LIXIVIAÇÃO DE NUTRIENTES DA
SERRAPILHEIRA RECÉMDEPOSITADA EM SUCESSÃO
ECOLÓGICA NA FLORESTA
ATLÂNTICA, LITORAL DO
PARANÁ
Kauna Melissa Cunha Dickow– Enga Flor. Msc. Doutoranda
Eng Flor UFPR;
Renato Marques – Dr., Dep. Solos e Eng Agricola, UFPR;
Carolina Benghi Pinto– Eng. Flor. Msc, UFPR.
Apresentado por: Rafael Zoboli
Guimarães
INTRODUÇÃO
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A Floresta Ombrófila Densa das Terras Baixas consta
entre as mais exuberantes floresta de clima tropical;
O litoral paranaense é um dos últimos trechos da
costa brasileira que ainda possui consideravel
extensão dessa formação vegetal.
A ciclagem de nutrientes em ecossistemas florestal é
um dos processos mais importantes para a garantida
da sua sustentabilidade.
INTRODUÇÃO
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
Essa ciclagem ocorre em particular através da
decomposição da serapilheira, sendo uma das principais
fontes de nutrientes para a vegetação, principalmente
onde os solos são arenosos e de baixa fertilidade;
Outra fonte significativa de nutrientes no solo mineral
ocorre através da precipitação e da lixiviação da
cobertura florestal e serapilheira.
O lixiviado enriquece as camadas superiores do solo e
tende a contrabalancear as perdas devidas a lixiviação
nas camadas subsuperficiais do solo.
INTRODUÇÃO


O conhecimento da dinâmica de funcionamento
desse ecossistema deve contribuir para a proposição
de ações para uma correta restauração ou a
conservação de seus remanescentes;
Nesse sentido, o objetivo deste trabalho foi avaliar a
contribuição da lixiviação das frações de
serapilheira (folhas spp. Selecionadas e demais
frações) antes de sua decomposição no solo.
METODOLOGIA
ÁREA DE ESTUDO
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Floresta Estadual do Palmito, Paranaguá (PR) –
25°35’ latitude sul e 48°32’ longitude oeste;
Clima Cfa, subtropical úmido, temperatura média
do mês mais quente maior que 22°C e do mês mais
frio entre -3 e 18°C;
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Precipitação do mês mais seco superior a 60mm;

Solo com teor de areia entre 90 e 98%;

Selecionou-se três fases
intermediária e avançada;
sucessionais:
inicial,
METODOLOGIA
COLETA DE SERAPILHEIRA
Estágio Inicial
(1000m2)
Estágio
Intermediário
(1000m2)
Estágio
Avançado
(1000m2)
10 coletores
quadrados
(56cmx56cm)
70 cm do chão
10 coletores
quadrados
(56cmx56cm)
70 cm do chão
10 coletores
quadrados
(56cmx56cm)
70 cm do chão
Coletas a cada 3
semanas
(abril 1998 a abril
de 1999)
METODOLOGIA
COLETA DE SERAPILHEIRA
Serapilheira
coletada de cada
área
Fração ramos,
flores e frutos
(RFF)
Espécies com
maior VI
(Tabela 1)
Fração Folhas
Fração
Miscelânea (M)
Maior N° de
ocorrência no
coletor
Acondicionados em saco de papel pré-secados.
P.S.: Essa divisão foi aplicada para cada área (inicial, intermediario e avançado).
METODOLOGIA
COLETA DE SERAPILHEIRA
METODOLOGIA
COLETA DE SERAPILHEIRA
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

Depois de separadas nas suas diferentes frações, a
serapilheira foi secada em estufa (65°C ± 5°C) e
pesada para obtenção de fitomassa seca;
A serapilheira coletada (e separada nas frações)
foram agrupadas a cada 4 coletas, correspondendo a
uma estação do ano;
Objetivo de estimar o peso de fitomassa seca
produzida e quantidade de nutrientes lixiviados da
serapilheira no verão, outono, inverno e primavera.
METODOLOGIA
ENSAIO DE LIXIVIAÇÃO
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Foram feitas 3 repetições de cada fração e subfração
por fase sucessional;
O peso das amostras para lixiviação de cada fração
foi calculado pela sua porcentagem de ocorrência
relacionado com o peso da fitomassa seca coletada
na estação;
Foram realizados 4 ensaios de lixiviação da
serapilheira, cada um correspondendo a uma estação
do ano.
METODOLOGIA
ENSAIO DE LIXIVIAÇÃO
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


As amostras acomodadas em funis acoplados em
recipientes de polietileno para coleta da solução
lixiviada;
Simulação de chuva, através de pulverizador de
água destilada, durante 8 minutos (15 mm em
média);
Em seguida as soluções foram filtradas em
membranas 0,45 µm para a realização das análises
químicas;
Foram analisados K, Na (emissão atômica), Ca e Mg
(espectrofotômetro de abs atômica).
METODOLOGIA
CALCULO DOS LIXIVIADOS
Quantidade estimada
do elemento (mg.kg-1)

