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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ
Sandra Paula Gomes Lopes da Silva de Santana
ESCOLHO, LOGO USO.
SELEÇÃO INDIVIDUALIZADA DO PROTETOR AUDITIVO: UMA
ETAPA IMPORTANTE NA PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA
INDUZIDA PELO RUÍDO
CURITIBA
2012
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Sandra Paula Gomes Lopes da Silva de Santana
ESCOLHO, LOGO USO.
SELEÇÃO INDIVIDUALIZADA DO PROTETOR AUDITIVO: UMA
ETAPA IMPORTANTE NA PREVENÇÃO DA PERDA AUDITIVA
INDUZIDA PELO RUÍDO
Trabalho de conclusão do curso apresentada ao
Curso de Especialização em Audiologia Clínica:
enfoque prático e ocupacional da Faculdade de
Ciências Biológicas e de Saúde da Universidade
Tuiuti do Paraná como requisito parcial para a
obtenção do Título de Especialista em Audiologia.
Orientadora: Profa. Ms. Débora Lüders
CURITIBA
2012
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RESUMO
ESCOLHO, LOGO USO. SELEÇÃO INDIVIDUALIZADA DE PROTETORES
AUDITIVOS: UMA ETAPA IMPORTANTE NA PREVENÇÃO DE PERDA AUDITIVA
INDUZIDO PELO RUÍDO
Introdução: Medidas de proteção auditiva devem ser aplicadas tão logo se suspeite
de problemas com o ruído. Apesar do uso do protetor auditivo, a perda auditiva
continua a aumentar. Uma das razões para este fato é a utilização incorreta dos
protetores auditivos pelos trabalhadores. Uma das etapas recomendadas pelo
Comitê Nacional de Ruído seleção é a indicação, adaptação e acompanhamento da
utilização do equipamento de proteção individual. Objetivo: Verificar se o tamanho
do protetor auditivo utilizado pelos funcionários de uma empresa de fabricação e
comercialização de tubos e conexões mantém-se o mesmo a apresentação dos
demais tamanhos oferecidos pela empresa e treinamento adequado de uso.
Metodologia: Participaram deste estudo 47 funcionários, com idade entre 18 e 49
anos (média 30,8), que trabalham em locais da empresa onde o uso do protetor
auditivo é obrigatório. No momento da realização do exame audiológico periódico foi
observado o tamanho do protetor auditivo que o funcionário estava usando e como
este funcionário o utilizava (encaixe e percepção de conforto). Após foi realizado um
treinamento e apresentados todos os tamanhos oferecidos pela empresa – todos de
inserção, da marca pomp, nos tamanhos P, M, G e Único – e selecionado, com a
participação do trabalhador, o tamanho mais adequado. Os trabalhadores foram
orientados quanto à colocação conforme descrita no manual do próprio protetor
auditivo, higienização, manutenção e troca do protetor auditivo, bem como
informações sobre a perda auditiva por ruído. Resultados: Dos 47 trabalhadores,
19 (40%) optaram em realizar a troca de tamanho de protetor auditivo após o
treinamento individual. Antes do treinamento, o protetor mais utilizado era o único.
Depois do treinamento o protetor mais utilizado passou a ser o pequeno. O que mais
motivou a troca do protetor foi o conforto (79% dos funcionários). Entre os que não
optaram por trocar o tamanho do protetor, 13 trabalhadores (46%) foram orientados
a melhorar o encaixe. Conclusão: Os resultados demonstram que se faz necessário
a indicação e treinamento individual quanto ao uso correto de protetor auditivo, bem
como a participação do trabalhador na escolha do protetor. Desta forma, maior será
a probabilidade do trabalhador utilizá-lo corretamente, tornando mais eficaz esta
ação preventiva.
