagem em ações de comunicação durante a consulta médica, utilizando técnicas para o melhor entendimento da prescrição médica, apresenta influência significativamente positiva na adesão ao tratamento e conseqüentemente na redução dos níveis pressóricos dos pacientes. [email protected] Tassiana Espósito Simão (067) 9297-322 INTEGRAÇÃO TEÓRICO-PRÁTICA – RELATO DO PROJETO “LIGA ACADÊMICA CARDIOVASCULAR” Ivan Luiz Gayoso, Pedro de Souza Jafar, Ana Paula Freitas, Jullyana Mendonça Souza, Alexandre Bassaneze Bernardo, Guilherme Gobbi Neto Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal–UNIDERP Introdução As Ligas Acadêmicas tem o objetivo de proporcionar maior conhecimento e vivência em áreas de interesses comuns. A participação dos discentes é de importância ímpar para a sua formação, tornando-os mais hábeis e conhecedores, em suma, profissionais diferenciados. A Liga Acadêmica Cardiovascular (LAC) da UNIDERP foi fundada com base nesses princípios. Objetivos A formação de ligas acadêmicas, como uma iniciativa estudantil, tem na atualização e na promoção do conhecimento na área da saúde alguns de seus objetivos. E também, agregar valor à formação acadêmica, incentivar a aquisição de habilidades, o trabalho em equipe e expor o discente à realidade social da população na qual estão inseridos. Além desses, preparo de aulas, desenvolvimento da oratória, aquisição de conhecimento teórico, habilidades clínicas e experiências em ambientes cirúrgicos são objetivos específicos da LAC. Métodos A LAC é composta por corpo orientador e estudantil do curso de medicina com sede no Centro de Especialidades Médicas (CEMED) da UNIDERP. A LAC foi estruturada em eixos teórico e prático. O eixo teórico, é assim organizado: apresentações semanais de temas pré-estabelecidos com utilização de recursos visuais e supervisão de um especialista da área. Para o eixo prático os médicos especialistas na área de cardiologia e vascular, disponibilizaram-se para que os membros da liga pudessem acompanhá-los e assim oportunizar o contato com o dia-a-dia do atendimento médico nos diferentes cenários: centro de diagnóstico, ambulatório e centro cirúrgico. Resultados Durante seis meses de existência, a LAC tem oportunizado aos acadêmicos de medicina da UNIDERP, aulas com alta qualidade e ótimos profissionais; aos membros, grande aprendizado e crescimento da “bagagem profissional” pelo eixo prático. Discussões Apesar do pouco tempo de existência, podemos notar a satisfação dos membros, o contentamento dos coordenadores e a formação de um ótimo conceito no meio acadêmico da UNIDERP. A LAC tem sido reconhecida pela sua organização, compromisso e seriedade. Ivan Luiz Gayoso- [email protected] –67 92748396 UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS Faculdade de Ciências da Saúde Sérgio Pontes Prado, Thiago Germano Oliveira Siqueira, Janaina da Silva Domingues, Renata Pontes Pimenta Assis Médicos residentes de clínica médica do HU/UFGD Internas do 5º ano do curso de medicina da UFGD MIXOMA ATRIAL ESQUERDO: RELATO DE CASO INTRODUÇÃO Os tumores primários do coração e pericárdio são pouco freqüentes, apresentando em séries de autópsias incidência entre 0,001% a 0,2%, com características histológicas benignas em 75% dos casos, respondendo os mixomas por aproximadamente 50% dessas neoplasias1,2,3. O mixoma cardíaco tem uma prevalência maior em mulheres, entre a 3ª e 6ª década de vida, e localiza-se, principalmente, no átrio esquerdo, com uma incidência superior a 70% nesta câmara, sendo 94% tumores solitários2. Podem ser redondos ou ovais, compactos, sésseis ou pedunculados, sendo estes os mais freqüentes chegando a 83% dos casos1,2. As manifestações clínicas dependem de seu tamanho, mobilidade, localização e friabilidade4. Os pacientes podem apresentar-se com dor torácica atípica, síncope, letargia, mal estar, perda de peso, palpitação, edema periférico, edema agudo de pulmão, embolia pulmonar, isquemia cerebral