atuação das cooperativas de crédito no âmbito das Micro e pequenas empresas no Brasil Brasília-DF Agosto/2012 Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Presidente do Conselho Deliberativo Nacional Roberto Simões Diretor–Presidente Luiz Eduardo Pereira Barretto Filho Diretor–Técnico Carlos Alberto dos Santos Diretor de Administração e Finanças José Claudio dos Santos Gerente da Unidade de Acesso a Mercados e Serviços Financeiros (UAMSF) Paulo Cesar Rezende Alvim Coordenação Técnica Lúcio Silva Pires Júnior e Robson Vitor Gonçalves Matos Consultoria Técnica Gauss Estatística e Mercado Alécio Mascarenhas Projeto Gráfico, Editoração Eletrônica e Revisão Gramatical i-Comunicação íNDICE APRESENTAÇÃO.................................................................................................................6 INTRODUÇÃO......................................................................................................................7 1. RESULTADOS DA PESQUISA........................................................................................10 1.1 Perfil das cooperativas de crédito..........................................................................10 1.2 Perfil das MPE atendidas pelas cooperativas de crédito...............................13 1.3 Atendimento às MPE pelas cooperativas de crédito.........................................17 1.3.1 Operações de crédito................................................................................................................18 1.3.1.1 Origem dos recursos................................................................................................................... 19 1.3.1.2 Condições do crédito................................................................................................................... 21 1.3.1.3 Taxa média das operações......................................................................................................... 23 1.3.1.4 Processo de análise de crédito................................................................................................... 29 1.3.1.5 Qualidade do crédito.................................................................................................................... 32 1.3.2 Expansão dos serviços a MPE.................................................................................................34 1.3.3 Vantagens das cooperativas de crédito.................................................................................36 1.4 Cooperativismo de crédito e Sebrae........................................................................37 2. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................41 3. REFERÊNCIAS..............................................................................................................43 4. ANEXO.........................................................................................................................44 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL apresentação O interesse comum, a união e a participação democrática são características inerentes às cooperativas e fatores estratégicos para aumentar a eficiência, melhorar a qualidade e elevar a produtividade dos negócios. Desde que a livre adesão tornou-se realidade no cooperativismo de crédito brasileiro, os pequenos negócios também ampliaram suas perspectivas de acesso a recursos financeiros, sobretudo para capital de giro e financiamento, o que abre um horizonte diferenciado para o aumento da competitividade nos diversos mercados. Ao participarem dessas organizações, micro e pequenas empresas têm a possibilidade de acesso ao crédito de forma rápida, menos burocrática e a um custo menor. O atendimento é diferenciado, asseguram as cooperativas, e com tarifas e taxas de juros mais competitivos – médias mensais que variam de 1 a 6%, dependendo do tipo de serviço. A presente pesquisa mostra isso e muitos outros dados e constatações que nos permitem uma visão ampliada e detalhada das relações entre as cooperativas de crédito e os pequenos negócios. A iniciativa do Sebrae com o apoio do Banco Central do Brasil (Bacen) e da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) cumpriu seu objetivo de retratar a atuação das cooperativas de crédito com as micro e pequenas empresas. As conclusões são importantes para subsidiar as ações, estratégias e parcerias. Estamos empenhados em facilitar o acesso ao crédito, um dos maiores obstáculos ao crescimento dos pequenos negócios. As cooperativas pesquisadas atendem em média 7.638 cooperados. Dois terços deles são micro e pequenas empresas, empreendedores individuais, produtores rurais e profissionais liberais, todos eles, alvos das ações do Sebrae. A pesquisa constatou também que as cooperativas de crédito desejam ampliar o atendimento aos pequenos negócios e as parcerias com o Sebrae. Hoje, uma em cada quatro cooperativas de crédito já tem algum tipo de parceria com a nossa instituição. Há, portanto, um forte potencial de crescimento da atuação dessas organizações bem como do Sebrae e dos pequenos negócios, que encontram no crédito o oxigênio necessário à sua expansão. Com base nas valiosas informações fornecidas por esta pesquisa, certamente será mais assertivo buscar resultados que colaborem, de um lado, para a maior participação do crédito cooperativo no bolo financeiro nacional e, de outro, para o desenvolvimento sustentável e maior competitividade dos pequenos negócios. São bons motivos que ampliam o leque da inovação nesse ambiente empresarial. Boa leitura a todos! Carlos Alberto dos Santos Diretor-Técnico do Sebrae 6 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL introdução O cooperativismo de crédito é um tema recorrente no Sebrae, ultrapassando mais de uma década de enfoque, e para apoiar o seu desenvolvimento o Sebrae tem sua atuação focada na articulação institucional, na disseminação da informação e no intercâmbio de melhores práticas que evolvem o atendimento às micro e pequenas empresas e empreendedores associados. Neste sentido, justifica-se a natureza desta pesquisa da atuação das cooperativas de crédito no âmbito das micro e pequenas empresas no Brasil. As cooperativas de crédito são sociedades de pessoas, de propriedade dos seus sócios, administradas e controladas democraticamente por eles, não têm fins de lucro e integram o Sistema Financeiro Nacional (SFN), o que as subordinam à sua legislação e à sua supervisão. São instituições complexas, pois destinam-se essencialmente a prover a prestação de serviços financeiros a seus associados, sendo restrito a eles a captação de recursos e a concessão de crédito (Lei Complementar n.º 130, art. 1.º). Ou seja, as cooperativas não atendem ao público em geral, apenas a seus associados. A representação das cooperativas de crédito no conglomerado financeiro ainda é relativamente baixa. Em 30 de setembro de 2011, a participação nos depósitos do SFN era de 2,1% e nas operações de crédito de 2,5%. No entanto, é importante perceber a tendência apresentada pelo setor que mostra que esses números representam um crescimento de 160 e 130% na participação dos depósitos e operações de crédito no SFN, respectivamente, com relação ao ano de 2000 (RIF, Cap. 5, 2011). Ou seja, o cooperativismo de crédito tem crescido em importância num mercado financeiro altamente concorrido e concentrado como é o caso brasileiro. Outro aspecto importante é que as cooperativas de crédito captam e aplicam os recursos nas praças onde atuam, favorecendo as economias locais. O Relatório de Inclusão Financeira do Banco Central (RIF) aponta ainda o papel inclusivo desse segmento, quando afirma que 76% dos créditos concedidos são menores que R$ 5.000,00, o que demonstra a prioridade ao atendimento de pessoas físicas e jurídicas de poder aquisitivo menor. Essa característica demonstra uma pré-disposição do setor para dar acesso a serviços financeiros a Empreendedores Individuais (EI) , Micro e Pequenas Empresas (MPE). Diante desse cenário, é natural que o Sebrae, que tem por missão ”promover a competitividade e o desenvolvimento sustentável dos empreendimentos de micro e pequeno porte”, desenvolva essa pesquisa que busca compreender de que forma as cooperativas de crédito brasileiras estão atendendo aos empreendedores individuais e às micro e pequenas empresas. Só conhecendo a situação atual é possível planejar a expansão e melhoria do atendimento deste público, que tem no crédito e nos demais serviços financeiros um fator estratégico para o seu sucesso. A partir desta pesquisa, é possível estruturar ações conjuntas com os sistemas cooperativos para potencializar o acesso das MPE aos serviços financeiros, favorecendo as estratégias de desenvolvimento dos pequenos negócios. Diante desse contexto, o Sebrae se consolida como um parceiro do cooperativismo de crédito, apoiando, incentivando e estimulando as suas diversas ações, no intuito de que sua consolidação possibilite o atendimento ostensivo das MPE, ofertando produtos e serviços em condições mais adequadas às suas características e necessidades. Para alcançar o objetivo de retratar a atuação das cooperativas de crédito com as micro e pequenas empresas no Brasil, a técnica de pesquisa selecionada foi predominantemente quantitativa. O método reúne elementos essenciais para uma definição clara desse mercado como a utilização de um instrumento estruturado de coleta de dados. A amostra é significativa, possibilitando projetar seus resultados para todo o universo e geram indicadores que podem ser comparados ao longo do tempo. Tem ainda um caráter descritivo, por observar, registrar, analisar e correlacionar os fenômenos sem manipulá-los. A técnica de coleta de dados foi uma entrevista por formulário eletrônico disponibilizado na internet. O público-alvo foi integralmente convidado a participar da pesquisa (100% do universo) e recebeu o link que dava acesso ao referido instrumento. O formulário continha questões de escolha única, de múltipla escolha e ainda algumas questões abertas que permitiram um caráter qualitativo a temas pontuais. A coleta dos dados para esse relatório foi feita em 03/01/2012, quando apresentou uma boa estratificação por regiões. O público-alvo da pesquisa foram os representantes legais das cooperativas de crédito que atendem ao público previsto na Resolução CMN 3.859, de 27 de maio de 2010, em seu Cap. II, Art. XII, § IV, V e VI, conforme distribuição no gráfico abaixo: Sebrae 7 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 1 – Tipo das cooperativas pesquisadas (%) 51,9 Gráfico 2 35,6 11,6 0,9 Livre Admissão Crédito Mútuo Crédito Mútuo