3 Região Centro-Oeste A atividade econômica no Centro-Oeste moderou o ritmo de crescimento nos meses recentes, com perda de dinamismo das vendas varejistas e da produção industrial. Nesse contexto, o IBCR-CO aumentou 0,4% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando crescera 0,6%, na mesma base de comparação. Considerados períodos de doze meses, o indicador elevou 1,0% em fevereiro (1,8% em novembro). Gráfico 3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Região Centro-Oeste Dados dessazonalizados 2002 = 100 155 150 145 140 135 Fev Mai 2012 Ago Nov Fev Mai 2013 Ago Nov Fev Mai 2014 IBC-Br Ago Nov Fev 2015 IBCR-CO Gráfico 3.2 – Comércio varejista – Centro-Oeste Dados dessazonalizados 2004 = 100 230 215 200 185 170 155 Fev Mai 2012 Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev 2013 2014 2015 Comércio varejista Comércio ampliado Fonte: IBGE Tabela 3.1 – Índice de vendas no varejo – Agregação 1/ para GO e DF Geral e setores selecionados Variação % no período Setores 2014 Ano Comércio varejista Combustíveis e lubrificantes Hiper e supermercados Tecidos, vestuário e calçados 2015 2/ Nov 2/ 12 meses -1,4 Fev 0,9 2,7 -6,4 3,2 7,8 -4,0 2,1 -2,5 1,5 -4,9 -4,8 -2,3 0,2 -1,3 -2,8 Móveis e eletrodomésticos -1,6 4,6 -10,1 -4,8 Outros art. de uso pessoal/dom. 14,6 2,8 -5,2 12,9 Comércio varejista ampliado -1,6 2,3 -6,0 -4,3 Veículos e motos, partes e peças -4,9 3,1 -6,0 -8,5 Material de construção -0,9 2,7 -3,0 -3,3 Fonte: IBGE 1/ GO e DF são os únicos entes federados da região estratificados pelo IBGE. As vendas do comércio varejista no Centro-Oeste recuaram 4,2% no trimestre finalizado em fevereiro, relativamente ao encerrado em novembro, quando aumentaram 2,5%, conforme dados dessazonalizados da PMC do IBGE. Esse desempenho resultou das retrações de 7,5% em Goiás, 4% no Mato Grosso, 2,9% no Distrito Federal, e 1,5% no Mato Grosso do Sul. No conceito ampliado, que incorpora as variações nas vendas de veículos, motos, partes e peças e de material de construção, as vendas diminuíram 5,3% (crescimento de 2,7% em novembro), com retrações em todas as unidades da federação da região (Goiás, 9,5%, Mato Grosso, 5,6%; Distrito Federal, 2,7%; e Mato Grosso do Sul, 0,6%). Considerados períodos de doze meses, as vendas no varejo declinaram 0,2% em fevereiro (+2,7% em novembro). Esse resultado refletiu as variações de 3,1% no Mato Grosso do Sul, 0,6% no Mato Grosso, -1,2% em Goiás, e -1,8% no Distrito Federal. No comércio ampliado, as vendas diminuíram 3,2% no período (-0,4% em novembro). Estatísticas agregadas do Distrito Federal e de Goiás, únicas unidades federativas da região para as quais são disponibilizados dados por ramo de atividade, indicam reduções de 10,1% nas vendas de móveis e eletrodomésticos, de 4,9% no ramo de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, de 4% em combustíveis e lubrificantes, e de 6% em veículos, no trimestre findo em fevereiro, na série dessazonalizada. Em doze meses até fevereiro, destacaram-se as variações 2/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados. Abril 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 35 nos segmentos de outros artigos de uso pessoal e doméstico, 12,9%, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, 8,6%, móveis e eletrodomésticos, e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, ambos com -4,8%, e veículos, -8,5%. Tabela 3.2 – Receita nominal de serviços – Agregação 1/ para GO e DF Serv. empresariais não financeiros, exceto saúde e educação Var. % Segmentos 2014 2015 2/ Ano Nov