cine•senac Por Raphael Bicesto L eis de incentivo à cultura e ao audiovisual, fundos de investimentos públicos e privados, coprodução entre produtoras, coprodução entre produtoras e emissoras, coprodução com distribuidoras, investimentos via bolsa de valores, investimentos via “dinheiro bom” (sem a utilização de incentivos fiscais), editais de fomento. Esses são apenas alguns exemplos de estratégias de angariar recursos para uma produção audiovisual disponíveis para os produtores independentes. Esses, por sua vez, precisam estar em constante atualização para não perderem as oportunidades de terem seus projetos viabilizados. Porém, talvez tão importante quanto saber dos recursos disponíveis no mercado é analisar aqueles que melhor atendem às suas necessidades enquanto projeto, já que cada mecanismo impera em prós e contras, que muitas vezes passam despercebidos pelos produtores na ânsia de produzir os seus projetos o mais rápido possível. Grande parte das reclamações de agentes financiadores, distribuidores e exibidores de conteúdo está no fato dos projetos apresentados não estarem de acordo com o perfil dos selecionadores, de não possuírem modelos de negócio claros e/ou não estarem sequer desenvolvidos para serem apresentados como projetos. Portanto, podemos citar que um dos gargalos (dos muitos que nós temos dentro do audiovisual) está na adequação desses projetos às fontes de recursos apresentadas. Nesse sentido, percebemos que embora tenham órgãos dedicados à formação desses produtores e a aproximá-los cada vez mais de outros agentes de mercado (distribuidores, exibidores etc.), ainda carece, para a grande maioria dos produtores, uma abordagem específica para cada projeto visualizando suas potencialidades e fraquezas, tornando-os competitivos no processo de seleção. Além dos recursos financeiros não parecerem um problema, visto as múltiplas formas de captação de recursos, novas políticas públicas estão sendo criadas no sentido de aquecer ainda mais o mercado produtor: as cotas para conteúdo brasileiro independente na programação de TV por assinatura; as novas linhas do Fundo Setorial do Audiovisual, que vislumbram a estruturação de empresas produtoras e a comercialização de obras cinematográficas; e as novas linhas de fomento da RioFilme com modelos autossustentáveis de financiamento. Isso sem falar na atração de investimentos que a Copa do Mundo e as Olimpíadas estão trazendo para o Brasil. A demanda de novos projetos, portanto, está em alta. A empresa B6 Projetos Audiovisuais foi criada para atender a essa demanda na área de produção executiva das produtoras, atuando no setor do audiovisual prestando auxílio aos produtores independentes na concepção de seus projetos com modelo de negócio, indicando e formatando os projetos para as melhores oportunidades de mercado, e intermediando a relação do detentor do conteúdo com as fontes de financiamento. A proposta é que se crie uma estrutura externa às produtoras que possa ajudá-las no planejamento estratégico para se obter êxito na captação de recursos. O preceito básico da empresa é a de dialogar tanto com os produtores quanto com os agentes financeiros e exibidores, de forma a aproximar os interesses que, por vezes, se sobrepõem, mas que não se encontram para concretizar o negócio. Apesar de a ideia ter sido semeada há algum tempo, o grande pilar de sustentação para o crescimento e inserção no mercado está sendo o curso de pós-graduação em Produção Audiovisual: Projeto e Negócio, do Senac. A proposta do curso de ser ministrada por profissionais de mercado e de facilitar o acesso de seus alunos em discussões, fóruns e palestras realizadas por diferentes players do mercado ajudam a estabelecer a rede de contatos e a obter as informações direto da fonte. A forma de trabalho da empresa está ancorada no conceito de rede, em que profissionais e empresas de diversos setores ligados à produção audiovisual colaboram com suas diversas formações, montando um time heterogêneo das áreas de cinema, televisão, novas mídias, captação de recursos, leis de incentivo, dentre outras, trazendo aos projetos informações relevantes de mercado e indicando formas de torná-los mais atrativos para seus respectivos nichos de negócios. Esse tipo de iniciativa faz com que a cadeia inteira ganhe: os produtores possuem mais chances de vender seus projetos, tanto para captação de recursos, quanto para comercializá-los posteriormente; distribuidores recebem projetos com plano de negócio; emissoras recebem projetos que realmente estudaram o canal antes de submeterem para análise; e as empresas patrocinadoras recebem projetos atrelados à sua linha editorial e suas fontes de financiamento. Divulgação Novos modelos de negócio para o audiovisual Série de animação “As Grandonas”, de Almir Correia, da produtora Zoom Elefante, que teve projeto recentemente aprovado no Fundo Setorial do Audiovisual para veiculação no Canal Brasil Raphael Bicesto é empresário, dono da B6 Projetos Audiovisuais e aluno da Pós-Graduação em Produção Audiovisual: Projeto e Negócio do Senac. www.sp.senac.br 0800 883 2000 O espaço Cine Senac apresenta reportagens elaboradas pela equipe de audiovisual do Senac em parceria com a Revista de CINEMA. O principal objetivo é trazer informações relevantes sobre esse setor. O conteúdo exemplifica o conhecimento que é gerado pela instituição.