DESAFIOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: O TUTOR EM FOCO GONÇALVES, Claudia Cristine Souza Appel [email protected] GONÇALVES, Alex Oleandro [email protected] Eixo Temático: Comunicação e Tecnologia Agência Financiadora: não contou com financiamento Resumo Várias transformações vêm ocorrendo na educação nos últimos anos, principalmente na modalidade de Educação a Distância, na qual as inovações tecnológicas interferem com grande intensidade. A Educação a Distância, como metodologia alternativa para dar oportunidades educativas a grupos, pessoas, regiões, contextos e países, tem se desenvolvido rapidamente nos últimos quarenta anos através de uma diversidade de modelos, meios e estratégias. O tutor desempenha papel fundamental num curso de Educação a Distância, pois dependendo do enfoque que ele dá ao planejar suas atividades pode comprometer a mediação do processo ensino aprendizagem. Esta pesquisa resulta da participação da pesquisadora como aluna do curso de capacitação de tutores oferecida pelo Núcleo de Educação a Distância (NEAD) da Universidade Federal do Paraná (UFPR) no ano de 2009. Selecionamos uma atividade apresentada durante o curso que consistiu em realizar um planejamento da ação tutorial. A atividade foi planejada em quatro etapas, as quais estão descritas neste estudo. Realizamos a análise de cada etapa a partir dos cinco estágios críticos propostos por Cruz (2008). Nossa pesquisa qualitativa tem como metodologia de estudo a análise documental de acordo com Lankshear e Knobel (2008). Temos como objetivo de pesquisa verificar o grau de mediação entre tutor e cursistas que a atividade proporcionou com base nos cinco estágios críticos propostos por Cruz (2008). Concluímos com esta pesquisa que a atividade intitulada Planejamento da ação tutorial contemplou quatro dos cinco estágios críticos que tivemos como referência. Constatamos ainda que os estágios críticos contribuem significativamente para o replanejamento das atividades que o tutor desenvolve para um curso de Educação a Distância. Palavras-chave: Educação a Distância. Função do Tutor. Planejamento. Introdução A sociedade atual vive num mundo que está em constante transformação em todas as esferas sociais. Na educação não é diferente. Há alguns anos atrás não se podia imaginar um contexto educacional sem um espaço físico definido. A Educação a Distância está sendo 12202 ofertada desde o final do século XIX, passando do uso de correspondência ao uso de ambientes virtuais de aprendizagem1. Seu processo de instauração ocorreu por exigências socioeconômicas crescentes. Sabemos que políticas educacionais que visam a universalização do ensino podem forçar a massificação do conhecimento. Um ponto positivo é sua extensão a locais remotos em que a educação presencial não atende as necessidades oriundas de um processo educativo formal. De acordo com Roca (2001, p. 198), “a formação a distância defini-se como um sistema de formação sem condicionamentos de lugar e com poucos condicionamentos de tempo e ocupação do estudante. É uma modalidade de formação com recursos, meios, sistemas de trabalho e de organização próprios e característicos.” O ensino á distância em nosso País teve início em 1923 com a fundação da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. O Instituto Universal, fundado em 1941, também é considerado uma das primeiras experiências em Educação a Distância no Brasil. É atualmente, a maior escola de Educação a Distância no país e utiliza basicamente material impresso. Em 1960, iniciou-se a ação sistematizada do Governo Federal em Educação a Distância com o contrato entre o MEC e a CNBB. A Fundação Padre Anchieta, mantida pelo Estado de São Paulo com o objetivo de promover atividades educativas e culturais através do rádio e da televisão, iniciou suas transmissões em 1969. O Telecurso de 2º Grau, foi lançado em 1978 pela Fundação Padre Anchieta (TV Cultura/SP) e Fundação Roberto Marinho, com programas televisivos apoiados por fascículos impressos, para preparar o tele-aluno para os exames supletivos. Em 1991 a Fundação Roquete Pinto, a Secretaria Nacional de Educação Básica e secretarias estaduais de Educação implantaram o Programa de Atualização de Docentes, abrangendo as quatro séries iniciais do ensino fundamental e alunos dos cursos de formação de professores. Na segunda fase, o projeto ganhou o título de