Total 2/ Fev 12 meses 13,2 9,9 1,7 9,9 7,2 3,1 4,4 7,2 Serviços de informação e comunicação 12,4 7,4 -1,4 7,9 Serviços profissionais e administrativos 9,5 7,2 -2,1 6,1 Transportes e correio 13,7 10,7 1,0 10,5 Outros serviços 22,4 22,2 17,9 20,7 Serviços prestados às famílias Fonte: IBGE A receita nominal do setor de serviços no CentroOeste cresceu 0,5% no trimestre encerrado em fevereiro (6,7% no finalizado em novembro), em relação a igual período de 2014, segundo a PMS, do IBGE. Ressalte-se os aumentos no Mato Grosso do Sul (3,3%) e no Distrito Federal (2,0%). Em Goiás e no Distrito Federal, unidades da federação com informações estratificadas por segmentos, destacaram-se as elevações da receita nominal em outros serviços (17,9%) e em serviços prestados às famílias (4,4%). Considerados intervalos de doze meses, a receita nominal expandiu 7,8% em fevereiro (11,9% em novembro), assinalando-se o aumento de 12,4% no Distrito Federal. 1/ Goiás e DF são as unidades da região com dados estratificados pelo IBGE. 2/ Variação relativa ao trimestre encerrado no mês assinalado e o mesmo período do ano anterior. Gráfico 3.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Centro-Oeste1/ Variação em 12 meses – % 30 25 20 As operações de crédito superiores a R$1 mil contratadas no Centro-Oeste somaram R$309 bilhões em fevereiro, com elevações de 3,3% no trimestre e de 16,7% em doze meses. Nas mesmas bases de comparação, os empréstimos com recursos direcionados cresceram, na ordem, 3,5% e 26,4%, e os com recursos livres, 3,2% e 5,6%, respectivamente. 15 10 5 0 Nov 2012 Fev 2013 Mai Ago Nov PF Fev 2014 PJ Mai Ago Nov Total Fev 2015 1/ Operações com saldo superior a R$1 mil. A carteira de crédito a pessoas físicas atingiu R$174,4 bilhões em fevereiro, com aumentos de 4% no trimestre, estimulado pelo financiamento imobiliário, crédito rural e crédito consignado, e de 16,4% em doze meses. O estoque de operações no segmento de pessoas jurídicas totalizou R$134,6 bilhões (aumentos respectivos de 2,5% e 17%), com destaque no trimestre para as operações com empresas do setor elétrico, administração pública, agricultura e indústrias de papel e papelão. A taxa de inadimplência das operações de crédito superiores a R$1 mil situou-se em 2,56% em fevereiro, avançando 0,04 p.p. no trimestre e 0,10 p.p. em doze meses. O desempenho no trimestre repercutiu aumento de 0,08 p.p. no segmento de pessoas físicas, parcialmente compensado por uma redução de 0,03 p.p. no de pessoas jurídicas, nos quais a inadimplência atingiu 3,02% e 1,96%, respectivamente. Os desembolsos do BNDES para o Centro-Oeste totalizaram R$6 bilhões no trimestre encerrado em dezembro e R$21,6 bilhões em 2014 (variações respectivas de -10,1% e 3,5% em relação a iguais períodos de 2013). 36 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2015 Tabela 3.3 – Evolução do emprego formal – Centro-Oeste Novos postos de trabalho 1/ Acumulado no trimestre (em mil) Discriminação 2014 2015 Fev Total Mai Ago Nov Fev -6,6 22,8 21,9 -18,0 -57,8 Indústria de transformação -7,1 10,0 1,1 -8,7 -12,4 Comércio -0,6 -3,1 2,2 9,8 -10,4 Serviços 4,9 12,7 13,5 6,5 -11,3 -5,4 4,0 -2,4 -17,0 -21,7 2,3 -1,4 7,2 -8,3 -1,2 -0,6 0,5 0,1 -0,7 -0,7 -0,0 0,1 0,1 0,3 -0,1 Construção civil Agropecuária Indústria extrativa mineral 2/ Outros Fonte: MTE 1/ Refere-se ao trimestre encerrado no mês assinalado. 