Seca no Sul e chuva
excessiva no Centro-Oeste
La Niña é sinônimo de encrenca para os
produtores rurais. Fenômeno climático que
se caracteriza pelo resfriamento anormal das
águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental, o La Niña costuma
provocar estiagens prolongadas no Sul e
irregularidades na distribuição de chuvas na
região Centro-Oeste.
Foi o que aconteceu nesta safra. No Rio
Grande do Sul, Santa Catarina e parte do
Paraná, a seca pegou as lavouras de soja na
fase de florescimento e formação de grãos,
quando as plantas mais necessitam de água
para se desenvolver.
Os agricultores gaúchos tiveram as maiores perdas, porque a estiagem afetou também
o milho. Dados da Federação da Agricultura
do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) indicam que um terço da safra de grãos, estimada
inicialmente em 25,7 milhões de toneladas,
foi perdida. A previsão caiu para 16,9 milhões de toneladas e o prejuízo estimado é
de R$ 2,2 bilhões.
Em Santa Catarina, a estiagem durou
60 dias e provocou uma quebra de 40% na
produção de milho, produto estratégico para
o Estado, polo de produção de suínos. A
Secretaria da Agricultura estimou as perdas
agrícolas no Estado em R$ 500 milhões.
No Paraná, levantamento preliminar
da Secretaria da Agricultura mostra que
a estiagem teria comprometido cerca de
2,5 milhões de toneladas de grãos, o que
representa 11,5% da safra de verão, prevista
inicialmente em 22,1 milhões de toneladas.
O governo do Estado estima que os prejuízos
com a estiagem, que chegou a 20 dias em algumas regiões, pode chegar a R$ 1,5 bilhão.
Tecnologia
Como maximizar a
produtividade no campo
Em Mato Grosso, o problema não foi a
seca, mas o excesso de chuvas. O aguaceiro
começou logo no início de janeiro, quando
regiões produtoras importantes do Estado,
como Nova Mutum, estavam iniciando a colheita da soja. As chuvas atrasam a colheita
e ainda favorecem a incidência de doenças
nas lavouras.
Mas, apesar do susto, os produtores do
Estado esperam colher 22,1 milhões de toneladas de soja, volume 8% superior ao obtido na
safra passada. A estimativa do Imea (Instituto
Mato-Grossense de Economia Agropecuária)
prevê ainda uma excelente produção de milho,
a segunda safra do Estado, que deve alcançar
9,8 milhões de toneladas, 40% a mais do que
no ano passado, além de 1 milhão de toneladas de algodão em pluma, volume 14%
superior ao da temporada de 2011.
Empreendedores
páginas 2 e 3
A história do
Grupo USJ
página 4
Como maximizar
Editorial
Desafio
mundial
Kip Cullers, agricultor norteamericano recordista mundial em
produtividade de soja, colhe mais
de 170 sacas do grão por hectare
em sua fazenda no Missouri. Por
aqui, chegamos no máximo a
100 sacas em experimentos documentados pelo Cesb (Comitê
Estratégico da Soja no Brasil).
Para o recordista americano,
porém, seus colegas brasileiros
podem colher bem mais. “Basta
experimentar”, diz Cullers, que
todos os anos reserva uma pequena área em sua propriedade para
criar e testar novas tecnologias.
Nesta edição, o Raízes mostra
em suas páginas centrais algumas
técnicas que permitem aos produtores maximizar os resultados de
suas lavouras. Embora o campeão
mundial de produtividade da soja
seja um norte-americano, a média
das lavouras brasileiras, ao redor
de 3.100 quilos, é superior à dos
EUA. Mas em outras culturas,
como a cana-de-açúcar e o milho,
ainda apresentamos uma rentabilidade muito baixa.
Aumentar a produtividade
na agricultura é uma medida
estratégica necessária diante da
crescente demanda por alimentos
no mundo, dos impactos das mudanças climáticas e das restrições
ambientais para a abertura de
novas áreas de plantio.