Um salto para o futuro. Em 1996 a Lei de Diretrizes e Bases da Educação regulamentou a Educação a Distância no Brasil. Atualmente o ensino não presencial mobiliza os meios pedagógicos de quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas como em países em desenvolvimento. Novos e mais 1 Informações históricas da Educação a Distância retiradas de: ARAÚJO, Suely Trevisan. Educação a Distância: Retrospectiva Histórica. Disponível em: <http://www.virtuallcursos.com.br/historiaead.php>. Acesso em: 20 mai. 2009; Quadro Cronológico da EAD no mundo e no Brasil. Disponível em: <http://www.vdl.ufc.br/catedra/telematica/cronologia.htm>. Acesso em: 05 agos. 2009. 12203 complexos cursos são desenvolvidos, tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto nas áreas de treinamento profissional. Roca (2001, p. 198) apresenta vantagens específicas da formação a distância: a) Uma ótima relação custo/eficiência para satisfazer as necessidades da formação; b) expansão da formação a organização e grupos não favorecidos por outras modalidades de ensino; c) estimulação das transferência inter-regionais e internacionais em matéria de experiências, conclusões e materiais de formação; d) necessidade do envolvimento dos estudantes e alto nível de motivação; e) o próprio estudante assume a responsabilidade pelo seu processo de aprendizagem. Neste sentido, com a expansão da internet, novos espaços virtuais de aprendizagem se ampliam. A Educação a Distância se constitui uma alternativa eficiente as amplas e diversificadas necessidades de qualificação de pessoas adultas. Nessa nova realidade de educação, a gestão participativa torna-se necessária. No entanto, não é fácil de ser desenvolvida porque envolve a colaboração e participação de todos e também flexibilidade. Segundo Cordeiro e Ribeiro (apud POLAK; DUARTE; ASSIS, 2008, p. 6), a gestão participativa necessita de um modelo cultural extremamente democrático e aberto, no qual impera a confiança em todos os níveis hierárquicos. Os mesmos autores ainda comentam que, questiona-se se a gestão está preparada para o trabalho em rede, cujos nós e o entrelaçamento estão assegurados pela interatividade, flexibilidade e partilha, dado que para sustentação desta malha é preciso que o gestor tenha competências e habilidades que assegurem a criatividade, inovação, participação e definição de estratégias (2008, p. 2). É certo que nem todos estão preparados para trabalhar coletivamente. No entanto, a Internet traz a flexibilidade de acesso simultâneo com a possibilidade de interação e participação. “Participar significa que todos podem colaborar com igualdade de oportunidades nos processos de formação discursiva da vontade, isto é, participar consiste em construir mediante a comunicação o consenso quanto a um plano de ação coletivo” (HABERMAS, 1988a, 1988b). A participação pressupõe, segundo Demo (apud GOMES; LOPES, 2000, p. 10), “a motivação como força propulsora, como algo que lhe é inerente”. Ela requer a criação de vínculos entre sujeitos engajados numa atividade com estrutura e finalidade própria e que 12204 sejam capazes de influir nas decisões que dizem respeito a vida coletiva. A gestão deve ser democrática a fim de proporcionar a ação conjunta. No entanto, como nossa história de educação está pautada num ensino tradicional, professores e alunos acabam trazendo ainda resquícios deste modelo de educação. Dessa forma, alguns alunos não conseguem acompanhar um curso a distância porque necessitam da presença física de um professor. Diante deste fato, percebe-se que o tutor tem que ir além do incentivo aos cursistas. Valente (2003, p. 5) comenta sobre o ‘estar junto virtual’ em que: envolve múltiplas interações no sentido de acompanhar e assessorar constantemente o aprendiz para poder entender o que ele faz e, assim, propor desafios que auxiliem a atribuir significado ao que está desenvolvendo. Estas interações criam meios para o aprendiz aplicar, transformar e buscar outras informações e, deste modo, construir novos conhecimentos. Ainda para Valente (2003, p. 5), a interação entre o tutor e o cursista não pode se resumir ao envio de resposta de uma pergunta. Certamente, isto é insuficiente para que haja construção do conhecimento. O tutor deve conhecer sua função, o projeto pedagógico do curso, o material didático, ter domínio no conteúdo e ter bem clara a concepção de educação. No