2/ Inclui serviços industriais de utilidade pública e administração pública. Tabela 3.4 – Necessidades de financiamento – Centro-Oeste1/ R$ milhões Discriminação Resultado primário Juros nominais 2013 2014 2013 2014 Jan-dez Jan-dez Jan-dez Jan-dez Total -1 590 -185 2 568 2 565 Governos estaduais -1 358 -165 2 604 2 597 -154 31 -3 8 -78 -52 -33 -40 Capitais Demais municípios 1/ Inclui informações dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares. Tabela 3.5 – Dívida líquida e necessidades de financiamento – Centro-Oeste1/ R$ milhões Discriminação Dívida 2013 Dez Total Dívida 3/ Outros Primário Juros Total 4/ 2014 Dez 26 565 -185 2 565 2 380 -349 28 596 Governos estaduais 28 019 -165 2 597 2 432 -365 30 086 Capitais Demais municípios O superavit primário dos governos dos estados, das capitais e dos principais municípios do Centro-Oeste somou R$185 milhões em 2014. Houve recuo de R$1,4 bilhão em relação ao superavit de 2013, refletindo, principalmente, a redução do resultado dos governos estaduais. A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) variou 9,3%, no período. Os juros nominais, apropriados por competência, consolidados para as três esferas, somaram R$2,6 bilhões, enquanto o deficit nominal atingiu R$2,4 bilhões no período (R$979 milhões em 2013). A dívida líquida totalizou R$28,6 bilhões em 2014 (4,4% da dívida total das regiões), aumentando 7,6% relativamente a 2013. As dívidas renegociadas/reestruturadas pela União representaram 68,8% do endividamento líquido ao final do ano, e as dívidas bancária e externa, 42,8% e 10,4%, respectivamente. A posição credora em disponibilidades líquidas representava 22,0% da dívida líquida da região, no período. 2/ Fluxos acumulados no ano Nominal O mercado de trabalho no Centro-Oeste eliminou 57,8 mil empregos formais no trimestre encerrado em fevereiro (-6,6 mil no mesmo trimestre em 2014), de acordo com o Caged/MTE. A construção civil respondeu pela redução de 21,7 mil postos e a indústria de transformação suprimiu 12,4 mil. Considerando a série com ajuste sazonal, o nível do emprego formal recuou 0,6% no período, comparativamente ao trimestre anterior, quando houve estabilidade. -264 31 8 40 15 -209 -1 190 -52 -40 -92 0 -1 282 1/ Inclui inform. dos governos estaduais e de seus principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ Inclui ajustes decorrentes de variação cambial, reconhec. de dívidas e privatiz. 4/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. Os governos dos estados, capitais e principais municípios do Centro-Oeste acumularam deficit primário de R$667 milhões no período de doze meses até fevereiro de 2015, com destaque para o deficit de R$880 milhões do Distrito Federal e o superavit de R$712 milhões de Goiás. Os juros nominais, apropriados por competência, alcançaram R$2,6 bilhões e o deficit nominal, R$3,3 bilhões. O endividamento líquido alcançou R$28,7 bilhões em fevereiro (R$28,6 bilhões em dezembro de 2013), mantendo a participação de 4,4% no total da dívida dos estados, capitais e principais municípios do país. A safra de grãos da região Centro-Oeste deverá totalizar 80,6 milhões de toneladas em 2015, recuo de 2,9% em relação à de 2014, de acordo com o LSPA de março, do IBGE. Esse resultado reflete as diminuições de 8,4% na produção de milho, de 10,2% na colheita de feijão; e de 13,8% na cultura de algodão. O crescimento da lavoura de Abril 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 37 Tabela 3.6 – Dívida líquida e necessidades de 1/ financiamento – Centro-Oeste R$ milhões UF Dezembro de 2014 Dívida Fevereiro de 2015 2/ Fluxos 12 meses Fluxos 12 meses Dívida Primário Nominal 3/ Primário Nominal3/ DF 2 142 479 605 2 461 880 1 020 GO 16 021 -849 541 16 040 -712 689 MS 6 780 80 735 6 732 253 913 MT 3 653 104 498 3 425 245 653 28 596 -185 2 380 28 658 667 3 275 4/ Brasil (B) 655 704 10 713 67 433 651 710 8 161 65 749 -1,7 3,5 4,4 8,2 5,0 Total (A) (A/B) (%) 4,4 1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados preliminares. 