1 A CURA ESPIRITUAL Irmandade dos Anônimos João Cândido (médium) 2 “Lázaro, vem para fora.” (Jesus Cristo) “A tua fé te curou.” (Jesus Cristo) “Confessai vossas culpas uns aos outros e orai uns pelos outros para que sareis.” (Tiago apóstolo) “Pedi e dar-se-vos-á; batei e a porta se abrirá.” (Jesus Cristo) “Aqui e agora.” (mestres orientais) “Seja feita a Vossa Vontade, Pai, e não a Minha.” (Jesus Cristo) “Não cultivemos a auto piedade, pois é uma forma de chantagem emocional, sobrecarregando os outros com a solução dos problemas que nós mesmos podemos e devemos resolver.” (anônimos) 3 ÍNDICE Esclarecimento sobre o desenho da capa Introdução Primeira Parte: Auto obsessão Capítulo I – Os erros 1 – O livre arbítrio 2 – As intenções 3 – As lesões espirituais Segunda Parte: Alo-obsessão Capítulo I – Implantes espirituais 1 – Caso narrado por Manoel Philomeno de Miranda 2 – Outros casos Capítulo II – Plugamento de ovoides e magnetização 1 – Caso de Margarida Capítulo III – Presença de Espíritos desequilibrados ou malevolentes 1 – Obsessores encarnados 2 – Obsessores desencarnados Terceira Parte: Auto conhecimento e cura Capítulo I – Auto análise Capítulo II – Viagens astrais 1 – Desobsessão 2 – Retirada de implantes negativos 3 – Elevação do nível vibracional 4 – Ciladas de iluminação Capítulo III – Auto reforma moral profunda 1 – Mudança do estilo de vida 1.1 – Vida moralmente correta 1.2 – Viver o “aqui e agora” 1.3 – “Seja feita a Vossa Vontade e não a minha” Oração à Mãe Santíssima 4 ESCLARECIMENTO SOBRE O DESENHO DA CAPA Idealizamos o paciente como uma pessoa movida de boas intenções, mas pode ser o contrário. Pintamos o perseguidor como uma pessoa negativa, pois não há perseguidores bons. No alto representamos a Justiça Divina e Seus executores, cuja finalidade é acelerar a evolução espiritual dos seus irmãos em humanidade. A cor predominante que empregamos é o violeta, pois simboliza a cura. O ideal pretendido pelos trabalhadores da área da cura espiritual é ajudar espiritualmente tanto o paciente quanto seus perseguidores, pois todos são filhos de Deus, mas tudo depende de uma série de fatores, mas, principalmente, do que a Justiça Divina determinar a respeito de cada um. A consulta à ficha cármica de cada um é o direcionador principal para os Espíritos que trabalham na área da cura espiritual e, com sua experiência, sabem o que devem fazer em cada caso, tal qual o médico capacitado e idealista tem condições de escolher o melhor meio de beneficiar seus pacientes. 5 INTRODUÇÃO Para realizar-se a cura espiritual temos de considerar os seguintes fatores: 1 – os equívocos morais praticados pelo paciente provocam-lhe, gradativamente, lesões nos corpos espirituais (pois não há um só corpo espiritual, mas vários, que alguns resumem na expressão perispírito) e, se não houve ainda a auto reforma moral profunda, continuam como feridas expostas ou encobertas, gerando a auto obsessão, ou seja, o complexo de culpa chama a punição, que vem sempre através de disfunções psíquicas ou físicas ou as duas juntas, sem contar que abrem brechas para as perseguições de outros Espíritos e 2 – as irradiações mentais dos prejudicados ou de outros Espíritos encarnados ou desencarnados que procuram desequilibrar o paciente, tratando-se da alo obsessão. Para ilustrar o item 1 utilizaremos uma expressão utilizada por Bezerra de Menezes, que é a seguinte: “As pedras perseguem o apedrejado.” no sentido de que, enquanto não há a quitação dos débitos espirituais, a cobrança interna e/ou externa continuam infelicitando a vida do devedor: essa é uma realidade, que devemos compreender, a fim de não querermos nem mais nem menos do que merecemos, ao mesmo tempo em que devemos ser otimistas pelo fato de estarmos gradativamente nos libertando dos erros do passado. O que não devemos querer é que a Justiça Divina nos dê carta de alforria com um mero pedido de perdão, ou, como acreditavam os nossos antepassados, que bastasse o arrependimento labial na hora da extrema unção. Não minimizemos a Justiça Divina, mas também não a encaremos como a de um Ditador, à moda de Júpiter, da antiga crença dos romanos, ou seja, um deus arbitrário, ou mesmo de Jeová, que punia seus filhos e filhos muito mais do que os amava com desvelos de Pai. 6 Foi Jesus quem mostrou a ideia do Deus verdadeiro, chamando-O de Pai, pois que, acima de tudo, isso é o que Ele é. Quanto aos perseguidores, devemos, realmente, tomar cuidado com eles, mas, em um mundo de provas e expiações como é a Terra, já fazemos muito nesse sentido no dia a dia, pois temos de nos precatar contra assaltantes nas vias públicas; contra a agressividade gratuita de transeuntes, parentes e conhecidos; contra os golpes de desonestidade dos que procuram lucrar com a ingenuidade ou o descuido alheios e assim por diante. Dessa forma, como há encarnados malevolentes e exploradores, há desencarnados com a mesma índole negativa. Não nos assustemos com o fato de termos inimigos espirituais, que são obsessores, pois, apenas como ilustração, mencionemos um fato acontecido com Divaldo Pereira Franco, quando uma conhecida lhe disse, assustada, que tinha ficado sabendo que tinha um obsessor, ao que Divaldo respondeu-lhe que ficasse tranquila, pois ele tinha dezoito. Todavia, temos de pensar que nosso objetivo na vida não é curtirmos férias, mas Deus nos criou para a perfeição, o que se alcança apenas vivendo, experienciando, aprendendo, realizando no Bem e, na verdade, em qualquer uma das situações possíveis, mesmo quando está agindo no Mal, a criatura sempre estará adquirindo uma competência especial para transformar-se em futuro instrutor daqueles que cometeram os mesmo erros que ele. Deus não castiga Suas criaturas, mas sim possibilita-lhes o aprendizado em determinada área específica, de tal forma que, para a maioria dos Espíritos, os erros são um aprendizado doloroso. Há quem, pela rebeldia ou preguiça que escolhe como referencial de sua conduta, acabe trilhando o caminho do filho pródigo da parábola, mas sempre chega a hora do despertamento. 7 Emmanuel, no seu livro “A Caminho da Luz”, fala de Espíritos que vieram degredados de Capela, os quais até aquela data, não tinham conseguido autorização para retornarem ao seu mundo de origem, devido ao elevado passivo de débitos que os caracterizava. Muitos deles serão degredados para Quírom, mas chegará uma hora em que despertarão para a responsabilidade com a Justiça Divina, mesmo que sofram outros degredos, porque Jesus foi claro no sentido de que “nenhuma ovelha se perderá”. Mas, se por um lado, há a certeza da evolução de todos, essa evolução deve ser o resultado do esforço de cada um, porque Jesus também foi claro ao afirmar: “Pega a tua cruz e segue-Me.” Ele não carregará a cruz de ninguém, pois já tem a d’Ele próprio, pois trata-se de um Espírito em evolução. A Missão d’Ele é ensinar o caminho, mas cada um deve seguir em direção ao progresso rumo à perfeição, que a todos está garantida, pois Ele disse: “Vós sois deuses; vós podeis fazer tudo que Eu faço e muito mais ainda.” Dos Espíritos que passaram pela Terra somente Jesus nunca errou, porque sempre optou por cumprir os ditames da Lei Divina, escrita na essência divina que habita, desde o início, na intimidade psíquica de cada ser. Devemos entender que não são necessários livros para registro da Lei Divina, porque Deus a escreveu no íntimo de cada ser, no momento de criá-la, na fase sub atômica e, com a evolução, essa consciência vai despertando, até chegarmos ao ponto de detectarmos a Lei de Deus dentro de nós, que nos cobra determinadas atitudes e posturas, sendo que quando descumprimos nossos deveres, passamos a sofrer as consequências respectivas, como uma verdadeira prisão interna e, “de lá não sairemos até termos pago o último quadrante.” Ninguém deve comprazer-se no erro, pois isso custarlhe-á sofrimentos desnecessários, como acontece com o aluno 8 relapso ou rebelde, que perde as oportunidades de aprender e, depois, o conhecimento lhe fará falta no futuro. Estudaremos, neste livro, o processo da cura espiritual. Quanto à cura do corpo físico não a abordaremos diretamente, apesar de que, em muitos casos, depende da cura espiritual. Lembremo-nos de que Jesus curou apenas um ou outro doente dentre as centenas que Lhe estenderam a mão em pedidos de súplica. O que deve importar-nos, como Espíritos necessitados de progresso espiritual, deve ser a nossa cura espiritual, pois dela depende a nossa real felicidade e paz interior e devemos ajudar os outros, se esses o quiserem, a também curar-se. A cura espiritual, na verdade, representa uma Decisão da Justiça Divina, a qual analisará se o paciente merece a liberação das consequências dolorosas dos erros que praticou. Devemos entender esta assertiva, a fim de não desanimarmos quando não a conseguirmos imediatamente, pois muitos fatores são levados em conta e não apenas as ações da vida presente, pois o passado é composto de muitos milhares de anos, normalmente referto de más ações, más intenções e muitas inimizades. Os trabalhadores categorizados da área da cura consultam seus superiores hierárquicos sobre quais providências devem ser tomadas em cada caso e não vão atendendo precipitadamente aos pedidos dos doentes, os quais, na maioria dos casos, querem sarar do corpo para continuarem levando uma vida cheia de defeitos morais, quando não de vícios ou desonestidades e, nesses casos, a cura significaria incentivo indireto para mais débitos contraírem. Por isso, inclusive, nem todos que pedem a cura a recebem, principalmente se são pessoas ainda voltadas para o Mal, apesar de elas próprias acharem que são muito boas. Os Espíritos evoluídos são obedientes e não se aventuram a criar situações