e s L tra d i g i t a i s Teses e Disser tações originais em formato digital o d r a t r e Desp o n a r or itu t e i L e L a d o l lun A O Pape o d o ític r C o es s i n r é Se S ª 6 de 5ª e s Neto e ã h l a g a eM d s e u g i r d Pedro Ro 2002 Programa de Pós-Graduação em Letras Ficha Técnica Coordenação do Projeto Letras Digitais Angela Paiva Dionísio e Anco Márcio Tenório Vieira (orgs.) Consultoria Técnica Augusto Noronha e Karla Vidal (Pipa Comunicação) Projeto Gráfico e Finalização Karla Vidal e Augusto Noronha (Pipa Comunicação) Digitalização dos Originais Maria Cândida Paiva Dionízio Revisão Angela Paiva Dionísio, Anco Márcio Tenório Vieira e Michelle Leonor da Silva Produção Pipa Comunicação Apoio Técnico Michelle Leonor da Silva e Rebeca Fernandes Penha Apoio Institucional Universidade Federal de Pernambuco Programa de Pós-Graduação em Letras Apresentação Criar um acervo é registrar uma história. Criar um acervo digital é dinamizar a história. É com essa perspectiva que a Coordenação do Programa de Pós-Graduação em Letras, representada nas pessoas dos professores Angela Paiva Dionisio e Anco Márcio Tenório Vieira, criou, em novembro de 2006, o projeto Letras Digitais: 30 anos de teses e dissertações. Esse projeto surgiu dentre as ações comemorativas dos 30 anos do PG Letras, programa que teve início com cursos de Especialização em 1975. No segundo semestre de 1976, surgiu o Mestrado em Linguística e Teoria da Literatura, que obteve credenciamento em 1980. Os cursos de Doutorado em Linguística e Teoria da Literatura iniciaram, respectivamente, em 1990 e 1996. É relevante frisar que o Programa de Pós-Graduação em Letras da UFPE, de longa tradição em pesquisa, foi o primeiro a ser instalado no Nordeste e Norte do País. Em dezembro de 2008, contava com 455 dissertações e 110 teses defendidas. Diante de tão grandioso acervo e do fato de apenas as pesquisas defendidas a partir de 2005 possuirem uma versão digital para consulta, os professores Angela Paiva Dionisio e Anco Márcio Tenório Vieira, autores do referido projeto, decidiram oferecer para a comunidade acadêmica uma versão digital das teses e dissertações produzidas ao longo destes 30 anos de história. Criaram, então, o projeto Letras Digitais: 30 anos de teses e dissertações com os seguintes objetivos: (i) produzir um CD-ROM com as informações fundamentais das 469 teses/dissertações defendidas até dezembro de 2006 (autor, orientador, resumo, palavras-chave, data da defesa, área de concentração e nível de titulação); (ii) criar um Acervo Digital de Teses e Dissertações do PG Letras, digitalizando todo o acervo originalmente constituído apenas da versão impressa; (iii) criar o hotsite Letras Digitais: Teses e Dissertações originais em formato digital, para publicização das teses e dissertações mediante autorização dos autores; (iv) transportar para mídia eletrônica off-line as teses e dissertações digitalizadas, para integrar o Acervo Digital de Teses e Dissertações do PG Letras, disponível para consulta na Sala de Leitura César Leal; (v) publicar em DVD coletâneas com as teses e dissertações digitalizados, organizadas por área concentração, por nível de titulação, por orientação etc. O desenvolvimento do projeto prevê ações de diversas ordens, tais como: (i) desencadernação das obras para procedimento alimentação automática de escaner; (ii) tratamento técnico descritivo em metadados; (iii) produção de Portable Document File (PDF); (iv) revisão do material digitalizado (v) procedimentos de reencadernação das obras após digitalização; (vi) diagramação e finalização dos e-books; (vii) backup dos e-books em mídia externa (CD-ROM e DVD); (viii) desenvolvimento de rotinas para regularização e/ou cessão de registro de Direitos Autorais. Os organizadores rtar do e p s e D ra no u t i e L Leitor a d o l e n p u a l P O o do A c i t í r C Senso ª Séries 6 e ª 5 e d s Neto e ã h l a g a ues de M g i r d o R o r Ped 2002 Copyright © Pedro Rodrigues de Magalhães Neto, 2002 Reservados todos os direitos desta edição. Reprodução proibida, mesmo parcialmente, sem autorização expressa do autor. UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAc;Ao PROGRAMA DE POS-GRADUAc;Ao EM LETRAS E LINGOiSTICA o PAPEL DA LEITURA NO DESPERTAR DO SENSO CRITICO DO ALUNO-LEITOR DE 5!! E 6!! SERIES Disserta9ao apresentada como requisito parcial para a obten9ao do grau de Mestre em Letras do Programa de P6sGradua9ao em Letras da UFPE. Recife -PE Fevereiro - 2002 ~ Universidade Federal de Pernambuco ~ P'ogramaae P6s-Gradualao em lelras IF.~f "0 colocar-se realidade: Homem num e urn pode refletir determinado sobre momento, si mesmo numa e certa Ser na busca constante de ser mais e, como pode fazer esta outra reflexao, pode descobrir-se como urn Ser inacabado, que esta em constante busca." A memoria de meus pais, Dalvo Ribeiro Batista e Delzuite Magalhaes Batista, por tudo que me fizeram. A memoria de meu sogro, Gerardo Viana do Monte, pelo carinho e respeito que tinha para comigo. A minha Maria mulher, Goreth Rodrigues do Monte Magalhaes, simbolo de paciencia, apoio, companheirismo e compreensao nos momentos de ausencia, principalmente nos angustiantes dias de produc;ao cientifica. Aos meus filhos, Gerardo Viana do Monte Neto e Georgia do Monte Magalhaes, frutos de urn amor sincero e maduro e fontes de incansavel desejo de luta. Aos meus irmaos, cunhados, tios, sobrinhos pela compreensao e carinho durante essa trajetoria. A quase filha Patricia Monte, pela atenc;ao e respeito quando da leitura dos textos A minha sogra, Maria Alice Rodrigues do Monte, pelo carinho e torcida para a obten<;ao deste titulo. ~ Universidade Federal de Pernambuco C P'ograma U'F~t' de P6s-Gradua\3o em Lellas A Profa. Dra. Maria da Piedade Moreira de Sa, pela magnifica orienta9ao que de forma impar me incutiu seguran9a, e me dispensou compreensao e carinho, e de maneira sabia e paciente me conduziu para este momento, meus sinceros agradecimentos. Ao Prof. Dr. Francisco Gomes de Matos, pela colabora9ao na consecu9ao de meus objetivos, meu muito obrigado. Aos demais Profess ores do Programa de Pos-Gradua9ao de Letras da UFPE, Doutores: Luis Antonio Marcuschi, Marlos Pessoa, Abuendia Pinto, Marigia Viana, Angela Dionisio, Doris Arruda, Francisco Gomes de Matos e Maria da Piedade Moreira de Sa, pela contribui9ao extraordinaria na constru9ao dos meus conhecimentos. A Coordenadora do Program a de Pos-Gradua9ao em Letras da UFPE, Profa. Nelly Carvalho e aos funcionarios Eraldo eDiva, meu reconhecimento e gratidao pela boa acolhida junto ao Programa. A Coordenadora de Convenios do Mestrado professora Dra. Judith, meu muito obrigado. Ao Ex-Presidente Administrativo-Financeira, da COHAB-PI, Senhor Elias Ximenes do Prado e Ex-Diretora Maria Livramento Meneses Marques, pela colabora9ao financeira, meu muito obrigado. Aos colegas da COHAB-PI, especialmente Aldenice Ferro Lima, Luci Portela, Tania Grace, Wanda Frota,Gilvana Soares, Paulo Roberto, Jorge Alberto, Regina Ribeiro, Auxiliadora Freitas, Palmyra Carvalho, Silvia Rejane, Raimunda Coelho, Salime Jadao, Francisca Duarte, Elda Carvalho, Nelimaria Crisanto, Lucilio Batista, Jose do Egito, Socorro Carvalho e Jose Antonio (0 Bibio), pela paciencia e dedica9ao que me dispensaram durante a constru9ao deste trabalho, meu reconhecimento e gratidao. Aos meus amigos Ricardo Araujo, Guilherme Filho, Marisa, Aldenor Filho, Marilia Costa, Ribamar Torres, Dorinha Santos, Lucirene Carvalho, Odete Moura, Fatima Albuquerque, Onesina Costa, Aline Veloso, Rosangela Valadao, Barbara Olimpia, Francinete Formiga, Paulo Andrade, Goreth Andrade, Jesus dos Anjos e Evanisa Dantas pelo apoio ao longo dessa jomada. A Rosely, Rosilene e Antonio Francisco, que incansavelmente digitaram este trabalho, meu reconhecimento e gratidao pela dedica~ao e profissionalismo. Aos Diretores, Secretaria, Auxiliares de Secretaria e pessoal de apoio da Unidade Escolar Cecem Oliveira, Liana, Hildegard, Maria do Carmo, Edileusa e Iris, pela maneira carinhosa com que me receberam, meu reconhecimento e gratidao. Aos alunos das turmas de 5'" e 6'" series que possibilitaram esta pesquisa, meu agradecimento pel a colabora~ao. A Secretaria de Estado da Educa~ao do Piaui, Profa. Cristina Maria do Vale e Silva, pelo apoio, minha gratidao. Aos Colegas de mestrado do Piaui Algemira Macedo, Marly Gondim, Jasmine Malta, Daniela Freitas, Maria Suely, Silvana Pantoja, Estela Viana, Solange, Margarete Torres, Ednaldo Almeida, Enilda, Ailma Nascimento,Silvana Ribeiro, Gorete Varao, Stella Rangel, Cleide Veloso, Ana Maria, Silvia, Maria do Carmo, Joaquim Filho, Giselda, Rita Alves e Zeneide Resende, meus agradecimentos pela partilha. Aos companheiros de apartamento, Marco Antonio, Ana Maria, Ednaldo Almeida, Silvana Ribeiro, minha gratidao. A Profa. Mestra Iveuta Abreu, pela incansavel acompanhamento reconhecimento luta pela implanta~ao e depois dos mestrandos junto it Coordena~ao do Convenio do mestrado, e gratidao pela paciencia, executou seu trabalho. dedica~ao, carinho e competencia meu com que Concep<;ao de Leitura para 0 1. Concep<;6es de Leitura para Ensino Fundamental 0 15 Ensino Fundamental segundo os Parametros Curriculares Nacionais (PCN s) 19 Fundamenta<;ao Teorica 26 1.Conceito de Leitura 26 2.Estrategias de leitura 28 3.Cogni<;ao e metacogni<;ao 34 3.1. Contribui<;6es da Psicologia no processo de ensino aprendizagem de leitura 40 3.2. Importancia da Leitura .47 ~ Universldade Federal de PernamD" ~ P't19r,m,~~ Pos-Gr,dua\ao em Letra! 4.1. Participantes da pesquisa, seu perfil e constituiyao dos grupos 50 4.2. Dificuldades encontradas 51 4.3. Materiais utilizados 52 4.4. Tipo de instrumental utilizado na pesquisa 5. Analise dos dados e discussao dos resultados .55 57 5.1. Analise dos dados dos questionarios (fase inicial e final da pesquisa) ..58 5.2. Analise dos textos produzidos pelos alunos pesquisados 77 CAPITULOV 6. Considerayoes finais 91 a presente trabalho objetiva examinar 0 papel da leitura no despertar do senso critico do aluno-Ieitor de 5'" e 6'" series. A pesquisa foi realizada numa escola publica integrante do sistema estadual de ensino, situada em Teresina, Piaui. Para a execw;ao da pesquisa, os alunos foram distribuidos em dois gropos: gropo experimental e gropo de controle; 0 primeiro, com vinte alunos, eo segundo com vinte e urn. A forma<;ao dos gropos se deu por livre escolha dos alunos. Para avaliar 0 nivel de compreensao e de percep<;ao critica dos alunos, foi aplicado - no inicio da pesquisa, em mar<;o de 2001, e reaplicado no final da investiga<;ao, em dezembro de 2001 - urn questiomirio contendo treze perguntas. No intervalo entre esses dois momentos, os alunos do gropo experimental realizaram varias atividades de leitura, visando a despertar neles 0 senso critico. No primeiro momenta escolhido, para estudo, 0 depois de discutidos diversos t6picos foi tema trai<;ao. Foram entao lidos e discutidos varios textos que tinham por nuc1eo esse tema. Com base nessas discuss6es, cada aluno dos dois gropos produziu urn texto, girando em tome desse tema. A analise dos questionarios e dos textos redigidos pelos alunos na fase inicial e final dos dois gropos revelou urn despertar, ainda que incipiente, do senso critico do aluno-Ieitor. 1- INTRODUCAo o ensmo de leitura em escolas publicas de Teresina tern sido alvo de inumeras reflexoes, nao s6 por professores, mas tambem por representantes do poder publico, contudo ainda nao foi encontrado urn meio eficaz de formar leitores competentes e criticos. As causas saD as mais diversas: professores forma9ao exigida para 0 desatualizados, ou ate mesmo sem a exercicio do magisterio (uma vez que ainda existem professores leigos em sala de aula); ambiente familiar desfavonivel it leitura, como conseqiH~ncia do baixo nivel de escolaridade dos pais dos alunos; faha de urn projeto politico-pedag6gico priorize a leitura; faha de divulga9ao e acompanhamento que pe1a Secretaria de Estado da Educa9ao do que estabelecem os Panlmetros Curriculares Nacionais, (PCNs). Jii e tempo de repensarmos a institui9ao escolar, visto que aqueles que nao conhecem 0 0 debito que temos com mundo das letras e muito grande. Nao podemos permitir que a escola brasileira continue it margem da evolw;:ao da sociedade. Como educadores, devemos pois, estar atentos it dinamica social e suas implica90es no contexto escolar para garantir as nossas crian9as, principalmente aquelas que dependem da escola publica, uma educa9ao de qualidade com vistas a realiza9ao academica, profissional e pessoal, e que leve em conta a forma9ao de urn cidadao critico, capaz de exercer plenamente os seus direitos e cumprir seus deveres. o desenvolvimento transforma90es e a difusao na sociedade contemporanea jovens para essa nova realidade. de novas tecnologias acarretaram inumeras nos ultimos anos; cabe it escola preparar os pode contribuir positivamente para a formac;ao de cidadaos conscientes e responsaveis. A leitura e urn meio de apreensao e difusao de conhecimento e, como diz Lajolo (1997). "0 mundo da leitura nos leva a leitura do mundo, ao conhecimento dos outros e de nos mesmos". No entanto, a prittica de leitura na escola parece adotar outra concepc;ao e seguir urn objetivo que nada tern a ver com a aquisic;ao de conhecimento, nem tampouco com a formac;ao de leitores criticos. Formar 0 habito de leitura e necessario, especialmente em crianc;as e adolescentes, pois os livros fomecem materia intelectual e emocional e alimentam espiritualmente. Como afirma Zilberman (1999), crianc;as que desde os primeiros anos de vida se habituam a manusear livros infantis e ouvem historias contadas pelos pais, avos ou babas e mais tarde leem aventuras cujos protagonistas provavelmente desenvolverao muito cedo 0 sac crianc;as de sua mesma faixa etaria, habito de leitura. Essas crianc;as, na fase adult a, com certeza sentirao urn imenso prazer na leitura. Sao capazes de ler e escrever mais facilmente, desenvolvem a imaginac;ao e amadurecem a sensibilidade mais rapidamente que outras crianc;as em situac;oes adversas. A nossa decisao em pesquisar leitor de sa e 6a series, estudantes 0 papel da leitura no despertar do senso critico do aluno- no contexto escolar, surgiu a partir de experiencias vivenciadas com os durante os ultimos cinco anos em que estivemos em sala de aula do Ensino Fundamental, em escolas publicas estaduais, em Teresina-PI. E, pois, objetivo deste estudo abordar a func;ao social da leitura e sua importancia, procurando verificar em que medida ela pode despertar 0 senso critico do aluno. Assim, esperamos poder oferecer algum subsidio para 0 ensino de leitura e tambem despertar nao so nos professores de Lingua Portuguesa, senao tambem nos das demais areas, a consciencia da co-responsabilidade colaborar com outros pela formayao global do aluno. professores-pesquisadores que estejam E tambem intenc;ao nossa imbuidos dos mesmos propositos acerca do ensino de Lingua Portuguesa, em especial de leitura. Nossa dissertac;ao obedece it seguinte estruturac;ao: concepc;ao de leitura para 0 Ensino Fundamental, 0 primeiro capitulo apresenta a segundo os Parametros Curriculares Nacionais (PCNs - MEC), e algumas reflexoes sobre a concepc;ao de leitura. 0 segundo capitulo trata da fundamentayao te6rica e expoe concepyoes desenvolvidas por varios autores sobre a leitura. 0 terceiro capitulo situa 0 contexto em que a pesquisa foi realizada e apresenta a constituiyao do corpus; as dificuldades encontradas; durante a fase da pesquisa, os materiais utilizados e como os dados foram trabalhados. 0 quarto capitulo, consta da analise dos dados obtidos a partir do questionario aplicado no inicio e no final do ana letivo, alem da analise de oito textos produzidos considerayoes finais. pelos alunos sujeitos da pesquisa. 0 quinto capitulo contem as De acordo com a Lei Federal de Diretrizes e Bases da Educa<;ao Brasileira, 9.394, de 20.12.96 - Nova LDB, 0 n.o Ensino Fundamental tern por objetivo a forma<;ao bilsica do cidadao mediante: "I - 0 desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios basicos 0 pleno dominio da leitura, da escrita e do calculo; II - A compreensao do ambiente natural e das artes e dos val ores em que se fundamente a sociedade; III 0 desenvolvimento aprendizagem, tendo em da vista capacidade a aquisi<;ao de de conhecimentos e habilidades e a forma<;ao de atividades e valores; Para cumprimento dessa Lei de Diretrizes e Bases, os Estados e Municipios encarregam-se da defini<;ao de politic as educacionais, de forma a ajudar na oferta do Ensino Fundamental, 0 que podera trazer muitos beneficios ao sistema educativo. A LDB enfatiza 0 papel que a escola desempenha no processo educacional e lhe confere autonomia para se organizar em series anuais, periodos semestrais, ciclos, alternancia regular de periodos de estudos, grupos nao-seriados com base na idade, competencia e em outros criterios, sempre que interessar ao processo de aprendizagem. E durante papel da escola fornecer uma educa<;ao de qualidade as cnan<;as e aos Jovens, urn periodo independentemente como a familia, val ores para 0 0 continuo e extenso de tempo, de forma de outros processos educativos proporcionados trabalho, 0 sistematizada e por outras instancias, lazer e os demais espa<;os de constru<;ao de conhecimentos e convivio social. A escola publica brasileira em geral ainda deixa muito a desejar, especialmente no que concerne ao acolhimento do aluno, uma vez que nao reconhece a diversidade, resultando dai que toda situayao que nao esteja dentro de urn padrao previsto seja tratada como problema do aluno e nao como desafio para a escola. Admitir que existe diversidade e buscar formas de acolhimento requer, daqueles que sao responsaveis pela educayao, disponibilidade, informayao, discussao, reflexao, enfim, trabalho; no entanto nem sempre a equipe pedagogica se dispoe a assumir esses encargos. A falta de ayoes que considerem a diversidade dos alunos implica ineficacia escolar, 0 que certamente levara a exc1usao social do individuo. Segundo os PCNs (Introduyao, sa a sa series, 1995:43), "a postma de acolhimento envolve tanto a valorizayao dos conhecimentos aluno como conhecimento inquietayoes, 0 e da forma de expressao de cada processo de socializayao. Valorizar do aluno, considerando implica promover 0 suas duvidas e situayoes de aprendizagem que fayam sentido para ele". A interayao entre professores, alunos, pais e outros agentes educacionais possibilita a execuyao de propostas que visam a melhor e mais completa formayao do aluno, uma vez que contribui para a integrayao de diversos espayos educacionais existentes na sociedade, objetivando criar ambientes diversificados que contribuam para a ampliayao do conhecimento e para a aprendizagem do convivio sociaL Contudo, cabe a escola maior parcel a de responsabilidade de formar cidadaos criticos e capazes de atuar com competencia e dignidade na sociedade, e talvez de criar situayoes interativas e conscientizadoras junta essa sociedade para que venha auxilia-Ia na execuyao de tal tarefa. Para isso, devera desenvolver, como objeto de ensino, conteudos que estejam em consonancia com as questoes sociais. A aprendizagem desses conteudos e condiyao essencial para que os alunos possam exercer seus direitos e deveres. E necessario, pois, que a escola assuma a valorizayao da cultura de seu proprio grupo e, ao mesmo tempo, busque ultrapassar seus limites, proporcionando as crianyas e aos jovens dos diferentes grupos sociais E tambem 0 importante aces so ao saber, no sentido mais amplo. a produyao e utilizayao de diferentes linguagens, como mecanismo de expressao dos conhecimentos hist6ricos, SOCialS, cientificos e tecnol6gicos, sem perder de vista a autonomia intelectual do aluno. Dessa forma, desempenha 0 ensino-apredizagem da leitura na formac;ao intelectual urn pape1 relevante na construc;ao do conhecimento, do aluno especialmente quando trabalhado com vistas a formac;ao do senso cntico do aluno-leitor. o conhecimento e entendido por Silva (1999), como recurso controlador de produc;ao de ensino. 0 conhecimento tende a mudar a estrutura da sociedade, a criar novas dinamicas sociais e econ6micas, como tambem novas politicas. Nao basta a capacitac;ao dos estudantes para futuras habilitac;oes nas especializac;oes tradicionais, e preciso que e1es desenvolvam suas capacidades, em func;ao de novos saberes que se produzem e da demand a de urn novo tipo de profissional, a partir da aplicac;ao de metodologias adequadas a cada tipo de sujeito, que favorec;am 0 desenvolvimento da autonomia do sujeito, eo seu sentimento de seguranc;a em relac;ao as suas pr6prias capacidades. Os PCNs constituem, urn ponto de referencia para a reflexao de educadores e politicos sobre os curriculos estaduais e municipais, configurando uma proposta aberta e flexivel a ser concretizada pelas decisoes regionais e locais sobre curriculos e programas, objetivando a melhoria da qualidade do ensino brasileiro, autoridades governamentais, atraves de propostas empreendidas pelas pelas escolas e pelos professores. 