2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado nominal e o resultado de outros fluxos. 3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário. 4/ Refere-se à soma de todas as regiões. Tabela 3.7 – Produção agrícola – Centro-Oeste Itens selecionados Em mil toneladas Discriminação 1/ 2/ Pesos Algodão (caroço) Variação % Produção 2014 Grãos 2015 2015/2014 80,2 82 975 80 553 -2,9 7,2 1 766 1 521 -13,8 Feijão 2,4 690 619 -10,2 Milho 16,4 36 156 33 105 -8,4 Soja 52,6 41 864 43 026 2,8 13,8 131 054 125 924 -3,9 2,0 1 097 828 -24,5 Outras lavouras Cana-de-açúcar Tomate Fonte: IBGE 1/ Por valor da produção – PAM 2013. 2/ Estimativa segundo o LSPA de março de 2015. Gráfico 3.4 – Abates de animais – Centro-Oeste Média móvel trimestral 2012 = 100 120 110 100 90 80 Fev Mai 2012 soja foi estimado em 2,8%. Em referência às demais culturas, ressalta-se a diminuição anual de 3,9% para a produção de cana-de-açúcar. Ago Nov Fev Mai 2013 Bovinos Ago Nov Fev Mai 2014 Aves Ago Nov Fev 2015 Suínos Os abates de bovinos em estabelecimentos fiscalizados pelo SIF (cerca de 95% do total na região) recuaram 17,8% no primeiro bimestre do ano, na comparação com o mesmo intervalo de 2014, repercutindo contrações de 21,1% no Mato Grosso, 25,7% em Goiás e 6,9% no Mato Grosso do Sul. Restrições do lado da oferta, especialmente associadas a fatores climáticos, pressionaram as cotações da arroba do boi gordo, que variaram 23,4% ante o mesmo período de 2014. Os abates de aves aumentaram 10%, enquanto os de suínos decresceram 2,5%. As exportações de carne de bovinos reduziram 32,4%, no período, influenciadas pelas menores vendas para Rússia, Irã e Venezuela, e as relacionadas a frangos e suínos variaram -27,4% e -36,4%, respectivamente. A produção industrial no Centro-Oeste, considerando o agregado de Goiás e Mato Grosso, únicos estados da região divulgados pela PIM-PF do IBGE, recuou 3,3% no trimestre encerrado em fevereiro, em relação ao finalizado em novembro, quando havia aumentado 1,6%, nesse tipo de comparação na série dessazonalizada. A produção da indústria de transformação diminuiu 4,2%, destacando-se a retração de 9,4% na fabricação de produtos de minerais não metálicos. Na comparação interanual, no trimestre encerrado em fevereiro a indústria da região retraiu 2,5%, influenciada pelos recuos de 4,8% na extrativa e de 2,4% na de transformação, ressaltando-se o crescimento de 64,4% da indústria de coque e derivados de petróleo e a queda de 36,8% na fabricação de produtos farmacêuticos. Em doze meses até fevereiro, a produção da indústria da região aumentou 1,6% na comparação com igual intervalo de 2014 (3,4% em novembro). A indústria extrativa avançou 0,8% e a de transformação, 1,7%, impulsionada pelos crescimentos no segmento de coque, derivados de petróleo e biocombustíveis, 17%; e indústria alimentícia, 3,2%. Em contrapartida, houve reduções significativas nos segmentos de produtos farmacêuticos, de produtos de metal, e de minerais não-metálicos, respectivamente de 19,7%, 15,2% e 11%. Fonte: Mapa O Icei de Goiás, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg), atingiu 39,1 pontos em março (46,7 pontos em dezembro e 57,8 pontos em março de 2014), mantendo-se na zona de pessimismo pelo nono mês