Palavras Chave: Ruído, Protetor Auditivo, Ocupacional, Prevenção, Audição.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA.................................................................05
2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA...................................................................08
3. OBJETIVOS....................................................................................................09
3.1 OBJETIVO GERAL..........................................................................................09
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS..........................................................................09
4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA......................................................................10
5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS........................................................14
5.1 TIPO DE ESTUDO E ABORDAGEM...............................................................14
5.2 ASPECTOS ÉTICOS......................................................................................14
5.3 LOCAL DE ESTUDO.......................................................................................14
5.4 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO..........................................................15
5.5 COLETA E ANÁLISE DE DADOS...................................................................15
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO......................................................................17
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................20
REFERÊNCIAS....................................................................................................21
ANEXOS...............................................................................................................23
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ROL DE ABREVIATURAS E SIGLAS
EPI
Equipamento de Proteção Individual
MTE
Ministério do Trabalho e Emprego
NR
Norma Regulamentadora
NRRsf
Nível de Redução do Ruído de Colocação Subjetiva
PAIR
Perda Auditiva Induzida por Ruído
PCA
Programa de Conservação Auditiva
PPRA
Programa de Prevenção de Riscos Ambientais
NRRsf
Nível de Redução do Ruído de Colocação Subjetiva
SESI
Serviço Social da Indústria
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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
Foi no século XVIII, na Inglaterra, que teve início a Revolução Industrial com a
mecanização dos sistemas de produção. Embora tenha sido um marco histórico e
positivo para toda a humanidade, apresentou também conseqüências nocivas para a
sociedade, dentre elas a poluição sonora.
O ruído pode ser o causador de diversos fatores indesejáveis nas pessoas
que trabalham expostas a ele, dentre eles a capacidade de produzir a perda de
audição (KATZ, 1989).
Segundo Klautau (2010):
“A Perda Auditiva Induzida por Ruído (PAIR) é uma patologia prevalente entre
trabalhadores expostos a ruído ocupacional, que afeta a audição e traz
conseqüências negativas para a qualidade de vida do indivíduo, o que reforça a
preocupação e os esforços no seu controle.”
Segundo orienta Gerges (2000), medidas de conservação auditiva devem ser
aplicadas quando se suspeita de problemas com ruído.
Encontramos na legislação a Norma Regulamentadora (NR) 9, publicada em
1994, que estabelece a obrigatoriedade da implementação de um Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), que trata sobre a preservação da saúde
do trabalhador, elaborando uma metodologia de ação para garantir esta
preservação.
Há muito se sabe que o ideal seria encontrar um ambiente de trabalho sem
ruído ou com o mínimo possível. A própria NR 9 menciona que deverão ser
adotadas medidas para a eliminação, a minimização ou o controle dos riscos
ambientais sempre que apresentarem risco potencial a saúde. No subitem 3.5.4
encontramos a orientação de que ao comprovar a dificuldade ou que é inviável no
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atual momento medidas de proteção coletivas, o uso de Equipamento de Proteção
Individual – EPI, entre outras medidas, devem ser tomadas.
Segundo a NR 9, quanto a utilização do EPI, o empregador deverá considerar
as normas legais e administrativas onde além de selecionar o EPI a ser utilizado
pelo empregado, deve promover treinamento com orientações quanto a correta
utilização do mesmo, bem como higienização, conservação e manutenção do EPI.
Viegas (2004) publicou uma extensa matéria mostrando que, apesar da luta
dos profissionais para a utilização da proteção auditiva pelos trabalhadores, a perda
auditiva continua a aumentar no Brasil. Em 1999 o Comitê Nacional de Ruído e
Conservação Auditiva publicou no boletim de número 6 (seis), as recomendações
mínimas para elaboração de um programa de conservação auditiva (PCA), e dentre
as etapas citadas encontramos o item IV que se refere às medidas de proteção
individual, objeto desta pesquisa. As medidas orientadas pelo comitê são: seleção,
indicação, adaptação e acompanhamento da utilização do equipamento de proteção
individual adequado aos riscos.