Assim, as pesquisas constantes de variedades cada vez mais
resistentes e produtivas, além da
adoção de novas tecnologias de
manejo, tornam-se práticas vitais
para uma agricultura moderna e
competitiva como a do nosso país.
Produzir mais com menos é a palavra de ordem neste século XXI.
Rodolfo Galvani Júnior
Presidente do Conselho de
Administração
Média da soja no Brasil é elevad
Em tempos de forte crescimento da
demanda por alimentos, crise econômica e
restrições ambientais severas à abertura de
novas áreas para o plantio, a solução mais
inteligente para reduzir custos, aumentar a
produção e preservar a natureza é elevar a
produtividade das lavouras.
No caso da soja, de acordo com a Conab
(Companhia Nacional de Abastecimento), o
Brasil atingiu uma produtividade média de
3.106 quilos por hectare (51,7 sacas), superior
à dos Estados Unidos, de 2.922 quilos por
hectare, segundo dados do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA).
Mas, os últimos concursos do Desafio
da Máxima Produtividade, promovidos
pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb),
mostraram que é possível obter o dobro da
média nacional. Em áreas de até 10 hectares,
experimentos conduzidos por mais de 1.185
agricultores alcançaram produtividade entre
87,5 sacas e 100 sacas por hectare (6.000
quilos).
Os vencedores do Desafio, que colheram
acima de 100 sacas por hectare, adotaram
um arranjo espacial de plantas diferente do
usual, conhecido como “plantio cruzado”.
Este tipo de cultivo está sendo testado pela
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo os técnicos do
Cesb, o plantio cruzado proporciona melhor
distribuição espacial das plantas e maior aproveitamento da energia solar, dos nutrientes do
solo e da água.
Um dos objetivos do Cesb, organização
não governamental que é patrocinada por grandes empresas do segmento de agronegócios,
é elevar o patamar de produtividade da soja
nos Cerrados do Brasil dos atuais 3.100 quilos
por hectare para 4.000 quilos até 2015. Nas
lavouras do Sul, o Comitê espera alcançar esta
meta até 2020.
Os técnicos do Cesb elencam 10 fatores
essenciais para se obter alta produtividade e
sustentabilidade na soja: 1- adaptabilidade
genética; 2- adubação de alta produtividade; 3- plantas de cobertura; 4- construção e
manutenção da fertilidade do perfil do solo;
5- adubação com m­icronutrientes; 6- qualidade de semeadura; 7- controle fitossanitário;
8- população adequada; 9- sustentabilidade e
10- controle de custos.
O sucesso da soja, porém, não se repete
em outros produtos estratégicos para o país,
como a cana-de-açúcar (etanol e açúcar) e o
milho (ração de suínos e bovinos), que ainda
exibem médias de rentabilidade muito baixas
nas lavouras.
Na cana-de-açúcar, a produtividade média
caiu de 83,6 toneladas por hectare na região
Acontece
Formaturas do
Raízes do Saber
Quarenta funcionários do
CIP (Complexo Industrial de
Paulínia-SP) e do CILEM (Complexo Industrial de Luís Eduardo
Magalhães-BA) concluíram no final de 2011 o ensino fundamental
II do Programa Raízes do Saber.
Para marcar a conquista, foram
realizadas formaturas em Paulínia
(12 de dezembro) e em Luís Eduardo Magalhães (12 de janeiro).
Este programa da Galvani existe desde
2007 e já formou mais de 80 participantes,
oferecendo o Ensino Fundamental comple-
to (antigo primeiro grau) para os funcionários
da empresa que não tiveram a oportunidade de terminar os estudos. O objetivo
zar a produtividade no campo
elevada, mas cana e milho ainda têm índices baixos
Centro-Sul para 68,9 toneladas
nos últimos anos. Na corrida
pela expansão das usinas e destilarias, muitos investidores não se
preocuparam com a renovação
dos canaviais. Além disso, problemas climáticos contribuíram
para a redução da rentabilidade
no campo.
