FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E TECNOLÓGICAS - FACITEC Instituto de Ensino Superior Social e Tecnológico - IESST CURSO DE ADMINISTRAÇÃO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO MODALIDADE: ARTIGO EMPÍRICO MANUAL DE ORIENTAÇÕES Elaboração: Lore Manica Ribeiro Revisão Técnica: Nanete Ribeiro de Oliveira TAGUATINGA, JULHO DE 2012 CONSIDERAÇÕES INICIAIS Conforme definido pela RESOLUÇÃO CONSU Nº. 003/2008, de 18 de fevereiro de 2008, em seu artigo 3º, o Trabalho de Conclusão de Curso – TCC - é uma disciplina obrigatória do curso de Administração com 120 horas/aula e tem como objetivo a integração dos conhecimentos acadêmicos adquiridos, a aplicação dos conceitos básicos de pesquisa em Administração e o desenvolvimento da competência de estabelecer relações entre teoria e prática. É entendido como uma produção intelectual pessoal do aluno concluinte e caracteriza-se como uma fase de consolidação dos fundamentos científicos, técnicos e culturais do profissional da Administração. Em seu artigo 4º, a Resolução 003/2008 define que o Trabalho de Conclusão de Curso - TCC - constitui-se numa atividade acadêmica de sistematização do conhecimento sobre um objeto de estudo pertinente à profissão, desenvolvida mediante controle, orientação e avaliação docente, cuja exigência é um requisito essencial e obrigatório para a integralização curricular. Estabelece em seu artigo. 5º que a produção Acadêmico-Científica referente ao TCC será apresentada na modalidade de Artigo Completo de Natureza Empírica com relatos completos de estudos ou pesquisas concluídas, revisões de literatura e colaborações assemelhadas, tudo isso deve ser apresentado, a partir de temas relacionados à Administração, seguindo as normas definidas pelo Núcleo de Pesquisa da Facitec. Ao entregar o seu trabalho de pesquisa, o graduando concede à Facitec a licença de utilização do produto da pesquisa e autoriza sua publicação, com os devidos créditos de autoria, e a utilização por outros graduandos no desenvolvimento de suas pesquisas. Para tanto, os artigos anteriores estão organizados de acordo com o semestre e a linha de pesquisa e encontram-se à disposição na biblioteca como obra de referência e consulta. O Artigo 6º da referida Resolução estabelece as linhas de pesquisas para o curso de Administração cujos objetivos são: Gestão de Pessoas: identificar a percepção dos entes envolvidos nos processos de gestão de pessoas nas organizações em relação a todos os processos e subprocessos de gestão. Gestão de Clientes: identificar a relação de satisfação de clientes com empresas de diferentes setores e entre empresas fornecedoras e seus clientes. Gestão de 2 Logística: identificar junto às organizações pesquisadas fatores que interferem na logística empresarial e como esses fatores são percebidos pelos entes envolvidos. Gestão de Mercado: identificar nas empresas pesquisadas fatores que interferem nos processos administrativos de planejamento, organização, comando, coordenação e controle e como são percebidos pelos entes envolvidos. Os artigos, independentemente da linha de pesquisa escolhida, devem ter como parâmetros: enfatizar temas relevantes e atuais; primar por um referencial teórico atualizado; definir o problema de pesquisa de forma clara, observando sempre que o problema definido deve ser tangível; utilizar amostra representativa da população escolhida; apresentar uma conclusão clara, apontando as contribuições da pesquisa para a comunidade acadêmica; e adotar preceitos metodológicos (delineamento, procedimentos e instrumentos) sólidos. O presente Manual de Orientações tem como objetivo apresentar de maneira didático-pedagógica cada etapa do trabalho, desde a escolha da linha de pesquisa, da definição do tema e fixação do problema a ser pesquisado, passando pela construção do referencial teórico, pela construção de instrumento e pela coleta de dados, bem como pela análise dos resultados e montagem do artigo, concluindo com a preparação de um painel para apresentação aos avaliadores. Para tanto, o Manual foi construído em linguagem simples, buscando, por meio de exemplos, facilitar o entendimento do aluno e a orientação pelo professor. Não tem a pretensão de esgotar o assunto, mas de padronizar, diante das definições da Resolução CONSU 003/008, o trabalho de TCC e criação dos artigos acadêmicos baseados em pesquisa empírica. Esta apostila foi inicialmente criada em módulos os quais foram utilizados durante três semestres (1º e 2º de 2008 e 1º de 2009), que contaram com as contribuições, sugestões e críticas dos professores orientadores: Waldir Santos de Lima Filho, Alexandre de Paula e Silva e Arnaldo Cerqueira. As discussões aconteceram também com o coordenador do Curso, à época, professor Everton Ibargoyen Ribeiro, com o Coordenador Geral de TCC, professor Fernando Rego e com o Coordenador do Núcleo de Pesquisas professor Alexandre Magno Silvino. Todas as contribuições são muito bem vindas para que este trabalho seja constantemente atualizado e melhorado. E, neste sentido, registramos também as contribuições dos orientadores que atuaram e dos que vêm atuando junto aos 3 alunos do curso nos últimos semestres, professores Alexandre Domanico da Cunha, Arnaldo Cerqueira, Carlos Eduardo Marinho Diniz, Elaine Aparecida Teixeira Gonçalves, Jorge Luiz da Silva Viana, José Eduardo Gomides, José Péricles Freire Barroncas, Karl Marx de Medeiros e Waldir Santos de Lima Filho. Conte com seu orientador. Ele estará todos os sábados pela manhã à sua disposição na FACITEC. 4 ÍNDICE MÓDULO 1 – PROJETO ......................................................................................................................... 6 1. PLANEJAMENTO DA PESQUISA ................................................................................................................ 6 FICHA 1 -‐ DESCRIÇÃO DO MÓDULO 1 -‐ PROJETO ................................................................................ 10 MÓDULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 11 2. CONSTRUINDO O REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................................... 11 2.1 Definições ............................................................................................................................................. 11 2.2 Importância .......................................................................................................................................... 11 2.3 Pontos Importantes a Serem Observados ............................................................................................ 12 2.4 Forma e Tamanho do Referencial Teórico ............................................................................................ 13 2.4.1 Citação Direta -‐ Transcrição com até três linhas .................................................................................................. 13 2.4.2 Citação Direta -‐ Transcrição com mais de três linhas .......................................................................................... 14 2.4.3 Citação Indireta -‐ Paráfrase (citação interpretativa): ........................................................................................... 14 2.4.4 Citação de citação ................................................................................................................................................ 14 2.4.5 Dados obtidos em informação oral (palestras, debates etc.) .............................................................................. 15 2.4.6 Regras Gerais ....................................................................................................................................................... 15 2.5 Lista de Sites de Pesquisa ..................................................................................................................... 15 FICHA 2 – DESCRIÇÃO DO MÓDULO 2 -‐ REFERENCIAL TEÓRICO .......................................................... 16 MÓDULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA ....................................................................................... 17 3. CONSTRUINDO O INSTRUMENTO E COLETANDO DADOS ....................................................................... 17 3.1 Coleta de Dados ................................................................................................................................... 17 3.2 Elaborando um Questionário ou um Roteiro de Entrevista .................................................................. 18 3.3 Avaliação e Validação do Questionário ou Roteiro de Entrevista ........................................................ 19 FICHA 3 -‐ METODOLOGIA ................................................................................................................... 