entanto, para que ele possa desempenhar da melhor forma possível seu papel, necessita de uma formação adequada que lhe proporcione obter este conhecimento. Segundo Nóvoa (apud BRITO; PURIFICAÇÃO, 2006, p. 40), “não há ensino de qualidade, nem reforma educativa, nem inovação pedagógica, sem adequada formação de professores”. Quando o tutor não percebe que seu papel de interlocutor não está sendo bem sucedido pode ocorrer a evasão dos alunos. Para prevenir este problema educacional o tutor deve responder as atividades no menor tempo possível, evitar comentários que desestimulem o aluno sendo justo e coerente, e que as críticas sejam construtivas. O acompanhamento ao cursista é muito importante porque a mediação propicia que o processo ensino-aprendizagem se efetive. Segundo Preti (1996, p. 28), este ‘novo educador’ deverá conhecer as características, necessidades e demandas do alunado, formar-se nas técnicas específicas do modelo a distância, desenvolver atitudes orientadoras e de respeito à personalidade dos estudantes e dar-se conta de que sua função é formar adultos para uma realidade cultural e técnica em constante transformação. (PRETI, 1996, p. 28) 12205 Em Educação a Distância todos os atores tem seus papéis bem definidos para que a avaliação seja um instrumento de transformação e ação. Cabe ao tutor conhecer seus alunos não apenas no que diz respeito ao aprendizado, mas também como eles são, quais suas motivações, expectativas, grau de comprometimento, até mesmo dados pessoais como informações sobre suas famílias e trabalho. Isso não é fácil nem na educação presencial, quanto mais na Educação a Distância. Porém, é essencial para que a função da avaliação de promover o autoconhecimento de aluno e tutor torne-se mais eficiente. Neste sentido, o tutor precisa, ser um elo entre o virtual e o real, tornando-se assim um gestor do conhecimento, que tem por objetivo estimular e articular o conhecimento, visando atingir a excelência e proporcionar o compartilhamento das informações, envolvendo assim a promoção das relações humanas e do uso da tecnologia voltadas para a Educação (RAMOS, 2005, p. 3). De acordo com Cruz (2008), para que o tutor possa intervir e mediar o desenvolvimento do curso em Educação a Distância deve orientar-se nos cinco estágios críticos propostos. Sendo eles: acesso e motivação – estágio um, socialização on-line – estágio dois, troca de informações – estágio três, construção do conhecimento – estágio quatro, desenvolvimento de comunidade – estágio cinco. Com base nestes estágios, descrevemos a seguir uma análise sobre uma atividade que realizamos num curso de formação para tutores. Descrição da pesquisa A pesquisa resulta dada análise a partir da participação da pesquisadora como aluna do curso de capacitação de tutores em Educação a Distância oferecida pelo Núcleo de Educação a Distância (NEAD) Universidade Federal do Paraná (UFPR) no ano de 2009. O curso dividia-se em sete unidades: Fundamentos e políticas da Educação a Distância; O tutor: papéis e ações; Avaliação da aprendizagem em Educação a Distância; Ambientes de aprendizagem e colaboração; Comunicação e informação em Educação a Distância; Gestão, estrutura e funcionamento em Educação a Distância; Trabalho de conclusão de curso. 12206 Nesta pesquisa qualitativa utilizamos como metodologia a análise documental embasada em Lankshear e Knobel (2008). Nosso foco de pesquisa encontra-se na unidade que tratou sobre “O tutor: papéis e ações”. A atividade desenvolvida durante o curso intitula-se “Planejamento da ação tutorial”. Analisamos o desenvolvimento da atividade com base nos cinco estágios críticos que um curso de Educação a Distância deve conter de acordo com Cruz (2008). Para o planejamento da atividade tivemos a seguinte orientação do tutor do curso: Suponha que você vá atuar como tutor e precisa elaborar o planejamento de suas ações de tutoria de um módulo de um curso em Educação à Distância. Você deve escolher um tema relacionado à sua experiência profissional, listar os tópicos a serem abordados e construir seu planejamento a partir deles. A atividade desenvolvida no curso de capacitação de tutores corresponde a uma unidade de um curso, tem como tema Tecnologias educacionais e foi elaborado como se estivéssemos atuando em curso de formação de professores para o uso das tecnologias educacionais na modalidade de Educação a