LÍNGUA
PORTUGUESA
APRESENTAÇÃO
Entre 20/11 e 01/12, a TV Escola, no Programa Salto para o Futuro,
apresentará a Série “Língua Portuguesa”, composta de 10 programas destinados a
professores do Ensino Fundamental. A finalidade é refletir sobre o trabalho pedagógico
com os principais conteúdos de Língua Portuguesa nas séries iniciais do Ensino
Fundamental e sobre o planejamento, a abordagem e os materiais necessários para
viabilizar o ensino e a aprendizagem desses conteúdos, conforme propõem os Parâmetros
Curriculares Nacionais. Além disso, um dos programas abordará um pouco da história
do ensino da leitura e da escrita em nosso país.
O conteúdo básico da Série são os textos contidos nos Cadernos da TV
Escola de Língua Portuguesa, volumes 1 e 2, publicados no final de 1999, e os
programas correspondentes, da Série “PCN na Escola/Língua Portuguesa”, que têm
sido veiculados na grade da TV Escola. Os textos e programas têm títulos coincidentes
e são os seguintes:
Um pouco de história da leitura na escola primária
Perspectivas históricas do ensino da escrita
Ser alfabetizado, estar alfabetizado: eis a questão
Como ganhar o mundo sem sair do lugar
O que quer e o que pode nossa língua
O texto literário
Narrativas e narradores
Componentes da narrativa: a personagem
Escrever é preciso
Para ensinar a ler
Ler quando não se sabe
Escrever quando não se sabe
Para que ensinar ortografia
O que aprender de ortografia
Uma reflexão sobre as normas ortográficas
PROPOSTA PEDAGÓGICA
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Por trás do que se faz
Planejar é preciso
Leitura, leitores.
A leitura desses textos e o conhecimento dos respectivos programas é muito
importante para aprofundar o debate com os seus elaboradores, o que o Salto para o
Futuro agora torna possível.
JUSTIFICATIVA
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa, além de
representarem uma síntese de tendências já colocadas no ensino da área, contribuíram
para desencadear novas reflexões entre os professores. Isso se pode verificar em
afirmações que resumem algumas das suas principais concepções e propostas:
“A finalidade principal do trabalho com a Língua Portuguesa na
escola é a formação de usuários competentes da linguagem, o que
deve estar, por sua vez, a serviço do desenvolvimento dos alunos
como pessoas e como cidadãos.”
“A língua se realiza no uso, nas práticas sociais.”
“A aprendizagem se dá pela ação do aprendiz sobre o que é
objeto de seu conhecimento e é potencializada por ambientes
favoráveis.”
“A reflexão é condição de aprendizagem da língua: é preciso
pensar sobre como se pode ler e escrever quando ainda não se
sabe fazê-lo.”
“Saber decodificar letras em sons e codificar sons em letras
não significa ser capaz de utilizar a língua: a capacidade de
uso é equivalente à possibilidade de falar, escutar, escrever e
ler em diferentes contextos de comunicação.”
“A escola precisa aproximar, o máximo possível, suas práticas
de uso da linguagem das práticas sociais de uso da linguagem.”
“A atividade em parceria – em que os papéis do parceiro
experiente e do aprendiz se alternam – é de grande importância para a aprendizagem.”
“O trabalho com a diversidade de textos que circulam socialmente é necessário desde o início da escolaridade.”
“É mais significativo, mais produtivo e mais eficaz aprender a
PROPOSTA PEDAGÓGICA
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ler e escrever por meio de textos.”
“É possível produzir textos sem saber escrever.”
“É possível ‘ler’ sem saber ler.”
“É preciso ler e escrever para aprender a ler e escrever.”
“O interesse e dedicação à leitura dependem de se ter acesso, desde pequeno, a textos interessantes, instigantes, intrigantes, emocionantes... Os textos simplificados, destinados
principalmente a focalizar alguns padrões silábicos que se
deseja ensinar, em geral não seduzem as crianças nem prendem sua atenção.”
“São as crianças pobres as que mais precisam da escola para
aprender a ler e a escrever.”
“É fundamental que a escola se converta em um ambiente
propício à leitura.”
“A boa escrita é resultado tanto da leitura de muitos e diferentes textos, como da possibilidade de pensar e discutir sobre
como se faz para redigir bem e receber ajuda para isso.”
“Em se tratando da linguagem oral, a questão não é de ensino da
fala supostamente certa, mas dos modos de fala adequados a diferentes
contextos de comunicação.”
“Falar de uma forma considerada errada não implica escrever errado:
a ortografia nem sempre tem a ver com a correspondência oralescrito.”