=
Teor do
Volume
elemento
x
lixiviado (mL)
lixiviado (mg.L1)
Peso seco do material
sub. a lixiviação (g)
Essa quantidade estimada de cada elemento
lixiviado (15 mm de chuva) foi multiplicada pela
quantidade de serapilheira produzida no período
(quantidade relativa).Qntde relativa
% lixiviação de cada
elemento
=
do elemento
(Kg.ha-1.ano-1)
Qntde depositada do
elemento
(Kg.ha-1.ano-1) (Pinto
e Marques, 2003)
x
100
METODOLOGIA
ANÁLISE ESTATÍSTICA
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A análise estatística foi realizada com o software
STATGRAPHICS Plus 4.1;
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Homogeneidade das variâncias – teste de Bartlett;

Análise de variância – ANOVA;

Comparativo das médias – Fischer’s LSD a 5% de
probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO

De forma geral, observou-se que os elementos
foram liberados da serapilheira na seguinte ordem:
M > RFF > F


A fração M é formada por um material mais
fragmentado e decomposto em relação as outras
frações, o que aumenta a área de contato da água
com o material;
A fase sucessional que apresentou maior
contribuição na liberação de nutrientes para o solo
foi a inicial;
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 1:Estimativa de K (mg.Kg-1) no lixiviado das
frações F, RFF e M ao longo das estações do ano.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
POTÁSSIO (K)

As médias das quantidades estimadas de K na
serrapilheira foram (considerando F, RFF e M e
fases sucessionais):
- 123 (outubro) 112 (inverno) 107 (primavera) 71
(verão) (mg.Kg-1);

Precipitação média nos períodos:
- 145 (outubro) 335 (inverno) 599 (primavera) 1554
(verão) (mm).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
-1) no
Aumento
Figura
2:Estimativa
acentuadode Ca
do (mg.Kg
outono
pro
lixiviado
inverno,
das
frações F, RFF
diminuição
na eprimavera
M ao longoedas
pequeno
estações
aumento
do ano. no
verão.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
CÁLCIO (K)




Na fração F, a maior lixiviação ocorreu na fase
avançada. Este resultado pode estar relacionado com
o grau de esclerofilia das folhas, o qual diminui com
a evolução do gradiente sucessional;
Boeger (2000), identificou que nas fases iniciais as
folhas são mais coriáceas e espessas e com menor
área foliar.
Já nas avançadas as folhas são mais finas e possuem
maior área foliar.
Deposição de Ca oriudos da atmosfera;
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 3:Estimativa de Mg (mg.Kg-1) no lixiviado das
frações F, RFF e M ao longo das estações do ano.
Aumento acentuado do outono pro inverno,
diminuição na primavera e pequeno aumento no
verão. (F, RFF)
Dimunuição
86%
(inverno
primavera)
-
de
–
-Intermediaria
e
avançada
não
variaram durante as
estações
RESULTADOS E DISCUSSÃO
-1) no elixiviado
Maior
Figura
no4:Estimativa
Outono, diminuindo
de Na (mg.Kg
no inverno
mantendodas
sefrações
constante
F, RFF
na primavera
e M ao longo
e verão.
das estações do ano.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
SÓDIO (NA)



O sódio tem sua principal fonte na maresia que
chega à floresta, próxima ao mar.
Pereira (1978) afirma que as floresta da região
costeira recebem quantidades apreciáveis de Na, Cl
e outros nutrientes, a apresenta variação de ordem
local e temporal;
Períodos de maior precipitação menor quantidade de
Na aderido as folhas, e consequentemente menor
quantidade disponível para a lixiviação.
Deposição anual de serapilheira, quantidade estimada e
quantidade relativa no lixiviado nas folhas das espécies de maior
importância.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
QUANTIDADES ESTIMADAS E RELATIVAS

Nas fases intermediárias e avançada, a ordem
decrescente das QUANTIDADES ESTIMADAS médias
dos elementos lixiviados foi a seguinte:
K > Ca = Mg > Na



Corresponde ao encontrado por Golley et al. (1978) e
semelhante ao Berhard-Reversat apud. Marschner
(1986).
Fase inicial, Ca e K inverteram em relação a ordenação
da intermediária.
Maiores contribuições: I. theezans (fase inicial e
intermediária), R. venosa (intermediária) T. guianensis
(avançada).
Quantidade depositada, quantidade relativa no lixiviado e
percentagem de lixiviação de K, Ca, Mg e Na nas folhas das
espécies selecionadas.
2°
4°
3°
1°
NUTRIENTES NA CASCA
CONCLUSÃO
A variação na liberação de nutrientes pela lixiviação
sugere grande influência das condições climáticas na
sua composição química.
 A diferença observada entre as frações tem relação
com os aspectos físicos e químicos das frações. Grande
parte dos nutrientes das folhas só serão liberados
pela degradação do material (diferente da fração M);
 As espécies com maior VI foram as que apresentaram
maior produção de serapilheira e por consequência
maior liberação de nutrientes;

CONCLUSÃO



O aumento na liberação de nutrientes à media em que a
sucessão ecológia evolui, esteve relacionado às
caracteristicas morfológicas;
O fato de as espécies terem se comportado de maneira
diferenciada com relação à ciclagem dos nutrientes é de
relevante importância ecológica, pois garante a
manutenção do equilíbrio biogeoquímico no ecossitema;
O conhecimento deste fato é importante para subsidiar a
recomendação de espécies em projetos de recuperação de
áreas degradadas.
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