PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde Departamento de Medicina Veterinária Curso de Medicina Veterinária em Betim Ana Cecília Ferreira Diniz Rezende Artur Oliveira Rocha FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DA CASCA DOS OVOS DE MATRIZES PESADAS E PRINCIPAIS DEFEITOS MACROSCÓPICOS DESCRITOS: Revisão de Literatura Betim 2013 Ana Cecília Ferreira Diniz Rezende Artur Oliveira Rocha FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DA CASCA DOS OVOS DE MATRIZES PESADAS E PRINCIPAIS DEFEITOS MACROSCÓPICOS DESCRITOS: Revisão de Literatura Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária em Betim da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária. Orientador: Josiane Tavares de Abreu Betim 2013 Ana Cecília Ferreira Diniz Rezende Artur Oliveira Rocha FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DA CASCA DOS OVOS DE MATRIZES PESADAS E PRINCIPAIS DEFEITOS MACROSCÓPICOS DESCRITOS: Revisão de Literatura Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária em Betim da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Medicina Veterinária. _________________________________________ Josiane Tavares de Abreu- Orientadora (PUC Minas) __________________________________________ Leonardo José Camargos Lara- (UFMG) _________________________________________ Francilane Rodrigues Gomes (Rivelli Alimentos) Betim, 17 de junho de 2013 RESUMO A qualidade da casca dos ovos de matrizes pesadas é um fator extremamente importante para a qualidade do pinto de um dia, pois ela exerce proteção contra invasão microbiana, controla a troca de água e gases pelos poros, evita a perda excessiva de umidade e constitui a fonte de cálcio para o embrião durante o seu desenvolvimento. Ao longo dos anos a avicultura tenta minimizar a perda de ovos incubáveis devido a problemas relacionados com a qualidade da casca dos ovos. Vários fatores têm sido relacionados a estes defeitos, destacando-se a nutrição (cálcio, fósforo, magnésio, zinco, manganês, eletrólitos, proteínas e aminoácidos, vitamina D), idade da matriz pesada, genética, manejo dos ovos incubáveis e da matriz pesada, temperatura ambiente, enfermidades, medicamentos, tipos de ninhos e qualidade de cama. Todos estes fatores estão direta ou indiretamente ligados à qualidade da casca dos ovos. Dentre os principais defeitos de casca dos ovos podem ser enumerados casca rugosa, casca áspera ou com deposição excessiva de cálcio, mole ou sem casca, com trinca externa, trinca interna ou de útero e sujos, sendo verificado em situações de campo o Brasil uma perda de ovos incubáveis variando de 1,2 a 4,7% devido principalmente a qualidade de casca dos ovos. Palavras-chave: fatores que influenciam na qualidade da casca do ovo, matriz pesada, defeitos de casca. ABSTRACT The quality of eggshell from broiler breeders is an extremely important factor for the quality of paint a day because it exerts protection against microbial invasion, controls the exchange of water and gases through the pores, prevents excessive loss of moisture and forms the a source of calcium for the embryo during development. Over the years the poultry industry tries to minimize the loss of hatching eggs due to problems with the quality of eggshell. Several factors have been linked to these defects, especially nutrition (calcium, phosphorus, magnesium, zinc, manganese, electrolytes, proteins and amino acids, vitamin D), heavy breeder age, genetics, management of hatching eggs and heavy matrix at room temperature diseases, medications, types and quality of nests bed. All these factors are directly or indirectly linked to the quality of shell eggs. The main defects of shell eggs can be enumerated rough bark, bark rough or excessive deposition of calcium or soft shelled with external crack, crack or internal uterus and dirty, being checked in field situations the Brazil loss of hatching eggs ranging from 1.2 to 4.7% mainly due to quality of eggshell. Keywords: factors that influence the quality of eggshell quality, broiler breeder, shell defects. LISTA DE FIGURAS Figura1- Representação esquemática do consumo per capita de carne de frango no Brasil .......................................................................................................12 Figura 2- Representação esquemática do oviduto da galinha e suas respectivas funções ....................................................................................................14 Figura 3 - Representação esquemática do ovo de galinha e suas estruturas ............16 Figura 4- Fotomicrografiadas camadas da casca do ovo por meio de microscopia eletrônica de varredura. Camadas mamilar, paliçada e membranas da casca em aumento de 200x (A). Camada de cristal vertical e cutícula em aumento de 2000x ..............................................................................18 Figura 5- Representação esquemática das reações químicas no processo de formação da casca do ovo ...................................................................22 Figura 6- Representação esquemática dos índices de produtividade de ovos, com e sem defeitos de casca incubados em um incubatórioindustrial ..............23 Figura 7- Fatores que influenciam a qualidade da cama .........................................53 Figura 8- Foto de um ovo de galinha com casca enrugada ....................................54 Figura 9- Foto de um ovo de galinha com depósito de cálcio na casca ..................56 Figura 10- Foto de um ovo de galinha com casca mole/ semcasca ........................57 Figura 11- Foto de um ovo de galinha com casca trincada externamente ................58 Figura 12- Foto de um ovo de galinha com trinca interna na casca .........................59 Figura 13- Foto de um ovo de galinha com casca manchada por materialfecal ......60 Figura 14- Foto de um ovo de galinha com casca manchada de sangue ..................61 LISTA DE QUADROS Quadro 1- Regiões do oviduto de galinha, com respectivas funções e duração de permanência do ovo em cada uma delas ................................................15 Quadro 2- Descrição das estruturas da casca do ovo e suas respectivas composições.............................................................................................19 Quadro 3- Correlação de gravidade específica do ovo e qualidade da casca e penetração bacteriana ...........................................................................27 Quadro 4- Efeito dos níveis decálcioe idadesobre o pesodo ovoecaracterísticas dos ovos .................................................................................................30 Quadro 5- O peso dos ovosegravidade cortesuplementadas específica comcolecalciferole do ovodematrizes de 25-hidroxicolecalciferol ........................................................................................................34 Quadro 6- Cor da casca, peso do ovo, gravidade específica, peso da casca, e as medidas de perda de peso de ovos de ovos a partir de quatro linhagens de matrizes com 5O-semanas de idade, em um dos três programas de alimentação ......................................................................................45 Quadro 7- Efeito da qualidade da casca e mortalidade dos pintos nos primeiros 14 dias de idade ....................................................................................52 Quadro 8- Porcentagem de eclosão de ovos postos sobre acama ...........................53 LISTA DE TABELAS Tabela 1- Índices de fertilidade, eclodibilidade, mortalidade embrionária e contaminação de ovos de matrizes Ross® e Cobb®com e sem defeito de casca, expressos em porcentagem ........................................................24 Tabela 2- Peso específico (g/ml) e porcentagem de casca em relação ao peso do ovo, de acordo com a idade da matriz (linhagem Cobb®) .....................37 Tabela 3- Peso médio do ovo, espessura, resistência e porosidade da casca de acordo com a idade da matriz pesada (linhagem Cobb®).......................38 Tabela 4- Espessura da casca (mm) em função da região do ovo e da idade da matriz (linhagem Cobb®) ..................................................................38 Tabela 5- Porosidade da casca em função da região do ovo e da idade da matriz..39 Tabela 6- Avaliaçãoultraestrutural da espessura ( m) da casca o ovo de acordo com as regiões e com a idade da matriz (Linhagem Cobb®) ...........................................................................................................40 Tabela 7- Percentual das camadas da casca do ovo em relação à espessura total da casca de acordo com a idade da matriz ................................................. 40 Tabela 8- Porcentagem de gema, albúmen e casca dos ovos de acordo com a idade das matrizes .........................................................................................41 Tabela 9- Penetração de bactérias através da casca em ovos de piso e ninho .........54 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS UBABEF União Brasileira de Avicultura e Associação Brasileira dos Exportadores de Carne de Frango FAO Organização das Nações Unidas para Alimento e Agricultura CO2 Dióxido de carbono CaCO3 Carbonato de cálcio O2 Oxigênio ml mililitros mg miligramas H2O Água H+ Hidrogênio HCO3- Ácido carbônico ionizado HCO2 Ácido carbônico H2CO2 Bicarbonato Ca++ Cálcio gr gramas 1,25 (OH)2-D3 Dihidroxivitamiina D3 UI Unidade internacional Kg quilograma ppm parte por milhão cm2 centímetro quadrado mm milímetro µm micrômetro % percentual MG Minas Gerais DF Distrito Federal SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 12 2. REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 14 2.1 Formação do ovo......................................................................................................... 16 2.2 Composição do ovo de galinha.................................................................................. 17 2.3 Constituição e formação da casca do ovo.................................................................. 17 2.3.1 Membranas da casca................................................................................................. 18 2.3.2 Camada mamilar ...................................................................................................... 19 2.3.3 Camada em paliçada ................................................................................................ 19 2.3.4 Camada de cristal vertical ........................................................................................ 19 2.3.5 Cutícula .....................................................................................................................20 2.3.6 Poros da casca .......................................................................................................... 20 2.4 A formação da casca do ovo ...................................................................................... 21 2.5 Importância da qualidade da casca do ovo em lotes de matrizes pesadas .............. 22 2.6 Medidas de qualidade da casca do ovo ..................................................................... 25 2.6.1 Espessura .................................................................................................................. 25 2.6.2 Porcentagem da casca em relação ao ovo e peso da casca ..................................... 25 2.6.3 Gravidade específica .................................................................................................26 2.6.4 Microscopia eletrônica ............................................................................................. 27 2.7 Fatores que influenciam a qualidade da casca do ovo ............................................ 27 2.7.1 Nutricionais .............................................................................................................. 28 2.7.1.1 Cálcio ..................................................................................................................... 28 2.7.1.2 Fósforo ................................................................................................................... 30 2.7.1.3 Magnésio ................................................................................................................ 31 2.7.1.4 Zinco ...................................................................................................................... 31 2.7.1.5Manganês ............................................................................................................... 31 2.7.1.6 Proteínas e aminoácidos ....................................................................................... 32 2.7.1.7 Vitamina D ............................................................................................................. 32 2.7.2 Idade da matriz pesada ............................................................................................. 43 2.7.3 Manejo ...................................................................................................................... 41 2.7.3.1 Manejo dos ovos incubáveis .................................................................................. 41 2.7.3.2 Manejo relacionado à matriz pesada .................................................................... 42 2.7.4 Temperatura ambiente ............................................................................................. 43 2.7.5 Genética .................................................................................................................... 44 2.7.6 Enfermidades ............................................................................................................ 48 2.7.7 Medicamentos ........................................................................................................... 49 2.7.8 Tipos de ninhos ......................................................................................................... 50 2.7.9 Qualidade da cama ................................................................................................... 52 2.8 Principais defeitos da casca do ovo ........................................................................... 54 2.8.1 Ovos enrugados ........................................................................................................ 54 2.8.2 Ovos com casca áspera/ deposição de cálcio ........................................................... 54 2.8.3 Ovos com casca mole/ sem casca ............................................................................. 56 2.8.4 Ovos com trinca externa ............................................................................................57 2.8.5 Ovos com trinca interna ou trincado de útero ......................................................... 