Empreendedores Micros e Pequenos Luzzatti Gráfico 2 – Distribuição dos tipos de cooperativas participantes por região 120 Livre Admissão 100 Crédito M útuo 80 60 40 Crédito M útuo Empreendedores M icros e Pequenos 20 Luzzatti 0 Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Fonte: Sebrae 8 Sebrae Sul ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL A partir de informações do Banco Central do Brasil (BACEN), identificou-se que o universo dessa pesquisa é de 495 instituições em todos os estados brasileiros. Todas as cooperativas de crédito foram convidadas a participar e receberam o formulário eletrônico, tendo participado da pesquisa 235 delas, ou seja, um nível de participação de 47,5%, dividido por regiões conforme o seguinte gráfico. Gráfico 3 – Distribuição do quantitativo de amostra por região 217 População 170 Amostra 113 66 55 25 Sudeste Sul Centro-Oeste 35 20 Nordeste 18 11 Norte Fonte: Sebrae Diante da relação amostra (235) – universo (495), o erro amostral (que representa uma margem em virtude da utilização de uma amostra) é de 4,65%, e o nível de confiança à pesquisa é de 95%. Sebrae 9 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL 1. resultados da pesquisa A apresentação dos resultados da pesquisa vai além da apresentação do cenário de atendimento às micro e pequenas empresas pelas cooperativas de crédito. Ela é importante, sobretudo, para subsidiar o planejamento de ações para expansão e qualificação desse atendimento. Nesse contexto, cooperativas de crédito e Sebrae podem trabalhar juntos na construção de soluções adequadas. A seguir, apresentam-se os resultados, com ilustrações gráficas, agrupados em quatro blocos: • perfil das cooperativas de crédito; • perfil das MPE atendidas; • atendimento às MPE pelas cooperativas de crédito; • cooperativismo de crédito e Sebrae. 1.1 perFil das cooperativas de crédito Analisar cooperativas de crédito é pensar, principalmente, em um atendimento diferenciado, mais pessoal, que valoriza Gráfico 4 relações de proximidade com as comunidades onde estão inseridas e, por isso, as pessoas (funcionários e dirigentes) são um fator-chave para essas instituições. No entanto, não podemos desconsiderar que as cooperativas de crédito no Brasil estão se modernizando, se aproximando tecnologicamente cada vez mais dos bancos, e o processo de fusões e incorporações (que é uma tendência no mercado) reduz a necessidade de cargos em duplicidade e, portanto, de pessoal. O gráfico a seguir demonstra o número de funcionários dessas cooperativas, onde 46% delas têm até 30 funcionários. Merece destaque ainda o fato de que mais de 18% das cooperativas de crédito têm acima de 100 funcionários, o que demonstra que algumas estão em forte ritmo de expansão. Esse aumento está relacionado ao crescimento endógeno das agências com a criação de novos setores, gerências etc. e também a um crescimento por meio da abertura de novos Pontos de Atendimento Cooperativo (PACs), fusões e incorporações, a fim de alcançar ganhos de escala e redução de custos. Gráfico 4 – Quantidade de funcionários (%) 18,3 18,3 15,3 12,3 7,2 1 - 10 6,8 Sebrae 7,7 7,2 11 - 20 21 - 30 31 - 40 41 - 50 51 - 60 61 - 70 71 - 99 Fonte: Sebrae 10 6,8 100 ou mais ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Do ponto de vista do número de associados atendidos, as cooperativas de crédito analisadas têm uma média muito superior à média nacional. Enquanto a nível nacional a média de associados por cooperativa é de 3.050 (RIF 2011, pag. 115), a média nas cooperativas que atendem às MPE é superior a 7.637 sócios por cooperativa. Em relação à concentração regional, as proporções são muito parecidas se comparadas com a nacional, exceto a região Centro-Oeste, que tem concentração de sócios por cooperativa superior ao Sul a nível nacional. Para ilustrar os resultados deste quesito, relacionam-se a seguir os dois gráficos: Gráfico 5 – Quantidade média de associados por cooperativa 14.057,4 Gráfico 6 7.637,8 6.995,0 5.594,0 2.488,5 938,9 Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil Fonte: Sebrae Gráfico 6 – Média nacional de associados por cooperativa e média de associados em cooperativas que atendem MPE (mil associados) Média - Nacional Média - Segmento MPE 14,1 7,6 6,9 5,8 0,5 0,9 Norte 1,6 5,6 3,0 2.5 Nordeste 5,4 2,1 Centro-Oeste Sudeste Sul Brasil Fonte: Sebrae Sebrae 11 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Essa média geral de mais de 7.637 associados por cooperativas no segmento de MPE e EI não é homogênea entre os diferentes tipos de cooperativas de crédito pesquisados. A tabela a seguir demonstra que há uma grande variação entre a média da menor para a maior quantidade de associados. Esta diferença nas cooperativas de livre admissão é muito superior que a média de associados dos demais tipos de cooperativas de crédito, o que demonstra uma maior capacidade em atender às MPE, EI e ao público em geral. Esse dado associado às atuais tendências do mercado sugerem que as demais modalidades de cooperativas podem ter uma maior capacidade de atender à MPE e EI, transformando-se em cooperativas de livre admissão de associados. Outro dado importante da Tabela 1 é que há também grandes variações entre a média de cooperados nas diferentes regiões do Brasil, a média de cooperados no Sul é muito superior a todas as demais regiões. Por outro lado, o Norte e o Nordeste têm a menor média de cooperados por cooperativa, demonstrando uma baixa adesão às cooperativistas de crédito, mas também alertando para a excelente oportunidade de ampliar a participação nestas regiões. Para isso os sistemas devem se organizar em estratégias de penetração adequadas nestes novos e promissores mercados, observando quais as demandas mais particulares de cada região. Tabela 1 – Média de associados por tipo de cooperativas nas grandes regiões REGIÃO LIVRE ADMISSÃO CRÉDITO MÚTUO CRÉDITO MÚTUO – MPE LUZZATTI Norte 1.788,00 582,30 493,30 – Nordeste 2.873,70 2.531,90 1.423,00 605,00 Centro-Oeste 11.232,00 2.041,90 1.156,50 – Sudeste 8.052,00 3.554,20 4.056,50 Sul 20.303,90 3.728,30 4.260,50 Média geral 12.354,10 3.253,20 2.865,70 2.100,00 Gráfico 7 – 1.352,50 Fonte: Sebrae Para aprofundar a análise, é importante conhecer quanto desses associados são efetivamente ativos nas cooperativas de crédito, ou seja, qual percentual deles realiza algum tipo de atividade de depósito, empréstimos e/ou utilização de outros serviços. A média nas cooperativas pesquisadas é de 80,6% de associados ativos, mas merece especial atenção a região Norte, que apresenta um índice de 73,5%, muito abaixo da média entre as regiões. Gráfico 7 – Qual é o percentual de cooperados ativos (com movimentação nos últimos seis meses)? 84,2 83,3 83,2 80,6 78,5 73,5 Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Fonte: Sebrae 12 Sebrae Sul Brasil Gráfico 8 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Se as cooperativas têm 80,6% de associados ativos, é fundamental conhecer as causas que levam 19,4% a não estarem ativos, a não fazerem movimentações financeiras usando os produtos e serviços das cooperativas. Essa análise poderá ajudar as cooperativas a desenvolverem estratégias de inclusão desses associados, criar atrativos capazes de motivar a sua atuação. O motivo mais contumaz de inatividade é a ”inadimplência/finanças”, ou seja, quando o associado fica inadimplente com a cooperativa ou com outra instituição financeira, para de movimentar. Seguem também como fatores relevantes na inatividade a ”concorrência”, ou seja, a preferência por outras instituições financeiras e a ”mudança de cidade/região”. Gráfico 8 – Principais motivos de inatividade dos associados (%) 52,4 48,9 43,3 21,2 15,2 11,3 5,2 Inadimplência / Finanças Concorrência Mudança de cidade/ região Tecnologia Não tem crédito pré-aprovado Mudança de ramo Outros Fonte: Sebrae Pesquisas em marketing afirmam que é mais barato preservar um ”cliente” atual do que conquistar um novo, a mesma máxima deve ecoar nas cooperativas de crédito onde o crescimento deve acontecer com a entrada de novos sócios e, principalmente, com a manutenção dos atuais. Essa fidelização será alcançada à medida que as suas necessidades são plenamente atendidas pela cooperativa de crédito. Partindo deste pressuposto, há duas ações paralelas que podem trazer informações mercadológicas importantes para a cooperativa de crédito. A primeira trata da realização de pesquisas para mensurar o nível de satisfação dos atuais cooperados e estabelecer canais permanentes de relacionamento entre eles e a direção, fortalecendo o princípio de ”representatividade e participação” da governança cooperativa. Outra ação importante é a realização de pesquisas de mercado nas praças onde atua para melhor entender às demandas da sociedade, desenvolver soluções adequadas e tornar-se mais atrativo para às MPE e EI, expandindo sua base social. O estudo dessas necessidades indicará inclusive a necessidade de investir em novas tecnologias, desenvolver novos produtos e serviços, aprimorar o nível de atendimento e compreender sua participação no mercado local. 1.2 perFil das mpe atendidas pelas cooperativas de crédito Com o conhecimento de que as cooperativas de crédito que atendem ao segmento têm em média 7.638 associados e que destes 80% estão ativos, faz-se necessário conhecer quem são esses associados, como se comportam no mercado Sebrae 13 Gráfico 9 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL financeiro e quais as suas necessidades. Pois só assim será possível desenvolver a melhor estratégia para atendê-los, satisfazê-los e fidelizá-los. Um primeiro indicativo é que se os separarmos por classes de acordo com a natureza de sua ocupação profissional (produtores rurais, empregados de empresas, empresários etc.), teremos a classificação do gráfico seguinte, onde podemos observar que há um equilíbrio entre os empresários (21%), os empregados de empresas privadas (22%), profissionais liberais (22%) e produtores rurais (22%), o que é salutar pois mitiga riscos de concentração por atividade econômica. Gráfico 9 – Distribuição percentual dos associados por classes profissionais (%) Outros: 12% Empresários: 20% Empreendedores Informais: 3% Produtores Rurais: 22% Empregados de Empresas: 21% Profissionais Liberais: 22% Fonte: Sebrae Essa grande diversidade da natureza de ocupação traz também um desafio para as cooperativas de crédito, que é o de desenvolver soluções customizadas para estes segmentos, haja vista que as suas necessidades são diferentes, por exemplo, as demandas dos produtores rurais (22%) são distintas das dos empresários (21%), e ambos têm significativa importância para este segmento de cooperativas de crédito. Ou seja, é necessário ampliar o portfólio de produtos e serviços e ganhar novos escopos. Estima-se, ainda, que o número de associados no segmento de cooperativas pesquisado é de 3.171.492, dos quais apenas 20% são pessoas jurídicas, a expressiva maioria de 80% é de pessoas físicas, que ultrapassa 2,5 milhões de associados. Um fator que terá muito peso nesse quesito é a natureza das cooperativas de crédito de livre admissão que, por poder associar-se a pessoas independentemente da sua natureza profissional, pode ter grande influência na superioridade do número de pessoas físicas em detrimento das pessoas jurídicas. 