Gerges afirma que “A melhor escolha do protetor auditivo é aquela em que o
trabalhador aceita usa-lo corretamente, com vontade e mantendo-o colocado no
ouvido o tempo todo”. (2000, p. 640).
Sempre que possível deve-se deixar o funcionário escolher o protetor auditivo
dentre os tipos adequados. (GERGES, 2003).
Gerges (citado BAU, 2007, p. 61) afirma que o conforto deve ser avaliado em
primeiro lugar, visto que as chances do trabalhador não utilizar o protetor auditivo
aumentam se este for desconfortável.
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Fiorini (citado BAU, 2007, p. 56) critica o fornecimento de protetores auditivos
sem nenhum critério de seleção, pois muitas empresas apenas distribuem os
protetores sem uma prévia seleção ou orientação.
Um estudo publicado no ano de 2009, que teve como objetivo analisar a
eficácia da colocação de protetores auditivos em indivíduos com e sem treinamento,
pode concluir, ao final que existiram diferenças entre esses dois grupos. O grupo
que recebeu treinamento e estava acostumado a utilizar o protetor auditivo
apresentou uma melhor atenuação que o grupo que não recebeu, ficando evidente a
necessidade de treinamento para garantir a correta utilização dos protetores
auditivos (GONÇALVES e cols., 2009).
No ano de 2009 iniciei um trabalho em uma empresa de tubos e conexões na
cidade de Joinville, onde pretendia ir além da avaliação audiológica periódica já
realizada. Nesta empresa os protetores auditivos eram entregues aos funcionários
sem indicação ou treinamento específico. Temos conhecimento na literatura, que os
protetores auditivos nem sempre são utilizados da maneira correta devido às falhas
humanas (GERGES, 2000).
Sendo assim, com o levantamento dos dados para essa pesquisa, pretende-se
reafirmar a necessidade de expansão no trabalho da fonoaudiologia além da
audiometria periódica no mercado industrial. Mostrar que a realização da
audiometria é apenas a etapa inicial, e que podemos propor atividades que
promovam saúde e ajudem na prevenção de perdas auditivas ocupacionais. Quanto
mais próximo o profissional da saúde ficar do funcionário, mais eficaz serão as
mudanças no comportamento dos trabalhadores.
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2. FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
A indicação e escolha do tamanho do protetor auditivo juntamente com o
funcionário podem apresentar um melhor encaixe com maior conforto que o utilizado
anteriormente sem uma prévia seleção?
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3. OBJETIVO
3.1 OBJETIVO GERAL
Verificar se o tamanho do protetor auditivo utilizado pelos funcionários de uma
empresa de fabricação e comercialização de tubos e conexões mantem-se o mesmo
após o treinamento e apresentação dos demais tamanhos oferecidos pela empresa.
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Identificar qual o tamanho mais utilizado pelos funcionários sem o treinamento
individualizado;
Analisar o encaixe do protetor auditivo do funcionário sem a prévia indicação
e treinamento;
Selecionar o tamanho do protetor mais adequado a cada funcionário treinado;
Realizar treinamento com orientações quanto ao uso correto, higienização,
troca e manutenção do protetor auditivo;
Observar qual o motivo que fez o funcionário optar pela troca de tamanho do
protetor após a apresentação e treinamento do uso do protetor auditivo, caso tenha
ocorrido, se foi melhor encaixe ou maior conforto;
Identificar qual o tamanho do protetor auditivo mais selecionado após a
apresentação e treinamento individualizado.
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4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ruído aparece como o fator ou agente mais constante e o mais
universalmente distribuído no ambiente ocupacional (RIOS, 2007).
Estudiosos afirmam que exposição a altos níveis de ruído por um tempo longo
danifica as células da cóclea (GERGES, 2000).