temerárias, sendo que, antes de iniciarem qualquer tratamento em favor de um paciente, 9 consultam sua ficha cármica e fazem o que é possível e nada além disso. Portanto, quando não somos curados imediatamente, devemos ter paciência, pois a Justiça Divina nos dará a carta de alforria talvez mais cedo do que imaginamos, mas na medida do nosso merecimento, a fim de que evoluamos espiritualmente e não apenas fiquemos livres do aguilhão que, na maioria das vezes, é o instrutor necessário para nos transformarmos de sombras em luzes. No episódio da ressuscitação de Lázaro vê-se claramente que Jesus consultou ao Pai sobre o que deveria fazer e, ao final, cumpriu a Decisão Paterna e determinou: “- Lázaro, vem para fora.” Alguém estranhará a associação da Saúde à Justiça, mas é assim que acontece, pois somente ocorre a cura espiritual se o paciente a merece. A expressão “tua fé te curou” significa que o paciente se colocou em sintonia com a Justiça Divina no sentido de merecer a cura e esta efetivou-se pelo julgamento favorável da Justiça Divina. Devemos entender cada coisa no seu significado espiritual, pois tudo que Jesus ensinou é espiritual, daí a expressão: “Meu Reino não é deste mundo.” Quanto aos perseguidores espirituais, de acordo com o que a Justiça Divina deliberar a seu respeito, poderão continuar exercitando seu livre arbítrio, dessa forma tentando prejudicar aquele paciente, mas, conforme o caso", poderá ser estabelecida uma limitação maior ou menor à atuação deles Devemos entender que tem razão a frase: “Deus escreve certo por linhas tortas”, ou seja, Ele permite que alguns pratiquem o Mal, a fim de serem instrumentos do progresso alheio, tanto que Jesus disse: “O escândalo é necessário, mas ai daqueles que são seu instrumento.” Cada criatura serve ao progresso geral, apenas que umas obedecendo voluntariamente a Deus, com o coração cheio de Amor, enquanto que outras servem como 10 castigadoras dos que erram e essas pagarão pela maldade com que agem. Entendamos que “não cai uma folha de uma árvore sem que Deus o consinta.” Também compreendamos a expressão: “Todos os fios de cabelo de vossa cabeça estão contados.” Em um mundo de provas e expiações, como é o caso da Terra, sempre haverá perseguidores enquanto não forem expurgados daqui os maus, sendo que há inclusive os perseguidores gratuitos, que são como os assaltantes, que não têm inimizade contra suas vítimas, escolhendo o primeiro que passa, sendo que são Espíritos que se comprazem na prática do Mal, inclusive por inveja à relativa paz e felicidade dos bem intencionados. O orgulho lhes domina o coração e a mente e rebelam-se com a ideia de terem de submeter-se a quem quer que seja, inclusive a Deus. Querem viver segundo suas próprias inclinações, na irreverência, na desordem, na insubmissão, como se fossem os verdadeiros “donos do mundo”. Enquanto não aprenderem com os sofrimentos, como o filho pródigo, continuarão fazendo vítimas, as quais, todavia, só serão atingidas se a Justiça Divina assim entender conveniente. Quem pensa que a Justiça Divina não atua com medidas severas está redondamente enganado, pois, na Balança de Deus, são colocados, em um dos pratos, o paciente e, no outro, seus perseguidores. A pesagem não está sujeita a erros e, por isso, devemos confiar em que sempre será feita justiça a nós e aos outros, pelo que devemos sempre dar graças a Deus e não odiar a ninguém, mesmo a quem nos tenta prejudicar. Ao nos curarmos teremos aprendido dias lições: 1 – viver o “aqui e agora” e 2 – dizer sempre “seja feita a Vossa Vontade e não a minha”. 11 Que Deus abençoe a todos, tanto os que procuramos a cura espiritual quanto os que ainda se comprazem no erro, pois um dia despertarão. PRIMEIRA PARTE: AUTO-OBSESSÃO 12 CAPÍTULO I – OS ERROS As pessoas em geral estão tão acostumadas a pensar apenas em termos materiais que há o risco de estranharem o que temos a dizer agora, que é como se faz o registro das mínimas movimentações interiores de cada Espírito, ou seja, dos seus pensamentos. Cada pensamento é registrado no próprio Espírito, o qual, na verdade, não tem forma nem corpo e, mas, uma vez que, no mundo terráqueo, tem de revestir-se de corpos espirituais, esse registro se reflete nos chakras correspondentes ao tipo de pensamento. Por exemplo, um erro ou acerto com relação ao sentimento ficará registrado no chakra cardíaco, um referente à sexualidade no chakra genésico e assim por diante. Dessa forma, quando encarna, a tendência é o corpo físico assimilar as feridas espirituais, no caso dos erros, que tendem a contaminar o corpo físico, provocando doenças específicas. Como a maioria das pessoas da Terra ainda não realizou a auto reforma moral profunda, seus chakras estão contaminados por registros negativos em grande quantidade. A forma de livrar-se dessa carga negativa é modificar as próprias intenções, para, aos poucos, ir drenando o lodo moral. Tenham certeza, prezados irmãos e irmãs, de que somos medidos espiritualmente não pelo que fazemos, pois muito do que exteriorizamos é hipócrita, mas sim pelas nossas intenções mais secretas, pois elas retratam nossos pensamentos. Por isso é que André Luiz afirma que mais da metade da humanidade da Terra, ao desencarnar, vai penar nas zonas purgatoriais: é justamente por causa das intenções malevolentes, a frieza, a dureza de coração, as segundas intenções, a hipocrisia, a maldade disfarçada etc. etc. Depois de despertar para o Bem, cada Espírito tem de limpar-se espiritualmente e assim vai fazendo, retirando do 13 próprio mundo interior as faltas morais mais recentes e, aos poucos, livrando-se das mais antigas. Assim é que Espíritos da envergadura espiritual de um Chico Xavier estão ressarcindo débitos de milhares de anos atrás. Aprendamos a pensar com clareza nessas informações, porque o tempo é relativo, mas as dívidas só desaparecem quando são saldadas. A Justiça Divina é que dá a carta de quitação a cada um quanto às dívidas que contraiu. Pensemos com seriedade no que temos feito da própria vida, pois o futuro nos cobrará o presente, tanto quanto o presente nos cobra o passado. Não contraiamos mais dívidas do que já temos e comecemos a pagá-las com seriedade, até chegar a hora, daqui a muitos milênios, de podermos passar à categoria de servidores fieis, a quem se delegam tarefas de responsabilidade na evolução espiritual das outras criaturas. 14 1 – O LIVRE ARBÍTRIO O livre arbítrio é fruto da evolução do Espírito que ingressa na fase humana. Os animais desempenham tarefas úteis no contexto planetário, mas sua visão sobre o que fazem é mais restrita que a humana, não sendo, portanto, cobrados pelo que realizam em prejuízo das outras criaturas. Mas, à medida que avançam em conhecimento na fase humana, aplica-se a seguinte regra: “A quem muito é dado muito será pedido.” Quanto mais evoluído é um Espírito, mais obedece e menos faz a própria vontade, porque sempre entende o referencial moral: “Faça-se, Pai, em mim segundo a Vossa Vontade.” As criaturas humanas da Terra pensam diferente dos Espíritos evoluídos, pois não consultam a própria consciência, para acharem qual a Vontade de Deus, consubstanciada nas informações que brotam do fundo da alma, e, assim, querem realizar suas fantasias, o que lhes acarreta sérios sofrimentos, até que, como o filho pródigo da parábola, voltem para a Casa Paterna, ou seja, aprendam a obedecer à Lei interna, que Deus inscreveu no íntimo de todas as criaturas. 15 2 – AS INTENÇÕES As intenções representam o nosso próprio retrato espiritual. Ninguém é o que faz no mundo exterior, mas o que pensa quando está sozinho consigo próprio, segundo diz Emmanuel. Mas as intenções têm raízes no passado longínquo e sua origem deve ser pesquisada principalmente através da viagem astral, que Hermínio Correa de Miranda e outros chamam de regressão de memória. Sem essa verificação no passado longínquo e no passado recente, as possibilidades concretas de cura definitiva são menores, pois a ferida estará, na melhor das hipóteses, encoberta, mas não curada. Todavia, há casos em que basta um choque profundo no doente espiritual para que ele caia em si. Apenas para comparação, informamos que, na Índia antiga, colocavam-se pacientes psiquiátricos em um poço cheio de serpentes para que, frente ao perigo iminente, caíssem em si, despertando o instinto de sobrevivência. Há casos de pessoas que são fortemente inclinadas à corrupção, outras à mentira, outras à prática de crimes de várias ordens, outras ao abuso da sexualidade, mais outras à drogadição ou outros vícios, outras à descrença, ao pessimismo, à desconfiança em relação aos outros, à baixa auto estima e assim por diante. As iniciativas de superfície, como, por exemplo, a frequência a grupos de auxílio mútuo podem resolver, mas também podem simplesmente mascarar o problema, cujas raízes se perdem na noite dos milênios passados, em que a criatura humana se comprometeu espiritualmente através de condutas condenáveis e que, normalmente, ficaram impunes, sendo que a impunidade piorou mais ainda a situação pessoal perante a própria consciência, o que, na atualidade, tende a gerar o complexo de culpa, pois se cobra uma punição que não foi aplicada. 