0 conjunto das proposic;oes expressas nos PCNs tern como objetivo estabe1ecer referenciais a partir dos quais a educac;ao sa possa atuar decisivamente, no processo de constrw;ao da cidadania. Os peNs (Introduyao, a 8a series, 1998:51). "buscam apontar caminho para enfrentar os problemas do ensino no Brasil, adotando como eixo o desenvolvimento de capacidade do aluno, processo em que os conteudos curriculares atuam nao como fins em si mesmos, mas como meios para a aquisic;ao e desenvolvimento dessas capacidades". Dessa forma, 0 que os parametros propoem e que 0 aluno possa ser sujeito de sua formac;ao, num complexo processo interativo em que intervem alunos e professores e que, na estrutura organizacional, os objetivos gerais do Ensino Fundamental constituem a referencia principal para a definiyao de areas e temas de ensino. Esses objetivos indicam capacidades relativas aos aspectos cognitivo, afetivo, fisico, etico, estetico, de atuayao e de inseryao social, de forma a expressar a formayao basica necessaria para 0 exerdcio da cidadania e nortear a seleyao de conteudos. Os conteudos estao organizados a partir de blocos ou eixos tematicos, em funyao das especificayoes de cada area. No que tange it Lingua Portuguesa, os PCNs focalizam a necessidade de dar ao aluno condiyoes de ampliar 0 dominio da lingua e da linguagem, aprendizagem fundamental para 0 exerdcio da cidadania. Estabelecem que a escola apresente aos alunos metodologias que os levem a desenvolver seus conhecimentos lingiiisticos, de forma que se tornem capazes de ler e escrever eonforme seus prop6sitos e demand as sociais. Propoem, ainda, que os alunos possam expressar-se apropriadamente em situayoes de interayao oral, diferentemente daquelas proprias de seu universo imediato; recomendam os PCNs que os alunos reflitam sobre os fenamenos da linguagem, partieularmente os que toe am it questao dos usos linguisticos, combatendo a estigmatizayao, os preceitos e a discriminayao relativos ao uso da lingua. "Vma vez que as praticas totalidade e que 0 de linguagem sao uma sujeito expande sua capacidade de uso da linguagem e de reflexao sobre ela em situayoes significativas de interlocuyao, as propostas didaticas de ensino tomando de Lingua 0 Portuguesa devem organizar -se texto, (oral ou escrito) como unidade basica de trabalho, considerando a diversidade de textos que circulam socialmente". (PCNs, Introduyao, sa a 8a series, 1998:S9). Assim, 0 ensino de Lingua Portuguesa pode e deve transformar-se em permanente fonte de construyao de eonhecimentos, eondiyao para a maior participayao do individuo na A Lei Federal n° 9.394 em seu artigo 27, inciso I (PCNs, Introduyao, 1998:6S) sa a sa series, "estabelece que os conteudos curriculares da educac;ao ba.sica deverao observar a difusao de val ores fundamentais ao interesse social, aos direitos e deveres dos cidadaos, de respeito ao bem comum e a ordem democnitica". a etica, a saude, Partindo desse principio, as questoes referentes pluralidade cultural, educacional a orientac;ao a ao meio ambiente, sexual, ao trabalho e consumo sac integradas na proposta dos PCNs como Temas Transversais, que nao compoem novas areas, mas formam urn conjunto de temas que aparecem ao lado das diferentes areas, de seus respectivos objetivos, conteudos e orientac;oes didMicas. o conjunto de documentos de temas transversais questiona a obrigatoriedade escola manter valores gerais e unificadores que definam seu posicionamento dignidade da pessoa, a igualdade de direitos, trabalho pela efetivac;ao do direito de todos a participac;ao e a de a em relac;ao it co-responsabilidade de a cidadania. Nesse conjunto de temas transversais encontra-se a concepc;ao de leitura, que veremos a segmf. 1. Concepc;ao de Leitura para 0 Ensino Fundamental, segundo os Panlmetros Curriculares Nacionais (PCNs). A educac;ao tern tido alguns avanc;os especial mente no tocante aos metodos e conteudos desenvolvidos em salas de aula. No entanto, tais avanc;os ainda nao atingiram todo ocampo da educac;ao. A expansao dos meios de comunicac;ao eletronicos e 0 enorme crescimento populacional obriga-nos cada vez mais a buscar meios eficazes para trabalhar com a juventude brasileira, sob pena de, rapidamente, vermos nossos jovens transformados em verdadeiros robos, pois, com a mesma intensidade instruem, podem alienar o trabalho a juventude, que os equipamentos eletronicos caso esta nao seja bem orientada. de leitura desenvolvido pelo professor em sala de aula, somado a projetos alternativos, multi e interdisciplinares auxiliados por equipamentos eletronicos talvez seja a saida mais eficaz no processo de ensino-aprendizagem critico do aluno, visto que 0 de leitura para 0 despertar do senso aluno ao utilizar sites, correios eletronicos, para procurar jogos, No que tange ao ensino-aprendizagem da leitura e escrita, estabelecem os PCNs a compreensao ativa e nao a mera decodifica<;ao do signa linguistico. Assim, os autores dos PCNs (1998:69), vem a leitura como urn "processo no qual 0 leitor realiza urn trabalho ativo de compreensao e interpreta<;ao do texto, a partir de seus objetivos, de seu conhecimento sobre o autor, de tudo 0 0 assunto, sobre que sabemos sobre a linguagem". A leitura e, pOlS, processada de forma a exigir estrategias de seleyao, antecipayao, infen3ncia e verificayao, sem as quais, nao formani leitores competentes. Mediante esses procedirnentos e possivel selecionar aquilo que vai ser lido e buscar algumas decisoes para supostas dificuldades encontradas ao longo da leitura. o leitor competente sabe eleger, dentre rnuitos, os textos que atendam as suas necessidades e escolher as estrategias devem ser utilizadas para abordar urn determinado texto. E capaz de ler as entrelinhas, identificando, implicitos, estabelecendo relayoes entre 0 a partir do que esta escrito, elementos texto e seus conhecimentos previos ou entre 0 texto e outros textos ja lidos. Para urn leitor atingir essa competencia, e preciso que tenha, pelo menos, tres ou quatro anos de escolaridade. Segundo os PCNs (1998:70),0 terceiro eo quarto cielos, (0 terceiro cielo corresponde as series sa e 6a do Ensino Fundamental), "tern papel decisivo na formayao de leitores, pois e no interior destes que muitos alunos ou desistem de ler por nao conseguirem colocadas pela procedimentos lidar com os responder escola, as demandas ou passam de leitura a utilizar os construidos nos cielos anteriores para desafios postos pela leitura, autonornia cada vez maior". a ""Of U~iYersidadeFedera! de Pernambur P.ogramade Pos-Graduayao em lwas com Assim, no que diz respeito a leitura os PCN s advertem para a necessidade de a escola dedicar especial atenc;ao a formac;ao dos leitores nas primeiras series do Ensino Fundamental, pois e ai que se definem os que nao conseguirao veneer os desafios postos pe1a leitura e os que responderao "as demandas de leitura colocadas pela escola". Admitindo que alguns alunos possam ter maior dificuldade do que outros na aquisic;ao de estrategias de leitura, acreditamos que compete aos professores tanto encontrar as causas dessa dificuldade e entao buscar meios para minorar 0 problema, quanta facilitar e estimular Dessa forma, e preciso que a escola selecione aquilo que considerac;ao familia. 0 nivel de compreensao E possivel 0 0 aprendizado da leitura. aluno deve ler, levando em desse aluno e as condic;oes s6cio-cuIturais de sua que essa se1ec;ao seja necessaria apenas durante urn pequeno espac;o de tempo, pois ao longo do curso 0 aluno deve adquirir capacidade de escolher aquilo que lhe parecer melhor. Durante esse processo, 0 aluno utiliza-se de tudo que sabe para descobrir 0 que nao sabe. Essa atividade para ser bem sucedida depende muito do professor que deve se colocar como parceiro do aluno, de forma a favorecer a circulac;ao de informac;oes. Caso contrario, 0 aluno Ira apenas decodificar 0 signa linguistico, sem sequer questionar 0 texto lido. Os PCNs (1998:70) propoem uma diversidade de pritticas de leitura. Como podemos observar, para que a leitura seja eficiente e preciso que 0 professor busque diferentes prciticas de recepyao de textos; nao devemos ler uma noticia de jomal da mesma forma que consultamos urn dicionario; nao devemos ler urn romance como estudamos para a selec;ao de vestibular. Boa parte do material didatico posto no mercado, ainda quando inclui textos de diversos generos, nao os explora devidamente, quase sempre e ignorada a diversidade, submeterem-se todos os textos a urn tratamento uniforme. E chegada dai a hora de trabalharmos com a diversidade de generos e de pritticas, sob pena de trabalharmos contrariamente it formayao de leitores criticos. Outro aspecto a considerar e a produc;ao de esquemas e resumos que podera ser urn sucesso ou urn fracasso para a formayao do leitor: urn sucesso, quando a produyao textual ajudar a apreensao dos t6picos mais importantes, especialmente em se tratando de divulgac;ao cientifica; entretanto, esse procedimento aplicado a urn texto literario podera ser desastroso, tendo em vista a possibilidade do apagamento do importante tratamento estilistico que 0 tema A respeito da Constituiyao de sentidos do texto, lemos nos PCNs (Lingua Portuguesa, sa a 8a series, 1998:71), "Se os sentidos articulayao entre conhecimentos leitura, 0 constituidos sac as informayoes resultados do texto da e os ativados pelo leitor no processo texto nao esta pronto quando escrito: 0 de modo de ler e tambem urn modo de produzir sentidos". Cabe, portanto, it escola promover a construyao de conhecimentos existentes a fim de que 0 ou ativar os ja aluno-Ieitor possa participar efetivamente do processo de construyao de sentidos do texto, ao mesmo tempo em que desperte seu senso critico. Ja nos dois ultimos ciclos do Ensino Fundamental, (sa a 8a series), a tarefa da escola e expandir os conhecimentos que os alunos construiram nos ciclos anteriores, explorar principal mente textos literarios, a funcionalidade dos elementos constitutivos da obra e sua relayao com seu contexte de criayao. Os PCNs (1998:71), tambem propoem uma ampliayao dos modos de trabalhar a leitura, ou seja, a partir da leitura de textos mais simples passando it leitura de textos mais complexos, de modo que leitura 0 leitor amplie seus horizontes e possa fazer uma rela<;ao entre a de textos lidos recentemente adquirido o 0 e outros textos lidos anteriormente, ate que tenha habito de leitura. aluno somente sera capaz de criar prlitica da leitura leva 0 0 habito da leitura se realmente pratica-Ia. A aprendiz it descoberta de outros mundos, mas para isso e preciso que a escola disponha de urn born acervo bibliografico, de facil acesso e de urn espa<;o favoravel it leitura e, sobretudo, de professores comprometidos com 0 desenvolvimento de prliticas de leitura. Essa ultima condiyao e talvez a mais importante. 0 professor deve ser antes de tudo urn incentivador, organizando momentos de leitura livre em que ele proprio leia e crie situayoes de discussao do que leu e do que os alunos leram, trocando sugestoes e estimulando aqueles que ainda nao atentaram para a importancia da leitura. 0 professor deve assegurar que os alunos escolham aquilo que gostariam de ler, e deve estimuhi-Ios it pnitica da leitura A propon;ao que 0 aluno vai se tomando mais independente para executar suas tarefas, o professor pode criar situa<;oes didMicas adequadas que permitam ao aluno exercitar-se na leitura dos diferentes tipos de texto para os quais ja tenha construido uma competencia, ou pode empenhar-se no desenvolvimento de novas estrategias podendo ler, inclusive, textos mais novos e de compreensao mais complexa. Os peNs (Lingua Portuguesa, 1998, sa e 8a series: 72), sugerem varios tipos de leitura, dos quais citaremos alguns: a) leitura autonoma, aquela que "envolve a oportunidade de preferencia proficiencia". silenciosamente, A textos medida que 0 para os quais ja tenha tempo passa, 0 0 aluno poder ler, de desenvolvido uma certa leitor vai adquirindo certa independencia, dispensando a media<;ao do professor de forma que, ao longo do tempo, ja seja capaz de ler sozinho e enfrentar maiores desafios; b) leitura colaborativa "e uma atividade em que 0 professor Ie urn texto com a classe e, durante a leitura, questiona os alunos sobre indices lingiiisticos que dao sustenta<;ao aos sentidos atribuidos". E importante que os alunos participem da prMica de leitura, possam esclarecer os procedimentos usados para atribuir sentido ao texto, como e a partir de que pistas lingiiisticas foram capazes de realizar inferencias, de antecipar determinados acontecimentos, de legitimar antecipa<;oes feitas, dentre outros procedimentos. A interpreta<;ao de sentido mais complexo e a inferencia sobre a inten<;ao do autor sac aspectos de conteudo que estao re1acionados a compreensao de textos, para os quais a leitura colaborativa tern muito a contribuir; c) leitura em voz alta pelo professor - "Nao e prMica comum na escola. E, quanta mais avan<;am as series, menos comum se toma, 0 que nao deveria acontecer, pois, muitas vezes, sac os alunos maiores que mais precisam de bons mode1os de leitores". Se 0 professor lesse em voz alta urn capitulo, e em seguida, pedisse que urn aluno lesse outro, poderia ajudar, assim, 0 aluno timido a construir 0 habito de leitura e a superar as dificuldades ocasionadas pe1a timidez; d) leitura programada - "E uma situa<;ao adequada para discutir coletivamente urn titulo considerado diffcil para a condivao atual dos alunos, pois permite reduzir parte da complexidade da tarefa, compartilhando a responsabilidade". Nesse caso, feito em consonancia com 0 0 trabalho deve ser grau de dificuldade de leitura e grau de complexidade do texto. 0 texto deve ser dividido em capitulos e determinados, pelo professor, os trechos que competem a cada aluno fazer sua leitura silenciosa e individual, objetivando proporcionar condivoes para urn debate, de forma que a turma possa socializar 0 texto. Durante debate, alem da 0 compreensao e analise do trecho lido, os alunos podem ser estimulados a antecipar possiveis interpretavoes que subsequentes. 0 texto possa aceitar, criando expectativas para a leitura dos segmentos 0 professor devera utilizar-se informavoes sobre a obra, sobre outras, enfim, explorar tudo 0 do momento das discussoes para inserir contexto em que ela foi produzida, sobre a relavao dela com 0 que achar conveniente para melhor compreensao e aproveitamento do texto; e) leitura de escolha pessoal - "E a criavao de oportunidades para a constituivao de padroes de gosto pessoal. Nessas atividades de leitura, pode-se, temporariamente, eleger urn genero especifico, urn determinado autor ou urn tema de interesse". Assim, numa aula, os alunos escolhem aquilo que desejam ler, e, na aula seguinte, 0 professor tera preparado uma situavao especifica para aquele tipo de leitura, de forma que haja momentos reservados para 0 relato de impressoes, comentarios, e sugestoes dos alunos. Observam os peNs (Lingua Portuguesa 1998) que se beneficiando 0 mundo inteiro ultimamente vem do avanvo tecno16gico sem, muitas vezes, ter consciencia disso. Ler urn jomal, uma revista ou urn livro, assistir a urn programa de televisao, utilizar urn refrigerante, pagar uma conta, viajar de 6nibus, de aviao ou trem 0 e usar telefone, tomar tecnologias que fazem parte do cotidiano, ou seja, usufruimos de tecnologias na medida em que realizamos essas atividades e, as vezes, nao nos damos conta de que poderlamos tambem usa-las como auxiliar na educavao, para, por exemplo, despertar em nossos jovens a capacidade de ler criticamente. As tecnologias da comunicavao, alem de serem veiculos de informavoes, possibilitam novas formas de ordenavao da experiencia, cognivao e na atuavao do homem sobre 0 com multiplos reflexos, particularmente na meio e sobre si mesmo. A utilizavao de vefculos de comunicavao, revistas, jomais, CD-Rom, programas de radio e televisao, home-page, sites, correio e1etronico, alem de possibilitar novas formas de comunica<;ao, geram mecanismos de produ<;ao de conhecimento. (peNs, Lingua Portuguesa, 1998). Entretanto, ao mesmo tempo que a tecnologia contribui para aproximar as diferentes culturas, aumentando as possibilidades de comunica<;ao, ela tambem gera a centraliza<;ao na produ<;ao de conhecimento e de capital, pois 0 acesso ao mundo da tecnologia ainda esta restrito a uma pequena parcela da sociedade que pode adquirir os equipamentos eletronicos, visto os altos custos financeiros dispendidos na aquisi<;ao e manuten<;ao desses aparelhos. Goodman (1976, apud: Kleiman, 1989:29), considera a 1eitura como uma "atividade de interayao entre 0 pensamento e a 1inguagem. [...] e urn processo comp1exo atraves do qual 0 1eitor reconstr6i, ate certo ponto, uma mensagem encodificada por urn escritor". Tal intera<;ao requer uma participa<;ao ativa do 1eitor a fim de que este possa contribuir para a construyao de sentido do texto. Segundo Goodman (1976, apud Kleiman, 1989: 30), "a 1eitura nao e urn processo serializado de percep<;ao e identidade sequencial, mas urn processo que envo1ve se1etividade e a capacidade de antecipar a informayao". Como se po de perceber, 0 pensamento de Goodman e de Kleiman convergem para 0 mesmo ponto: a leitura e urn processo interativo que se realiza mediante a participayao de autor e leitor. Kleiman (1989: 30) acrescenta informayoes que nos parecem importantes, razao por que as transcrevemos a seguir: "leitura e urn processo nao linear, mas dinamico na inter -relayao de varios componentes uti1izados para 0 acesso ao sentido e e uma atividade essencialmente preditiva, de forma<;ao de hip6teses, para a qual 0 leitor precisa utilizar seu conhecimento lingiiistico, conceitual e sua experiencia". Assim, 0 ate de ler e urn processo dinamico entre autor e leitor e que exige, por parte deste, uma gama de conhecimentos que the possibilitarao ir alem da simples decodifica<;ao do expresso na superficie do texto. Por outro lade, it medida que esses conhecimentos se renovam e se atualizam, as leituras que se possam fazer de urn mesmo texto adquirem novas matizes, quando nao interpreta<;oes comp1etamente diferentes, de modo que, se urn mesmo texto for lido varias vezes, serao varias as leituras que dele se podem fazer. Para Orlandi (1983, In: Barzotto (org.), 1999:47-8), "leitura e pois 0 momenta critico da constituivao do texto, e 0 momento verbal: aquele identificarem privilegiado do processo da intera<;:ao em como que Autor instauram e leitor interlocutores, interlocutores, processo de significavao interlocutores os ao se desencadeiam 0 [...] e na interavao que os 0 espavo da discursividade. confrontados, definem-se em suas condiv5es de produvao e os fatores que constituem essas condiv5es e que VaG configurar 0 processo de leitura". Face ao exposto, podemos dizer que 0 texto nunca esta pronto, completo, nao e urn produto acabado, mas urn processo que se desenvolve e assume urn sentido por meio de urn trabalho cooperativo entre escritor e leitor. Ao longo do texto, deverao ser preenchidas pelo leitor as lacunas deixadas pelo autor. Sobre a concepvao de leitura critica, parece-nos oportuno citar 0 verbete dedicado a leitura critica, em The Literacy Dictionary: * Leitura critica - (lng. Critical reading) - 1. Processo ou resultado de fazer julgamentos, ao ler: "de avaliar a relevancia e adequa<;:ao do que se Ie;" (Beltls apud Smith, 1965); 2. "leitura na qual se recorre a uma atitude questionadora, a uma analise 16gica inferencia para julgar -se 0 Ler criticamente e a valor de urn texto, segundo urn padrao estabelecido". 0 julgamento de validade ou valor do que se Ie com base em criterios ou padr5es desenvolvidos pela experiencia previa. (Robinson, 1970). Dentre as capacidades do ler critico, incluem-se averiguar a credibilidade do autor, sua interavao, seu prop6sito, avaliar a exatidao, a 16gica, a confiabilidade e a autenticidade do texto; identificar sua forma literaria, componentes e recursos atraves de analise literaria. Segundo Kleiman (1989:55), e natural culparmos a crianya por nao gostar de ler e nao compreender questionamos Treinamos 0 0 que Ie. Culpamos tambem os seus interesses e habitos diferentes, mas nao 0 papel do modelo de aprendizagem estudante desde 0 a que estao expostos esses alunos. inicio do processo de alfabetizayao na associayao mecanicista de sons com letras, silabas, palavras e frases simples, esperando tempo em que 0 0 estudante avanyani em direyao it compreensao de unidades maiores do que a simples palavra ou frase. Vma vez alcanyada essa etapa, pais e professores consideram urn aumento quantitativo da capacidade de leitura da crianya, ainda que sejam ignoradas as diferenyas qualitativas que existem entre a mera decodificayao e a compreensao do texto. Damo-nos por satisfeitos pelo fato de a crianya decodificar simples mente a palavra, e nao questionamos sequer para que serve tal decodificayao. Parece que formayao; com tao pouco estamos satisfeitos! E 0 conformismo ja faz parte de nossa preciso, pois, maior conscientiza<;ao pela comunidade escolar para que formemos verdadeiros leitores capazes de assumir uma atitude critica e criativa diante do livro e do mundo. 