14 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 10 – Quantidade de cooperados ativos pessoa física (incluindo os produtores rurais que não possuem CNPJ) e pessoa jurídica (empresas ou empreendedores com CNPJ) PJ 20% PF 80% Fonte: Sebrae Vale destacar ainda que na opinião dos gestores das cooperativas, há um percentual de 25% de empresários formais que contratam empréstimos como pessoa física, mas que utilizam os recursos em suas empresas. Cabe uma reflexão neste ponto sobre o que leva a este fenômeno: quais são as vantagens de tomar recursos como pessoa física em detrimento da pessoa jurídica? Os produtos para pessoa jurídica não são adequados? Há um sobre-endividamento das pessoas jurídicas e por isso os associados tomam como pessoa física? Por que não separar o caixa (e suas operações) da pessoa física da jurídica? São muitas as possibilidades e deve-se buscar a melhor solução. Das pessoas jurídicas das cooperativas de crédito é importante conhecer o seu tipo jurídico, que de certa forma expressa também sua dimensão econômica, haja vista que o seu tamanho está diretamente relacionado com o seu faturamento anual. • Empreendedor individual (empreendedores com faturamento bruto anual de até R$ 36.000,00)* • Microempresa (empresas com faturamento bruto anual de até R$ 240.000,00)* • Empresa de pequeno porte (empresas com faturamento bruto anual acima de R$ 240.000,00 e de até R$ 2.400.000,00)* • Média e grande empresa (empresas com faturamento bruto anual superior a R$ 2.400.000,00)* • outros (associações, fundações, ONGs etc.) * Regra antiga de classificação empresarial vigente à época da coleta das informações Sebrae 15 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL A partir deste diagnóstico, é possível compreender também a maior ou menor necessidade de capital para fazer frente à necessidade dos cooperados e ainda dimensionar volumes de crédito e características particulares para cada porte de empresa. Gráfico 11 – Classificação das pessoas jurídicas por tipo jurídico Empresa de Médio ou Grande Porte 7% Outras Entidades 8% Empreendedor Individual 15% Microempresa 37% Empresa de Pequeno Porte 33% Fonte: Sebrae Gráfico 12 Verifica-se no gráfico anterior que a maioria das pessoas jurídicas atendidas pelas cooperativas de crédito são microempresas e empresas de pequeno porte, que juntas somam 70% do total. Um tipo jurídico que merece destaque são os Empreendedores Individuais (EI), que somam 15%, um valor expressivo haja vista que essa natureza jurídica existe há pouco tempo, instituída pela Lei Complementar n.º 128/2008. Essas empresas atuam em diversos setores da sociedade, conforme se pode observar no gráfico seguinte. O comércio (35%) ainda é a principal atividade das pessoas jurídicas das cooperativas de crédito, mas é seguido muito de perto pelo setor de serviços (33%), acompanhando a tendência nacional que é de crescimento deste setor. A agricultura também tem expressiva participação (mais de 18%) e o terceiro setor e a indústria juntos não chegam a 13%. É mais uma informação importante para formular a estratégia de penetração de mercado, seja nos setores mais relevantes atualmente, seja nos mercados de menor participação mas que apresentam grande potencial de crescimento. Gráfico 12 – Setores de atuação dos associados pessoas jurídicas Indústria 8% Serviços 34% Agricultura 19% Terceiro Setor 4% Comércio 35% Fonte: Sebrae 16 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO Gráfico 13DAS MPE NO BRASIL 1.3 atendimento Às mpe pelas cooperativas de crédito Para que se possa construir uma melhor relação, ampliar produtos e serviços e a participação das micro e pequenas empresas nas cooperativas de crédito, é importante conhecer como se dá atualmente esse atendimento, pois só tendo clareza de como se encontra no momento é que se pode pensar em melhorias para o futuro. Esse atendimento se dá principalmente por meio dos produtos e serviços ofertados pelas cooperativas de crédito, que, segundo a apresentação corporativa do Relatório de Inclusão Financeira no Fórum do Banco Central de 2012, a sua ”ampla carteira de produtos e serviços” é um ponto favorável à inclusão financeira. Então, quais os produtos e serviços mais contratados por micro e pequenas empresas e empreendedores individuais em suas cooperativas de crédito? Gráfico 13 – Produtos e serviços mais contratados por MPE e EI Custódia 14% Seguros 10% Aplicações Financeiras 17% Garantias em Operações com Terceiros 4% Outros 1% Empréstimos/ Financiamentos 33% Cobrança Bancária 21% Fonte: Sebrae O gráfico anterior apresenta que, se somados os dois produtos de crédito, ”empréstimos/financiamentos” e ”custódia”, concluir-se-á que 47% dos produtos utilizados pelos associados são produtos de crédito. O que é natural, haja vista a necessidade de investimento nos negócios para seu desenvolvimento. Pela relevância do tema, o crédito será detalhado em um capítulo à parte. No entanto, há também serviços financeiros demandados pelas micro e pequenas empresas e empreendedores individuais que não são atendidos pelas cooperativas, como se pode observar no próximo gráfico, organizado por grau de importância. No entanto, deve-se observar que são cooperativas de distintos segmentos (livre admissão, crédito mútuo, profissionais liberais, micro e pequenas empresas) e que muitas delas passaram por processos de transformação (por exemplo, se transformaram de crédito rural para livre admissão). Diferenças regionais também podem afetar este quesito. Sebrae 17 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 14 – Serviços financeiros demandados pelas Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI que a cooperativa não atende (%) Outros Crédito com Taxas Competitivas Câmbio Seguros BRDE Vendor/Compor Pagamento de Pessoal / Contas Salários Crédito Rotativo Crédito para empresas sem faturamento inicial Cheque Especial Títulos de Capitalização Recursos do FAT Recebimento de FGTS Domicílio bancário com antecipação de recebíveis Consórcios FCO Conta Garantida Crédito Rural Leasing Construção/Reforma Microcrédito Cobrança com registro Financiamento de Imóveis Cartão de Crédito/Débito Empresarial Crédito para Investimento Antecipação de recebíveis ou descontos/cheques/duplicatas Capital de Giro Máquinas e Equipamentos / Proger / FINAME Financiamentos de bens a longo prazo com carência Recursos BNDES / Cartão BNDES 5,2 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 0,7 1,0 1,0 1,3 1,3 2,0 2,0 2,3 2,6 2,6 2,9 2,9 3,9 4,2 6,2 6,9 8,5 10,5 12,4 13,7 Fonte: Sebrae 1.3.1 operações de crédito A importância desse tema tanto para as cooperativas de crédito como para às micro e pequenas empresas e os empreendedores individuais sugere um aprofundamento, buscando conhecer o crédito desde a sua origem, até as condições como ele chega às MPE e aos EI. O gráfico seguinte nos indica quais são os produtos de crédito mais acessados por MPE e EI. A maioria dos produtos tem características de crédito de curto prazo e são destinados ao ”capital de giro” da empresa. Chama atenção a baixa participação do microcrédito acompanhado, já que se trata de um produto criado exclusivamente para as MPE. 18 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 15 – Serviços de crédito mais acessados por MPE e EI (%) Desconto de cheques 19,8 Capital de giro 19,6 14,1 Cheque especial 13,0 Conta Garantida 10,4 Desconto de duplicatas 7,4 Investimentos 4,4 Cartões (crédito ou empresarial de capital de giro) o 4,0 Financiamento de 13. salário 2,8 Microcrédito e acompanhamento de empreendedores Consórcio 2,1 FINAME (Financiamento de Máquinas e Equipamentos) 2,0 Outros Gráfico 16 0,4 Fonte: Sebrae 1.3.1.1 origem dos recursos Haja vista que o crédito é responsável por quase 50% das operações realizadas pelas MPE e EI, é importante conhecer a sua origem, pois esse fator pode ser determinante para a sustentabilidade dos produtos. Gráfico 16 – Fontes de recursos disponíveis para linhas de crédito para MPE e EI BNDES 10% Bancos Cooperativos 13% Banco de Desenvolvimento Agência de Fomento (Estadual) 16% Outros 10% Cooperativas Centrais 5% Recursos Próprios 46% Fonte: Sebrae Sebrae 19 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 17 Observa-se que 46% dos recursos aplicados são próprios da cooperativa (formada pelo seu patrimônio líquido, fundos e/ou depósitos à vista e a prazo), esse índice demonstra autonomia com relação a recursos externos, uma menor dependência, logo, maior sustentabilidade. Os bancos de desenvolvimento e agências de fomento estaduais colaboram com uma parte muito representativa também (16%), assim como os bancos cooperativos (13%). BNDES, cooperativas centrais e outras fontes totalizam 25% dos recursos. No gráfico seguinte, observa-se que 35% das cooperativas buscam outras fontes de recursos para o crédito a MPE e EI, isso reflete o desejo das cooperativas de crédito em ampliar o volume de negócios com esse público e, dependendo da natureza do recurso, também diversificar a sua aplicação. A busca por estas fontes externas também favorece as economias locais porque injeta recursos que não foram captados localmente no comércio e demais atividades produtivas da região, consequentemente favorece a geração de emprego e renda. Com mais dinheiro disponível, ampliam-se os negócios e a necessidade de pessoal para trabalhar, gerando emprego e renda. Gráfico 17 – A cooperativa busca outras fontes de recurso para as MPEs e EI (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? Exemplo: em bancos de desenvolvimento e agências de fomento? Sim 35% Não 65% Fonte: Sebrae O próximo gráfico aponta onde esses 35% de cooperativas de crédito buscam recursos. A fonte mais procurada é o BNDES (51%), seguido dos bancos de desenvolvimento dos estados (33%). A diversificação de fontes de recursos é importante para a mitigação de riscos de liquidez das cooperativas, e o nível de alavancagem é controlado por meio do Patrimônio de Referência Exigido (PRE). 