“O ensino da ortografia e da gramática, como de todos os demais
conteúdos, deve estar a serviço do desenvolvimento da competência
dos alunos como usuários da linguagem.”
A proposta da Série “Língua Portuguesa” é discutir essas e outras questões
relacionadas ao ensino da leitura, da escrita, da fala e da escuta nas séries iniciais. O
conteúdo de todos os textos e programas “PCN na escola” foi agrupado em dez
temas, conforme se segue.
PGM 1: LEITURA
E ESCRITA: BREVE HISTÓRIA
Conhecer a história do país, da profissão do professor e das práticas que
nela têm lugar é uma forma não só de ampliar o nosso horizonte cultural como a
consciência de quem somos profissionalmente. A proposta desse programa é discutir
o ensino da escrita e da leitura na escola brasileira, a partir de uma perspectiva
histórica, e alguns fatores que interferiram nos rumos que as práticas de ensino foram
tomando ao longo do tempo.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
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PGM 2: FORMAR LEITORES
NA ESCOLA
Como formar leitores na escola? Qual é o papel do professor? A relação
do professor com a leitura influencia os alunos? Até que ponto o professor é um
modelo de leitor? O que vale a pena fazer para que os alunos leiam? Que propostas
priorizar? O que de fato se ganha com a leitura?
Essas e outras questões serão debatidas nesse programa, em que estará em
foco a leitura do aluno e a leitura do professor.
PGM 3: LINGUAGEM ORAL: CONTEÚDO ESCOLAR?
Para trabalhar adequadamente com a linguagem oral, a escola precisa
livrar-se de alguns mitos: por um lado, o de que existe uma única forma “certa” de
falar – a que se parece com a escrita – e, por outro, o de que a escrita é o espelho da
fala e, sendo assim, seria preciso “consertar” a fala do aluno para evitar que ele
escreva errado. E precisa entender que a questão não é falar certo ou errado e, sim,
saber adequar a fala ao contexto de comunicação: falar bem é falar adequadamente,
é produzir o efeito pretendido.
Mas as crianças aprendem a falar fora da escola... Que tipo de trabalho
com a linguagem oral cabe então à escola realizar? Que fala é conteúdo escolar?
Que propostas são adequadas? De que forma organizá-las?
Esses são os principais assuntos desse programa.
PGM 4: LITERATURA
NA ESCOLA
A literatura – as características da linguagem, os diferentes gêneros, as
condições de produção, os componentes da narrativa – e o trabalho de leitura e
escrita de textos literários na escola são o conteúdo básico do programa.
A proposta é, por um lado, aprofundar um pouco a discussão sobre o
universo de textos produzidos em forma de prosa e poesia, a produção de sentido por
meio da literatura, a construção ficcional e os elementos da narrativa e, por outro lado,
sugerir possibilidades de trabalho pedagógico com leitura e escrita de textos literários.
PGM 5: ESCREVER É PRECISO
O que é um bom texto, um texto eficaz? Escrever é fácil? Quais são as
condições para a escrita de textos de qualidade? Que relação tem a leitura com a
produção de textos? Quais propostas didáticas são adequadas e quais são
equivocadas? Como criar contextos favoráveis para a produção de textos escritos na
escola? Como seduzir os alunos para que se envolvam nessa tarefa com empenho e
dedicação?
As características do trabalho de produção de texto e propostas adequadas
para produzi-los na escola: eis as questões que esse programa abordará. O desafio é
estabelecer um diálogo que permita encontrar respostas para essas e outras tantas
perguntas sobre o assunto.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
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PGM 6: LEITURA
E ESCRITA NA ALFABETIZAÇÃO
Para oferecer situações desafiadoras para todos os alunos, é preciso conhecer
o que eles já sabem e o que eles ainda não sabem, que propostas são pertinentes em
função do conhecimento que eles possuem e quais as possibilidades de trabalharem
produtivamente uns com os outros.
São muitas as questões que se colocam para os alunos quando eles têm
que ler e escrever e não estão ainda alfabetizados. Ao ler, é preciso utilizar diferentes
estratégias de leitura e pôr em jogo tudo o que sabem para descobrir o que ainda não
sabem. Ao escrever é preciso tomar decisões sobre quantas e quais letras utilizar. Ao
tentar ler a própria escrita, é preciso justificar para si mesmo e para os outros as
escolhas que foram feitas. Parece pouco, mas é assim que se aprende... É isso que faz
da alfabetização um processo de análise e reflexão sobre a língua.