e ataque isquêmico transitório, fibrilação atrial, flutter atrial e outras taquiarritimias, hemoptise, embolização periférica e infecção com quadro clínico de endocardite bacteriana2. Porém, as manifestações mais comuns são a dispnéia em até 80% dos pacientes e a insuficiência cardíaca congestiva em 56% dos casos2. Já o exame físico de paciente com mixoma caracteriza-se por apresentar ausculta inexpressiva, sem impulsões cardíacas visíveis mesmo quando o tumor é de tamanho considerável. Os mixomas de átrio esquerdo comumente apresentam sopro mitral de regurgitação, estenose ou de dupla lesão5. Na biópsia, microscopicamente, observa-se neoplasia de linhagem mesenquimal, constituída pela proliferação de células globosas, células endoteliais, células do músculo liso e células indiferenciadas, confirmando o diagnóstico de mixoma4. A intervenção cirúrgica com ressecção completa do tumor é essencial para a cura da doença e evita a recidiva do tumor com subseqüentes reoperações que expõe o paciente a outras complicações como sangramentos e necessidade de hemoderivados2,3. A mortalidade hospitalar perfaz torno de 4%2. Posteriormente, o paciente deve realizar seguimento com ecocardiogramas periódicos já que as recidivas do mixoma variam entre 5 e 14%3. Desse modo, o diagnóstico precoce e o tratamento cirúrgico mostram-se essenciais para o paciente com mixoma cardíaco apesar dos achados clínicos inespecíficos1,4. OBJETIVO Interpretar dados sugestivos pelo exame físico de doença arterial coronariana que, na verdade, eram causados por mixoma atrial esquerdo. METODOLOGIA Paciente com 49 anos, sexo feminino, natural de Minas Gerais, com história de precordialgia. No Pronto-Socorro durante a anamnese relatou quadro de dor de caráter opressivo, intensidade leve, com irradiação para a região cervical e duração entre 15 e 20 minutos há duas semanas que melhorava ao repouso. Porém, há 1 dia a dor tornou-se de forte intensidade, sem fator de melhora e associada a tontura. Nos antecedentes pessoais e familiares negava comorbidades tipo hipertensão arterial sistêmica (HAS), diabetes mellitus (DM) e distúrbios cardíacos prévios e/ou uso de tabaco. O pai era hipertenso e fazia uso regular da medicação. No exame físico apresentou-se em bom estado geral, afebril acianótica, anictérica, hidratada, corada, eupnéica, orientada, escala de coma de Glasgow 15, sem turgência de jugulares, sem reflexo hepatojugular, bulhas rítmicas normofonéticas em 2 tempos com sopro diastólico 2+/6+ restrito ao foco mitral, FC= 86 bpm, PA=130/70 mmHg, murmúrio vesicular presente sem ruídos adventícios, FR=16 irpm, ruídos hidroaéreos presentes, sem visceromegalias e sem edemas. Como exames auxiliares foram realizados eletrocadiograma (ECG) em 10 minutos e dosagem de enzimas cardíacas, que não sugeriram isquemia. No caso relatado, apesar do ECG não apresentar alterações, a radiografia de tórax mostrava aumento do átrio esquerdo (AE). Desse modo, foi realizado o ecocardiograma transtorácico (ECOT), considerado método diagnóstico de eleição4, que evidenciou, então uma massa cardíaca. No ECOT constatamos fração de ejeção normal, AE levemente aumentado e localização de massa no mesmo átrio de cerca de 9 cm de diâmetro e que se projetava através da valva mitral durante a diástole. Nesta imagem havia, inclusive, sinais de adesão do tumor na cúspide anterior da valva mitral. Com esses dados, foi descartada a suspeita inicial de doença arterial coronariana e sugerido com as imagens do ECOT a hipótese de mixoma atrial esquerdo. Desse modo, houve abordagem cirúrgica tipo esternotomia mediana com circulação extracorpórea; incisão transversa dos átrios direito e esquerdo e exérese da formação pediculosa com ampla margem de segurança. Na análise da biópsia de congelação evidenciou-se massa de 6,0x3cm de aspecto esbranquiçado e gelatinoso com áreas de material fibrinoso confirmando a hipótese de mixoma. Após a intervenção cirúrgica sem