0 born desempenho do leitor pode ser visto por sua capacidade de perceber 0 sentido do texto uma vez que a mera decodificayao do signo lingiiistico nao leva a nada, embora seja essa a situayao geralmente presente nas atividades de leitura desenvolvidas ao longo dos anos escolares. Outro ponto a ser destacado para aquisiyao de urn born desempenho da leitura e a situayao experimental: as crianyas evidenciam dominio dos procedimentos medinicos para extrair a informayao grafica, evidenciam tambem, pelos dez anos, depois da alfabetiza<;ao, dominie na utiliza<;ao da estrutura gramatical. Se a partir do momenta em que a crian<;a evidenciasse 0 dominio na utiliza<;ao da estrutura gramatical, houvesse uma orientayao sobre leitura, com vista a compreensao do texto, talvez tivessemos leitores competentes. Te6ricos como Gibson e Lenin (1975:351-391, apud Kato, 1990:85-86) tern 0 mesmo pensamento sobre os modelos associativos de alfabetiza<;ao, que apresentam estudos apenas no campo visual, pritticas decorrentes deveriam objetivar reflexao da incorpora<;ao, no curriculo, de programas sobre a propria lingua, mas que, de fato, limitam-se que ao treinamento de tecnicas de agrupamento e identificayao dos constituintes da frase, ignorando as estrategias que a crianya j it utiliza no reconhecimento e processamento das unidades do discurso oral. Com vistas a esse treinamento estrutural, muitos textos do livro didatico de Lingua Portuguesa, servem de pretextos para 0 estudo da estrutura sintMica da gramMica normativa, como, por exemplo, Jose de Nicola, Palavras e Ideias, 7a serie. Assim, aluno e capaz de decodificar a organizayao sintMica do texto oral, mas ainda 0 apresenta dificuldades na compreensao do texto escrito, talvez porque usado apenas como pretexto para aulas de gramMica normativa, de estrategias inadequadas de leitura. A enfase colocada distribucionais dos elementos lingtiisticos 0 0 texto tenha sido que se comprova pelo uso nos aspectos sequenClalS e do texto enquanto unidade de significayao e decorrente da faha de estrategias adequadas de leitura. Podemos perfeitamente comprovar, ao lermos textos de livros didaticos, que ate articuladores e modalizadores nivel da sentenya, sem que a crianya tenha o texto, 0 saD analisados no dominio da compreensao do texto. via de regra, e entregue ao aluno para leitura, mas uma leitura que nao busca a compreensao da ideia implicita, bastando ao leitor apenas a decodificayao do simbolo grafico. Nesse caso, 0 texto e estudado apenas na sua estrutura, e tratado como urn mero repert6rio de informayoes, fato que pode ser constatado quando, em situayao de sala de aula, entregamos ao aluno urn texto e em seguida, fazemo-Ihe uma serie de perguntas para as quais queremos respostas sem antes ter feito uma leitura aprofundada, pois para 0 que foi perguntado. Dai a razao porque 0 0 que interessa e apenas a resposta nosso aluno busca, no texto, apenas as informayoes que lhes sao solicitadas, pois e comum 0 professor conduzir 0 aluno para isso, em lugar de incentiva-Io it interpretayao, mediante a utilizayao do conhecimento previo, ou a reestruturayao desse conhecimento, grayas a uma nova informayao, no processo de interayao entre leitor e autor. Como diz Kleiman (1989: 57), explicitas que 0 aluno pode compreender compreender melhor preciso, desde 0 0 0 0 atraves de informayoes que nao estao texto; compreendido 0 implicito ele passa a explicito", e assim chega it compreensao global do texto. Para isso, e inicio do processo de ensino de leitura, que a leitura nao se resume apenas para "E justamente a decodificayao 0 professor mostre aos alunos que do signa linguistico, mas e preciso estar atento que esta por tras das linhas. Nao podemos nos limitar somente a fragmentos de textos explicitos; e preciso ter acesso ao texto integral, implicitos, acionando para isso, conhecimentos a compreensao mais amp la, para encontrar os adquiridos anteriormente, 0 que poderiamos As estrategias entendidas como mecanismos utilizados pelo leitor para atualizar urn conhecimento lingiiistico ja adquirido sac chamadas, segundo (Koch, 2000 a) estrategias locais, e estao relacionadas a microestruturas; ja os mecanismos utilizados pelo leitor para acionar 0 seu conhecimento sobre textualidade e coesao chamam-se estrategias globais e estao relacionadas as macroestruturas. Os mecanismos utilizados pelo leitor para atualizar urn conhecimento lingiiistico ja adquirido sac repassados atraves de enunciados para novos leitores, formando, aSSlm, uma cadeia no processo de ensino-aprendizagem o enunciado e, pois, 0 da leitura. discurso oral ou escrito elaborado por alguem, e dirigido a outrem atraves da enunciayao. Para Kleiman (1989, apud Rosing, 1996), a interayao envolve dois tipos de conhecimento: textual e de mundo, e 0 0 previa, constituido de conhecimento de natureza lingiiistica, esquematico, referente ao conhecimento parcial, estruturado, que temos na memoria, sobre assuntos, situayoes, eventos tipicos de nossa cultura. Para Lajolo (1982:59, apud Geraldi, 1997:91), "ler nao e decifrar, como num jogo de adivinhayoes, 0 sentido de urn texto". Mas e a partir do texto que 0 leitor pode atribuir urn sentido ao material que esta lendo. Assim como Kleiman (1989), Geraldi (1997:107) diz que "a leitura e entendida como urn processo de interlocuc;ao leitor/texto/autor". Reforc;a-se, desse modo, a concepc;ao de que o leitor nao e urn sujeito passivo, ao contrario, ele participa ativamente na construyao de sentido do texto. Como 0 texto e urn instrumento de mediac;ao entre leitor e autor, este, ao escrever urn texto, atribui a ele uma significayao, imagina seus interlocutores, mas na verdade nao domina seu texto, pois uma vez publicado, 0 leitor dele se apropria e atribui-lhe urn significado, segundo seus criterios, habilidades e conhecimentos previos. A aquisiyao de estrategias/habilidades de leitura e urn processo gradual e continuo, uma vez que os individuos estao continuamente adquirindo novos conhecimentos. Tambem 0 despertar do senso critico do leitor se processa durante toda sua vida, passando por varios ~ Umversldade Federal de Pernambuco 4.,~ P'ograma~e Pos.Graduayao em letras estagios que saD relevantes para a formavao de urn leitor maduro, entendendo-se como tal aquele que e capaz de ler criticamente. Na me sma linha de raciocinio dos autores citados, Soares (apud Zilberman; Silva, 1998), considera que urn mesmo texto admite varias leituras diferentes, de forma que a leitura nao e a aceitavao passiva de algo ja construido, mas construvao ativa; e no processo de interavao desencadeado pela leitura que 0 de urn texto; dai podermos dizer que texto nao preexiste it sua leitura. 0 ato da descrivao 0 texto se constr6i: cada leitura e uma nova escritura nao estaria, assim, na escrita, mas na leitura, 0 verdadeiro produtor nao seria 0 autor, mas 0 leitor. Explica Silva (1999:50) que, "no processo de interavao com urn texto, 0 leitor executa urn trabalho de atribuivao de significados, a partir de sua hist6ria e de suas experiencias". Esse trabalho e individual, uma vez que a origem, a hist6ria e as experiencias dos leitores nunca saD as mesmas. Dai, como ja dissemos, nao ha leituras iguais de urn mesmo texto. A diversidade no processo de atribuivao de significados contribui significativamente para a compreensao de urn e aprofundamento de urn texto porque permite 0 desenvolvimento numero maior de suas camadas de significavao. o autor, ao submeter urn texto it curiosidade dos leitores, deve oferecer a estes condivoes de poderem depreender determinados significados, refletir coletivamente sobre eles e transforma-Ios em outros significados. Silva (1999: 50) c1assifica esses tres importantes momentos em: ler as linhas, quer dizer fazer uma leitura superficial do texto; ler nas entrelinhas, ou seja, fazer uma leitura profunda; profundamente, isto e ler 0 e ler para alem das linhas, ler mais implicito, e assim mostrar que e capaz de fazer inferencias para chegar it depreensao do que se oculta por tras do texto. Dai que se 0 leitor realizou uma leitura plena, ele sera capaz de criar , recriar, reescrever ou produzir urn novo texto a partir de textos lidos anteriormente. A prcitica na escola, no entanto, parece ter esquecido dois desses momentos, que, alias, SaDos mais ricos da leitura: cotejo e transformavao. Outro componente componente do modelo e 0 leitor. As condivoes cognitivas professor, elemento desse professor que se assemelha ao incluem os conhecimentos conceitual e instrucional, os quais abrangem a compreensao do processo de construvao do a ultimo dos componentes, aprendizagem no qual Enquanto 0 0 texto e 0 contexto da sala de aula, envolve 0 ambiente de processo de construyao do significado acontece. educadores, devemos formar novos leitores, conscientizando os jovens da necessidade da pnitica de leitura, para a forma<;ao de uma sociedade mais ativa e com 0 senso critico mais despertado. Coste (In: Galves, competencia comunicativa 1988: 16-17), apresenta os componentes possiveis de uma e apresenta varias sugestoes ou hipoteses que, como podemos observar, saG capazes de dar sentido ao texto. As duas orienta<;oes que devem ser levadas em conta, caso seja considerada a hipotese de que os diferentes componentes nem sempre saG solicitados simultaneamente mas, num ato de leitura, desencadeados sequencialmente, saG as seguintes: a) a primeira, chamada de semasiologica, vai do signa ao sentido e apresenta a leitura como baseada inicialmente na percepyao e compreensao de elementos lingiiisticos que urn texto possui, e posteriormente texto em rela<;ao com 0 manifestando-se "por urn processo pragm<itico que coloca 0 mundo, re1acionando-o, por urn lado com areas de referencia, e por outro lado, com as convenyoes, as intenyoes e com as circunstancias" relativas a produ<;ao e consumo de urn texto. b) a segunda, chamada de onomasiologica, ocorre de forma inversa it primeira, "vai do sentido ao signa e apresenta a leitura como se efetivando numa situa<;ao em que a pessoa, em fim<;ao de urn projeto que the e proprio, define a maneira como aprecia as circunstancias e as condi<;oes de troca, tambem da experiencia e dos conhecimentos de que dispoe vai produzir uma leitura projetando sentido num texto, informando assim sua percepyao e interpreta<;ao dos elementos e dos funcionamentos linguisticos". A partir do proposto por Coste, podemos observar que, para a primeira orienta<;ao, a semasiologica, os formantes lingiiisticos da competencia comunicativa estariam funcionando primeiro, enquanto que a segunda orienta<;ao, a onomasiologica, poe em jogo inicialmente os formantes nao-lingiiisticos. Alem disso, essas duas orienta<;oes mantem entre si uma rela<;ao de fon;a, que em determinadas circunstancias podem ou nao mutuamente se opor ou podem ser geradoras de novos sentidos possiveis. A relayao de forya nao e constante: pode variar conforme os textos, os leitores, as circunstancias e ate mesmo a perspectiva de leitura. E precise que entendamos que a leitura e algo modulado, e que e suscetivel de mudanyas de relayao e de sentido, dai, como ja dissemos, cada vez que 1emos urn texto, construirmos urn novo sentido para ele. o leitor constroi e nao apenas recebe urn significado global para pistas formais, antecipa essas pistas, formula e reformula 0 texto; ele procura hipoteses, aceita ou rejeita conclusoes. Mediante a leitura, estabelece-se uma relayao de cooperayao entre leitor e aut or, apesar de possiveis divergencias de opinioes e objetivos. Decorre disso que ler urn texto jei com ideias pre-concebidas, com crenyas imutaveis, certamente dificultara a sua compreensao, principal mente quando tais ideias divergem daquelas sugeridas pelo proprio texto. Nesse caso, o leitor nem sequer consegue reconstruir 0 quadro referencial atraves das pistas formais. Se observarmos uma interayao face a face, verificamos que, ao falar, 0 locutor oferece oportunidades ao ouvinte de acompanhar seu pensamento alem da contribuiyao de elementos do contexto, tais como gestos, objetos ao redor, bem como 0 conhecimento mutuo dos interlocutores, que contribuem para a compreensao do texto oral. De forma diferente e 0 que ocorre com a interayao por meio do texto escrito. Nele, os elementos contextuais estao incorporados aos componentes do proprio texto e, na maioria das vezes, 0 leitor so chega a eles por meio de inferencias. Dessa forma, segundo Kleiman (1999: 66) 0 autor deve deixar "suficientes pistas no seu texto a fim de possibilitar ao leitor a reconstruyao do caminho que ele percorreu". Isto nao quer dizer que sempre haja necessidade de explicitayao, mas que 0 implicito possa ser inferido, ou por apelo ao texto, ou por apelo a outras fontes de conhecimento. Ia acreditar que 0 autor tern algo relevante a dizer no texto, e que 0 0 leitor deve dira clara e coerentemente. "a percepyao das marcas de autoria do texto e essencia1 para a leitura critica. 0 senso cntico e definido como uma atitude de descrenya de ceticismo que faz com que exijamos evidencias para as opinioes e ideias que saD apresentadas, e que podem servir de base para a formayao de opinioes e ideias pr6prias". A leitura de textos pertencentes a generos diversos e com visoes de mundo distintas e diferentes orientayoes ideol6gicas pode ser urn excelente auxiliar no despertar do senso critico que a leitura deve proporcionar ao aluno-leitor. Em contrapartida, mundo, como e exemplo 0 a leitura de textos que conduzem a uma visao estereotipada do caso, por exemplo, de textos que veiculam ensinamento moral, como, por algumas fabulas, formara muito provavelmente leitores acriticos e alienados incapazes de defender seus direitos de cidadao e de se empenharem em alcanya-los. Discutiremos, nessa seyao, alguns conceitos que fundamentam it analise que empreenderemos no capitulo 4. Segundo Kato (1990), ao lermos, estamos levantando hip6teses que podem ou nao ser constatadas. "0 processo receptivo nas linguas naturais por processos cic1icos de estrategias amostragem, estrategias prediyao, testagem essas que the fornecem, e constituido de colheita de e confirmayao, atraves do uso minimo das informayoes disponiveis, as prediyoes mais confiaveis" . Assim, psicolinguistico a leitura e definida pelo psicolingiiista amencano como urn Jogo de adivinhayao, que precis a sempre de uma resposta a ser dada pelo leitor, independentemente de ser ou nao urn leitor proficiente. o significado, sem a preOCUpayaOde decodificar palavra por palavra, ou mesmo letra por letra, e a melhor estrategia de leitura." De acordo com Smith, essa estrategia e a que envolve mats especificamente a formulayao de perguntas apropriadas e permite encontrar respostas mais relevantes que as demais estrategias. Apesar de considerarmos essa estrategia como uma das melhores, uma vez que 0 leitor podeni encontrar pontos importantes do texto que deverao ser discutidos, pensamos que nao deve ser a (mica utilizada, especialmente se pretendemos desenvolver no leitor seu potencial de criticidade. Ao dizermos que esta nao deve ser a (mica estrategia usada, pensamos na possibilidade de 0 leitor ainda nao ser suficientemente maduro para fazer esse tipo de leitura. Kato (1990:64), ao interpretar 0 que dizem Goodman e Smith afirma que "a estrategia de prediyao ou adivinhayao, e fundamental numa leitura significativa, e ela ocorre [... ] porque a leitura nao envolve somente 0 imput visual, mas tambem informayoes nao-visuais, do universo cognitivo do leitor. E esta interayaO das pistas visuais com conhecimento lhe possibilita 0 armazenado na memoria do leitor que ant ever, ou predizer, 0 que ele ira encontrar no texto". E necessario, pois, concluir a leitura de urn texto para que se possa apreender 0 que 0 autor "quis dizer", uma vez que e possivel que as hipoteses que levantamos no inicio da leitura nao se verifiquem, pois 0 autor ao longo do texto oferece pistas diferentes que conduzem a outro entendimento, nao se configurando aquilo que A literatura sobre 0 0 leitor previa que pudesse assunto revela que nao ha uma identidade de pontos de vista, iste e, nem todos os teoricos da leitura aceitam esta estrategia como fundamental ou como aquela que caracteriza 0 leitor competente. Sao muitas as estrategias de leitura, propostas por varios autores. Apresentaremos aqui apenas aque1as que de uma forma ou de outra, terao relevancia para 0 nosso trabalho. As estrategias do leitor, segundo Kato (1990: 124), saD operac;oes regulares para abordar 0 texto, sendo classificadas em cognitivas e metacognitivas. As estrategias cognitivas saD principios reguladores do comportamento autom<itico e inconsciente do leitor, para atingir urn certo objetivo, ao passo que as estrategias metacognitivas saD principios que regulam a desautomatizac;ao consciente das estrategias cognitivas, isto e, as operac;oes rea1izadas com urn objetivo pre-determinado, sobre as quais temos controle consciente para avaliar a ac;ao. A questao da cognic;ao versus metacognic;ao e inspirada em Vigotsky (1962, apud Rosing, 1996: 51) e sua lei do estado de consciencia, desenvolvimento do conhecimento; segundo a qual ha duas fases no a primeira trata do desenvolvimento autom<itico e inconsciente, e a segunda e a fase em que observamos urn crescimento gradual do controle ativo desse conhecimento. E, metacognic;ao, como ensina Kato (1990: 124), "e 0 controle deliberado e consciente de nossas ayoes cognitivas". Flavell (1981, apud Pinto, 1998:136), afirma que 0 conhecimento metacognitivo e aquele que "regula qualquer aspecto de urn esforyo cognitivo e engloba tres tipos de conhecimento: pes soaI, de tarefa e de estrategias". o conhecimento pessoal propicia a crianc;a a obtenc;ao de uma compreensao maIS aprofundada de si propria como leitores, segundo a analise de si mesma e a conscientizayao dos mecanismos de aquisiyao de aprendizagem. o conhecimento natureza de tarefa eng10ba 0 processo de conscientizac;ao do aprendiz sobre a da tarefa, as dificuldades enfrentadas durante sua execuyao e as estrategias adequadas para superar essas dificuldades. o conhecimento de estrategias inclui ava1iac;oes sobre a uti1izac;ao de estrategias especificas e indicayoes sobre a melhor maneira de trabalhar a leitura. Teorias sobre processamento de leitura tern contribuido significativamente 0 para urn maior entendimento daquilo que se passa na cabec;a do leitor, na ocasiao em que esta em contato com urn texto escrito. o conhecimento metacognitivo tern, aSSlm, urn papel importante no processo de aquisiyao do conhecimento, contribuindo para uma aprendizagem mais significativa, e esta centrado nas estrategias cognitivas e metacognitivas do inJdividuo. Por conseguinte, a insen;ao desses fatores no processo de ensino-aprendizagem para a aquisiyao de maturidade e, consequentemente, tern como objetivo contribuir de maior potencial de criticidade atraves da leitura. E conforme Pinto (1996:65), as pesquisas realizadas no periodo compreendido entre as decadas de 70 e 80, do seculo XX, nao se referiam somente as teorias de ensino, mas tambem ao modo pelo qual 0 professor pode ajudar aluno a adquirir uma maior compreensao da 0 aprendizagem da leitura. Esses estudos contribuiram para tomar os aprendizes capazes de desenvolver, conscientemente, aprendizagem. suas estrategias cognitivas A partir da enfase no aspecto cognitivo, e de organizar a preocupayao tarefas de dos educadores concentra-se no planejamento e na implementay8.o de urn tipo de abordagem que propicie aos alunos 0 desenvolvimento da sua autonomia como aprendizes de leitura e como cidadaos capazes de interagir com seu interlocutor, e nao como robos que obedecem cegamente a urn comando. Ea partir desse pensamento que desenvolvemos nossa pesquisa, tendo por base as teorias da Cogniyao/Interayao, propostas por Kato (1986), e Kleiman, (1999), e considerando algumas contribuiyoes de Vygostky (1998). Nosso interesse reside em verificar de que forma a leitura pode contribuir para 0 despertar do senso critico do aluno-Ieitor. A leitura, no sentido que vimos propondo no presente trabalho, e urn processo interativo complexo, em que podendo 0 leitor dialoga com 0 autor na construyao de sentido do texto, chegar a sentidos diferentes dos sugeridos pelo autor, uma vez que urn texto po de admitir varias interpretayoes, desde que elas sejam autorizadas por ele. Sao os seguintes os fatores que podem interferir na variayao de significado: proposito do leitor, familiaridade com o topico, interesse e motivayao e, por fim, tipo de discurso e sua complexidade. Dai reiterarmos que urn texto escrito nao possui significado em si mesmo, necessitando que durante a constituiyao do sentido 0 0 leitor recorra a esquemas armazenados na memoria de longa durayao, esquemas que sao acionados a medida que ele Ie. Desse modo, os esquemas do leitor ou 0 seu conhecimento de mundo, servem de base para a compreensao, aprendizagem e recuperayao da informayao na memoria. Dai podermos afirmar que 0 leitor compreende uma dada mensagem, quando e capaz de trazer a mente urn esquema com uma quantidade significativa de objetivos e eventos descritos na mensagem. A interpreta9ao de que urn segmento de texto pode ate significar algo, depende da analise do que esta implicito nesse texto e das hipoteses existentes na mente das pessoas, 0 que deve ser resultante das informa95es ja processadas anteriormente pelo leitor, acerca de outras leituras j a realizadas. o ate de ler e ato de pensar. A leitura e, assim, resultado dessa opera9ao, que deve ser constantemente estimulada e dirigida pelo texto escrito. Retomando compreensao, 0 as considera95es sobre a co-participa9ao do leitor no processo de que Goodman (1994, apud Kleiman, 1989) denomina "Revolu9ao Copernica na Leitura" contraria quaisquer teorias que coloquem leitor como urn receptor passivo. 