A NR 15 da Portaria do Ministério do Trabalho (MTE) que trata de atividades e
operações insalubres, cita duas medidas que se ocorrerem pode eliminar ou
neutralizar a insalubridade, são elas:
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de
trabalho dentro dos limites de tolerância;
b) com a utilização de equipamento de proteção individual.
A NR 06 também do MTE que trata de Equipamentos de Proteção Individual
(EPI) enfatiza que estes só devem ser utilizados quando não forem possíveis
medidas de proteção coletivas, porém exige que o empregador treine o trabalhador
para a utilização adequada de seu EPI.
Quando não for possível adotar medidas de proteção coletiva, a maneira mais
comum e prática para reduzir o ruído é o protetor auditivo individual (GERGES,
2003).
Porém a simples entrega do protetor auditivo não garante a prevenção da
perda auditiva por ruído. Qualquer equipamento de proteção individual precisa ser
selecionado e utilizado corretamente.
Uma solução prática para seleção do protetor auditivo é selecionar vários
tipos e fornecer ao usuário para que experimente e escolha o que melhor se adapte
(GERGES, 2003).
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Levando-se em consideração que existe a possibilidade do trabalhador não
usar corretamente o protetor, que na maioria das vezes introduz o plug da maneira
incorreta por diversas razões, o problema torna-se ainda mais grave, pois causa
uma falsa sensação de proteção na saúde laboral (VIEIRA, 2009).
Evidenciando tal consideração Klautau (2010) afirma que:
“Estudos têm evidenciado que 10% a 15% dos indivíduos que usam protetores têm
atenuação abaixo do limite inferior da capacidade de redução dos protetores. Erros
no posicionamento, manutenção e trocas inadequadas estão entre as causas mais
comuns deste problema.” (p.35).
A forma como os protetores auditivos são colocados interfere diretamente na
proteção oferecida, podendo oferecer mais proteção do que a atenuação
mencionada no Nível de Redução do Ruído de Colocação Subjetiva (NRRsf), e o
inverso também; se mal colocado poderá oferecer pouca ou até mesmo nenhuma
proteção (FERNANDES, 2010).
A avaliação do conforto oferecido pelo protetor é de fundamental importância,
uma vez que as chances do trabalhador não utilizar o mesmo, por ser
desconfortável, é grande. Gerges (citado por BAU, 2007, p.60) ressalta que o
conforto deverá vir em primeiro lugar, seguido pela eficiência e eficácia. Cabe
ressaltar que após a seleção e escolha do protetor a ser utilizado, é fundamental que
os trabalhadores passem por orientações sobre a maneira correta de utilização dos
mesmos.
Na experiência de Gerges (2003):
“A escolha do melhor protetor no mercado deve ser baseada na aceitação dos
usuários em usá-los 100% do tempo da jornada de trabalho, isto é, cada usuário
escolhe seu protetor preferido entre os tipos recomendados.” (p. 113).
O conforto é mencionado como um dos fatores de mais importância do que
um ganho de alguns decibéis a mais na atenuação, visto que a atenuação alcançada
já é aceitável (GERGES, 2003).
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Uma empresa especializada em equipamentos de proteção auditiva elaborou
um guia prático para elaboração de um Programa de Conservação Auditiva, onde
neste consta que o conteúdo mínimo a ser passado para os usuários de protetores
auditivos dentro de um treinamento deverá constar: conhecimento do risco; efeitos
do ruído e como proteger sua audição; instruções de colocação, inspeção e
manutenção do protetor auditivo selecionado (GABAS, 2004).
Uma das estratégias possíveis a serem realizadas no planejamento de
atividades educativas é o treinamento, utilizado para qualificar os profissionais na
utilização do protetor auditivo.
Gonçalves (2009) dedica um capítulo inteiro discorrendo sobre ações
educativas, reafirmando que o trabalhador deve ser envolvido nestas ações, como
por exemplo, treinamentos na utilização de protetores, sendo um processo de
assimilação a curto prazo.
