BOLETIM DE BOAS PRÁTICAS:
Proteção auditiva: Ensaio de vedação (Fit Test)
Adaptado por: Flávio Assis, Gerente de Produtos de Proteção dos Olhos e Face - Honeywell Produtos de Segurança na América Latina
Muito se tem aprendido sobre a eficácia da abordagem individual para proteção auditiva desde que
a “Occupational Safety and Health Administration” (OSHA) publicou a norma de conservação auditiva (29 CFR 1910.95) em 1983. A norma requer que os trabalhadores selecionem um dos métodos
listados no anexo B: para avaliar a adequação da atenuação do protetor auditivo (29 CFR 1910.95 (j)
(1)). Um dos métodos para avaliação da atenuação do protetor auditivo é o “Noise Reduction Rate”
(NRR) desenvolvido pela “Environmental Protection Agency” (EPA) nos Estados Unidos. O NRR é um
único número que pretende representar a quantidade de atenuação que um protetor auditivo pode
proporcionar. A EPA requer que o NRR esteja na embalagem de cada protetor auditivo (40 CFR 211
sub-parte B). O NRR é um método base de laboratório para calcular a quantidade de atenuação dada
por um protetor auditivo.
Enquanto o NRR proporciona um indicador de performance do protetor auditivo, esses métodos são
feitos sob ótima vedação em condições laboratoriais e grupos estatísticos para prever a performance
a performance do protetor em cada indivíduo no local de trabalho. Como a performance do protetor
auditivo é crítica para o sucesso de um programa de conservação auditiva, tem havido um mercado
emergente de sistemas que oferecem a capacidade de verificar a vedação de protetores auditivos
individualmente, para verificar a atenuação que cada indivíduo receberá.
Pesquisas e estudos sugerem que quando indivíduos são envolvidos no processo de ensaio de vedação e recebem retorno positivo sobre como inserir plugues, eles serão mais propensos a ter atitude
positiva sobre proteção da audição deles e serão mais aptos a usar protetores auditivos corretamente
e de forma consistente no local de trabalho. Essa postura positiva deve resultar em redução de perda
auditiva por indução de ruído no local de trabalho.
Para datar métodos de ensaio de vedação no campo para usar com protetores auditivos incluem medidas subjetivas “real-ear attenuation and threshold” (REAT), objetivo “field microphone-in-real-ear”
(F-MIRE), e balanceamento de volume envolvendo a resposta de usuários a estímulos sonoros para
obter índices de atenuação pessoal. Os procedimentos subjetivos como o REAT e balanceamento de
volume envolve resposta dos usuários, enquanto a abordagem objetiva como o F-MIRE envolve medida de dois microfones para um teste de sinal. O anexo B não explora ou discute os vários métodos
de testes de atenuação de proteção auditiva no campo, nem as vantagens ou desvantagens de cada
técnica. Da mesma forma, a OSHA não endorsa nenhum produto, fabricante ou empresa que ofereça
ensaio de vedação.
Não importa o método usado, ensaio de vedação tem o potencial de servir diversos propósitos positivos em programas de conservação auditiva:
1. Pode ser uma valiosa ferramenta de treinamento. A norma
de conservação auditiva da OSHA requer que empregadores
treinem trabalhadores no uso e cuidado de protetores auditivos
(29 CFR 1910.95 (i)(4)), e requer que empregadores assegurem vedação inicial apropriada e supervisão de uso correto (29
CFR 1910.95 (i)(5));
2. Pode ser usado como uma ferramenta para treinar o treinador a ensinar outros sobre como treinar os trabalhadores;
3. Pode ajudar com procedimentos de revisão de testes audiométricos exigidos pela OSHA.
a. Procedimentos de revisão de testes audiométricos requerem que, quando a avaliação
de um audiograma indica um STS, trabalhadores que já usam protetor auditivo devem
ser inserir novamente o plugue e ser treinados sobre o uso e devem ser providos de
plugues que ofereçam maior atenuação, se necessário (29 CFR 1910.95 (g)(8)(ii)(B));
b. Protocolos de teste de vedação individual validarão a quantidade de atenuação atingida
pelo usuário individual do protetor auditivo e permitirá ao empregador ter melhor entendimento para o requerimento de oferecer um plugue de maior atenuação, se necessário.
4. Pode fornecer documentação útil sobre adequação e treinamento de protetores auditivos. O
software proporciona uma evidência escrita da atenuação arquivada para o protetor usado;
5. Pode ser usado como uma ferramenta para acessar a eficiência de um programa de conservação auditiva;
6. Pode permitir ao profissional de segurança no trabalho para oferecer protetores auditivos com
atenuação adequada segundo o local de trabalho do usuário. Isso pode ser particularmente útil
em trabalhos críticos para proteção auditiva ou para aqueles com diferença de performance
em cada canal auditivo;
7. Pode contribuir na seleção de protetor auditivo apropriado em novas contratações. Uma variedade de protetores podem ser testados, e o modelo apropriado pode ser selecionado para
oferecer a melhor proteção.
É importante enfatizar que além de como a performance de um protetor auditivo é derivada, o fator
mais importante é encontrar o protetor auditivo mais confortável que o trabalhador usará corretamente
100% do tempo em que estiver sob ruído intenso. Outros fatores para avaliar são a necessidade
de comunicação dos trabalhadores, abilidade de audição, conveniência, compatibilidade com outros
EPIs e o ambiente onde serão usados. Novamente, o melhor protetor auditivo é aquele que será
usado apropriadamente sempre que exposto a ruído perigoso.
Aumentar o conhecimento de dificuldades no trabalho e desafios relacionados a performance de
protetores auditivos terão um impacto positivo na prevenção de perda auditiva por indução de ruído
no local de trabalho. Para mais informações sobre tecnologias emergentes associadas a métodos de
proteção auditiva e variações associadas a performance de protetores auditivos, entre em contato
com a “National Institute of Occupational Safety and Health” (NIOSH) pelo telefone 1-800-CDC-INFO.
Mesmo que a NIOSH advoge o conceito de teste de vedação individual, ela não recomenda nenhum
método específico.
Informações adicionais sobre ensaio de vedação:
1. Berger, E.H (2007). “Fit testing hearing protectors,” CAOHC Update 19(2), 5-8.
2. Hager, L.D (2007). “Hearing Protector Evaluation: Current Standards and Pending Developments,”
Hearing Rev. 14(3), 26-28.
3. Hager, L.D (2006). “Fit Testing Ear Plugs,” Occupational Health and Safety 75(6), pages 38-42 and 135.
4. Berger, E.H (1989). “Exploring Procedures for Field Testing the Fit of Earplugs,” Proceedings, 1989,
Industrial hearing ConservationConference, University of Kentucky, Lexington, KY, 7-10.
5. Witt, B (2007). “Putting the Personal Back into PPE: Hearing Protector Effectiveness.” Occupational
Health and Safety 76(6), 90-94.
6. Witt, B (2007). “Fit Testing of Hearing Protectors,” Occupational Health and Safety 76(10), 118-122.
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