intercorrências, a paciente permaneceu por mais 5 dias no hospital e recebeu alta sob orientações de repetir periodicamente o ECOT. RESULTADOS Como a avaliação inicial era inespecífica, foi sugerida ecocardiograma transtorácico que evidenciou massa cardíaca retirada posteriormente através de intervenção cirúrgica e diagnosticada por biópsia como mixoma atrial esquerdo. CONCLUSÃO O relato demonstra a dificuldade em diagnosticar tumores cardíacos visto que os sinais e sintomas são inespecíficos e o tratamento precoce favorece o prognóstico e evita complicações como a morte. BIBLIOGRAFIA 1. Motta AAR, Colen Filho E, Colen EA, Viera JAS, Alves MAP, Borges MF, et al. Mixoma do átrio esquerdo: relato de 3 casos. Rev Bras Cir Cardiovasc. 1997;12(4):377-83. 2. Nogueira DC; Bontempo D; Menardi AC; Vicente WVA; Ribeiro PJF; Évora PRB. Mixoma Atrial Esquerdo como Causa de Síncope em uma Adolescente. Arq Bras Cardiol, volume 81 (nº 1), 202-5, 2003. 3. Meira E B S, Camacho R G, Meira D B S M, Póvoa R, Kassab K K, Anijar A M, Kahwage P C, Richter I – Mixoma de átrio esquerdo associado a derrame pleural. Rev Bras Cir Cardiovasc 2000; 15(3): 259-62. 4. Chaves F. C., Nascimento M., Tavares G. A. B., Donsouzis S. G. Mixoma Atrial Esquerdo Causando Estenose Mitral Importante em Paciente Oligossintomática. Relato de Caso. Rev Bras Clin Med, 2008;6:208-209. 5. Carvalho AC, Silva CO, Gimenes AC, et al. Bilateral myxoma – preoperative diagnosis and successful surgical removal. Arq Bras Cardiol, 1980;35:235-240. O PAPEL DO ÁCIDO GRAXO ÔMEGA-3 NA PREVENÇÃO DE DOENÇAS ARTERIAL CORONARIANA Carlos Eduardo Zanoni Cônsolo1,Fernanda Zanoni2,Lourdes Zélia Zanoni2,Luiz Carlos Tesini2,Yara Delamare Espindola1 1 2 Universidade Anhanguera-UNIDERP Universidade Federal de Mato Grosso do Sul Introdução No Brasil, as doenças cardiovasculares (DCV) representam uma das principais causas de morte, sendo que em 2007 ocorreram 308.466 óbitos por doenças do aparelho circulatório1. Nas últimas 3 décadas, vários estudos tem demonstrado os benefícios cardiovasculares do ácido ômega-32,3 . A base da utilização do ácido ômega-3 se dá pela sua ação antiinflamatória, com produção de protectinas e resolvinas, mediadores químicos do processo inflamatório, que bloqueiam a atividade neutrofílica e dos linfócitos T. Tem atividade antitrombótica com redução da agregação plaquetária, estabilização a plaqueta. Melhora a função endotelial, diminui a produção de citocinas como Fator de Necrose Tumoral (TNF-α), interlecucina 1 e interleucina 6, fatores ligados diretamente ao processo aterosclerótico4,5. A American Heart Association (AHA) recomenda a suplementação de ácido graxo ômega-3 em pessoas com doença coronariana já documentada4. Objetivo Evidenciar os efeitos da suplementação de ácido graxo ômega-3 na prevenção de doenças arterial coronariana. Método Revisão da literatura sobre os efeitos benéficos do ácido graxo ômega-3 em pacientes com doença coronariana. Discussão Estudos mostram que a suplementação com ácido graxo ômega-3 reduz substancialmente o risco relacionado à aterosclerose cardiovascular. Mais recentemente, um estudo randomizado demonstrou que o ácido eicosapentanóico (EPA), derivado do ômega-3, é efetivo na prevenção de eventos coronarianos em pacientes com hiperlipidemia6. Harris et al., revisaram 25 estudos onde avaliaram o risco de eventos coronarianos em função dos níveis de ômega-3 e mostraram que a redução de grandes eventos cardiovasculares se correlacionou inversamente com os níveis teciduais de EPA, e mais ainda, com o ácido docosahexaenoico (DHA), outro ácido também derivado do ômega-3 7. Alguns estudos demonstraram igualmente que indivíduos com suplementação de EPA e DHA (acima de 665mg/dia) mostraram uma redução de 30-50% de DCV em relação à mortalidade, quando comparados com indivíduos que não fizeram a ingestão destas substâncias8. Um estudo que avaliou, durante 2 anos, 2033 homens após infarto agudo do miocárdio