16 Se tivesse havido a punição, a consciência não estaria cobrando tanto. Os atentados contra a própria consciência que passam despercebidos são bombas que vão explodir algum dia. Hermínio Corrêa de Miranda relata o caso de um filantropo que vivia secretamente uma vida dissoluta e, depois de desencarnado, pediu para reencarnar como tetraplégico, para curar as feridas espirituais através do sofrimento que a imobilidade corporal lhe proporcionaria. Por isso, alertamos, é importante curar o Espírito e não haver excessiva preocupação em sarar o corpo, porque há muitos casos em que as doenças corporais são verdadeiros remédios para o Espírito devedor. O complexo de culpa é uma decorrência da cobrança da própria consciência, sendo que a consciência é um juiz incorruptível e exigente, cuja utilidade é indicar o caminho do Bem, para a evolução dos Espíritos: em suma, é a Voz de Deus dentro de cada criatura. É recomendável, portanto, que se realize a viagem astral com ou sem o auxílio de um terapeuta especializado nesse tipo de trabalho, conforme o caso do paciente saber viajar sozinho ou não, mas, ao detectar-se a série de erros praticados no passado, vem a fase seguinte, que é a eliminação das impregnações negativas, ou seja, das energias deletérias que encharcaram a organização psíquica. A fase seguinte a essa segunda é a da inserção da energia violeta no corpo espiritual, porque essa é a luz da cura. Esse exercício pode ser realizado uma única vez ou mais de uma, conforme o caso, mas o importante realmente é a intenção sincera e firme do paciente em realizar a auto reforma moral profunda. Caso contrário, a doença espiritual perdurará, pois, mesmo curadas as feridas espirituais, o Espírito continuará emitindo pensamentos negativos, que as reavivarão, sem contar as induções negativas dos obsessores externos. 17 Jesus, por exemplo, realizou a cura espiritual do paralítico, em fração de segundos, devido ao Seu Poder Mental, mas este voltou aos ambientes de viciação e contraiu de novo a doença espiritual da qual poderia ter-se livrado para sempre. Essa lição é memorável, ensinando que o elemento primordial da cura espiritual é a vontade firme e inabalável do doente em auto reformar-se moralmente em profundidade. Aqui vemos como as intenções representam uma sedimentação multimilenária e assim deve ser tratada, para haver a cura espiritual. 18 3 – AS LESÕES ESPIRITUAIS As lesões espirituais localizam-se nos chakras, conforme o tipo de erro sedimentado no curso da biografia de cada Espírito. Imaginemos, por exemplo, o caso de uma pessoa que pratique o sexo sem Amor com a maiúsculo: ela estará injetando energias negativas no psiquismo alheio e sendo inoculada desse tipo de energia deletéria. Para livrar-se das energias que assimilou poderá gastar muito tempo, sendo que, de acordo com a malícia que o caracterizou, esse processo de retirada dos implantes pode ocorrer daí a séculos ou milênios. Vejamos como se deve proceder com seriedade. Por isso Jesus alertou: “Todo aquele que olhar para uma mulher cobiçando-a já cometeu adultério com ela no seu coração.” Essa lição vale para todos os tipos de pensamento. Quando emitimos um pensamento de inveja, malícia, ódio, agressividade, pessimismo, descrença, corrupção, desonestidade etc. etc. já cometemos uma infração à Lei Divina e isso fica registrado no nosso psiquismo. Somente ficaremos livres dessas manchas quando a Justiça Divina, na Sua Perfeição, nos conceder o alvará de soltura. “Reconcilia-te depressa com teu adversário, enquanto estás a caminho com ele, para que não suceda que ele te entregue ao juiz, o juiz te entregue ao seu ministro e te encerrem na prisão, sendo que de lá não sairás enquanto não tiveres pago o último quadrante.” Esse adversário nem sempre é outra pessoa, mas pode ser nós mesmos, enquanto que o juiz é a nossa própria consciência e a prisão são as feridas espirituais. 19 SEGUNDA PARTE: ALO-OBSESSÃO 20 CAPÍTULO I – IMPLANTES ESPIRITUAIS Os implantes espirituais podem ser realizados através do conhecimento de técnicas avançadas ou sem esse conhecimento. Camilo, através da psicografia de José Raul Teixeira, por exemplo, afirma que as pessoas que odeiam umas às outras implantam plugs negativos umas nas outras pela simples emissão de pensamentos negativos assimilados. Há, todavia, cientistas do Mal, que realizam trabalhos minuciosos de obsessão programada para produzir efeitos devastadores. Não devemos subestimar o poder do Mal, como alertava Chico Xavier, porque os Espíritos devotados ao Mal no mundo espiritual são os mesmos que, no mundo material, espalham desgraças, corrupção, drogadição, sexolatria e todas as outras formas de infelicidades. Cuidemos para não sermos vítimas desses obsessores perigosos, encarnados e desencarnados, pois eles estão por toda parte, inclusive, possivelmente, dentro do nosso próprio círculo familiar, na pessoa de parentes próximos, cônjuges, filhos etc. A convivência entre os bons e os maus é parte da determinação divina, a fim de que uns aprendam com os outros, ou seja, os primeiros exercitem a caridade e os segundos assimilem os exemplos de espiritualização. Não tenhamos horror aos maus, mas procuremos ajudalos, porém, sabendo não misturarmos nossas energias às deles no sentido de sermos dominados pelas suas negatividades, mas sim induzi-los ao Bem, na medida do possível. Jesus é o mais importante referencial nesse sentido, pois deixou-se acompanhar de muitos sofredores e desajustados, procurando orientá-los, mas nunca se desviou do caminho do Bem a pretexto de amá-los. Os implantes negativos existem em quase todas as criaturas ligadas à Terra e, gradativamente, à medida que vão se sublimando, vão ficando livres deles, porque cada implante 21 negativo representa um tipo de débito espiritual com determinados seres ou situações. Por isso, é importante a visão do passado cada vez mais remoto, para que os débitos sejam todos quitados. Chegará um ponto, daqui a muitos milênios, em que não teremos mais nenhum débito a quitar e estaremos limpos das mazelas do passado. O conhecimento desta realidade é importante, a fim de sabermos que o pior do Mal é quando ele está dentro de nós e, com isso, as induções dos malevolentes, encontram eco no nosso próprio íntimo. Jesus foi tentado no período que antecedeu Sua Missão Pública, mas o Espírito das Trevas que procurou convencêl’O a desistir da Tarefa nada conseguiu, porque Jesus é imune ao Mal, porque não tem brecha nenhuma na Sua estrutura espiritual de pura obediência à Lei de Deus. As demais criaturas da Terra têm de limpar-se das mazelas morais do passado e, por isso, estão sujeitas às obsessões. André Luiz, em excelente texto, fala sobre o assunto, na linguagem espírita. Transcrevemos, abaixo, o texto de André Luiz com comentários de um dos nossos companheiros de trabalho espiritual: “PESSOA MENOS SUJEITA À OBSESSÃO” “A pessoa menos obsedável...” Inicia afirmando a possibilidade de qualquer pessoa estar sujeita à obsessão. A prevenção depende de cada um, adotando uma forma de pensar, sentir e agir conforme as Leis Divinas. A cura, no caso de já instalada, também se submete ao mesmo tratamento. Todavia, “é melhorar prevenir do que remediar”... Como se sabe, obsessão é a sintonia mental com Espíritos encarnados ou desencarnados em estado de desarmonia moral. 22 “Não espera milagres de felicidade, inacessíveis aos outros, mas se regozija pelo fato de viver com a possibilidade de trabalhar.” A Felicidade verdadeira decorre do grau de adequação do pensamento, sentimento e ação às Leis Divinas: fora desse referencial o que costumam haver são momentos de euforia, que passam muitas vezes mais rápido do que se imaginava. Não há nenhum “milagre” de felicidade, mas sim consequência do merecimento de cada um. A conquista de bens materiais e outros benefícios que não têm a ver diretamente com o aperfeiçoamento moral representaria uma forma “milagrosa” de felicidade, que muitas vezes esperamos, quando ainda não estamos despertados para a real procura da nossa evolução espiritual. Nesse estado de desacerto interior, vivemos correndo atrás dos objetivos materiais e costumamos nos revoltar quando não os alcançamos e nos decepcionar quando os conseguimos, verificando que são meras “bolhas de sabão”... A Felicidade real é possível a todos. Se pretendemos uma felicidade que somente nós poderíamos ter, já se pode ver que o egoísmo está por trás dela. O egoísmo tem muitas formas de manifestar-se, fazendo-nos querer com exclusivismo, como se fôssemos “mais filhos de Deus que os outros”... Trabalhar é desempenhar qualquer atividade realmente útil ao meio ou à coletividade onde vivemos. Somente se pode considerar realmente trabalho as atividades “úteis”, pois as inúteis ou prejudiciais “servem” apenas a quem as exerce, visando dinheiro ou benefícios egoísticos. O trabalho também produz regozijo em quem o exerce, proporcionando igualmente o nosso desenvolvimento intelecto-moral. “Ama sem exigências, aceitando as criaturas queridas como são, sem pedir-lhes certificados de grandeza.” 23 Amar é dar de si em pensamentos, sentimentos e ações. Se há exigências em contrapartida, já não se trata de amor, mas de egoísmo, que procura escravizar as outras pessoas. Muito ainda temos desse egoísmo, mas precisamos livrar-nos dele, sob pena de continuarmos a repetir os fracassos do passado. Amar é querer beneficiar as pessoas sem esperar nada em troca. Cada ser humano é um verdadeiro universo, pois que descreveu sua trajetória evolutiva de forma diferente das demais: não há duas pessoas sequer parecidas, quanto mais iguais!... Cada um tem suas peculiaridades, sua forma particular de pensar, sentir e agir: devemos respeitar a individualidade de cada um. Orientar aqueles a quem nos compete é uma coisa, porém, cobrar delas “certificados de grandeza” é outra coisa. “Cada um dá o que tem”... O autor espiritual não nos aconselha a omissão, mas sim o respeito aos outros. Muitos de nós ainda não entendemos o que significa esse “respeito” e, a todo momento, querem exercer domínio sobre os outros, principalmente sobre os chamados “entes queridos”. “Suporta dificuldades e provações, percebendo-lhes o valor.” Quando Jesus aconselhou: “Toma a tua cruz e segueme”, estava orientando-nos ao cumprimento dos nossos deveres, dentro dos quais se incluem vivenciar com sabedoria as “dificuldades” e “provações”. Nossa vida é um misto de facilidades e dificuldades, na medida exata, que as Leis Divinas estabelecem para cada criatura. “Deus dá o frio de acordo com o cobertor”... O valor das situações difíceis é justamente de nos proporcionar novas lições, necessárias à nossa evolução intelecto-moral. Se não houvesse dificuldades e provações, estaríamos condenados à estagnação. Na verdade, nem todas essas lições são novas, mas muitas são aquelas antigas que ainda não aprendemos... 