0 0 escritor produz urn texto com uma inten9ao de significado, mas 0 texto nunc a e urn produto acabado pelo autor; ao contrario, ao longo do texto, sac oferecidas pistas para que 0 leitor as siga e fa9a suas inferencias. 0 texto em si, como ja dissemos, nao tern urn sentido proprio e muito menos, unico, mas varias significa95es. A verdadeira autoria do texto, nao e apenas de quem 0 escreve, mas e tambem de quem 0 Ie. Partindo dessa afirma9ao, podemos inferir que a comunica9ao humana e quase sempre imperfeita, visto que 0 leitor nem sempre compreende 0 que autor queria dizer. 0 0 significado da comunica9ao nem sempre e comum entre escritor e leitor. 0 sentido proposto pelo escritor a urn texto sera construido a partir do tipo de leitura que foi feita do texto. As caracteristicas do escritor, texto e leitor influenciarao 0 significado resultante. "0 processo de ler e complexo. Como em outras tarefas cognitivas, como resolver problemas, trazer uma informa9ao necessaria, aplicar conhecimento a uma situa9ao nova, muitos fatores, (percep9ao, 0 a mente algum engajamento de aten9ao, memoria) e essencial se queremos fazer sentido do texto". o trabalho com a leitura exige conhecimento de como se processa 0 seu desenvolvimento. Para termos uma ideia da complexidade desse processo mencionaremos as opera95es que, segundo Kleiman (1989: 13-14), urn leitor proficiente pode realizar no ato de 38 ler. Vale ressaltar que nem todas as manifestayoes do leitor sac observaveis; algumas nao sac passiveis de observayaO direta. o leitor conhecimento; se 0 competente Ie rapidamente principal mente se 0 assunto for ja de seu assunto for considerado dificil ou se for fora da area de conhecimento do leitor, Ie com menos rapidez. o movimento dos olhos durante a leitura nao e continuo, 0 leitor pula de urn ponto para outra parte mais adiante, e assim rapidamente poe os olhos no texto todo. 0 movimento que 0 leitor faz durante a leitura nao e somente progressivo, provavelmente estaria 0 mas tambem regressivo, leiter relendo material que the pareceu inconsistente com 0 material que leu mais a frente. o leitor adulto proficiente Ie sem que sejam observados quaisquer movimentos com os labios, isto e, nao percebemos subvocalizayao, embora nao existam argumentos cientificamente comprovados de que nao haja uma vocalizayao interna ao lermos urn texto. Na leitura realizada em voz alta percebemos urn descompasso de tempo entre a velocidade da voz do leitor e a do olho, visto que rapidamente sobre 0 papel, do que No caso de 0 0 0 olho do leitor parece se deslocar mais tempo gasto na produyao dos enunciados. aluno ja ter passado pelo menos 4 anos de escolarizayao ou ja tel' completado 10 anos de idade, se for urn born leitor, devera apresentar as caracteristicas do comportamento observavel no leitor competente, com diferenyas quantitativas. Nesse caso, a velocidade do movimento dos olhos desse leitor ja deve ser maior que em crianyas ainda muito pequenas. Os mecanismos que podem ser observados no leitor proficiente sac urn reflexo de estrategias de ordem superior e sac essas mesmas estrategias que processam 0 conhecimento no momenta de leitura. Essas operayoes sac importantes e podem propiciar condiyoes para a aquisiyao de habito de leitura, mas 0 que vai formar 0 born leitor e 0 trabalho que e feito pelo professor junto ao aluno no sentido de leva-Io a descobrir os sentidos do texto, nao se limitando apenas a uma leitura linear do signo linguistico. As contribuiyoes oriundas dos modelos te6ricos da Psicologia tern tido relev8ncia no processo de ensino/aprendizagem interior do aprendiz, desenvolvimento colocando de leitura. Essas abordagens te6ricas enfatizam seus pensamentos e emoyoes 0 a serviyo mundo do seu como pessoa. Essas abordagens sac importantes para compreendermos a aprendizagem humana na sua totalidade. A abordagem cognitiva confere destaque ao que 0 aprendiz traz para qualquer e situayao de ensino como urn criador de significados solucionador de problemas de leitura. 0 leitor ainda iniciante ocupa urn lugar de destaque na aprendizagem. 0 s6cio-interacionismo ressalta a natureza dinamica da interayao entre professores, alunos e textos e ainda propicia uma perspectiva da aprendizagem a partir da interayao com 0 outro. Partindo dessas contribuiyoes, observamos que fatores afetivos e cognitivos podem ser responsaveis pela apreensao componentes que formam 0 e produyao de mensagens que estao presentes nos tres processo de leitura no contexto da sala de aula. Os fat ores afetivos do leitor incluem elementos de motivayao para ler: crenyas e outros valores socioculturais. As condiyoes cognitivas envolvem 0 conhecimento da lingua, as habilidades de analise da palavra, as estrategias de processamento do texto, e a compreensao dos padroes interacionais no ambiente social em que vive a crianya e o 0 de sala de aula. controle e a atenyao do aprendiz sobre a aprendizagem da leitura tern muita importancia e tern sido objeto de muito interesse dos trabalhos de Psicologia Educacional desde 0 inicio do seculo passado. A maior contribuiyao da Psicologia esta no uso de estrategias, sejam elas cognitivas ou metacognitivas. As cognitivas sac principios que regem metacognitivas envolvem saber monitorar, 0 inconsciente do leitor enquanto as regular e dirigir processos, que regulam a desautomatizayao consciente das estrategias cognitivas. (Kato, 1990: 124). As operayoes feitas no campo cognitivo fazem parte dos varios tipos de conhecimento que as crianyas utilizam para que seja possivel 0 processo de construyao de significados. Os conhecimentos de mundo e da organizayao textual formam a competencia comunicativa. Esse ~ Universldade Federal de Pernambuco 9 P'ogramaae Pos·Graduayao em letras conhecimento, chamado conhecimento fonol6gico, envolve sistemico, contribui os diversos lexical, morfol6gico, niveis para a constrw;:ao do da organizayao linguistica significado. como sintatico e semantico. 0 conhecimento Tal fonetico- de mundo e 0 conhecimento que os aprendizes possuem sobre as coisas do mundo. A ativayao deste conhecimento possibilita buscar as informayoes necessarias armazenadas na mem6ria do leitor, a partir de elementos presentes. Assim, podemos concluir que a compreensao de urn texto apresentara menos dificuldades se modo, fica claro e evidente que 0 0 conteudo for do conhecimento da crianya. Desse conhecimento da organizayao de textos orais e escritos, acionados por ouvintes e leitores, facilitara a compreensao aprendizagem da leitura se desenvolve, 0 do texto. aluno e submetido A medida que a a diferentes maneiras de organizayao de novos textos. A habilidade do leitor para construir diferentes saberes e representar significados e resultante do conhecimento e controle das condiyoes afetivas e cognitivas. Essas condiyoes inter-relacionam-se e sac interdependentes. A motivayao do leitor, suas atitudes para com conteudo, influenciam nao s6 a aquisiyao de novas ideias como interpretayao do texto e 0 0 0 processamento do texto, a uso de estrategias metacognitivas. Fatores como atenyao, percepyao e mem6ria sac indispensaveis para 0 leitor se to mar consciente do processo de leitura. No que concerne it realizayao critica da leitura, devemos observar que ela nao se esgota na mera decodificayao da palavra escrita ou de linguagem escrita, mas continua ao longo de toda a vida humana, pois, como muito apropriadamente declara Freire (2000), "a leitura do mundo precede a leitura da palavra, dai que a posterior leitura desta nao possa prescindir da continuidade da leitura daquele". Linguagem e realidade se inter-relacionam dinamicamente. A compreensao do texto a ser a1canyada por sua leitura critica implica a percepyao das relayoes entre 0 texto e 0 contexto. A leitura critic a e muito mais que urn simples processo de apropriayao passiva de significados dicionarizados. Assim, a pratica de leitura deve ser caracterizada por uma proposta que venha a oferecer ao leitor condiyoes de compreensao de significados e de urn despertar do senso critico. Outro pressuposto te6rico utilizado para fundamentar nossa pesquisa e fornecido pela Teoria Interacionista, desenvolvida por Vygostsky. Segundo Santana (2001:40) "e grande 0 papel desenvolvimento da dos intera9ao social processos no psicol6gicos superiores. Nessa perspectiva, destaque especial e dado a linguagern: elabora/e aponta 0 carninho pelo qual a consciencia elaborada. Em seus estudos, se Vygostsky signa - a palavra - como elernento mediador das intera90es sociais, este permite a progressiva apropria9ao dos mais diversos bens culturais, e como elemento organizador e constituidor da atividade mental." Assim, podemos dizer que a palavra e importante na intera9ao social a fim de manter a rela9ao entre os sujeitos, considerando que hornem e urn ser essencialmente 0 hist6rico e as intera90es humanas podern afetar sendo necessario condi90es para 0 que tracemos mecanisrnos 0 pensamento e 0 que proporcionem social e raciocinio das crian9as, a essas crian9as boas dominie da palavra. Seguindo esse pensamento e inspirado em Bakhtin (2000), percebemos que na intera9ao autor/leitor a palavra tern uma importancia muito grande. Na verdade, como observa Bakhtin (2000) toda palavra comport a duas faces. Ela e determinada tanto pelo fate de que procede de alguem, quanta pelo fato de que se dirige a alguem, constituindo dessa forma processo da interayao do locutor com 0 0 ouvinte. A palavra e, portanto, territ6rio cornum dos interactantes. Talvez possamos dizer que a leitura e urn fragmento de uma corrente de comunicayao verbal ininterrupta que deve ser compreendida em profundidade e nao se restringir a decodificayao do signa linguistico. "a linguagem, em seu sentido ample, atua para modificar funyoes 0 psicologicas e um instrumento que desenvolvimento e a estrutura das supenores, tanto quanta os instrumentos criados pelos homens modificam as formas humanas de vida". Nessa perspectiva vemos que, a linguagem e abordada nao como urn sistema linguistico de estrutura abstrata, mas em seu aspecto funcional, psicol6gico e constituidor do sujeito. "0 significado das palavras e urn fen6meno pensamento apenas na medida em que 0 e urn ganha corpo por meio da fala e s6 de pensamento fen6meno da fala na medida em que esta ligado ao pensamento, sendo iluminado por ele. E urn fen6meno do pensamento verbal, ou de fala significativa - uma uniao da palavra e do pensamento". Na concepcao de Vygostsky (1998) a relacao entre pensamento e palavra e vista como urn processo em constante atualiza9ao: 0 pensamento I palavra nao e urn objeto estatico, mas algo que nasce e se prolonga por muito tempo passando por varias mudancas. Ainda, seguindo a concepcao vygostskyana, podemos dizer que linguagem justifica 0 0 desenvolvimento da aparecimento das demais opera90es mentais que envolvem 0 uso de signos. Com isso, entendemos a leitura como uma das atividades que propicia conhecimentos a crianca. Para Vygostsky (1998) e na atividade pnitica, na interayao, que os homens estabe1ecem, entre si, as funcoes humanas. Assim, podemos dizer que relacionamento produzidos precedentes 0 homem adquire experiencia e conhecimentos atraves do com outros homens, seja atraves do trabalho, historicamente, seja por meio do conhecimento e culturalmente disponivel. dos instrumentos acumulado A maior contribuicao fisicos pelas gera90es de Vygostsky compreensao do percurso do desenvolvimento intelectual, que vai do social para 0 esta na individual. A importancia das intera90es sociais no desenvolvimento cognitivo esta na analise das praticas educativas. Isso e proximal e conceitua como 0 que Vygostsky (2000: 112) chama de zona de desenvolvimento "a distancia entre 0 que se costuma determinar independente desenvolvimento de nivel de desenvolvimento atraves problemas, e real, da solu<;ao 0 nivel de proximal, determinado atraves da solu<;ao de problemas sob a orienta<;ao de urn adulto ou em colabora<;ao com companheiros realS capazes". Assim, podemos dizer que a zona de desenvolvimento proximal e 0 dominio psicol6gico em constante atualiza<;ao. Sendo a Escola urn lugar de cria<;ao do signo - linguagem, deve ser tambem uma zona de desenvolvimento proximal, e que deve ser aproveitada para a pnitica de leitura com vistas a intera<;ao, nao s6 do autor / leitor, mas tambem para oportunizar momentos de interayao entre a comunidade escolar, atraves de discuss5es organizadas pela escola. "tern por base nao apenas a competencia comunicativa dos leitores como tambem seus sistemas de cren<;as que influenciam e saG influenciados por variaveis de desempenho. Sistemas de cren<;as talvez sejam melhor entendidos como sistemas de val ores, uma vez que crenyas estao subjacentes a valores pessoais." Tomando por base Cava1canti (1989), podemos dizer que os sistemas de valores podem ser vistos como estruturas de conhecimento. A diferenya entre sistema de valores e conhecimento e que os sistemas de valores subjazem as atitudes, e as estruturas de conhecimento - os esquemas - subjazem ao estabelecimento de conteudo proposicional. A competencia comunicativa e os sistemas de val ores, nas palavras de Cava1canti (1989: 45), "sao influenciados por variaveis de desempenho constru<;ao de pIanos. As variaveis de desempenho, e portanto, tomam a interayao idiossincnitica e pecuiiar ao contexto especifico de leitura, isto e, nao replicavel nem pelo mesmo leitor em uma ocasiao diferente." Assim, 0 contexte de leitura e identificado pelo tipo de leitura que foi feita, pelo genero, estilo e pelo proposito do leitor, podendo variar de leitor para leitor, conforme sejam os objetivos de cada urn. As variaveis de desempenho refletem seus sistemas de val ores e de acordo com seu estado psicologico corrente, expectativa, motivayao, dentre outros. "nao s6 como subjacentes it ruptura de comunica9ao devido it faha de competencia influenciadoras como do processo interativo como um todo, atraves da ocorrencia conhecimento mas tambem de conflitos de estruturas de (esquemas) e desencontros de sistemas de valores." Assim, e se compararmos textos escritos a textos orais haveremos de perceber que nao ha rupturas no processo de comunicayao, uma vez que elementos do contexto oral, tais como entonayao e gestos, podem facilitar a compreensao. A interayao leitor I autor, segundo Cavalcanti (1989:48), "e um processo ativo, construtivo, interativo e reconstrutivo." Sendo a leitura um processo ativo envolve interpretayao e exige competencia comunicativa; por ser um processo construtivo, a leitura toma como fundamento a interpretayao de pIanos das expressoes indexicais; como processo interativo, recebe influencias de variaveis de desempenho; processo reconstrutivo permite a introduyao por fim, a leitura vista como um de algumas variaveis de desempenho dos sistemas de valores do leitor. A partir dessas informayoes, Cavalcanti (1989:48-53) apresenta estagios e fases de leitura: "construtivos [...] que explicam leitor na intera9ao com 0 0 ponto de vista do texto. Os estagios de leitura descrevem 0 processo de comunicavao receptiva em relavao a seu objetivo, isto e, a interpretavao de pIanos. As fases de leitura referem-se a passos na interavao, ou seJa, uma explicavao (interpretavao dos estagios de leitura de pIanos). Cada fase e tambem vista como uma categoria separada recorrer surgem quando que pode ocorrer e desencontros na comunicavao" . Essas fases e estagios sao importantes no momento da leitura uma vez que propiciam a interavao do autor/leitor e determinam os processos de recepvao da comunicavao em relavao aos objetivos e metas propostos pelo autor. Para Cavalcanti (1989), a leitura deve ser considerada como urn processo em dois estagios, reduvao e mudanva. A reduvao e vista como uma traduvao das proprias ideias do leitor, nao sendo acrescidos quaisquer elementos it sua estrutura inicial, mas reduzido seu conceito. Esse estagio e caracterizado pela inter-re1avao entre 0 conhecimento previa e interiorizado do leitor e sua valorizavao. No estagio de reduvao, os leitores, na interavao com informavao por meio de reduvao conceitual, desde que esta nao prejudique texto. A mudanva e referente 0 0 texto, processam entendimento do it utilizavao da informavao, isto e, it avalia<;ao da informa<;ao processada pe1a leitura dos diferentes tipos de textos. Esse estagio e visto segundo 0 efeito que 0 texto produz nas estruturas conhecimento e sistemas de valores do leitor. Dependendo do tipo de texto, 0 de leitor podera adotar posturas diferentes, podendo adotar uma postura submissa ou dominante. Na hipotese da submissao, 0 leitor aceita 0 texto como sendo uma autoridade e nao questiona sua mensagem. Ao adotar a postura de dominante, 0 leitor apresenta uma visao de mundo que pode divergir da proposta pelo autor. Para Magnani (2001: 49), "a leitura nao e urn ato isolado de urn individuo diante do escrito de outro individuo. Implica nao so a decodificavao de sinais, mas tambem a compreensao do signo lingiiistico enquanto fenomeno social." Mas a leitura e urn encontro entre leitor, enquanto agente, e texto escrito, enquanto produto do pensamento de instancias normativas, como a escola. Nessa rela<;ao, alguns fatores podem interferir na compreensao, tais como: hist6rias de leitura do texto e do leitor, modos de percep<;ao aprendidos como normas, em determinada epoca. Do ponto de vista interacionista, opina Magnani (2001:49) que "a leitura e urn processo de constru<;ao de sentidos. Oscilando numa tensao constante entre panifrase (reprodu<;ao de significados) e polissemia (produ<;ao de novos significados), e1a se constitui num processo de intera<;ao homem I mundo, atraves de uma rela<;ao dial6gica entre leitor e texto, mediado pe1as condi<;oes de emergencia (produ<;ao, edi<;ao, difusao, sele<;ao) e utiliza<;ao desses textos." Sendo a leitura esse processo de constru<;ao de sentidos, podemos dizer que e urn instrumento de transforma<;ao do homem e pode apresentar uma pluralidade de significa<;oes, dependendo do querer ler e da maneira como se Ie. Professores, pais e alunos terao que estar conscientes da importancia da leitura para a a margem dos beneficios concernentes a forma<;ao de uma vida individual, social e cultural de urn povo. Nao podemos ficar proporcionados pela pratica da leitura, especialmente os atitude critica, frente ao pr6prio texto, a sociedade Freire (2000: 11) diz que a compreensao e ao mundo circundante. critica do ato de ler, nao "se esgota na decodifica<;ao pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligencia do mundo", 0 que significa que a compreensao do texto a ser alcan<;ada pela leitura critica que dele se fa<;a, implica percep<;ao das rela<;oes entre 0 texto e 0 contexto. A importancia da leitura esta na compreensao dos diferentes momentos do ato de ler, desde 0 momento em que come<;amos a falar e a ver os objetos, as plantas, os passaros, as folhas, os animais, enfim, desde que come<;amos aver 0 mundo, ate vermos a palavra. Dec1ara Freire (2000: 11) que desde sua inffincia, na fase em que ainda nao tinha sequer sido alfabetizado, ja procurava 0 significado das coisas, buscando a compreensao do mundo que Essa compreensao certamente ocorrera mais facilmente quando 0 0 rodeava. leitor ja tiver certa maturidade. Dai insistirmos na qualidade de leitura dos textos, a fim de que os leitores procurem a sua compreensao Entendemos e nao a simples decodificayao do simbolo linguistico. por qualidade de leitura, aquela leitura capaz de conduzir 0 leitor para a descoberta de significados. A leitura deve ser praticada como atividade prazerosa crescimento intelectual e despertar prittica de leitura que desperte 0 0 e deve contribuir para 0 senso critico do leitor. Devemos buscar, portanto, uma espirito critico e a criatividade, e nao a repetiyao. Uma leitura que se fundamente nos bin6mios prittica e teoria, trabalho artesanal e trabalho intelectual e que leve 0 leitor a buscar outras interpretayoes subjacentes ao texto propriamente dito. 0 pape! da leitura deve visar predominantemente it formayao, antes que a informayao, como parece insistir a tradiyao da pedagogia no Brasil. Como responsabilidade diz Freire (2000:87), "Ninguem no ato de formar-se". Assim, comprometidos com a formayao de outros leitores. se forma e precise realmente se nao que tenhamos assumlr bons leitores Realizamos esta pesquisa numa escola publica estadual, situada na zona Norte de Teresina, Piaui, na qual funciona 0 Ensino Fundamental da sa a 8a series, nos turnos manha e tarde. Escolhemos duas das quatro turmas que funcionam no turno da tarde: sa serie D e 6a serie C. Justifica-se 0 turno da tarde, por ser este 0 periodo de que dispomos para a pesquisa. A 0P9ao por essa escola se deve ao fato de nela termos trabalhado durante algum tempo. A escolha das series justifica-se par querermos trabalhar com turmas cujos alunos nao conheciamos. Segundo Lopes (1996:86), ha basicamente dois tipos de pesquisa em sala de aula, a de diagn6stico e a de interven9ao. Neste trabalho, investigamos despertar 0 senso critico do aluno-leitor de sa a possibilidade de a leitura e 6a series, a partir de observa95es em sala de aula quando das perguntas aos alunos e professores e inferencias sobre os assuntos discutidos e aplica95es de praticas de leitura. 