20 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 18 – Fontes de recursos mais procuradas para ampliação do crédito a MPE e EI BRDE 7% Banco de Desenvolvimento do Estado 33% Agência de Fomento do Estado 3% Banco Cooperativo 3% FCO 3% Gráfico 19 BNDES 51% Fonte: Sebrae 1.3.1.2 condições do crédito Nesta etapa, vamos conhecer as condições sob as quais o crédito é ofertado, levando em consideração taxas, prazos, garantias etc. O primeiro ponto a ser analisado é o valor médio do crédito concedido às micro e pequenas empresas e aos empreendedores individuais, por região do território nacional. Gráfico 19 – Valor médio das operações com MPE e EI por região (R$ mil) 24,9 24,9 23,8 22,9 22,7 22,3 Norte Nordeste Centro-Oeste Brasil Sul Sudeste Fonte: Sebrae Sebrae 21 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL A média nacional para operações de crédito para micro e pequenas empresas e empreendedores individuais é de R$ 22.854,98 por operação. As regiões com menor concentração de cooperativas de crédito do segmento pesquisado (Norte e Nordeste) têm os maiores valores médios de operações de crédito e o contrário também é verdadeiro, as regiões com maior número têm valores médios menores (Sul e Sudeste). Tabela 2 – Valor médio das operações com MPE e EI por tipo de cooperativas e por região (R$) REGIÃO CRÉDITO MÚTUO CRÉDITO MÚTUO – MPE LIVRE ADMISSÃO LUZZATTI Norte 35.000,00 22.358,27 5.000,00 – Nordeste 27.131,66 31.125,00 18.250,00 – Centro-Oeste 26.425,00 25.500,00 19.909,56 – Sudeste 27.134,41 22.654,32 16.039,12 10.000,00 Sul 31.230,43 11.650,00 20.458,31 – Média geral 28.592,11 22.409,65 18.226,98 10.000,00 Fonte: Sebrae Gráfico 20 A tabela anterior permite avaliar a média de operações de crédito com MPE e EI por tipo de cooperativa. As cooperativas de crédito mútuo têm operações de crédito em média 180% maior que as do tipo Luzzatti (a que tem menor média), mas esse valor também é representativo se comparado às de crédito mútuo – MPE ou de livre admissão. Outro fator importante nas características das operações de crédito é o prazo. Este pode ser decisivo para a eficácia do crédito. A maior parte das operações, 54,5%, é realizada para um prazo inferior a um ano, operações de curto prazo. Esse tipo de operação de crédito é geralmente utilizado para o capital de giro das MPE, enquanto operações de longo prazo, acima de 12 meses, geralmente destinam-se a investimentos mais duradouros. Esse dado somado aos ”produtos e serviços mais demandados e não atendidos”, onde figuram com importante participação ”financiamento de bens a longo prazo com carência” e ”financiamento de máquinas e equipamentos”, retrata que de fato é necessário desenvolver estratégias para atender às demandas de médio e longo prazo das MPE e EI. Gráfico 20 – Prazo de operações de crédito para MPE e EI Até 12 meses 54,5% Mais de 12 meses 45,5% Fonte: Sebrae 22 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL A predominância de operações de curto prazo pode ser explicada pela natureza das operações detalhada no gráfico seguinte. Nele observa-se que a finalidade dos recursos utilizados é, predominantemente, de curto prazo, a exemplo dos mais representativos: ”capital de giro” e ”desconto de duplicatas/promissórias”. Gráfico 21 – Motivos para a tomada de empréstimos mais frequentes (%) Capital de giro 27,3 Desconto de Duplicatas/Promissórias 18,3 Conta Garantida 17,5 Cheque Especial - PJ 15,5 Aquisição de Bens - PJ 11,8 Hot Money Financiamento Imobiliario Outros Vendor 4,2 2,6 1,8 1,0 Fonte: Sebrae 1.3.1.3 taxa média das operações Não é possível analisar com eficiência a taxa média geral das operações de crédito, haja vista a natureza muito diferente de cada modalidade de crédito. Dessa maneira, é adequado avaliar as taxas de juros praticadas pelas cooperativas de forma segregada entre seus principais produtos voltados para MPE e EI, e sua variação por região brasileira. Vale destacar que geralmente na composição da taxa de juros das operações de crédito, quatro fatores são indispensáveis: a) o custo administrativo; b) o custo do capital; c) a lucratividade esperada; e d) o risco. As taxas apresentam-se a seguir, organizadas dos produtos mais acessados para os menos acessados. Desconto de cheques: A modalidade tem por característica antecipar valores que o associado (MPE e EI) tem a receber de seus clientes em datas futuras, mediante a compensação de cheques pré-datados. A pesquisa aponta uma taxa média nacional de 2,33%, com destaque para a região Norte, que tem taxa 0,54% a mais que a média nacional. Sebrae 23 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 22 – Taxa média mensal de juros do desconto do cheque (%) 2,87 2,61 2,35 2,33 2,24 2,18 Gráfico 23 Norte Nordeste Sudeste Brasil Centro-Oeste Sul Fonte: Sebrae Capital de giro: Produto específico com a finalidade de financiar a operação dos negócios e criar caixa para dinamizar suas principais atividades. A taxa média nacional é 2,46% e há a mesma proporcionalidade regional que o desconto de cheques, as regiões ocupam a mesma posição quanto ao custo do produto. Gráfico 23 – Taxa média mensal de juros do capital de giro (%) 2,90 2,59 Norte Nordeste 2,51 Sudeste 2,46 2,36 2,30 Brasil Centro-Oeste Sul Fonte: Sebrae Cheque especial: Modalidade de crédito de caráter ”permanente” em que é disponibilizado um limite pré-aprovado em conta-corrente para cobertura de eventuais cheques, onde o saldo próprio do associado não seja suficiente para cobertura. Nesta modalidade, a pesquisa aponta uma taxa média de 6,16%, na qual o Norte apresenta mais uma vez a maior taxa e o Nordeste a menor. 24 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 24 – Taxa média mensal de juros do cheque especial. 6,47 6,32 6,16 6,13 Gráfico 25 5,96 Norte Sul Brasil Sudeste Centro-Oeste 5,93 Nordeste Fonte: Sebrae Conta garantida: É um limite de crédito pré-aprovado disponível em conta-corrente para suprir necessidades urgentes de capital de giro, muito semelhante ao cheque-especial, e destina-se a pessoas jurídicas. A média nacional é de 4,35% e tem grande variação com relação ao Norte, que tem quase 0,64% a mais que a média. Gráfico 25 – Taxa média mensal de juros de conta garantida com MPE (%) 4,99 4,62 Norte Nordeste 4,34 4,35 4,31 4,27 Centro-Oeste Brasil Sul Sudeste Fonte: Sebrae Desconto de duplicatas: Semelhante ao desconto de cheques, também antecipa créditos que as MPE têm a receber de seus clientes, descontando duplicatas com vencimentos em datas futuras. Taxa média nacional de 2,33% e grande variação para a região de maior taxa. Sebrae 25 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 26 – Taxa média mensal de juros do desconto de duplicatas (%) 3,08 2,64 2,43 Norte Nordeste Sudeste 2,33 Brasil 2,17 2,13 Gráfico 27 Sul Centro-Oeste Fonte: Sebrae Investimentos: Financiamento destinado a benefícios de longo prazo para as MPE, como a compra de equipamentos, melhorias de instalações e muitas outras opções. Nesse quesito, a pesquisa aponta uma taxa média mensal nacional de 1,92%, tendo uma menor taxa no Norte e uma taxa superior a 1% a mais na região Centro-Oeste. Gráfico 27 – Taxa média mensal de juros de investimentos (%) 2,96 1,96 Centro-Oeste Nordeste 1,92 Brasil 1,85 1,81 Sudeste Sul 1,65 Norte Fonte: Sebrae Cartão de crédito O cartão de crédito é o meio de pagamento que mais rápido se popularizou no Brasil, apesar da sua alta taxa de juros cobrada – segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) –, a maior da América Latina e México, chegando a 237,9% ao ano, uma taxa mensal em torno de 10,68%. Os resultados da pesquisa apontam para uma taxa mensal de 5,64%, com uma variação superior a 1,6% para mais no Nordeste. 26 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 28 – Taxa média mensal de juros do cartão de crédito (%) 7,25 6,36 6,08 5,89 5,64 4,52 Gráfico 29 Nordeste Norte Sudeste Centro-Oeste Brasil Sul Fonte: Sebrae Financiamento do 13.º salário: Uma modalidade em franco crescimento no mercado nacional, antecipando o 13.º salário de profissionais que trabalham com carteira assinada. Nesta modalidade, a taxa média mensal nacional é de 2,18%. Gráfico 29 – Taxa média mensal de juros de financiamento de 13.º salário (%) 2,57 2,40 2,19 2,18 2,14 1,92 Norte Centro-Oeste Sul Brasil Sudeste Nordeste Fonte: Sebrae Microcrédito com acompanhamento aos empreendedores Essa modalidade, também conhecida como microcrédito produtivo orientado, tem por finalidade financiar os empreendimentos com assistência técnica adequada, com o intuito de reduzir riscos do crédito e colaborar com o desenvolvimento do empreendedor. O programa foi reforçado em 2011 com o lançamento pelo Governo Federal do CRESCER (Programa de Microcrédito Produtivo Orientado), com taxas de juros de 8% a.a., aumentando a concorrência com o setor de cooperativas de crédito, já que inicialmente o programa está sendo operado por bancos oficiais. A pesquisa constatou uma taxa média de 1,97% de juros ao mês no microcrédito. Sebrae 27 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 30 – Taxa média mensal de juros do microcrédito orientado (%) 2,70 2,40 2,20 2,00 1,97 1,80 Gráfico 31 Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste Brasil Sul Fonte: Sebrae Consórcio: Na modalidade consórcio, apenas as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul apresentaram operações, tendo uma média nacional de 1,13% a.m. Gráfico 31 – Taxa média mensal de juros de consórcio (%) 1,37 1,13 1,12 0,63 Sudeste Brasil Sul Centro-Oeste Fonte: Sebrae Finame: Linha de crédito do BNDES operada pelas instituições financeiras credenciadas, destina-se ao financiamento de longo prazo de máquinas e equipamentos. A média nacional mensal é de 2,04%, mas merece destaque a grande diferença das taxas, haja vista que a maior chega a ser 1,16% a mais que a média e a menor chega a ser 1,44% a menos. 