24 “Não adota cinismo e nem preconceito em seus padrões de vivência, conservando o equilíbrio nas atitudes e decisões, dentro do qual sabe ser útil, com tranquilidade de consciência.” Cinismo é falta de respeito a pessoas, situações ou coisas: trata-se de uma forma incorreta de pensar, sentir e agir, que não condiz com a caridade, que devemos adotar em todos os momentos. Os preconceitos representam os atavismos do passado, as formas equivocadas de analisar sem conhecimento aprofundado dos assuntos. A pessoa preconceituosa enxerga tudo com os olhos dos “tempos idos”, sem abrir a inteligência e o coração para os novos conhecimentos e o respeito ao valor de cada pessoa ou coisa. Não só as atitudes e decisões devem ser direcionadas com equilíbrio, mas também os pensamentos e sentimentos: sem equilíbrio acabamos perdendo o rumo da própria vida. A ponderação, a moderação, a avaliação do que é certo ou errado, tudo isso faz parte da ideia de equilíbrio. Somente com equilíbrio somos realmente úteis. Em caso contrário, os prejuízos podem ser maiores que os benefícios. Jesus sempre pautou suas atitudes e palavras pelo equilíbrio: até na “correção aos vendilhões do templo”, que muitos interpretam de forma literal, agiu com equilíbrio. Na verdade, no referido incidente, o alerta do Divino Mestre para o respeito a Deus foi firme, mas não violento, pois, em caso contrário, significaria uma forma de desequilíbrio. A tranquilidade de consciência é resultado do cumprimento das Leis Divinas, pois é através da consciência que se dá o contato direto entre nós e o Pai. Se ela nos aprova é porque estamos pensando, sentindo e agindo em sintonia com Deus. “Estuda para discernir e não age impulsivamente, subordinando emoções ao critério do raciocínio.” 25 “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”, disse Jesus. Estudar é imprescindível para saber discernir o certo do errado, o Bem do Mal e aprofundar o autoconhecimento. Sem estudar não há como evoluir. Não se trata do mero estudo teórico, mas da prática do que se aprendeu. As ações devem ser ponderadas, pensadas antecipadamente, e nunca precipitadas, atabalhoadas e muito menos sob o domínio dos sentimentos negativos. As emoções representam os sentimentos, que devem passar pelo crivo da razão. Alguém que se deixe conduzir pelas emoções descontroladas corre sérios riscos, pois estará sempre “à beira do abismo”... “É firme sem fanatismo e flexível sem covardia.” Firmeza é determinação, persistência, vontade segura no que se pensa, sente e realiza. Fanatismo é desequilíbrio de quem não conhece o suficiente e cujo orgulho o faz assumir atitudes arrogantes. Flexibilidade significa aceitar pelo menos ouvir as opiniões contrárias e, se estiverem corretas, mudar suas próprias afirmações anteriores. Covardia é medo de assumir as atitudes que lhe compete. Jesus foi firme e flexível quando ensinou a Verdade sem ter obrigado ninguém a segui-l’O: cada qual tem a liberdade de aceitá-la ou não num determinado momento e passar a viver segundo ela quando se sentir preparado para tanto. “Acolhe as críticas, buscando aproveitá-las.” Toda crítica que alguém nos faça tem alguma utilidade: no mínimo nos induz à humildade. Se o crítico tem razão, devemos mudar nossa forma anterior de pensar, sentir ou agir. “Não interfere nos negócios alheios, centralizando o próprio interesse no exercício das obrigações que a vida lhe assinalou.” 26 Quando Jesus aconselhou a “não enxergarmos o cisco que está no olho do nosso irmão enquanto temos uma trave no nosso próprio olho” estava nos ensinando a investirmos na nossa própria reforma moral ao invés de querermos desempenhar o papel de censores da vida alheia. “Aprende a entesourar valiosas experiências, à custa dos próprios erros.” Todo erro, se bem analisado, pode servir de experiência para nossos futuros acertos. Arrepender-se dos erros cometidos é saudável, mas o passo seguinte deve ser a retificação, se possível, e seguirmos adiante. Jesus disse: “Vai e não peques mais.” Não incentivou o remorso improdutivo, mas sugeriu a correção de rumo, a iniciativa de mudar de vida. “Não cultiva hipersensibilidade neurótica e, em consequência, se desliga com a maior facilidade de quaisquer influências perturbadoras, entrando, de maneira espontânea, no grande entendimento dos seres e das coisas, dentro do qual se faz tolerante e compassiva, afetuosa e desinteressada de recompensas para melhor compreender a vida e desfrutar-lhe os infinitos bens.” Ser sensível ao Bem é uma virtude, porque estaremos captando tudo que conduz a Deus. Ser sensível ao Mal é sintonizar com ele, com graves prejuízos para nós próprios. Quando o autor espiritual fala em “hipersensibilidade neurótica” estará querendo nos advertir contra o hábito do melindre, de guardar mágoas e outros sentimentos negativos. Não assimilar qualquer influência perturbadora é um exercício que se deve praticar a todo momento: há muitas instigações ao desequilíbrio, mas devemos assumir uma postura interior adequada para que nenhum pensamento ou sentimento negativo se instale em nosso psiquismo e, assim, nossas atitudes serão sempre de “entendimento dos 27 seres e das coisas”, sem julgamentos maliciosos ou rigoristas e sem análises negativas ou injustas. A tolerância é uma das características dos Espíritos evoluídos: não julgam os outros. Jesus falou: “Eu a ninguém julgo.” Ser compassivo é pacientar-se com os defeitos morais alheios, pois não nos compete ser seus juízes, uma vez que a própria Justiça Divina os analisa tanto quanto analisa a nós também. Ser afetuoso traz felicidade para quem assim procede tanto quanto suaviza a vida dos que nos cercam. Não pretender recompensas já é, em si própria, uma recompensa espiritual, em termos de tranquilidade. Somente se compreende, verdadeiramente, a vida quando se procura conhecer a Verdade, que é representada na Terra, pela vida e pela exemplificação de Jesus. Os “infinitos bens” da vida são perceptíveis pelos que já evoluíram muito. Quanto mais evoluirmos mais descobriremos esses bens, que estão dentro e fora de nós, à espera da nossa maior qualificação intelecto-moral.” 28 1 – CASO NARRADO POR MANOEL PHILOMENO DE MIRANDA Narra o caso de um rapaz em quem tinha sido implantado um chip que repetia induções mentais para a prática do suicídio. Há toda uma tecnologia voltada para o Mal, desenvolvida por cientistas desencarnados, tanto quanto, no mundo terreno, há cientistas que fabricam drogas cada vez mais devastadoras etc. etc. Felizmente, o rapaz foi libertado daquela situação e seu obsessor desencarnado foi esclarecido, evitando-se uma tragédia, que infelicitaria ambos, mas tudo depende do merecimento, porque, no meio de milhões de casos semelhantes, apenas alguns são bem sucedidos, uma vez que falta merecimento na maioria desses casos. De qualquer forma, Deus nunca desampara Suas criaturas, mas as zonas purgatoriais do mundo espiritual estão superlotadas de criaturas que se comprazem no Mal, na rebeldia, na desordem moral, nos vícios e defeitos morais de vários tipos, aprendendo ali como quem tem de passar pelas penitenciárias terrestres para adquirir um mínimo de respeito a si próprios e ao próximo. Infelizmente, a maior parte da humanidade da Terra ainda transita pelas faixas mais baixas da Ética e, por isso, vive excruciada pelos sofrimentos físicos e morais, que, aliás, faz por merecer pelas intenções escusas que alberga no próprio íntimo. Querer promover a anjos criaturas que são movidas por segundas intenções, que vivem em função do “comer, dormir e reproduzir” é ignorar a Lei de Causa e Efeito, que determinada que se dê “a cada um segundo suas obras”. Superemos nossos próprios condicionamentos negativos, acumulados e sedimentados do passado e do presente, a fim de melhorarmos nosso mundo interior, pois, em caso contrário, estaremos sempre repetindo os mesmos erros e estando sujeitos à auto e à alo obsessão. 29 2 – OUTROS CASOS Temos orientado o próprio médium no trabalho de sua própria cura espiritual, através de viagens astrais, ocasiões em que toma contato, por indução nossa, com suas mazelas acumuladas do passado multimilenário, a fim de, determinando-se à auto reforma moral profunda, iluminar o próprio íntimo, dali extraindo implantes negativos, que se constituem em indutores da continuidade nos vícios e defeitos morais. O tratamento demanda verdadeiro empenho em auto reformar-se moralmente e humildade para reconhecer os próprios erros e más inclinações. Há pessoas que esbarram no orgulho e não admitem que sejam tão viciosas e mal intencionadas e, por isso, rebelam-se contra a ideia da própria inferioridade e não realizam o trabalho de auto análise: o número dessas pessoas é muito maior do que possa parecer. Os que se ajoelham diante da própria consciência e aceitam seu veredito é muito pequeno e somente esses se curam espiritualmente. 