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Conhecer a Bíblia
Aula 1
A Revelação divina
Aulas previstas:
1.
2.
3.
4.
A Revelação divina
Os livros da Bíblia
A integridade da Bíblia
Livros inspirados e verdade
da Bíblia
5. O cânone das Escrituras
6. Santidade e unidade de
ambos os Testamentos
7. A interpretação da Bíblia
8. As ideias mestras da Antiga
Aliança
9. A Nova Aliança de Cristo
10. A Escritura na vida da Igreja
Palavras e factos bíblicos
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A Bíbia é o livro que contém a Palavra de Deus, expressa em palavras
humanas escritas. É uma grande obra literária; um conjunto único de livros,
inesgotável, onde se encontra tudo o que se refere a Deus e ao homem.
 O termo “bíblia” procede do grego e significa etimologicamente «livros» ou
«livrinhos». A Igreja usava este plural para designar a colecção completa das
Escrituras Sagradas.
 Desde os começos do cristianismo, a Bíblia foi a base da vida espiritual, da
pregação e dos ensinamentos da doutrina cristã.
A Bíblia: Antigo e Novo Testamento
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A colecção dos 73 livros que formam a SAGRADA ESCRITURA tem duas
partes muito diferentes, chamadas «Antigo Testamento» (AT) e «Novo
Testamento» (NT), que correspondem aos escritos antes ou depois da vinda
de Cristo. A palavra «testamento» equivale aqui praticamente a pacto ou
aliança.
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O AT é composto por 46 livros.
Chama-se NT ao conjunto dos restantes 27 livros,
escritos de acordo com a «Nova Aliança» de Jesus
Cristo, gravada, não sobre tábuas de pedra, mas
sobre corações de carne. Todos estes escritos
anunciam a «Boa Nova» proclamada por Jesus.
A divisão actual da Bíblia em capítulos e versículos
remonta ao século XVI; foi feita por Roberto
Stephan.
Foi, no entanto, Stephan Langton, quem primeiro, à
volta do ano 1214, introduziu a divisão dos capítulos
nas cópias da versão latina da Vulgata.
A Bíblia: Antigo e Novo Testamento
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AT e NT são duas partes de uma mesma história da salvação, e embora nós,
os cristãos, pertençamos já ao povo da «Nova Aliança», nem por isso
podemos ignorar o que diz respeito à «Antiga Aliança», que durante tantos
séculos preparará a humanidade para a chegada da «plenitude dos tempos».
 A Sagrada Escritura foi, durante muito tempo ,
pura tradição, tradição oral.
 Só depois se puseram por escrito as leis, as
palavras dos Profetas, as sentenças dos Sábios,
os cantos e os poemas dos Salmistas e as
recordações históricas das intervenções salvíficas
de Deus,..
A Revelação divina
Um facto central e ao mesmo tempo um dos mistérios fundamentais da
religião cristã é que ela se nos apresenta como tendo origem e fundamento
numa Revelação histórica.
 Porque se revelou Deus? Porque quis e
porque nos ama. Com que finalidade? Para
se dar a conhecer de modo gratuito e nos
convidar a uma íntima comunhão com Ele,
através de uma relação de amizade.
 A revelação divina é, pois, um grande dom,
imerecido e inesperado, do amor de Deus,
em forma de diálogo amoroso, «conversa»
ou comunicação entre amigos.
 Em suma, «revelando-se a Si mesmo, Deus
quer tornar os homens capazes de Lhe
responderem, de O conhecerem e de O
amarem, muito para além de tudo o que
seriam capazes por si próprios».
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Revelação por meio de palavras e de obras
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A revelação divina é realmente Palavra de Deus, mas é também – e
inseparavelmente – acontecimento, manifestação e desenvolvimento do plano
de Deus, ao longo da História.
 A salvação de Deus aparece em tudo o que faz ao intervir
na história dos homens e não apenas na consciência dos crentes, quando tomam conhecimento dessa história.
 Mediante a Sagrada Escritura, Deus dá a conhecer o sentido salvífico dos acontecimentos, e estes podem assim
compreender-se como história da salvação.
 Para aprofundar neste mistério da palavra divina, é preciso
ter em conta que «como na Sagrada Escritura Deus
falou por meio de homens e à maneira humana, o intérprete da Sagrada Escritura,
para compreender o que Ele quis comunicar-nos, deve investigar atentamente o
que os hagiógrafos queriam realmente significar, e o que aprouve a Deus
manifestar com a palavra deles».
Revelação por meio de palavras e de obras
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A revelação divina é realmente Palavra de Deus, mas é também – e
inseparavelmente – acontecimento, manifestação e desenvolvimento do plano
de Deus, ao longo da História.
 O encontro de Deus com o homem realiza-se por meio da
história, quer dizer, por meio de factos, acontecimentos e
acções que depois são explicados por meio de palavras.
 A palavra bíblica tem origem num passado real - e não só
dum passado, mas ao mesmo tempo desde a eternidade
de Deus -; mas passa pelo caminho do tempo, ao qual
correspondem passado, presente e futuro.
Etapas da revelação divina
Os elos ou etapas desta revelação divina são, em síntese:
1
o proto-evangelho ou primeiro anúncio da salvação,
2
a aliança com Noé,
3
a escolha de Abraão, com a aliança e as promessas,
4
o êxodo ou a saída do Egipto, com Moisés, e a aliança do Sinai,
5
a promessa a David de um Messias descendente da sua linhagem.