23 MÓDULO 4 -‐ ANÁLISE DE DADOS E FORMATAÇÃO DO ARTIGO .......................................................... 24 4. ANÁLISE DE DADOS – NASCE O ARTIGO .................................................................................................. 24 4.1 Formatação do Artigo .......................................................................................................................... 25 4.2 Modelo de Artigo .................................................................................................................................. 27 MÓDULO 5 – CONSTRUINDO O PAINEL E APRESENTANDO SEU ARTIGO ............................................. 31 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................................... 33 5 MÓDULO 1 – PROJETO Neste módulo você vai fazer o planejamento de sua pesquisa. Esta fase é extremamente importante para que você possa trabalhar de forma adequada, construindo seu artigo empírico a partir de uma pesquisa com todos os cuidados metodológicos necessários. 1. PLANEJAMENTO DA PESQUISA Tudo o que se começa precisa de definições sobre o que fazer, como fazer, onde se pretende chegar, enfim, quais os objetivos que se busca alcançar. Leia atentamente cada um dos itens abaixo, siga as orientações neles descritas e, em seguida, preencha a ficha, que se encontra no final deste módulo, com suas definições. 1.1 Definição da linha de pesquisa e do tema Para escolher uma linha de pesquisa e um tema, você deve primeiramente ler obras de referência sobre o assunto que está pensando pesquisar. Obras de referência são publicações feitas em livros por autores estudados durante a graduação e outros de reconhecida importância para o assunto que se pretende pesquisar. Podem também ser consultados artigos sobre o assunto, publicados em revistas científicas. Com certeza, essas primeiras leituras vão fornecer caminhos, autores e linhas de raciocínio que serão úteis ao longo de seu trabalho, especialmente para o levantamento do problema, para a delimitação do tema e para a definição dos objetivos da sua pesquisa. A escolha do tema deve recair sobre algo que realmente tenha importância pessoal para você, afinal, isso fará com que você tenha prazer em ler, buscar, pesquisar e descobrir novidades sobre o assunto, seja em bibliotecas, em livrarias ou pela internet. Um tema com significado pessoal é sempre melhor de ser trabalhado. Nesse momento, a definição é feita de maneira mais ampla sobre o campo do assunto que será estudado. Por exemplo, se a linha de pesquisa escolhida foi “Gestão de Pessoas” o tema poderá ser: “treinamento e desenvolvimento”. 1.2 Definição do problema de pesquisa Guimarães (informação verbal)1, ao prestar sua valiosa orientação no trabalho de dissertação de mestrado em administração da UnB, dizia: “Um problema bem definido não garante sozinho seu sucesso, mas um problema mal definido garante, com certeza, o seu fracasso”. Aqui está concentrada grande parte da ação desse primeiro módulo. Definir adequadamente um problema consiste em delimitá-lo de forma que se possa gerar objetivos tangíveis, hipóteses adequadas, orientar a linha de raciocínio do referencial teórico, bem como dar o norte do instrumento de pesquisa ou dos 1 Professor Dr. Tomás de Aquino Guimarães nas aulas de orientação à Dissertação de Mestrado de Administração, UnB, 1999. 6 dados a serem coletados e permitir uma conclusão que responda efetivamente a questão levantada. Percebe-se pela afirmação acima que, a partir da definição do problema, todas as outras etapas do trabalho são impactadas de alguma forma. Nesse contexto, utilize as referências, leia artigos publicados sobre o tema, faça perguntas a pessoas que trabalham na área de interesse para a pesquisa, discuta com seu orientador e, a partir desses dados, defina o problema ou o tema que será o foco do seu trabalho e que irá direcionar a sua pesquisa. Continuando o exemplo que foi citado no item anterior, o problema poderia ser: “Qual a percepção dos funcionários da empresa X sobre as ações de treinamento e desenvolvimento executadas nos anos de 2005 e 2006?” 1.3 Objetivo Geral e Objetivos Específicos O objetivo geral do seu trabalho deverá estar diretamente relacionado ao problema por você identificado, ou seja, é a ação (verbo) que buscará resposta. Está diretamente relacionado à principal variável de sua questão (problema), chamada de variável dependente. A explicitação desse objetivo deve ser precedida de um verbo de ação, como: identificar, reconhecer, perceber, que são mais generalistas. Ou ainda, de verbos como: analisar, comparar, estabelecer causa e efeito, que são mais complexos. Tudo depende da profundidade que se quer dar ao trabalho de pesquisa e consequentemente, ao artigo. Exemplificando, um objetivo poderia ser: “Identificar a percepção dos funcionários da empresa X sobre as ações de treinamento e desenvolvimento executadas nos anos de 2005 e 2006.” Os objetivos específicos estão relacionados aos ganhos agregados, isto é, àquelas informações ou resultados que poderão ser gerados, a partir do objetivo geral. Relacionam-se às chamadas variáveis independentes, isto é, àquilo que, de alguma forma, pode interferir no problema levantado, ou na situação problema identificada. Na sequência do exemplo acima, os objetivos específicos poderiam ser: 1. Identificar ações de treinamento que precisam ser reformuladas. 2. Identificar novas demandas de treinamento. 3. Identificar pontos fracos e pontos fortes das ações desenvolvidas. 1.4 Hipóteses - Questões a serem respondidas Pode-se dizer que a hipótese é uma suposta resposta ao problema suscitado, isto é, uma espécie de solução antecipada para o problema levantado. Para estabelecer as hipóteses é necessário que se tenha lido sobre o assunto e que a possível solução tenha fundamentação teórica, caso contrário, não se conseguirá confirmá-la ou refutá-la. As hipóteses podem ser estabelecidas a partir do conhecimento cotidiano do ambiente da pesquisa. Após a formulação do problema, (que deve ter sido feita em forma de pergunta) torna-se possível ao acadêmico construir as hipóteses que orientarão seu trabalho investigativo. Essas hipóteses serão testadas ao longo do trabalho, comprovando ou não a suposição feita. Elas devem ser diretas e conter apenas um conceito. Não se pode, por exemplo, definir que a falta de treinamento e sua má qualidade determinam a percepção 7 negativa. Nesse caso, um dos itens poderia ser verdadeiro e o outro não, o que faria com que a hipótese fosse “meio refutada, meio confirmada”, situação academicamente equivocada. Quando se quantifica as hipóteses, fica mais fácil, depois refutá-las ou confirmá-las, pois será uma questão de matemática ou de estatística simples, em que se trabalha com percentuais, ou mesmo com maioria simples. As hipóteses devem guardar coerência direta com a escala do instrumento de pesquisa, não podendo, por exemplo, a escala ser definida de uma maneira e as hipóteses de outra. Deve-se ter cuidado ainda, com as ciladas conceituais. Satisfação, por exemplo, não é a mesma coisa que percepção de qualidade. Pode-se perceber qualidade e não, necessariamente, estar satisfeito. O mesmo vale para motivação, que tem conceito de grande complexidade na área da psicologia. No exemplo que vem sendo trabalhado poderiam ser hipóteses: H1 - Mais de 80% dos empregados reconhece como excelentes, muito bons e bons os cursos ministrados. H2 - Menos de 80% dos empregados reconhece como excelentes, muito bons e bons os cursos ministrados. H3 - Mais de 60% dos empregados reconhece como ruins ou péssimos os cursos ministrados. 1.5 Levantamento Bibliográfico No primeiro item deste módulo, foi citado: “Para escolher uma linha de pesquisa e um tema, você deve primeiramente ler obras de referência sobre o que está pensando em pesquisar”. Nessa busca foram identificados autores, livros, artigos e mesmos sites da internet que diante do problema estabelecido trazem sustentação teórica ao objeto de estudo. A ordem que será utilizada para construir o referencial é apenas um primeiro esboço, podendo ser alterado durante o módulo dois, quando será construído o referencial teórico. Tanto a linha de raciocínio preestabelecida para o referencial, quanto a bibliografia inicialmente localizada são listadas e, no exemplo, que estamos trabalhando, poderiam ser: Exemplo de linha de raciocínio preliminar para o referencial teórico: 1. Administração – contexto e evolução 2. Administração de Pessoas 3. Treinamento e desenvolvimento 3.1 diagnóstico 3.2 planejamento 3.3 execução 3.4 avaliação Exemplo de Bibliografia Provisória: FLEURY, M.T.L FLEURY, A.C. Estratégias competências. São Paulo: Atlas, 2007. Empresariais e formação de LACERDA, E. R. M.; ABBAD, G. Impacto do treinamento no trabalho: investigando variáveis motivacionais e organizacionais como suas preditoras. Revista de Administração Contemporânea, v. 7, n. 4, p. 77-96, 2003. 