O treinamento e a conscientização dos trabalhadores são ferramentas
importantes para a utilização adequada e melhor eficácia dos protetores auditivos.
(BERNARDI E JUNIOR, 2003).
No ano de 2001, foi publicado um estudo sobre o desempenho de diferentes
protetores auditivos. Partiu do questionamento quanto à forma que os protetores
auditivos vêm sendo utilizados, uma vez que ainda continuam ocorrendo perdas
auditivas induzidas por ruído, ou agravamento, mesmo com o uso de protetores
pelos trabalhadores. Foram realizadas duas audiometrias em campo livre: uma com
o protetor colocado pelo funcionário, e outra depois de colocado corretamente pela
fonoaudióloga. Foi observado através desse estudo que todos os protetores
avaliados na pesquisa, quando corretamente colocados provocaram mudanças
13
significativas nos limiares tonais e de reconhecimento de fala. (AVAGLIANO e
ALMEIDA, 2001).
Segundo Gerges (1991), é recomendável que o trabalhador leve seu protetor
cada vez que tiver teste audiométrico e mostre ao fonoaudiólogo como ele usa e
como o guarda. Este deve orientar o trabalhador individualmente sobre o uso
correto, manutenção e, inclusive, sobre a troca do EPI.
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5. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
5.1 TIPO DE ESTUDO E ABORDAGEM
Estudo
descritivo,
do
tipo transversal,
com abordagem quantitativa,
desenvolvido em uma das empresas para a qual o Serviço Social da Indústria (SESI)
da cidade de Joinville em Santa Catarina, presta seus serviços.
5.2 ASPECTOS ÉTICOS
O projeto de pesquisa foi explicado a empresa em questão, onde a mesma
consentiu a realização da pesquisa (Anexo 1).
Todos os funcionários participantes desta pesquisa assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo 2) para liberação dos dados colhidos.
O número da aprovação do Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade
Tuiuti do Paraná é 12-08.
5.3 LOCAL DE ESTUDO
Esta pesquisa foi realizada em uma das empresas líderes mundiais na
fabricação e comercialização de tubos e conexões, situada em na cidade de
Joinville, em Santa Catarina. Os setores de trabalho selecionados foram: injeção,
ferramentaria, extrusão e manutenção, devido aos níveis de ruído exigirem o uso de
protetores auditivos.
5.4 CARACTERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
Fizeram parte da população analisada neste estudo, 47 funcionários que
passaram pelo exame periódico no mês de março de 2011. A idade variou entre 18
15
e 48 anos (média de 30,7), sendo 14 do gênero feminino e 33 do gênero masculino.
Os funcionários estão distribuídos entre os diversos setores da empresa (injeção,
ferramentaria, extrusão e manutenção).
5.5 COLETA E ANÁLISE DE DADOS
Os dados foram coletados durante a realização dos exames periódicos dos
funcionários. Neste momento, foi observado o tamanho do protetor auditivo que o
funcionário estava usando e como este funcionário o utilizava. Após foi realizado o
treinamento e apresentado todos os tamanhos oferecidos pela empresa, orientandoos quanto à colocação conforme descrita no manual do próprio protetor auditivo,
higienização, manutenção e troca do protetor auditivo, bem como informações sobre
a perda auditiva por ruído.
Estes dados foram digitados numa planilha Excel onde continham dados
como: nome, data, gênero, idade, protetor auditivo que utilizava pré-treinamento,
motivo da escolha do protetor (conforto ou encaixe), e protetor auditivo escolhido
pós-treinamento.
Foram utilizados os protetores auditivos oferecidos pela própria empresa,
todos de inserção da marca Pomp nos tamanhos pequeno, médio, grande e único,
para seleção do tamanho mais adequado e confortável para o funcionário.