0 procedimento utilizado nesta pesquisa foi 0 de interven9ao, como explicitaremos nos procedimentos de coleta dos dados. Em seguida, descrevemos 0 perfil dos participantes, sua constitui9ao; as dificuldades encontradas; os materiais utilizados e como os dados foram trabalhados. Desenvolvemos a pesquisa em duas turmas do Ensino Fundamental de uma Unidade Escolar integrante do sistema estadual de ensino, subordinada hierarquicamente it Regiao Administrativa Marques de Paranagmi, no bairro Primavera, zona Norte de Teresina, Piaui. As turmas pesquisadas eram constituidas inicialmente por 30 alunos, na alunos na 6a serie C, sendo que em man;o houve uma evasao de 30% sa serie De na sa serie 2S D, permanecendo apenas 21 alunos e na 6a serie C, uma evasao de 20%, permanecendo apenas 20 alunos. Agrupamos 0 universo de 41alunos pesquisados da seguinte forma: grupo experimental, constituido por 20 alunos das duas turmas, ja citadas; grupo de controle, constituido por 21 alunos tambem das duas turmas. A constituic;ao dos grupos experimental e de controle se deu de forma espontanea par parte dos alunos. Da turma sa D, 71% dos alunos saD do sexo feminino, num total de aproximadamente IS meninas, enquanto que os do sexo masculino representam aproximadamente 29%, 0 que totaliza 6 alunos. Da turma 6a C, 70% dos alunos saD do sexo feminino, 30% saD do sexo masculino, totalizando 6 alunos. o grafico 0 que representa 14 alunas e apresenta a distribuic;ao do genero dos alunos pesquisados nas duas turmas, sa serie D e 6a serie C. Quantitativo de alunos com freqiiencias regulares nas duas series pesquisadas. 5a serie D, 21 alunos e 6a serie C, 20 alunos. Com relayao ao genero, nos grupos experimental e de controle, temos 0 seguinte: grupo experimental 85% do genero feminino e 15% masculino. Grupo de controle: 53% do genero feminino e 47% do masculino. 100% 80% 60% grupo experimental 40% • grupo de controle 20% 0% Na pesquisa que desenvolvemos enfrentamos algumas dificuldades, que consideramos desafios supeniveis. o que mais nos desafiou foi a falta de compromisso de alguns alunos em desenvolver atividades de leitura. Outro fato desafiador foi a escola nao dispor de uma biblioteca razoavel. o que a escola chama de Biblioteca e uma sala com duas estantes que contem poucas dezenas de livros didciticos e uma mesa com algumas cadeiras. Essa disposiyao dos moveis e inapropriada para 0 estudo. Alem desses problemas, a maior dificuldade com que nos defrontamos foi 0 fato de haver sido deflagrada uma greve dos professores e demais trabalhadores da educayao, que, embora tenha durado pouco, pelo menos no que se refere aos profissionais lotados na escola pesquisada, desestimulou os alunos, levando it evasao de alguns e it diminuiyao na freqiiencia por outros. Registramos 0 fato de os pais dos alunos pesquisados serem extremamente pobres, conforme constatado pela inscri<;ao destes no Programa Boisa Escola. Assim, 0 aluno que nao ganhou 0 livro do programa do livro didtttico nao teve condi<;5es econ6micas de adquiri-lo, nem teve acesso a qualquer outro livro. Os instrumentais de coleta tiveram como objetivo avenguar a situa<;ao em que se encontravam os alunos, no inicio e no fim da pesquisa. Utilizamos como instrumental para a investiga<;ao urn questiomirio aplicado em dois momentos: 0 primeiro, ocorreu no inicio do mes de mar<;o eo ultimo, na primeira quinzena do mes de dezembro do ana de 2001. o questiomirio Durante leitura, com 0 0 e composto de 13 quest5es; cinco objetivas e oito subjetivas. intervalo de aplica<;ao do questiomirio trabalhamos algumas atividades de objetivo de despertar 0 senso critico do aluno pesquisado. Uma vez que estavamos trabalhando elaboramos urn questionario com leitores da faixa escolar do 3° ciclo, no nivel de compreensao dos aIunos. Tal questionario foi aplicado aos grupos de controle e experimental, objetivando dentre outros pontos, saber se os alunos leem, em caso afirmativo, 0 que leem; saber tambem se gostam de ler; quem escolhe os textos para e1es lerem e quem em casa Ie. Os 41 alunos dos dois grupos responderam ao questionario inicial e final. Esses dados serao analisados no capitulo seguinte. A metodologia do trabalho de leitura pressup5e atitude e metoda que impliquem na intera<;ao autor/leitor via texto. Uma a<;ao de leitura com os alunos das turmas pesquisadas envolvendo os demais professores da escola, independentemente da area de ensino, propiciou condi<;5es para a realizavao de nossa proposta programaticos de trabalho, de forma a buscar envolvimento e metodologias a partir da preparavao professores com vistas it integravao de todos no trabalho de leitura, objetivando de conteudos de alunos e 0 despertar do senso critico do aluno e, consequentemente, fazendo com que esse aluno possa posicionar-se criticamente diante da sociedade. Selecionamos textos que foram lidos, discutidos e depois de estudados serviram de ponto de partida para a produyao de outros textos. Os criterios para seleyao dos textos foram os seguintes: no inicio da pesqUlsa, procuramos trabalhar os textos integrantes do livro didatico adotado na escola e, a partir dai, fomos acrescentando outros complementares, mas nao tivemos exito, pois os alunos nao aceitaram as indicayoes de leituras, nem as atividades que haviamos preparado, talvez porque os textos tivessem fora de sua realidade ou porque nao estivessem motivados. Desafiado por essa aparente resistencia, levamos a escola uma colec;ao de literatura infantil, intitulada: Paraiso da Crianya - Edelbra, com gravac;oes da atriz Regina Duarte, serie especial. A partir das ilustrayoes e da narrac;ao das historias, conseguimos atrair a atenyao dos alunos, que, apesar da faixa etaria, ainda se deixaram envolver pela fantasia das historias infantis ali narradas. A coleyao consta de 30 historias, 20 delas sac gravadas em CD. Apos a fase de leitura e audic;ao da narrac;ao das historias, fizemos perguntas a respeito das historias, pedimos aos alunos que as recontassem e que a partir dali criassem novas historias, inclusive mudando, personagens, titulo, enredo, etc. 0 nosso objetivo foi atingido: conseguimos atrair a atenc;ao dos alunos para a leitura. Em seguida, comec;amos a diversificar infantis a infanto-juvenis, a nossa leitura, passando dessas historias a contos de cunho moral e social, ate os contos de renomados escritores brasileiros. Alem dos livros infantis da coleyao ja citada, trabalhamos: 0 Casamento da Raposa com a Galinha; Boi da Cara Preta; A Terra dos Meninos Pe1ados; todos da Ciranda de Livros, da Editora Atica. A exemplo das demais etapas, durante a fase da leitura dos livros infanto-juvenis, promovemos discussoes e levamos os alunos a produc;ao de textos fundamentados na leitura dos seguintes titulos: Cazuza, da Ciranda de Livros, Editora Nacional; Levando 0 Jovem a Descobrir 0 Mundo, Editora Atica; Acelerac;ao de Erico Verissimo, Editora Globo, contendo os titulos: Rosa Maria no Castelo Encantado, 0 Urso com Musica na Barriga; Os Tres Porquinhos Pobres, As Aventuras do Aviao Vermelho e Tonico, da Editora Atica. A partir disso, comec;amos 0 trabalho de leitura de textos mais longos e complexos do ponto de vista da compreensao. Em seguida it leitura dos textos, questionamos alguns aspectos da leitura que ultrapassavam a mera decodificac;ao do simbolo lingu.istico, tais como: data da publicac;ao do texto e suposta data da criac;ao do texto, fatos historicos relacionados ao texto, tipo de texto, genero litenirio, concepc;5es especificas da epoca em que 0 autor esta inserido e ideologias presentes no texto. Procuramos oferecer ao aluno urn estudo de texto que nao se limitasse a responder urn questionario elaborado pelo autor do livro didatico, sem nenhum conhecimento previo do nivel de compreensao do aluno. Nessa fase, os textos lidos foram: os contos: 0 Justo, de Nelson Rodrigues; A Quinta Historia, e Soluc;ao de Clarice Lispector; Semana, de Luis Fernando Verissimo; 0 Outro, de Rubem Fonseca; A Senha, e Posta Restante, de Moacyr Scliar; Caso de Mentira, de Marques Rebelo; Valentia, de Marco Polo Guimaraes; A Missa do gala e A Carteira, de Machado de Assis. Apos a leitura, discussao e analise dos textos mencionados, passamos para 0 momenta da produc;ao textual. No capitulo seguinte, apresentaremos questionario inicial ate 0 a analise dos dados desde a aplicac;ao do final, e trayaremos urn paralelo entre a situac;ao inicial e final dos alunos no que diz respeito ao despertar do senso critico do aluno-Ieitor. Muitos foram os textos lidos, no entanto, nao foi sobre todos que nos debruc;amos para urn estudo mais acurado, tendo em vista 0 tempo limit ado de que dispunhamos. Dedicamos maior atenc;ao aos seguintes: A Carteira e A Missa do Galo, ambos de Machado de Assis; 0 Justo, de Nelson Rodrigues e Posta Restante de Moacyr Scliar, uma vez que em todos, ainda que nem sempre de forma explicita, esta presente a traic;ao, seja no que se refere a urn suposto adulterio, seja it traic;ao da confianc;a de alguem, como no caso especifico de Posta Restante. Durante 0 periodo de realizac;ao da pesquisa adotamos procedimentos grupos: experimental e de controle. Determinamos aproximadamente distintos para os dois noventa por cento da carga honlria da pesquisa para atendimento aos alunos do grupo experimental, ficando apenas dez por cento para aplica<;ao de questiomlrio e produ<;ao de texto do grupo de controle. As aulas que ministramos aos alunos do grupo experimental, centraram-se no ensino e na pratica de atividades consistentes no desenvolvimento neste trabalho, tern como base a visao socio-construtivista de tarefas. 0 conceito de tarefa, de ensino-aprendizagem de leitura, ou seja, as tarefas foram selecionadas ern parceria corn os proprios alunos e professores da escola, e a respeito de temas pertinentes aos conteudos previstos para A abordagem baseada ern tarefas objetiva capacitar pos-educacionais, 0 0 ana letivo. aluno a cumprir as exigencias chamada por Prabhu (apud Pinto, 1996: 20), tecnica de capacita<;ao para a auto-regula<;ao, e considerada uma prioridade para a educa<;ao. Segundo, modelo de atividade em que se objetiva tarefas desenvolvidas 0 0 referido autor, 0 significado e encontrado em dois tipos principais de ern sala de aula: a que e orientada pelo professor e a que e experimentada de maneira independente pelo aluno. Assim, a primeira e a segunda tarefas separam a aula numa fase inicial de atividade interacional, orientada e controlada pelo professor ern seguida, uma atividade individual, vivida pelo aluno. Partindo dessas perspectivas, distribuimos as aulas ern tres momentos: 0 primeiro momento teve por objetivo a explica<;ao das estrategias que concorrem para a compreensao de urn texto, no segundo momento, destinado a pratica de leitura, utilizamos varios tipos de material escrito, incentivamos os alunos a utilizarem seu conhecimento previo, atraves da interac;ao professor-aluno; 0 terceiro foi dedicado a pnitica de Ieitura individual e silenciosa, buscando a compreensao do sentido do texto selecionado, de forma mais profunda, para uma posterior discussao corn o questiomirio, 0 grupo. aplicado aos alunos de ambos os grupos, experimental e de controle, e composto por 13 perguntas, sendo cinco objetivas, do tipo Sim ou Nao e as demais, abertas, proporcionando (vide anexo). a oportunidade de 0 aluno responder livremente 0 que melhor the convier, Apcs a aplicavao do questiomirio inicial, fizemos a leitura dos textos mencionados no item anterior e procuramos interpreta-Ios com vistas a produvao Trabalhamos os dados qualitativa e quantitativamente. de urn novo texto. A analise qualitativa buscou verificar, par meio dos instrumentais utilizados na pesquisa, a compreensao da leitura de varios textos de autores, aprendizagem no qual 0 estilos e generos diferentes, considerando 0 contexto de processo de interavao autor/leitar havia ocorrido. Segundo Lopes (1996:88), a metodologia qualitativa, principal mente a etnografica, baseia-se na natureza da interavao na sala de aula como espavo de aprendizagem, enquanto os significados sao definidos como formas de co-participavao social. A analise quantitativa foi realizada por meio de estatistica descritiva e atraves da quantificavao dos dados dos questionarios aplicados no inicio e no final da pesquisa. Utilizamos a tecnica de estatistica descritiva demonstrada par meio de tabelas, percentuais e graficos ilustrativos, objetivando caracterizar a amostra pesquisada por grupo, tanto para a aplicavao inicial quanta final. A tecnica de estatistica inferencial feita atraves de testes estatisticos comparativos serve para verificar se existe ou nao diferen9a significativa entre os dois grupos, em relavao: b) aos percentuais referentes ao despertar do senso critico do aluno ap6s a realizavao de atividades de leitura, em sala de aula; c) ao numero de respostas indicativas do crescimento do aluno, no que se refere ao despertar do senso critico. Analisaremos os dados coletados durante nossa pesquisa e discutiremos os resultados alcanyados em cada urn dos dois gropos, para, em seguida, verificarmos leitura no despertar do senso critico do aluno. Apreciaremos, inicialmente, 0 0 papel da questionario aplicado nas duas fases. Antes de iniciarmos a analise dos dados, julgamos importante, caracterizar 0 contexto social das familias dos alunos pesquisados. A escola publica em que desenvolvemos Primavera, zona norte da cidade de Teresina-PI, nossa pesqUlsa situa-se no bairro com caracteristicas residenciais, mas, atualmente, nela ocorrem atividades comerciais e prestayao de serviyos. Os alunos nela matriculados sac oriundos quase que exclusivamente das Vilas Lagoinha e Morro da Esperanya, areas perifericas do bairro e ribeirinhas do Rio Poty. As familias da Vila Lagoinha sofrem constantemente os efeitos das enchentes do Rio Poty, sendo muitas vezes obrigadas a transferirem-se para outros locais, ate mesmo para escolas publicas, durante todo 0 periodo de chuvas fortes. Quando ocorrem as transferencias das familias de seu habitat normal para outro local, as crianyas sac as mais sacrificadas, pois perdem suas referencias de vizinhanyas, amigos, locais de brincadeiras. Perdem tambem aula, pois alem da OCUpayaOdas escolas, os pais ficam sem perspectivas de vida chegando, ate em alguns casos, esquecerem as obrigayoes com a familia. Observamos, atraves das fichas de cadastramento para aquisiyao da Bolsa- Escola, programa do Governo Federal, que a maior parte das familias dos alunos pesquisados esta desempregada ou vive de economia informal, fazendo biscate ou dependendo de parentes que tenham uma renda fixa. Quanto a escolaridade, observamos os seguintes percentuais no que se refere ao pai: aproximadamente 20% de analfabetos, 30% apenas alfabetizados, 40% estudaram ate a 4a serie do Ensino Fundamental e somente 10% foram alem da 4a serie. No que se refere a mae, 0 perfil e urn pouco diferente: 10% delas sac analfabetas, 20% sac apenas alfabetizadas, 40% estudaram ate a 4a serie do Ensino Fundamental e 30% foram alem da 4a serie. Esses percentuais foram obtidos a partir de informayoes fomecidas pelos alunos, e sac referentes aos pais de todos os alunos de sa e 6a series do Ensino Fundamental da escola pesquisada. Miles I a Estudaram ate a 4 serie Foram alem da 4a A analise feita refere-se as respostas fomecidas pelos alunos dos grupos experimental e de contrale, nas fases inicial e final da pesquisa. Grupo experimental, rase inicial- os vinte alunos responderam que sim, ou seJa, 100% dos alunos ja leram alguma coisa; na rase final os resultados foram os mesmos. No grupo de controle_os resultados nas duas fases sac iguais, ou seja, na rase inicial20 alunos, 0 que representa 95,2% responderam que ja leram alguma coisa, apenas urn aluno, ou seJa, 4,8%, respondeu nao ter lido nada. (Vide tabelas 1 e 5 e graficos 4 e 8). Grupo experimental, rase inicial- onze alunos, 0 que representa 55%, responderam que leram livros diversos e revistas e nove alunos, ou seja, 45%, responderam que leram livro texto e jomais. No mesmo grupo, na rase final, ao fazermos a me sma pergunta, obtivemos como resposta que os vinte alunos, ou seja, 100%, responderam que leram livros diversos, ressalta-se que dentre esses vinte houve dois alunos, 0 que representa 10%, que responderam ter lido livros diversos e jomais. A partir da nossa atuayaO na escola com atividades de leitura foi possivel conscientizar os alunos da necessidade de ler, e de como a leitura pode despertar o senso critico do aluno. 0 que conseguimos e resultado de uma ayaO desenvolvida por nos durante 0 pequeno espayo de tempo em que realizamos nossa pesquisa. A mesma pergunta foi feita ao grupo de controle, rase inicial - como resposta obtivemos 0 resultado que treze aIunos 0 que equivale a 61,4%, leram livros diversos e jomais e oito alunos, ou seja, 38,6%, leram livros textos e/ou jomais. foram diferentes: apenas onze alunos, 0 Ja na rase final os resultados que corresponde a 52,3% responderam que leram livros diversos, embora quatro destes tenham dito que alem de livros diversos leram tambem jornais, cinco alunos, alunos, 0 0 correspondente a 23,8% responderam ter lido apenas jomais e cinco que representa tambem 23,8% responderam que leram somente Ao analisarmos esses resultados, observamos 0 livro texto. que os alunos ao responderem ao questionario nao estavam preocupados em fornecer informayoes concretas e serias, talvez por nao terem se conscientizado da importancia da pesquisa. Outro ponto que nos chamou atenyao foi 0 fato de 30 livros; 0 0 aluno dois afirmar somente ter lido jornais, e logo a seguir, responder que lera aIuno quatro disse que somente leu 0 livro texto e, em seguida, disse ter lido dez livros. Esses fatos mostram a natureza contraditoria das respostas de alguns alunos. 30; 170cetern 0 hiIbito de ler? Grupo experimental, rase inicial- dezessete alunos, 0 que corresponde responderam que sim e tres alunos, ou seja, 15%, responderam que nao tern 0 a 85%, habito de leitura; na fase final do mesmo grupo" dezesseis alunos, que sim, tern nao ter 0 habito de leitura, enquanto quatro alunos, 0 que representa 80%, responderam que significa 20%, responderam 0 habito de leitura. Se trayarmos urn paralelo entre os dois momentos, havemos de 0 perceber que as respostas sao quase iguais, pois a diferenya entre respondeu ter 0 0 0 nesse periodo nao adquirir 0 0 habito de ler. Entendemos ser possivel 0 0 que representa 52,3%, responderam que sim, tern que representa 47,7%, responderam que nao tern leitura. Ja na fase final deste grupo, dezesseis alunos, 0 0 habito de leitura e cinco alunos, ou seja, 23,9%, nao tern da pesquisa, embora nao tenham praticamente 0 que corresponde Dessa forma, podemos supor que alguns alunos tenham adquirido periodo que nos leva a habito de leitura, mas perde-Io, e mais dificil. No grupo de controle, fase inicial - onze alunos, habito de leitura e dez alunos, 0 habito de leitura, pois e pouco provavel que periodo de urn ana letivo se possa perder responderam ter numero de alunos que habito de leitura e de apenas urn aluno na segunda fase, pensar que os alunos nao tivessem mesmo durante 0 0 0 habito de a 76,1%, habito de leitura. habito de leitura durante participado 0 das atividades 0 ali desenvolvidas. (Vide tabelas 1 e 5 e graficos 4 e 8). Grupo experimental, fase inicialque ja leram ate dez livros e cinco alunos, mais de dez livros, dentre esses, 0 quinze alunos 0 0 que representa 75%, responderam que constitui 25%, responderam que ja leram aluno dezessete respondeu ter lido mais de noventa livros; o aluno vinte, respondeu ter lido cinquenta livros; livros; 0 0 aluno quatorze disse ter lido quarenta aluno quinze disse ter lido trinta e seis livros e final mente aluno dezenove disse ter 0 lido doze livros. Ao analisarmos as respostas dadas pelos mesmos alunos na fase final do mesmo grupo experimental" obtivemos como respostas que quinze alunos, 75%, responderam ter lido ate dez livros e cinco alunos, 0 0 que representa que corresponde a 25%, responderam ter lido mais de dez livros ou nao souberam precisar. Urn fato que julgamos necessario salientar refere-se ao aluno que havia dito ter lido noventa livros na fase inicial, nesta fase, respondeu ter lido apenas dez livros, numero plenamente razoavel e condizente com 0 numero de livros lidos em sala de aula. o aluno que disse ter lido cinquenta livros na fase inicial; na fase final, disse ter lido apenas CInCO.0 aluno que disse ter lido quarenta livros na fase inicial; na fase final, nao S Of', Universldade Feaeral de Pernambuco Programa de Pos·Gradu39ao em letras soube precisar. 