8 MEISTER, J.C. A gestão do capital intelectual através das Universidades Corporativas. Markon Books, São Paulo, 1999. ROBBINS, S.P. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2005. ______________ Comportamento Organizacional. Rio de Janeiro. Ed. Prentice Hall. 9.ed., 2001. STEWART, Thomas A. Capital Intelectual: a nova vantagem competitiva das empresas. 5. ed., Rio de Janeiro:Campus, 1998. WOOD JÚNIOR, T. (Coord). Gestão Empresarial – Comportamento Organizacional. São Paulo: Atlas, 2005 9 FICHA 1 - DESCRIÇÃO DO MÓDULO 1 - PROJETO Aluno(a): _____________________________________________________ Professor Orientador:___________________________________________ 1. LINHA DE PESQUISA: ( ) GESTÃO DE PESSOAS ( ) GESTÃO DE CLIENTES ( ( ) GESTÃO DE MERCADO ) GESTÃO DE LOGÍSTICA 2. TEMA: ____________________________________________________________ 3. PROBLEMA: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 4. OBJETIVO GERAL: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 5. OBJETIVOS ESPECÍFICOS: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 6. HIPÓTESES: _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ 7. LINHA DE RACIOCÍNIO PRELIMINAR PARA O REFERENCIAL TEÓRICO E BIBLIOGRAFIA PROVISÓRIA _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ _____________________________________________________________________ OBS.: A FICHA 1 – DESCRIÇÃO DO MÓDULO 1 – PROJETO DEVERÁ SER ENTREGUE AO ORIENTADOR CONFORME CRONOGRAMA DE ATIVIDADES E CONSTARÁ DA DOCUMENTAÇÃO A SER REPASSADA À COORDENAÇÃO DO CURSO. 10 MÓDULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO Após a definição da linha de pesquisa, do tema, a delimitação do problema de pesquisa, o estabelecimento dos objetivos geral e específicos e a identificação das hipóteses possíveis; inicia-se a construção do REFERENCIAL TEÓRICO. 2. CONSTRUINDO O REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Definições Para Vergara (2004), o referencial teórico apresenta os estudos e conceitos sobre o tema, ou mais detalhadamente, sobre o problema constante em obras de diversos autores. No mesmo sentido, Cruz e Ribeiro (2004, p.117) destacam que “o referencial teórico constitui-se no embasamento que dá sustentação ao objeto de estudo”, sendo resultante de pesquisas bibliográficas a autores que relatam o tema e o problema em questão. Para fins da pesquisa e do artigo de TCC, o referencial teórico deve mostrar o “estado da arte”, ou seja, as últimas pesquisas e conceitos sobre o assunto apresentadas em publicações recentes. A partir das publicações de pesquisadores, professores e estudiosos da área, torna-se possível definir conceitos, estabelecer parâmetros comparativos, fazer análises e tirar conclusões a respeito do problema que está sendo pesquisado. A Resolução CONSU 003/008 estabelece, em seu artigo 22, que, se houver constatação de que o trabalho apresentado constitui-se em cópia de outro apresentado por outro autor, ou seja, confirmado se for confirmado o plágio, o(a) graduando(a) será sumariamente reprovado(a). 2.2 Importância O Referencial Teórico permeia todo o trabalho de pesquisa e a construção do artigo, conforme abaixo descrito: 1. No primeiro módulo a leitura de artigos e de outras fontes de referencial facilita a definição do tema e do problema da pesquisa e possibilita que essa primeira parte seja feita de forma clara e precisa, bem como permite estabelecer objetivos factíveis e hipóteses prováveis. Possibilita ainda, a construção da linha de raciocínio preliminar do próprio referencial e a identificação da bibliografia inicial. 2. No módulo dois é efetuada a construção específica do referencial teórico, permitindo um aprofundamento nas definições, fatores de interferência e aspectos significativos para a questão central da pesquisa. 3. No módulo três, ao construir o instrumento, o referencial teórico deve dar a sustentação necessária para que nenhum conceito importante dentro da questão da pesquisa fique fora do instrumento. Também permite a qualificação adequada dos itens que serão pesquisados de acordo com os objetivos propostos e as possíveis respostas às hipóteses. 4. No módulo quatro, quando da análise dos resultados da pesquisa, o referencial deve permitir a comparação desses com a teoria. Deve subsidiar a 11 identificação de resultados anteriores, apresentados em outras publicações, que retifiquem ou ratifiquem o problema pesquisado. Caso não exista, no levantamento feito e no trabalho que está sendo preparado, respaldo teórico para análise dos dados coletados, será necessário retornar às fontes bibliográficas e acrescentar, no capítulo do referencial teórico, os conceitos e as definições que permitam essa análise e uma argumentação sustentável das respostas aos problemas levantados. Pelo acima exposto, verifica-se que a construção do referencial teórico é a base para o desenvolvimento de um conhecimento empírico com valor acadêmico. 2.3 Pontos Importantes a Serem Observados O referencial teórico deve apresentar a evolução dos conceitos, partindo do geral para o particular, relacionando-os, interpretando-os e estabelecendo nexo com o problema da pesquisa. No modulo 1, você propôs uma linha de raciocínio, a qual deve servir de norte para suas leituras e anotações, o que não significa que não possa ser alterada durante a pesquisa se você entender que existe uma forma melhor de expor os conceitos pesquisados. Busque literatura recente, autores com trabalhos publicados há mais de cinco anos só se justificam num referencial de artigo quando são clássicos – Como falar de administração, por exemplo, sem falar de Taylor, Fayol ou de Drucker com suas obras que datam de 1950? – ou ainda, quando você quer demonstrar a evolução/mudança de um conceito. Conforme descrito no módulo 1, inicia-se com a leitura e atenta à obras de referência como enciclopédias, dicionários ou artigos já publicados sobre o assunto. Com certeza, essas primeiras leituras vão fornecer caminhos, autores e linhas de raciocínio que serão úteis em seu trabalho. Estabelecida a linha de raciocínio, busca-se ler periódicos, livros, acessar sites de pesquisa (veja item 2.5) e inicia-se o registro por meio de anotações em cada um dos itens definidos, de acordo com as normas de citações descritas no item: 2.4 Forma e tamanho. Nesse cenário, é possível criar uma pasta no word, com o título “Referencial Teórico” a qual deve possuir subpastas com todos os itens/subitens estabelecidos (que provavelmente seguirão dessa forma no momento de construir o artigo) e a partir daí, os registros devem ser transcritos, com todas as informações necessárias (autor, livro, página) os quais serão posteriormente analisados e organizados de acordo com semelhanças e/ou diferenças de posição conceitual. Ao redigir o referencial, deve-se alternar citações transcritas com citações interpretativas, criando sempre um “fio condutor” que possibilite ao leitor entender sua linha de raciocínio. Uma citação deve ser transcrita quando realmente apontar um conceito/conhecimento importante e diferente, o qual vale a pena ser destacado, sem interpretações, mas na sua totalidade. Nesse contexto, devese evitar citações transcritas extensas. O referencial teórico não é uma “colcha de retalhos”, mas, uma fundamentação teórica para a pesquisa, análise e discussões de resultados, assim, deve ter sustentação em sua linha de raciocínio e robustez de conceitos e definições. 12 Inicia-se o Referencial Teórico com um parágrafo de contexto, que explica o objetivo do trabalho, sua relação com o que vai ser apresentado e as partes que o compõe, podendo-se explicar de maneira generalista o que será descrito em cada um dos itens. 2.4 Forma e Tamanho do Referencial Teórico O referencial teórico deve ser constituído de citações transcritas ou parafraseadas e deverá ter, no mínimo, seis e, no máximo, oito páginas, considerando que todo o artigo, conforme definido na Resolução CONSU 003/2008, deve ter no mínimo 10 e no máximo 15 páginas, guardando proporção entre o referencial e o tamanho do artigo. Dessa forma, se o artigo tiver 10 páginas o referencial não poderá ultrapassar 06 páginas. As citações devem seguir as normas da ABNT. A NBR 10520/2002que trata da: Informação e documentação – Citação em documentos – Apresentação, de agosto de 2002, tem por objetivo apresentar as condições para apresentação de citações em documentos e destina-se a orientar autores e editores. Por citação, entende-se uma menção no texto, de uma informação obtida em outra fonte. Conforme a NBR 10520 (2002, p. 1-2) podem ser assim conceituadas: Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as seguintes definições: 3.1 citação: Menção de uma informação extraída de outra fonte. 