58 2.8.6 Ovos sujos ................................................................................................................. 60 2.9 Situações reais de três matrizeiros – acompanhamento de estágio ....................... 61 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 63 4. REFÊRENCIAS ........................................................................................................... 64 ANEXO Artigo: Fatores que influenciam a qualidade da casca dos ovos de matrizes pesadas e principais defeitos macroscópicos descritos: Revisão de literatura.............. 75 12 1. INTRODUÇÃO Primeiro em volume de exportações e terceiro em produção de carne de frango, a avicultura brasileira tem se tornado cada vez mais competitiva no mercado mundial. Em 2012, segundo a UBABEF (2013), o Brasil produziu 12,645 milhões de toneladas de frango, diminuindo 3,17% em relação ao ano de 2011 exportando cerca de 31% deste montante. O sistema de integração entre indústria processadora e produtores, a existência de menores custos de produção e a incidência de problemas sanitários em outros países, além da ampla oferta de produtos processados e de fácil preparo, favoreceram o crescimento da indústria avícola brasileira nos últimos anos. Além disso, o crescimento demográfico e o crescente consumo per capita de carne de frango também auxiliaram no aumento da participação deste mercado de carnes perante aos demais. No Brasil, o consumo per capita em 2012 ficou em torno de 45kg/pessoa, sendo estimado pela FAO (2006) uma duplicação deste consumo e de outros alimentos até Figura1- Representação esquemática do consumo per capita de carne de frango no Brasil Fonte: UBABEF (2013) O grande avanço nas áreas de genética, nutrição, ambiência e sanidade proporcionaram melhorias na qualidade do principal produto da indústria avícola: a carne de frango de corte. Mas para que este produto seja de boa qualidade, 13 necessariamente, as matrizes e seus ovos também devem ser, pois são as mesmas que irão produzir ovos embrionados e estes, quando incubados, darão origem aos pintos destinados ao corte. Entretanto, mesmo com estes avanços, a indústria enfrenta um grande problema com a perda de ovos incubáveis, incluindo ovos com casca mais fina, deformados e trincados, gerando prejuízos significativos às mesmas. Araújo e Albino(2011) afirmaram que diversas alterações nutricionais, de sanidade, manejo inadequado, dentre outros fatores, podem afetar a qualidade da casca dos ovos, a produção de ovos embrionados, e consequentemente do pinto de um dia. A casca do ovo é um fator que exerce papel fundamental no processo de incubação, oferecendo proteção contra invasão microbiana, controlando a troca de água e gases pelos poros, evitando a perda excessiva de umidade, além de constituir a fonte de cálcio para o embrião durante seu desenvolvimento (BAIÃO e CANÇADO 1997;HUNTON, 2005; BARBOSA et al., 2012b). O êxito dessas funções é dependente da adequada composição e formação da casca do ovo (BARBOSA et al., 2012b). Sendo assim, este trabalho, tem como objetivo revisar quais são os principais fatores que influenciam a qualidade da casca do ovo de matrizes pesadas e os principais defeitos na mesma. 14 2.REVISÃO DE LITERATURA 2.1.Formação do ovo O aparelho genital da galinha é composto por um ovário e um oviduto, que se localizam do lado esquerdo da cavidade abdominal da ave. Durante o período embrionário, o oviduto e o ovário do lado direito estão inicialmente presentes. Entretanto, a produção de substâncias inibidoras do ducto de Müller (origem do oviduto) pelo ovário resulta em regressão do ducto direito e do ovário direito, mas não do esquerdo (RUTZ; ANCIUTI e PAN, 2005). No processo de formação do ovo (Figura 2), após a ovulação a gema é captada pelo infundíbulo e segue em direção à cloaca, passando antes por estruturas como o magno, istmo e útero. (Figuras 2 e 3, Quadro 1)) Figura 2-Representação esquemática do oviduto da galinha e suas respectivas funções . Fonte: http://www.wisc.edu/ansci_repro/lec/lec1/female_hist.html, acesso 03 de agosto de 2012. 15 Quadro 1-Regiões do oviduto de galinha, com respectivas funções e duração de permanência do ovo em cada uma delas. Região do Tempo aproximado da Oviduto Permanência do ovo Funções da região do oviduto nesta região 1 Infundíbulo 15 minutos Receber a gema advinda do ovário. fertilização Inicio da formação das chalazas È secretado a albúmen denso (clara) ao redor da 2 Magno 3 horas 3 Istmo 1 hora gema Adicionar membranas interna e externa da casca, assim como água e sais minerais Adiciona inicialmente um pouco de água, 4Glândula da casca/ Formação da casca útero 21 horas 5 Vagina/ cloaca Menos de 1 minuto Término da formação das chalazas Recebe o ovo antes da postura Fonte: COUNTTS e WILSON (2006) (Adaptado). O ovo da galinha doméstica consiste essencialmente em uma grande célula reprodutiva individual, a qual contém e está circundada por uma quantidade relativamente grande de material alimentício, a gema e o albúmen. O ovo tem três frações distintas: gema (óvulo ou ovo), clara (albúmen) e casca (cutícula, exterior calcificado e membranas) (NASCIMENTO e SALLE, 2003). A gema do ovo é uma esfera levemente alongada, circundada pela membrana da gema ou vitelínica (NASCIMENTO e SALLE, 2003), sendo uma emulsão de água, lipoproteínas e proteínas, minerais, vitaminas e pigmentos. Nenhuma dessas substâncias é sintetizada pelo ovário, sendo esta função executada pelo fígado, onde os precursores da gema são transportados por via hematógena até o mesmo (COTTA, 2002). 16 Figura 3 – Representação esquemática do ovo de galinha e suas estruturas. Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br (Adaptado), acesso em 03 de agosto de 2012. 2.2.Composição interna do ovo O albúmen é uma solução aquosa de proteínas e minerais. Contém aproximadamente quatro gramas de proteínas, que são totalmente sintetizadas e secretadas pelas glândulas do magno (COTTA, 2002). O albúmen não é fisicamente homogêneo, estando nele presente duas frações: uma solução menos densa –aquosa e um material mais espesso – gelatinoso (NASCIMENTO e SALLE, 2003). De acordo com Souza-Soares e Siewerdt (2005), o albúmen contém de 85 a 90% de água, sendo asproteínas o outro componente principal. Entretanto, também existem pequenas quantidades de glicoproteínas, glicose e sais minerais. 2.3.Constituição e formação da casca do ovo A casca do ovo é perfeitamente ordenada, a qual é dividida em camadas e resulta de uma deposição sequencial de fração orgânica (3,5%) e mineral (96,5%) que ocorre nos segmentos istmo e útero da galinha, durante um período pré-determinado. Seu principal componente é a calcita (uma das três formas de carbonato de cálcio) e há diferentes tipos de matrizes protéicas envolvidas no processo de mineralização da casca (PARSONS, 1982; NYS et al., 1999). O suprimento de cálcio para sua formação tem 17 origem primariamente via ração e o íon carbonato é originado do gás carbônico (CO2) produzido pelo metabolismo da ave. A formação do íon carbonato, a partir de CO2 e H2O, é mediada pela enzima anidrase carbônica encontrada na mucosa do útero da galinha (BAIÃO e LÚCIO, 2005). A porção orgânica da casca consiste nas membranas da casca, nos sítios mamilares de nucleação e na cutícula. A porção calcificada é composta pela camada mamilar, camada paliçada e camada de cristal vertical (Figura 4) (SPARKS, 1985; HAMILTON, 1986; HUNTON, 2005). Figura 4-Fotomicrografia das camadas da casca do ovo por meio de microscopia eletrônica de varredura. Camadas mamilar, em paliçada e membranas da casca em aumento de 200x (A). Camada de cristal vertical e cutícula em aumento de 2000x. Fonte: BARBOSAet al (2012a) (Adaptado) 2.3.1. Membranas da casca Na sequência da formação da casca as primeiras camadas correspondem às membranas interna e externa que se encontram ligadas exceto na região da câmara de ar. A membrana interna contorna o albúmen enquanto a externa permanece ligada à porção calcificada da casca. Ambas têm aspecto de uma cadeia de fibras entrelaçadas com pequenas protuberâncias (LEACH JR., 1982; PARSONS, 1982). As membranas são semipermeáveis e permitem a troca de gases e água enquanto retêm as proteínas do albúmen (BOARD, 1980). De acordo com Krampitz e Grazer 18 (1988), a presença destas estruturas age como um filtro contra a penetração de microorganismos, além de serem pré-requisitos para a mineralização da casca, visto que o crescimento dos cristais é iniciado caudalmente a esta região. Na extremidade de maior diâmetro do ovo encontra-se a câmara de ar que é um espaço formado entre a membrana interna e externa da casca. A câmara de ar é formada no momento da postura, quando ocorre o resfriamento do ovo ao passar da temperatura corporal da ave de aproximadamente 41-42ºC a temperatura ambiente inferior e, devido a isso, ocorre contração da membrana interna da casca (BENITES et al., 2005). Segundo Souza e Lima (2007), esta etapa é crítica para a manutenção da qualidade microbiológica do mesmo, visto que a formação da câmara de ar cria um vácuo que permite a entrada de microrganismos pelos poros. Os componentes das estruturas da casca do ovo de galinhas são descrito no Quadro 2. Quadro 2- Descrição da composição das estruturas da casca do ovo de galinha composições. ESTRUTURAS DA CASCA DE COMPOSIÇÃO OVO DE GALINHA Membranas da casca (interna e Desmosina, isodesmosina, externa) glicoproteínas Camada mamilar Mucopolissacarídeos, colágeno cristais e calcíticos pequenos Camada de cones e paliçada CaCO3, cristais calcíticos grandes Cutícula Proteínas, carboidratos e lipídios Fonte: ITO (1998) (Adaptado). 2.3.2.Camada mamilar A deposição de carbonato de cálcio na forma de calcita inicia-se em agregados específicos, os chamados sítios mamilares de nucleação, que são formados nas membranas da casca e correspondem ao local de remoção de cálcio pelo embrião. Estes núcleos orgânicos consistem num complexo proteína-mucopolissacarídeo; e a presença de ovoalbumina, lisozima e ovotransferrina também têm sido relatada nestes locais 19 ligadas à membranas da casca(HINCKE, 1995; PANHELEUX et al.,1999, CHIEN et al., 2009). 2.3.3.Camada em paliçada A camada em paliçada estende-se além da base da camada mamilar e termina alinhada perpendicularmente à superfície da casca, numa fina camada de cristal vertical. É composta de colunas de cristais romboédricos de calcita com orifícios vesiculares e em alta magnitude, tem a aparência facetada, sendo também denominada camada esponjosa (PARSONS, 1982). Assim como a camada de botões mamilares, seu principal constituinte protéico é a ovocleidina-17, seguida de osteopontina (HUNTON, 2005). 2.3.4.Camada de cristal vertical A porção calcificada da casca encerra-se na camada de cristal vertical, que é constituída de fina camada superficial de cristais com calcita verticalmente orientada, sendo uma extensão da camada em paliçada, porém contendo uma quantidade bem menor de orifícios vesiculares. A sua posição resulta na orientação da matriz perpendicular à superfície (SIMONS, 1971; PARSONS, 1982). Perrottet al. (1981) sugeriram que ocorrem mudanças nas condições de deposição de cálcio no útero, no momento da formação da camada de cristal vertical, sendo este fator responsável pela transição das colunas da camada em paliçada para pequenos policristais, com uma ordenação levemente angulada próxima à superfície, evidenciada na camada de cristal vertical. Durante e posteriormente à deposição desta fina camada, os níveis séricos de fosfato se elevam, induzindo a interrupção da calcificação (FERNANDEZ et al., 1997). 2.3.5.Cutícula A cutícula é uma camada natural protéica produzida pelo útero e cobre a superfície externa da casca e também, em diferentes extensões, os canais dos poros (NASCIMENTO e SALLE, 2003). A cutícula ajuda a prevenir a penetração das bactérias para o interior do ovo, sendo a sua ausência parcial ou total importantes para o aumento da contaminação do mesmo por microorganismos (ELGUERA, 1999). Além disso, ela auxilia na regulação da perda de água e gases no embrião em desenvolvimento (SOUZA e LIMA, 2007). 20 De acordo com Board e Halls (1973), s cutícula é composta por um complexo orgânico lubrificante disposto na superfície mineral da casca, no final de sua formação, momentos antes da postura do ovo, sendo constituída primariamente por proteínas associadas a uma porção de polissacarídeos e lipídios. 2.3.6.Poros da casca Os poros são cavidades em forma de funis, amplos na superfície da casca e que se estreitam, formando canais que penetram nas camadas de cristal, e que terminam em fissuras adjacentes aos botões mamilares. Os canais destes poros são irregulares, caracterizados por glóbulos que se afloram ao longo de toda sua extensão. (PARSONS, 1982). Os poros são orifícios (7.000 a 17.000 poros) recobertos pela cutícula, que permitem a difusão dos gases respiratórios, apresentando-se distribuídos desuniformemente pela superfície da casca, não só em quantidade mas também em tamanho(NASCIMENTO e SALLE, 2003; BENITES et al., 2005). La Scala Jr et al (2000) encontraram poros variando entre 1 a 10 µm de diâmetro em ovos de matrizes pesadas da linhagem Cobb® com 28 semanas de idade. Romanoff e Romanoff (1949), Hunton (1995) e La Scala Jr. (2003) afirmaram que os poros terminam na membrana externa e interna da casca do ovo, que por sua vez, faz contato com a membrana corioalantóide. Desta forma, o sangue venoso é drenado e passa adjacente às membranas da casca por onde o processo de difusão gasosa ocorre. 