Distância. Descrevemos as quatro etapas planejadas com a respectiva análise. A etapa um (Quadro A) corresponde ao primeiro contato do tutor com os cursistas. As informações seriam repassadas por e-mail para que os cursistas acessassem o espaço virtual e realizassem o que foi proposto. Etapa1 E-mail enviado aos cursistas Prezados cursistas, Nesta etapa vamos nos conhecer. Participe do Fórun “Apresentação dos cursistas”, durante esta semana. Envie mensagem destacando sua formação, atuação, anseios para o curso que se inicia. Também, leia o guia didático que está disponível no ambiente, é só clicar no ícone “guia didático” e ler as orientações sobre o curso que se inicia (objetivos, a estrutura organizacional, os materiais didáticos disponíveis, uma orientação pedagógica, os critérios de avaliação adotados no curso e dicas de como estudar a distância). Sejam bem vindos ao curso, Claudia Quadro A - Etapa 1. Fonte - O autor. A etapa um permitiu, de acordo com Cruz (2008), o acesso e motivação dos cursistas porque estimula a apresentação de todos e orienta o cursista a conhecer e utilizar a ferramenta de aprendizagem. Além disso, apresenta orientações pedagógicas referentes ao curso. Também proporciona a socialização on-line por permitir a construção da identidade virtual e 12207 a identificação de traços da personalidade dos cursistas. Porém, não estimula diálogos fora do contexto de estudo e redes de relacionamento e cumplicidade entre os cursistas e tutor previstos no estágio de socialização on-line. De acordo com Cruz (2008), a estimulação de criação de fóruns sociais que permitam a turma debater assuntos previstos no curso desenvolve laços de relacionamento e cumplicidade entre os cursistas e tutor importantes para o bom andamento no curso. A etapa dois (Quadro B), apresenta o conteúdo a ser trabalhado e discutido no curso. Foram disponibilizados textos para leitura, orientações de como encontrar a atividade no espaço virtual e atividade para ser postada no Fórum de discussão. Etapa2 E-mail enviado aos cursistas Prezados cursistas, Vamos dar início ao nosso curso? Já está disponível o conteúdo da 1ª etapa. Etapa da Unidade “Tecnologias educacionais”. Nesta etapa, você vai ler os textos: “Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias” de MORAN (2007) e “Aprendizes do futuro: as inovações começaram” de FAGUNDES (1999). A atividade desta semana é a participação no fórum "Tecnologias educacionais". O prazo para realização vai de 16/03 até 22/03. Para ter acesso aos textos e ao fórum, basta clicar sobre os títulos. Para participar do fórum, clique sobre o tópico, leia a minha mensagem e depois clique em "responder". Então, basta responder sobre “Os avanços tecnológicos estão cada vez mais presentes nas escolas. Que contribuições as TIC’s trazem para o processo ensino-aprendizagem?”, leia também as respostas dos colegas e comente uma delas. Bom trabalho, Claudia Referências FAGUNDES, Lea Cruz. Aprendizes do futuro: as inovações começaram. Coleção: Informática para mudança na educação. Ministério da Educação. 1999. MORAN, José Manuel. Os novos espaços de atuação do educador com as tecnologias. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus, 2007. Quadro B - Etapa 2. Fonte - O autor. A etapa dois contempla a troca de informações porque permite aos cursistas interagirem sobre o conteúdo e estimula a troca de informações com a participação dos curistas no Fórum. No entanto, não estimula o cursista a buscar por conta própria a complementação de suas atividades em outras fontes de estudo como prevê o estágio construção de conhecimento. A etapa três (Quadro C) também disponibiliza textos de apoio para que os cursistas leiam e, em seguida, construam um texto sobre o assunto. Etapa3 E-mail enviado aos cursistas Prezados cursistas, Nesta etapa estudaremos sobre “Currículo e TIC’s”. Leia o texto: “Tecnologias, currículo e projetos” de PRADO (2003). Este texto traz uma coleção de artigos referentes às novas maneiras de ensinar, aprender e 12208 desenvolver o currículo ao integrar diferentes tecnologias à prática pedagógica voltada à aprendizagem significativa do aluno, especialmente quando se trabalha com projetos. Sob essa ótica, o aluno, sujeito ativo da aprendizagem, aprende ao fazer, levantar e testar ideias, experimentar, aplicar conhecimentos e representar o pensamento. Após a leitura, realize a tarefa “Como integrar as TIC’s no currículo escolar”. Construa um texto com aproximadamente 500 palavras e o envie. Faça a postagem no item tarefa. O prazo para entrega é 29/03 Uma ótima semana a todos! Claudia Referência PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito. Tecnologia, currículo e projetos. 