3.2 citação de citação: Citação direta ou indireta de um texto em que não se teve acesso ao original. 3.3 citação direta: Transcrição textual de parte da obra do autor consultado. 3.4 citação indireta: Texto baseado na obra do autor consultado.[...] 3.6 notas de rodapé: Indicações, observações ou aditamentos ao texto feitos pelo autor, tradutor ou editor, podendo também aparecer na margem esquerda ou direita da mancha gráfica. 3.7 notas explicativas: Notas usadas para comentários, esclarecimentos ou explanações, que não possam ser incluídos no texto. Na sequência, serão apresentados os tipos de citação, a fim de enfatizar que a riqueza de um referencial está na análise e interpretação dos autores, criando os elos necessários à fundamentação de um raciocínio. 2.4.1 Citação Direta - Transcrição com até três linhas As transcrições curtas, ou seja, a reprodução das palavras do autor em até três linhas, devem ser citadas entre aspas. É imprescindível, também informar o nome do autor (último sobrenome), o ano da publicação e página da citação. Exemplo 1 – quando o nome do autor faz parte do texto (com letra maiúscula somente na primeira letra): Ainda sobre pesquisa salarial, Resende (1991, p.31) destaca a necessidade em mudar a forma de operacionalizar a pesquisa salarial, para melhorar a confiabilidade dos dados. “É preciso insistir no aprimoramento da caracterização e identificação dos cargos a fim de que a comparação dos salários venha a ser mais precisa”. 13 Exemplo 2 – quando o nome do autor não faz parte, deve ser citado no final do texto (com letra maiúscula em todo o nome): Alguns autores ressaltam a distância entre a teoria e a prática na gestão de pessoas no Brasil, como as empresas continuam na era do “[...] departamento de pessoal em que somente 4% estão realmente sintonizadas com práticas modernas de gestão, voltadas para o desenvolvimento da organização e das pessoas”. (COOPERS & LYBRAND,1997, p.70). 2.4.2 Citação Direta - Transcrição com mais de três linhas As transcrições longas, ou seja, a reprodução das palavras do autor, com mais de três linhas, devem ser apresentadas sem aspas, em fonte 10, espaço simples, com recuo de margem de 4 cm à esquerda. O nome do autor deve ser citado no final do texto, com letra maiúscula em todo o nome e deve ser seguido pelo ano da publicação e página em que se encontra a citação – todas essas informações aparecerão entre parênteses. Exemplo: Sob este novo paradigma a função RH deve ser vista não da perspectiva do profissional dessa área, mas da perspectiva dos empregados e clientes: do que os empregados necessitam para ajudá-los a se tornar ativos organizacionais mais produtivos e valiosos? Do que os clientes – frequentemente gerentes de linha – necessitam para ajudá-los a liderar e utilizar esses importantes ativos humanos com mais eficácia? (FLANNERY et al., 1997, p.225). 2.4.3 Citação Indireta - Paráfrase (citação interpretativa) Quando se interpreta o pensamento do autor, deve-se fazer uma citação interpretativa, parafraseando o que foi dito, ou seja, comentando com outras palavras a mesma abordagem do autor. Deve-se citar o sobrenome do autor e o ano da publicação, que pode localizar-se no início, no meio ou no final do parágrafo. Nesse tipo de citação, não é necessário indicar a página. Evite repetir uma sequência com o nome do autor no início do parágrafo, pois isso torna a leitura cansativa e dificulta o encadeamento do assunto. Exemplo 1: Nesse contexto, a avaliação torna-se um instrumento de reprodução da sociedade capitalista. (LUCKESI, 1999). Exemplo 2: Flannery et al. (1997) sugerem que o Departamento de Recursos Humanos é frequentemente uma barreira para desenvolver novas formas de gestão. Exemplo 3: As mudanças no mundo do trabalho são uma realidade com a qual se convive. Pode-se dizer que a mudança faz parte do senso comum e não indica, segundo Legge (1995), nenhuma novidade. Conforme essa autora, a troca das indústrias tradicionais, para indústrias que fabricam com alta tecnologia e o crescimento do setor de serviços refletiram na estrutura e nas relações da chamada administração de pessoal. 2.4.4 Citação de citação Conforme definido pela NBR 10520 (2002, p.2) “Citação direta ou 14 indireta de um texto em que não se teve acesso ao original”, devem ser evitadas. Sempre que possível, busca-se a fonte original. Caso seja necessário recorrer à citação de citação, deve-se usar a expressão apud, que significa "citado por". As outras normas referentes à citação direta ou indireta devem ser seguidas normalmente. Exemplo: Skinner (1975 apud FRANÇA, 1997) critica o uso da punição em situação escolar. 2.4.5 Dados obtidos em informação oral (palestras, debates etc) O item 5.5 da NBR 10520 (2002, p.2) descreve que “Quando se tratar de dados obtidos por informação verbal (palestras, debates, comunicações etc.), indicar, entre parênteses, a expressão informação verbal, mencionando-se os dados disponíveis, em nota de rodapé.” 2.4.6 Regras Gerais Na citação de trabalhos não publicados ou em fase de elaboração, esse fato deve ser mencionado. Em caso de citações com destaque (sublinhados, negritos), deve-se indicar a autoria do grifo: Exemplo: Em relação ao comportamento humano, “fica a ideia de que uns homens são livres, são capazes de condicionar, enquanto outros são manipuláveis, não autônomos, mas com comportamento modelado” (ALVITE, 1987, p. 113, grifo nosso). 2.5 Lista de Sites de Pesquisa Nos sites abaixo, você poderá encontrar artigos, referências e fontes bibliográficas de pesquisa. Ø Google Acadêmico http://scholar.google.com.br Ø Scielo Br http://www.scielo.br Ø IBICT Revistas Brasileiras http://www.ibict.br Ø Biblioteca Digital de Teses e Dissertações http://bdtd.ibict.br Ø Biblioteca Nacional Digital http://www.bn.br/bndigital Ø Links de Revistas Científicas da Administração http://www.cfh.ufsc.br Ø Rae Eletrônica http://www.rae.com.br/ Ø Portal de Periódicos Científicos UFRGS http://www.periodicos.ufrgs.br 15 FICHA 2 – DESCRIÇÃO DO MÓDULO 2 - REFERENCIAL TEÓRICO Aluno(a): ______________________________________________________ Professor Orientador: ___________________________________________ Objetivo Geral: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Objetivos específicos: _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ Referencial Teórico (de 6 a 8 páginas) _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ _______________________________________________________________ A FICHA 2 – DESCRIÇÃO DO MÓDULO 2 – REFERENCIAL TEÓRICO DEVERÁ SER ENTREGUE AO ORIENTADOR, CONFORME CRONOGRAMA DE ATIVIDADES E CONSTARÁ DA DOCUMENTAÇÃO A SER REPASSADA À COORDENAÇÃO DO CURSO. 16 MÓDULO 3 – METODOLOGIA DA PESQUISA 3. CONSTRUINDO O INSTRUMENTO E COLETANDO DADOS Este módulo tem como objetivo definir a metodologia que será utilizada na pesquisa, como os dados serão obtidos e quais as fontes primárias (pesquisas de campo) ou secundárias (análise de dados já existentes) serão consultadas. Caso a opção seja por dados primários, orienta-se a criação e a validação do instrumento de pesquisa, bem como os cuidados que se deve ter na coleta de dados. 3.1 Coleta de Dados A Coleta de dados é o processo pelo qual se obtém as informações que irão buscar a resposta ao problema levantado e testar as hipóteses estabelecidas. De acordo com o problema e os objetivos da pesquisa, você irá identificar a forma adequada de coletar as informações. Existem problemas que são respondidos com pesquisas em documentos públicos ou em documentos da empresa pesquisada. Essa situação torna-se válida para embasar o trabalho científico, se o pesquisador tomar por base fontes de dados confiáveis com credibilidade na coleta de dados, como: IBGE, balanços publicados por organizações públicas ou privadas, informações de conhecimento público, etc. No caso do problema exemplificado abaixo, os dados serão coletados em documentos da União que relatem gastos públicos com saneamento básico e saúde pública no período evidenciado. Exemplo: Existe relação entre investimentos em saneamento básico e gastos com saúde pública realizados durante o período de 1994 a 2002? Quando o problema a ser pesquisado envolve pesquisa de opinião, percepção, grau de satisfação, etc., faz-se necessário um instrumento de pesquisa. No exemplo abaixo, será necessário coletar dados de forma primária, isto é, ir a campo identificar a percepção dos clientes. Exemplo: Qual a percepção dos clientes da empresa X sobre a qualidade do atendimento oferecido? Essa coleta de informações poderá ser feita por meio de instrumentos de pesquisa, que são os formulários utilizados com o objetivo de levantar informações válidas e úteis para elaboração do artigo. Os instrumentos de pesquisa mais comuns são: § Questionário; § Roteiro de entrevistas; § Formulário de avaliação. Na definição do instrumento a ser utilizado, o acadêmico pode optar por: 17 1. Utilizar, na íntegra, um instrumento já utilizado e validado. Nesse caso, deverá ser citada a fonte e o autor. 