28 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 32 – Taxa média mensal de juros do Finame (%) 3,20 2,28 Sudeste Centro-Oeste 2,04 Brasil 0,69 0,60 Sul Norte Fonte: Sebrae Outras linhas de crédito foram citadas nas pesquisas em menores proporções, tais como financiamento de veículos, crédito rotativo, crédito consignado, desconto de notas promissórias de terceiros e desconto de outros recebíveis. Em linhas gerais, a região Norte apresenta as maiores taxas de juros na maioria das modalidades, enquanto o Sul apresenta as menores. Uma boa análise das taxas praticadas pelas cooperativas de crédito passa pela comparação com as praticadas por outros setores do mercado financeiro, como os bancos. Para isso, o Banco Central do Brasil oferece em sua página web estatísticas das taxas praticadas pelos bancos em território nacional, estando esse serviço a disposição de todos os cidadãos. Basta acessar e seguir os passos: • www.bcb.gov.br • Perfis • Cidadão • Taxas de juros, cálculos, índices e cotações • Taxas de juros de operações de crédito 1.3.1.4 processo de análise de crédito Devido às características tão peculiares das micro e pequenas empresas e dos empreendedores individuais, a pesquisa buscou identificar também como se dá o processo de análise de crédito destas organizações pelas cooperativas de crédito. No primeiro gráfico desta seção, temos a resposta sobre quais são os principais fatores de análise para as aberturas de crédito às MPE e EI. Conforme opções a seguir, e podendo a cooperativa de crédito ter múltiplas respostas com prioridades às que têm maior relevância. Caráter • histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras, incluindo informações cadastrais na SERASA/SCR/SPC, protestos ou ações judiciais. Capacidade • o potencial do cliente para quitar o crédito solicitado. Análises dos demonstrativos financeiros, com ênfase especial nos índices de liquidez e de endividamento, são geralmente utilizados para avaliar a capacidade do solicitante de crédito. Capital • a solidez financeira do solicitante, conforme se encontra indicada pelo patrimônio líquido da empresa. O total de exigíveis (a curto e a longo prazo) em relação ao patrimônio líquido, bem como os índices de lucratividade. Sebrae 29 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Colateral • o montante dos ativos colocados à disposição pelo solicitante para garantir o crédito. Naturalmente, quanto maior esse montante, maior será a probabilidade de se recuperar o valor creditado, no caso de inadimplência. Condições • as condições econômicas e empresariais vigentes, bem como circunstâncias particulares que possam afetar qualquer das partes envolvidas na negociação. Gráfico 33 – Análises para as aberturas de crédito às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI (%) Gráfico 34 Fonte: Sebrae No gráfico anterior, pode-se observar que 88,3% consideram a capacidade de pagamento um fator muito importante na análise de crédito e outros 87% consideram também o caráter (referente ao histórico de crédito e órgãos de restrição), dois fatores técnicos que se complementam na análise de crédito. Num nível muito parecido estão o capital patrimonial da empresa, o aspecto colateral que se refere às garantias e as condições empresariais. Outro fator que pode ser decisivo na abertura do crédito é a garantia que o tomador oferece. Nesse aspecto, são exigidos de MPE e EI preponderantemente avalistas e garantias reais, como pode ser visto no gráfico a seguir. Garantias com aval solidário e fiança são menos representativos. Gráfico 34 – Exigências de garantia em operação com Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI (%) 87,2 84,3 27,4 15,7 6,1 Aval Garantia Real Garantia Solidária Fonte: Sebrae 30 Sebrae Fiança Outros ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL O comportamento regional segue em média o dado anterior que é mais genérico. Observa-se que em todas as regiões avais e garantias reais são prioridades. Merecem um destaque especial as garantias solidárias no Nordeste, que apresenta uma participação muito acima da média. Gráfico 35 – Exigências de garantias por região 87,2 84,3 Sudeste Norte Nordeste Centro-Oeste Sul 27,4 15,7 Aval Garantias Reais Garantias Solidárias 6,1 Fiança Fonte: Sebrae Outros Gráfico 36 Os critérios de análise são rigorosos e a exigência de garantias se aproxima muito da realidade do mercado financeiro em geral, mesmo assim os níveis de aprovação de propostas são elevados. A pesquisa indica que 73,2% das solicitações de empréstimo para capital de giro e 61,8% para investimento são aprovadas pelas cooperativas de crédito. Este item chama atenção para as propostas que não são aprovadas, ou seja, a pesquisa também indica o porquê de parte dos pleitos serem rejeitados. Mais de 50% associam a rejeição das propostas à dificuldade de comprovar o faturamento, inadimplência da empresa e registro em órgãos de restrições e insuficiência de documentos. Esta informação é importante para o Sebrae, que pode desenvolver ações (capacitações e consultorias) sobre essas dificuldades, dando melhores condições de acesso ao crédito pelas MPE e EI. Gráfico 36 – Principais dificuldades para a aprovação da proposta de abertura de crédito às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI (%) 73,9 Dificuldade de comprovação de faturamento Inadimplência das empresas / Registro no SPC/SERASA 57,0 55,2 Insuficiência de documentos Falta/dificuldade de garantia para concessão 47,0 Problemas de cadastro das empresas 40,0 Informalidade 27,8 Saldo médio insuficiente / falta de recursos próprios 27,4 Falta de linha de crédito com valor disponível adequado 21,3 Projeto inviável 21,3 Falta de linha de crédito com prazo adequado 20,9 20,0 Falta de linha de crédito com taxa de juros adequada Outros 2,2 Fonte: Sebrae Sebrae 31 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL 1.3.1.5 qualidade do crédito Gráfico 37 A análise da qualidade do crédito passa obrigatoriamente pela compreensão da inadimplência dos associados com as suas cooperativas, mas este item não foi objeto desta pesquisa. No entanto, por ser importante e interessante compreender o comportamento destes dados, apresenta-se no gráfico seguinte a distribuição da carteira de crédito total por faixas de atrasos do universo de cooperativas pesquisadas fornecido pelo Banco Central do Brasil. Observa-se que 95,41% da carteira de crédito encontram-se adimplente ou com atrasos de até 15 dias, o que se configura como risco ”A” perante a Resolução 2.682 do CMN de 21 de dezembro de 1999. Desta maneira, 4,59% da carteira encontrase inadimplente ou com atrasos superiores a 15 dias, distribuídos nas faixas de atrasos detalhadas no gráfico. Gráfico 37 – Comportamento da carteira total (PJ + PF) de crédito do universo da pesquisa com suas respectivas faixas de inadimplência. (%) Sem atrasos ou atrasos inferiores a 15 dias: 95,41 Atrasos entre 15 e 30 dias 0,85 Atrasos entre 31 e 60 dias 0,82 Atrasos entre 61 a 90 dias 0,66 4,59 Atrasos entre 91 e 120 dias 0,40 0,33 0,26 Atrasos entre 121 e 150 dias Atrasos entre 151 e 180 dias 1,28 Atrasos superiores a 180 dias Gráfico 38 Fonte: BACEN Os critérios de análise de crédito utilizados visam, principalmente, à redução dos riscos de inadimplência. A pesquisa não responde qual o tamanho da carteira de crédito inadimplente referente ao segmento, mas identifica o tempo de atraso destas operações que não foram honradas nos prazos estabelecidos pelas MPE e EI. Gráfico 38 – Percentual de atraso das operações ativas (carteira ativa) de crédito com as Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI (%) Atrasos entre 61 e 90 dias 12% Atrasos entre 31 e 60 dias 53% Atrasos entre 91 e 120 dias 6% Atrasos entre 121 e 150 dias 3% Atrasos entre 151 e 180 dias 3% Atrasos superiores a 180 dias 7% Atrasos entre 15 e 30 dias 16% Fonte: Sebrae 32 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL O maior volume de recursos a nível nacional encontra-se atrasada entre 31 e 60 dias, o que classifica as operações em risco ”C” segundo a Resolução CMN 2.682/1999, levando-as a um aprovisionamento de 3% sobre o total do saldo devedor da operação. Mas a análise regional da inadimplência demonstra que o Norte tem um volume muito acima de operações, com atraso superior 180 dias à média nacional e às demais regiões individualmente. Isso talvez explique o porquê de taxas de juros tão mais altas que as demais regiões. Gráfico 39 – Distribuição da inadimplência por faixa de atraso e por região 100% 90% Atrasos superiores a 180 dias 80% Atrasos entre 151 e 180 dias 70% 60% Atrasos entre 121 e 150 dias 50% Atrasos entre 91 e 120 dias 40% Atrasos entre 61 e 90 dias 30% 20% Atrasos entre 31 e 60 dias 10% Atrasos entre 15 e 30 dias 0% Norte Centro-Oeste Brasil Sudeste Sul Nordeste Fonte: Sebrae A pesquisa procurou a opinião das cooperativas de crédito sobre o que é preciso para que as MPE e os EI apliquem os créditos tomados de maneira mais eficiente. No resultado a seguir, identifica-se que a maior necessidade é que essas organizações realizem o seu planejamento estratégico, assim como obtenham orientação financeira e capacitação Gráfico 40 técnica de mercado. Estes pontos totalizam 72% dos aspectos mais relevantes. Os pontos mais abordados encontramse no escopo do trabalho do Sebrae e a parceria entre este e as cooperativas de crédito poderá contribuir para facilitar e qualificar os negócios realizados entre as MPE, EI e suas respectivas cooperativas. Gráfico 40 – Opiniões sobre o que é preciso para que as Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI apliquem de forma mais eficiente os recursos captados por empréstimos/financiamentos? (%) 4,9 Outros Obter acompanhamento ou capacitação pelo Sebrae Restringir a aplicação dos recursos na finalidade do crédito Melhorar a Gestão Obter orientação em planejamento e acompanhamento pela cooperativa Separar caixa de Pessoa Física da Pessoa Jurídica Obter orientação/ capacitação técnica ou de mercado Obter orientação Financeira ou Controle Financeiro Realizar planejamento estratégico 2,7 4,0 4,4 5,3 6,6 21,7 23,1 27,4 Fonte: Sebrae Sebrae 33 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL 1.3.2 expansão dos serviços a mpe Gráfico 41 A pesquisa aponta ainda a capacidade e desejo de crescimento de atuação das cooperativas de crédito no segmento. O próximo gráfico demonstra que 95% delas indicam que o crescimento do número de associados não representa um risco de continuidade para a cooperativa, ou seja, ela tem capacidade de ampliar o seu atendimento para as MPE. Gráfico 41 – O crescimento do número de associados em si é visto como um fator de risco para a continuidade da cooperativa? Não 95,0% Sim 5,0% Fonte: Sebrae Gráfico 42 Outro fator que pode comprometer a ampliação do número de micro e pequenas empresas, assim como de empreendedores individuais, no quadro de associados são restrições de ordem interna, por serem pessoas jurídicas. A pesquisa apresenta que 83,7% das cooperativas não identificam barreiras internas para a ampliação do número de sócios pessoas jurídicas. Gráfico 42 – Há alguma barreira interna da cooperativa que impede o aumento do quadro de associados pessoa jurídica? Não 83,7% Sim 16,3% Fonte: Sebrae 34 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 43 Os 16,3% que indicaram existir barreiras internas que impedem a ampliação do quadro social associam este fator a restrições estatutárias da cooperativa, a falta de linhas de crédito específicas, o fato de a cooperativa não ser de livre admissão e outros fatores. Gráfico 43 – Opinião sobre os dois principais motivos que levam a cooperativa a não ter maior adesão de pessoas jurídicas? Falta de linhas específicas: 10,7% O fato de a cooperativa ainda não ser de livre admissão: 7,1% Outros: 25,0% Não: 83,7% Sim: 16,3% Restrição estatutária: 57,1% Fonte: Sebrae Observa-se que há uma relação entre as restrições estatutárias e o fato de a cooperativa não ser de livre admissão, na verdade, ambos são de natureza estatutária, uma vez que sendo uma cooperativa de livre admissão não haveria qualquer impedimento à filiação de Pessoas Jurídicas. É uma tendência no Brasil a transformação das cooperativas para livre admissão, o que pode ser comprovado com os dados do RIF 2011, que mostra que de 2005 para 2010 o número de cooperativas desse tipo subiu de 69 para 239, um crescimento de 246%. Seguramente, os maiores entraves à ampliação do quadro de associados pessoas jurídicas não são as barreiras internas, o gráfico seguinte mostrará que as restrições estatutárias só são o 6.