Simulação com Modelos Teóricos de Probabilidade Algumas distribuições teóricas apresentam certas características que permitem uma descrição correta de variáveis muito comuns em processos de simulação. Usando essas distribuições teóricas estaremos adicionando informações ao comportamento da variável, o que torna o modelo mais apto a prever o futuro. – p. 1/21 Distribuição Uniforme É a distribuição de uma variável aleatória X, num intervalo [a, b], cuja função densidade de probabilidade FDP é dada por: 0 para x < a ou x > b f (x) = 1 para a ≤ x ≤ b b−a A média e a variância são dadas por: (b − a)2 a+b e V (X) = µ = E(X) = 2 12 – p. 2/21 Função Densidade Acumulada: A função densidade acumulada FDA é dada por: 0 se x ≥ a x−a se a < x < b F (x) = P (X ≤ x) = b−a 1 se x ≥ b – p. 3/21 Exemplo: O departamento de montagem de uma empresa requisita caixas de parafusos para o departamento de serviços. O tempo de atendimento é de 1 a 6 horas, dependendo do acumulo do trabalho no departamento de serviços, e acredita-se que tenha uma distribuição uniforme. Se a chegada de material é verificada em hora em hora a partir da segunda hora do pedido, simular o tempo de espera para 5 pedidos. – p. 4/21 Solução: x−1 A FDA no intervalo [1.6] é F (x) = . 5 x = 1 F (1) = 0 x = 3 F (3) = 0, 4 x = 5 F (5) = 0, 8 x = 2 F (2) = 0, 2 x = 4 F (4) = 0, 6 x = 6 F (6) = 1 – p. 5/21 Exemplo Os limites para os números aleatórios são: Tempo de atendimento 0`1 1`2 2`3 3`4 4`5 5`6 FDA 0,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1 Limite para números aleatórios ··· 00 - 19 20 - 39 40 - 59 60 - 79 80 - 99 – p. 6/21 Exemplo Simulando os tempos de espera: Número Tempo de aleatório espera em horas 12 2 93 6 02 2 86 6 14 2 – p. 7/21 Observação Podemos gerar valores sobre uma distribuição uniforme no intervalo [a, b], usando a expressão: x = a + (b − a) · R onde R é um número aleatório no intervalo [0, 1]. Exemplo: O tempo de atendimento em uma fila se distribui uniformemente de 0,5 min a 3 min. A expressão x = 0, 5 + 2, 5 · R gera para cada número aleatório R de [0, 1] um tempo de atendimento nesta fila. – p. 8/21 Distribuição de Poisson A variável de Poisson descreve o número de vezes que ocorre um evento, que certamente ocorrerá muitas vezes, mas que é pouco provável que ocorra num particular instante de observação. Essa característica é típica de chegadas de fila de espera. A probabilidade de n ocorrências em um intervalo de tempo ∆t é dada por: αn · e−α P (X = n) = n! onde α é o número médio de chegadas na unidade de tempo usada para ∆t. – p. 9/21 Distribuição de Poisson A média e a variância da variável de Poisson são: µ = E(X) = V (X) = α Exemplo: Em um determinado dia da semana chegam em média, a um guichê de pedágio, 1,8 carro por minuto. Admitindo que a chegada de carros ao guichê obedeça a uma distribuição de Poisson, realizar uma simulação abrangendo 10 minutos de operação do guichê. – p. 10/21 Exemplo Devemos simular o número de carros que chegam a cada minuto, durante o intervalo de 10 minutos, obedecendo a uma distribuição de Poisson onde α = 1, 8, ou seja 1, 8n e−1,8 P (X = n) = n! O número n pode, teoricamente, assumir valores desde 0(zero) até qualquer número positivo inteiro que se queira, mas na prática existe um limite a partir do qual podemos considerar P (X = n) = 0. – p. 11/21 Exemplo A tabela a seguir mostra os valores de n e as