2.4.A Formação da casca do ovo Durante as primeiras 4 horas, a calcificação é lenta, sendo que, nesta fase, o ovo absorve água, alguns sais e glicose do fluido da glândula da casca, aumentando de tamanho até atingir, aproximadamente, o tamanho que terá no momento da postura. Este processo de "inchamento" faz com que ocorra a distensão da parede do útero, funcionando como um estímulo para o início da fase de rápida calcificação (ITO, 1998). Dez horas após ovulação, enquanto se completa a hidratação do ovo, começam a se formar cristais de carbonato de cálcio. Sua quantidade cresce linearmente com o tempo até o estágio de 22 horas pós-ovulação. A velocidade de depósito de casca é de 0,30 a 0,35 g/hora. Isso representa cerca de 130 miligramas de cálcio e 190 miligramas de íons carbonato depositados por hora (COTTA, 2002). A taxa de deposição de cálcio atinge seu máximo dentro de 14 horas de formação do ovo, reduzindo-se durante as duas horas finais. O carbonato de cálcio é o 21 principal formador da casca dos ovos, sendo a fonte de bicarbonato obtida pelo trato respiratório (RUTZ; ANCIUTI e PAN, 2005). A Figura 5 demonstra o processo de calcificação por uma reação de precipitação: no sangue, íons de cálcio livres estão em equilíbrio com o cálcio ligado a proteínas. À medida que íons livres são transportados para o interior da glândula da casca, mais íons são fornecidos pela dissociação do cálcio ligado às proteínas ligadas ao cálcio. Os íons carbonato necessários para a formação da casca são um produto secundário do metabolismo, o dióxido de carbono produzido pelo metabolismo respiratório o que é convertido em ácido carbônico pela enzima anidrase carbônica. O ácido carbônico ioniza-se em etapas, produzindo íons carbonato. Ao entrar no lúmen do útero, este se une ao cálcio para formação do carbonato de cálcio. Figura 5- Representação esquemática das reações químicas no processo de formação da casca do ovo galinha. Fonte: BAIÃO e LÚCIO (2005) 22 2.5.Importância da qualidade da casca do ovo em lotes de matrizes pesadas Na indústria de ovos comerciais, a casca fornece a embalagem perfeita de um importante item alimentar. Assim como para o embrião, a casca fornece proteção contra a contaminação do conteúdo e, assim, o ovo chega ao consumidor livre de bactérias, vírus e outros patógenos (HUNTON, 2005). Baião e Lúcio (2005) afirmaram que os ovos trincados e/ou quebrados representam uma perda que varia de 1,2 a 2,4% do total de ovos produzidos em uma granja de matrizes pesadas. Porém, os prejuízos provocados pela má qualidade da casca não podem ser avaliados, simplesmente, pela porcentagem de ovos trincados e/ou quebrados.Traçando uma média das empresas que responderam um questionário, pode-se dizer que ovos trincados representam 1,49% do total de ovos produzidos em três granjas de matrizes pesadas situadas em Minas Gerais e no Distrito Federal (INFORMAÇÃO PESSOAL, 2013). Ovos de boa qualidade ou adequados para a incubação são aqueles que têm boa aparência, forma ovóide, boa textura da casca, bom tamanho, uma cor mais ou menos marrom e, sobretudo, limpo. Geralmente estes ovos estão associados com alta eclodibilidade quando as condições de incubação são adequadas (ELGUERA, 1999; BAIÃO e CANÇADO, 1997). Santos et al (2007) avaliaram a influência da qualidade da casca do ovo sobre os índices de produtividade de um incubatório. Foram determinados os índices de eclodibilidade, mortalidade embrionária, fertilidade e contaminação de 6.992 ovos de matrizes das linhagens Ross® e Cobb®. Os ovos foram distribuídos em cinco grupos: 1) controle, constituído por 2.000 ovos, postos em ninho, com boa qualidade de casca; 2) trincados, 2.496 ovos, postos em ninho, com casca trincada; 3) deformados, 1.920 ovos, postos em ninho, com casca deformada; 4) trincados lavados, 288 ovos sujos, postos em cama, com casca trincada, que foram lavados manualmente em água corrente; 5) deformados lavados, com 288 ovos sujos, postos em cama, e lavados na mesma forma que o grupo 4. Os resultados obtidos demonstraram que os ovos deformados e deformados lavados foram os que apresentam índices de eclodibilidade mais baixos em relação ao grupo controle (21,1% e 21,2% respectivamente)(Figura 6). Esses índices foram significativamente menores que os dos trincados (57,3%) e dos trincados lavados (42%). Todos os grupos avaliados apresentaram resultados significativamente menores que os do controle (82,9%). Os resultados de mortalidade embrionária foram mais baixos no grupo controle (8,0%), seguido pelos trincados (22,2%), trincados lavados (23,6%), deformados lavados (34,0%) e deformados (45,4%). O índice de contaminação 23 dos ovos do grupo controle (0,3%) foi o mais baixo. Dentre os ovos com defeito, os trincados apresentaram um índice de 10,9% sendo menor que os deformados (24,3%), os trincados lavados (26,0%) e os deformados lavados (36,1%), sugerindo que a invasão de microrganismos nos ovos foi facilitada pelas alterações na formação da casca e por rachaduras ou trincas presentes na mesma. Contudo, quando à fertilidade (Tabela 1), não houve diferenças estatísticas entre os grupos controle (95,1%), trincados (97,2%), deformados (94,7%), trincados lavados (95,8%) e deformados lavados (94,1%), visto que este índice independe da qualidade da casca. Figura 6- Representação esquemática dos índices de produtividade de ovos, com e sem defeitos de casca incubados em um incubatório industrial. Fonte: Santos et al (2007). 24 Tabela 1-Índices de fertilidade, eclodibilidade, mortalidade embrionária e contaminação de ovos de matrizes Ross® e Cobb® com e sem defeito de casca, expressos em porcentagem. Índices Controle Trincados Deformados Trin lavados Deform lavados Fertilidade 95,1 97,2 94,7 95,8 94,1 Eclodibilidade 82,9ª 57,3b 21,1c 42,0b 21,2c Mort. Embrio. 8,0ª 22,2b 45,4c 23,6b 34,0bc Contaminação 0,3ª 10,9b 24,3c 26,0c 36,1c Valores com letras diferentes na mesma linha diferem estatisticamente (P<0,001) Mort. Embrio (mortalidade embrionária) Fonte: SANTOS et al, (2007) (Adaptado) 2.6. Medidas de qualidade da casca do ovo A medida de qualidade da casca é tradicionalmente associada com ovos avariados. O monitoramento da qualidade da casca do ovo por meio dos procedimentos tradicionais auxilia na identificação dos problemas de casca permitindo verificar se estes foram devidos às características intrínsecas da casca ou ao manuseio inadequado dos ovos (BAIÃO e LÚCIO, 2005). Os métodos e técnicas utilizados para avaliar a qualidade da casca podem ser divididos em duas categorias: métodos diretos e indiretos. Os métodos diretos são a mensuração da espessura da casca, a percentagem da casca em relação ao peso do ovo e o peso da casca por unidade de área, sendo a definição do peso específico do ovo é considerado método indireto (BAIÃO e CANÇADO, 1997; BAROSA et al, 2012b). Mais recentemente, o uso de microscopia eletrônica tem fornecido informações relevantes sobre as camadas da casca (BARBOSA et al, 2012b). 2.6.1. Espessura da casca A espessura da casca é determinada após a quebra no meio do ovo (região equatorial), sendo esta seca em estufa a 65ºC por um período de 48 horas. Com uso de um paquímetro, deve-se fazer medidas em pontos distintos, e obter a média aritmética (ARAÚJO e ALBINO, 2011). Segundo Baião e Lúcio (2005), a espessura da casca do 25 ovo não é uniforme, sendo normalmente mais grossa na extremidade mais fina do ovo, mais fina na região equatorial e intermediária na extremidade mais larga. 2.6.2. Porcentagem de casca em relação ao ovo e peso da casca Quanto maior for o percentual de casca em relação ao peso do ovo melhor será a sua qualidade (ARAÚJO e ALBINO, 2011).Há uma correlação altamente negativa entre a porcentagem da casca em relação ao peso do ovo e o número de ovos quebrados, como também é altamente negativa a correlação entre o peso da casca por unidade de área e a incidência de ovos danificados. Portanto, dos métodos diretos, a porcentagem de casca em relação ao peso do ovo e peso da casca são os melhores para predizer a incidência de ovos trincados e/ou quebrados (BAIÃO e LÚCIO, 2005). Estes dados são obtidos após a quebra do ovo e secagem da casca em estufa à 65°C/24h ou em meio ambiente por um período de 48 horas. Quando a casca é seca em estufa, antes de se pesar a casca, deve-se aguardar 30 minutos até esfriamente e aquisição da umidade ambiente. Em seguida, a casca é pesada em balança eletrônica com precisão de 0,01g. Para obter este parâmetro divide-se o peso da casca seca pelo peso do ovo inteiro e multiplica-se por 100 (SILVA, 2011). 2.6.3.Gravidade específica A medida da gravidade específica do ovo é provavelmente uma das técnicas mais comumente utilizadas para determinar a qualidade da casca dos ovos, devido a sua rapidez, praticidade e baixo custo (SALVADOR, 2011). Araújo e Albino (2011) afirmaram que a densidade da gema mais o albúmen em ovos frescos são muito próximos à densidade da água. Utilizando um densímetro podem-se fazer diferentes soluções salinas com densidades variando de 1,050 a 1,100. Quanto maior a gravidade especifica melhor será a qualidade da casca. Com o passar do tempo de armazenamento ou após a postura o ovo vai perdendo água e dióxido de carbono pela casca. Sendo assim, a densidade total do ovo fresco é maior do que a do ovo armazenado por mais tempo, pois estes últimos contêm maior volume ocupado por gás que reduz consideravelmente a densidade total. De acordo com Leeson e Summer (2009) em geral, gravidade específica abaixo de 1.080 está negativamente correlacionada com a eclodibilidade, embora não haja nenhuma relação clara entre os valores de gravidade específica superiores a 1.080. 26 Quadro 3-Correlação de gravidade específica do ovo de galinha e qualidade da casca e penetração bacteriana por unidade de tempo GRAVIDADE QUALIDADE PERCENTUAL ESPECÍFICA CASCA DA CASCA DE 30 min PENETRAÇÃO 60 min DA 24 h 1070 Má 34 41 54 1080 Média 18 25 27 1090 Boa 11 16 21 Fonte:ELGUERA (1999) (Adaptado). 2.6.4. Microscopia eletrônica Barbosa et al (2012b), avaliaram a resistência e ultraestrutura da casca de ovos de matrizes pesadas da linhagem Cobb e suas membranas, e evidenciaram o conceito de que as propriedades mecânicas da casca não podem ser definidas apenas pelas análises citadas anteriormente. A microscopia eletrônica pode auxiliar na compreensão dos efeitos da qualidade da casca e suas relações entre idade da matriz e rendimento de incubação. A estrutura da casca dos ovos foi também avaliada por microscopia eletrônica de varredura por Stefanello (2012) indicando que a resistência da casca depende da espessura da camada paliçada, da organização dos cristais de calcita nesta camada e da densidade de botões mamilares presentes na face interna da mesma. 2.7. Fatores que influenciam na qualidade da casca do ovo Vários fatores afetam a composição do ovo e a qualidade da casca, como por exemplo a linhagem, idade da ave, a posição do ovo na sequência de postura, a temperatura ambiente, a presença de fatores estressantes ou agentes infecciosos, a disponibilidade de alimento e medicamentos, dentre outros (NASCIMENTO e SALLE, 2003). 2.7.1. Nutricionais 2.7.1.1. Cálcio Os níveis de cálcio na dieta de matrizes afetam o desenvolvimento embrionário, principalmente por meio da qualidade da casca. A má qualidade da casca em virtude da deficiência de cálcio resulta em perda excessiva no peso dos ovos, acompanhada por 27 aumento na mortalidade durante a primeira semana, da contaminação, mau desenvolvimento ósseo e aumento da mortalidade ao final do período de incubação(RUTZ et al., 2005). O cálcio para a formação da casca provém exclusivamente da dieta. Um ovo de tamanho médio tem aproximadamente 2,5 g de cálcio. O cálcio é transportado pelo sangue sob duas formas: cálcio iônico e cálcio ligado à vitelogenina (fosfolipoproteína) (ARAÚJO e ALBINO, 2011). Nas aves fora de postura o nível de cálcio plasmático é de 10 mg/100ml de sangue, e no período de produção sua concentração chega a 30 mg/100ml ( BAIÃO e CANÇADO, 1997; ARAÚJO e ALBINO, 2011;). Segundo Baião e Lúcio (1997), as duas formas de cálcio plasmático estão em equilíbrio dinâmico de tal forma, que qualquer redução na concentração de cálcio livre, durante a passagem de sangue pelo útero, determina uma imediata transformação de cálcio ligado à vitelogenina em cálcio livre. O cálcio ionizado é utilizado na formação da casca do ovo, armazenado nos ossos ou excretado, enquanto que o cálcio ligado à proteína é incorporado à casca. O metabolismo de cálcio envolve os seguintes hormônios e vitaminas: estrógeno, paratormônio, calcitonina e 1,25 (OH)2-D3 – dihidroxivitamina D3. O estrógeno promove a deposição do cálcio na região medular dos ossos, sendo que a calcitonina provoca a inibição desta reabsorção e a 1,25 (OH)2-D3 estimula a absorção de cálcio pelos intestinos (BAIÃO e LÚCIO, 2005; ARAÚJO e ALBINO, 2011). De acordo com Calderon (1994), duas a três semanas antes do início da produção, ocorrem nas frangas mudanças fisiológicas no metabolismo do cálcio. A retenção do cálcio e fósforo da dieta e o conteúdo mineral dos ossos são aumentados. A formação do osso medular é facilitada, enquanto a excreção pelos rins é aumentada. O nível de cálcio do sangue é aumentado como resposta ao estrógeno. Apesar de toda essa preparação para iniciar a produção de ovos, as aves entram em um balanço negativo de cálcio. Mazzuco et al (1998) afirmaram quea presença de fontes de cálcio com maior granulometria na dieta proporciona efeitos benéficos sobre a qualidade da casca, pois estas permanecem por um período de tempo maior no trato digestório sendo absorvidas à noite e fornecendo o cálcio necessário à formação da casca durante este período que é justamente o horário que ocorre os primeiros estágios da calcificação da casca do ovo. 28 Apesar dos vários fatores que interferem nas exigências de cálcio para a matriz pesada, a recomendação de 3% na dieta tem sido adequada para a produção de ovos e a manutenção da qualidade da casca (ARAÚJO e ALBINO, 2011). Entretanto, Moreki (2005) estudou o efeito de diferentes níveis de cálcio sobre a qualidade da casca de ovos de 190 matrizes pesadas da linhagem Ross® criadas no piso. As aves, em cada dieta experimental foram divididas aleatoriamente em três tratamentos com 1,5, 2,5 e 3,5% de cálcio (22 aves por tratamento) entre 23 e 35 semanas de idade., sendo fotoestimuladas as 22 semanas. As variáveis de qualidade de casca influenciadas pelos diferentes níveis de cálcio foram espessura da casca, peso da casca e percentual de casca. Como resultado(Quadro 4), o peso da casca por unidade de superfície (mg/cm2), peso da casca, porcentagem da casca e espessura da casca foram significativamente melhorados quando os níveis de cálcio aumentaram de 1.5% para 2,5%. Já o aumento de cálcio para 3.5% não surtiu efeito quando comparado ao de 2,5%. Os resultados sugeriram que para o peso máximo de casca, peso da casca por unidade de superfície (mg/cm2), espessura da casca e percentual de casca os níveis de cálcio na dieta de reprodutoras pesadas deve ser de pelo menos 2,5%. Além do aumento da idade e do tamanho do ovo, outro possível fator que contribuiu para a formação de cascas mais finas foi o declínio da quantidade de cálcio no osso medular com o avançar da idade. 