º motivo que leva as cooperativas a não terem o maior número de associados pessoa jurídica, com 7,3%. Aspectos externos, ligados ao mercado, são maiores entraves à expansão do quadro social de pessoa jurídica: concorrência dos bancos (15,4%), desconhecimento das vantagens do cooperativismo (14,0%), falta de produtos para o setor empresarial (11,0%), deficiências das próprias empresas (9,0%) e a falta de acesso a linhas de crédito oficiais (8,7%) são apenas alguns dos motivos mais citados na pesquisa. Sebrae 35 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 44 – Opinião sobre os dois principais motivos que levam a cooperativa a não ter maior adesão de pessoas jurídicas (%) Concorrência dos bancos 15,4 Desconhecimento das vantagens do Cooperativismo 14,0 Falta de produtos para o setor empresarial 11,0 Deficiências das empresas (gestão, fiscal, garantias, risco etc.) 9,0 Falta de acesso a linhas oficiais de crédito ou cartão BNDES 8,7 Limitação estatutária 7,3 Insuficiência de estrutura física ou de pessoal 6,7 5,6 Falta de recursos 5,1 Cooperativa focada em profissionais liberais 4,8 Atendimento recente às PJ 4,5 Falta de marketing da cooperativa 2,0 Falta de treinamento para o atendimento de PJ Falta de apoio externo (associações comerciais, Sebrae etc.) 1,4 Limitação de valores para crédito 1,4 Burocracia interna percebida pelo empresário Complexidade da análise de crédito Pouca demanda 1,4 1,1 0,6 Fonte: Sebrae Cada um dos fatores acima apresentados como limitadores de maior adesão de pessoas jurídicas às cooperativas de crédito são combatíveis a partir do desenvolvimento de estratégias para agir sobre eles: concorrência dos bancos: aumentar a competitividade, reduzindo custos inclusive para o associado; oferecer melhor atendimento, ampliar a rede de atendimento etc.; desconhecimento do cooperativismo: campanhas de marketing agressivas, parcerias com entidades com potencial de divulgação etc.; falta de produtos para o setor empresarial: desenvolvimento de novos produtos, captação de recursos em novas fontes etc.; e assim sucessivamente. Um bom planejamento deve contemplar ações para estes aspectos. 1.3.3 vantagens das cooperativas de crédito O gráfico seguinte apresenta um quesito da pesquisa em que as cooperativas de crédito argumentam sobre sua cooperativa oferecer mais vantagens para as micro e pequenas empresas e empreendedores individuais. O gráfico aponta que a maioria, 73,6% das cooperativas de crédito, atribuem essa vantagem ao atendimento personalizado com estrutura diferenciada, taxas de juros competitivas e a menor burocracia na análise do crédito. 36 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 45 – Opinião sobre o que a cooperativa oferece no atendimento às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI, que diferencia sua cooperativa das demais 37,7 Atendimento personalizado c/ estrutura diferenciada 23,8 Taxas de juros competitivas 12,1 Menor burocracia/Agilidade na análise e aprovação do crédito 6,5 Isenção de taxas administrativas 5,6 Crédito orientado Atendimento c/ horário diferenciado Participação nos resultados Microcrédito 2,6 2,2 1,7 Fiança por Sociedade de Garantia de Crédito 0,9 Oferta apenas de capital de giro 0,9 Prazo 0,9 Outros 5,2 Fonte: Sebrae 1.4 cooperativismo de crédito e sebrae Gráfico 46 O Sebrae tem especial interesse em conhecer a atuação das cooperativas de crédito que operam com as micro e pequenas empresas e empreendedores individuais, porque dessa forma é possível estruturar ações conjuntas com os sistemas cooperativos no sentido de potencializar o acesso aos serviços financeiros. Dessa maneira, é muito importante conhecer como está essa relação. Pode-se começar compreendendo essa relação conhecendo se as cooperativas têm praticado alguma parceria com o Sebrae. Gráfico 46 – A cooperativa tem praticado parceria com o Sebrae para o atendimento às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI Não 74,2% Sim 25,8% Fonte: Sebrae Sebrae 37 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 47 25,8% das cooperativas afirmam ter algum tipo de parceria com o Sebrae, mas as variações regionais são muito grandes, do extremo inferior da parceria no Centro-Oeste que apenas 4,5% têm algum tipo de parceria ao extremo superior que mostra que no Sul a parceria chega a 34,4%. Esta informação é um excelente diagnóstico para identificar onde é necessário estreitar mais os laços entre as instituições. Gráfico 47 – Parcerias das cooperativas de crédito com o Sebrae por região (%) 34,4 27,6 25,8 22,2 11,8 4,5 Sul Sudeste Brasil Norte GráficoCentro-Oeste 48 Nordeste Fonte: Sebrae A referida parceria se dá principalmente, como poderá ser visto no próximo gráfico, no apoio à capacitação, apoio em promoção e acesso a mercados e a serviços financeiros, consultorias e na divulgação. Gráfico 48 – Parcerias praticadas com o Sebrae (%) 71,7 Apoio em capacitação 56,6 Apoio em promoção e acesso ao mercado 45,3 Apoio em acesso a serviços financeiros 43,4 Apoio em consultorias 37,7 Divulgação Atuação em APL Por Sociedade de Garantia de Crédito 3,8 1,9 Outros 9,4 Fonte: Sebrae Na pesquisa, as cooperativas de crédito também apontam os principais benefícios dessas parcerias com o Sebrae. O gráfico seguinte indica a existência, principalmente, de benefícios indiretos, pois são produtos e serviços do Sebrae para as MPE. As MPE qualificando-se, ganha também a cooperativa de crédito. 38 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Gráfico 49 – Benefícios da parceria com o Sebrae (%) 26,7 Orientação/capacitação técnica/financeira às MPE 17,8 Melhor gestão para as empresas 11,1 Marca/capilaridade do Sebrae alavanca iniciativas 8,9 Troca em boa prática de cooperativismo 6,7 Acesso a serviços financeiros às MPE Melhoria na liquidez das MPE 4,4 Apoio ao Microcrédito 4,4 Acesso a Mercados às MPE 4,4 Acesso das empresas ao Sebraetec 4,4 Acesso a linhas de crédito para as cooperativas 2,2 Governança Cooperativa 2,2 Fortalecimento do Sistema 2,2 Divulgação de cooperativa entre as MPE e EI 2,2 Capacitação de colaboradores da Cooperativa 2,2 Fonte: Sebrae Gráfico 50 Visando a ampliar estes benefícios, foi questionado também que ações poderiam ser realizadas em parceria com o Sebrae. Nas duas principais, há uma voltada para os clientes (capacitação geral de gestão às MPE com 23,2%) e uma diretamente ligada às cooperativas (disseminar as vantagens de tornar-se cooperado com 20,4%, uma ação de maior divulgação para as cooperativas). Gráfico 50 – Sugestões de ações a serem realizadas em parceria com o Sebrae (%) Curso de análise de crédito para os conselheiros Certificação em excelência de gestão Implementação e apoio de APL Auxílio para criação de área específica para atendimento de MPE Compartilhamento de inteligencias Perseguir mudanças estatutárias Disponibilização de Microcrédito Acompanhamento da utilização dos recursos pela MPE Acesso a recursos via Sebrae Menores taxas para capacitados pelo Sebrae Formalização de Informais Instituição de Sociedades de Garantia de Crédito Busca de recursos específicos para MPE Acesso a recursos com juros subsidiados Indicações de clientes ou "contratos casados" Capacitação em Mercado aos empresários Acesso a Linhas do BNDES Diagnóstico do quadro de associados Capacitação de atendentes de MPE das cooperativas Divulgação dos serviços oferecidos pela cooperativa Capacitação em gestão financeira às MPE Disseminar as vantagens de tornar-se cooperado Capaciatação geral de gestão às MPE 0,47 0,47 0,47 0,47 1,89 1,42 1,42 1,42 1,42 1,89 1,89 1,89 3,31 3,31 3,31 3,31 3,79 3,79 4,73 7,10 8,53 20,37 23,22 Fonte: Sebrae Sebrae 39 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL A pesquisa levantou ainda a percepção das cooperativas de crédito com relação à parceria com o Sebrae. Como classificam essa relação numa escala de ”0” a ”10”. Em média a parceria é qualificada com nota 8,1, com uma variação muito pequena entre as regiões, conforme demonstrado no gráfico seguinte. Gráfico 51 – Qualificação de 0 a 10 com relação à parceira entre a cooperativa de crédito e o Sebrae. 