0 aluno que disse ter lido na fase inicial trinta e seis livros, na fase final, disse ter lido apenas onze livros. Diante dessas informac;5es, podemos concluir que os alunos ao responderem questiomirio inicial talvez nao tenham levado a serio as respostas ali fornecidas nao representavam 0 0 trabalho que estavarnos realizando, e a realidade. Depois do trabalho ern sala, percebernos que os alunos se compenetraram da irnportancia da pesquisa e derarn respostas que mais ou menos refletiam a realidade. Outro ponto que ressaltamos na analise das respostas do grupo experimental, fase final e que os seis alunos que responderam ter lido mais de dez livros, na fase inicial, agora, na fase final, responderam ter lido ate dez livros, 0 que e perfeitamente aceitavel tendo em vista que durante nossa pesquisa lemos varios livros. Assim, aqueles que nao haviam lido ate dez livros, agora podem ate ter ultrapassado esse numero. Para a me sma pergunta feita ao grupo de controle, fase inicial, obtivemos como resposta que quinze alunos, 0 que representa 71,4%, leram ate dez livros e seis alunos, 0 que representa 28,6%, ja leram mais de dez livros. Alguns desses alunos, a exemplo do grupo experimental, provavelrnente por brincadeira, disseram que leram quatrocentos livros, como e o caso do aIuno dezoito do grupo de controle. 0 aluno dois disse ter lido noventa livros,o aluno urn, disse ter lido cinquenta livros, 0 aluno treze, disse que leu trinta e quatro livros; aluno quatorze, disse ter lido dezoito livros e finalmente 0 0 aluno nove, disse ter lido onze livros. Ja na fase final do mesmo grupo, as respostas foram diferentes: a quantidade de alunos que leram ate dez livros foi apenas nove alunos 0 que representa 42,8% e doze alunos, o que representa 57,8%, disseram que leram mais de dez livros ou nao souberam precisar. Embora 0 percentual dos que disseram ter lido mais de dez livros tenha aumentado, nenhum aluno disse ter lido quatrocentos livros, por exemplo. Os resultados foram os seguintes: 0 aluno tres que na fase inicial disse ter lido oito livros, agora disse que leu quinze, julgamos que essa resposta possa ate representar a realidade, pois, apesar do pouco tempo para a leitura dessa quantidade de livros, isso nao e impossivel. (vide tabelas 2 e 6 e graficos 5 e 9). 5; Tente lembrar que livros voce leu. Grupo experimental, fase inicial- quinze alunos, 0 equivalente a 75%, responderam que jit leram livros de hist6rias infantis e apenas cinco alunos, 0 correspondente a 25%, responderam ter lido outros tipos. Se compararmos as respostas acima com as constantes do item do is em que apenas 55% dos alunos responderam ter lido livros diversos, haveremos de perceber que as respostas sac contradit6rias. Achamos que durante a fase inicial os alunos nao responderam de forma consciente. As respostas dadas por eles sobre a mesma pergunta feita na fase final foram as seguintes: dezoito alunos, 0 que representa 90%, responderam que leram hist6rias infantis, apenas dois alunos, 0 que equivale a 10%, responderam que leram outras coisas. Como vimos, os resultados foram compativeis com 0 trabalho realizado durante a pesquisa, ocasiao em que fizemos a leitura de titulos infantis. E possivel que os dois que responderam que leram outras coisas, estivessem se referindo aos outros textos, que tambem foram trabalhados em sala de aula, como os contos: 0 Justo, 0 Casaco, Missa do Galo, dentre outros. Do grupo de controle, fase inicial- apenas sete alunos, 0 que corresponde a 33,5%, responderam ter lido hist6rias infantis, seis alunos, 0 que representa 28,5%, responderam nao lembrarem do que leram e oito alunos, 0 que representa 38%, deram outras respostas. Jit na fase final~ os resultados responderam foram os seguintes: onze alunos, 0 correspondente que 1eram hist6rias infantis, e quatro alunos, 0 que representa a 52,3%, 19,1%, nao responderam ou disseram nao lembrar e seis alunos, ou seja, 28,6% responderam ter lido outros assuntos. Se observarmos as respostas nas duas fases, percebemos a coincidencia do tipo de resposta "nao lembrar 0 que leu". Esses resultados parecem evidenciar imaturidade por parte dos alunos. (vide tabelas 3 e 7 e gritficos 6 e 10). Grupo experimental, fase inicial - dezesseis alunos, 0 equivalente a 80%, responderam que a leitura ajudou em muitas coisas, apenas quatro alunos, 0 que representa 20%, deram outras respostas. Na fase final treze alunos, 0 que represent a 65%, responderam que a leitura os ajudou em muitas coisas, enquanto que sete alunos, 0 que corresponde a 35%, disseram que a leitura os ajudou no desenvolvimento de outras 1eituras. Como podemos observar, as respostas entre as duas fases foram diferentes, 0 que nos leva a concluir que houve urn despertar, no que diz respeito a importancia atribuida a leitura pe10s alunos pesquisados, uma vez que foram capazes de perceber que a leitura pode despertar a capacidade de associar conhecimentos ja interiorizados, de fazer compara90es de leituras de outros textos, de fazer leituras que ultrapassem a simples decodifica9ao do signa linguistico, inclusive lendo 0 implicito para melhor entender 0 Quanto ao grupo de controle, fase inicial- explicito. apenas oito alunos, 0 que representa 38%, responderam que a leitura contribui para muitas coisas, enquanto que treze alunos, 0 que corresponde a 62%, deram outras respostas. Ja na fase final - apenas dois alunos, 0 que representa 9,5%, responderam que a leitura os ajudou em muitas coisas, enquanto que oito alunos, 0 correspondente a 38,1 %, nao responderam it pergunta; urn aluno, ou seja, 4,7%, respondeu que a leitura nao 0 ajudou em nada, talvez por quase nao ter lido; dois alunos, ou seja, 9,5%, disseram que nao sabiam responder e os demais oito alunos, 0 que representa 38,3%, deram outras respostas. Se tra9armos urn paralelo entre as duas fases desse grupo de controle percebemos que as respostas dadas na fase inicial sao mais consistentes, ja na fase final, os alunos estavam talvez mais dispersos, 0 que podera explicar por que oito nao responderam nada e outros dois disseram nao saber responder. Isto podera ser interpret ado como falta de uma a9ao de leitura que conduza 0 aluno a buscar sentido do texto e que nao se esgote como diz Freire (2000: 0 11) na "decodifica9ao pura da palavra escrita ou da linguagem escrita", mas que antecipa e se alonga na inteligencia do texto podendo variar conforme 0 tipo de leitura que se faz dele. (vide tabe1as 3 e 7 e graficos 6 e 10). Grupo experimental, responderam que a leitura responderam que e fase inicial - e uma sete alunos, 0 que corresponde atividade cansativa e treze alunos, 0 a 35%, correspondente a 65%, uma atividade prazerosa. Jit na fase final apenas tres alunos, 0 que e uma atividade cansativa e dezessete alunos, 0 a leitura e uma atividade prazerosa. Observando os corresponde a 15%, responderam que a leitura que corresponde a 85%, responderam que resultados acima, percebemos que ap6s nosso trabalho junto a esses alunos houve mudan9a no que concerne it aceita9ao da leitura. Houve crescimento significativo no numero daqueles que acham a leitura uma atividade prazerosa; como podemos observar, na fase inicial eram treze alunos, enquanto na rase final~ os que achavam a leitura uma atividade prazerosa foram dezessete alunos. Na pesquisa aplicada ao grupo de controle, rase inicial - apenas tres alunos, alunos 0 0 que equivale a 14,2%, responderam que a leitura e uma atividade cansativa e dezoito que representa 85,8%, responderam ser a leitura uma atividade prazerosa. Ja na rase final, oito alunos, treze alunos, 0 0 equivalente a 38%, responderam que a leitura e uma atividade cansativa e que representa 62%, a veem como uma atividade prazerosa. Se tra<;armos urn paralelo entre os dois momentos, observamos que na rase inicial, apenas tres alunos, equivalente a 15%, responderam que a leitura final, esse numero cresceu para oito, 0 e uma atividade 0 cansativa, enquanto que na rase equivalente a 40%. Isso podeni ser justificado pelo fato de que no momento da aplica<;ao do questionario inicial quaisquer livros, ou nao tivesse 0 0 aluno ainda nao tivesse lido devido preparo para a compreensao da leitura, mas com passar do tempo, deve ter lido algum livro, 0 que certamente 0 0 levou a achar a leitura uma atividade can sativa. (vide tabelas 2 e 5 e graficos 5 e 8). Grupo experimental, rase inicial - os vinte alunos, 0 que representa 100%, responderam que sim, a leitura contribui para se aprender mais. Na rase final, obtivemos a mesma resposta, isto nos mostra que, nesse particular, os alunos mostraram-se firmes desde 0 inicio da pesquisa e demonstraram que a leitura contribui para seu crescimento, se nao leem e, provavelmente, porque nao ha quem os oriente, ou porque nao ha livros na escola. No grupo de controle, tanto na fase inicial quanta final, obtivemos os mesmos resultados do grupo experimental, ou seja, 100% dos alunos responderam que a leitura contribui para se aprender mais. Com isso, chegamos it mesma conclusao a que chegamos com 0 grupo experimental, ou seja, tern consciencia da importancia da leitura para 0 crescimento do individuo, mas fatores adversos os impedem de penetrar no mundo da leitura. Grupo experimental, rase inicial - dez alunos, que varias coisas lhes interessam e dez alunos, respostas, enquanto 0 0 que represent a 50%, responderam que corresponde a 50%, deram outras na rase final, todos os vinte alunos, ou seja, 100%, deram respostas as 64 mais diversas possiveis, no que se refere aos seus interesses ao lerem urn livro. As repostas variam desde 0 titulo, ilustra<;5es, hist6rias, personagens, dentre outros. Comparando esses resultados, havemos de observar que entre a fase inicial e a final houve por parte dos alunos uma mudan<;a no modo de pensar, pois na fase inicial" 50% dos alunos responderam, que quando leem urn livro varias coisas lhes interessam, ha uma indefini<;ao, nao sabiam sequer 0 que gostaria de encontrar num livro, uma vez que quase nao liam. Ja na fase final" houve unanimidade na diversifica<;ao do interesse de cada aluno, ou seja, agora ja sabem especificar o que lhes interessa numa leitura. Frente a isso, podemos inferir que, no atual estagio, os alunos despertaram 0 senso critico. Grupo de controle, fase inicial- doze alunos, que tudo que ha no livro lhes interessa, tres alunos, 0 0 que representa 57,1%, responderam equivalente a 14,7%, responderam que seu interesse SaGas hist6rias, enquanto que seis alunos, 0 equivalente a 28,7%, deram outras respostas. Na fase final obtivemos as seguintes respostas: dois alunos, responderam que 0 0 0 que representa 9,5%, que mais lhes interessa SaGos poemas: dois alunos, ou seja, 9,5%, nao M nada que lhes interesse, os demais, quinze alunos, ou seja, 71,5% deram diversas respostas, mas nao foram capazes de especificar seus interesses. Ao contrario dos alunos do grupo experimental, os do grupo de controle, em sua maioria, talvez por nao serem incentivados a ler, nao SaGcapazes de definir 0 que lhes interessa. (vide tabelas 3 e 7 e gnificos 5 e 10). lO} A escola em que voce estuda propicia condic;oes para que voce possa fer lido alguns livros? Grupo experimental, fase inicial" onze alunos, urn percentual de 55%, responderam que sim, a escola propicia condi<;5es para a leitura de alguns livros, enquanto nove alunos, percentual de 45%, responderam que nao. Ja na fase final 0 dez alunos, ou seja, 50% dos alunos, responderam positivamente que a escola propicia condi<;5es para que eles possam ler alguns livros, e dez alunos, 0 que representa 50%, responderam que a escola nao propicia condi<;5es para uma boa leitura. Diante das informa<;5es acima, podemos observar que em numeros absolutos quase nao houve mudan<;a entre os dois momentos de aplica<;ao do questionario, entretanto achamos que em numeros relativos ha urn crescimento. Na verdade, sabemos que realmente a escola nao oferece condi<;5es razoaveis de leitura, ja que bibliognifico e infimo 0 acervo e nao tomamos conhecimento de qualquer proposta de enriquecimento da minibiblioteca existente na escola. Grupo de controle, rase inicial - qUlllze alunos, 0 que representa 71,4%, responderam que sim, a escola propicia condi<;oes para a leitura de alguns livros, e seis alunos, 0 que representa 28,6%, responderam que a escola nao propicia condi<;oes para a leitura de nenhum livro. Na rase final, apenas dez alunos, 0 que corresponde a 47,3%, responderam que sim, a escola propicia condi<;oes para a leitura de alguns livros e onze alunos, ou seja, 52,7% responderam que nao, a escola nao propicia condi<;oes para a leitura de quaisquer livros. Nesse grupo, observamos que os alunos, a exemplo da fase inicial, parece nao terem levado a serio 0 questiomirio, uma vez que a quantidade de livros existentes na escola, talvez nao possa oferecer condi<;oes para uma eficiente leitura. (vide tabelas 1 e 5 e gnificos 4 e 8). Grupo experimental, rase inidal - dezessete responderam que sao eles mesmos que escolhem 0 alunos, que h~em e apenas tn§s alunos representa 15%, responderam que sao outras pessoas que escolhem final, todos os alunos, escolhem 0 0 que representa que vao ler. Entendemos que 100%, responderam 0 que representa 0 0 85%, 0 que que eles leem. Na fase que sao eles mesmos que acrescimo de tres alunos a essa resposta de que a escolha do livro a ser lido e sua, comparada it fase anterior, representa um crescimento do grupo durante a fase de pesquisa, pois agora todos independem de alguem para escolha do livro a ser lido. Grupo de controle, rase inidal - dezenove responderam que sao eles mesmos que escolhem 9,6%, responderam que outra pessoa escolhe 0 0 alunos, 0 que representa 90,4%, que leem e somente dois alunos, ou seja, que leem. Na fase final, vinte alunos, 0 que representa 95,2%, responderam que eles escolhem suas leituras e apenas urn aluno, ou seja, 4,8% respondeu depender de outra pessoa para a escolha de sua leitura. Observando as respostas fornecidas pelos alunos dos dois grupos nas duas fases, percebemos que e provil.vel que tais respostas nao representem a realidade, uma vez que, como vimos, a escola nao dispoe de uma farta biblioteca e os pais dos alunos possivelmente tambem nao disponham de livros em casa, pois nao possuem condi<;oes financeiras para aquisiyao de livros, entao, se alguns livros sac lidos, provavelmente, sac indicados pelos professores, ao tempo em que esses mesmos professores talvez indiquem tambem 0 lugar em que ha bibliotecas com farto acervo bibliografico, dai concluirmos que as respostas parecem sem consistencia. (vide tabelas 4 e 8 e graficos 7 e 11). Grupo experimental, rase inicial - dezessete alunos, 0 que representa 85%, responderam que sim e apenas tres alunos, ou seja, 15%, responderam que nao, em sua cas a ninguem tern 0 habito de leitura. Na rase final esse numero diminuiu para dezesseis alunos, ou seja, 80%, responderam que sim e quatro alunos, 0 em sua casa nao ha alguern que leia habitualmente. que representa 20%, responderam que 0 aumento no numero daqueles que disseram que em sua casa nao hi alguern com habito de leitura, mostra que houve urn crescimento no que respeita ao cornprornisso com a pesquisa. Se observarmos 0 grau de escolaridade dos farniliares desses alunos haverernos de perceber que e dificil eles lerern habitualrnente, dai ser dificil acreditar que em casa haja hibito de leitura em 85% dos alunos pesquisados. No grupo de controle, rase inicial - dezessete alunos, responderam que sim, que existe em sua casa alguem que tern final, dezenove alunos, 0 Ie que representa 80,9%, habito de leitura. Na rase que represent a 90,4%, responderarn que em sua familia ha alguern que Ie habitualmente e somente dois alunos, familia ninguern 0 0 0 que representa 9,6%, responderam que em sua habitualrnente. Tra<;ando urn paralelo entre as duas fases, encontrarernos que na rase finat os alunos continuam fornecendo dados que parecem nao corresponder realidade, principalmente se levarmos em considera<;ao 0 grau de escolaridade a de seus farniliares, conforme dados constantes do capitulo anterior. (vide tabelas 1 e 5 e graficos 4 e 8). Grupo experimental, responderam rase inicial - qumze alunos, 0 que corresponde que urn born livro e aquele que e born para se ler e cinco alunos, corresponde a 25%, responderam que urn born livro e dezessete alunos, 0 0 a 75%, 0 que de literatura infantil. Na rase final~ correspondente a 85%, deram respostas diferentes desde aquele que tenha 67 bons textos, que tenha boas poesias, que tenha uma boa leitura, e romances, dentre outras; tres alunos, ou seja, 15%, disseram que san aqueles que san bons para se ler. Ao compararmos 0 grupo experimental em momentos diferentes, encontramos resultados diferentes, ou seja, na e aquele rase inicial" quinze alunos responderam que um bom livro que e bom para se ler. Esta resposta nos mostra um certo grau de observa<;ao. Ja na rase final, esse numero diminuiu para tres, ou seja somente 15% dos alunos deram essa resposta. Isso nos mostra que houve uma mudan<;a no modo de ver a leitura, pois dizer que um livro nao e resposta. Se compararmos a resposta que diz que bom livro e infantil, havemos de observar que tambem esta infantil e born e bom porque e e born para ler aquele de literatura uma resposta vaga, pois dizer que livro nao acrescenta nenhuma informa<;ao, uma vez que na literatura infantil, ha livros que podem ser considerados bons e outros nao, dependendo do gosto e da exigencia do leitor. Grupo de controle, fase inicial - quinze alunos, que um bom livro e aquele que e born 0 que representa 71,4%, disseram para se ler e seis alunos, 0 que representa 28,6%, responderam que urn born livro para ser lido e aquele que trata de literatura infantil. Na fase final dois alunos, 0 que representa 9,5%, responderam que nao sabem 0 que e urn born livro, dois alunos ou seja 9,5%, nao responderarn a pergunta e dezessete alunos, ou seja, 81%, derarn respostas divers as, desde livros bons san os de fic<;ao, de a<;ao, de historias em quadrinhos, aqueles que san bons, dentre outros. As respostas dadas peIo grupo de controle nos levam a crer que os alunos nao se dao conta da importancia da leitura e que, talvez por isso, nao se preocupam com a qualidade 0 que leem. A leitura e sem notoria a diferen<;a entre duvida, imprescindivel para 0 aluno que tem 0 0 despertar do senso critico do aluno. E habito de ler e 0 que nao faz da leitura uma prcitica costumeira , podendo ser comprovado pelo tipo de respostas fornecidas pelos alunos dos grupos experimental e de controle. A leitura e pois, indispensavel, para a forrna<;ao de cidadaos criticos. A seguir, apresentamos a analise grafica desses questionarios, objetivando visualizar melhor as respostas fornecidas pelos alunos pesquisados. Alunos 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. Grupo experimental N° da pergllnta 3 8 10 12 N S N S N S N S N 1 S X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X N N° da per21 nta 3 8 10 12 S N S N S N S N X X X X X X S X X X X X X X 1 X X X X X Grupo de Controle . X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X I I Alunos N° de perguntas 2 Grupo experimental Diversas 1 2 3 X L. Jornais X X X 10 X X 11 7 n X 14 X X 15 kJ X X X 3 X 5 40 36 X X X 4 X X X 12 50 X X Quant X 50 90 X X 8 X X X X X X X X X X X X X 90 X X X :n 10 8 X I? 18 19. L. Texto 2l o grupo 3 X 10 11 (j'J 0 e> ~ O.l ....J > iS 0 ICtl 0U O.l ~ O.l .•... C O.l "0 Ctl "0 :;::l X 5 X 0 34 18 X 6 5 X X X 4 experimental c ttl ::::l a 4 1 400 2 7 X a. () 2 3 7 ;i.;u' (;;> ~ it Programa de POS.Grad~;\ao em lelras P X X X X X X X 1 • grupo de controle (j'J C 5 X X X X 7 4 X X X X 10 X Jornais X 10 12 Diversas X X X X 3 8 X X 2 L. X X 4 X X P Grupode controle X 2 X IJ C X 4 3 X X X 6 7 8 9 I Quant Texto 4 5 7 4 L. I N° de perguntas X X X X X X X X X X X X X Alunos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 D Grupo experimental 5 Hist. Infantil X X X X X X X );I. 15 E 17 E 1l Zl :J X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 9 Varias coisas Ontro X X X X X X X X n II B Ontras N° de pen!untas 6 Muitas Ontro coisas X X X X X X X X X X Grupo de controle Hist. Infantil X 5 Nao Lembro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X N° de perl!lllltas 6 Muitas Ontro Outro coisas X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 9 Varias coisas i Outro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X o grupo experimental • grupo de controle X X X N° de perguntas Alunos I. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. II. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 2I. Grupo expelimental 11 Eu mesmo Outro Bom pi ler Leit. Infantil X X X X X X X X X X X X X X X X Grupo de controle 11 Eu mesmo X X X X X X X X X X X X Outro Bom pi ler Leit. Infantil X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 13 X X X X X X X X X X N° de perguntas 13 X X X X X X X X X X X X X X X X X Dgrupo experimental • grupo de controle Alunos Grupo experimental 1 S 1 X 2 3 4 5 6 7 8 5) X X X X X X X X X 10 11 12 13. 14 15 16 17. 18 19 Xl X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 21 120% 100% 80% 60% 40% 20% N° de pe~ntas 3 10 8 N S N S N S N X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X 12 S X 1 S X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X x X X X N° de per!mntas 3 8 12 10 N S N S N S N S N X X X X , X X X X X X X X X X X X X X N Grupo de controle X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Grupo AJunos experimental 1 2 3. 4 5. 6 N° de perguntas 2 4 L. Jornais Quant. Texto X X 08 X 10 X 08 L. Diversas X X X X X X 7. X 8 X X X X X 9. 10. 11. 12 13. X 14. 15. 16. 17. 18. X X X X X X X 19. :ll. 21. 08 03 10 X 7 e X X X X X 10 X X X X X X 06 03 07 15 Varios X X L. Diversas X X X X 11 X 50 X Nao sabe X X X X X 10 20 20 06 03 X X X X Varios X Varios 11 X X X X X X X Perde conta X X X 04 10 04 10 15 14 X X X X X X X Varios 12 10 '.".'-. grupo experimental _ ~ --'- ! i U) !U) 0 U) 10 l- J,L (]) '> 1.1-1 .2:: I1 U) 'mc l- ...,0 ,.- ,.- 0 0 .•.... .•.... :.:J> ><(]) ,(]) 0 l- l- 0 ill e::( '"0 if) Cl '8 ::E I 2 4 (]) m U) ..0 m if) 0 l- (]) oNe 1m ~ Z CL m > :;:; m U) m () - ---_._ 7 e .. -.~-.. _ - . IIJlr~po9~~()~l!.t~!~__ . P X X X X 10 30 15 10 X X 04 10 06 10 05 N° de perguntas 2 4 L. Quant. Jornais Texto X X X X X X Grupo de P controle X X X X X X X X X X X X X X X X X Alunos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 D Grupo experimental 5 Hist. Infantil Outras X X X X X 15 15 17 E X X X X X X X X X X X X X X X X X :Ii 1) X X X X Outro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X B 11 Varias coisas X X X X X X 9 X n 12 N' de perguntas 6 Muitas Outro coisas Grupo de controle 5 Hist. Infanti! Nao Lembro N' de perguntas 6 Muitas Outro coisas X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X c :r: C 11~ ctI ctI 'C .~ 'ctl 0 >0 X X X X X X X X X X o grupo '0 X X X X experimental II grupo de controle II) II) X X X X X X X X X II) Outro X 21 ctI II) 'C :;:; 9 Varias coisas I N° de perguntas I Alunos I Grupo experimental 1. Eu mesmo Outro Outros X X X X X X X X X X X X X X X X 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21. N° de I erguntas 13 11 X X X X Lit. Infantil Grupo de controle 11 Eu mesmo X X X X X X X X X X X X X X Outras Lit. Infantil Outros Lit. Infantil X X X X X X 100% 80% 60% 40% 20% 0% Outra Dutro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Eu mesma 13 X X X X X X X X X X X X X X X Neste item, analisaremos oito textos produzidos por alunos dos dois grupos: quatro produzidos na fase inieial e quatro na fase final. A eseolha, na fase inicial, se deu de forma aleat6ria. Ja na fase final, analisamos os textos dos mesmos alunos da fase inicial, objetivando comparar os textos produzidos nas duas fases. o aspeeto analisado foi inieial e final, objetivando 0 despertar do senso eritieo do aluno, eonsiderando as fases deteetar se a pratica de leitura na eseola eontribui para esse despertar. Ressaltamos que 0 tema desenvolvido foi 0 mesmo em todos os oito textos, analisados: a trailfao. Esse tema foi diseutido em sala de aula antes da leitura dos textos. Lembramos que os textos da fase inicial foram produzidos em marlfo de 2001 e os da fase final, em dezembro/200 1, e que os alunos do grupo experimental foram identifieados pela ordem alfabetiea, numerada de 1 a 20 e os do grupo de controle de 1 a 21. Os textos a seguir transeritos e analisados foram eseritos par alunos da sa serie D, e 6a serie C, grupos experimental e de eontrole, rases inicial e final. A seguir a transcrilfao e amilise dos textos 1(fase inicial) e 2 (fase final) do aluno 5, da 6a serie C, grupo experimental. Antes da amilise propriamente dita, vale relatar algumas dificuldades viveneiadas por nos durante a pesquisa. Como ja dissemos, nao tivemos contato com os alunos em anos anteriores, dai nao conheeermos 0 trabalho de leitura e produlfao de texto desenvolvido anteriormente em sala de aula com esses alunos. Pareee-nos que esse trabalho fora urn tanto elementar, visto que, inieialmente, tivemos algumas dificuldades, de tal forma que foi preciso desenvolver ayoes pedag6gicas estimuladoras/incentivadoras para que pudessemos "abertos" para a aprendizagem da leitura e produlfao de textos. eonquista-Ios, tomando-os Dutro ponto que destacamos foi nossa pesquisa; 0 pequeno espa<;o de tempo para desenvolvermos urn ana letivo, com uma carga hora-ria de apenas nove horas-aula semanais, uma vez que nao eramos professor da Escola, mas somente pesquisador, tendo a Escola nos concedido tais honirios. Mesmo aSSlm, durante as discussoes, situa<;oes extrac1asse constatamos quando da leitura em sala de aula, e em que os alunos se posicionavam, oralidade, argumentativa, critica e conscientemente trai<;ao. 0 que nos levou a perceber 0 do ponto de vista da diante do tema apresentado nos textos, a despertar do senso critico desses alunos. No entanto, quando da fase da produ<;ao do texto escrito, esses mesmos alunos nao conseguiram passar para 0 papel 0 posicionamento critico adquirido ao longo do processo. Acreditamos que isso se deva, em larga medida, it falta de dominio da escrita e it falta de pnitica de manifestar por escrito os seus pontos de vista. TEXTO 1 TRAI(:AO "Pra mim a traiyao e uma coisa muito feia par que todo mundo deveria prezerva a vida sem traiyao quando voce trai alguem eu acho que voce teni urn peso na conciencia muito forte nao poderemos trai ninguem principalmente quando essa pessoa que voce trai gosta de voce. Traiyao e orrive1 demais como mentir eu trai uma pessoa que a ter hoje leva este peso na conciencia ninguem gosta de ser traido principalmente a mae, 0 namorado. Nao todo tipo de traiyao que devemos ficar com raiva e nao perdoa tern traiyao que a pessoa faz mesmo sem pensar. Eu nunc a mais quero trai nem de jeito algum, quero preservar todos os meus amigos mae, pai, irmao e todos. TRAI(:AO A traiyao existe desde 0 comeyo do mundo, por ex. Quando Deus criou a terra, satamis queria ser igual a Deus mandando em tudo. Satamis era urn anjo born mas se tomou mau ele traiu Deus. Outro exemplo do passado e de Adao e Eva quando Deus ordenou nao comer do Froto proibido mas e1es comeram. Eles dois trairam Deus e passou 0 pecado para nos. Eu nao quero ser traido tanto quanta nos tambem. Eu ja trai muitos, mas depois peyo desculpas mas a desculpa nao vai fazer a pessoa parar de lembrar. Entao paremos de trair, se voce e traido nao gosta, mas que dizer que voce vai fazer a mesma coisa, trair 0 companheiro. Paremos de trair pois nao serve para 0 nosso bern, mas quero ver voce fazendo a mesma coisa (nao trair) vai tambem fazer isso e entao nao tera traiyao no mundo." Ao analisar os textos 1 e 2 percebemos que 0 autor ao iniciar 0 texto 1, apresenta tema traiyao dando sua opiniao a respeito dessa temMica e continua 0 texto fazendo 0 comparayoes entre traiyao e mentira, diz que aquela e horrivel, mas fala que ja traiu alguem. Como se pode observar no fragmento a seguir "nao todo tipo de traiyao que devemos ficar com raiva e nao perdoar tern, traiyao que a pessoa faz mesmo sem pensar", texto parece nao saber 0 que dizer, sendo assim urn tanto incoerente. 0 autor do Com isto, nao conseguimos entender qual a opiniao do autor sobre traiyao, pois ha momentos em que a define como atitude perdoavel; em outros, a caracteriza como atitude imperdoavel. Por outro lado, e dificil aceitar que alguem traia "sem pensar", sem se dar conta de que esta traindo. Verificamos tambem que 0 autor dispoe de pouco dominio da estrutura textual, uma vez que detectamos falhas na sequencia da exposiyao. Percebemos, enfim, que nos leva a inferir que 0 0 tema e visto quase exc1usivamente como adulterio, autor do texto dispoe de poucas informayoes sobre 0 0 que assunto. Em algumas passagens como " ... Eu nunca mais quero trai nem de jeito algum quero preserva todos os meus amigos, mae, pai, irmao e todos," percebemos que como explicitar organizayao seu pensamento, das ideias. Podemos talvez the falte exatamente perceber 0 autor nao sabe orientayao para melhor falta de organizayao das ideias; nao ha desenvolvimento do topico frasal. Pelo paragrafayao, exposto acima, podemos afirmar que dificultando 0 autor do texto a coesao e coerencia textuais, tern pouca nOyao de talvez porque tenha pouca experiencia com leitura e produyao do texto. E possivel que pelas mesmas razoes autor nao 0 se posicione criticamente, no texto escrito. Fato que nao vemos como uma falha do aluno, mas, talvez, como falta de orientayao que deveria ter recebido na escola. A seguir faremos a analise do texto 2 do mesmo aluno 5, da turma, 6a serie C, fase final, grupo experimental, e trayaremos urn paralelo entre os dois textos produzidos durante as fases inicial e final respectivamente objetivando observar se a leitura contribuiu para 0 despertar do senso critico do aluno-leitor. Ao analisar 0 texto, percebemos que 0 autor tern nOyao de traiyao, ja que apresenta varios exemplos de traiyao a partir de Eva e Adao ate os dias atuais. o mostra 0 primeiro exemplo de traiyao colocado pelo aluno e a traiyao de Satanas, isto nos conhecimento hist6rico e biblico do aluno. o segundo exemplo, pecado de Adao e Eva revela, alem da no<;ao de sequencia da Hist6ria, a conscientiza<;ao do aluno da consequencia des sa trai<;ao, e a tentativa de mostrar 0 mal que a trai<;ao po de ocasionar. No paragrafo quinto, 0 o nivel pessoal, estruturando 0 aluno da exemplo de sua pr6pria traiyao, trazendo 0 tema para texto de forma adequada, partindo do geral para 0 particular, caracterizando assim, urn avan<;o na estrutura<;ao do texto, se comparado ao texto urn. Tambem, principalmente verificamos, quanta it estrutura<;ao do textO, urn avan<;o substancial, nos elementos de coesao e coerencia. 0 primeiro paragrafo funciona como t6pico frasal do texto, fato que nao ocorre no texto urn. No segundo paragrafo 0 a primeira trai<;ao atraves de uma descri<;ao do principio da hist6ria humana. paragrafo, descreve a segunda trai<;ao da hist6ria humana, dessa trai<;ao. 0 quarto paragrafo tema sugerindo ao leitor sequencia, 0 0 0 autor mostra No terceiro alem disso mostra a consequencia autor conclui a parte da hist6ria geral e particulariza seu posicionamento. No quinto paragrafo, apesar da quebra da autor mostra ter nOyoes do maleficio da trai<;ao, uma vez que diz que de desculpas nao vai retirar as consequencias sugere, a titulo de conclusao, 0 trai<;ao, chegando mesmo a usar de tal ato. Nos dois ultimos paragrafos fim da trai<;ao, tenta persuadir 0 0 0 0 pedido 0 autor leitor a nao incorrer na verbo na forma imperativa "paremos de trair". Parece-nos que os aspectos apontados sao suficientes para que possamos dizer que houve 0 despertar do senso critico desse aluno, como tambem melhorou a sua capacidade de expressar-se por escrito. Apesar de 0 autor dos textos urn e dois analisados nao ter sido capaz de, no final da pesquisa, ter produzido urn texto bastante critico e coerente, revela contudo, de forma substancial, uma visao mais critica do tema em foco, 0 que leva a concluir que a estrategia de leitura que adotamos, apesar do pequeno espa~o de tempo, contribuiu para despertar nos alunos pesquisados uma postura critica que poderao desenvolver, se a escola the oferecer condi~5es para isso. Os textos a seguir, de numeros tres e quatro, foram produzidos pe10 aluno 10, da sa serie D, grupo experimental, fases inicial e final, respectivamente. TRAI<;AO "A trai~ao e uma coisa muito feia para todas as pessoas, quem trai outra pessoa deve se envergonhar, pessoa que fazem isso nao tern amor a vida. A trai~ao e feita por varias pessoas como por exemplo: irmao trai uma irma, namorado traiu a namorada e etc. A trai~ao e feita por que as pessoas deram confian~a para outra, por isso voce nao deve confiar em ninguem ao menos que essa pessoa seja seu amigo ou amiga a muito tempo. Na minha opiniao eu acho que trai~ao e uma coisa muito feia para todas as pessoas; as pessoas que traem umas as outras nao tern nenhum respeito". TRAI<;AO "Trai~ao e uma coisa muito ruim para todas as pes soas, se voce trai, claro que outra pessoa vai querer trair voce e assim 0 numero de pessoas traidoras no mundo cresce. Se todas as pessoas trairem 0 mundo ja nao vai ser 0 mesmo e sim urn mundo cheio de trai<;ao e odio, nos nao temos que trair outras pessoas nos temos que ser unidos. Todas as pessoas tern que ser amigos uma das outras. Trai<;ao e uma coisa muito feia por que trai<;ao e quase a mesma coisa da mentira tern pemas curtas porque sempre as pessoas acabam descobrindo tudo, se a pessoa descobrir e for uma trai<;ao muito dura pode ate acabando na cadeia por muitos anos. Por exemplo se uma pessoa trai uma senhora de idade com roubo de dinheiro ela tern duas op<;5es dizer toda a verdade a policia para que e1e fique preso na cadeia, ou perdoa-lo mas que de urn castigo ne1e de urn dia na cela e depois come<;ar sua vida normal sem trai<;ao" Ao analisarmos os dois textos percebemos que no tres, produzido durante a fase inicial oportunidade em que seu autor ainda nao havia recebido orienta<;5es teoricas acerca da leitura e produ<;ao de textos, tendo desenvolvido apenas algumas atividades de leitura em sala de aula, seu autor tenta tratar 0 tema apresentando a sua opiniao, porem inicia-o utilizando-se de vocabulos e express5es que apenas qualificam a trai<;ao. "trai<;ao para todas as e uma coisa muito feia pessoas" (0 grifo e nosso). Nesse mesmo texto 0 autor diz que a trai<;ao ocorre porque as pessoas dao confian<;a as outras. Como podemos observar na seguinte passagem: "A trai<;ao e feita porque as pessoas derarn confian<;a para outra, por isso voce nao deve confiar em ninguem ao menos que essa pessoa seja seu amigo ou amiga a muito tempo." Note-se que a confian<;a e vista de forma negativa, uma vez que ela e a responsavel pela trai<;ao. Como ja dissemos, nessa fase inicial, nao tinhamos orientado os alunos no que se refere a leitura e produ<;ao de texto, mesmo assim, 0 autor do texto tres foi capaz de estrutufCl- 10 e1ementarmente, inicio, meio e fim, embora nao tenha desenvolvido suficientemente tais partes, talvez porque ainda nao tivesse dominio dos seguintes pressupostos teoricos sobre leitura: relacionar a leitura de urn texto a sua propria leitura de mundo; relacionar leitura de urn texto a de outros textos; ler compreensivamente No texto quatro percebemos que bem como apos ter a no<;ao teorica diferente sobre 0 0 e ler nas entrelinhas e alern das linhas. autor, apos a a<;ao de leitura e produ<;ao de texto, de estrategias de leitura, apresenta posicionamento mesmo tema trabalhado em fases diferentes. Embora e uma "traiyao ainda se utilize de termos qualificativos, como podemos observar em: coisa muito ruim para todas as pessoas" (0 grifo e nosso), demonstra ja urn posicionamento critico. Podemos observar que 0 autor do texto e capaz de se posicionar diante de determinadas situayoes, como se ve no trecho "se voce trai, claro que outra pessoa vai querer trair voce e assim pessoas trairem, 0 0 numero de pessoas traidoras no mundo cresce. Se todas as mundo ja nao vai ser 0 mesmo e sim urn mundo cheio de traiyao e 6dio, n6s nao temos que trair outras pessoas tern que ser amigos uma das outras". o autor revela conhecimento do que e fazer justiya com suas proprias maos, embora nao concorde com esse tipo de comportamento, pessoa porque, segundo ele, cada vez traida tivesse a me sma atitude para com outra, cresceria Outro ponto em que se evidencia 0 0 que uma numero dos traidores. despertar da criticidade do autor e no que diz respeito it comparayao feita entre traiyao e odio, atitude e sentimentos diferentes, mas maleficos ao ser humano. Alem disso, 0 autor compara traiyao a mentira e diz que traiyao, como a mentira, tern pemas curtas. Compara traiyao a ciumes, e sugere ate que as pessoas traidoras devem ser severamente punidas, 0 que faz supor que 0 autor do texto classifica como crime a traiyao. Assim, embora ainda incipiente, pode-se notar urn despertar do senso critico em relayao ao texto anterior. Desse modo, 0 autor demonstra ao longo do texto, ter uma nOyao mais amadurecida e mais consistente a respeito do tema, 0 que, como vimos, nao ocorre no texto tres. Percebe-se tambem uma tentativa de estabelecer uma relayao de causa e consequencia. Pela produyao do texto quatro, percebemos que as leituras feitas pelo autor, durante a pesquisa, levaram-no a utilizar razoavelmente as estrategias metacognitivas, que caracterizam o comportamento do leitor maduro, pois derivam do contrale planejado e deliberado das atividades de compreensao de urn texto. Para Gibson e Levin (apud Kato 1995: 75) "a leitura e urn processo adaptativo dos prop6sitos que 0 leitor se coloca. Essa concepyao de leitura e a que consideraria urn leitor maduro, e nao 0 0 modelo de modelo de urn processo". Partindo desse pensamento poderiamos dizer que a ayao de leitura que desenvolvemos constitui-se em urn processo adaptativo, pois tinhamos urn proposito: despertar 0 senso critico do aluno atraves da leitura e como disse Kato (1995: 75) "sao relevantes ainda para uma leitura madura a capacidade de estabelecer metas bem definidas e de monitorar a compreensao, tendo em vista esses objetivos". Podemos observar que no texto quatro 0 autor parece ter em vista objetivos mais ou menos definidos embora nao tenha sido capaz de selecionar criterios para atingir tais objetivos. Isto nao quer dizer que tenhamos que fazer uma leitura buscando objetivos especificos - encontrar informacoes precisas -; ao contnirio, temos que ler objetivando compreender 0 texto. Neste caso, a consecuyao do objetivo geral pode estar no nivel do inconsciente, mas a dos objetivos especificos e sempre consciente, 0 que nao foi possivel com quatro, devido it exiguidade de tempo para desenvolvimento 0 autor do texto de praticas de leitura e de producao de texto. Leffa (1999) assegura que "a leitura deixa de ser urn encontro fortuito com consigo mesmo para ser urn encontro permanente com 0 0 texto ou outro. 0 leitor passa finalmente da categoria de excluido para a de participante". o e uma que se deseja leitura numa perspectiva interativa em cUJO processo os elementos leitor e texto, leitor e autor sejam as fontes do conhecimento envolvidas na leitura e que esses elementos estejam na mente conhecimento linguistico, ou ainda, 0 do leitor como conhecimento de mundo e leitor e outros leitores. A partir do momento em que cad a urn desses elementos se relaciona com 0 outro, no processo de interayao, urn se modifica em filllcao do outro. Com isso, podemos dizer que quando lemos urn texto e procuramos compreende-Io, estamos provo cando uma mudanca em nos mesmos, e essa mudanca, por sua vez, provoca uma mudanya no mundo. Partindo dessa concepcao, podemos inferir que a ayao de leitura desenvolvida por nos durante 0 periodo da pesquisa tenha contribuido para 0 como mostramos na analise da produyao dos textos, criticidade, fato que nao percebemos despertar do senso critico do aluno e, houve urn avanyo em seu poder de nos textos produzidos pelos alunos do grupo de controle, integrantes das mesmas series, mas que nao participaram da acao de 1eitura. Ao examinarmos 0 processo de leitura de tres perspectivas basicas - 0 texto, 0 leitor e a comunidade - nao partimos de elementos isolados para a analise do processo, mas de perspectivas diferentes, em que, independentemente da focalizac;ao dada num determinado momento, mantem-se a visao dos outras aspectos. Devemos, pois, observar a leitura em primeira mao do ponto de vista do texto, depois do leitor e finalmente da comunidade discursiva, descrevendo cad a uma dessas perspectivas nao como pontos de vista fixos, mas dinamicos, em mudanc;a constante, a medida que interagem durante 0 processo mais complexo da leitura (Leffa, 1999: 15-16). Partindo-se da perspectiva do texto, podemos dizer que hit na teoria da leitura urn movimento, que se inicia com a enfase que se dit ao texto, passando pela enfase que se dit ao contexto social. 