29 Quadro 4- Efeito dos níveis de cálcio e idade sobre o pesodo ovo e características dos ovos de matrizes pesadas (Ross) entre 23 e 35 semanas de idade Idade (semanas) Variáveis Tratamento 27 30 33 Média Peso do ovo (g) 1.5% Ca 56.16 ± 0.74 60.07 ± 0.60 61.49 ± 0.61 59.24 ± 0.38a 2.5% Ca 56.35 ± 0.75 60.07 ± 0.57 62.97 ± 0.62 59.80 ± 0.38a 3.5% Ca 55.10 ± 0.73 60.51 ± 0.57 63.39 ± 0.60 59.67 ± 0.37a Média 55.87 ± 0.43a 60.22 ± 0.33b 62.62 ± 0.35c Superfície do 1.5% Ca 68.20 ± 0.62 71.54 ± 0.50 72.73 ± 0.51 70.83 ± 0.32a Ovo (cm 2) 2.5% Ca 68.38 ± 0.63 71.54 ± 0.48 73.95 ± 0.52 71.29 ± 0.32 a 3.5% Ca 67.26 ± 0.62 71.88 ± 0.48 74.29 ± 0.50 71.14 ± 0.31 a Média 67.95 ± 0.36a 71.65 ± 0.28b 73.66 ± 0.29c Peso da casca/ 1.5% Ca 73.56 ± 1.02 72.20 ± 0.82 unidade de 2.5% Ca 76.82 ± 1.03 78.13 ± 0.78 75.11 ± 0.84 76.69 ± 0.51b 3.5% Ca 75.99 ± 1.00 77.53 ± 0.78 76.27 ± 0.82 76.60 ± 0.50b Média 75.46 ± 0.59b 75.95 ± 0.46b 73.62 ± 0.48a área (mg/cm2) Peso da casca(g) 1.5% Ca Porcentagem 5.02 ±0.09a 5.16 ±0.07a 5.05 ±0.07a 2.5% Ca 5.26 ±0.09a 5.59 ±0.07b 5.55 ±0.07b 3.5% Ca 5.12 ±0.09a 5.57 ±0.07b 5.67 ±0.07b 1.5% Ca de casca (%) 69.48 ± 0.84 71.75 ± 0.52a 8.95 ± 0.12 8.61 ± 0.10 8.23 ± 0.10 2.5% Ca 9.33 ± 0.13 9.32 ± 0.09 8.83 ± 0.10 8.59 ± 0.06a 9.16 ± 0.06b 3.5% Ca 9.30 ± 0.12 9.23 ± 0.09 8.95 ± 0.10 9.16 ± 0.06 b Média 9.19 ± 0.07bc 9.05 ± 0.06c 8.67 ± 0.06a Médias coma mesma letradentro de uma coluna(tratamento)ou linha(idade) não são significativamente diferentesparaa mesma variável, em que não houve interação significativa(P>0,05)ocorreu. Médias coma mesma letradentro de uma linha(idade) não são significativamente diferentesparaa mesma variável, onde uma interação significativa(P <0,05) ocorreu. Fonte: MOREKI (2005) adaptado 2.7.1.2. Fósforo O fósforo é depositado no período final de formação do ovo e está presente na casca em pequena quantidade ( 22 miligramas), não sendo homogeneamente distribuído, e concentrado-se mais nas extremidades mais nas camadas externas da casca (ARAÚJO e ALBINO, 2011). Ao contrário do cálcio, o nível de fósforo no plasma sanguíneo, não tem um mecanismo de regulação eficiente e varia muito com o nível de fósforo oferecido na dieta. A qualidade da casca pode ser prejudicada tanto pelo baixo quanto pelo alto nível de fósforo na dieta (BAIÃO e LÚCIO, 2005; DUARTE e JUNQUEIRA, 2010;ARAÚJO e ALBINO, 2011), diminuindo, em galinhas jovens, os níveis de fósforo disponíveis menores que 0,25% têm efeitos negativos sobre 30 a produção de ovos e qualidade óssea. Segundo a Associação Mundial de Ciências Avícolas (World ‘s Poultry Science Association – WPSA) os níveis recomendados de fósforo na dieta galinhas de produção é de 0,28%. Há evidências de que a necessidade de fósforo para matrizes pesadas aumenta ligeiramente nos ambientes quentes e que níveis de fósforo disponíveis abaixo de 0,25% nessas temperaturas aumentam a mortalidade em galinhas (NYS, 1995). 2.7.1.3. Magnésio De acordo com Baião e Lúcio (2005), altos níveis de cálcio e fósforo na dieta aumentam as necessidades de magnésio pelas aves, e uma deficiência deste mineral na dieta de aves pode diminuir o tamanho do ovo e o peso da casca. 2.7.1.4. Zinco O zinco é um cofator essencial na atividade da anidrase carbônica, que controla a transferência de íons bicarbonato do sangue para a glândula da casca. Segundo Baião e Lúcio (2005), níveis de 70 a 100 ppm nas rações para matrizes pesadas são suficientes para garantir ovos de boa qualidade. Mas Rutz et al, (2005) descreveram que altos níveis de zinco na dieta não aumentaram de maneira significativa o contudo desse mineral nos ovos. 2.7.1.5. Manganês Este mineral conjuntamente com zinco é cofator de metaloenzimas associadas à síntese de mucopolissacarídeos e carbonato que compõem a matriz orgânica da casca dos ovos (SWIATKIEWICZ e KORELESKI, 2008), sendo inclusive um constituinte desta matriz. A deficiência de manganês compromete a formação da camada mamilar da casca aumentando a incidência de áreas translúcidas (ARAÚJO e ALBINO, 2011; BAIÃO e LÚCIO, 2005), sendo o nível de suplementação recomendado de 100mg/kg de ração podendo atingir até 150mg/kg em rações para reprodutoras (ARAÚJO e ALBINO, 2011). 31 2.7.1.6. Proteínas e aminoácidos Souza e Lima (2007) afirmaram que a qualidade da proteína da dieta não deve ser negligenciada devendo ter aminoácidos bem balanceados, principalmente a metionina, para a síntese das proteínas que formam a base de sustentação da casca. Embora contribuindo com menos de 1% do peso da casca do ovo, os componentes protéicos têm um papel muito importante na calcificação da mesma, participando dos processos essenciais de sustentação e modelagem da estrutura calcária. Na fase de postura, o consumo de 18g a 20g de proteína bruta/galinha/dia parece adequado, assumindo que as necessidades dos aminoácidos essenciais sejam satisfeitas. Porém, níveis mais elevados (até 25g/ave/dia) podem ser necessários durante o período do pico de produção, para atingir o máximo rendimento de massa de ovo (BAIÃO e LÚCIO, 2005). 2.7.1.7. Vitamina D A vitamina D é sintetizada pela pele a partir do dehidrocolesterol, pela ação dos raios ultravioleta. Apesar disso, há necessidade de suplementação desta vitamina na ração das aves. A vitamina D3 da dieta, não está na sua forma ativa, sendo transportada ao fígado onde sofre uma hidroxilação transformando-se em 25-hidroxicolecalciferol. Posteriormente, este metabólito é transportado aos rins onde sofre outra hidroxilação,passando para a forma ativa de 1,25-dihidroxicolecalciferol. Esta vitamina tem um papel importante na homeostasia do cálcio e do fósforo (BAIÃO e CANÇADO, 1997). Em galinhas velhas há redução na capacidade de hidroxilação da vitamina D nos rins, o que poderia ser mais uma causa da baixa qualidade da casca destes ovos (BAIÃO, 2005). Com o aumento da idade das matrizes pesadas acontece também uma progressiva diminuição na habilidade do fígado em hidroxilar a vitamina D3 em 25(OH)-D3 (BAR e HURWITZ, 1980). Segundo Mazzuco et al. (1998), a recomendação desta vitamina na ração de matrizes em produção, situa-se em torno de 2750 UI/kg. Entretanto, Torres et al (2009) acompanharam o desempenho produtivo de 640 matrizes pesadas da linhagem Cobb® (durante 32 a 67 semanas) alimentadas com 25hidroxicolecalciferol (25(OH)D3) sendo utilizadas dietas experimentais com 2.000 ou 3.400 UI/kg vitamina D3 ou 2.000 UI de D3 associados 35 ou 69mg/tonelada de 25(OH) de D3. Como resultado (Quadro 5), as matrizes com 35 semanas alimentadas 32 com 3.400 UI de D3 produziram ovos com maior gravidade específica que em comparação com aqueles ovos de aves alimentados com 2.000 UI de D3 ou 2000 de D3 + 69 mg de 25(OH)D3. Com 40 semanas, as aves alimentadas 2000 + 35 mg de 25(OH)D3 produziram ovos com gravidade específica mais elevada em comparação aquelas aves suplementandas com 2000 D3+69 mg25(OH)D3. Sendo assim os autores não observaram melhorias na qualidade da casca dos ovos quando o 25(OH)D3 foi adicionado à ração já contendo 2000 UI de vitamina D3. Quadro 5 - Peso dos ovos e gravidade específica do ovo de matrizes de corte suplementadas com colecalciferol e 25-hidroxicolecalciferol entre 32 e 67 semanas de idade Semanas 2.000D3 3.400D3 2.000D3+ 35mg 2.000D3+ 69 mg 25(OH)D3 25(OH)D3 Média Peso dos ovos (g) 35 64.0±0.34 63.4±0.43 63.7±0.40 63.30.34 63.6±0.19a 40 66.1±0.36 65.9±0.46 66.0±0.42 65.8±0.36 66.0±0.20b 50 69.3±0.42 69.3±0.53 69.7±0.48 69.4±0.42 69.4±0.23c 56 69.5±0.48 70.1±0.61 69.7±0.55 70.3±0.48 69.9±0.26c 60 69.8±0.60 70.8±0.75 69.9±0.69 70.1±0.60 70.1±0.33c 67 71.4±0.45 72.1±0.57 70.7±0.52 72.2±0.45 71.6±0.25d Média 68.4±0.32 68.6±0.40 68.3±0.37 68.5±0.32 Gravidade específica dos ovos (g/ml) 35 1.083±0.44a 1.085±0.44b 1.084±0.44ab 1.083±0.44a 1.084±0.22A 40 1.083±0.34ab 1.083±0.34ab 1.084±0.34b 1.082±0.34a 1.083±0.17A 56 1.078±0.41 1.078±0.51 1.078±0.51 1.078±0.51 1.078±0.25B 60 1.074±0.43ab 1.073±0.43a 1.076±0.43b 1.075±0.43b 1.075±0.21C 67 1.074±0.42 1.074±057 1.73±0.57 1.074±0.57 1.074±0.28c Média 1.079±030 1.079±030 1.079±030 1.079±030 Médias seguidas pelas mesmas letras maiúsculas dentro de uma coluna não diferiu (P> 0,05) pelo teste de Bonferroni. Médias seguidas por letras minúsculas dentro de uma linha não diferiu (P> 0,05) pelo teste de Tukey Fonte: TORRES et al (2009) (Adaptado) 33 2.7.2. Idade da matriz pesada A redução na qualidade da casca do ovo, com o aumento da idade da ave é evidente e, pode ser observado ao nível de campo (BAIÃO e CANÇADO, 1997; ARAÚJO e ALBINO, 2011). Apesar de não ser um fator nutricional, todos os artifícios usados para reduzir os efeitos da idade sobre a qualidade da casca estão direta ou indiretamente relacionados com a nutrição (ARAÚJO e ALBINO, 2011) Ovos de matrizes mais velhas têm maior frequência de ovos maiores (BAIÃO e CANÇADO, 1997; ARAÚJO et al., 2009) ocorrendo redução da densidade, devido à maior porosidade da casca, que favorece as trocas gasosas entre o ovo o e meio (MAIORKA et al, 2003; ARAÚJO et al., 2009). Com o avanço da idade da ave, ocorre um declínio na produção, aumento no peso dos ovos, alterações na composição e espessura da casca (MÁCHAL e SIMEONOVOVÁ, 2002), embora se observe um aumento significativo no tamanho destes. Este fator parece estar relacionado a uma redução no recrutamento dos folículos dentro da hierarquia folicular, com maior tempo de maturação dos folículos (RUTZ et al., 2007). De acordo com Hamilton (1982) o tamanho e o peso do ovo aumentam com a idade das aves, mas o peso da casca não aumenta na mesma proporção.Em consequência, a espessura da casca e sua porcentagem em relação ao peso do ovo diminuem.Segundo Brake (1996) a diminuição da espessura da casca com o aumento da idade da ave é devido à maior extensão da superfície desses ovos, com menor deposição de carbonato de cálcio por unidade de área. De acordo com Vieira (2001), a perda da qualidade da casca em ovos de matrizes mais velhas, reduz a eclodibilidade destes e envolve dois sistemas endócrinos, o da vitamina D e o da produção de estrógenos com o impacto sobre o metabolismo do cálcio. A deterioração da qualidade da casca de ovos com a idade das matrizes ocorre junto com a redução na postura de ovos. Concomitantemente, ocorrem reduções nos níveis séricos de 1,25 (OH)2D3 e no peso dos ossos medulares. Várias razões contribuem para esta redução na eficiência do metabolismo do cálcio com o avanço da idade das aves, sendo enumeradas as seguintes: redução da síntese de 1,25 (OH)2D3 devido às reduções na atividade renal da 25(OH)D3-1- hidroxilase; redução da capacidade de absorção de 1,25 (OH)2D3 pela mucosa intestinal, bem como pelos ossos corticais e medulares; aumento na velocidade de metabolização de 1,25 (OH)2D3; perda 34 de eficiência da glândula da casca em obter cálcio da circulação sanguínea e depositá-lo na casca e redução na capacidade de manter a homeostase cálcica, especialmente em condições de limitação de cálcio nas dietas. Para reduzir o problema de casca mais frágil, especialmente de aves em final de produção, Mazzuco et al (1998) indicaram uma suplementação de cálcio, na forma de farinha de ostra, elevando o nível de cálcio para 4,5% na ração. Por outro lado, Baião e Lúcio (2005) afirmaram que o uso de fontes de cálcio menos solúveis ou com granulometria mais grosseira, podem melhorar a qualidade da casca. O produto mais comumente utilizado é o calcário grosso (granulometria mais grossa), por ser mais barato do que a farinha de ostra, e possuir bons resultados para a qualidade da casca. Além disso, os ovos postos por galinhas mais velhas têm a membrana externa (base orgânica da calcificação) com uma composição em aminoácidos distinta daqueles ovos produzidos por aves mais jovens. Esta desigual composição pode ser responsável por uma estrutura distinta e justificar as diferenças na qualidade das cascas. Outro fator é a menor atividade da enzima anidrase carbônica em aves mais velhas (ARAÚJO e ALBINO, 2011; MAIORKA et al, 2003). Emara (2008) demonstrou também que a idade da galinha tem efeito sobre a resistência a quebra por compressão, sendo esta menor com avançar da idade do lote. Rodrigues-Navarro et al. (2002) avaliaram a influência da composição estrutural e da espessura da casca dos ovos de matrizes novas (30 semanas de idade) e velhas (58 semanas de idade). De maneira geral, os autores concluíram que as cascas dos ovos de matrizes mais velhas são menos resistentes e mostram grande variabilidade em suas propriedades estruturais como espessura, morfologia granular e textura cristalográfica em comparação aos ovos de matrizes mais jovens Barbosa et al (2012a), também avaliaram a qualidade da casca dos ovos provenientes de matrizes pesadas de diferentes idade (33 e 63 semanas) obtidos de lotes da linhagem Cobb®, produzidos no mesmo dia e provenientes da segunda e terceira coletas na granja. Para cada idade de matriz foi retirada e identificada uma amostra de 50 ovos para as avaliações de peso específico (princípio de Arquimedes) e porcentagem de casca; uma amostra de 50 ovos para as avaliações de resistência (fratura por 35 compressão), espessura e porosidade da casca (método de Rahn); e uma amostra de 10 ovos para as avaliações ultraestruturais da casca por microscopia eletrônica de varredura. Os ovos das matrizes com idade de 63 semanas apresentaram menor peso específico (P<0,05) quando comparados aos ovos das matrizes de 33 semanas. Como a análise de peso específico é um indicador de qualidade do ovo, estes resultados demonstraram uma melhor qualidade de casca nos ovos de matrizes mais novas.As matrizes mais velhas apresentaram menores percentuais de casca em relação ao peso do ovo (P≤0,005) do que os ovos de matrizes mais novas (Tabela 2). Tabela 2-Peso específico (g/ml) e porcentagem de casca em relação ao peso do ovo, de acordo com a idade da matriz (linhagem Cobb®) Idade da matriz Peso específico (g/ml Casca (%) (semanas) H2O) 33 1,083 a 9,5 a 63 1,080 b 8,6 b C.V (%) 0,5 4,6 Médias seguidas de letras distintas na coluna são diferentes pelo teste F (P≤0,05). Fonte: BARBOSA (2012a) (Adaptado) Menor peso do ovo e do número de poros (Tabela 3) foi encontrado nos ovos de aves mais jovens (P≤0,001). Nestes, a espessura e a resistência da casca foram maiores (P≤0,001) se comparada às dos ovos das aves mais velhas. Verificou-se também que, à medida que a ave aumentou a idade, as características físicas dos ovos revelaram mudanças estruturais que tornaram a qualidade da casca inferior. 36 Tabela 3-Peso médio do ovo, espessura, resistência e porosidade da casca de acordo com a idade da matriz pesada (linhagem Cobb®) Idade da Peso do Espessura da Resistência Poros da casca Matriz ovo (g) casca (mm) da casca (g) por cm² (nº) 33 62,0 B 0,457 A 3193 A 103 B 63 72,4 A 0,435 B 2994 B 126 A CV(%) 4,9 7,9 17 - (semanas) Médias seguidas de letras distintas na coluna são diferentes pelo testes F1 e Mann-Whitney2, respectivamente (P≤0,001). Fonte: BARBOSA (2012a) (Adaptado) A espessura da casca na região da câmara de ar (região basal) revelou ser menor (P≤0,05) nas matrizes velhas (Tabela 4) quando comparada à das matrizes novas. Nas demais regiões da casca, não houve diferença (P>0,05) na espessura entre as idades das matrizes. As regiões da casca do ovo não influenciaram (P>0,05) esta variável tanto em matrizes novas como em matrizes velhas. Tabela 4-Espessura da casca (mm) em função da região do ovo e da idade da matriz (linhagem Cobb®) Idade da matriz (semanas) Regiões da casca do ovo Apical Equatorial Basal 33 0,462 Aa 0,448 Aa 0,462 Aa 63 0,440 Aa 0,429 Aa 0,437 Ba Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, são diferentes pelo teste KruskalWallis (P≤0,05). Fonte: Barbosa (2012a) (Adaptado) Independentemente da idade da matriz, foi encontrada menor (P≤0,05)porosidade na região apical,quando comparada às regiões equatorial e basal, que foram semelhantes entre si (Tabela 5). Os dados da Tabela 5 sugerem a hipótese de que a distribuição dos poros pode ocorrer em razão da necessidade funcional. Matrizes mais velhas apresentaram maior (P≤0,05) número de poros na casca do que matrizes novas, independentemente da região do ovo (Tabela 3). 