8,3 8,3 8,1 8,0 8,0 7,5 Gráfico 52 Nordeste Sudeste Brasil Centro-Oeste Sul Norte Fonte: Sebrae Ainda foi identificado se existem parcerias com outras instituições em apoio às micro e pequenas empresas e empreendedores individuais. O gráfico seguinte demonstra que 25,8% das cooperativas firmam parcerias dessa natureza com associações comerciais e outras organizações, câmaras de dirigentes lojistas, escritórios de contabilidade e outras instituições. Gráfico 52 – A cooperativa estabelece algum tipo de parceria para o atendimento a Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores Individuais – EI (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000), que não o Sebrae? (%) Não 74,2 Sim 25,8 Fonte: Sebrae 40 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL 2. consideraçÕes Finais Diante dos resultados da pesquisa, conclui-se que o objetivo de retratar o mercado de atuação do cooperativismo de crédito no atendimento às micro e pequenas empresas no Brasil foi alcançado com sucesso, tanto pelos aspectos tratados na pesquisa, quanto pela expressiva participação das instituições que com 47% de respostas bem distribuídas pelas regiões brasileiras; dão um grau de confiabilidade de 95% a esses resultados. Diante disso, sem dúvidas, é possível estruturar ações conjuntas eficazes para potencializar o acesso a serviços financeiros pelas MPE. Os resultados da pesquisa mostram que 46% das cooperativas de crédito que atendem às MPE têm até 30 funcionários e que outros 18% têm mais de 100 funcionários para atender a seus associados, que são em média 7.638 por cooperativa e destes 80,6% são ativos, e as principais causas de existirem inativos é por situação de inadimplência/restrições, preferência pela concorrência ou mudança de cidade. Entre MPE atendidas há um equilíbrio entre a natureza de ocupação entre produtores rurais, profissionais liberais, empregados e empresários. O quadro social é formado principalmente por pessoas naturais, 80%, e das pessoas jurídicas, 37% são microempresas, 33% são pequenas empresas e 15% são empreendedores individuais. E atuam predominantemente no comércio, 35%, e serviços, 33%. Com relação aos produtos e serviços mais utilizados pelas MPE, 47% deles são produtos de crédito. Busca-se ainda ampliar os serviços de crédito, incluindo demandas que ainda não são atendidas, principalmente por meio de parcerias com o BNDES. O crédito em média é de R$ 22.855,00 e em sua maioria é de curto prazo, destina-se a reforçar o capital de giro da MPE. A pesquisa apresenta, ainda, as taxas de juros médias por região dos principais produtos de crédito, possibilitando compará-las a outras do mercado. Para qualificar o crédito, a recomendação é que as MPE façam planejamento estratégico, tenham orientação financeira e capacitação permanente, principalmente. As cooperativas de crédito desejam expandir sua atuação com as MPE e apresentam como principal diferencial seu atendimento personalizado e taxas de juros competitivas. Dessas, 25% já têm algum tipo de parceria com o Sebrae, sobretudo em capacitações, acesso a mercados e a serviços financeiros e consultoria. Avaliam, ainda, que os principais benefícios gerados pelo Sebrae são os serviços prestados às MPE associadas. Esta parceria se qualificou com nota 8,1, numa escala de zero a dez. Mais importante do que o cenário apresentado na pesquisa é a tendência favorável no estreitamento da relação entre esses dois tipos de organização, as cooperativas de crédito e as MPE. Por um lado as cooperativas de crédito oferecem ampla carteira de produtos e serviços e uma rede com 4.683 pontos de atendimento no Brasil. Vale destacar ainda que o atendimento às MPE não acontece apenas nas modalidades de cooperativas pesquisadas, existem muitas cooperativas de crédito rural que atendem a MPE rurais, há ainda, segundo o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, 500 municípios no Brasil que contam exclusivamente com as cooperativas de crédito para seu atendimento financeiro. Outro aspecto importante é que a atuação das cooperativas de crédito, captando e aplicando recursos exclusivamente na comunidade, fortalece a economia local e favorece a atuação das MPE. Aliás, o interesse pela comunidade se coloca como um princípio comum entre essas instituições. Outro aspecto que não pode ser desconsiderado no mercado financeiro é a segurança, afinal, aportar seu capital em uma instituição requer confiança. Nesse aspecto, as cooperativas de crédito apresentam mais uma vantagem, a de ser regulamentada e supervisionada pelo Conselho Monetário Nacional, que atua de forma mais direta por meio do Banco Central do Brasil (BACEN). Essa supervisão acontece em níveis distintos, com auditorias externas, feitas pelas Centrais que por ventura estejam filiadas e pelo próprio BACEN. Mas sem dúvida o maior ponto de controle e mais importante para as MPE é o fato de a administração ser democrática, permitindo o seu controle e gestão pelos próprios associados, possibilitando estabelecer prioridades mais voltadas para o setor. Dessa forma, MPE e EI têm como participar de uma cooperativa de crédito ajustada às suas necessidades e onde suas opiniões são levadas em consideração na definição dos rumos da organização. Atualmente o cooperativismo de crédito assume uma atuação no mercado cada vez mais importante, com um nível de concorrência forte entre as próprias cooperativas de crédito, com os bancos e demais instituições financeiras. Esse cenário desafia as cooperativas a assegurarem sua competitividade e ampliar sua participação no sistema financeiro nacional. Algumas ações, como a recém-criada Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa – CNAC e a forte discussão em torno da criação do fundo garantidor único para o sistema cooperativo vêm corroborar com esses objetivos Sebrae 41 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL de fortalecimento do setor. Para o diretor de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural do Banco Central, Sidnei Marques (em entrevista ao Portal do Cooperativismo de Crédito), o cooperativismo de crédito tem ainda mais um grande desafio, que é o de promover a inclusão financeira em localidade e segmentos sociais de todas as partes do Brasil, ampliando o aporte de produtos financeiros e elevando a concorrência do mercado. Essa pertinente afirmação tem forte relação com a povoação desigual de cooperativas de crédito no Brasil, onde as regiões mais carentes, Norte e Nordeste, têm a menor incidência de pontos de atendimento cooperativo no Brasil, conforme indicado no próximo gráfico. Figura 1 – Quantidade de pontos de atendimento cooperativo de crédito no Brasil Fonte: Relatório de Inclusão Financeira/ BACEN Observando o mapa anterior, observa-se que de fato o cooperativismo de crédito não tem uma grande presença no eixo Norte-Nordeste, mas por outro lado isso abre um grande potencial para a expansão dos diversos sistemas cooperativos nessas regiões e, principalmente, a possibilidade de as MPE e EI se organizarem nesses locais para constituição de novas cooperativas. Considera-se, finalmente, que se as cooperativas de crédito são formadas pelos seus associados, e estamos tratando de micro e pequenas empresas, esta é a oportunidade de expansão, criação e fortalecimento dessas instituições financeiras próprias. MPE e EI podem criá-las e geri-las alinhadas aos seus objetivos institucionais, de maneira a fortalecer todo o segmento. A cooperativa de crédito é o reflexo de seus associados e, portanto, podem ter a cara das micro e pequenas empresas brasileiras. 42 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL 3. reFerÊncias BANCO CENTRAL DO BRASIL. Relatório de inclusão financeira. N.º 2. Brasília: BCB, 2011; BRASIL. Resolução n.º 3.859, de 27 de maio de 2010. Altera e consolida as normas relativas à constituição e ao funcionamento de cooperativas de crédito. Conselho Monetário Nacional; ______. Resolução n.º 2.682, de 21 de dezembro de 1999. Dispõe sobre os critérios de classificação das operações de crédito e regras para constituição de provisão para crédito de liquidação duvidosa; ______. lei n.º 5.764 de 16 de dezembro de 1971. Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas e dá outras providências; ______. lei n.º 4.595 de 31 de dezembro de 1964. Dispõe sobre a Política e as Instituições Monetárias, Bancárias e Creditícias. Cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências; ______. lei Complementar n.º 130, de 17, de abril de 2009. Dispõe sobre o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e revoga dispositivos das Leis n.º 4.595, de 31 de dezembro de 1964, e da Lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971; ______. lei n.º Complementar 128, de 19 de dezembro de 2008. Altera a Lei Complementar n.º 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as Leis n.º 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências; IBOPE Disponível na World Wide Web: http://www.ibope.com.br/calandraWeb/BDarquivos/sobre_pesquisas. Acesso em 1.º março de 2012; PORTAL DO EMPREENDEDOR Disponível na World Wide Web: http://www.portaldoempreendedor.gov.br/modulos/entenda/legislacao.php. Acesso em 1.º março de 2012; PROTESTE Disponível na World Wide Web: http://www.proteste.org.br/dinheiro/proteste-apoia-dilma-na-queda-de-juros-s568161.htm. Acesso em 1.º março de 2012; PORTAL DO COOPERATIVISMO Disponível na World Wide Web: http://cooperativismodecredito.com.br/news/2012/03/banco-central-trabalha-para-ampliar-presenca-decooperativas-de-Credito/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+CooperativasDeCred itoNoBrasilENoMundo+%28Cooperativas+de+Cr%C3%A9dito+no+Brasil+e+no+Mundo%29. Acesso em 1.º março de 2012. Sebrae 43 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL 4. aneXo questionÁrio Todas as questões deste questionário devem ser preenchidas Quantos FUNCioNÁRioS a cooperativa possui? ( Quantos ASSoCiADoS a cooperativa possui? ( ) ) Qual é o percentual de cooperados ATivoS (com movimentação nos últimos seis meses) e cooperados iNATivoS? (Entre apenas com o número) ( %) de ativos ( %) de inativos A soma das respostas em cada categoria deve fechar em 100%. Qual é o número de CooPERADoS ATivoS pessoa física (incluir os produtores rurais que não possuem CNPJ) e pessoa jurídica (empresas ou empreendedores com CNPJ)? ( ) Pessoa física ( ) Pessoa jurídica Classifique percentualmente os cooperados ativos de acordo com as seguintes classes (coloque apenas o percentual nos campos correspondentes – a soma deve ser 100%): ( %) Produtores rurais ( %) Profissionais liberais ( %) Empregado de empresas privadas e/ou públicas ( %) Empreendimentos informais ( %) Empresários ( %) Outros A soma das respostas em cada categoria deve fechar em 100%. Em sua percepção, qual o percentual de empresários formais que contratam empréstimos como pessoa física, mas que utilizam os recursos em suas empresas? ( %) Perfil dos cooperados PESSoAS JURÍDiCAS. indique a distribuição percentual por tipo jurídico: ( %) Empreendedor individual (empreendedores com faturamento bruto anual de até R$ 36.000,00 – trinta e seis mil reais) ( %) Microempresa (empresas com faturamento bruto anual de até R$ 240.000,00 – duzentos e quarenta mil reais) ( %) Empresa de pequeno porte (empresas com faturamento bruto anual acima de R$ 240.000,00 – duzentos e quarenta mil reais – e de até R$ R$ 2.400.000,00 – dois milhões e quatrocentos mil reais) ( %) Média e grande empresa (empresas com faturamento bruto anual superior a R$ 2.400.000,00 – dois milhões e quatrocentos mil reais) ( %) Outros (associações, fundações, ONGs etc.) 44 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL A soma das respostas em cada categoria deve fechar em 100%. Para lhe auxiliar, o campo total apresenta a soma de todas as opções e o campo restante apresenta o quanto falta para completar 100%. ( %) Comércio ( %) Serviços ( %) Indústria ( %) Agricultura ( %) Terceiro setor Classifique, por