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o Exílio ou cativeiro da Babilónia e o regresso à Terra Prometida, no AT;
7
a Encarnação do Redentor,
8
a Igreja fundada por Cristo
9
a Parusia ou segunda vinda do Senhor, no NT.
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Etapas da revelação divina
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Na realidade, Deus dá-se a conhecer desde as origens em tudo o que criou,
através do seu Verbo e especialmente na relação pessoal que estabeleceu com
os nossos primeiros pais, a quem «convidou a uma comunhão íntima consigo,
revestindo-os de graça e justiça resplandecentes».
 Ao quebrar-se pelo pecado a unidade do
género humano, Deus, depois do castigo do
dilúvio, faz um pacto ou aliança com Noé; este
pacto afecta toda a humanidade e revela o
plano divino para todas as nações da terra.
 Mais tarde, para reunir a humanidade dispersa,
Deus escolhe Abraão, chamando-o para longe
da sua terra, da sua pátria e da sua casa, e fálo pai de uma multidão de nações.
Etapas da revelação divina
 Depois dos Patriarcas, Deus formou
Israel como seu povo, salvando-o da
escravidão do Egipto. Concluiu com
ele a aliança do Sinai e deu-lhe, por
Moisés, a Sua Lei, para que Israel O
reconhecesse e O servisse como único Deus vivo e verdadeiro, Pai providente e justo Juiz, e vivesse na
expectativa do Salvador prometido».
 Mais tarde, Deus formará o Seu povo através dos profetas, na esperança da
salvação – o Messianismo do AT-, na espera duma Aliança nova e eterna,
destinada a todos os homens, gravada nos corações e que terá o seu
cumprimento no Cristo, o Messias, Jesus de Nazaré.
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A plenitude da revelação
Por fim, a plenitude dos tempos: a Encarnação do Verbo de Deus, Jesus
Cristo.
 A conclusão não pode ser mais contundente: o Filho
de Deus feito homem é, pois, a Palavra única,
perfeita e insuperável do Pai;
 n’ Ele disse tudo, não haverá outra palavra para
além desta, como afirma S. João da Cruz.
 Embora a Revelação esteja acabada – encerrou-se
com a morte do último Apóstolo -, não está
completamente explicitada;
 o seu conteúdo poderá ser conhecido melhor e
gradualmente no decorrer dos séculos. Esta é uma
razão da própria existência da Igreja.
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A palavra entregue por Cristo à sua Igreja
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A Palavra divina de Jesus chega à Igreja de duas maneiras: oralmente e por
escrito.
 Por um lado, os Apóstolos, com a sua pregação e o
seu exemplo, transmitiram por palavra o que tinham
aprendido das obras e palavras de Cristo e aquilo que
o Espírito Santo lhes ensinou;
 Por outro lado, os próprios Apóstolos – juntamente com
outros homens da sua geração - inspirados pelo Espírito
Santo, puseram por escrito a mensagem da salvação.
 Por isso, junto à Sagrada Escritura existe também na
Igreja, a Sagrada Tradição, que recebe a palavra de
Deus, transmitida por Cristo e o Espírito Santo aos Apóstolos, e a transmite íntegra
aos seus sucessores; «para que eles, com a luz do Espírito da verdade, a conservem, a exponham e a difundam fielmente na sua pregação».
A palavra entregue por Cristo à sua Igreja
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A Palavra divina de Jesus chega à Igreja de duas maneiras: oralmente e por
escrito.
 A Bíblia deve ser lida na Igreja e com a Igreja.
 O próprio Cristo quis que existisse nela um
Magistério vivo, com a função de interpretar
autenticamente a palavra divina, escrita ou
transmitida oralmente, exercendo a sua
autoridade em nome de Jesus Cristo, isto é,
entregue aos Bispos – sucessores dos
Apóstolos – em comunhão com o Papa –
sucessor de Pedro -.
 Tradição e Escritura foram confiadas à Igreja;
dentro d’ Ela, só ao Magistério compete
interpretá-las autenticamente e pregá-las com
autoridade.
Conclusões
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 A Revelação divina deu-nos o enquadramento próprio para as palavras e
acontecimentos que se narram nos livros sagrados.
 A causa principal de uma compreensão incorrecta e incompleta do texto
sagrado deve-se com frequência mais à ignorância do que à malícia.
 Para o evitarmos, o Magistério da Igreja aconselha-nos três coisas:
1. Meditar, estudar e contemplar as Escrituras meditando-as no
nosso coração, e em particular os investigadores aprofundarem o
conhecimento da verdade revelada;
2. Ouvir o Papa e os Bispos em comunhão com ele, porque são os sucessores
dos Apóstolos no carisma da verdade,
e, finalmente, procurarmos compreender internamente os mistérios que vivemos.
 A leitura meditada da Bíblia fez, com efeito, muitos santos.
 Portanto, não basta o estudo dos textos bíblicos; se queremos crescer na
inteligência do «depósito» revelado temos de pedir luzes ao Espírito Santo, para
aprofundarmos, cada vez mais, na Palavra de Deus
Ficha técnica
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Bibliografia
– Estes Guiões são baseados nos manuais da Biblioteca de Iniciación
Teológica de Editorial Rialp (editados em português pela editora Diel)
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Slides
– Originais - D. Serge Nicoloff, disponíveis em www.agea.org.es (Guiones
doctrinales actualizados)
– Tradução para português europeu - disponível em inicteol.no.sapo.pt
(Pequenas alterações, quanto à redacção, por A. Pascoal)
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Bíblia 01 -A Revelação