0 estudo do texto po de ser relativamente simples, focalizando quest5es como a frequencia de palavras e organizac;5es sintittica da frase. A enfase no leitor envolve uma maior complexidade, tendo em vista, nao so experiencia de vida que antecede social procura examinar 0 a leitura 0 encontra com que acontece durante a leitura, mas a 0 texto. Finalmente, a enfase no contexte como urn fenomeno social restrito a determinadas comunidades e sujeito as suas normas, regras e restric;5es. Desse modo, podemos dizer que os alunos pesquisados receberam informac;oes novas sobre leitura, mas sem duvida alguma a experiencia que estes jit haviam adquirido tambem os ajudou no despertar do seu senso critico. Isso po de ser observado na estruturac;ao do texto, na utilizac;ao de elementos de coesao e coerencia, na capacidade de associac;ao da leitura de urn texto a leitura do mundo, da leitura de urn texto a de outro texto; na capacidade de comparayoes entre diversos textos; na capacidade de ler nas entrelinhas e alem das linhas e na capacidade de relacionar causas e consequencias de urn tema. Transcreverernos e analisaremos, a seguir, os textos cinco e seis da autoria do aluno 11, da 6a serie C, grupo de contrale, fases inicial e final respectivamente. TRAI(:AO A traic;ao significa disrespeito ao proximo de sua familia e de alguem amigo ou amiga, por isso por mais que a gente nao estejamos falando com a pessoa, so por que estar sem se falar, e voce vai e conta para outra pessoa aquilo que ele the falou e the pediu para nao contar e voce vai e conta isso e uma trai9ao que nunca ninguem pode fazer. Isso e outro tipo de trai9ao se voce esta namorando urn rapaz ou uma m09a e voce vai e namora outra e com outras e com outros isso e outra trai<;ao por que ninguem pode brincar com os sentimentos dos outros por que isso magoa muito como magoa. Outra trai9ao se voce esta fazendo algo de errado qualquer coisa e ninguem sabe principalmente seus pais, e vai a sua mae ou seu pai descobre aquilo que voce esta fazendo de errado eles vao ficar muitos triste, eles vao perder a confian9a em voce por mais que eles confiava em voce pensando que voce nunca ia decepcionar eles, eles vao perdendo a confianca em voce por mais que voce esteja falando a verdade eles nunca mais vao ter vontade de confiar em voce mesmo sendo alguma filha ou filho". TRAI<;Ao "A trai9ao ocorre todos os dias, marido trai mulher, mulher trai marido, como se nada tivesse acontecendo. Eu acho isso muito feio porque a pessoa traida nunca sabe que esta sendo passada para trais. Uma das trai9ao pior e aquela que pessoa trai com urn pessoa pior do que voce. Eu por exemplo ja fui traida por uma menina velha muito mais feia do que eu. Urn dia eu vi que meu namorado estava na festa com urn menina velha, fiquei com raiva mas nao fui pegar ela porque fiquei com medo dela, que eu fiquei com vontade fiquei". Ao analisarmos 0 texto cinco verificamos que trai9ao: a trai9ao enquanto infidelidade 0 autor apresenta varias especies de entre amigos e familiares; a trai9ao enquanto adulterio; a tra9ao enquanto perda de confian9a entre pais e filhos, respectivamente. 0 autor do texto, conseguira, de certa forma, uma estrutura textual, autor nao conseguiu se aprofundar no desenvolvimento ainda que incipiente. Porem 0 das ideias, tampouco utilizou os elementos de coesao e coerencia. Limitou-se somente a estrutura superficial do texto, nao Dessa forma, inferimos que talvez 0 aluno tenha tido pouca orientac;ao no que tange it leitura e produC;ao de texto. Comparando 0 texto cinco (fase inicial) e controle, observamos que 0 0 seis (fase final) do aluno 11 do grupo de autor nao somente nao desenvolveu suas ideias, como tambem involuiu quanta it estrutura textual, nao sendo capaz de desenvolver seus pontos de vista, muito menos aprofundar e relacionar a leitura de urn texto com outras leituras; nao teve capacidade de organizar 0 pensamento sequencialmente, as mesmas ideias, por exemplo. Alem disso, trata 0 incorrendo na incoerencia, repetindo tema de modo subjetivo e imaturo, nao 0 relacionando a causas e conseqiiencias sociais. Se no texto cinco nao houve uma manifestac;ao do senso critico adequado para a serie escolar, pelo menos, notamos uma certa organizaC;ao e sequencia das ideias; transcendendo 0 ambito individual e subjetivo, chegando, inclusive, a exemplificar varios aspectos da traiC;ao, fatos nao observados no texto seis, 0 que, alias, nao surpreende se considerarmos que esse aluno faz parte do grupo de controle, que nao estudou teoria sobre leitura e produC;ao de texto e muito menos foi alvo ac;5es pedag6gicas de leitura, durante todo periodo da pesquisa. Sendo assim, ao compararmos os textos cinco e seis observamos que apesar de terem sido produzidos, 0 cinco, em marc;o de 2001, e 0 seis, em dezembro do mesmo ano, nao ha diferenc;a no que se refere ao despertar do senso critico do autor. Como diz Goodman (1976, apud Kleiman, 1989:29), "a leitura e como uma atividade de interac;ao entre 0 pensamento e a linguagem", interac;ao esta que nao constatamos nos textos cinco e seis, ora analisados. Os textos a seguir, 7 e 8, transcritos e analisados SaG da autoria do aluno 13, da sa serie D, grupo de controle, rases inicial e final respectivamente. "Eu acho que a traiC;ao e pra que nao tern caniter porque eu acho que urn homem ou uma mulher quando estao casados, namorando ou ate mesmo noivo nao pode ser traido porque e1a fica muito sentida. 0 marido da minha irma s6 anda traindo ela mas ela nao liga 88 Eu ja namorei serio e os 3 namorados que ja tive nunca me traio quer dizer se ele acha me traio ele sabe disfan;:ar muito bem porque eu nunca fiquei sabendo. Mais se eu for traida alguma vez eu nao you brigar porque homem nesse mundo e 0 que nao fauta." "Traiyao e urn sentimento muito mais muito mesmo ruim nao tern explicayao, pois uma trai(fao e como urn tiro Pra mim e a pessoa e queda se sentir muito mau por ser traido pelo proximo, ou seja, por seu proprio amigo, digamos aquela pessoa que se diz amigo mas atras dava 0 pau a falar de voce pelas costas, digamos que isso chamamos de traiyao banal". Analisando 0 texto sete, observamos que apesar da nOyao distorcida do amor, 0 autor a trai(fao, porem a seguir, perdesequencia a organiza(fao da ideia que do texto demonstra urn certo senso critico no que diz respeito se na referencia a casos pessoais nao conseguindo dar come(fara, nao desenvolvendo a temMica, tornando, portanto, mais aprofundada do assunto, sem 0 desenvolvimento 0 texto carente de uma visao adequado e sem qualquer conclusao. Este aIuno ou teve pouca orientayao sobre leitura e prodw;:ao de texto, ou nao quis assumir qualquer compromisso com 0 que lhe foi solicitado. Fato constatado quando analisamos 0 texto oito, escrito nove meses depois de aula sistemMicas de outros professores. Analisando fim, que leve o 0 0 texto oito, percebemos a faha de uma estrutura basic a - inicio, meio e leitor a uma compreensao da mensagem ali proposta. autor do textO demonstrou muito pouco conhecimento do assunto e faha de desenvohura na escrita. Esperamos que essas poucas observa(foes, a partir da analise dos textos produzidos pelos alunos dos grupos experimental e de controle, tenham deixado claro que a utilizayao de estrategias de leitura adequadas pode despertar 0 senso critico do aluno. Em contrapartida, a falta de leitura ou a leitura apenas superficial pode afetar negativamente 0 aluno, chegando, em casos extremos, a afasta-lo dos livros. a """ Universidade Federal de Pernambuco Programade Pos·GraduayBo em letras CAPITULO V 6. CONSIDERA<:OES FINAlS Tomando por base os conceitos chave de interavao, de congnivao e de metagognivao, realizamos um trabalho que revelasse 0 despertar do senso cntico dos alunos de sa e 6a series de uma escola integrante do sistema estadual de ensino, situada na zona norte da cidade de Teresina, Piaui. o trabalho foi dividido em duas partes: a primeira teve inicio em fevereiro de 2001, quando fizemos os primeiros contatos com os alunos, objeto de nossa pesquisa, mostrando- lhes os objetivos do trabalho e metodologia que pretendiamos adotar. Em seguida, iniciamos 0 trabalho teorico sobre conceitos e estrategias de leitura. Logo depois de termos selecionado os textos, iniciamos 0 trabalho de leitura. No entanto, nosso trabalho nao foi bem sucedido. Nesse momenta optamos por outra metodologia. Iniciamos a leitura com textos infantis passando para textos infanto-juvenis, ate textos de escritores brasileiros renomados. A partir de enta~ fomos bem aceitos, e pudemos realizar nosso trabalho. Durante essa primeira fase, aplicamos um questiomlrio aos 41 alunos das duas turmas, sa serie D e 6a serie C, distribuidos em dois grupos; experimental com 20 alunos e de controle com 21 alunos. Ainda nessa primeira parte solicitamos a produvao de um texto, cuja temMica era a traivao. A segunda parte foi realizada a partir do desenvolvimento de atividades de leitura, ocasiao em que orientamos nossos alunos sobre estrategias de leitura, importancia de leitura, interavao autor/leitor, dentre outros assuntos. Em seguida, lemos, discutimos e procuramos compreender varios textos. Apos esse momento, orientamos os alunos para produvao de textos cnticos, com base na tematica - traivao. A escolha dessa temittica se deu apos discussao dos dois grupos, em conformidade com os assuntos que estavam previstos para as series em questao. Apos esse momento, solicitamos a produvao de um texto sobre tema, que foi analisado. Por fim, aplicamos novamente 0 mesmo mesmo questionario utilizado no inicio da pesquisa, objetivando verificar se tinha havido um despertar aluno. 0 do senso cntico do o contato com os alunos e a tentativa de associayao teoria/pnitica levou-nos, atraves da interayao autor/leitor, via texto, it construyao de urn saber prMico que nos forneceu condiyoes para observar se houve algum despertar do senso cntico do aluno. Na interayao autorlleitor, constatamos atraves da analise dos textos produzidos pelos alunos pesquisados que a leitura e de fundamental importancia para a compreensao do sentido do texto. Os dados obtidos neste trabalho, atraves do questiomirio, das entrevistas observayao direta e em situayao extraclasse, apontam para uma homogeneizayao e da da forma como os alunos pesquisados "viam" a leitura do ponto de vista da criticidade, parece que a leitura era feita apenas linearmente. Observamos que na fase inicial nao havia a intenyao de relacionar a leitura de urn determinado texto it de outros textos, nem fazer urn estudo da intertextualidade, nem multidisciplinaridade, tampouco ocoma a interayao autor/leitor. Percebemos tambem que quase nao havia urn trabalho planejado para a pnitica de leitura e quando havia era de forma esporadica e muito elementar, mantendo 0 aluno numa situayao de passividade. Os dados coletados durante a pesquisa revel am que os fatores que contribuiam para essa problematica eram, sobretudo, a falta de uma poHtica voltada para ayoes de leitura na escola publica, com consequente implementayao de bibliotecas comunitarias, e falta de coresponsabilidade da familia no processo de aquisiyao da leitura. A influencia da familia e dos valores culturais na formayao escolar contribui para 0 desempenho satisfat6rio do aprendiz. Dessa forma, percebemos que os resultados de nossa pesquisa, no tocante it quase inexistencia de leitura entre os alunos sac reflexos do contexto socio-cultural em que os alunos estao inseridos. A analise dos dados nos mostrou que os pais nao veem a leitura como prioridade para os filhos, 0 que explica os alunos nao gostarem de ler, ou terem feito pouca leitura alem do livro-texto. Nesse contexto, 0 desempenho satisfat6rio da leitura e tarefa apenas da escola, quando deveria ser urn trabalho conjunto, escola, familia e comunidade. Cremos que se a escola, a familia e a comunidade trabalhassem competentes. A nossa crent;a se fundamenta em parcena talvez tivessemos leitores no fato de que nos primeiros dias em que estivemos na escola percebemos uma verdadeira apatia dos alunos, ao passo que nos ultimos dias, muitos alunos demonstraram interesse pela leitura, procurando por novos textos. Como diz Tatiana Meira do Diario de PemambucoNiver El, 05.08.2001, "Brasileiros leem sim!" 0 que talvez lhes faltem sac estimulos, e boas bibliotecas. Percebemos ainda, que quase nao ha, projetos voltados para atividades de leitura, 0 0 desenvolvimento de que e preocupante. Alem da quase inexistencia de projetos de leitura, verificamos tambem que 0 livro e pouco utilizado na escola, seja por nao haver uma biblioteca com urn numero razoavel de titulos, seja porque os poucos exemplares existentes nao ofere cern nenhum atrativo. Por nao existir uma politica de leitura nas escolas, parece nao ser uma prcitica dos professores orientarem os alunos para aquisit;ao do habito de ler. Os dados da pesquisa revelaram que os alunos do gropo experimental corresponderam as nossas expectativas, tanto no que se refere as respostas fomecidas ao questionario, na fase final, quanta ao produzirem os textos. Assim, ao compararmos esses dados aos resultados dos alunos do grupo de controle, na mesma fase, percebemos conceme ao tipo de posicionamento alunos. Caracterizando-se, assim, 0 que hit uma diferent;a no que dos alunos. Fato constatado na analise dos textos dos papel da leitura no despertar do senso critico do aluno- leitor. E possivel, verificarmos que os alunos do grupo experimental, que leram os textos e participaram de nossas discussoes, sobre razoavelmente 0 tema trait;ao, foram capazes de produzir textos bons, sobretudo no que diz respeito ao uso dos elementos de coesao e coerencia, bem como souberam estruturar 0 texto, se compararmos aos textos produzidos pelos alunos do grupo de controle. A analise dos dados mostra que na produt;ao dos textos dos alunos do gropo experimental, fase final, os alunos levaram em considerat;ao a orientat;aO sobre estrategias de No que tange a pratica escolar, percebemos uma abordagem tradicional, ainda arraigada linearmente e servindo somente de pretexto para explorac;ao de conteudos da gram<itica normativa a modelos ultrapassados, que predominava e de forma muito tradicional, perspectiva: como a leitura realizada apenas quando a leitura deveria ser vista em outra a leitura critica e nao a leitura voltada para respostas de urn questiollClrio elaborado pelo professor sem nenhuma relac;ao com a mensagem proposta no texto, muito menos com a situac;ao vivida pelos alunos. Observamos, tambem que, no final da pesquisa, os alunos manifestaram desejo de continuar com esse trabalho de leitura critic a que iniciamos. Com isso, sugerimos nao s6 aos alunos, mas aos professores das diversas areas de en sino que continuassem esse trabalho em todas as series da escola. Cada vez que fazemos uma leitura, estamos descobrindo novo mundo, desde que essa leitura tenha como objetivo a compreensao critica do texto, pois, como diz Freire(2000: 11) "0 ate de ler nao se esgota na decodificac;ao pura da palavra escrita ou da linguagem escrita, mas que se antecipa e se alonga na inteligencia do mundo". Com efeito, ler e construir, com base numa relac;ao diaIetica bem dinamica entre as palavras e mundo. A compreensao do texto a ser alcanc;ada por sua leitura critica implica a percepc;ao das rela<;5es entre 0 texto e 0 contexto. Partindo dessa perspectiva procuramos verificar em que nive1 de percepc;ao de leitura os alunos do grupo experimental encontravam-se inicial e final e chegamos a conclusao nas fases de que estes alunos, na fase final, ainda que de forma incipiente, procuravam desenvolver urn ponto de vista no momento da produc;ao de texto, como se pode verificar nas anaIises dos textos expostas nesta dissertac;ao. 0 que, por sua vez, pode ser indicador de que fora feita uma leitura critica dos textos e que esta leitura serviu de embasamento para a posterior produc;ao textual. Sendo 0 livro instrumento fundamental para difusao do saber e cad a urn se apropria da realidade, nao podemos deixar nossos alunos 0 meio atraves do qual a margem da pnitica de leitura e, sobretudo, de uma leitura que busque a compreensao reflexiva do texto. Para isso e necessario que a escola disponha de recursos humanos competentes e urn razoave1 acervo bibliografico. o avanyo tecnologico e uma realidade, a necessidade de adequayao de novas tecnologias como elementos aliados it politica de leitura e indispensavel para que tenhamos sujeitos ativos e criticos. Veiculos de comunicayao como revistas, jornais, CD-Rom, programas de radio e televisao, sites, correio eletr6nico, sao recursos que, alem de possibilitar novas formas de comunicayao, geram mecanismos de produyao de conhecimentos (PCNs, Lingua Portuguesa, 1998), logo nao podemos nos distanciar dessa realidade. Embora nosso trabalho nao tenha como objetivos apresentar alternativas para as dificuldades encontradas, fazemos algumas sugestoes que podem atenuar a distancia entre 0 livro eo aluno: desenvolvimento de uma politica de leitura, envolvendo alunos e professores nao s6 da area de Lingua Portuguesa, mas das demais areas, de forma inter/multidisciplinar; estender-se as atividades da escola a toda a comunidade, visando a expansao da leitura a todos os segmentos, especial mente it familia; estipulayao de urn determinado tempo em sala de aula, para a pratica de leitura; criayao de urn espayO em sala de aula para produyao de texto, em seus diversos generos; criayao de bibliotecas e atualizayao constante do acervo bibliografico; promoyao de encontros com professores, escritores, contadores de hist6rias, pais e demais membros da comunidade para atividades de leitura; promoyao de eventos com a comunidade escolar para a pratica de leitura, nao uma leitura linear, mas a compreensao da leitura, visto que essa pratica quase inexiste nas escolas; criayao de uma comunidade leitora. Frente ao exposto, esperamos ter contribuido para uma reflexao acerca das questoes relacionadas ao despertar do senso critico do aluno-Ieitor. Esperamos, final mente, que os dados deste trabalho possam contribuir para discussao a respeito da leitura na escola, com vistas ao despertar do senso critico do aluno-Ieitor. BARZOTTO, Valdir Reitor (org.). Estado de Leitura. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1999. BORDINl, Maria da Gloria, AGUIAR, Vera T. de. Literatura: a forma~iio do leitor, alternativas metodolOgicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988. CAVACANTI, Marilda do Couto, Intera~iio leitor-texto: aspectos de interpreta~iio pragmatica. Campinas: Editora da UNICAMP, 1989. CATTANI, Maria Isabel e AGUIAR, Vera Teixeira de. Leitura no Primeiro Grau: a proposta dos curriculos. In: ZILBERMAN, Regina (arg.) Leitura em crise na escola: as alternativas do professor. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982. COSTE, Daniel - "Lire Ie sens" Le Francois dans Ie Monde n° 109, 1973. 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QUESTIONARIO APLICADO AO ALlJNO DA UNIDADE ESCOLAR CECEM OLIVEIRA NOME DO ALUNO: DA T A I__ =I-=--=--=--=--=--=-~-Q-U-E-S-l-'IO-N-'A-R-I-O-A-P-L-IC-A-D-O-I-)I-'~L-A-2-a -V-E-Z---SERlE TURMA __ 1) Voce ja leu algurna coisa'! Sim () Nao ( ) 2) No Caso de ter lido algo, diga.o (Iue leu. Livros diversos ( Apenas 0 Livro Texto ( . ) 3) Voce tern habito de ler'! Sirp ( ) . Nao ( ) 4) Na hipOtese de ter lido livro(s), quantos ja leu'! ---------------5) Tente lernbrar que livros ja leu. 7) Voce acha que a Icitura Cansativa () c urna atividadc cansativa ou prazerosa'! Prazcrosa ( ) 8) Voce acha que a leitura 'c<mtribui para aprcndcr Sirn () Nao ( ) 13) 0 que voce considera urn born livro'! .' rnais? 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 ~"-'" ~ f :t~ -tow O~O~ ~~ -t~ ~ '(JoJ~~ ~o AJ *~ ~~ VJ~ JAVV\ ~~ t\...Go-- 00Y\~V\~ 1:~ ,r ~ M. v..AJO- ~ ..- .,.0.:.,) OrV\}.l\r ..A 0-.- ~ t--Ul fk ~ ~~ ,,',I -"""' I eA ~ .lUA.- ()~. (AUJJ 11 ~K 1 PMMUP.d.~p.. vou; t~ " ~..e.~ !(\J)Ar- tor;\--<>-- .fit ~ 1MJo +~~ vot£. f\!\;'-tN\.y\-1\ 1./.)~ Q}4-0 II 1 1 .Q.M !LCL e.oV\/J f~upcaXwwK 1 \'.tM.~ o-.~ ~<O tr1~dQP- ~ ?~A~. r -t~ ~ t~~ ~ ~ d,c~~ ~ '0 ~ ~ f~ ~~ I\·v-..ll!~ ) ~ .- -l ~ ~ 1~~ \ ~\A.ko \ ~ ~~ I\}JAAA. ~¥\0 II , £J •.. 'V\ \fvLo-.o 1 1 MJA\f\CP- a vv-~VV\ M ~~o dt \ 1 ) L ~ ~ 11 ~ ~\f\v..,o~o. f\)~ 1 -r-UQ.I I M-W\ ~ /\I\A,~Wl ~~ ~W"\. o l~ flH/V ~ p~~ ~z~ ~yJjo ~-vuOO 'Ut9~ 1\1\." 12ol'~"~TV ~'AA~ .~~~ \ ~ jVUFJ) 0'> ~. o.A..f\ 'V~V-" .<j;WVV~'\ &:;, . ~~ ~"'" ~o ~ ~~ . r~1 ~ --- 1 , 1 tJ~1\J\~"«\ A ~ ~J\J:A 1(VJ~~0-'-0 ~v 'JIlt 2)J..)Jv) d~~ \J<- ~ ~c)o. Qx:;'\fVS-c,o 0 f)~~~ \5"'.!j~ ~~ fA-)1..JJ0 \-~O'"S ~~()VVn. \_. ~ \or,~ /';< O!U-~"-<D ~o ~)~F ~ ~ Uh 'YldiL~ G~~ ~ / <'j\J-"") ~ @ ( ~ iY\.-0- ~ 'ClJC\JJJ\ f>- ~ to ~~ ~L ~ ~--{A ~\:OJ ~ J OF- 0 fJ II fJ) ~~ ~¥ Ci'YJoLs ~ \l~ Y- iJ\.... ~~.I\\'~ d:c7f--!' ~ \-I\...t)-A~ ~~~~ t-.~ 1~ ~ -(A~ f j';:;;' , Ie~ ~~\-~JtJ c;lj\~'~'QV~~ ~ y,.t\.V) ~"" ~~-~ \;--~ (7w,&co ~\-o l \~ DL0 -J<ou.R0:0- ~ t7 CJo~Jo ~ ~~~ ~ ~ eQ.w('~ .ru.-.<J '"-vvto Ad,w ~ E.~ e-/.!> J tJ\~o tw vw, \-e:> 9~o iJO r~ ~\ .J...J..--J\r-- .~ t.JL'rI\.-u..(,,,,~, L.o~ \0 ~~ \ -~u ~ ~ I r 0\.. \:-&-~ (yo"", \.~ 0:: ~ \'~ 'V-O~ \&-~ &-- ~~ ~-to~ ;jl _£\-~~o t.W\~. " ~~ I CD~ltA.vv0\ ~jJ..JJ~ Go"f'(\ {)<YV\J\)_AI\J::J. 'IV \ tv--JL~ ~ \}ovZ- ~ . cY'" ~ ~ L' \A..N\Af\. V-ocC \-s-~ . tD<Jv\ ~~ (:,rrr-o C' _. ,\{} ~ ~v~ ~ ~ ~\ r Q.Dl~l~ 0--.~~' -t..t.-v\~ '()~~ ~~~ .\"-O~t0 'V.1> 'VJ..M~. '\ I :,. 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