37 Tabela 5-Porosidade da casca em função da região do ovo e da idade da matriz Idade da matriz Porosidade da casca do (semanas) ovo (n° de poros/cm²) Apical Média Equatorial Basal 33 91 104 114B 103 63 103 130 148A 126 Média 97b 117a 131a Médias seguidas de letras distintas, minúsculas na linha e maiúsculas na coluna, são diferentes pelo teste KruskalWallis (P≤0,05). Fonte: Barbosa (2012a) (Adaptado) Os dados de espessura total de casca e a região calcificada (Tabela 6), compreendida pelas camadas vertical, paliçada e mamilar, em ovos de matrizes de 33 semanas, foram maiores (P≤0,01) quando estas matrizes foram comparadas àqueles de com 63 semanas. Esta análise, feita por microscopia eletrônica, confirmou a diferença significativa encontrada para esta variável por meio da medição pelo micrômetro de forma manual (Tabela 3). Em relação às camadas da casca, a camada de cristal vertical foi a única porção da casca em que os ovos das matrizes novas revelaram maior espessura (P≤0,01) que as matrizes velhas, porém esta diferença não foi suficiente para alterar os resultados descritos anteriormente. Tabela 6 –Avaliação regiões e com a idade da matriz (Linhagem Cobb®) Idade Cutícula Camada Camada Camada Região (sem) Vertical paliçada Mamilar Calcificada Membrana Total casca 33 3,13a 12,85b 264,61a 121,14a 398,60a 80,72a 479,3a 63 2,78b 18,17a 243,97b 111,09b 373,22b 52,32b 425,5b 5,5 2,4 6,7 1,2 10 - CV(%) 6,7 Médias seguidas de letras distintas na coluna são diferentes pelo teste F (P≤0,01). Fonte: BARBOSA (2012a) (Adaptado) 38 A proporção das membranas da casca em relação à sua espessura total foi significativamente maior (P≤0,05) em ovos de matrizes novas (Tabela 7). Estes dados sugerem um papel relevante das membranas da casca sobre a resistência, comparados às proporções das camadas calcificadas. A espessura da camada mamilar foi proporcionalmente semelhante (P>0,05) entre os ovos das duas idades de matrizes, o que demonstra que a proporção desta camada mantém-se independente da espessura da casca ou da idade da matriz. Em relação à cutícula, ovos de matrizes com diferentes idades tiveram a mesma capacidade de depositar esta camada, pois, proporcionalmente, os resultados entre as idades foram semelhantes (P>0,05). Tabela 7-Percentual das camadas da casca do ovo em relação à espessura total da casca, de acordo com a idade da matriz Idade Cutícula (sem) Camada Camada Camada Membrana vertical paliçada Mamilar s 33 0,65a 2,66b 54,85b 25,12a 16,72a 63 0,65a 4,24a 56,97a 25,93a 12,21b CV(%) 5,4 6,1 2,5 6,7 9,0 Médias seguidas de letras distintas na coluna são diferentes pelo teste F (P≤0,05). Fonte: BARBOSA (2012a) (Adaptado) Rocha et al, (2008) utilizaram ovos de matrizes Cobb® com 31,38 e 43 semanas de idade em seu estudo, para avaliar a uniformidade da gema e de suas proporções, da casca e do albúmen em relação ao peso do ovo (Tabela 8). Tabela 8- Porcentagem de gema, albúmen e casca dos ovos de acordo com a idade das matrizes Idade (semanas) Gema Albúmen Casca 31 25,75c 65,18a 9,07b 38 28,00b 62,70b 9,31ª 43 28,93a 61,81c 9,26ª CV (%) 6,16 2,87 6,96 Médias seguidas de letras distintas na coluna diferem entre si pelo teste SNK (P≤0,01). Fonte: ROCHA et al (2008) (Adaptado). 39 A porcentagem de gema aumentou e a de albúmen reduziu significativamente com o aumento da idade da matriz. Das matrizes com 31 semanas resultaram ovos com menor porcentagem de casca que das matrizes com 38 e 43 semanas de idade (P≤0,01). Estes dados de porcentagem da casca dos ovos em relação à idade da matriz, estão de acordo com os demonstrados na Tabela 2 do experimento realizado por Barbosa et al (2012a), confirmando que as matrizes pesadas mais velhas, possuem menor porcentagem de casca do ovo em relação às mais novas. 2.7.3. Manejo 2.7.3.1. Manejo dos ovos incubáveis Partindo do princípio óbvio de que o ovo só quebra quando a resistência da casca é menor do que a força aplicada sobre a mesma é fácil compreender que a incidência de ovos trincados e quebrados não depende apenas da qualidade da casca, mas também do trato que é dado a esses ovos (BAIÃO e CANÇADO, 1997). Segundo Cobb (2008) somente se conseguem ótimos nascimentos e pintinhos de boa qualidade quando se mantém o ovo em ótimas condições, desde a postura até a colocação na máquina incubadora. Se o manejo for insatisfatório, o potencial de nascimento pode se deteriorar rapidamente. Sendo assim, alguns cuidados devem ser tomados em relação aos ovos incubáveis, como: prevenir rachaduras nosovos com manuseio cuidadoso em todos os momentos após a postura incluindo a colocação dos ovos na bandeja da máquina incubadora ou na bandeja de transporte com o lado menor (ponta) voltado para baixo; cuidado ao selecionar os ovos; fazer uma boa manutenção dos ninhos manuais, os quais devem ser forrados com material limpo e seco; coletados de um galpão pelo menos quatro vezes por dia, sendo recomendado seis coletas durante o pico de produção, evitando o acúmulo de ovos e consequentemente quebra ou trincamento destes; coletados usando bandejas plásticas ou em fibra; empilhamento de até 3 bandejas ou pentes por carregamento; não utilização de cestas ou baldes pois isso pode resultar em um maior número de ovos rachados e contaminados. Dentre os fatores que propiciam a perda da cutícula entre outros estão: os hereditários, mecânicos (lavado e lixado), armazenamento prolongado, superfícies cobertas de material fecal e o aumento na temperatura de armazenamento dos ovos. Com a perda da cutícula o ovo fica mais frágil e consequentemente, mais propenso a traumas (ARAÚJO e ALBINO, 2011) 40 2.7.3.2. Manejo relacionado à matriz pesada Medidas tomadas em relação à matriz pesada como a debicagem, manejo alimentar e muda forçada também são fatores que interferem na qualidade da casca do ovo. Com relação ao manejo da alimentação, Baião e Lúcio (2005) descreveram que o processo de formação da casca do ovo tem a duração de aproximadamente 20 horas e que, dentro de um período de luminosidade diária normal, 80% das aves realizam a postura antes do meio dia, concluindo-se que a maior parte da deposição de cálcio na casca ocorre à noite. Durante o período que não ocorre a formação da casca, o cálcio ingerido é depositado na região medular do osso, constituindo uma reserva lábil e, durante a noite, quando ocorre a maior deposição de cálcio à casca, este é utilizado. Portanto o cálcio para a formação da casca chega ao útero por duas vias, uma direta do intestino e outra após passar pela região medular dos ossos longos. Esse mecanismo explica por que o arraçoamento à tarde, o uso de fontes de cálcio menos solúveis ou com granulometria mais grosseira ou ainda a administração de farinha de ostra (granulometria grosseira) podem melhor a qualidade da casca. Outro artifício que pode ser usado para melhorar a qualidade da casca é permitir que as aves tenham acesso ao alimento à noite (BAIÃO e LUCIO, 2005). A alteração no declínio natural do desempenho reprodutivo das aves, especialmente no que diz respeito à produção e qualidade dos ovos, tem sido uma área de considerável interesse. Uma alternativa para melhora no desempenho reprodutivo das aves é a utilização do manejo de muda forçada. Existindo uma boa correlação entre o desempenho de matrizes no período pré e pós muda (RUTZ et al., 2005). A muda consiste na regressão completa do trato reprodutivo e perda de penas. É necessário que a muda induza as alterações hormonais que resultam na perda completa da função reprodutiva. Após sofrer a muda, a ave torna-se endocrinologicamente semelhante à ave na fase pré-puberal, podendo retornar a produção de ovos após fotoestímulo e alimentação adequada (RUTZ et al., 2005). Entretanto, a realização de um segundo ciclo de produção somente se justifica quando resulta em melhorias na qualidade dos ovos e aumento no lucro para a empresa. 41 Assim, é conveniente considerar a realização da muda forçada somente para lotes que apresentarem bom desempenho até 64 semanas de idade (DUARTE e JUNQUEIRA, 2010; RUTZ et al., 2005). Em relação à debicagem seu efeito é indireto onde lotes debicados corretamente são geralmente mais tranquilos (menor comportamento de fuga de aves pouco emplumadas), e secundariamente, os danos da casca são minimizados em lotes não perturbados durante o período de postura (BAIÃO e LÚCIO, 2005; SOUZA e LIMA, 2007). 2.7.4. Temperatura ambiente A qualidade da casca do ovo pode ser alterada em plantéis submetidos à alta temperatura ambiente. Um dos problemas pode ser uma ingestão inadequada de ração, o que pode resultar em piora no peso corporal, na produção, tamanho e qualidade de ovos, se medidas nutricionais não forem adotadas para assegurar o atendimento das exigências nutricionais. Em condições de alta temperatura ambiente e redução no consumo de ração, a energia se torna o primeiro fator limitante para a matriz (SOUZA e LIMA, 2007). Com o aumento da temperatura ambiente associado à umidade elevada, observase queda gradativa na qualidade da casca, sendo seu efeito observado a partir de 26ºC, logo acima da zona de conforto das aves. Nesta situação de desconforto, entra em funcionamento o sistema de perda de calor, chamado calor sensível, caracterizado pela hiperventilação e evaporação de água dos pulmões. Esta situação pode levar a alteração no equilíbrio ácido-básico das aves, e consequentemente, prejudicar a formação e qualidade dos ovos. A diminuição do CO2, provocada pela ofegação, leva a alcalose respiratória que interfere no equilíbrio eletrolítico e mineral, podendo resultar em ovos pequenos e de casca fina. Esta alcalose pode ser compensada pela eliminação de íons carbonatos pelos rins, explicando assim a redução na qualidade externa dos ovos, pois o organismo fica em déficit dos elementos que irão compor o carbonato de cálcio na casca. (BORGES et al., 2003; FRANCO e SAKAMOTO, 2012) Souza e Lima (2007) afirmam que em condições de estresse calórico extremo, a matriz transfere suas prioridades fisiológicas da produção de ovos e calcificação da casca do ovo para a sobrevivência do organismo. 42 2.7.5. Genética Diferentes linhagens de reprodutoras apresentam qualidades de casca distintasdevido às diferenças na capacidade de transporte e utilização de nutrientes, podendo desta forma, influenciar na qualidade da casca (CARVALHO e FERNANDES, 2007). A seleção para produção de ovos ou peso pode afetar outros parâmetros de produção ou qualidade, como a casca do ovo, por exemplo. Sendo assim, é necessário que os programas de seleção genética de poedeiras comerciais e reprodutoras, monitorem várias características a fim de que a melhora de uma não interfira ou influencie negativamente em outras características igualmente importantes, como, por exemplo, a qualidade da casca (CARVALHO e FERNANDES, 2013; ROBERTS, 2004). A seleção genética para qualidade do ovo se baseia, fundamentalmente, na espessura da casca, a qual tem uma herdabilidade em torno de 40%. Em princípio seria fácil a seleção para qualidade da casca, entretanto, esta característica é inversamente relacionada à produtividade (BAIÃO e LÚCIO, 2005). Embora as diferentes linhagens não apresentem grandes variações quanto à resistência da casca quando são considerados lotes mais jovens, variações significativas podem ser registradas em plantéis mais velhos, quando os ovos são maiores e os problemas de quebra mais evidentes (SOUZA e LIMA, 2007). Joseph et al (1999), procuraram determinar se havia associação entre cor da casca e qualidade da casca dos ovos de reprodutoras pesadas de quatro linhagens diferentes, submetidas a três programas de alimentação diferentes. As linhagens estudadas foram: Cobb 500, ShaverStarbro, Avian 24K e Hubbard Hi-Y, às quatro foram atribuídos códigos de W, X, Y ou Z, por razões de manter anonimato. Os programas de alimentação foram ad libitum (AL), alimentação lenta (SF) e alimentação rápida (FF), e os resultados foram obtidos através dos ovos das matrizes quando elas estavam com 50 semanas de idade (Quadro 6). 43 Quadro 6- Cor da casca, peso do ovo, gravidade específica, peso da casca, e as medidas de perda de peso de ovos de ovos a partir de quatro linhagens de matrizes com 50 semanas de idade, em um dos três programas de alimentação. Fonte Cor da Peso casca ovo (ucc)A g AL 118.7±1.4a 68.3±0.3a FF 109.9±1.0b SF 112.8±1.1b do Densidade do Peso da casca Perda de peso dos ovos/dia ovo Absol (g) Relal (%) Absol (g) Rel (%) 1.0716±0.0004 5.78±0.04 8.48±0.05b 0.142±0.007 0.207±0.011 66.1±0.2b 1.0718±0.0003 5.72±0.03 8.66±0.04a 0.142±0.005 0.217±0.008 66.1±0.3b 1.0717±0.0003 5.76±0.03 8.72±0.04a 0.147±0.006 0.224±0.009 DIETAB LINHAGEM W 101.1±1.5d 68.1±0.4a 1.0705±0.0004bc 5.54±0.04b 8.44±0.06c 0.158±0.007a 0.234±0.012a X 127.4±1.2a 65.8±0.3c 1.0694±0.0004c 5.47±0.04c 8.32±0.05c 0.155±0.006a 0.237±0.010a Y 107.4±1.5c 66.6±0.4bc 1.0756±0.0005a 6.02±0.05a 9.05±0.06a 0.126±0.008b 0.189±0.012b Z 119.2±1.3b 66.8±0.3b 1.0714±0.0004b 5.79±0.04b 8.67±0.05b 0.135±0.006b 0.204±0.010b INTERAÇÃO ALxW 102.0±3.2c 70.5±0.8a 1.0701±0.0010b 5.86±0.10ab 8.32±0.12bc 0.170±0.016a 0.240±0.025 ALxX 139.2±2.4a 68.1±0.6b 1.0689±0.0007b 5.47±0.07c 8.04±0.09c 0.130±0.012b 0.191±0.019 ALxY 104.4±3.1c 66.8±0.7b 1.0771±0.0009a 6.07±0.09a 9.09±0.11a 0.134±0.016ab 0.200±0.025 ALxZ 129.3±2.2b 67.6±0.5b 1.0705±0.0007b 5.73±0.07b 8.49±0.08b 0.133±0.011ab 0.198±0.018 FFxW 097.9±2.0c 67.3±0.5a 1.0699±0.0006b 5.59±0.06bc 8.29±0.08c 0.151±0.010b 0.227±0.016b FFxX 119.3±1.9a 64.7±0.5c 1.0703±0.0006b 5.54±0.06c 8.58±0.07b 0.180±0.010a 0.279±0.015a FFxY 106.5±2.2b 66.7±0.5ab 1.0756±0.0007a 6.03±0.06a 9.06±0.08a 0.111±0.012c 0.167±0.018c FFxZ 115.8±2.0a 65.9±0.5bc 1.0715±0.0006b 5.72±0.06b 8.70±0.07b 0.128±0.010bc 0.194±0.15bc 44 SFxW 103.5±2.3c 66.5±0.6a 1.0714±0.0007b 5.78±0.07a 8.70±0.09b 0.154±0.012 0.233±0.019 SFxX 123.9±1.8a 64.7±0.4b 1.0690±0.0006c 5.39±0.06b 8.35±0.07c 0.155±0.09 0.241±0.015 SFxY 111.2±2.5b 66.3±0.6a 1.0743±0.0008a 5.96±0.07a 9.01±0.10a 0.133±0.013 0.201±0.020 SFxZ 112.5±2.3b 67.0±0.6a 1.0722±0.0007b 5.90±0.07a 0.81±0.09ab 0.146±0.012 0.222±0.019 FONTE DE VARIAÇÃO PROBABILIDADE Dieta 0.0001 0.0001 0.95 0.43 0.0025 0.77 0.48 Linha 0.0001 0.0001 0.0001 0.0001 0.0001 0.0032 0.0045 DXL 0.0001 0.0089 0.028 0.020 0.0003 0.0272 0.0268 A - Cor da casca é medida como uma intensidade de cinza