ADCAC-S.Sind. do ANDES/SN
Associação dos Docentes do Campus de Catalão/UFG - CGC: 24.811.622/0001-68
Nota de Repúdio da ADCAC – Associação dos Docentes do Campus Catalão da
Universidade Federal de Goiás
A Diretoria da ADCAC repudia a proposta de transformação de vagas destinadas
à contratação de professores federais em Regime de Dedicação Exclusiva (D.E) em
vagas de professores em regime de trabalho de 20 horas nesta Instituição Federal de
Ensino (IFE), pois considera que tal proposta não só desconfigura a carreira docente,
retirando direitos conquistados pela força da luta da categoria, assim como desvaloriza a
D.E como regime de trabalho preferencial nas IFE, precarizando ainda mais as
condições de trabalho da categoria e acarretando sérias conseqüências à vida acadêmica.
O ataque à D.E desvaloriza, também, o trabalho docente, que deve ser estruturado a
partir da indissociabilidade entre pesquisa, ensino e extensão, prevista no artigo terceiro
do PUCRCE, segmentando, por conseguinte, as atribuições do professor federal e sua
correspondente remuneração.
Por quatro meses nós, juntamente com professores federais das IFE de todos os
cantos do país, construímos uma greve histórica, lutando por um Plano de Carreira
condizente com a atual realidade nas IFE e melhores condições de trabalho. A quebra da
D.E é uma proposta que contraria a pauta de reivindicações da categoria docente,
aprovada no 30º. Congresso do ANDES-SN e consolidada na reunião do Setor das IFE
ocorrida em março de 2011, que garante: a) preenchimento dos cargos atualmente vagos
e a criação de novos cargos, pelo RJU/PUCRCE, em Dedicação Exclusiva, para suprir
as necessidades da política de expansão das IFE, com a realização imediata de
concursos públicos; b) garantia das condições adequadas para que o exercício do
trabalho docente se desenvolva fundamentado no princípio da indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão, em busca do padrão unitário de qualidade.
Tal transformação privilegia uma lógica de gerenciamento empresarial imposta à
administração pública, que fere o princípio de autonomia universitária, produzindo
distorções na categoria, através da diminuição da isonomia e da paridade dentro da
própria categoria. “Aliviar” a sobrecarga de trabalho dos professores da UFG/CAC
através do aumento, em quantidade apenas, do quadro de profissionais cujas atribuições
se restringem às atividades de ensino, é ignorar o papel da Universidade Pública,
Av. Dr. Lamartine Pinto de Avelar, 1120, Setor Universitário – CEP 75704-020. Catalão-GO
Tel. 64 3411-2332
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Gratuita, Democrática, Socialmente Referendada e de Qualidade, precarizando, cada
vez mais, as condições de trabalho que permitem aos professores ensinar, pesquisar e
fazer extensão, além de uma carreira que lhes possibilitem exercer suas atividades com
qualidade.
É evidente que a substituição de professores federais D.E por professores com
carga horária de 20 horas segmenta a categoria em professores “aulistas”, que exercerão
suas atividades em condições ainda mais precarizadas de trabalho, e com baixa
remuneração.
A ADCAC repudia, também, quaisquer propostas de aumento da carga horária
de trabalho dos professores da UFG/CAC de 08 horas para 11.5 horas, entendendo que
tal mudança acarreta sérias implicações no padrão de qualidade desta instituição, e
prejuízos ainda maiores para os professores no que diz respeito às condições e a
qualidade do trabalho. O aumento de horas/aula fere, ainda, a pauta de reivindicações da
categoria, que propõe: a) eliminação de todas as formas de precarização do trabalho
docente, tais como o aumento de horas em sala de aula, posto que prejudica a qualidade
do trabalho docente.
Os professores federais vivem uma realidade que os empurra para um
produtivismo acadêmico em salas super lotadas, destituídos de infra-estrutura adequada
e de condições que lhes possibilitem combinar as dimensões do ensino, da pesquisa e da
extensão, através do aumento de carga horária a ser cumprida em sala de aula,
desqualificando, desta forma, a pesquisa e a extensão. Há uma clara desvalorização da
carreira do professor federal e a impossibilidade de se manter a qualidade das atividades
acadêmicas.
O que está em jogo é o projeto de universidade que a categoria deseja construir,
uma leitura sobre o desenvolvimento e a produção de conhecimento, da ciência e da
tecnologia. A adesão a princípios de “eficácia”, “produtivismo” e “avaliação” privilegia
uma lógica gerencial como modelo de gestão que deprecia o serviço público federal,
retira direitos conquistados pelo movimento docente e compromete a educação pública
brasileira.
Ainda, a ADCAC repudia qualquer tentativa de consolidação de parceiras
público-privadas, que esconde um movimento de privatização da universidade pública e
que resulta na desresponsabilização do Estado no investimento em políticas públicas.
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Tais propostas se distanciam dos critérios acadêmicos e científicos da universidade
pública e favorecem uma leitura míope da nossa realidade, escondendo os verdadeiros
interesses dos gestores.
A ADCAC espera que qualquer definição de critérios seja feita por meio de
processos democráticos, através da promoção de uma ampla e aprofundada discussão
sobre os rumos da educação pública brasileira, dos quais participe toda a comunidade
envolvida.
A ADCAC continua aguerrida e ativa na luta pela carreira docente e por
melhores condições para o exercício das atividades da categoria e na defesa
intransigente do serviço público federal.
DO l
AN
AL D
OC
C OM
A LUTA É FORTE! A LUTA CONTINUA!
Diretoria da ADCAC
Em 28 de setembro de 2012
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UFG/CAC
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