30 CAPÍTULO II – PLUGAMENTO DE OVOIDES E MAGNETIZAÇÃO Quem tiver a curiosidade sadia de ler o livro “Libertação”, de André Luiz, poderá ver como os Espíritos das Trevas providenciam o trabalho nefasto de plugamento de ovoides aos corpos espirituais de pessoas obsidiadas e como aproximam delas magnetizadores do Mal. Não devem assustar-se com essas informações, pois trata-se de uma realidade, mas que tende a solucionar-se com o auxílio de emissários do Bem, que procurarão curar tanto as aparentes vítimas quanto os aparentes agressores da paz alheia, pois todos são devedores e todos merecerão a caridade do Pai Celestial, que os ama igualmente. No fundo, são todos Espíritos desviados do Bem, mas que serão assistidos cedo ou tarde e se redimirão, pelos quais devemos orar e os quais devemos tentar auxiliar de variadas formas, inclusive através dos trabalhos de cura espiritual, cuja técnica devemos aprender a praticar. 31 1 – CASO DE MARGARIDA Margarida é uma afilhada espiritual da grande missionária Matilde, que André Luiz menciona em “Libertação”. Atentemos para as advertências da mãe espiritual à filha rebelde, que serve de alerta para nós todos. Transcrevemos trechos do livro com comentários de um dos nossos companheiros: ORIENTAÇÕES A UMA RECÉM LIBERTA DE OBSESSÃO “...viver no corpo terrestre, entendendo os deveres divinos que nos cabem, não é tão fácil, ante a glória infinita que em companhia dele podemos recolher.” - “deveres divinos que nos cabem”: cada um sabe, em sã consciência, os deveres que lhe competem. Apenas para ilustração, podemos dizer que, interpretando a parábola que ficou conhecida como a dos “trabalhadores da última hora”, podemos entender que o “contrato de trabalho” prevê, implicitamente, todas as tarefas que surgirem no decurso da jornada. Como aprendizes das regras de conduta evangelizada, costumamos recusar determinadas tarefas sob vários pretextos, mas, quando assim procedemos, estamos descumprindo os “deveres divinos que nos cabem”. Em suma, como Jesus apontou o caminho da evolução, aduzindo: “Sede perfeitos, como vosso Pai, que está nos Céus, é Perfeito”, não devemos nos escusar de cumprir todas as tarefas que surgirem e que nossa consciência aponte como sendo nossas. “Todos possuímos culposo pretérito a redimir.” - “culposo pretérito a redimir”: pode parecer a alguns que estejamos supervalorizando o lado negativo da nossa personalidade, mas a verdade é que ninguém consegue evoluir se não se redimir do seu “culposo pretérito”. Sabemos que, de todos os Espíritos que passaram pela Terra, somente Jesus descreveu uma trajetória evolutiva 32 retilínea, não porque tenha sido predestinado para isso, mas por opção Sua, a partir do momento em que, como Espírito, adquiriu o livre arbítrio. Os demais vão tomando ciência das suas vivências passadas à medida que sua evolução comporta esse conhecimento, e, com a consciência desperta, passam a investir no trabalho de “alimpamento” do próprio mundo interior, não através da procura propositada de sofrimentos, cilícios físicos ou morais, mas através de realizações nobilitantes no Bem. Como disse Jesus: “Deus não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva”, ou seja, que evolua, que se aperfeiçoe. O grau de “limpeza” espiritual se traduz na maior ou menor luminosidade de cada um, sendo, por exemplo, que um Espírito do nível de Jesus é pura luz. Ninguém precisa tomar conhecimento das próprias faltas cometidas em reencarnações passadas para começar o trabalho de auto redenção, pois, se analisar sua índole atual e sua forma de pensar, sentir e agir, descobrirá muitos pontos a serem retificados e poderá iniciar a auto redenção “aqui e agora”. Algumas pessoas recebem informes sobre seus feitos passados, bons ou maus, enquanto que outras não, mas isso não impede que procedam à auto reforma moral, o que faz com que consigam não mais repetir os erros do passado. A “redenção” integral, todavia, acontece apenas numa fase muito evoluída da trajetória de cada Espírito. A todos, porém, é possível fazerem o máximo, pois a paz da consciência abençoa a vida de quem se esforça no Bem. “É imperioso reconhecer, todavia, que, se a experiência humana pode ser doloroso curso de renunciação pessoal, é também abençoada escola em que o Espírito de boa vontade pode alcançar culminâncias.” 33 - “renunciação pessoal”: uma das mais funestas opções que alguém pode adotar é a de ficar disputando com os outros qualquer coisa, sendo que Jesus, ao dizer: “Se alguém quiser te tomar a túnica, dá-lhe também a capa; se alguém quiser te obrigar a dar mil passos, vai com ele mais dois mil; dá a quem te pede e não voltes as costas ao que deseja que lhe emprestes” estava, numa linguagem simbólica, e não ao pé da letra, aconselhando a renúncia construtiva. O bom senso saberá diferenciar a renúncia construtiva da omissão. Mas Jesus, na Sua superioridade espiritual, afirmou também: “Eu não tenho uma pedra onde recostar a cabeça.” - “escola”: trata-se a Terra, como mundo de provas e expiações, ou seja, uma escola onde devemos aprender as noções básicas da Ética de Deus, que se constitui, para o nosso nível, nas virtudes da humildade, desapego e simplicidade. Se não nos esforçarmos para aprender essas virtudes básicas, deveremos aqui reencarnar até que as assimilemos em definitivo. Não devemos culpar os outros pelas nossas dificuldades de assimilação das lições que devemos aprender e vivenciar, mas sim entender que, na escola onde nos matriculamos, encontraremos testes de vários tipos, todos os dias, sob pena de, em nos rebelando, sermos considerados como maus alunos. “Para isto, no entanto, é indispensável se abra o coração ao clima interior da bondade e do entendimento.” - “bondade”: Jesus recusou o qualificativo de Bom, afirmando que apenas Deus O é. Realmente, a Bondade do Pai é Infinita, mas nós podemos, dentro da nossa pequenez, ser bondosos com nossos irmãos e irmãs, filhos e filhas de Deus, tanto quanto nós o somos. 34 Em cada pensamento, sentimento ou atitude devemos enxergar em cada um deles uma manifestação de Deus, pois que assim realmente é. Jesus disse: “Se teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz”, o que pode ser traduzido por “Vejam em todos seus legítimos irmãos e irmãs, filhos de Deus.” - “entendimento”: trata-se da boa vontade, do desejo de se entender bem com todos, respeitando a individualidade de cada um, sua forma de ser e pensar, porque a nossa maneira de ser é apenas mais uma no meio de uma infinidade de outras. Devemos aprender que ninguém é obrigado a concordar conosco e que cada um é livre para pensar, sentir e agir conforme mais lhe agrade, salvo situações especiais, que são exceções e não regra. Atentemos para essa norma de respeito aos outros. Jesus mesmo exemplificou nesse sentido, pois, mesmo sendo o Divino Governador da Terra, as Suas Lições não foram ainda aceitas nem pela metade da humanidade terrestre. “Somos diamantes brutos, revestidos pelo duro cascalho de nossas milenárias imperfeições, localizados pela magnanimidade do Senhor na ourivesaria da Terra.” - “diamantes brutos”: Jesus disse: “Vós sois deuses; vós podeis fazer tudo que Eu faço e muito mais ainda”, mas o progresso espiritual depende da nossa vontade de superarmos velhos hábitos perniciosos, deixar para trás nossas antigas preferências negativas e rumarmos para o futuro glorioso da Luz. Somos, basicamente, “diamantes brutos”, e nos compete a auto lapidação, ou seja, o auto aprimoramento, sobretudo, espiritual. “A dor, o obstáculo e o conflito são bem-aventuradas ferramentas de melhoria, funcionando em nosso favor.” - “dor”: o que é a dor senão um sinal de alerta, a fim de que se evitem males maiores? 35 Procurar uma vida sem dores é almejar a estagnação, o marasmo, é o avesso do progresso. - “obstáculo”: cada obstáculo existe para ser vencido, cada dificuldade é um desafio para o desenvolvimento intelectual e espiritual. - “conflito”: os conflitos só existem para quem lhes dá oportunidade de surgimento e sustentação, porque os mansos e pacíficos sempre estão em paz. É isso que devemos fazer: ser mansos e pacíficos. Ninguém presenciará um Espírito Superior em conflito com quem quer que seja: miremo-nos nesses grandes e nobres exemplos. “Que dizer da pedra preciosa que fugisse às mãos do lapidário, do barro que repelisse a influência do oleiro?” - “mãos do lapidário”: Deus é nosso Lapidário: quem melhor do que Ele para planejar nosso aperfeiçoamento, invisível, fazendo-nos crer que tudo devemos a nós mesmos. Iremos duvidar do acerto dos Seus planos? - “influência do oleiro”: é Ele o Oleiro que nos molda, nos embeleza até a perfeição possível a uma criatura finita. Agradeçamos a estrada que Ele nos coloca à frente e sigamos por ela, rumo a Ele, que nos aguarda no final, mas que, na verdade, está conosco desde o começo. Enxerguemos a Deus em tudo: no ar, na água, na terra, no fogo, no céu, nas nuvens, nas montanhas, nos rios, nas pessoas, nos animais, nas plantas, nos inúmeros universos, nas dimensões que se interpenetram e n’Ele próprio. “Modifica as mais íntimas disposições, com referência aos adversários.” - “adversários”: quem é nosso adversário senão aquilo que ainda está dentro de nós como a ferrugem enfeando a peça de metal? Nossas imperfeições nos fazem impregnar a imagem dos nossos irmãos e irmãs com as nossas misérias morais. Quando estivermos redimidos, ou seja, com o interior totalmente limpo, a ninguém veremos com 36 fealdades morais, pois as nossas não mais nos toldarão a visão da realidade, que representa a progressividade da evolução individual. “O inimigo nem sempre é uma consciência agindo deliberadamente no mal.” - “agindo deliberadamente no mal”: só age deliberadamente no Mal quem está infeliz no seu interior, querendo transmitir aos outros suas decepções consigo próprio, enlameando os outros com sua lama interna. O progresso espiritual não se compatibiliza com qualquer iniciativa que não seja o Bem. Aprendamos a pensar, sentir e agir dessa maneira. “Na maioria das vezes, atende à incompreensão quanto qualquer de nós; procede em determinada linha de pensamento, porque se acredita em roteiro infalível aos próprios olhos, nos lances do trabalho a que se empenhou nos círculos da vida; enfrenta, qual ocorre a nós mesmos, problemas de visão que só o tempo, aliado ao esforço pessoal na execução do bem, conseguirá decidir.” - “incompreensão”: respeitemos o nível evolutivo de cada um, pois cada um tem Seu encontro pessoal com Jesus numa época que ignoramos. - “linha de pensamento”: a forma dos outros pensarem deve enriquecer nossa bagagem de informações e reflexões, sendo que, por isso, nunca devemos deixar de ouvir os outros, mesmo quando sabemos que estão contrários às Leis de Deus. - “os próprios olhos”: cada um representa um universo à parte. Feliz de quem entende isso e não pretende eclipsar essa maravilha que é o outro. - “trabalho a que se empenhou”: cada um contribui como lhe permite seu nível evolutivo, mas nada é inútil para Jesus, que coloca cada um exatamente onde fará o melhor que pode, mesmo que seja contribuindo para a redenção alheia pelo sofrimento. 