média na exposição do norte. Os números são expressos em unidades de cor da casca (UCC) B - regimes de alimentação: AL = ad libitum; FF = alimentação rápida, SF = alimentação lenta. a-d- significa dentro de uma coluna e dentro de uma fonte sem sobrescrito comum diferem significativamente. Os meios interação são comparados dentro de uma dieta (P < 0,05). Fonte: JOSEPH et al (1999) Houve variabilidade na cor da casca devido à tensão alimentar. Galinhas submetidas à dieta AL, produziram ovos de casca mais clara (118,7 unidades de cor de casca [unidade de cor da casca UCC]) do que as submetidas às dietas FF ou SF (109,9 e 112,8 ucc respectivamente). Os valores médios de cinza foram 127.4, 119.2, 107.4 e 101,1 ucc para as linhagens X, Z, Y e W, respectivamente. A linhagem X produziu a coloração mais leve de casca e a W a mais escura. Em todos os três programas de alimentação, a ordem dos ovos mais levemente coloridos ao mais escuro era linhagem X, Z, Y e W. Como a faixa na cor da casca foi maior por linhagem do que foi por alimentação (101,1-127,4 vs 109,9-118,7 ucc, respectivamente), parece que a linhagem teve a maior influência sobre a variação da cor da casca do que a alimentação. A média de peso dos ovos foi afetada pela alimentação. Aves submetidas à dieta AL, produziram ovos mais pesados do que aves que receberam FF ou SF, os valores foram 68.3, 66.1, e 66,1 g, respectivamente. Presumivelmente este resultado decorre de uma gema mais pesada nos ovos de galinhas alimentadas com AL. Possivelmente as matrizes alimentadas AL tinham uma casca mais clara do que os ovos de galinhas em 45 dieta SF ou FF, porque elas tinham um maior peso médio do ovo. Presumindo que existe uma quantidade finita de pigmento que pode ser depositada sobre um único ovo, ovos maiores terão menos pigmento por unidade de área (e, portanto, a cor da casca mais clara) do que um ovo menor tamanho. Gravidade específica do ovo e perda de peso não diferiu significativamente entre os tipos de alimentação. Relativamente o peso da casca foi maior no FF e SF (8,66 e 8,72%, respectivamente) em comparação com AL (8,48%). Ovos da linhagem X tinham menor gravidade específica, menor peso da casca, tanto absoluto quanto relativo e maior perda do peso do ovo. A linhagem Y tinha ovos com maior gravidade específica, maior peso da casca tanto absoluto quanto relativo, e menor quantidade de perda de peso do ovo. A linhagem possuiu maior efeito sobre a qualidade da casca do que a dieta, porque a gravidade específica e a perda de peso do ovo não diferiram pelo tipo de dieta, mas sim pela linhagem. Nas aves alimentadas com AL, há correlações baixas, mas altamente significativas ente a cor da casca e a gravidade específica, e em relação entre a cor e peso da casca (R = -0,2361 e -0,2243, respectivamente). Com isso conclui-se que ovos grandes postos por essas aves, mostraram um decréscimo na gravidade específica e peso relativo da casca, além de possuírem a casca mais clara. No programa de alimentação SF, há correlação entre cor e peso da casca, que foi altamente significativa (R = -0,1676, P <0,0048). A correlação (R = + 0,1527) apareceu entre cor e peso da casca em apenas ovos da linhagem W. A correlação entre cor da casca e peso relativo da casca foi significativo na linhagem X (R = -0.1520, P <.0155). A gravidade específica está correlacionada negativamente com perda de peso do ovo e correlacionada positivamente com o peso da casca em todos os três programas de alimentação nas quatro linhagens. Houve correlação positiva entre perda de peso do ovo absoluta e relativa e peso relativo da casca para as quatro linhagens nos três programas de alimentação. 2.7.6. Enfermidades São inúmeras as doenças que causam queda de produção, porém nem todas induzem comprometimento da qualidade da casca, a menos que por exemplo, no caso da doença de Marek, sejam comprometidos órgãos ou tecidos envolvidos com o 46 metabolismo de nutrientes essenciais para o processo de calcificação ou haja perda de tonicidade. Em condições de campo, não se deve negligenciar o papel da imunossupressão causada pela Marek e LeucoseLinfóide permitindo a ocorrência de outras infecções que causam comprometimento da qualidade da casca. (ITO, 2000) Salle (2009) afirma que algumas doenças como a bronquite infecciosa, síndrome da queda de postura (EDS 76), doença de Newcastle, influenza aviária, dentre outras, podem interferir na qualidade externa e interna dos ovos. Em geral, todas as enfermidades febris alteram de forma direta ou indireta a qualidade da casca, pois interferem no mecanismo de calcificação da mesma, impedindo ou dificultando a síntese de CaCO3. Ito (2000) afirma que a BIG, Newcastle, EDS 76 se caracterizam por apresentar elevada incidência de alteração de casca, porque estes agentes destroem as células do istmo e do útero. Pneumovírus, Mycoplasmasp, Corisa e verminoses induzem alterações de casca mais pelos seus efeitos indiretos sobre consumo, absorção de nutrientes e desequilíbrios metabólicos. Qualquer doença que também afete os órgãos relacionados com a absorção de cálcio, fósforo e vitamina D, pode também comprometer a qualidade da casca. Por exemplo, uma enterite pode prejudicar a absorção de cálcio; infecções no útero afetam a deposição de cálcio na casca e uma lesão renal afeta a segunda hidroxilação da vitamina D (BAIÃO e CANÇADO, 1997). Além disso, as enfermidades que causam lesões macro e/ou microscópicas no útero das aves tendem a causar maiores alterações na casca como a produção de ovos com casca mole, rugosa, sem casca, com casca despigmentada, fina e porosa, comalterações no formato dos ovos. As quedas na produção podem ser representadas por oscilações na postura diária podendo alcançar índices de até 50% (MAZZUCO et al., 1998; SALLE, 2009). 2.7.7. Medicamentos Segundo SALLE (2009), os organoclorados podem interferir no mecanismo de calcificação da casca impedindo ou dificultando a síntese de CaCO3, principal constituinte mineral da casca. 47 Saifet al. (2003) afirmaram que a Nicarbazina reduz a produção e ovos e gera ovos com casca despigmentada. Já Butcher e Miles (2008) escreveram que este coccidiostático administrado a matrizes pesadas com uma dose de 5mg por dia, pode resultar na produção de ovos pálidos em 24 horas, e doses mais elevadas podem conduzir à uma despigmentação da casca do ovo. De acordo com Botelho (2011), a Sulfa quando usada indiscriminadamente, em tempo e doses erradas, pode provocar o aparecimento de casca rugosa e fina. Em matrizes adultas, há uma diminuição marcada na produção e qualidade da casca do ovo, ovos castanhos podem ser despigmentada. (SAIF et al, 2003) 2.7.8. Tipos de ninhos O material do ninho é a primeira superfície que entra em contato com o ovo recém-posto e a umidade da casca e a temperatura do ovo (42ºC) no momento da postura favorecem a penetração bacteriana. Não importa o tipo de material do ninho (maravalha), ele deve ser limpo, seco e livre de matéria fecal. As condições em que se encontram as aves no aviário determinarão o grau de higiene no ninho (ARAÚJO e ALBINO, 2003). Segundo Patrício (2003) para evitar as quebras e trincas do ovo, os ninhos podem ser forrados também de casca de arroz e fibra sintética. Os ninhos convencionais foram os primeiros a serem usados na avicultura industrial e ainda são muito utilizados nos dias de hoje, cuja coleta é manual. Normalmente, esses ninhos são feitos de metal galvanizado, alvenaria ou madeira. Porém, o de madeira é o que confere maior conforto as aves, já que ninhos de metal tendem a ser pouco atrativos às aves em locais onde o inverno é rigoroso (menor temperatura no interior dos ninhos) (PARAGUASSÚ, 2000). Sua vantagem está relacionada ao baixo custo e as desvantagens à grande dependência de mão-de-obra para coleta de ovos, a qualidade do ovo poderá ser menor dependendo do número de coletas realizadas propiciando maior exposição dos ovos aos agentes contaminantes, quando comparado a ninhos automáticos, necessidade de utilização de maravalha ou outros materiais e questões sanitárias ligadas aos manejos da cama de ninho e contaminação da mesma (SANTIN, 1999). Os ninhos automáticos por sua vez têm ganhado espaço na avicultura industrial brasileira nos últimos anos. A decisão pela utilização desses ninhos, baseia-se em fatores como custos com mão-de-obra, manejos das aves ebiosseguridade (não utiliza 48 maravalha ou outro material como cama de ninho). As vantagens da utilização desses ninhos estão relacionadas principalmente a qualidade do ovo e redução da utilização da mão-de-obra e sua desvantagem está ligada ao maior custo de implantação como também ajustes no manejo incluindo o programa de luz (PARAGUASSÚ, 2000; BARRO, 2005). O conforto das aves nos ninhos é de suma importância para que essa permaneça no seu interior. Detalhes relacionados ao comportamento das aves durante a entrada e permanência no interior dos ninhos, demonstram se os mesmos proporcionam o conforto e densidade necessários. A altura dos slats melhora o acesso principalmente para aves pesadas, pois o mesmo mal dimensionado pode dificultar a subida das aves e, portanto nos ninhos (SBANOTTO, 2007). Sbanotto (2007) afirma, porém, na prática tem se observado que a utilização de ninhos automáticos não é tão simples quanto parece. Esses ninhos são obviamente mais caros para comprar e manter, e, além disso, promovem um aumento de 1-3% da ocorrência de ovos de cama, quando comparados ao sistema convencional. Por isso, a necessidade de bom manejo em ninhos automáticos é constante, a fim de torná-los mais confortáveis e atraentes para as aves e por consequência evitar a postura de ovos na cama. Para ninhos convencionais, a literatura descreve a densidade de uma boca paracada 4,0 aves, enquanto que para automáticos, a variação seria de 5,5 a 6,25 aves por boca em ninhos individuais e de até 80 aves em equipamentos coletivos (PARAGUASSÚ, 2000; SBANOTTO, 2007). Sbanotto (2007) relatou que um número de aves superior a 6,25 em ninhos automáticos, aumenta significativamente o percentual de ovos de cama.O ninho confortável tem abertura mínima de 35 cm de largura, 35 cm de altura e 35 cm de fundo. Ninhos com espaços muito superiores a esses facilita a entrada de várias galinhas ao mesmo tempo, causando a postura múltipla e, consequentemente, uma maior quebra de ovos. A distribuição dos mesmos no sentido transversal do galpão facilita a ventilação e a altura ideal do piso ao poleiro é de 45cm a 50 cm (PATRÍCIO, 2003). O Quadro 7 demonstra as condições dos ovos de acordo com a condição higiênica dos ninhos, relacionados com contagem bacteriana total, coliformes e mortalidade dos pintos já eclodidos com 2 semanas 49 Quadro 7-Efeito da qualidade da casca e mortalidade dos pintos nos primeiros 14 dias de idade Bactérias Condição do ovo totais Coliformes % Mortalidade as 2 semanas Ovo de ninho limpo 600 123 0.9 Ligeiramente sujo 20 000 904 2.3 Sujos 80 000 1307 4.1 Fonte: Muller (1980) (Adaptado). 2.7.9.Qualidade da cama Dois pontos fundamentais no que se referem à sanidade do ovo são a sua produção em ninhos limpos, o que requer um cuidadoso e adequado sistema de manejo, e a qualidade da cama sobre a qual as aves são mantidas, que também tem grande influência na higiene do ovo (Figura 7) (ARAÚJO e ALBINO, 2011). O ambiente onde o ovo é produzido tem grande influência sobre sua qualidade. A granja deve possuir programas de biosseguridade para evitar possíveis contaminações. O isolamento, a ventilação, a distribuição dos equipamentos e a condição da cama são fatores importantes na produção de um ovo de boa qualidade (PATRÍCIO, 2003). 50 Figura 7-Fatores que influenciam a qualidade da cama Tipo de bebedouro Ventilação Alimento ↑ ↖ ↗ CAMA ↙ ↘ Doenças Temperatura ambiente Fonte: PATRÍCIO (2003) (Adaptado) Quando os ovos postos sobre a cama são destinados à incubação, serão higienizados imediatamente. Não usar palha de aço para evitar ranhuras e não facilitar a penetração das bactérias e fungos para o interior do ovo. A coleta, a armazenagem e a incubação desses ovos devem ser sempre em separado dos ovos procedentes do ninho, pois eclodem menos e explodem mais que os ovos de ninho, conforme o Quadro 8, além da penetração bacteriana ser maior em ovos postos no chão/ cama, em relação aos postos no ninho (Tabela 9) (MACARI et al, 2003). Quadro 8-Porcentagem de eclosão de ovos postos sobre a cama Dias de estocagem Eclosão Eclosão padrão 1–4 60,8% 78% 1 -8 54% 78% 6 -13 42,1% 78% Fonte: PATRÍCIO(2003) (Adaptado) Tabela 9-Penetração de bactérias través da casca em ovos de piso e ninho Linha Reprodutoras pesadas % de penetração Ovos de ninho Ovos de piso 11,9% 20,4% Fonte: PATRÍCIO(2003) (Adaptado) 51 2.8. Principais defeitos de casca de ovos 2.8.1. Ovos enrugados Segundo Ito (2000) a causa de ovos enrugados (Figura 8) pode ser devido a Bronquite Infecciosa das Galinhas e a deficiência de cobre. O resultado pode ser enrugamento, o que é típico de doenças. Qualquer fator que provoca distúrbios para as aves 10-14 horas antes da oviposição é susceptível de ter esta falha (GRUPTA, 2008). Geralmente, representa menos de 1% da produção total (COUNTTS e WILSON, 2006). Figura 8-Foto de um ovo de galinha com casca enrugada. Fonte: http://www.thepoultrysite.com/publications/1/egg-quality-handbook (Adaptado), acesso em 10 de janeiro de 2013. 2.8.2. Ovos com casca áspera/ deposição de cálcio. Ovos com casca áspera (Figura 9) referem-se às áreas de superfície do ovo com textura áspera, muitas vezes distribuída de forma desigual ao longo da casca. Geralmente, acomete menos de 1% da produção total (COUNTTS e WILSON, 2006). É resultado de pedaços de material calcificado na casca enquanto o ovo está no útero (GRUPTA, 2008). 52 De acordo com Miles (2000), os lotes de aves mais velhas produzem uma maior quantidade de ovos com depósitos calcários. A exata etiologia deste problema ainda não é bem conhecida. Porém, é sabido que o útero de aves velhas apresenta pequenas partículas calcificadas de secreções do oviduto ou mesmo fragmentos do oviduto que se aderem à superfície da casca formando esses depósitos. É provável que a origem desses fragmentos de oviduto calcificadas seja devido a anormalidades dos mecanismos de início e término da calcificação da casca. A única medica conhecida que reduz a ocorrência deste fenômeno é a muda forçada a qual causa uma regressão e “rejuvelhecimento” do trato reprodutivo, limpando o sistema reprodutivo dos fragmentos calcificados de oviduto. Depósito de cálcio é um fenômeno bastante comum. O grau de deformação causada por este desequilíbrio iônico temporário na glândula da casca é variável e imprevisível. O isolamento dos fatores causais são quase impossíveis de serem definidos, embora o "stress" pareça desempenhar um papel importante. A análise ultraestrutural destas cascas, em conjunto com outras técnicas, tais como as análises por infravermelho e micro análises de raios X, tem demonstrado que a maiorias deste revestimento extras cuticular é baseadoem fosfato de cálcio. A gradação da deposição deste materialreflete possivelmente o tempo e a magnitude do fenômeno do estresse e, portanto, é efetuado quando o ovo se encontra nos últimos estágios da formação da casca (SOLOMON, 1991). Figura 9-Foto de um ovo de galinha com depósito de cálcio na casca. Fonte: http://www.thepoultrysite.com/publications/1/egg-quality-handbook/ (Adaptado), acesso em 10 de janeiro de 2013. 