Para elevar a produtividade
da cana, algumas usinas têm
tentado a técnica de fixação
biológica de nitrogênio (FBN). As
bactérias da família Rhizobiaceae
são as principais fixadoras deste
elemento, que atua em todas
as fases da planta (crescimento,
floração e frutificação), além
de fortalecê-las contra pragas e
doenças. Geralmente elas podem
ser aplicadas na forma de sementes inoculadas.
Por outro lado, o aumento
da demanda interna e a crescente utilização do milho para a
produção de etanol nos Estados
Unidos, maior produtor e exportador mundial do cereal, abre
uma grande oportunidade para o
Brasil no mercado internacional.
é aumentar o nível de escolaridade dos
funcionários e oferecer-lhes a oportunidade
de conquistar melhores condições sociais,
além de prepará-los para desempenhar suas
atividades na empresa.
Novidades em LEM
Até março, o CILEM (Complexo Industrial de Luís Eduardo Magalhães) deverá
concluir a construção de sua nova portaria. A Galvani investiu cerca de R$ 1,5
milhão nesta obra, que vai trazer grandes
benefícios aos seus clientes, funcionários e
moradores do entorno. A nova portaria vai
ajudar a disciplinar o transito de chegada e
saída da unidade, agilizando o acesso dos
veículos e oferecendo mais conforto aos
caminhoneiros.
Mas para isso é preciso aumentar a produtividade e reduzir o
custo de produção, de forma
a garantir competitividade ao
milho nacional.
Segundo estudos conduzidos pela Embrapa Milho e
Sorgo, a rentabilidade média
do milho no Brasil, ao redor
de 4,5 toneladas por hectare,
poderia saltar para cerca de 14
toneladas por hectare.
A maximização da produtividade está diretamente
associada à otimização do uso
de insumos e à sustentabilidade.
Para os pesquisadores da Embrapa Milho e Sorgo, os agricultores precisam utilizar insumos
como defensivos e fertilizantes
de forma racional e balanceada,
explorando o sinergismo entre
as diferentes tecnologias.
Entre as práticas indicadas
estão o sistema de plantio direto, a análise detalhada da fertilidade do solo e das exigências
nutricionais e de adubação, a
qualidade genética da semente
e o manejo adequado.
Na mesma época, no Jardim das Acácias, será inaugurada uma nova praça,
construída através de uma parceria entre a
Galvani e a Prefeitura do Município.
O espaço vai proporcionar uma completa infraestrutura de lazer para toda a família,
com um campo de futebol, duas quadras
para vôlei de areia, pista para caminhada,
ciclovia, quiosques de alimentação, além
de um local para apresentações culturais.
A praça vai também abrigar a sede da associação de moradores do bairro.
Capacitação
em Paulínia
A Galvani promoveu, em parceria com
o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial), um curso de informática básica
para assistente administrativo, voltado a
portadores de deficiência. O objetivo é incluir essas pessoas no mercado de trabalho.
Participaram deste curso, 12 pessoas
que moram na região. Mais uma turma está
prevista para março.
Despoeiramento
em Angico
A Galvani está concluindo as obras de
despoeiramento da área 3000 (desmagnetização) na Unidade de Mineração de Angico
dos Dias (UMA).
Trata-se de um sistema formado por
filtros de mangas, dutos, captores e transportadores helicoidais, que captam e acondicionam as poeiras fugitivas oriundas do
processo de beneficiamento.
Empreendedores
A história do
Grupo USJ
Pioneiro na produção de cana-de-açúcar
no Estado de São Paulo, o Grupo USJ é hoje um
dos maiores produtores brasileiros de açúcar
e etanol. A sua origem é a fazenda São João,
em Araras (SP), adquirida por José Ometto em
1935. “Hoje, além da participação em outros
negócios, o Grupo é proprietário da Usina
São João e detém 50% de participação nas
usinas São Francisco, em Quirinópolis (GO), e
Cachoeira Dourada, que está sendo construída
em Goiás.”
O Grupo processa cerca de 3 milhões de
toneladas de cana por safra, cultivadas em 25
mil hectares, produzindo 300 mil toneladas
de açúcar de diversas especificações e 130
milhões de litros de etanol. Alem disso, a partir
do bagaco da cana, gera ainda 60 mil MWh de
energia elétrica por ano, que garante a autossuficiência energética das usinas e excedentes
para venda.
