RELATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO HUMANO 2001 www.undp.org/hdr2001 Contactos do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento: Nova lorque: Trygve Olfarnes (212) 906-6606 Fax (212) 906-5364 [email protected] Washington: Sarah Papineau Marshall (202) 331-9130 Fax (202) 331-9363 [email protected] Genebra: Jean Fabre (41-22) 917-8541 Fax (41-22) 979-9005 [email protected] Copenhaga: Rolf Aspestrand (45-35) 46-7000 Fax (45-35) 46-7095 [email protected] Bruxelas: Diana Moli (3-22) 505-4620 Fax (3-22) 503-4729 [email protected] Tóquio: Sukehiro Hasegawa (81-3) 35 467-4751 Fax (81-3) 35 367-4753 [email protected] EMBARGADO ATÉ ÁS 10:00 TMG, 10 DE JULHO DE 2001 RDH apela a favor das actividades de pesquisa e desenvolvimento, de preços diferenciados e dos direitos de propriedade intelectual para ajudar os países em desenvolvimento a superar desigualdade tecnológica Cidade do México, 10 de Julho de 2001 — O Relatório do Desenvolvimento Humano deste ano, lançado hoje, reclama iniciativas globais para garantir que as novas tecnologias se orientem para atender às necessidades mais prementes das pessoas mais pobres do mundo. Apela a um maior financiamento internacional da investigação e desenvolvimento; preços diferenciados entre países ricos e pobres para os medicamentos e outros produtos essenciais de alta tecnologia; e aplicação justa das regras mundiais da propriedade intelectual, incluindo a obrigação de liberar as licenças de patentes. Sakiko Fukuda-Parr, a autora principal do Relatório, declara: "Nenhum governo pode lidar sozinho com os fracassos do mercado global e com a falta de investimento público em novas tecnologias concebidas para satisfazer as necessidades dos países em desenvolvimento. E estas questões são, simplesmente, demasiado importantes para serem ignoradas pela comunidade internacional. Os governos, quer nos países desenvolvidos, quer nos países em desenvolvimento, têm de reconhecer que a política tecnológica afecta um conjunto de questões de desenvolvimento, incluindo a saúde pública, educação e criação de emprego". O Relatório identifica a necessidade particularmente urgente de investigação nas seguintes áreas: • Vacinas para a malária, HIV e tuberculose, bem como outras doenças menos conhecidas, como a doença do sono e a cegueira dos rios; • Variedades de alto rendimento e resistentes às secas de sorgo, mandioca, milho e outros alimentos de primeira necessidade da África Subsariana e Ásia do Sul; • Computadores de baixo custo e ligação sem fios, para os pobres e para as comunidades isoladas; • Sistemas de energia de baixos custos, incluindo a energia solar, para levar a electricidade aos dois mil milhões de pessoas que, actualmente, não dispõem de acesso. O Relatório sugere que os países ricos e as instituições financeiras internacionais poderiam apoiar um esforço mundial para criar incentivos e novas parcerias para a investigação e desenvolvimento. Salientando as recentes contribuições da Fundação Bill e Melinda Gates e de outras fontes privadas no mundo industrializado, sugere também que os países em desenvolvimento poderiam introduzir PORT-4-1 Vendas de produtos farmacêuticos no mercado mundial, 2002 Percentagem dos rendimentos previstos América do Norte 41,8 Europa 24,8 Japão 11,3 América Latina & Caraíbas 7,5 incentivos fiscais para encorajar os seus próprios multimilionários a criar fundações. Indivíduos ricos, desde o Brasil à Arábia Saudita, Índia e Malásia, poderiam ajudar a financiar investigação regionalmente relevante. O Relatório defende também a proposta, feita pelo director de investigação da Novartis, de as empresas de alta tecnologia destinarem uma percentagem dos seus lucros à investigação de produtos não comerciais . Sobre a questão dos preços diferenciados, o Relatório salienta que, enquanto um mercado global eficaz encorajaria preços diferentes em países diferentes, para produtos como os farmacêuticos, o sistema actual não o faz. Com produtos de alta tecnologia, em que o custo principal para o vendedor é normalmente o de investigação, mais do que o de produção, essa diferenciação de preços poderia conduzir a que um produto idêntico fosse vendido nos países pobres por apenas um décimo — ou um centésimo — do preço da Europa ou dos Estados Unidos. Ásia do Sudeste/China 5,0 Mas as empresas de medicamentos e outros produtores de tecnologia temem que o conhecimento de tais descontos também possa conduzir a uma exigência de preços mais baixos nos países ricos. A tendência tem sido para estabelecer preços mundiais que são inacessíveis para os cidadãos dos países pobres (como acontece com muitos medicamentos da SIDA). "Parte da batalha para estabelecer preços diferenciados tem de ser Fonte: IMS HEALTH 2000. ganha através da educação do consumidor", declara Fukuda-Parr. "Os cidadãos dos países ricos devem entender que é muito justo para as pessoas dos países em desenvolvimento pagar menos pelos medicamentos e outros produtos tecnológicos essenciais". O Relatório sugere que a questão dos preços diferenciados deveria ser focalizada nas próximas negociações internacionais de comércio . Médio Oriente 2,6 Europa do Leste 1,8 Subcontinente indiano 1,8 Australásia 1,3 África 1,3 CEI 0,8 O Relatório do Desenvolvimento Humano conclui, igualmente, que os países em desenvolvimento necessitam de ajuda para a aplicação do acordo da Organização Mundial do Comércio sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados com o Comércio (TRIPS). A aplicação e imposição dos direitos da propriedade intelectual pesam sobre os escassos recursos e as qualificações administrativas dos países de baixo rendimento. "Sem boa assessoria para a criação de uma legislação nacional que permita extrair o máximo do que o TRIPS estabelece, muitos países podem tomar medidas que os colocariam numa posição desvantajosa", diz Fukuda-Parr. "Os elevados custos das disputas com os principais países do mundo são desalentadores, desencorajando os países em desenvolvimento de afirmar os seus direitos legais". O Relatório nota, por exemplo, que o acordo TRIPS inclui medidas de salvaguarda, como a liberação obrigatória das licenças e a importação paralela, para garantir o acesso aos produtos de alta tecnologia de vital importância nacional. Regista que tais medidas são já amplamente utilizadas no Canadá, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, para produtos que incluem os medicamentos, computadores e produtos associados. Elas são, frequentemente, justificadas como medidas antimonopolistas para evitar a concorrência limitada e preços mais elevados. Mas, até agora, estas medidas não foram usadas pelos países em desenvolvimento. SOBRE ESTE RELATÓRIO: Todos os anos, desde 1990, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento tem comissionado o Relatório do Desenvolvimento Humano, através de uma equipa independente de peritos, para explorar as principais questões de interesse mundial. O Relatório não se limita a análise do rendimento per capita enquanto medida do progresso humano, mas também o avalia em relação a factores tais como a esperança média de vida, a alfabetização e o bem-estar geral. Ele defende que o desenvolvimento humano é, em última análise, "um processo de alargamento das escolhas das pessoas". O Relatório do Desenvolvimento Humano é publicado em Português pela Trinova Editora, Rua das Salgadeiras, 36 – 2º Esq., 1200 Lisboa, Portugal. 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