2. Utilizar, em parte, o instrumento existente. Nesse caso, faz-se necessário citar a fonte, o autor e as alterações efetuadas. 3. Construir um instrumento, tendo como subsídio o referencial teórico e o conhecimento prévio do público a ser pesquisado, o que pode ser feito por meio de uma enquete ou observação exploratória. 3.2 Elaborando um Questionário ou um Roteiro de Entrevista Caso esteja elaborando um questionário pela primeira vez, fique atento a algumas regras básicas, como por exemplo: não partir logo para as perguntas. O mais importante é determinar quais informações serão necessárias para a sua pesquisa. A definição dos objetivos da pesquisa permite planejar as informações que deverão ser levantadas, direcionando a elaboração do questionário. Um bom questionário combina perguntas abertas e fechadas de maneira equilibrada, toma o menor tempo possível do entrevistado e atende aos objetivos da pesquisa. Quando se possui uma grande quantidade de entrevistados, é necessário realizar uma pesquisa estruturada. Nesse caso, o questionário deve ser construído com questões precisas e objetivas, de fácil e rápida aplicação (o tempo da entrevista não deve passar de 10 minutos), facilitando a padronização e a interpretação dos dados. Em caso de mais questões abertas, o número de entrevistados deve ser limitado e a duração da entrevista poderá ser maior. Ao preparar um questionário ou um roteiro de entrevista, algumas regras muito importantes devem ser observadas, tais como: Ø Elabore questões curtas, de fácil entendimento, de forma clara, simples e objetiva; Ø Evite distorções e tome cuidado com questões óbvias, muito abrangentes ou que induzem a uma determinada resposta. Ø Forneça instruções ao respondente e não o obrigue a fazer cálculos. Ø Considere as habilidades dos participantes em responder as perguntas. Evite termos técnicos e palavras em outros idiomas. Ø Comece com uma pergunta que capte o interesse do respondente. Faça perguntas mais gerais no início e mais específicas no meio do questionário. No caso de entrevista, começar com perguntas sobre renda ou idade pode ser desastroso. Ø Em caso de perguntas embaraçosas, faça-as na terceira pessoa. Ex.: "O Sr. acredita que os idosos estão mais conscientes da importância de se fazer exames de próstata?”. Ø É sempre melhor perguntar o que o respondente faz e o que ele pensa. Caso pretenda analisar uma empresa de roupas esportivas, é necessário descobrir se os respondentes praticam ou se gostam de algum esporte. Ø Deixe para o final as perguntas que possam causar constrangimento ao respondente. Algumas perguntas embaraçosas, como idade, podem ser minimizadas por meio de uma tabela de graduação, com faixas etárias, do tipo: menor que 21; de 21 a 30; de 31 a 40; de 41 a 50; acima de 50. No caso da renda, é possível definir faixas de renda, e assim por diante, com classe econômica, tempo de serviço, localização da moradia, etc. 18 Ø Observe a sequência lógica das questões, facilitando a resposta do participante. Ø As perguntas e alternativas de respostas irão variar conforme o meio de aplicação da pesquisa. 3.3 Avaliação e Validação do Questionário ou Roteiro de Entrevista Nessa fase, os seguintes itens devem ser levados em consideração: Ø Se as perguntas são necessárias para cumprir os objetivos da pesquisa. Ø Se o questionário é longo demais e se o tempo médio que será gasto pelo respondente é razoável, considerando a sua disponibilidade e motivação para responder. Ø Se há espaço suficiente para respostas nas perguntas abertas. Ø Se o visual do questionário é agradável a se sua utilização é prática. Ø Se as hipóteses previstas encontram respaldo para refutar ou confirmar as perguntas feitas e as hipóteses levantadas. Para facilitar a tabulação dos dados, não utilize apenas parênteses para marcação das respostas do entrevistado. Você pode utilizar os parênteses, juntamente com numeração ou letras. Quando o questionário estiver finalizado, ele deve passar por uma validação, que consiste em um pequeno teste a ser realizado com alguns entrevistados. Esse teste e consequente revisão ajudam a evitar o retrabalho e proporciona maior qualidade à pesquisa. Se o teste resultar em alterações extensas, é recomendável que ele seja repetido, pois alterações extensas caracterizam, praticamente, um novo questionário. Ao realizar o teste, selecione entrevistados com o mesmo perfil da amostra. Não faça teste com familiares ou pessoas que tenham participado da sua elaboração, pois eles não representam a amostra e sua validação poderá ficar comprometida. Outro ponto importante é o fato de que sua percepção não é o foco da pesquisa. Não existem respostas certas ou erradas, existe a percepção e a opinião de quem está sendo pesquisado. O pesquisador deve saber respeitar esse princípio básico em qualquer pesquisa. Veja abaixo, um modelo de roteiro, com resumo de todos os dados importantes do trabalho, que nortearão a elaboração do instrumento de pesquisa, seja questionário ou roteiro de entrevista. A seguir será apresentado um modelo de roteiro para entrevista. EXEMPLO DE RESUMO DOS DADOS DA PESQUISA QUE NORTEARÃO A ELABORAÇÃO DO INSTRUMENTO DE PESQUISA DESTACA-SE O OBJETIVO E O PROBLEMA, POIS, ELES DEVEM PERMEAR TODA A CONSTRUÇÃO DO TRABALHO, SEM JAMAIS, PERDER O FOCO. 19 1.Objetivo da Pesquisa Identificar as competências comuns e diferenciadoras entre os empreendedores das empresas incubadas e graduadas da Incubadora de Empresas do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília – CDT/UnB. 2. Problema Quais as competências essenciais em um comportamento empreendedor, segundo a percepção dos empresários que tiveram suas empresas incubadas pela Incubadora de Empresas do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília CDT/UnB? 3. Público a ser pesquisado Estão sendo entrevistados todos os empresários participantes nos últimos quatro anos, incluindo os graduados, desligados ou que estão sendo incubados. 4. Metodologia A pesquisa será feita por meio de um roteiro de entrevista semi-estruturado, em entrevistas individuais, a serem desenvolvidas com a participação dos alunos da disciplina de Administração Empreendedora, com os empreendedores de todas as empresas incubadas e graduadas pela Incubadora do CDT/UnB. 4.1 Universo Todas as empresas incubadas e graduadas pela Incubadora do CDT/UnB, desde sua criação, totalizando 45 empresas, independente do sucesso ou fracasso do empreendimento. 4.2 Instrumento de Coleta de Dados O instrumento de entrevista semi-estruturada contém uma parte estimulada (listagem de competências que a literatura ressalta como importantes para o sucesso do empreendedor) e uma parte em aberto, com o objetivo de conhecer as opiniões dos respondentes. Também serão necessários dados de caracterização da amostra, para que possam ser efetuadas análises correlacionais. 4.3 Análise dos dados Os dados fechados serão analisados através do SPSS, versão 7.5.1. Os dados em aberto serão catalogados e analisados pelas características comuns, pela semântica e pelo índice de frequência desses dados. 5. Instrumento A equipe responsável pela pesquisa optou por construir um roteiro de entrevista a partir do Marco Teórico. 6. Exemplo de Instrumento COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS AO EMPREENDEDORISMO PERCEPÇÃO DOS EMPRESÁRIOS DA INCUBADORA DE EMPRESAS DO CENTRO DE APOIO AO DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO DA UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CDT/UnB ROTEIRO DE ENTREVISTA 1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Esta pesquisa tem o objetivo de IDENTIFICAR AS COMPETÊNCIAS que, segundo a percepção dos empresários que tiveram suas empresas incubadas pela Incubadora de Empresas do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de BrasíliaCDT/UnB, são essenciais a um comportamento empreendedor. Estão sendo entrevistados todos os empresários participantes nos últimos quatro anos, incluindo os graduados, desligados ou que ainda estão sendo incubados. As entrevistas, gravadas e editadas, estão sendo efetuadas pelos alunos da disciplina de Administração Empreendedora do curso de Administração de Empresas da UnB e coordenadas pela Professora Lore Mânica Ribeiro – Mestranda em Administração na UnB. 20 A participação de todos os empresários é muito importante, uma vez que não se está trabalhando com amostra, mas com o universo de empresas. A pesquisa vai permitir traçar um perfil ideal do empresário-empreendedor da Incubadora de Empresas do CDT/UnB, bem como contribuir para a construção de conhecimento sobre empreendedorismo no Brasil, cuja literatura e resultados de pesquisa são ainda, pouco expressivos no âmbito da administração de empresas. Lembre-se de que não existem respostas certas ou erradas, o que importa é a percepção do entrevistado. 