2003. Quadro C - Etapa 3. Fonte - O autor. Esta etapa propicia ao cursista desenvolver sua autonomia de estudos. Neste momento o cursista deve administrar o seu próprio aprendizado. Neste sentido, a construção do conhecimento é identificada nesta etapa da atividade. No entanto, não permite a interação entre os cursistas por ser uma atividade que deve ser postada sem espaço para discussão. Para proporcionar a interação o cursista deveria complementar com questão no Fórum de discussão sobre o tema trabalhado nesta etapa. Por fim, a etapa quatro (Quadro D) também disponibiliza textos de apoio. Nesta etapa, o tutor exige maior autonomia dos cursistas por indicar uma pesquisa de campo com base nos conteúdos estudados. Etapa4 E-mail enviado aos cursistas Prezados cursistas, Esta é a última etapa desta unidade “TIC’s e aprendizagem”. Temos três leituras para esta semana: “O futuro anunciado” (UNESCO, 2008), “Tecnologia e aprendizagem” (UNESCO, 2008) e “A dura realidade nas escolas” (UNESCO, 2008). Após a leitura dos textos, realize a seguinte tarefa: Você conhece alguma escola que tenha recebido um laboratório de informática recentemente? Caso não conheça pesquise uma e analise como ocorreu a implantação e como está ocorrendo o desenvolvimento das atividades no laboratório de informática pelos professores. Esta tarefa deverá conter de uma a duas laudas. Faça a postagem no item Tarefa. Prazo para conclusão: 05 de maio. Bom trabalho, Claudia Referências UNESCO. A dura realidade nas escolas. Tecnologia, informação e inclusão. V. 1, n. 2, 2008 UNESCO. O futuro anunciado. Tecnologia, informação e inclusão. V. 3, n. 2, 2008. UNESCO. Tecnologia e aprendizagem. Tecnologia, informação e inclusão. V. 3, n. 3, 2008. Quadro D - Etapa 4. Fonte - O autor. A construção do conhecimento é evidenciada nesta etapa. O cursista necessita, por conta própria, buscar a complementação dos estudos identificando uma escola em que tenha 12209 recebido laboratório de informática e realizar uma análise dessa implantação. Para isso, o cursista deverá ter adquirido autonomia, característica esta necessária para um curso de Educação a Distância. Considerações Finais Neste artigo procuramos resgatar alguns aspectos relevantes referentes a função do tutor. Apoiamo-nos teoricamente em alguns autores que pesquisam sobre o tema para nortear o trabalho. O objetivo desta pesquisa foi verificar o grau de mediação entre tutor e cursistas que a atividade proporcionou com base nos cinco estágios críticos propostos por Cruz (2008). Evidenciamos que a atividade apresentada no curso de formação de tutores contemplou quatro dos cinco estágios críticos propostos por Cruz (2008). A atividade não permitiu o desenvolvimento de comunidade referente ao quinto estágio crítico. Pois, não evidenciamos o estímulo aos cursistas para a formação de comunidades de estudos. Com esta pesquisa, percebemos que o tutor deve analisar constantemente se as atividades planejadas para o curso estão proporcionado a interação entre os cursistas e tutor e a construção do conhecimento. Concluímos que um curso de Educação a Distância bem estruturado e que esteja em constante avaliação e retomada das ações contribui para o sucesso de um curso nesta modalidade. REFERÊNCIAS ARAÚJO, Suely Trevisan. Educação a Distância: Retrospectiva Histórica. Disponível em: <http://www.virtuallcursos.com.br/historiaead.php>. Acesso em: 20 mai. 2009. BRITO, Gláucia & PURIFICAÇÃO, Ivonélia. Educação e novas tecnologias: um repensar. Curitiba: Ibpex, 2006. CRUZ, I. M. Experiências com EaD e Práticas de Tutoria On Line. Disponível em: <http://www.livronline.com>. Acesso em: 04/06/2008 GOMES, Carmenísia Jacobina Aires; LOPES, Ruth Gonçalves de Faria. Gestão compartilhada na educação a distância. Brasília, 2000. Disponível em: <http://www.escoladegestores.inep.gov.br/downloads/artigos/gestao_compartilhada/gestao_c ompartilhada_ead_ruth_carmenisia.pdf>. Acesso em: 10 mai. 2009. HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1988a. 12210 HABERMAS, J. 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