consecutivo. A trajetória trimestral refletiu a redução 38 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2015 de 7,3 pontos no Índice de Condições Atuais e de 8 pontos no Indicador de Expectativas. Gráfico 3.5 – Produção industrial – Centro-Oeste Dados dessazonalizados – Média móvel trimestral 2012 = 100 110 105 100 95 90 Fev Mai 2012 Ago Nov Fev Mai 2013 Brasil Ago Nov Fev Mai Ago Nov Fev 2014 2015 Centro-Oeste Fonte: IBGE Tabela 3.8 – Produção industrial – Agregação para GO e MT1/ Geral e setores selecionados Variação % trimestral 2/ Setores 2014 Pesos 2015 3/ 3/ Nov Indústria geral Ac. 12 meses Fev 100,0 1,6 -3,3 1,6 94,6 1,4 -4,2 1,7 56,4 3,2 -0,7 3,2 Prod. miner. não-metálicos 4,1 -0,5 -9,4 -11,0 Metalurgia 2,7 9,3 0,5 -0,1 Indústrias de transformação Produtos alimentícios Fonte: IBGE 1/ GO e MT são os únicos entes federados da região estratificados pelo IBGE. 2/ Ponderação de atividades no VTI, conforme a PIA 2010/IBGE. 3/ Variação relativa aos trimestres encerrados em t e t-3. Dados dessazonalizados. Tabela 3.9 – Exportação por fator agregado Janeiro-março US$ milhões Discriminação Centro-Oeste 2014 Total Básicos Industrializados Semimanufaturados 1/ Manufaturados Brasil 2015 Var. % Var. % 6 267 5 013 -20,0 -13,7 5 311 4 035 -24,0 -21,2 956 978 2,4 -7,1 817 839 2,7 3,1 139 139 0,2 -10,6 Fonte: MDIC/Secex 1/ Inclui operações especiais. Tabela 3.10 – Importação por categoria de uso Janeiro-março O Icei de Mato Grosso, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (FIEMT), atingiu 36 pontos em março (44,5 pontos em dezembro e 50,5 pontos em março de 2014) mantendo-se, nos doze últimos meses, na zona de pessimismo. O desempenho no trimestre repercutiu a redução de 9,3 pontos no Índice de Condições Atuais e de 9,6 pontos no Indicador de Expectativas. O indicador de expectativas de demanda da Sondagem Industrial da CNI para o Centro-Oeste atingiu 50,5 pontos em março (49,6 pontos em dezembro e 61,8 pontos em março de 2014) e o Indicador de Estoques, 47 pontos em fevereiro (50,5 pontos em novembro e 45,8 pontos em fevereiro de 2014). Embora o nível de atividade da indústria da região tenha recuado, a percepção da demanda aumentou em relação a dezembro e se encontra na área de otimismo enquanto os estoques são percebidos em patamar adequado, abaixo do que foi planejado pelos empresários. O superavit da balança comercial do Centro-Oeste atingiu US$2,5 bilhões no primeiro trimestre de 2015, com queda de 23,1% em relação ao mesmo período de 2014, de acordo com o MDIC. As exportações somaram US$5 bilhões e as importações, US$2,6 bilhões, com recuos respectivos de 20,0% e de 16,8%. O desempenho das exportações repercutiu as quedas de 7,5% no quantum e de 13,5% nos preços. Houve recuo nas vendas dos produtos básicos, 24% (soja mesmo triturada, -44,5%; carne bovina, -27,1%; e carne de frango, -28,5%). As vendas de semimanufaturados aumentaram 2,7% (açúcar de cana em bruto, 24,3%; e pastas químicas de madeira, 4,2%) e as de manufaturados 0,2% (açúcar refinado, 44,2%; e papel e cartão para fins gráficos, 55,2%). As exportações do Centro-Oeste destinadas a China, Indonésia, Holanda, Vietnã, Irã e Hong Kong representaram, em conjunto, 53% do total no período. US$ milhões Discriminação Centro-Oeste 2014 Total Brasil 2015 Var. % Var. % 3 079 2 562 -16,8 -13,2 356 215 -39,6 -10,9 1 055 945 -10,4 -10,0 705 649 -7,8 -11,5 Duráveis 218 130 -40,6 -19,5 Não duráveis 487 520 6,8 -2,3 964 753 -21,9 -26,6 Bens de capital Matérias-primas Bens de consumo Combustíveis e lubrificantes Fonte: MDIC/Secex A trajetória das importações refletiu de variações de -3,4% nos preços e de -13,9% no quantum, evidenciando recuos nas compras em todas as categorias de uso: -39,6% nas aquisições de bens de capital (-58,3% nas compras de maquinaria industrial); -10,4% nas matérias-primas e produtos intermediários (-35,2% nas compras de acessórios de equipamentos de transporte); -7,8% nos bens de consumo (-57,8% nas aquisições de veículos de passageiros); e -21,9% nos combustíveis e lubrificantes (-21,4% nas importações Abril 2015 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | 39 Tabela 3.11 – IPCA – Centro-Oeste Variação % trimestral Discriminação 1/ Pesos 2014 II Tri 2015 III Tri IV Tri I Tri IPCA 100,00 1,39 0,82 2,57 3,53 Livres 76,71 1,38 0,80 2,55 1,91 Comercializáveis 34,10 1,51 1,28 1,95 1,64 Não comercializáveis 42,61 1,27 0,41 3,05 2,13 23,29 1,44 0,90 2,62 8,98 Alimentos e bebidas 23,29 1,66 -0,04 4,17 3,53 Habitação 15,37 1,76 2,75 2,03 10,18 Artigos de residência 4,52 1,05 1,79 0,03 0,78 Vestuário 6,05 1,71 0,30 2,65 -0,16 Transportes 20,23 -0,03 -0,29 4,45 2,31 Saúde 10,26 2,79 1,40 0,96 1,18 Despesas pessoais 11,12 2,59 1,29 1,23 2,50 Educação 4,73 0,36 1,17 0,39 6,95 Comunicação 4,43 0,11 0,63 0,03 -1,01 Monitorados de gás natural). As importações provenientes da Bolívia, China, Estados Unidos, Alemanha e Japão totalizaram 58% das compras no período. Principais itens Fonte: IBGE 1/ Referentes a março de 2015. A variação do IPCA no Centro-Oeste, resultado da agregação dos indicadores de Brasília, Goiânia e Campo Grande, atingiu 3,53% no primeiro trimestre de 2015 (2,57% no quarto trimestre de 2014), com desaceleração dos preços livres, de 2,55% para 1,91%, e aceleração dos monitorados, de 2,62% para 8,98%. Sobressaíram as variações nos grupos habitação (10,18%), educação (6,95%) e alimentação e bebidas (3,53%). A evolução dos preços livres refletiu as desacelerações nos preços dos não comercializáveis, de 3,05% para 2,13% (tubérculos, raízes e legumes, 24,73%; cursos regulares, 9,25%; alimentação fora do domicílio, 3,32%); e dos comercializáveis, de 1,95% para 1,64% (cigarro, 7,83%; automóvel novo, 6,28%; e carnes, 2,34%). A maior variação dos preços monitorados foi influenciada, em parte, pelas elevações nos preços da energia elétrica residencial (38,92%), taxa de água e esgoto (9,06%) e gasolina (8,17%). O índice de difusão atingiu 61,8% no primeiro trimestre de 2015 (61,4% no quarto trimestre de 2014). Em doze meses até março, o IPCA do Centro-Oeste variou 8,55% (6,81% em 2014). A aceleração repercutiu, em especial, o aumento de 6,09% para 14,46% na variação dos preços monitorados (energia elétrica residencial, 58,59%; taxa de água e esgoto, 11,99%; ônibus urbano, 11,64% e gasolina, 11,09%). A variação dos preços livres, por sua vez, passou de 7,01% para 6,80%, com aceleração dos preços dos produtos comercializáveis (de 6,11% para 6,53%) e desaceleração dos preços dos não comercializáveis (de 7,75% para 7,01%). O arrefecimento da atividade econômica do CentroOeste refletiu, em especial, os desempenhos negativos do setor exportador – com retração das vendas de produtos básicos –, e da indústria. Para os próximos trimestres, as perspectivas são continuidade do crescimento em ritmo moderado, considerando-se o cenário de incertezas no setor primário, influenciado pelas menores cotações internacionais das commodities agrícolas, mas com maior crescimento da economia mundial e preços competitivos para a pecuária. 40 | Boletim Regional do Banco Central do Brasil | Abril 2015