2. COMPETÊNCIAS REQUERIDAS (no caso específico deste trabalho, não precisam necessariamente existir) 2.1 Pergunte ao Empresário entrevistado qual ou quais as competências que ele possui e que considera importantes ou muito importantes. 2.2 Pergunte se existe alguma competência que ele considera importante ou muito importante, mas que reconhece não possuir. 2.3 Pedir ao entrevistado que fale sobre si, suas características pessoais e se isso é positivo ou negativo para o empreendimento. 2.4 Pergunte ao entrevistado se existe ou existiu uma pessoa que serviu de “modelo” para sua decisão de empreender. 3. COMPETÊNCIAS ESTIMULADAS Num primeiro momento, deverá ser apresentada ao entrevistado a definição de competência, acompanhada da escala de respostas. Após entendido o conceito, iniciar a entrevista. Para os efeitos desta pesquisa, competência é o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes, que permitem à pessoa gerar os resultados planejados pela empresa. Abaixo foram listadas algumas competências, que a literatura identifica como importantes para o empreendedor. O senhor deverá responder, de acordo com a escala adiante, a sua percepção a respeito da importância de cada uma das referidas competências para o empreendedor. ESCALA 1. O empreendedor não necessita desta competência. 2. Esta competência tem pouca importância para o empreendedor. 3. Esta competência é importante para o empreendedor. 4. Esta competência é extremamente importante para o empreendedor. Quadro de Competências utilizado na entrevista. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. Ter iniciativa Ter autonomia Ser autoconfiante Ser otimista Conhecer o negócio da empresa Ser capaz de captar recursos em condições vantajosas Saber fixar metas Saber distinguir ideias de oportunidades Ser perseverante Ser tenaz Ser intuitivo para identificar oportunidades de negócio Ser capaz de coordenar equipes de pessoas e obter sinergia Ser um trabalhador incansável Ser dedicado aos propósitos e objetivos estabelecidos Ser orientado para resultados 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 21 16. 17. 18. 19. 20. 21. 22. 23. 24. 25. 26. 27. 28. 29. 30. Ser capaz de estabelecer relações pessoais Ser criativo Ser efetivo, isto é, alcançar resultados Ser autodidata - criar seus próprios métodos Ser inovador, implementando novas idéias. Ser capaz de influenciar pessoas Ser tolerante com os imprevistos Ter consciência social Saber identificar oportunidades e ameaças do ambiente Saber planejar objetivos e metas Ter visão central e bem definida do produto ou serviço da empresa Ser capaz de gerenciar recursos financeiros e materiais Ser organizado Saber exercer controle sobre o negócio e as pessoas Ser sensível às pessoas e ao ambiente. 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 3 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4 4. ESPAÇO EM ABERTO Além das perguntas aqui realizadas, o senhor gostaria de acrescentar mais algum conhecimento, habilidade ou mesmo atitude que o empreendedor deveria possuir? 5. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Para analisarmos estatisticamente os dados desta entrevista, gostaríamos de registrar alguns dos seus dados pessoais e da empresa. ENTREVISTADO SEXO Feminino Masculino IDADE _______ anos ESCOLARIDADE 2º Grau Superior Especialização Mestrado Doutorado TEMPO QUE CONHECE O PRODUTO/SERVIÇO ______ meses EMPRESA: SITUAÇÃO ATUAL RESIDENTE GRADUADA DESLIGADA ASSOCIADA TEM SÓCIOS NÃO SIM – Quantos_____ FATURAMENTO ANUAL ___________________ TEMPO DE EXISTÊNCIA DO EMPREENDIMENTO OU TEMPO QUE DUROU (Para Empresas já fechadas) ______ meses TEVE SÓCIOS NÃO SIM – QuantoTempo? ____ 22 FICHA 3 - METODOLOGIA Aluno(a): ____________________________________________________ Professor Orientador : _________________________________________ ( ( ) Pesquisa Tipo 1: Dados Primários ) Pesquisa Tipo 2: Dados Secundários Para pesquisas do tipo 2, deverão ser informadas: as fontes de consulta, a descrição dos procedimentos que serão adotados para levantamento dos dados, bem como os mecanismos de garantia da qualidade das informações coletadas. Para pesquisa do tipo 1, deverão ser informados: os procedimentos que serão adotados para levantamento dos dados, bem como três cópias do instrumento de pesquisa validado, que será utilizado na coleta de dados. Obs.: Não perca de vista o problema, os objetivos e as hipóteses de sua pesquisa. A FICHA 3 – DESCRIÇÃO DO MÓDULO 3 – METODOLOGIA DEVERÁ SER ENTREGUE AO ORIENTADOR, CONFORME CRONOGRAMA DE ATIVIDADES E CONSTARÁ DA DOCUMENTAÇÃO A SER REPASSADA À COORDENAÇÃO DO CURSO. 23 MÓDULO 4 - ANÁLISE DE DADOS E FORMATAÇÃO DO ARTIGO 4. ANÁLISE DE DADOS – NASCE O ARTIGO Uma coleta de dados bem feita, seguindo todos os cuidados recomendados no Módulo 3, torna possível a análise dos dados, momento em que efetivamente “nasce” o artigo. Caso você tenha construído um instrumento com escala, deverá utilizar uma planilha em Excel, ou outro software que permita o tratamento matemático e estatístico das respostas. Essa planilha deverá permitir a visualização e a análise dos dados. Todos os questionários devem ser numerados, garantindo sua identificação, e lançados na planilha, garantindo a integridade e fidedignidade dos dados. A análise de dados não deve ser simplesmente “um arquivo do word criado a partir de um arquivo de excel apresentado”, ou seja, não deve ser uma simples descrição textual dos números e percentuais que estão na tabela. A riqueza de sua análise está em interpretar o que o número contido na tabela significa, seja em relação ao referencial teórico, aos dados cadastrais, à realidade da empresa/setor que está sendo pesquisado, bem como em relação a outras pesquisas já efetuadas sobre o assunto. Por exemplo: Se 90% dos respondentes posicionaram-se em um lado da escala e 10% estão em outro, pode-se verificar quais as características demográficas desses 10% de respondentes. Se existe algum traço comum, como se posicionaram os mais jovens, aqueles que têm mais tempo de empresa e assim por diante. Se você optar por relacionar respostas dadas em itens diferentes, tome cuidado para que exista uma relação provável de causa e efeito. Observe o exemplo de análise com relação de itens: O percentual de 67,8% de respondentes que afirmaram não estar estudando no momento, pode estar refletindo o excesso de carga de trabalho existente hoje na empresa, citado por vários respondentes, na pergunta em aberto, como fator impeditivo para o auto-desenvolvimento do empregado que ocupa cargo gerencial. Ao efetuar-se o cruzamento dessa variável com a variável: cargo gerencial, percebe-se que o maior percentual de gerentes que não estão estudando, trabalham na “linha de frente”, isto é, nos Escritórios de Negócio e nos Pontos de Venda. (RIBEIRO, 1999, pg 79) No caso de relacionar resultado da pesquisa de campo ao referencial pesquisado, tome cuidado para que o resultado tenha realmente relação com o assunto da citação. Pode ser que a teoria ratifique ou contrarie o que você encontrou na pesquisa de campo, mas é importante que o resultado e o referencial estejam diretamente relacionados. Exemplo de análise relacionando a resposta encontrada ao referencial teórico pesquisado: As expectativas dos respondentes, em relação a ter seu esforço pessoal recompensado, são demonstradas pelos altos índices de concordância (92,40%) com o fato de que a remuneração por competências proporcionará o crescimento profissional dos gerentes pelos seus méritos; 90,90% dos respondentes concordam que remunerar por competência é mais justo, pois premia o empenho e 24 desempenho do empregado. 72,10% entendem que esse tipo de remuneração proporcionará o reconhecimento do trabalho individual. Quanto a esse sentimento de justiça, Dutra (1998) também identificou uma concordância de 3,98 numa escala de 5 pontos, de que um sistema de remuneração por competências possibilita mais justiça nas diferenciações salariais internas, e 4,47 de concordância de que possibilita justiça e coerência no trato com as pessoas. (RIBEIRO,1999, p.83) No caso de relacionar os resultados quantitativos com as respostas abertas, não se esqueça que se trata de um tipo de citação em que o número do questionário e o ano da pesquisa compõem a fonte a ser colocada entre parênteses. Diferentemente da monografia que exibia muitos gráficos e tabelas, o artigo traz somente aqueles essenciais ao entendimento do que se quer explicar. Sugerem-se tabelas concentradas, totalizando os itens pesquisados ou agregando esses itens por fatores (pontos comuns de análise). Por exemplo: Numa análise de dados da qualidade de atendimento de determinada empresa, os itens poderão vir todos juntos ou agrupados pelos fatores relacionados aos processos, às pessoas e ao ambiente da empresa. 