37 - “problemas de visão”: cada qual vê do lado de fora conforme sua paisagem íntima. Melhoremos nosso mundo interior e tudo parecerá belo como realmente é. - “tempo”: nosso tempo passa e nós também passamos, mas as marcas do Bem que deixarmos serão nossa riqueza. - “esforço pessoal na execução do bem”: tudo devemos fazer para que o Bem aconteça, mesmo que seja levando um copo de água em direção a uma floresta em combustão, se assim nossa capacidade permite. “O batráquio e a ave caracterizam-se por impulsos diferentes, não obstante filhos do mesmo mundo.” - “batráquio”: se não conseguimos ainda ser aves que enfeitam o céu e cantam, pelo menos desempenhemos nosso papel de batráquios com utilidade. - “ave”: o simbolismo da diferenciação entre a ave e o batráquio foi utilizado, na certa, como forma de mostrar que devemos evoluir, deixando o terreno pantanoso e insalubre das nossas mazelas morais para voarmos em direção ao Mail Alto. É necessário sabermos utilizar o inimigo, nele situando nossa lição benfeitora. - “utilizar o inimigo”: Chico Xavier dizia: “Quando uma pessoa não gosta da gente ela tem sempre razão.” Essa é a verdade verdadeira. - “lição benfeitora”: muitas vezes quem mais nos impulsiona ao progresso é quem consideramos com os novos de desafetos, adversários, inimigos e outros. Esses não fazem como fazemos: disfarçar nossos defeitos morais. A rigor, em vista da nossa posição de inferioridade, seremos adversários naturais da obra dos Anjos, na esfera menos elevada que atravessamos presentemente; todavia, as Potências Angélicas não nos punem a incapacidade temporária de compreensão ante os serviços 38 divinos que lhes cabem na economia do Universo. Ao invés de condenar-nos, identificam-nos as deficiências compadecidamente e estendem-nos braços fraternos, através de mil recursos invisíveis e indiretos, a fim de que aprendamos a escalar o monte da sublimação, em marcha para os cumes celestes. - “adversários naturais da obra dos Anjos”: o que conseguimos realizar no Bem ajuda sempre, mas está muito aquém do trabalho dos Espíritos Superiores, que atuam de forma inimaginável para nós, sendo que o melhor que podemos fazer é cumprirmos nosso papel, mesmo que pequenino, porque, em querendo avançar muito em termos do nível das tarefas, não acabarmos atrapalhando ao invés de ajudar. Quando atuarmos junto ao Orientadores Elevados, façamos apenas da nossa parte e deixemos o mais por conta deles: assim cada um faz o que pode, tanto quanto Jesus não vai explicar aos principiantes no Bem Seus Planos acerca dos rumos evolutivos da humanidade da Terra. De qualquer forma, sejamos humildes e conscientes das nossas próprias limitações e realizemos as tarefas que forem surgindo, como “trabalhadores da última hora”, ao invés de querermos assumir o papel de missionários do Bem, que, na verdade, ainda não somos. - “não nos punem a incapacidade temporária”: esses missionários nos delegam tarefas secundárias, mas não nos menosprezam por isso. - “estendem-nos braços fraternos”: eles, sem que o percebamos, muitas vezes, realizam “enxertias psíquicas” em nós, a fim de termos condições de realizar determinadas tarefas que estão acima da nossa capacidade psíquica. - “escalar o monte da sublimação”: a evolução espiritual é obra de cada dia, de cada minuto, resultado de cada tarefa cumprida. 39 Em certo momento, depois de muitos anos de dedicação diária, paramos para refletir e percebemos que praticamente houve uma transmutação, como ocorreu com Paulo de Tarso, que concluiu: “Não sou eu mais quem vive, mas é Jesus que vive em mim.” Em grau menor, chegaremos, talvez mais rápido do que pensamos, a essa conclusão. “...não percas os tesouros do tempo em considerações inúteis.” - “considerações inúteis”: são considerações inúteis todas aquelas que ocupam o tempo que deveria ser destinado ao trabalho no Bem. “Enche as tuas horas de trabalho salutar com a possível harmonia, fonte de toda a beleza.” - “trabalho salutar”: há o trabalho salutar e o trabalho sem elevação espiritual. Das duas irmãs de Lázaro uma exercitava o trabalho salutar, com vistas à própria elevação espiritual, mas sabia a hora de interrompê-lo para ouvir as Lições Memoráveis do Divino Amigo, enquanto que a outra, de mente voltada exclusivamente para a materialidade, apenas exercitava o trabalho obsessivo, sem nenhum foco na própria elevação espiritual: eis uma diferença importante. A aparência nem sempre corresponde à essência. Precisamos ser um misto de cigarras e formigas, como duas polaridades complementares. Há pessoas que, num extremo, se orgulham arrogantemente de ser trabalhadoras, sem outro foco que o da materialidade, enquanto que outras, no outro extremo, simplesmente vivem a cantar, mas por pura vocação para a ociosidade: sejamos um misto “sublimado” das duas tendências, que uma das duas irmãs sabia combinar bem e a que Jesus deu valor e apontou como exemplo a ser seguido. Aprendamos essa lição. 40 “A vida, para toda alma que triunfa no carreiro áspero, é serviço, movimento, ascensão.” - “serviço”: a expressão “serviço” deve ser interpretada no sentido de “servir” e não apenas no de trabalhar, como explicado linhas atrás. Jesus trabalhou até os trinta anos de idade, mas “serviu” durante os trinta e três. O significado de cada uma das palavras é diferente: sejamos “servidores”, para evoluirmos. Observe-se que Jesus falou: “O maior no Reino dos Céus é o que mais servir a todos.” e não “O maior no Reino dos Céus é o que mais trabalha.” “E à rajada de luta que te conduzirá ao píncaro luminoso, não te suponhas sozinha na jornada áspera.” - “sozinha na jornada áspera”: ninguém está sozinho no Bem ou no Mal. Quem está lutando consigo mesmo na “jornada áspera” da própria ascensão espiritual, de vez em quando, costuma achar que está sozinho, mas sempre terá a companhia dos seus Orientadores Espirituais e de Deus. Mestres indianos, dentre os quais Yogananda, ensinam a pensarmos sempre em Deus, diretamente: e que companhia melhor do que a d’Ele? Devemos aprender a ficar “sozinhos com Deus”, pois nosso “espaço sagrado” deve ser preenchido por Ele. Vejamos como Jesus nos ensinou isso: “Tu, porém, quando fores orar, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a Teu Pai em segredo, e Teu Pai, que sabe o que se passa em segredo, te recompensará.”: eis a aparente solidão, todavia, necessária, em certos momentos, para o contato com Deus. Veja-se que Jesus, em determinados momentos, se isolava com Deus, não convidando ninguém para participar do “banquete divino”. “Outras, aos milhares, suam e sangram, em silêncio. Passam na cena do mundo, sem o afeto de um esposo e 41 sem a bênção de um lar. Não conhecem a dádiva de um corpo normal, nem podem guardar os mínimos sonhos que arregimentas no coração feminil. São homens esquecidos e mulheres desamparadas que passam despercebidos e humilhados, do berço ao túmulo. Respiram em regime de tortura moral e seguem, estrada afora, desprotegidos e dilacerados, aos olhos do mundo, abafando os próprios soluços que, se ouvidos, lhes acarretariam implacável punição. Entretanto, apesar do espesso véu de lágrimas que lhes dificulta a marcha, continuam caminhando impávidos, contando com um amanhã, cada vez mais impreciso e distante, que parece ocultar-se, indefinido, nos horizontes sem fim.” - “em silêncio”: aprendamos a praticar, em determinados momentos do dia, o “silêncio interior”, preenchendo-o com a mentalização, a meditação e a oração. O silêncio é tão importante que, dentro da sabedoria indígena, as vogais são seis letras e a última é o “silêncio”. “Desculpa os outros, sem desculpar a ti mesma.” - “desculpa”: deter-se na lembrança de ofensas recebidas, mágoas sentidas etc., é conservar veneno na alma. Tanto quanto devemos desculpar aos outros, cumpre-nos desculpemo-nos a nós mesmos, compreendendo que todos nos encaminhamos para um nível evolutivo mais elevado, mas, que, por enquanto, ainda somos iniciantes e, portanto, falhos. “Dá, sem o propósito de receber.” - “dá”: dar de si mesmo é o mais importante, mas dar do que é material e que não nos fará falta é deixar de lado uma carga desnecessária. A forma de vida dos indígenas nos ensina que cada um deve ter, no máximo, seu próprio teto e o indispensável para a própria subsistência, pois o mais é um mundo de superfluidades que não compensa carregar. 