Os procedimentos que os alunos utilizam para ler e escrever quando não
estão alfabetizados e as situações de ensino e aprendizagem para que se alfabetizem
pela leitura e escrita de textos são os dois assuntos principais desse programa.
PGM 7: ENSINAR
E APRENDER ORTOGRAFIA
O que é a ortografia, quais as dificuldades em aprendê-la e como ensinála de maneira construtiva: essas são questões colocadas para todo professor preocupado
com a correção da escrita de seus alunos.
O programa buscará responder essas e outras questões relacionadas à
ortografia: algumas características da sua trajetória na Língua Portuguesa utilizada no
Brasil, sua natureza e função, suas regularidades e irregularidades... E o que fazer
para ensiná-la na escola, sem cometer o “pecado” de abusar da memorização ineficaz,
deixando a memorização apenas para os casos inevitáveis.
PGM 8: ESCREVER CERTO, ESCREVER BEM
Pode-se dizer que esse é um desejo consensual entre os professores: todos
querem que seus alunos saibam escrever certo e bem. E, em geral, todos acham que
seus alunos deixam muito a desejar nesse sentido... Por que será? Quais são os
desafios que se colocam para eles quando escrevem e quando têm que reler seus
textos procurando possíveis inadequações – o que, com freqüência, exige retomar o
que escreveram para encontrar soluções melhores não só do ponto de vista ortográfico,
mas também discursivo?
O debate do programa é sobre isso: a correção, a revisão de textos e as
situações de ensino e aprendizagem que podem comprometer os alunos a analisarem
criticamente a qualidade de seus textos.
PGM 9: PLANEJAR
É PRECISO
O tempo pedagógico é sempre menor do que gostaríamos! O que fazer?
Como encaixar no trabalho pedagógico tudo o que é necessário ensinar? Como
garantir o trabalho com as diferentes áreas do conhecimento? Como garantir o
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tratamento de todos os conteúdos relevantes em cada uma das áreas? Como priorizar
o que é mais relevante em função das necessidades de aprendizagem dos alunos?
Como assegurar o direito dos alunos com mais dificuldade e atendê-los
adequadamente? Que critérios utilizar para organizar uma rotina semanal de trabalho
pedagógico?
A proposta do programa é debater essas questões que angustiam todo
professor preocupado em organizar o tempo escolar em favor da aprendizagem de
seus alunos.
PGM 10: O QUE
FAZER COM AS BIBLIOTECAS?
Não basta ter materiais, é preciso encontrar o melhor uso para eles em
função dos objetivos pretendidos. Não basta ter profissionais interessados em fazer um
trabalho de qualidade, é preciso que eles tenham propostas eficazes. Não basta ter
propostas, é preciso que elas seduzam alunos e professores para se aventurar nas
leituras que todos têm o direito e o dever de realizar.
Formas de tornar o acervo de materiais de leitura disponível a alunos e
professores, possibilidades de organizá-lo e colocá-lo em uso efetivo e propostas de
utilização dos textos escritos e das bibliotecas como recurso para a formação de
leitores são os principais assuntos desse programa.
BIBLIOGRAFIA:
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – 1a a 4a Séries. Brasília, MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais – 5a a 8a Séries. Brasília, MEC/SEF, 1998.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação a Distância. Cadernos da TV Escola n. 6 e 7
– Português. Volumes 1 e 2. Brasília, MEC/SEED, 1999.
PROPOSTA PEDAGÓGICA
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Presidente da República
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário de Educação a Distância
Pedro Paulo Poppovic
MEC
Secretaria de Educação a Distância
Programa TV Escola – Salto para o Futuro
Diretora de Planejamento e
Desenvolvimento de Projetos
Carmen Moreira de Castro Neves
Diretor de Produção e Divulgação
de Programas Educativos
José Roberto Neffa Sadek
Coordenadora-Geral de Planejamento e
Desenvolvimento de Educação a Distância
Tânia Maria Magalhães Castro
Coordenadora-Geral de Material
Didático-Pedagógico
Vera Maria Arantes
Associação de Comunicação Educativa Roquette-Pinto - ACERP
Diretor-Presidente
Mauro Garcia
Coordenadoras de Utilização e Avaliação
Mônica Mufarrej e Leila Atta Abrahão
Gerente de Educação
Márcia Mermelstein Feldman
Copidesque e Revisão
Magda Frediani Martins
Supervisora Pedagógica
Rosa Helena Mendonça
Programadora Visual
Norma Massa
Consultoria Pedagógica
Rosaura Soligo
e.mail: [email protected]
Novembro de 2000
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