4.1 Formatação do Artigo A resolução CONSU 003/2008 prevê em seu capítulo V as normas gerais de formatação, abaixo transcritas: Art. 12 – Os artigos deverão ter no mínimo 10 e no máximo 15 páginas, sendo escritos com as seguintes características: § 1º. - Da Formatação: 1. Folha: A4; 2. Editor de texto: Word for Windows 6.0 ou posterior; 3. Margens: esquerda e superior (3 cm); direita e inferior de 2 cm; 4. Fonte: Arial, tamanho 12; 5. Parágrafo: espaçamento entre parágrafos: 0; entre linhas: simples; alinhamento justificado; recuo especial da primeira linha: 1,30. § 2º. - A primeira página do artigo deve conter: 1. Título com oito palavras no máximo, em maiúsculas e negrito (português e inglês); 2. Resumo em português, com cerca de 150 palavras, alinhamento à esquerda, contendo campo de estudo, objetivo, método, resultado e conclusões, sem parágrafo, espaçamento entre parágrafos 0 (zero) e entre linhas “simples”; 3. Cinco palavras-chave, alinhamento à esquerda, em português; 4. Resumo em inglês (Abstract), com cerca de 150 palavras, alinhamento à esquerda, contendo campo de estudo, objetivo, método, resultado e conclusões, sem parágrafo, espaçamento entre parágrafos 0 (zero) e entre linhas “simples”; 5. Cinco palavras-chave, alinhamento à esquerda, em inglês; 6. Citações: devem ser feitas no corpo do texto com indicação do sobrenome e ano. No caso de citações diretas, inserir a página da publicação; 7. Referências: as referências bibliográficas completas deverão ser apresentadas em ordem alfabética no final do texto, de acordo com as normas da ABNT (NBR-6023); 8. Ilustrações e tabelas: devem apresentar título e fonte; 25 9. Corpo: os artigos de natureza empírica devem conter introdução, Referencial Teórico, Metodologia, Resultados e Discussão/ Conclusão; 10. A apresentação escrita dos artigos dar-se-á em modelo padronizado pela Facitec. 26 4.2 Modelo de Artigo COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR: FATORES QUE INFLUENCIAM A TOMADA DE DECISÃO DO CLIENTE NO MOMENTO DA COMPRA CONSUMER BEHAVIOR: FACTORS OF INFLUENCE IN YOUR DECISION OF THE CLIENT IN MOMENT OF PURCHASE Linha de Pesquisa: GESTÃO DE CLIENTES Autor(a): Fulana de Tal Orientador(a): Prof. MSc. Fulano de Tal FACITEC – Curso de Administração Período Letivo: 1º(ou 2º) semestre de 2012 RESUMO A NBR 6028:2003 fixa em “regras gerais de apresentação” que os resumos devem ressaltar o objetivo, o método, os resultados e as conclusões do documento. Deve ser composto de uma sequência de frases concisas, afirmativas e não de enumeração de tópicos. É recomendado o uso de apenas um parágrafo. A primeira frase deve ser significativa, explicando o tema principal do documento. A seguir, deve-se informar sobre a categoria do tratamento dado ao problema pesquisado (memória, estudo de caso, análise da situação etc.). Deve-se usar o verbo na voz ativa e na terceira pessoa do singular. Quanto à extensão do texto, deve ter entre 100 e 250 palavras. PALAVRAS CHAVE: Indicar 3 palavras que sirvam de busca aos assuntos do texto. ABSTRACT The NBR 6028:2003 sets the “general rules for submitting abstracts” should emphasize that the purpose, method, results and conclusions of the document. It must consist of a sequence of sentences concise, positive and not a list of topics. It is recommended the use of single paragraph. The first sentence should be significant, explaining the main theme of the document. Next, you must indicate the category of information processing to problems researched (memory, case study, analysis of the situation etc). You should use the verb in the active voice and third person singular. As the extension of text should be 100 to 250 words. KEY WORDS: Showed three words that serve as the subjects of the search text. 27 1. INTRODUÇÃO Os dois ou três primeiros parágrafos devem contextualizar o assunto, introduzir o leitor no problema central da pesquisa. Inicie sempre com uma amplitude maior e delimite o assunto ao problema pesquisado. Por exemplo, inicie escrevendo algo genérico sobre o tema do trabalho, considerando o material consultado que permitiu a elaboração do artigo e direcione o foco dos comentários para o assunto relacionado à pesquisa que resultou no seu trabalho. Esses parágrafos de contexto serão seguidos de um parágrafo que justifica a importância do tema de sua pesquisa e, na sequência, deve-se apresentar a descrição de seus objetivos, geral e específicos, suas hipóteses e a metodologia utilizada na pesquisa. Finalizar a introdução com um parágrafo que explique como está estruturado o artigo, a ordem de apresentação com breve comentário sobre o conteúdo de cada capítulo. A introdução não deve ser extensa, preferencialmente deve ser escrita em apenas uma página. 2. REFERENCIAL TEÓRICO O referencial é a parte de seu trabalho que vai receber ajustes até o final. Inicialmente ele vai servir de base para a definição de seu tema, problema, objetivos e hipóteses. No caso de criação de um instrumento de pesquisa, também vai servir de base para isso. Depois da pesquisa feita é possível que você necessite fazer ajustes, incluindo pontos que sentiu falta para análise dos dados, ou mesmo, retirando pontos que acabaram não tendo uma relação direta com seus objetivos de pesquisa. Caso os pontos principais dos objetivos e das hipóteses, ou ainda, os itens do instrumento de pesquisa não estejam no referencial teórico, ele não poderá servir de base de sustentação para análises e conclusões. Para Vergara (2004), o referencial teórico apresenta os estudos e conceitos sobre o tema ou, mais detalhadamente, sobre o problema constante em obras de diversos autores. No mesmo sentido, Cruz e Ribeiro (2004, p.117) destacam que “o referencial teórico constitui-se no embasamento que dá sustentação ao objeto de estudo”, sendo resultante de pesquisas bibliográficas em autores que relatam o tema e o problema em questão. O referencial teórico deve conter o “estado da arte” (últimas pesquisas e conceitos) do assunto, quer dizer, a partir do trabalho de outros pesquisadores da área, define conceitos, estabelecendo análises entre as convergências e divergências de posição, buscando possíveis respostas ao problema. Tem uma relação direta com os objetivos da pesquisa e com o instrumento que será utilizado. Nem tudo o que consta do referencial teórico fez parte do instrumento de pesquisa, mas, necessariamente, tudo o que constar do instrumento deve ter referencial teórico que o suporte. O referencial teórico deve apresentar a evolução dos conceitos, partindo do geral para o particular, relacionando-os, interpretando-os e estabelecendo nexo com o problema da pesquisa. 28 Diante disso, busque literatura recente, autores com mais de cinco anos só se justificam num referencial de artigo quando são clássicos (Por exemplo: como falar de administração sem falar de Taylor, Fayol ou de Peter Drucker com suas obras que datam de 1950?), ou quando você quer demonstrar a evolução ou mudança de um conceito. Ao escrever seu referencial, você deve alternar citações transcritas (cópias do autor) com citações interpretativas (interpretação do autor), criando sempre um “fio condutor” que possibilite ao leitor entender sua linha de raciocínio. Uma citação deve ser transcrita quando realmente apontar um conceito/conhecimento importante e diferente, o qual vale a pena ser destacado, sem interpretações, mas na sua totalidade. Seguindo esse raciocínio, evite citações transcritas extensas. Lembre que seu referencial teórico não é uma “colcha de retalhos”, mas uma fundamentação teórica para a pesquisa, análise e discussões de resultados. Inicie o Marco Teórico, com um parágrafo de contexto que explique o objetivo do trabalho e as partes que a compõe. Caso considere importante, há possibilidade de explicar um pouco de cada item que será abordado. Finalize o referencial com um parágrafo de ligação ao próximo item que é a metodologia ou método utilizado para a pesquisa. Esta parte do seu artigo deve conter no mínimo, seis e no máximo, oito páginas. 