respectivas probabilidades e probabilidades acumuladas: n P (X = n) P (X ≤ n) 0 1 2 3 4 5 6 7 0,165 0,298 0,268 0,161 0,072 0,026 0,008 0,002 0,165 0,463 0,731 0,892 0,964 0,990 0,998 1,000 Limites para números aleatórios 000 - 164 165 - 462 463 - 730 731 - 891 892 - 963 964 - 989 990 - 997 998 - 999 – p. 12/21 Exemplo Procedendo a simulação, obtemos: Número Número de carros Número Número de car aleatório chegando ao guichê aleatório chegando ao gu 294 1 177 1 079 0 258 1 904 4 112 0 977 5 037 0 766 3 314 1 – p. 13/21 Distribuição Normal Uma variável tem distribuição normal se esta distribuição tiver a forma da curva de Gauss, isto é, a sua função distribuição de probabilidade for: 1 x−µ 2 1 · e− 2 ( σ ) , f (x) = √ 2πσ onde µ = média e σ 2 = variância. Conhecidas a média e a variância da variável normal X, x−µ a expressão z = fornece através da tabela da σ variável normal padrão a probabilidade P (X ≤ x). – p. 14/21 Exemplo As vendas semanais de um produto se distribuem-se normalmente com média 5 e variância 2,25. Construir um padrão de venda para as próximas 4 semanas. Solução: Seja X a variável vendas semanais. Como ela possui valores inteiros, isso pode ser contornado fazendo P (X = n) = P (X ≤ n + 0, 5) − P (X ≥ n − 0, 5). Então: P (X = 0) = P (X ≤ 0, 5) − P (X ≥ −0, 5), P (X = 1) = P (X ≤ 1, 5) − P (X ≥ 0, 5), P (X = 2) = P (X ≤ 2, 5) − P (X ≥ 1, 5), etc. x−5 Para usar a tabela temos Z = . 1, 5 – p. 15/21 Exemplo x = −0, 5 ⇒ z = 3, 67 ⇒ P (X ≤ −0, 5) = 0, 000 x = 0, 5 ⇒ z = −3 ⇒ P (X ≤ 0, 5) = 0, 001 x = 1, 5 ⇒ z = −2, 33 ⇒ P (X ≤ 1, 5) = 0, 009 x = 2, 5 ⇒ z = −1, 67 ⇒ P (X ≤ 2, 5) = 0, 048 Então: P (X = 0) = 0, 001 − 0, 000 = 0, 001 P (X = 1) = 0, 009 − 0, 001 = 0, 008 P (X = 2) = 0, 048 − 0, 009 = 0, 039 etc. A probabilidade acumulada é dada portanto por P (X ≤ n + 0, 5). – p. 16/21 Tabela Número P (X 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 ≤ n + 0, 5) Limite para no aleatório 0,001 000 0,009 001 - 008 0,048 009 - 047 0,159 048 - 158 0,371 159 - 370 0,629 371 - 628 0,862 629 - 861 0,953 862 - 952 0,990 953 - 989 0,999 990 - 998 1,000 999 – p. 17/21 Números aleatórios para 4 semanas N o aleatórios Vendas 266 4 527 5 593 5 729 6 – p. 18/21 Controle de Parâmetros de Simulação Cálculo do Número de Simulações Qual o número de simulações devemos devemos efetuar para garantir o erro dentro de limites aceitáveis, com um nível de confiança desejável? Controle da Média Supondo que sejam satisfeitas as condições: A média amostral é normalmente distribuída. O tamanho da amostra é suficientemente grande, o que é usual em processos de simulação. – p. 19/21 Controle da Média Se: 1 − α é o nível de confiança desejado. zα/2 é o desvio normal entre a média amostral e a verdadeira média em um nível de confiança de 1 − α. θ é a diferença tolerável entre a média amostral e a verdadeira média (erro padrão de estimativa) então o mínimo de elementos da amostra (número de simulações) é dado por: n= z 2 · σ α/2 θ – p. 20/21 Exemplo Suponha que a média amostral de uma população com desvio padrão σ = 5, seja normalmente distribuída. Qual será o tamanho da amostra que garanta um desvio entre a média amostral e a verdadeira média de no máximo ±1 , em um nível de confiança de 95%? Solução: Como α = 1 − 0, 95 = 0, 05 temos da tabela normal padrão que zα/2 = 1, 96. Então n= 2 σ 2 zα/2 θ2 52 · 1, 962 = = 96, 04 =⇒ 97 elementos. 2 1 – p. 21/21