EXPRESSÃO DA INFORMAÇÃO GENÉTICA Que correspondência existe entre a “linguagem do DNA” e a “ linguagem das proteínas”? • Numa célula, a informação para a sequência dos aminoácidos de cada proteína está contida nos genes, que, são segmentos da molécula de DNA. A ordem dos nucleótidos de um gene determina a ordem dos aminoácidos numa proteína. Como é que a informação genética é traduzida de maneira a originar uma determinada característica? • Nas moléculas de DNA os monómeros são 4 tipos de nucleótidos, que diferem nas bases azotadas. • Nas proteínas, os monómeros são aminoácidos, também ordenados numa sequência particular. • A ordenação dos aminoácidos numa moléculas proteica, confere-lhes características e funções biológicas específicas. A alteração de um aminoácido numa sequência polipeptídica pode conduzir a uma modificação no comportamento e função biológica dessa molécula. Diferentes Proteínas determinam Diferentes Características Que relação existe entre os genes e as proteínas? Tendo o “ alfabeto “ do DNA somente “ quatro letras”, quatro nucleótidos, como pode a célula fabricar as suas proteínas a partir desse “alfabeto” tão simples? Tem de haver um sistema de correspondência da linguagem do DNA (sequências de nucleótidos) e a linguagem das proteínas (sequências de aminoácidos). A informação para a ordenação dos aminoácidos está contida nos genes Código Genético 4 nucleótidos 20 aminoácidos Quantos nucleótidos são necessários para codificar um aminoácido? Quantos nucleótidos são necessários para codificar um aminoácido? Um nucleótido codifica 4 aminoácidos. 4 < 20 , não é suficiente Dois nucleótidos codificam 16 aminoácidos. 16 < 20 , não é suficiente Três nucleótidos codificam 64 aminoácidos 64> 20 , é mais do que suficiente Cada aminoácido é codificado por uma sequência de três nucleótidos originando 64 combinações possíveis. DNA CAC GTG TAG GGA CTC CTC codogene GTG CAC ATC CCT GAG GAG RNA Proteína CAC GUG UAG GGA CUC CUC codão aminoácido • Codogene – tripleto (3 nucleótidos consecutivos do DNA) que codifica um aminoácido. • A sequência de aminoácidos numa proteína é determinada pela sequência de tripletos. • Codão – Sequência de 3 nucleótidos de mRNA que codifica um aminoácido. Como decifrar o código genético? Khorana e Niremberg decifraram o código genético. Eles descobriram como a linguagem dos nucleótidos do mRNA era traduzida na linguagem de aminoácidos das proteínas. Código genético • Tem de haver um sistema de correspondência entre a linguagem do DNA (sequências de nucleótidos) e a linguagem das proteínas (sequências de aminoácidos) - um código genético. • Cada aminoácido é codificado por um conjunto de três nucleótidos - um tripleto ou codão - originando 64 combinações possíveis. • A síntese de proteínas ocorre no citoplasma, ao nível dos ribossomas. Código Genético Especificidade dos nucleótidos: os dois primeiros Codão Codão Precisão: dede iniciação: terminação: ocodão mesmo o diferentes codão os codão codões AUG não inicia codifica aExemplo: UAG leiturae oo Redundância: Universalidade: codões cada codão tem podem oUAA, mesmo codificar nucleótidos de cada são mais específicos. do código aminoácidos UGA genético terminam diferentes e também atodos síntese (não codifica éproteína. ambíguo). avivos. meteonina. aminoácido Prolina ser codificado pelos codões CCU, mesmo significado aminoácido. em pode quase os da seres CCC, CCA, e CCG. Características do Código Genético: • Universalidade: cada codão tem o mesmo significado em quase todos os seres vivos. • Redundância: codões diferentes podem codificar o mesmo aminoácido. • Precisão: o mesmo codão não codifica aminoácidos diferentes (não é ambíguo). • Especificidade dos nucleótidos: os dois primeiros nucleótidos de cada codão são mais específicos. • Codão de iniciação: o codão AUG inicia a leitura do código genético e também codifica a meteonina. • Codão de terminação: os codões UAA, UAG e UGA terminam a síntese da proteína. Mecanismo de síntese proteica Duas etapas fundamentais: •Transcrição – segmentos de DNA codificam a produção de RNA. •Tradução – o RNA codifica a produção de proteínas. 