o efeito da suplementação diária de óleo de peixe em cápsulas de 1,5g, que contem 20% de ácido graxo ômega-3, demonstrou a redução da mortalidade total de 12,8% para 9,3% e a mortalidade por doença coronariana de 11,4% para 7,7%. Este estudo concluiu que o ácido graxo ômega-3 protege contra a morte após infarto do miocárdio9. Outro grande estudo (JELIS), em pacientes japoneses com hipercolesterolemia, com ou sem doença arterial coronariana pré-existente, mostrou que o uso diário a longo prazo de 1,8 g de EPA reduziu o risco de eventos coronarianos em 18%10. Investigadores de um coorte de 25 573 homens e 28 653 mulheres relataram que o consumo de peixe gordo foi associado com uma redução de 30% de risco de síndrome coronariana aguda em homens (mas não em mulheres), durante um seguimento médio de 6-7 anos. Estudos em pacientes, que se submeteram a procedimentos de revascularização coronária percutânea com balão, evidenciaram redução do risco de re-estenose e também significativa redução na oclusão do vaso-enxerto após revascularização coronária cirúrgica, após um ano de suplementação com 3 a 4 g por dia de ômega-311,12 . Conclusão O consumo do ácido graxo ômega-3 têm sido recomendado como parte importante da dieta humana. A maioria dos estudos evidencia os benefícios dos ácidos eicosapentanóico (EPA) e docosahexaenoico (DHA), derivados do ácido ômega-3, na prevenção secundária e redução da ocorrência de morte súbita por doença coronariana. Bibliografia 1. Lee JH, O'Keefe JH, Lavie CJ, Marchioli R, Harris WS. Omega-3 fatty acids for cardioprotection. Mayo Clin Proc.2008; 83(6):730. 2. C.J. Lavie and R.V. Milani, Fish oils. In: F.H. Messerli, Editor, Cardiovascular Drug Therapy, Saunders, Philadelphia.1996;1608–1613. 3. C.M. Albert, C.H. Hennekens and C.J. O'Donnell et al., Fish consumption and risk of sudden cardiac death. JAMA.1998;23–28. 4. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Sociedade Brasileira de Cardiologia/Sociedade Brasileira de Hipertensão/Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq Bras Cardiol.2010; 95(supl.1):1-51. 5. Torrejon C, Jung UJ, Deckelbaum RJ. N-3 Fatty acids and cardiovascular disease: actions and molecular mechanisms. Prostaglandins Leukot Essent Fatty Acids. 2008;78(2):157. 6. Ueeda M, Doumei T, Takaya Y, Shinohata R, Katayama Y, Ohnishi N, et al. Serum N-3 polyunsaturated fatty acid levels correlate with the extent of coronary plaques and calcifications in patients With acute myocardial infarction. Circ J. 2008;72:1836–43. 7. WS Harris, WC Poston, CK Haddock, Tissue n-3 and n-6 fatty acids and risk for coronary heart disease events. Atherosclerosis. 2007;193(1):1-10. 8. Russo GL. Dietary n-6 and n-3 polyunsaturated fatty acids: From biochemistry to clinical implications in cardiovascular prevention. Biochemical Pharmacology.2009;15;77(6):937-46. 9. Sacks FM, Katam M. Randomized Clinical Trials on the Effects of Dietary Fat and Carbohydrate on Plasma Lipopoteins and Cardiovascular Disease. Am J Med.2002;30;113 Suppl9B:13S-24S. 10. M Yokoyama, H Origasa, M Matsuzaki et al. and for the Japan EPA lipid intervention study (JELIS) Investigators, Effects of eicosapentaenoic acid on major coronary events in hypercholesterolaemic patients (JELIS): a randomised open-label, blinded endpoint analysis. Lancet.2007;1090–1098. 11. JP Gapinski, JV VanRuiswyk, GR Heudebert and GS Schectman, Preventing restenosis with fish oils following coronary angioplasty. A meta-analysis. Arch Intern Med.1993;1595–1601. 12. J Eritsland, H Arnesen, K Grønseth, NB Fjeld and M Abdelnoor, Effect of dietary supplementation with n-3 fatty acids on coronary artery bypass graft patency. Am J Cardiol.1996;31–36. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES HIPERTENSOS DE UBS DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE – MS. Tassiana Espósito Simão, Thalita Espósito Simão, Estevão Barbosa da Cruz e Renato Loureiro de Figueiredo Filho. ANHANGUERA/UNIDERP Introdução: A hipertensão arterial é uma doença comum, muitas vezes assintomática, caracterizada pela manutenção de valores da pressão arterial > ou igual a 140-90mmhg. Quanto à etiologia, alterações endócrinas, renais, genéticas, medicamentos (anticoncepcionais, antidepressivos, corticóides e moderadores de apetite) bem como doenças neurológicas, podem ser causas de hipertensão. Seu controle tem grande importância, pois a expectativa de vida do hipertenso é 40% menor que a de um indivíduo hígido. O uso de medicação anti-hipertensiva, uma dieta hipossódica, mudança de hábitos de vida, exercícios físicos, manutenção do peso ideal são medidas para manter a pressão controlada. Objetivo: Avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes hipertensos da UBS Pioneira do Município de Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Método: Estudo transversal de prevalência, realizado por meio da aplicação de questionário estruturado à amostra citada acima, após consentimento dos mesmos, no período de janeiro a agosto de 2010. Resultados: Participaram do estudo 107 pacientes, com idades entre 30 e 70 anos, sendo a maioria (35.1%) compreendida na faixa etária entre 50 a 60 anos, usuários de poliquimioterapia (75,7%), sexo feminino (62.9%), aposentados (41,6%). Quanto à cor, 44,4% branca, 28,7% parda e 25,9% negra. Sendo 66,3% alfabetizados. O tempo de instalação da doença em 35,1% era de 0 a 5 anos. Já 75,7% dos pacientes relataram história familiar de hipertensão. Quanto às comorbidades, o diabetes melitus foi a mais prevalente (19,6%). Em relação aos hábitos de vida houve prevalência de sedentarismo (71,9%), em 35,5% foi encontrado hipercolesterolemia, com hipertensão estágio 2 (29,9%). Em 56% dos casos os entrevistados negaram tabagismo, em relação ao IMC 50,4% apresentaram sobrepeso, sendo registrado um caso de obesidade mórbida. Mesmo diante do exposto acima, uma quantidade considerável dos pacientes (23,3%) não fazem uso da medicação regularmente. Conclusão: A hipertensão arterial é uma patologia bastante explorada na literatura, sendo sua etiologia, epidemiologia, tratamento e prevenção conhecida, embora muitos pacientes não saibam como prevenir as complicações ocasionadas pela doença. Sendo observada neste trabalho uma porcentagem significativa de pacientes com obesidade, dislipidemia e diabetes melitus. Evidenciando assim a importância das orientações médicas para reduzir a morbimortalidade causada pela hipertensão. Email: [email protected] Tassiana Espósito Simão Tel (067) 9297-0322 PERFIL ETNOGRÁFICO DOS TABAGISTAS DE UMA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE DA FAMÍLIA EM CAMPO GRANDE-MS Autores: LUDIMILA FALCÃO GOMES; ADRIANA NUNES TONIASSO; ALEX INGOLD; FELIPE RESENDE DIAS DE ABREU; FERNANDO HENRIQUE NOVAES; MARINA LEITE MORANDI; MARIO GONÇALVES NETO; ANA MARIA CAMPOS MARQUES; ANA CLÁUDIA ALVES PEREIRA UNIVERSIDADE PARA O DESENVOLVIMENTO DO ESTADO E DA REGIÃO DO PANTANAL – UNIDERP/ANHANGUERA RESUMO INTRODUÇÃO: A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que na atualidade haja em torno de 1,26 bilhões de fumantes e considera o tabagismo o maior agente isolado e evitável de morbidade e mortalidade no mundo. O tabagismo causa cerca de 50 doenças diferentes, principalmente as doenças cardiovasculares tais como: a hipertensão, o infarto, a angina, e o derrame. OBJETIVOS: Descrever o perfil etnográfico dos tabagistas de uma UBSF na cidade de Campo Grande – MS; prevalência de doenças crônico-degenerativas relacionadas ao tabagismo na respectiva população. MÉTODOS: Foi realizado um estudo observacional transversal em tabagistas na micro-área da UBSF Aero Itália na cidade de Campo Grande – MS, no período de janeiro a agosto de 2009. A coleta de dados foi realizada por meio de um questionário (baseado no Estudo de Fagerstrom), composto por 20 perguntas fechadas. As variáveis mais importantes foram as doenças crônicodegenerativas relacionadas