ordem de importância, as fontes de recursos disponíveis para linhas de crédito destinadas às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (lembrando que MPE e Ei possuem faturamento inferior a R$ 2.400.000,00). Nesta classificação, atribua o valor 1 para a fonte de maior importância, 2 para a segunda mais importante e assim por diante. Caso não acesse alguma dessas fontes, atribua o valor 99. Escolha a(s) que mais se adéque(m) ( ) Próprio ( ) Cooperativa central ( ) Banco de Desenvolvimento/Agência de Fomento do Estado ( ) BNDES ( ) Bancos cooperativos ( ) Outros. Especificar: ( ) A cooperativa busca outras fontes de recurso para as MPE e Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? Exemplo: em bancos de desenvolvimento e agências de fomento? Escolha uma das seguintes respostas: ( ) Não ( ) Sim. Quais? Em sua percepção, quais os serviços financeiros demandados pelas Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000) que sua cooperativa não atende? __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ identifique o perfil da concessão de crédito para as Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000) cooperados. Porcentagem do crédito total destinado às MPE e EI: ( %) Valor médio das operações com MPE e EI em R$: ( %) Em relação ao crédito para MPE e EI, indique: ( %) Crédito de curto prazo (até 12 meses, inclusive): ( %) Crédito de longo prazo (superior a 12 meses) com MPE e EI: ( %) Sebrae 45 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Classifique de acordo com o número de operações realizadas pela cooperativa os produtos contratados pelas Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000). Atribua o valor 1 ao produto com maior número de operações, 2 para o produto com segundo maior número de operações e assim sucessivamente. Atribua o valor 99 caso não trabalhe com algum produto: Escolha a(s) que mais se adéque(m) ( ) Empréstimos/financiamentos/linhas de crédito ( ) Aplicações financeiras ( ) Cobrança bancária ( ) Custódia ( ) Seguros ( ) Garantias em operações com terceiros ( ) Outros. Especificar: ( ) Classifique os tipos de empréstimo/financiamento/linhas de crédito acessados pelas Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000). Atribua o valor 1 ao tipo com maior número frequencia, 2 para o tipo com a segunda maior frequencia e assim sucessivamente. Atribua o valor 99 caso não tenha disponibilizado o tipo de empréstimo/financiamento/linhas de crédito. Escolha a(s) que mais se adéque(m) ( ) Conta garantida ( ) Cheque especial ( ) Desconto de cheques ( ) Desconto de duplicatas ( ) Capital de giro ( ) Investimentos ( ) Cartões (crédito ou empresarial de capital de giro) ( ) FINAME (Financiamento de Máquinas e Equipamentos) ( ) Microcrédito e acompanhamento de empreendedores ( ) Consórcio ( ) Outros. Especificar: ( ) Qual a taxa média mensal de juros de cada uma das linhas de crédito/financiamento/empréstimo abaixo (em %)? Escolha a(s) que mais se adéque(m) ( %) Conta garantida ( %) Cheque especial ( %) Desconto de cheques ( %) Desconto de duplicatas ( %) Capital de giro ( %) Investimentos ( %) Cartões (crédito ou empresarial de capital de giro) ( %) FINAME (Financiamento de Máquinas e Equipamentos) ( %) Financiamento de 13.º salário ( %) Microcrédito e acompanhamento de empreendedores ( %) Consórcio ( %) Outros: ( ) 46 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Classifique de acordo com as finalidades mais frequentes para a tomada de empréstimo por parte das Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000). Atribua o valor 1 à finalidade com a maior frequência, 2 para a finalidade com a segunda maior frequencia e assim sucessivamente. Atribua o valor 99 caso não tenha ocorrido o motivo. Escolha a(s) que mais se adéque(m) ( ) Conta garantida ( ) Capital de giro ( ) Desconto de duplicata/promissória ( ) Aquisição de bens – PJ ( ) Vendedor ( ) Financiamento imobiliário ( ) Cheque especial – PJ ( ) Hot money ( ) Outros. Especificar: ( ) Quais as análises para as aberturas de crédito às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? (Aceita mais de uma resposta) Escolha a(s) que mais se adéque(m) com um ”X” ( ) Caráter (histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras, incluindo informações cadastrais na SERASA/SCR/SPC, protestos ou ações judiciais) ( ) Capacidade (potencial do cliente para quitar o crédito solicitado. Análises dos demonstrativos financeiros, com ênfase especial nos índices de liquidez e de endividamento, são geralmente utilizados para avaliar a capacidade do solicitante de crédito) ( ) Capital (a solidez financeira do solicitante, conforme se encontra indicada pelo patrimônio líquido da empresa. O total de exigíveis (a curto e a longo prazo) em relação ao patrimônio líquido, bem como os índices de lucratividade.) ( ) Colateral (o montante dos ativos colocados à disposição pelo solicitante para garantir o crédito. Naturalmente quanto maior esse montante, maior será a probabilidade de se recuperar o valor creditado, no caso de inadimplência) ( ) Condições (as condições econômicas e empresariais vigentes, bem como circunstâncias particulares que possam afetar qualquer das partes envolvidas na negociação) ( ) Outros. Especificar: ( ) Quais as exigências de garantia em operação com Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? (Pode marcar mais de uma opção) Escolha a(s) que mais se adéque(m) com um ”X” ( ) Aval ( ) Fiança ( ) Garantia solidária ( ) Garantia real (garantia com bens, penhor, alienação...) ( ) Outros. Especificar: ( ) Qual a proporção (porcentagem) de propostas aprovadas em relação ao total de propostas às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000) para capital de giro? Apenas números serão aceitos nesse campo. ( %) Qual a proporção (porcentagem) de propostas aprovadas em relação ao total de propostas às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000) para investimento fixo? Apenas números serão aceitos nesse campo. ( %) Sebrae 47 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Quais as principais dificuldades para a aprovação da proposta de abertura de crédito às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? Escolha a(s) que mais se adéque(m) com um ”X” ( ) Insuficiência de documentos ( ) Inadimplência da empresas/registro no SPC/SERASA ( ) Saldo médio insuficiente/falta de recursos próprios ( ) Projeto inviável ( ) Problemas de cadastro das empresas ( ) Dificuldade de comprovação de faturamento ( ) Falta de linha de crédito adequada a empresas no que se refere ao volume de recursos solicitado ( ) Falta de linha de crédito adequada a empresas no que se refere à taxa de juros ( ) Falta de linha de crédito adequada a empresas no que se refere ao prazo de pagamento ( ) Falta/dificuldade de garantia para concessão ( ) Informalidade (a empresa não é formalizada) ( ) Outros. Especificar: ( ) Qual é o percentual de atraso das operações ativas (carteira ativa) de crédito nas Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? Apenas números serão aceitos nesses campos Atraso entre 15 e 30 dias ( %) Atraso entre 31 e 60 dias ( %) Atraso entre 61 e 90 ( %) Atraso entre 91 e 120 dias ( %) Atraso entre 121 e 150 dias ( %) Atraso entre 151 e 180 dias ( %) Atraso superior a 180 dias ( %) A soma das respostas em cada categoria deve fechar em 100% Em relação ao atraso das operações ativas, indique o percentual de cada uma das opções abaixo: apenas números serão aceitos nesses campos. Total de todas as entradas deve ser igual a 100 Atraso entre 15 e 30 dias ( %) Atraso entre 31 e 60 dias ( %) Atraso entre 61 e 90 ( %) Atraso entre 91 e 120 dias ( %) Atraso entre 121 e 150 dias ( %) Atraso entre 151 e 180 dias ( %) Atraso superior a 180 dias ( %) Em sua opinião, o que é preciso para que as Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000) apliquem de forma mais eficiente os recursos captados por empréstimos/financiamentos? __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ 48 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Há na cooperativa área especializada para atendimento às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? Escolha uma das seguintes respostas com um ”X”: ( ) Não ( ) Sim. Há quantos funcionários exclusivos para essa função? ( ) Há política desenvolvida pela cooperativa central para buscar recursos do BNDES e/ou de outras instituições voltadas para as Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? Escolha uma das seguintes respostas com um ”X”: ( ) Não ( ) Sim A cooperativa tem praticado parceria com o Sebrae para o atendimento às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? Escolha uma das seguintes respostas: ( ) Não ( ) Sim A cooperativa estabelece algum tipo de parceria para o atendimento a Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000), que não o Sebrae? (por exemplo, escritórios de contabilidade, sindicatos, associações ou empresas juniores etc.). Escolha uma das seguintes respostas: ( ) Não ( ) Sim. Favor descrever a parceria e a finalidade: ( ) Em sua opinião, o que a sua cooperativa oferece no atendimento às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000) que diferencia sua cooperativa das demais? __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ Em sua opinião, que ações poderiam ser realizadas em parceria com o Sebrae para aumentar o número de MPE cooperadas e aumentar o volume de crédito às Micro e Pequenas Empresas – MPE e Empreendedores individuais – Ei (ou seja, empreendimentos com faturamento de até R$ 2.400.000)? __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ Há alguma barreira interna da cooperativa que impede o aumento do quadro de associados pessoa jurídica? Escolha uma das seguintes respostas: ( ) Não ( ) Sim. Especificar: ( ) Sebrae 49 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Em sua opinião, quais os dois principais motivos que levam a cooperativa a não ter maior adesão de pessoas jurídicas? Motivo 1: _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ Motivo 2: _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________ o crescimento do número de associados em si é visto como um fator de risco para a continuidade da cooperativa? Escolha uma das seguintes respostas com um ”X”: ( ) Não ( ) Sim Nome da cooperativa: Nome do respondente: Cargo/ função: Contato telefônico com DDD: Fixo: Celular: E-mail do respondente: E-mail institucional da cooperativa: Endereço do site/página/blog da cooperativa na internet: 50 Sebrae ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL Sebrae 51 ATUAÇÃO DAS COOPERATIVAS DE CRÉDITO NO ÂMBITO DAS MPE NO BRASIL 52 Sebrae