42 “Não persigas o respeito humano que te faça aparecer melhor que és, mas busca, em todo tempo e lugar, a bênção divina na aprovação da própria consciência.” - “respeito humano”: a vaidade nos faz, muitas vezes, procurar a consideração das pessoas destacadas na sociedade e, por conta disso, nos omitimos em muitas situações que nos colocariam em conflito com seus padrões de conveniência estagnante. Não sejamos os Nicodemos da atualidade, pessoas que têm receio de assumir posições corajosas e, por omissão no Bem, se equiparam aos grandes criminosos, segundo a lição de Matilde, a qual diz que ambas são igualmente condenadas pela Justiça Divina. “Não procures destacada posição, diante dos outros; antes de tudo, aperfeiçoa os teus sentimentos, cada vez mais, sem propaganda de tuas virtudes vacilantes e problemáticas.” - “destacada posição”: destaque sem utilidade no Bem é caminho para os desastres morais. Todavia, se existe utilidade no Bem, devemos “colocar a candeia sobre o candeeiro, a fim de que dê luz a todos os que estão na casa.”: “cada caso é um caso.” “Em te socorrendo das diretrizes alheias, desconfia das palavras que te lisonjeiem a fantasiosa superioridade pessoal ou que te inclinem à dureza de coração.” - “fantasiosa superioridade pessoal”: quem é superior a quem? Jesus é superior à nossa humanidade e, a fim de ensinar-nos, lavou os pés dos discípulos, aceitou as agressões físicas que Lhe dirigiram e os xingamentos que O injuriaram. Na nossa convivência, não devemos nos comparar com ninguém, porque somente temos acesso a poucos dados da sua biografia, que remonta a pelo menos um bilhão e meio de anos. “dureza de coração”: devemos ter coração de pai, mãe, irmão ou irmã, filho ou filha. Assim teremos “olhos bons”. 43 “Diante da fartura ou da escassez, recorda o serviço que o Senhor te convocou a realizar e produze o bem em seu nome, onde estiveres.” - “fartura”: a fartura significa contentar-se com o necessário, dispensando o supérfluo. - “escassez”: a pior escassez é a que o egoísmo imagina existir, mas que represente simples desejo de açambarcar tudo que pode ser útil aos outros e que não nos fará nenhuma falta. - “produze o bem em seu nome”: fazer o Bem é sempre uma homenagem a Deus. “Lembra-te de que a experiência na carne é demasiadamente breve e que a tua cabeça deve permanecer tão cheia de ideais santificantes, quanto as mãos repletas de trabalho salutar.” - “a experiência na carne é demasiadamente breve”: pretender prolongar indefinidamente a vida material é o mesmo que querer parar a roda da evolução, pois é a alternância nas duas realidades que impulsiona o Espírito. - “tua cabeça deve permanecer cheia de ideais santificantes”: “cabeça vazia de ideais nobilitantes é oficina onde a ferrugem emperra o maquinário ou o fogo ameaça destruí-la.” - “mãos repletas de trabalho salutar”: devemos procurar ocupar o tempo com atividades realmente úteis: eis um dos grandes segredos da felicidade. “Para que atendas, porém, a semelhante programa, é imprescindível abras o coração ao sol renovador do Sumo Bem.” - “abras o coração ao sol renovador do Sumo Bem”: abrir o coração ao Bem é fazer o Bem naturalmente, em toda parte e em favor de cada um que necessitar. “De alma cerrada ao interesse pela felicidade do próximo, jamais encontrarás a própria felicidade.” 44 - “alma cerrada ao interesse pela felicidade do próximo”: a felicidade alheia sempre será a minha igualmente, se eu dela participar. - “a própria felicidade”: a minha felicidade só será perfeita depois que a de todos também a forem. Por isso Matilde nunca conseguiria ser feliz vendo Gregório dedicado ao Mal e Margarida vivendo egoisticamente. “A alegria que improvisares, em torno dos pés alheios, te fará mais rica de júbilo.” - “alegria que improvisares”: a alegria alheia ilumina nosso interior quando ajudamos a edificá-la. “Na paz que semeares, encontrarás a colheita da paz que desejas.” - “paz que semeares”: semear a paz se faz através de atitudes, quando esse é o meio acertado; de silêncio quando as palavras atrapalhariam e de prece e mentalização quando nem o silêncio resolveria. “Estes, são princípios da vida radiante.” - “princípios da vida radiante”: Matilde procurou condensar em poucas palavras tudo que a mente da filha espiritual poderia assimilar. “No insulamento, ninguém recolherá a suprema alegria.” - “insulamento”: o egoísmo é o pior dos defeitos morais. - “suprema alegria”: a suprema alegria é decorrente da alegria real que se dá aos outros. “Para a sabedoria divina, tão infortunado é o pastor que perdeu o rebanho, quanto a ovelha que perdeu o pastor.” - “pastor que perdeu o rebanho”: Jesus investe o máximo que pode em cada um dos Seus pupilos, sem exceção. - “ovelha que perdeu o pastor”: cada habitante da Terra deve reconhecer na pessoa do nosso Governador Divino a referência a ser seguida, sendo que muitos, por uma questão de rebeldia, preferem reverenciar figuras de muito menor grandeza e perfeição. 45 “A desistência de ajudar é tão escura quanto o relaxamento de extraviar-se.” - “desistência de ajudar”: sem ajudarmos os outros não evoluiremos espiritualmente. Matilde fala aqui na omissão, tão grave quanto o Mal declarado. O número de omissos é maior do que o dos maus, mas pecam tanto quanto aqueles outros. Allan Kardec falou, com acerto, que há pessoas mornas até no gozar: esses passam pelas reencarnações sem muito fazerem de bom nem de mau e não evoluem. - “relaxamento de extraviar-se”: refere-se à iniciativa de filiar-se declaradamente ao Mal. “O egoísmo conseguirá criar um oásis, mas nunca edificará um continente.” - “egoísmo”: manifesta-se sempre que pretendemos aquilo que não é indispensável para nós. “É indispensável aprenderes a sair de ti mesma, auscultando a necessidade e a dor daqueles que te cercam.” - “aprenderes a sair de ti mesma”: tudo que Matilde ensinou se resume nesse ideário: “aprenderes a sair de ti mesma”. 46 CAPÍTULO III – PRESENÇA DE ESPÍRITOS DESEQUILIBRADOS OU MALEVOLENTES Como há quem se sinta feliz em fazer o Bem indistintamente, há criaturas que se comprazem no Mal e conhecemos várias delas. Infelizmente, na Terra há muita gente dessa categoria e, passando ao mundo dos desencarnados, continuam felicitando-se quando conseguem prejudicar as outras pessoas. O número de desequilibrados também é muito grande, devido às inclinações negativas que se comprazem em manter. A presença desses dois tipos de criaturas nas proximidades de cada encarnado produzem mal estar quando não induções para a própria prática do Mal. Devemos tomar cuidado com os pensamentos negativos que surgem na nossa mente, pois, muitas vezes, são induções dessas criaturas desarmonizadas. 47 1 – OBSESSORES ENCARNADOS Todo aquele que induz alguém ao Mal é um obsessor e os há muitos no seio das nossas próprias famílias, que aconselham ou incutem a desunião, a agressividade, o pessimismo etc. etc. 48 2 – OBSESSORES DESENARNADOS Como o número d desencarnados é cerca de dez vezes maior que o de encarnados, a quantidade de obsessores desencarnados é imensa e, por isso, devemos tomar cuidado para não “emprestarmos a cabeça” para esses irmãos e irmãs. 49 TERCEIRA PARTE: AUTO CONHECIMENTO E CURA 50 CAPÍTULO I – AUTO ANÁLISE Realizar a auto análise em profundidade é uma tarefa que mais de noventa por cento dos habitantes da Terra, mundo onde prevalecem os defeitos morais e vícios, detesta fazer, porque seu orgulho lhes impede de reconhecer as própria mazelas. No trabalho da auto análise esbarramos com o orgulho, que, normalmente, nos encaminha para dois desvios: 1 – a depressão, que é a válvula de escape da auto piedade, tentando mostrar aos outros que devem nos perdoar a continuidade nos erros que acalentamos ou 2 – a revolta, que nos faz agressivos e empedernidos declarada ou disfarçadamente no erro. São poucos os que resolvem assumir o trabalho da auto reforma moral profunda, o que exige grande dose de humildade e a intenção sincera de superarmos nossos vícios e defeitos morais. Como exemplos notáveis de pessoas que enfrentaram as próprias mazelas morais e recomeçaram a vida em bases novas podemos citar Paulo de Tarso, Zaqueu e Maria de Magdala, os quais se esforçaram para domar o próprio orgulho e mudaram da acomodação nas mazelas morais para o combate permanente no sentido do auto aperfeiçoamento espiritual. Muitos procuram enganar aos outros e a si mesmos apresentando alguma virtude como tentativa de compensação de um defeito, mas Jesus disse: “Sede perfeitos, como vosso Pai, que está nos Céus, é Perfeito.” Como Espíritos, temos de, pela eternidade afora, adquirir todas as virtudes e eliminar os correspondentes defeitos. Não adianta estarmos a justificar defeitos e vícios, porque o prejuízo espiritual que decorre de cada um deles é muito grande e de nada vale enganarmo-nos. Quando Jesus disse: “A Amor cobre a multidão dos pecados”, não estava querendo incentivar-nos à permanência 51 no vício ou nos defeitos morais utilizando o Amor como forma de compensação. Cada virtude é uma virtude e cada vício ou defeito moral é um vício ou defeito moral. Sejamos honestos conosco próprios, ou seja, com Deus, que nos fala através da nossa consciência e todas as intenções, boas ou más, ficam registradas no nosso mundo interior, causando saúde espiritual ou feridas no corpo espiritual, que se transformam, respectivamente, em paz e felicidade ou inquietação e doenças de várias ordens. Auto analisar-se deve ser tarefa de todos os dias, como quem faxina a própria moradia e não espera aparecerem teias de aranha para tomar providências higienizadoras. 