ao tabagismo; consumo diário de cigarro; tempo de tabagismo e o grau de dependência. RESULTADOS: Constatou-se uma prevalência de 15% de tabagistas. Os resultados foram obtidos de uma amostra de 135 pessoas, sendo 46 homens (33%) e 89 mulheres (67%). A maioria (59%) iniciou o hábito de fumar entre 10 a 15 anos; 52% fuma há mais que 20 anos; 23% possui elevado grau de dependência à nicotina; 50% possui algum tipo de desconforto respiratório; 30% são hipertensos. CONCLUSÃO: Metade da população estudada possuía algum tipo de desconforto respiratório ao realizar exercício físico (dispnéia, tosse, fadiga). Das pessoas que fumam há mais que 20 anos (52%) encontrou-se uma maior prevalência de hipertensão arterial sistêmica (53%) comparado com os demais grupos, indicando uma relação positiva entre o aumento progressivo de HAS e o tempo de tabagismo. Somado a todos os fatores de relevância psicossocial, as doenças causadas pelo uso do tabaco representam grande desafio para saúde mundial. Desta forma, os profissionais de saúde devem promover estratégias a fim de elaborar programas terapêuticos aos tabagistas de nossa sociedade. Nome do autor apresentador (Acadêmica Medicina): Ludimila Falcão Gomes Endereço eletrônico: [email protected]; Tel: (67)9991 0131 Endereço para correspondência: Rua João Pedro de Souza, n1219; CEP: 79004680 PREVALÊNCIA DE HAS EM ÍNDIOS DA ALDEIA JAGUAPIRU – DOURADOS – MS Neto, Frederico Somaio; Cazanti, Renato Fernando; Rodrigues, Analiz Marchini; Fernandes, Daniel Terra; Tikazawa, Eduardo Hiroshi; De Oliveira, Paula Bhering; Bueno, Lorena Machado. Universidade Federal da Grande Dourados – UFGD. INTRODUÇÃO: Populações indígenas têm demonstrado um aumento na prevalência de doenças cardiovasculares (DCV). Assim, torna-se imperativo avaliar e monitorar as variáveis ou fatores de risco a fim de se prevenir o aparecimento destas doenças. OBJETIVO: Relatar a prevalência de HAS em uma população indígena de Dourados – MS. MÉTODOS: Revisão de questionário aplicado na escola indígena Tegantuí Marãngatu. RESULTADOS: Em julho de 2010 foram realizadas as medidas de Pressão Arterial de índios da aldeia Jaguapiru que procuraram atendimento no projeto “Promoção à Saúde Indígena em Dourados” realizado na escola indígena Tegantuí Marãngatu pelos estudantes de medicina da Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD. A pressão arterial foi aferida pelo método auscultatório com tensiômetro aneróide calibrado com o paciente em repouso e braço direito apoiado em uma mesa na altura do coração e estetoscópio sobre o pulso da artéria braquial. Avaliaram-se 81 adultos entre 20 e 82 anos sendo 22 (27,2%) homens e 59 (72,8%) mulheres. Foram divididos em grupos segundo as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão em: normotensão (PA < 120/85 mmHg), limítrofes (PA 130-139/85-89 mmHg), hipertensão estágio I (PA 140-159/90-99 mmHg), hipertensão estágio II (PA 160-179/100-109 mmHg), hipertensão estágio III (PA ≥180/≥ 110 mmHg) e hipertensão Sistólica Isolada (PA ≥140/ < 90 mmHg). Ver dados na tabela: Normotenso Hipertenso Estágio I Hipertenso Estágio II Hipertenso Estágio III Hipertensão Sistólica Isolada nT 49 14 nT% 60,5 17,3 nM 37 11 nM% 75,5 78,5 nH 12 3 nH% 24,9 21,5 13 16 7 53,9 6 46,1 5 6,2 4 80 1 20 0 - - - - - nT: número total; nT%: número total em %; nM: número mulheres; nM%: número mulheres em %; nH: número homens; nH%: número homes em %. CONCLUSÃO: Os índios da aldeia Jaguapiru, em processo de aculturação, mostram uma prevalência de HAS de 39,5%, próxima à população não-indígena que é >30%, segundo as VI Frederico Somaio Neto, [email protected], 3421-7171 Diretrizes de Hipertensão, o que mostra uma tendência de desenvolvimento de DCV, sendo uma oportunidade ímpar de prevenção. Frederico Somaio Neto, [email protected], 3421-7171 RECONSTRUÇÃO DA RAIZ DA AORTA NA DISSECÇÃO DA AORTA TIPO A: RELATO DE CASO Pamela Luján Vargas Narváez, Suelen de Souza Silva, Bruna