Sendo assim, a coleta e análise dos dados aconteceu nas etapas
especificadas abaixo observando-se:
a) Qual o tamanho do protetor auditivo utilizado pelo funcionário e como este o
encaixa sem o treinamento;
b) Qual o protetor escolhido pelo funcionário após o treinamento;
16
c) Caso tenha trocado de tamanho, isso ocorreu devido ao encaixe, conforto ou
ambos;
d) Qual o tamanho mais utilizado antes e depois do treinamento.
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6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados serão apresentados levando-se em consideração o protetor
auditivo que o funcionário utilizava pré-treinamento, qual o motivo da escolha do
protetor (conforto ou encaixe), e qual o protetor auditivo escolhido pós-treinamento.
Ao analisarmos os dados colhidos podemos observar que antes do
treinamento o protetor mais utilizado pelos funcionários era o de tamanho único,
conforme a tabela abaixo:
TABELA 1 – ESCOLHA DO PROTETOR AUDITIVO COM E SEM TREINAMENTO DE USO
Único
Pequeno
Médio
Grande
Total
Sem treinamento
n
%
31
66
9
19
6
13
1
2
47
100
Com treinamento
n
%
14
30
22
46
7
15
14
9
47
100
18
Após o treinamento o protetor mais utilizado passou a ser o de tamanho
pequeno, confirmando a importância do treinamento individualizado com a
participação efetiva do funcionário na escolha do seu protetor.
Dos 47 funcionários que passaram pelo treinamento, 19 (40%) efetuaram a
troca de tamanho de protetor devido às queixas relacionadas na Tabela 02:
TABELA 02 – MOTIVO QUE LEVOU OS FUNCIONÁRIOS A TROCAREM DE TAMANHO DO
PROTETOR AUDITIVO
Conforto e Encaixe
Conforto
Encaixe
Total
n
12
3
4
19
%
63
16
21
100
Aqui podemos observar que o conforto é sem duvida uma das queixas mais
frequentes. 63% (sessenta e três por cento) dos funcionários optaram em trocar o
tamanho do seu protetor por achar que o novo protetor escolhido apresentava um
maior conforto seguido de melhor encaixe, e 21% (vinte e um por cento) trocaram
devido apenas a um melhor encaixe, o que vai ao encontro de Gerges (2003) que
cita o conforto como sendo um dos fatores de maior importância.
A troca do
tamanho do protetor foi maior entre as mulheres. Entre as 14 funcionárias, 9 (
64,2%) efetuaram a troca do protetor e entre os 33 homens, apenas 10 (31,3%)
efetuaram a troca.
Dentre os 47 funcionários, 28 (60%) não apresentaram queixas quanto ao
tamanho do protetor utilizado, porém dos funcionários que não tinham queixas com
relação ao tamanho do seu protetor e que permaneceram com o mesmo tamanho,
pelo menos 13 funcionários, (46%) tiveram que ser orientados a melhorar o encaixe.
Este dado chamou a atenção, pois embora o trabalhador não tivesse queixa com o
tamanho do protetor, este não o encaixava corretamente no conduto e de acordo
19
com Fernandes (2010) a forma como os protetores auditivos são colocados interfere
diretamente na proteção oferecida.
A média de idade dos 19 funcionários que realizaram a troca de protetor foi de
31 anos e a média dos 27 funcionários que não trocaram foi de 29 anos.
20
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com esta pesquisa, podemos observar a grande importância do treinamento
individualizado do protetor auditivo com a participação do funcionário junto a
fonoaudióloga na escolha de qual tamanho utilizar, independente do gênero e da
idade, pois dos 47 funcionários participantes, 19 (40%) mudaram o protetor após o
treinamento devido a busca por um maior conforto ou melhor encaixe. E dentre os
que não realizaram a troca do tamanho do protetor, pelo menos 13 (46%) deles
precisaram melhorar o encaixe. Além disso, alguns funcionários referiram de forma
espontânea e informal, não saber que a empresa fornecia outros tamanhos de
protetores e aprovaram a nova iniciativa.