1º ligação da RNA polimerase a locais específicos do DNA. ( Promotor) 2º rompimento das pontes de hidrogénio a separação das cadeias de DNA. 3º ligação de nucleótidos livres a uma das cadeias do DNA, que funciona como molde, no sentido 5’ -> 3’, formando-se o mRNA. 4º libertação do mRNA sintetizado e restabelecimento das pontes de hidrogénio e da estrutura do DNA. Maturação do mRNA: Os intrões (sequências de nucleótidos que não codificam a.a.) são removidos e os exões (sequências de nucleótidos que codificam a.a.) são ligados entre si. Migração do mRNA: O mRNA funcional abandona o núcleo em direcção ao citoplasma. Nos seres procariontes não ocorre processamento do RNA. Tradução - ocorre nos ribossomas e consiste na transformação da mensagem contida no RNAm na sequência de aminoácidos que constituem a proteína. Intervenientes Funções mRNA Contém a informação para a síntese de proteínas. Aminoácidos Moléculas básicas para a construção de proteínas. tRNA Transfere os aminoácidos para os ribossomas. Ribossomas Sistemas de leitura onde ocorre a tradução. Enzimas Catalisam as reacções. ATP Transferem energia para o sistema. Os ribossomas são organelos não membranares constitudos por RNA ribossómico e porções de proteinas. Cada ribossoma apresenta uma subunidade maior e uma menor. É nos ribossomas que a síntese das proteínas tem lugar. tRNA RNA de transferência Faz a selecção e transporte do aminoácido apropriado e faz o reconhecimento do codão correspondente do mRNA. Cada molécula de tRNA possui: •Local de ligação ao ribossoma. •Local de união das enzimas. •Região de fixação do aminoácido. •Anticodão: sequência de três nucleótidos que é complementar de um codão do mRNA. ETAPAS DA TRADUÇÃO INICIAÇÃO - A subunidade menor do ribossoma liga-se à extremidade 5´ do mRNA. -A subunidade menor do ribossoma desliza ao longo da molécula de mRNA até encontrar o codão de iniciação (AUG). -O tRNA que transporta o a.a. Metionina liga-se por complementaridade ao codão de iniciação. -A subunidade maior liga-se à subunidade menor do ribossoma. ALONGAMENTO -Um novo tRNA transporta um segundo a.a., ligando-se ao codão. -Estabelece-se uma ligação peptídica entre o a.a. recémchegado e a metionina. -O ribossoma avança três bases ao longo do mRNA no sentido 5’ -> 3’ . -O processo repete-se ao longo da molécula de mRNA. -Os tRNA, que se tinham ligado inicialmente, vão-se desprendendo sucessivamente. FINALIZAÇÃO -Um ribossoma encontra um codão de finalização (UAA, UAG ou UGA). Como a estes codões não corresponde tRNA, o alongamento termina. -O último tRNA abandona o ribossoma. -As subunidades do ribossoma separam-se. -O polipéptido é libertado. -No final do processo o RNA m é hidrolizado. Transcrição Tradução I - Iniciação Tradução II - Alongamento Tradução III - Finalização Resumo Tradução - Animação Polirribossomas Codão de iniciação Codão Stop Mais de um ribossoma pode traduzir um mRNA ao mesmo tempo, tornando possível produzir vários polipéptidos simultâneamente a partir de um mRNA. S Í N T E S E P R O T E I C A Características importantes da síntese proteíca: Complexidade – intervenção de vários agentes; Rapidez – proteínas complexas produzidas apenas em alguns minutos; Amplificação –Transcrição repetida da mesma zona de DNA e tradução repetida do mesmo RNA m. E agora ? Quais os possíveis destinos das proteínas sintetizadas em células eucarióticas? As proteínas podem sofrer alterações após a tradução: • As proteínas sintetizadas podem ser transportadas para outros organitos ou mesmo para o meio extracelular. • A tradução pode ocorrer no citoplasma ou no retículo endoplasmático rugoso. Neste caso as proteínas podem ser encaminhadas para o complexo de Golgi. • As proteínas podem sofrer alterações após a sua síntese ( ex: adição de grupos químicos), que lhes alteram a sua funcionalidade.