Cotrin Rodrigues, Nodiane Alves dos Santos, Maikon Eduardo Molina Leite. Universidade Federal de Mato Grosso do Sul - UFMS Introdução: A dissecção da aorta é uma patologia aguda caracterizada pela infiltração de sangue numa camada formada entre a íntima e a adventícia, provocada pela separação da camada média do vaso, formando assim um falso lúmen. A dissecção da aorta é representada por dois tipos segundo Stanford: A e B. O tipo A é aquela que acomete a aorta ascendente, o tipo B acomete a aorta descendente, sem considerar a extensão da dissecção. Outra classificação é segundo DeBakey que descreve a dissecção da aorta em quatro tipos: I, II, IIIa e ,IIIb . O tipo I e II equivale ao tipo A de Stanford, no tipo I começa na aorta ascendente e entende-se a aorta descendente, porém com uma diferença, o tipo II se restringe ao arco aórtico. O tipo IIIa equivale ao grupo B de Stanford onde há o acometimento da aorta torácica e o IIIb acomete a extensão torácica até a aorta abdominal. Indivíduos com hipertensão arterial e estenose valvar aórtica têm grandes chances de adquirir a patologia. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 63 anos, hipertensa, encaminhada ao Hospital Universitário, com queixas de dor retroesternal de início súbito acompanhada de diarréia e vômitos. Ao exame físico com FC de 60bpm, FR de 20mrpm e PA de 80x40mmHg, hipocorada e com edema de MM.II. Na segunda noite, sentiu dor torácica súbita, associada à dispnéia, hipotensão e acidose metabólica. Realizou-se uma tomografia computadorizada de tórax e abdômen com contraste e hemograma. Após os resultados confirmou-se a dissecção da aorta tipo A. Realizou-se uma cirurgia da artéria subclávia por via supra-clavicular para reconstrução da raiz da aorta e logo foram realizados novos exames que demonstraram piora do quadro clinico. A mesma foi a óbito no sexto dia de internação. Discussão: No caso descrito foi feita a reconstrução da raiz da aorta, sendo este o procedimento mais utilizado nos casos de dissecção da aorta tipo A de Stanford, realizada com circulação extracorpórea e sob hipotermia a 26°C. Este método permite maior exposição da artéria subclávia direita exatamente onde ela apresenta bom calibre e existem menos riscos de lesões graves, permitindo a perfusão da luz verdadeira. Conclusão: A dissecção da aorta representa um alto índice de mortalidade e é comumente observada em pessoas entre 45 e 60 anos, normalmente hipertensas. Daí a importância do controle da hipertensão arterial e da monitorização da mesma, principalmente nas primeiras 24 horas que sucedem à cirurgia. RELAÇÃO DE HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA E TRANSTORNO DE HUMOR EM PACIENTES DE UBS DE CAMPO GRANDE-MS. Tassiana Espósito Simão, Thalita Espósito Simão e Estevão Barbosa da Cruz, Renato Loureiro de Figueiredo Filho . ANHANGUERA/UNIDERP Introdução: Apesar da alta prevalência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) e de depressão, estudos que relacionam as patologias têm recebido pouca atenção da literatura. Acredita-se que mecanismos envolvendo hiperatividade de sistema nervoso simpático e influências genéticas possa ser a base fisiopatológica da relação entre depressão e (HAS). Além disso, a presença de depressão pode piorar o curso da doença hipertensiva, e o uso medicações antidepressiva pode induzir a variação dos níveis de pressão arterial além de ocasionar hipotensão ortostática, dificultando o manejo de pacientes hipertensos. Objetivo: Conhecer a relação entre HAS e transtornos de humor. Método: Estudo transversal de prevalência da relação entre HAS e uso de medicação antidepressiva, realizado na UBS Pioneira de Campo Grande-MS, no período de janeiro a julho de 2010, através de questionário, após consentimento dos entrevistados. Resultados: Participou do estudo 108 pacientes, sendo 68 do sexo feminino e 40 do sexo masculino, com idades entre 30 e 70 anos. Da amostra estudada, 41% era usuário