A sustentabilidade é uma das políticas do
Grupo, que foi no Brasil um dos primeiros a
eliminar as queimadas. As usinas do Grupo USJ
Sede do Grupo em Araras (SP)
exibem números elevados de mecanização na
colheita (85% na Usina São João e 100% na
São Francisco). Nas usinas do Grupo, tudo é
integralmente aproveitado, tendo em vista a
preservação da natureza e a redução de custos.
Além do bagaço, transformado em energia
térmica e elétrica, a vinhaça (líquido que sobra
após o processo de destilação do caldo da
cana para a produção de álcool) é usada para
irrigar e fertilizar o solo, em razão do seu alto
teor de potássio, de matéria orgânica e água.
Outro subproduto utilizado é a torta de filtro,
que também substitui parte dos fertilizantes
químicos, por ser rica em fósforo. E boa parte
da água utilizada nos processos industriais é
tratada e reaproveitada.
Atualmente, a quarta geração da família
Ometto comanda o grupo, que também tem
profissionais do mercado no seu quadro executivo, seguindo as boas práticas de governança
coorporativa.
Cliente tradicional da Galvani, o Grupo
adquiriu em 2011 cerca de 1.000 toneladas
de ácido sulfúrico para as suas três usinas.
“Temos negócios com acido sulfúrico e enxofre
sólido, abastecido pela unidade de Paulínia
da Galvani. Este atendimento é feito durante
o período de safra, e nossas relações têm sido
muito construtivas, apesar da sazonalidade da
compra. Nos últimos anos, apesar de toda a
instabilidade das commodities no mundo bem
como a paridade dólar-real ter sofrido muita
pressão, o abastecimento tem sido seguro e
constante, gerando para nós como usuários
grande conforto no processo”, comenta Narciso F. Bertholdi, diretor do Grupo USJ.
Galvani apoia assentamento na Bahia
expediente
Governo, entidades de produtores rurais e empresas de insumos
agrícolas do Oeste da Bahia formaram uma aliança para apoiar o
Assentamento Rio de Ondas, em
Luís Eduardo Magalhães, onde 252
famílias cultivam lotes com tamanhos que variam entre cinco e 30
hectares. O objetivo é transformar o
assentamento em pólo de produção
autossustentável.
A elaboração do projeto é da Secretaria de Agricultura da Prefeitura Municipal
de Luís Eduardo Magalhães, em parceria com
a Fundação Bahia e o governo do Estado.
O projeto tem o apoio da Associação de
Produtores e Irrigantes da Bahia (Aiba) e da
Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa). A Fundação Bahia, entidade de
apoio à pesquisa e ao desenvolvimento do
Estado, vai oferecer assistência técnica aos
produtores, com recursos do Fundeagro. A
Informativo do Grupo Galvani
Endereço para correspondência:
Av. Prof. Benedicto Montenegro, 1300 - Betel
Paulínia/SP - CEP 13148-908
Fone: (19) 3884-9300
e-mail: [email protected] - www.galvani.ind.br
Galvani, também é parceira desta
iniciativa e fez a doação de 80 toneladas de super simples.
Atualmente, o assentamento
produz suínos, bovinos, leite, milho,
mandioca, feijão de corda e hortaliças. Após a implantação do projeto,
os agricultores familiares também
vão incorporar ao assentamento
lavouras de soja e de café irrigado,
frutas, piscicultura e avicultura.
O Prefeito de Luís Eduardo
Magalhães, Humberto Santa Cruz, afirmou:
“Tenho certeza que os projetos de geração
de renda implantados no Assentamento Rio
de Ondas ainda servirão como o modelo
no Brasil”.
• Coordenação: Departamento de Comunicação
• Ilustração: Theo
• Editoração e Arte: www.cdadesign.com.br
• Impressão: Gráfica Eskanazi
• Tiragem: 4100 exemplares
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Seca no Sul e chuva excessiva no Centro-Oeste