52 CAPÍTULO II – VIAGENS ASTRAIS Para quem já aprendeu a realizar viagens astrais elas representam uma das melhores oportunidades de auto análise e consequente projeto de cura espiritual, pois, durante essa introspecção, os nossos Orientadores Espirituais nos mostram nossos pontos fracos e, dentro do possível, dependendo do mérito de cada um, eliminam focos espirituais infecciosos. Recomendamos, a respeito, a leitura do nosso livro coletivo “A Terapia Holística”, divulgado na Internet em cienciacosmica.com.br. 53 1 – DESOBSESSÃO Recomendamos a leitura do livro “Obsessão e Desobsessão Segundo André Luiz”, também de autoria do nosso grupo sob o pseudônimo um anônimo, também publicado na Internet em luizguilhermemarques.com.br. Esse livro baseia-se no livro “Libertação”, de André Luiz, que qualificamos como uma verdadeira enciclopédia sobre o tema desobsessão. 54 2 – RETIRADA DE IMPLANTES NEGATIVOS No referido livro de André Luiz fala-se em retirada de implantes negativos e Manoel Philomeno de Miranda trata desse tema em vários dos seus livros. Neste estudo atual já abordamos o assunto em páginas anteriores e chamamos a atenção dos prezados leitores para a importância desses desplugamento, pois, em caso contrário, as pessoas vítimas dessa vampirização estarão sempre sujeitas a recidivas nos seus defeitos morais e vícios ou nos sofrimentos provocados pelos seus obsessores. Ninguém deve se assustar com estas informações, pois o mundo mental é a verdadeira realidade de cada criatura e Jesus falou: “Onde cada um tiver o seu tesouro aí estará o seu coração.” A questão da sintonia espiritual é que define o merecimento individual e, se nos acomodamos no Mal, não vamos poder ficar isentos das consequências que isso acarreta. 55 3 – ELEVAÇÃO DO NÍVEL VIBRACIONAL A elevação do nível vibracional decorre da intenção sincera e firme de auto reformarmo-nos moralmente. Não bastam palavras de ordem, expressões exteriores, sem o desejo firme e partido do fundo do coração de nos libertarmos dos próprios vícios e defeitos morais. Zaqueu, Madalena e Paulo de Tarso não brincaram de mudar de vida, mas mudaram de vida realmente. Não ficaram preocupados com os comentários zombeteiros ou a discriminação que passaram a sofrer, porque levaram em conta seu compromisso com a própria evolução espiritual. Quem pretende auto reformar-se moralmente irá encontrar pela frente muitas críticas e perseguições, mas isso faz parte do número de testes que terá de enfrentar. Jesus mesmo foi o exemplo mais expressivo de perseguido por causa do Seu Compromisso com o Bem: sigamos o caminho do Bem e deixemos os críticos falarem o que quiserem. 56 4 – CILADAS DE ILUMINAÇÃO “A quem muito é dado muito será pedido.” Essa frase mostra que o nível de responsabilidade é individual. Uma Madre Tereza de Calcutá não se permitiria nunca uma indelicadeza com quem quer que fosse, porque é um Espírito muito evoluído, enquanto que um Espírito primitivo gosta, normalmente, de ofender as pessoas, achando até natural sua conduta rude. Quando alguém se propõe à auto reforma moral profunda, passa a ser alvo das Trevas, que procuram desanimá-lo de sair da mediocridade moral. André Luiz alerta para essa situação. A expressão “ciladas de iluminação” é muito adequada para esclarecer sobre as armadilhas que o trevosos armam contra os candidatos à elevação espiritual. Mas é preciso sempre vigiar e orar, porque as tentações de fora são aquelas que correspondem aos nossos pontos fracos internos. Mas quem tem real vontade de auto superar-se espiritualmente vence, se tiver a prudência da serpente e vigiar e orar. 57 CAPÍTULO III – AUTO REFORMA MORAL PROFUNDA A auto reforma moral tem de ser profunda, como a que se propuseram Zaqueu, Maria de Magdala e Paulo de Tarso. Quem fica no meio do caminho estará contrariando aquilo que Jesus afirmou: “Seja o vosso falar sim sim, não não; tudo o que disso passa procede do maligno.” Nossa consciência registra cada intenção como boa ou má: não há nenhuma que passe aos nossos arquivos internos como “mais ou menos”. 58 1 – MUDANÇA DO ESTILO DE VIDA No livro “Vós Sois Deuses – o valor da Ciência Cósmica” é mencionado o caso de um traficante de drogas que abandona toda a riqueza adquirida com a vida no crime e vai recomeçar em localidade distante, num outro estilo de vida, de trabalho honrado. Cada um deve verificar o qual tem de mudar na própria vida para ser uma criatura do Bem no sentido mais elevado da palavra. 59 1.1– VIDA MORALMENTE CORRETA Os antigos romanos entendiam que, para alguém ser um homem de bem bastava “não lesar a ninguém, viver honestamente e dar a cada um o que é seu”, mas isso é muito pouco, porque sabemos que o aperfeiçoamento espiritual é infinito e Jesus foi claro nesse sentido, dizendo: “Sede perfeitos, como vosso Pai, que está nos Céus, é perfeito.” Cada um tem de trilhar a estrada da própria evolução espiritual e paga por todas as intenções negativas que tiver bem como é promovido à custa do próprio esforço em superar suas más inclinações. 60 1.2 – VIVER O “AQUI E AGORA” Jesus aconselhou: “Não vos preocupeis com o dia de amanhã, pois o dia de amanhã terá suas próprias preocupações”. Naturalmente que o Divino Mestre não aconselhava a falta de planejamento na nossa vida, mas sim que vivêssemos cada dia de forma adequada, sem excessos para mais ou para menos. Divaldo Pereira Franco afirma: “Nenhum problema merece nossa preocupação perturbadora”. Realmente, os problemas se sucedem na vida de todas as pessoas: fazem parte do crescimento intelecto-moral de cada um, que Deus, nosso Pai de Bondade e Justiça, programa individuadamente, como Professor Maior, que estrutura nossa “alfabetização” intelecto-moral com suprema perfeição, nos mínimos detalhes. Preocupar-se com os problemas é natural, pois é sua tomada de consciência, surgindo à frente uma das duas opções inteligentes: resolver, mesmo que parcialmente, aqueles cuja solução é possível e pacientar-se quando não há solução. Todavia, a preocupação, ou seja, a avaliação dos problemas deve ser realizada com calma, serenidade, racionalidade e, de acordo com o caso, acompanhar-se de pedido de ajuda aos que podem ajudar-nos, inclusive os profissionais especializados. O que não deve suceder são as preocupações perturbadoras, ou sejam, o desequilíbrio emocional. Os problemas costumam dizer respeito a nós próprios, às pessoas a quem temos o dever de ajudar, ao nosso trabalho e a várias outras situações, evidentemente. Todavia, como aconselha Divaldo, em nenhum caso o desequilíbrio emocional deve avassalar nosso psiquismo, pois, senão, ao invés de nos posicionarmos como “solucionadores”, assumiremos o papel de “agravadores” da situação. 61 Jesus conviveu com doentes do corpo e da alma cotidianamente e nunca se desequilibrou com os desajustes que era convidado a solucionar. Até no incidente da admoestação aos vendilhões do templo há que se analisar com bom senso a narrativa evangélica, descartando a sugestão da interpretação literal de que foi violento e arbitrário. Leia-se essa passagem com “olhos de ver e ouvidos de ouvir” e não aferrado à interpretação literal das palavras. Quando quiseram apoderar-se d’Ele e lançá-lo precipício abaixo também não se perturbou, mas evadiu-se cautelosamente, porque não havia chegado a hora do Seu Testemunho mais marcante. Também durante Sua prisão, julgamento e crucificação, nunca perdeu o equilíbrio, pois sabia que tudo teria de suceder-se para a confirmação das profecias dos antigos, o que não deixaria dúvidas de que era realmente o Messias esperado. Preocupar-se com os problemas é sinal de responsabilidade e seriedade, porém, perturbar-se com eles é sintoma de falta de fé em Deus, rebeldia contra Sua Programação para cada um e impaciência para viver o próprio processo evolutivo e auxiliar os outros a viverem-no. 62 1.3 – “SEJA FEITA A VOSSA VONTADE E NÃO A MINHA” Recomendamos a leitura do livro “Seja Feita a Vossa Vontade na Minha Vida – a Irmandade dos Anônimos”, publicado na Internet em luizguilhermemarques.com.br. 63 ORAÇÃO À MÃE SANTÍSSIMA Sabemos que Teu Filho Jesus obedeceu-te a determinação materna na célebre transmutação de água em vinho nas bodas de Caná. Sabemos, também, do poder que Deus te outorgou, em nome do teu coração maternal, de realizar prodígios quando faltam os recursos do merecimento e do valor moral de cada um destes filhos e filhas de Deus. Por isso, viemos te pedir, Mãe Santíssima, que ajude a humanidade da Terra, que ainda aprende, sobretudo, pelo sofrimento a Lei de Deus. E, por isso mesmo, impede-nos de comprar a dignidade alheia com dinheiro ou favores fingidos ou, ao contrário, nos vendermos aos que querem nos usar na prática do Mal de várias formas; Desvia-nos da desonestidade no ganha pão de cada dia, tanto quanto nunca induzamos alguém a procurar meios condenáveis da sobrevivência material; Espanta a nossa preguiça e faz de nós trabalhadores por ideal e não em troca do dinheiro, que, se garante a sobrevivência do corpo, não gera a felicidade, a qual é toda espiritual; Faz com que distribuamos entre os necessitados aquilo que nos sobra, mas não apenas as migalhas, que nada resolvem, nem para nós, para aplacar nossa consciência, nem para eles, sem, contudo, criarmos o clientelismo sem trabalho; Induze-nos a abrir clareiras do Bem na mente de todas as criaturas humanas, sem receio de sermos tidos como fanáticos ou lunáticos, porque essa é a maior contribuição que podemos dar à humanidade. Dá-nos coragem para falar em Jesus e exemplificar no Bem, porque Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida para os habitantes da Terra. Ensina-nos a paciência, o perdão, a obediência à Lei de Deus, o respeito aos nossos irmãos e irmãs de todos os Reinos da Natureza, pois são filhos de Deus, tal como nós. 64 Não te canses de ensinar-nos, Mãe Santíssima, que somos filhos e filhas de Deus e devemos pensar na nossa evolução espiritual e auxiliar a dos outros seres. Roga por nós, Mãe, a Deus e pede a Jesus que sempre nos ensine, através de mil modos, inclusive pelo pensamento, pela boca dos Seus porta-vozes e pelas lições silenciosas e sábias da Natureza. FIM