3. METODOLOGIA A metodologia deve ser descrita de forma clara, especificando os pontos necessários para o entendimento de COMO foi efetuada a pesquisa, a análise de dados, etc., sempre com o verbo no passado, afinal, a pesquisa já foi efetuada. A classificação da pesquisa deve ser feita de acordo com o conceito de um autor, especificando, segundo esse conceito, como a pesquisa pode ser classificada e porque você assim a classificou. Após a classificação da pesquisa é hora de relatar qual o universo e sua amostra (inclusive qual o critério para escolha da amostra), também devem ser relatados aqui os resultados cadastrais da pesquisa (exceto quando esses forem o objeto da pesquisa. Ex: perfil de consumidores). Depois, você descreverá a coleta de dados, ou seja, como você construiu o instrumento, como ele foi validado, em que dias foi aplicado. Finaliza-se, relatando como foi feita a tabulação e a análise dos dados. Nesse ponto, deve-se apontar prováveis limitadores do método, isto é, pontos que podem gerar distorções entre o resultado e o universo pesquisado. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Depois da pesquisa feita, é hora de analisar os dados e retratar o que você encontrou. Para tanto, apresenta-se os resultados discutindo-os, à luz da teoria, dos resultados de outras pesquisas, das características da empresa pesquisada, etc. Neste capítulo são feitas análises das respostas encontradas, com gráficos e tabelas. Não perca de vista o objetivo da pesquisa e as hipóteses 29 levantadas. Esse é o coração de seu artigo. Nele constam suas descobertas as quais devem ser cuidadosamente relatadas. Inicie contextualizando o resultado, resgatando o objetivo da pesquisa. Se for necessário, explique ao leitor como você vai apresentar os resultados, se vai reunir em fatores, se vai usar a base conceitual de algum autor, enfim: lembre-se que quem lê seu artigo não necessariamente conhece do assunto. A análise de dados não deve ser simplesmente “um documento de Word feito a partir da tabela do Excel apresentada”, isto é, não se deve apenas descrever em texto o que a tabela do Excel está demonstrando. A riqueza de sua análise está em interpretar o que o número explicitado na tabela possui quanto ao significado, em relação ao marco teórico, aos dados cadastrais, à realidade da empresa/setor que está sendo pesquisado, bem como a outras pesquisas já efetuadas sobre o assunto; ou mesmo, em relação aos dados entre si, isto é, o resultado de um item em relação a outro, ou a um conjunto de itens. Diferentemente da monografia que exibia muitos gráficos e tabelas, o artigo traz somente os essenciais ao entendimento. Sugere-se que se utilize tabelas concentradas, totalizando os itens pesquisados ou agregando esses por fatores (pontos comuns de análise). Por exemplo: numa análise de dados da qualidade de atendimento de determinada empresa, os itens poderão vir todos juntos ou agrupados pelos fatores relacionados aos processos, às pessoas e ao ambiente da empresa. 5. CONCLUSÕES A conclusão resgata objetivos gerais e específicos, avaliando se foram atingidos ou não, justificando sua avaliação com dados e/ou fatos da pesquisa. Apresentam-se os principais resultados que podem envolver tanto a questão da pesquisa bibliográfica quanto à pesquisa de campo. Resultados de pesquisa de campo têm de ser apresentados com números. Não se menciona “maioria”, se demonstra maioria com números. Apresentam-se os principais resultados, ou seja, itens de maior e menor resultado em relação à questão da pesquisa. Na sequência, refutam-se ou confirmam-se as hipóteses, justificando essa decisão de forma quantitativa ou qualitativa e que realmente deixe claro o nexo entre sua análise e o ato de refutar ou confirmar. Apresentam-se sugestões à empresa pesquisada, normalmente considerando as questões que apresentaram maior diferença entre o resultado da pesquisa e aquilo que a teoria entende como necessário ou correto. 6. REFERÊNCIAS Lista, conforme as regras da ABNT, a bibliografia utilizada. Você deve conferir se todos os autores citados no artigo estão listados. O contrário também é importante, não pode existir bibliografia citada nas referências que não faça parte de seu artigo. 30 MÓDULO 5 – CONSTRUINDO O PAINEL E APRESENTANDO SEU ARTIGO O artigo está escrito e o professor orientador já autorizou a sua apresentação. Isso significa que foram cumpridas as exigências previstas na Resolução CONSU 003/2008. Conforme prevê o artigo 18, da referida Resolução, a primeira divulgação deverá ocorrer, por meio da apresentação dos artigos em painéis acadêmicos desenvolvidos por linha de pesquisa e em datas/locais previamente definidos pela Coordenação de TCC. Nessa ocasião, o aluno tem a oportunidade de conviver com ambiente semelhante aos que são vivenciados por pesquisadores nos eventos científicos. Essa fase do trabalho também possibilita a participação da comunidade e dos alunos egressos. O modelo para impressão do Painel está disponível na área de download do sítio da Facitec. O PAINEL deve ter 90 cm de largura e 115 cm de altura. As margens laterais devem ter 2 cm e entre colunas 1cm, sendo que toda essa configuração de impressão é automática no modelo que você irá levar para a gráfica. Seu texto deve ser escrito no Word ou no Power point, sendo que quando a gráfica executar a transferência do texto para o painel, ele assumirá a formatação prevista de fonte ARIAL 25 para texto e 40 para os títulos. A INTRODUÇÃO deve conter apenas os objetivos, geral e específico, com cerca de sete linhas apenas. O REFERENCIAL TEÓRICO deve trazer algumas citações que ofereçam sustentação aos resultados apresentados no PAINEL. Apresente somente as citações que apresentem maior relação com objetivos e com os resultados, em cerca de, 32 linhas. A METODOLOGIA é parte fundamental do PAINEL, pois durante a leitura do trabalho, deve ser possível entender como ele foi executado e, principalmente, quais os cuidados que você teve quanto ao método utilizado com a intenção de dar credibilidade e sustentabilidade à sua pesquisa. Você deve necessariamente informar: o tipo da pesquisa utilizado (importante citar de acordo com que autor essa classificação foi feita e por que você assim classificou), o universo da pesquisa, tamanho e caracterização da amostra (idade, grau de instrução, etc.), o instrumento da pesquisa (como foi construído, como foi sua validação), o período e a forma de coleta de dados utilizados para efetuar a pesquisa e, finalmente, como foi efetuada a análise desses dados. No caso de estudo de caso, deve-se dedicar um parágrafo para situar o leitor sobre a empresa pesquisada. Utilize, cerca de, 48 linhas. Os RESULTADOS E DISCUSSÕES apresentam os resultados e os discute, à luz da teoria, dos resultados de outras pesquisas, das características da amostra e da empresa pesquisada. Nesse capítulo, são feitas as análises das respostas encontradas, com gráficos e tabelas (cuidado para não poluir demais o painel). Não perca de vista o objetivo da pesquisa e as hipóteses levantadas. Este é o coração do artigo. Nele constam as descobertas que devem ser cuidadosamente relatadas. Pela importância desse capítulo, foi reservado a ele uma coluna inteira do painel, com cerca de, 91 linhas. 31 A CONCLUSÃO tem dois momentos. O primeiro diz respeito às principais conclusões, e é onde você deve resgatar os objetivos do artigo, apresentar os principais resultados obtidos em sua pesquisa como um todo, destacando aqueles de maior importância, em relação aos objetivos propostos, refutar ou confirmar as hipóteses (as quais deverão ser citadas). O segundo momento diz respeito às recomendações que devem ser feitas à empresa ou segmento pesquisado. Utilize, cerca de, 70 linhas para esse fim. As REFERÊNCIAS listam, conforme as regras da ABNT, a bibliografia utilizada no PAINEL. Você deve conferir para que todos e somente os autores citados no PAINEL estejam listados. Utilize, cerca de, 17 linhas. NÃO ESQUEÇA QUE ESTE MOMENTO É ESPECIAL!!!! ESTE TRABALHO FAZ PARTE DE SUA FORMAÇÃO COMO ADMINISTRADOR. PLANEJAR, EXECUTAR, RELATAR E APRESENTAR RESULTADOS FAZEM PARTE DA ROTINA DE SUA PROFISSÃO. 32 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M.I.R., TEIXEIRA, M.L.M., MARTINELLI, D. P. Por que administrar estrategicamente recursos humanos. Revista de Administração de Empresas, v.33, n 2, mar./abr. 1993. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6023: informação e documentação - referências - elaboração. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. ___________. NBR 10520: informação e documentação – citações em documentos - apresentação. Rio de Janeiro: ABNT, 2002. BARNARD, C. As Funções do Executivo. São Paulo, Atlas, 1979. CRUZ, C e RIBEIRO, Uirá. Metodologia Científica – Teoria e Prática. 2ª edição, Rio de Janeiro,2004. FRANÇA, A. C. C. Como elaborar referências – ABNT. 2002. Belém: Não publicado. TEIXEIRA, E. As três preocupações com os trabalhos acadêmicos. Disponível em: <http://www.astresmetodologias.com.br>. Acesso em: 29 de setembro 2006. VERGARA, S. C. Projetos e relatórios de pesquisa em administração. São Paulo, Atlas, 2004. 33