de medicação antidepressiva. A incidência de distúrbios psiquiátricos coloca o sexo feminino como fator de risco (63%), tendo componentes neuro-endócrinos e sociológicos como desencadeantes. A alta prevalência encontrada nas mulheres seria, talvez, mais fruto da vulnerabilidade do sexo do que a associação com hipertensão, pois a maioria dos entrevistados 97% já faziam uso de medicação anti-hipertensiva antes de introdução do medicamento antidepressivo, embora, em 40% dos casos, houve melhora da pressão arterial após introdução do antidepressivo. A idade média de maior prevalência de hipertensão e depressão foi de 37,6 anos. Conclusão: Na amostra estudada, houve alta freqüência de distúrbios psiquiátricos, 41,66%, sendo a maioria do sexo feminino e jovens, que representariam os indivíduos de maior risco. Com o uso de antidepressivo, além da melhoria da qualidade de vida, o controle do distúrbio psiquiátrico poderá ser um fator a mais para a aderência ao tratamento anti-hipertensivo. A transposição desses dados para a população em geral deve ser feita de forma cuidadosa, pois se trata apenas de uma amostra de hipertensos. Se houve contribuição da medicação anti-hipertensiva sobre o número de distúrbios do humor diagnosticados, é uma dúvida que o estudo não pode detectar devido ao seu delineamento transversal. Mas através dos achados é possível determinar a importância de abordar distúrbios de humor na capacitação do médico clínico geral. [email protected] Tassiana Espósito Simão Tel (067) 9297-0322 RELATO DE CASO - MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA APICAL – IMPORTÂNCIA DO SCREENING FAMILIAR. Elaine Richards de Assis Andrade, Andrea Calepso Paludo, Danilo Resende Dias de Abreu, Flávia Engers Salles. Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal. Relatamos um caso assintomático, que teve diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica apical através dos estudos eletro e ecocardiográficos, e investigamos a existência da mesma doença em familiares assintomáticos. Introdução: A cardiomiopatia hipertrófica apical é uma variante rara de cardiomiopatia hipertrófica caracterizada pelo acometimento predominantemente do ventrículo esquerdo, surgindo sem etiologia estabelecida, com apresentação clínica comumente inespecífica, muitas vezes suspeitada somente após realização de eletrocardiograma demonstrando ondas T gigantes ou ecocardiograma evidenciando sobrecarga ventricular esquerda apical. É uma doença que pode ocasionar morbidade significativa se não diagnosticada de forma precoce. Objetivo: observar associação genética da cardiomiopatia hipertrófica apical e elucidar a importância do rastreamento precoce em familiares assintomáticos. Relato de caso: paciente de 70 anos, sexo feminino, com sintomatologia e exame físico inespecíficos, tendo o diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica apical concluído apenas após realização de eletrocardiograma e ecocardiograma, feitos rotineiramente. Não apresenta histórico de hipertensão arterial sistêmica, mas possui história de acidente vascular encefálico isquêmico, que não foi associado à cardiomiopatia hipertrófica apical de forma direta, já que a paciente apresenta doença aterosclerótica em carótidas. Método: acompanhamento clínico da paciente e pesquisa clínica, com exames complementares nos três filhos da paciente descrita. Todos assintomáticos e sem nenhuma doença conhecida, foram submetidos à realização de eletrocardiograma para pesquisa de evidências de cardiomiopatia hipertrófica. Resultados: os três filhos da paciente não demonstraram evidências clínicas ou eletrocardiográficas de cardiomiopatia hipertrófica. Conclusão: mesmo com eletrocardiogramas normais, os filhos da paciente merecem acompanhamento clínico continuado devido à conhecida relação familiar da doença e ao aumento de sua incidência com a elevação da idade. Elaine Richards de Assis Andrade; [email protected]; 67-99839511