Sendo assim, podemos concluir que a indicação e escolha do tamanho do
protetor auditivo pela fonoaudióloga, juntamente com o funcionário pode sim
apresentar um melhor encaixe com maior conforto que o utilizado sem uma prévia
seleção. São necessários mais estudos enfatizando a importância do profissional
nos treinamentos do uso dos protetores auditivos, conforme orienta o Comitê
Nacional de Ruído e Conservação Auditiva, e que as empresas tomem
conhecimento disto para uma melhor qualidade de vida de seu funcionário.
21
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22
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23
ANEXO 1
TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA
Viemos por meio deste instrumento, informar a empresa Mexichem Soluções
Integradas, situada na cidade de Joinville/SC, a respeito do projeto realizado pela
Fonoaudióloga Sandra Paula Gomes Lopes da Silva de Santana, aluna do Programa
de Especialização em Audiologia Clínica: Enfoque Prático e Ocupacional da
Universidade Tuiuti do Paraná – UTP, , sob orientação da Profa Ms. Débora Lüders,
bem como solicitar o consentimento para a execução deste trabalho.
Mediante explicação completa e pormenorizada sobre a natureza da
pesquisa, benefícios previstos, potenciais de risco e incômodos que possam ocorrer
em decorrência da mesma, atribuindo a Empresa total direito a suspensão da
pesquisa sem nenhuma penalização ou prejuízo, solicitamos liberação para utilizar
dados colhidos com os funcionários sobre o seu parecer quanto ao uso de protetor
auricular e o consentimento para aplicar questionários sobre o uso do mesmo caso
venha a ser necessário durante o momento que os mesmos estiverem na empresa.
Solicitamos ainda, autorização para publicação do presente trabalho,
garantindo sigilo absoluto quanto à identidade da empresa e dos colaboradores.
Joinville (SC), _____/_____/_____
Nome do responsável: ________________________________________________
Assinatura do responsável pela Empresa: _________________________________
Assinatura da Especializanda:___________________________________________
Assinatura da Orientadora: _____________________________________________
24
ANEXO 2
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Eu,
abaixo
_________________________________________________________,
assinado,
portador
(a)
da
Carteira
de
Identidade/CPF
número
___________________________, declaro estar ciente dos procedimentos que serão
utilizados na presente pesquisa intitulada Escolho, Logo Uso – Seleção
individualizada: uma etapa importante na prevenção de PAIR , sob responsabilidade
da Fonoaudióloga Sandra Paula Gomes Lopes da Silva de Santana , CRFa/SC
7504, aluna do Curso de Especialização em Audiologia Clínica: Enfoque Prático e
Ocupacional, da Universidade Tuiuti do Paraná – UTP, e orientação da Profa. Ms.
Débora Lüders.
Fui devidamente esclarecido sobre os objetivos, métodos, benefícios
previstos e potenciais de risco, bem como a garantia de sigilo do meu nome e das
informações por mim prestadas.
Minha participação é voluntária, não receberei nenhum tipo de pagamento por
isso, e poderei desistir a qualquer momento sem que isso acarrete qualquer tipo de
prejuízo a minha pessoa. Também estou ciente de que os resultados dessa
pesquisa poderão ser divulgados na minha empresa por meio de reuniões e/ou
treinamentos ministrados pela autora desse estudo e posteriormente encaminhado
para publicação em revista cientifica, garantindo sempre o sigilo quanto a minha
identidade e da empresa.
Qualquer esclarecimento que eu necessite, deverei entrar em contato com a
autora da pesquisa pelo endereço: Rua Pedro Ernesto, 72 ap. 101, Bairro Saguaçu,
Joinville (SC), telefone: (47) 99641323.
Sendo assim, estou consentindo por livre e espontânea vontade, minha
participação nesta pesquisa.
Joinville (SC),_____/_____/_____
______________________________________________
Assinatura do funcionário
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