53 2.8.3. Ovos com casca mole/ sem casca Nos ovos sem casca/ casca mole (Figura 10), somente as membranas da casca estão presentes envolvendo o albúmen e a gema. O tempo de permanência dos ovos sem casca no útero é similar aos ovos normais. A época do ano e a temperatura não parecem exercer nenhuma influencia na produção destes ovos. A muda forçada provoca uma queda na ocorrência destes, mas em um curto espaço de tempo, os ovos sem casca reaparecem no lote (MILES, 2000). São os tipos de defeitos mais comuns encontrados em matrizes mais velhas, especialmente aquelas que estão chegando ao final da produção e tiveram grande produção de ovos. É o resultado de menor tempo do ovo dentro do útero (GRUPTA, 2008). Já Ito (2000) afirma que este problema é observado geralmente no início de produção e em algumas linhagens, porém pode ser causada por doenças infecciosas e intoxicações por sulfas, olaquindox e micotoxinas. Figura 10-Foto de um ovo de galinha com casca mole/ sem casca. Fonte: http://www.thepoultrysite.com/publications/1/egg-quality-handbook/ (Adaptado), acesso em 10 de janeiro de 2013. 54 2.8.4. Ovos com trinca externa Ovos trincados (Figura 11) podem ser devido tanto a um ovo de casca inadequada ou manuseio inadequado, que pode ocorrer durante a coleta, classificação ou transporte. São identificados três tipos principais de trincas: trincas em linha, de difícil identificação, causadas muitas vezes por colisões entre ovos (GRUPTA, 2008) e geralmente, atingindo geralmente 1 – 3% da produção total (COUNTTS e WILSON, http://www.thepoultrysite.com/publications/1/egg-quality-handbook/ 2006); trincas em estrela ou teia de aranha, são rachaduras finas irradiando para fora de um ponto central de impacto, que muitas vezes está afundado e acomete 1 – 2% da produção total (COUNTTS e WILSON, 2006); trincas vazadas, que são causadas pelas próprias aves ou por quaisquer saliências que podem entrar em contato com o ovo (GRUPTA, 2008),são caracterizadas por grandes trincas e buracos que podem resultar na quebra da membrana da casca (COUNTTS e WILSON, 2006). Figura 11-Foto de um ovo de galinha com casca trincada externamente Fonte:http://www.thepoultrysite.com/publications/1/egg-quality-handbook(Adaptado), acesso em 10 de junho de 2013. 2.8.5. Ovos com trinca interna / trincado de útero / “cintados” Trinca interna ou no útero (Figura 12) ocorre quando a casca do ovo é trincada enquanto o ovo ainda está no útero da galinha, sendo esta área recalcificada, mas resultando em regiões com grande espessura de casca e áreas com menor espessura de casca frágil (GRUPTA, 2008). Comumente está relacionado à alta densidade no plantel. Acredita-se que esses ovos resultem da contração da glândula da casca ainda nos 55 estágios iniciais de sua deposição, sendo posteriormente completada com novas camadas de CaCO3. Caracterizado por pequenos sulcos de menor densidade na casca, sendo consideradas áreas frágeis e de fácil ruptura (DORMINEY et al., 1965). Entretanto Miles (2000) afirma que esta quebra pode ocorrer tanto nas fases inicial, intermediária ou final de processo de formação da casca. A qualidade do reparo está na dependência da severidade e do momento em que ocorreu a rachadura. A maior parte dos ovos “cintados” é produzida por aves velhas De acordo com Roland e Moore (1980) a maioria dos ovos trincados de útero (body-checkedegg) são postos entre seis e oito horas da manhã, inferindo que o início da formação de casca ocorreu entre 16:00 e 20:00 horas do dia anterior, exatamente ainda no período claro do dia, onde as aves apresentaram maior atividade, ou mesmo podendo ser submetidas a fatores de estresse, como práticas de manejo. Nesta situação, a casca ainda frágil, poderia sofrer alguma pressão no interior do oviduto, devido a movimentos espasmódicos bruscos. O aumento do período de luminosidade do dia e o maior fornecimento de luz artificial ao anoitecer também aumentam a percentagem de ovos trincados no oviduto. Solomon (1991) criou a hipótese de que esses ovos são relacionados ao estresse, com liberação de adrenalina causando forte contração muscular do útero. Sob tais circunstâncias, a camada mamilar mostra craqueamento extensos. Afirmaram também que o ovo é auxiliado em seu movimento em direção à cloaca por ondas peristálticas de contração muscular. No entanto, não é conhecido se a movimentação do ovopode resultar no retorno do ovo ao istmo, com por exemplo pela manipulação da ave durante as fases iniciais de formação da casca. Quando o ovo retorna ao útero, o processo de formação da casca inicia novamente. 56 Figura 12-Foto de um ovo de galinha com trinca interna na casca. Fonte: SOLOMON (1991). 2.8.6. Ovos sujos Os ovos podem sujar após a oviposição de inúmeras formas, incluindo material fecal (Figura 13), poeira, lama, sangue (Figura 14) e conteúdo de outros ovos. (COUNTTS e WILSON, 2006)Elevados padrões de higiene, formulação de dietas e controle de pragas devem ser mantidos para evitar esse tipo de defeito (GRUPTA, 2008).A cama úmida contamina o pé da galinha que leva a sujeira para dentro dos ninhos. Ovos postos sobre a cama são contaminados e exigem cuidados especiais na coleta e higiene. Devem ser coletados antes dos ovos de ninho e separado destes (ARAÚJO e ALBINO, 2011). 57 Figura 13-Foto de um ovo de galinha com casca manchada por material fecal. Fonte:http://www.alltech.com/sites/default/files/alltech-egg-shell-qualityposter.pdf(Adaptado), acesso em 10 de janeiro de 2013. Figura 14-Foto de um ovo de galinha com casca manchada de sangue. Fontehttp://www.thepoultrysite.com/publications/1/egg-quality-handbook (Adaptado),acesso em 10 de janeiro de 2013 . 2.9. Situações reais de três matrizeiros – acompanhamento de estágio No matrizeiro A, estima-se que a porcentagem aproximada de perda de ovos por problemas na qualidade da casca, esteja próxima a 1,5% no verão e 1,2% no inverno, correspondentes a ovos trincados, perdidos e/ou vazados. Os principais fatores que influenciam a qualidade da casca dos ovos produzidos por eles são o manejo das aves e dos ovos e a ambiência. Para melhorar a qualidade da casca, esta empresa tem como 58 foco principal cuidar bem da rotina, como por exemplo, manter ninhos em condições adequadas (sem danos, furos ou arrombos) sempre com o fundo forrado de material para reter o impacto do ovo no ninho de metal, seja ele casquinha de arroz ou serragem, e executar o máximo de coletas de ovos por dia, no mínimo seis coletas, com atenção especial à coleta de ovos de cama, para este tipo de coleta é disponibilizado um funcionário somente para esta função, principalmente no início e pico de postura, devido ao fato das galinhas não estarem acostumadas a botar no ninho ao maior número de galinhas botando e ovos postos por dia. Nesta fase inicial de produção, as galinhas costumam a botar com maior frequência na cama. Além disso, é feita também a disposição dos bebedouros somente nas duas extremidades laterais do galpão para evitar umedecimento da cama com redução do índice de ovos muito sujos quando a postura ocorre sobre a mesma. Treinamentos com frequência em relação ao manejo dos ovos na granja, monitoramento dos dados semanalmente, separando as perdas por origem (granja, transporte, incubatório), e pelo menos uma vez ao ano, realização de testes de produtos oferecidos,que visem melhorar a qualidade da casca, como o uso de vitamina D suplementada na ração, probióticos via água e ácido orgânico via ração são realizados (INFORMAÇÃO PESSOAL, 2013). No matrizeiro B há um aproveitamento para incubação de 96,5% de ovos produzidos e perdas de 3,5% de ovos produzidos, sendo que as perdas de ovos trincados são em média de 1,2%. Contudo, a empresa não soube informar se os ovos trincados são por problemas de casca, manejo inadequado, manuseio e/ou transporte. Para minimizar os problemas relacionados à casca, a empresa investe pesado em nutrição, com matériaprima de qualidade, qualidade de mistura, níveis de nutrientes adequados, utilização de calcário grosso 50% na ração. Com relação às doenças, a empresa tem investido em biosseguridade e vem buscando um programa vacinal ideal para sua realidade, além do uso de promotores de crescimento para manter a qualidade intestinal. Quanto ao manejo, há cinco coletas de ovos por dia, sendo três pela manhã e duas no decorrer da tarde; intensificando o número de coletas de ovos no chão (principalmente nas primeiras semanas de produção) e diminui a altura dos ninhos; além de manutenção de certa quantidade de palha nos mesmo. Há, constantemente, treinamento dos colaboradores e estabelecimento de metas, monitorias, cobranças e motivação das pessoas envolvidas. Ainda, há investimentos em aquisição e manutenção de ventiladores e nebulizadores, além de análises microbiológicas e físico-químicas da água fornecida às galinhas, 59 provenientes, preferencialmente de poços artesianos (INFORMAÇÃO PESSOAL, 2013). No matrizeiro C há um aproveitamento de ovos para incubação em torno de 95,3% e, consequentemente, o % de ovos perdidos gira em torno de 4,7%. Desse percentual de ovos perdidos, 2,08% está ligado à problemas com qualidade da casca dos ovos. A empresa afirma que os maiores problemas relacionados à casca são as trincas e, consequentemente desidratação do embrião. Tentando minimizar estes problemas, a empresa trabalha a nutrição, diminuindo o tamanho dos ovos, aumenta os níveis de cálcio e fósforo e usa fitase. Em lotes de determinada linhagem, há incremento do produto Panbonis® (aditivo nutricional de vitamina D3) uma vez que a qualidade da casca dos ovos tende a cair após 50 semanas (INFORMAÇÃO PESSOAL, 2013). 60 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ovos com boa qualidade de casca, são essenciais para gerar pintos de corte de qualidade, contribuindo assim para um bom índice de produtividade. A relação entre nutrição, idade da matriz pesada, manejo das aves e ovos, temperatura ambiente, genética, enfermidades, medicamentos, tipos de ninhos equalidade de cama se tornaram fatores evidentemente influenciadores à qualidade da casca de ovos de matrizes pesadas. A utilização de métodos eficazes de avaliação da mesma auxilia na identificação dos problemas da casca, permitindo assim rastrear a origem destes defeitos. Vários defeitos de casca de ovos podem ocorrer em um matrizeiro, porém os mais comuns de serem observados são os ovos enrugados, com casca áspera/ deposição de cálcio, ovos com casca mole/ sem casca, com trinca interna ou externa, e ovos sujos. Pesquisadores vêm desenvolvendo estudos para tentar minimizar a ocorrência destes ovos, trabalhando nos fatores citados a cima que podem influenciam na qualidade da casca, com o intuito de melhorar cada dia mais a qualidade da mesma. 61 4.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, W. A. G; ALBINO, L. F. T. Incubação comercial. Transworld Research Network. p. – 105 138, 2011.Disponível em: <http://issuu.com/ResearchSignpost/docs/araujo_e-book/23>. Acesso em: 10 nov. 2012 ARAÚJO, W. A. G; ALEBRANTE, L; CASTRO, A. D. Fatores capazes de afetar os índices de eclosão.Revista Eletrônica Nutritime, v.6, n. 5, p.1072 – 1087, 2009. Disponível em: <http://www.nutritime.com.br/arquivos_internos/ artigos/098V6N5P1072_1087SET2009_.pdf>. Acesso em: 03 set. 2012 BAIÃO, N. C.; CANÇADO, S. V. Fatores que afetam a qualidade da casca do ovo.Caderno Técnico da Escola de Veterinária UFMG, Belo Horizonte: EV-UFMG. n.21, p.43 – 59, 1997. BAIÃO, N. C.; LÚCIO, C. G.. Nutrição de matrizes pesadas. In MACARI, M.; MENDES, A. A. Manejo de matrizes de corte. 1. ed.Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p. 197-212. 2005. BAR, A.; HURWITZ, S. Relationships between cholecalciferol metabolism and growth in chicks as modified by age, breed and diet.The Journal of Nutrition. v. 111, p.399 – 404, 1980 BARBOSA, V. M. Efeitos do momento de transferência para o nascedouro e da idade da matriz pesada sobre o status fisiológico de embriões e pintos, rendimento da incubação e desempenho da progênie. 2011. 117f. Tese (Doutorado) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, MG. BARBOSA, V. M. et al. Avaliação da qualidade da casca dos ovos provenientes de matrizes pesadas com diferentes idades. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 64, n. 4, p. 1036 – 1044, 2012a. Disponível <http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v64n4/v64n4a33.pdf>. Acesso em: 03 set. 2012a. em: 62 BARBOSA, V. M.et al. Resistência e ultraestrutura da casca e suas membrana. Revista Avicultura Industrial. São Paulo, v. 103, n. 1214, p. 58 – 63, 2012b. BARRO, D. R. Manejo de matrizes pesadas - Equipamentos In: MACARI, M.; MENDES, A. A. Manejo de matrizes de corte. Campinas, FACTA, p. 145-169, 2005. BENITES, C. I.; FURTADO, P. B. S.; SEIBEL, N. F. Características e aspectos nutricionais do ovo. In: SOUZ-SOARES, L. A.; SIEWERDT, F. Aves e ovos. Pelotas: UFPEL,p. 57-64, 2005. BOARD, R. G. The avian eggshell- a resistance network.Journal of Applied Bacteriology. v. 48, p. 303 – 313, 1980. BOARD, R. G.; HALLS, N. A.Thecuticule: a barrier to liquid and particle penetration of the shell of the hen’s egg. British Poultry Science, v. 14, p. 69 – 97, 1973. BORGES, S. A.; MAIORKA, A.; SILVA, A. V. F. Fisiologia do estresse calórico e a utilização de eletrólitos em frangos de corte.Revista Ciência Rural. v. 33, n. 5, p. 975 – 981, set-out, 2003 BOTELHO, M. A. F. Coccidiose aviária. 2011. Disponível em: < file:///C:/Users/Dell/AppData/Local/Temp/Rar$EXa0.790/Coccidiose%20aviaria.htm>. Acesso em: 28mai 2013 BRAKE, J. T. Optimización del almacenaje de huevos fértiles. Avicultura Profesional.v. 14, p. 26 – 31, 1996. BRIZ, R. C. Avances de la investigación sobre la calidad del huevo. Selecciones Avícolas, v. 38, n. 3, p. 133 – 144, 1996. Disponívelem: <http://ddd.uab. cat/pub/selavi/selavi_a1996m3v38n3/selavi_a1996m3v38n3p133.pdf>Acessoem: nov. 2012. 10 63 BUTCHER, G. D.; MILES, R. D. Factores causing por pigmentation of Brownshelledeggs. 2008. Disponívelem: <http://edis.ifas.ufl.edu/pdffiles/VM/VM04700.pdf>. Acessoem: 29 mai de 2013 CALDERON, C. Efectos nutricionales sobre la calidad de la cáscara. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAS AVÍCOLAS, 1994. Santos. Anais...Campinas, FACTA, 1994. p. 35 – 66. CARVALHO, F. B.; STRINGHNI, J. H.; JARDIM FILHO, R. M.; LEANDRO, N. S. M.; CAFÉ, M. B.; DEUS, H. A. S. B. Qualidade interna e da casca para ovos de poedeiras comerciais de diferentes linhagens e idades.Revista Animal Brasileira.v. 8, n. 1, p.25 – 29, jan-mar, 2007 CARVALHO, L. S. S.; FERNANDES, E. A. Formação e qualidade da casca de ovos de reprodutoras e poedeiras comerciais. Revista Medicina Veterinária.v. 7, n.1, p.35 – 44, 2013. CHIEN, Y. C.; HINCKE, M.T.; McKEE, M. D. Avian eggshell structure and osteopontin .Cells Tissues Organs. v. 189, p. 38 – 43, 2009. COBB. Guia de Manejo de Incubação. Philippines: Cobb-Vantress. 46p. (Informação técnica). 2008 CONSIDINE, M. Optimizing eggshell quality in layers and breeders by better nutrition.1988.Diponível em: <http://www.peck.co.nz/active/ PECK98New/Papers/eggshellnz.html>. Acesso em: 10 nov. 2012 COTTA, T. Produção de pintinhos. Viçosa: Aprenda fácil editora, p 59 – 89. 2002. COUNTTS, J. A.; WILSON, G. C. Optimum egg quality – a practical approach.2006.Disponível em: <http://www.thepoultrysite.com/ourbooks/1/egg- quality-handbook/>. Acesso em: 24 abr. 2013 64 DORMINEY, R.W.; JONES, J.E.; WILSON, H.R. Influence of cage size and frightening on incidence of body checked eggs. Poultry Science, v. 44, p. 307 – 308, jan. 1965. DUARTE, K. F.; JUNQUEIRA, O. M. Manejo e alimentação de aves e suínos. In REGINA, R. in: Nutrição animal, principais ingredientes e manejo de aves e suínos. São Paulo: Fundação Cargill, p. 250 – 411, 2010. ELGUERA, M. A. Relação entre o manejo de reprodutoras de carne e qualidade dos ovos incubáveis. In: SIMPÓSIO TÉCNICO SOBRE MATRIZES DE FRANGO DE CORTE, 2, 1999, Chapecó. Anais...Disponível em: <http://docsagencia.cnptia. embrapa.br/suino/anais/anais9910_elguera.pdf>. Acessoem: 03 set. 2012. EMARA, O. K. A. Use of scanning electron microscopy techniques for predicting variations in eggshell quality of chickens. 2008. 252f. Dissertação (Mestrado)Department of Poultry Production, Faculty of Agriculture, Ain Shams, Alabassya. FERNANDEZ, M. S.; ARAYA, M.; ARIAS, J. L. Eggshells are shaped by a precise spatio-temporal arrangement of sequentially deposited macromolecules. Matrix Biology, v. 16, p. 13 – 20, 1997. FRANCO, J. R. G.; SAKAMOTO, M. I.Qualidade dos ovos: Uma visão geral dos fatores que a influenciam. 2012. Disponível em: <https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&v ed=0CD0QFjAC&url=http%3A%2F%2Fpt.engormix.com%2FMAavicultura%2Fadministracao%2Fartigos%2Fqualidade-dos-ovos-visao-t897%2F124 p0.htm&ei=5ldtUbqeEJLq8gTAuYGADA&usg=AFQjCNFL5N6H9mkdwDql6OUKjL m3lrZJHA&bvm=bv.45175338,d>Acesso em: 20 abr. 2013 FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO).World agriculture: towards 2030/2050. Rome, 2006. Disponível em: <http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/esag/docs/Interim_report_AT2050web.pdF >. Acesso em: 10 nov. 2012 65 GONZÁLES, E. A qualidade da casca do ovo. Revista Alimentação Animal. n. 16. set/dez 1999. Disponível em: <http://www.bichoonline.com.br/artigo.aspx?ida=117>. Acesso em: 18 abr. 2013. GRUPTA, L. Analysing eggshell quality. 2008. Disponível <http://www.thepoultrysite.com/articles/979/maintaining-egg-shell-quality>. em: Acesso em: 24 abr. 2013. HAMILTON, R. M. G. Methods and factors that affect the measurement of egg shell quality. Poultry Science, v. 61, p. 2022 – 2039, 1982. HAMILTON, R. M. G. The microstructure of the hen’s egg shell: a short review. In: Food microstructure. Chicago: AMFO’Hare, 1986. p. 00-110. HINCKE, M. T. Ovalbumin is a component of the chicken eggshell matrix. Connective Tissue Research, v. 31, p. 227 – 233, 1995. HUNTON, P. Understanding the architecture of the egg shell. World’s Poultry Science Journal, v. 51, p. 141 – 147, 1995. HUNTON, P. Research on eggshell structure and quality: An historical overview. Brazilian Journal of Poultry Science. v. 7, n. 2, p. 67 – 71. apr-jun. 2005 INFORMAÇÃO PESSOAL, Informações de três empresas, obtidas através de um questionário apresentando às mesmas. 2013 ITO, N. M. K. Enfermidades que comprometem a qualidade da casca. IN: Simpósio Goiano de Avicultura, 2000, Goiânia. Anais...Goiânia, ASSOCIAÇÃO GOIANA DE AVICULTURA, 2000, p. 147-158. ITO, R. I. Aspectos nutricionais relacionados à qualidade da casca de ovos. In: VII Simpósio Técnico de Produção de Ovos - APA, Anais...São Paulo, APA, 1998. p. 119138. 66 JOSEPH, N. S.; ROBINSON, N. A.; RENEMA, R. A.; ROBINSON, R. E. Shell quality and color variation in broiler breeders eggs. Journal Applied Poultry Science.v. 8, p. 70-74, 1999 JUNQUEIRA, O. M. Avanços recentes nas exigências de fósforo para poedeiras. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA AVÍCOLAS, 1993, Santos. Anais...Campinas, FACTA, 1993, p. 167-170. KRAMPITZ, G.; GRAZER, G. Molecular mechanisms of biomineralization in theformation of califiedshells. Angewandte Chemie Internacional Edition, v. 27, p. 1145 – 1156, 1988. LA SCALA JR., N. Aspectos físicos da incubação. In: MACARI, M.; GONZALES, E.Manejo da incubação.2. ed. Campinas: FACTA, 2003. p. 97-124. LA SCALA JR., N.; BOLELI, I. C.; RIBEIRO, L. T. et al. Poresizedistribution in chickeneggs as determinedbymercuryporosimetry.BrazilianJournal o PoultryScience, v.2, n.2, p.177 – 181, 2000. LEACH JR., R. M. Biochemistry of theorganic matriz of theeggshell. PoultryScience, v. 61, p. 2040-2047, 1982 LEESON, S.; SUMMER, J. D.Broiler Breeder Production. University Books, p. 284326. 2009 LUQUETTI, B. C.; GONZALEZ, E.; BRUNO, L. D. G. et al. Eggtraits and physiological neonatal chickparametersfrombroilerbreeder at differentages.RevistaBrasileira de Ciência Avícola, v. 6, p. 13 – 17, 2004. MAZZUCO, H.; ROSA, P. S.; JAENISCH, F. R. R. Problemas de casca de ovos: identificando as causas. Concórdia. SC: Embrapa Aves e Suínos, 1998, Boletim técnico. Disponível em: <: 67 http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/58288/1/doc48.pdf>. Acesso em: 18 abr. 2013. MAIORKA, A. et al. in: Idade da matriz e qualidade do pintainho. In MACARI, M.; GONZALES, E. Manejo da incubação. 2. ed. Jaboticabal: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, 2003. Cap. 4, p. 361 - 377. MÁCHAL, L.; SIMEONOVOVA, J.The relationship of shortening a strength of eggshell to some egg quality indicators and egg production in hens of diferent initial laying lines. Archive Tierz. Archive Animal Breeding. v.3. p.287 – 296, 2002 MILES, R. D. Fatores nutricionais relacionados à qualidade da casca dos ovos. In: Simpósio Goiano de Avicultura, 2000, Goiânia. Anais...Goiânia, ASSOCIAÇÃO GOIANA DE AVICULTURA, 2000, p. 165-173. MOREKI, J. C. The influence of calcium intake by broiler breeder on bone development and egg characteristics.2005, 233f.tese (philosophiae doctor).University of the Free State, África do Sul NASCIMENTO, V. P.; SALLE, C. T. P. O ovo.In: MACARI, M.; GONZALES, E. Manejo da incubação. 2. ed.. Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p.34-50. 2003. NYS. Y.; HINCKE, M. T.; ARIAS, J. L. et al. Avian eggshell mineralization. Poultry and Avian Biology Review, v. 10, n. 3, p. 143 – 166, 1999. NYS, Y. Influence of nutritional factors on eggshell quality at high environmental temperature. In: BRIZ, R.C. Egg and egg products quality. World Poultry Science Association, n. 4,p. 209-220, 1995 68 PANHELEUX , M,; BRAIN, M.; FERNANDEZ, M. S. et al. Organic matriz composition and ultrastructure of eggshell: a comparative study. British Poultry Science, v. 40, p. 240 – 252, 1999. PARAGUASSÚ, A.C.S. Otimização de Equipamentos: reprodutoras. In CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAS AVÍCOLAS, FACTA, Campinas, 2000 v. 1, p. 135 – 154, 2000. PARSONS, A. H. Structure of the eggshell. Poultry Science, v. 61, p. 2013 – 2021, 1982. PATRÍCIO, I. S. Manejo do ovo incubável da granja ao incubatório. In: MACARI, M.; GONZALES, E. Manejo da incubação. 2. ed.. Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p.163-179. 2003. PERROTT, H. R.; SCOTT, V. D.; BOARD, R. G. Crystal orientation in the shell of the domestic fowl: an electron diffraction study. Calcified Tissue International, v. 33, p. 119-124, 1981. PINES, M.The involvement of matrix proteins in eggshell formation.Aust.Poutry Science Symp.v. 19, p. 130-133, 2007 RAHN, H. Changes in shell conductance, pores and physical dimensions of egg and shell during the first breeding cycle of turkey hens. Poultry Science, v. 60, p. 2536 – 2541, 1981. ROBERTS, J. R. Factors affecting igg internal quality and egg shell quality in laying hens.Journal of Poultry Science. v. 41, p. 161 – 177. 2004 ROCHA, J. S. R; LARA, L. J. C; BAIÃO, N. C. CANÇADO, S. V.; BAIÃO, L. E. C.; SILVA, T. R. Efeito da classificação dos ovos sobre o rendimento de incubação e os pesos do pinto e do saco vitelino. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 60, n. 4, p. 979-986, 2008. 69 RODRIGUES-NAVARRO, A.; KALIN. O; NYS, Y. et al. Influence of the microstructure on the shell strength of eggs laid by hens of different ages. British Poultry Science, v. 43, p. 395 – 403, 2002. ROLAND, D.A.; MOORE, C.H. Effect of photoperiod on the incidence of bodychecked and misshapen eggs. Poultry Science. Champaign, v. 59, n. 12, p. 2703 – 2707, 1980. ROMANOFF, A. L; ROMANOFF, A. J.The avian egg. New York: John Wiley and Sons, p. 918, 1949. ROSA, P. S.; AVILA, V. S. Variáveis relacionadas ao rendimento da incubação de ovos em matrizes de frangos de corte.(Comunicado técnico)Concórdia: Embrapa Suínos Aves, p. 1 – 3, 2000. RUTZ, F. et al. Avanços na fisiologia e desempenho reprodutivo de aves domésticas. Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, p. 307 – 317, jul-set. 2007 RUTZ, F.; ANCIUTI, M. A.; PAN, E. A. Fisiologia e manejo reprodutivo de aves. in MACARI, M.; MENDES, A. A. Manejo de matrizes de corte. 1. ed.Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p 75-122. 2005. SAIF, Y. M.; BARNES, H. J.; GLISSON, J. R.; FADLY, A. M.; McDOUGALD, L. R.; SWAYNE, D. E. Diseases of Poultry. 11th ed. Iowa: Iowa State Press, p. 1134 – 1137. 2003. SALLE, C. T. P.; MORAES, H. L. S. Prevenção de doenças / Manejo profilático / Monitoria. In: BERCHIERI JR, A.; SILVA, E. N.; DI FÁBIO, J.; SESTI, L. ZUANAZE, M. A. F. Doenças das aves. 2. ed. Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p. 01 -17.2009. 70 SALVADOR, E. L. Qualidade interna e externa de ovos de poedeiras comerciais armazenados em diferentes temperaturas e períodos de estocagem. 2011. 97f. Dissertação (Magister Science) - Universidade Federal de Alagoas U. A. Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, Rio Largo. Disponível em: <http://www.ufal.edu.br/unidadeacademica/ceca/pos-graduacao/ zootecnia/arquivos-com-dissertacoes/edivania-de-lima-salvador>. Acesso em: 03 set. 2012. SANTIN, A. R. Automação de Granjas de Matrizes: Principais Dificuldades na Adaptação de novos sistemas. Conferência APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas FACTA, Campinas/SP, v. 2 p. 140, 1999. SANTOS, J. R. G.; FORNARI, C. M.; TÉO, M. A. Influência da qualidade da casca do ovo sobre índices de produtividade de um incubatório industrial. Revista Ciência Rural, v. 37, n. 2, mar-abr, 2007. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782007000200035>. Acesso em: 18 fev 2013 SBANOTTO, P. Minimizing floor and slat egg problems. v. 1, n.1, 2007. Disponível em: <http://www.thepoultrysite.com/articles/814/minimizing-floor-and-slat-egg- problems>. Acesso em: 28 de setembro de 2008. SIMONS, P. C. M. Utrastructure of the hen eggshell and its physiological interpratation. 1971. Tese (Ph. D)-Landbou whoge school, Wageningen. SILVA. R. C. F. Desempenho e qualidade de ovos de galinhas infectadas por infectadas por Mycoplasmasynoviae. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) Niterói: Universidade Federal Fluminense, 2011. SOLOMON, S. E. Egg and eggshell quality.1. ed. London: Wolfe Publishing Limited, p. 149. 1991. SOUZA, A. V. C.; LIMA, C. A. R. Fatores que Afetam na Qualidade da Casca do Ovo. Poli-nutri Alimentos, 2007.Disponível in: 71 <http://www.polinutri.com.br/upload/artigo/190.pdf>. Acesso em: 03 de setembro de 2012. SOUZA-SOARES, L. A., SIEWERDT, F. Aves e Ovos. Pelotas: UFPEL, 2005.138 p. Disponível em: <http://biblioteca.unibh.br/bibliotecavirtual/94062.pdf>. Acesso em: 03 set. 2012. SPARKS, N. H. C The hen’s eggshell: a resistance network.1985.Tese (Ph.D)University of Bath, Great-Britain. SPARKS, N. H. C. Shell accessory materials: structure and function. In: Micobiology of the avian. London: Chapman and Hall, p. 25-42, 1994. STEFANELLO, C. Microminerais orgânicos em dietas para poedeiras comerciais. Dissertação (MestradoemZootecnia) Maringá: UniversidadeEstadual de Maringá, 2012. SWIATKIEWICZ, S.; KORELESKYI, J.The effect of zinc and manganese source in the diet for laying hens on eggshell and bones quality.Veterinary Medicina. p. 555 – 563, 2008. TORRES, C. A.;VIEIRA, S. L.; REIS, R. N.; FERREIRA, A. K.; SILVA, P. X.; FURTADO, F. V. F. Productive performance of broiler breeder hens fed 25hydroxycholecalciferol. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n.7, p. 1286-1290, 2009. UNIÃO BRASILEIRA DE AVICULTURA. 2013. Disponível em:< http://www.ubabef.com.br/>. Acesso em: 15 mai. 2013 VIEIRA, S. L. Idade da matriz, amanho do ovo e desempenho do pintinho. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAS AVÍCOLAS, 2001. Campinas. Anais...Campinas, FACTA, p. 117 – 123, 2001 72 ANEXO: ARTIGO FATORES QUE INFLUENCIAM A QUALIDADE DA CASCA DOS OVOS DE MATRIZES PESADAS E PRINCIPAIS DEFEITOS MACROSCÓPICOS DESCRITOS: Revisão de Literatura FACTORS AFFECTING THE QUALITY OF SHELL EGGS BOILER BREEDERS AND MAIN FAULTS MACROSCOPIC DESCRIBED: Literature Review Ana Cecília Ferreira Diniz Rezende1; Arur Oliveira Rocha1; Josiane Tavares de Abreu2 1 2 Graduando do Curso de Medicina Veterinária da PUC Minas Betim Professor do Departamento de Medicina Veterinária da PUC Minas, Rua do Rosário 1.081, Bairro Angola, CEP 32.630-000, Betim, Minas Gerais, Brasil, [email protected] RESUMO: A qualidade da casca dos ovos de matrizes pesadas é um fator extremamente importante para a qualidade do pinto de um dia, pois ela exerce proteção contra invasão microbiana, controla a troca de água e gases através dos poros, evita a perda excessiva de umidade e constitui a fonte de cálcio para o embrião durante o seu desenvolvimento. Ao longo dos anos a avicultura tenta minimizar a perda de ovos incubáveis devido a problemas relacionados com a qualidade da casca dos ovos. Vários fatores têm sido relacionados a estes defeitos. Todos estes fatores estão direta ou indiretamente ligados à qualidade da casca dos ovos. Devido ao fato do Brasil ser o líder em exportações de carne de frango e o terceiro maior produtor mundial, a cadeia produtiva do frango de corte deve gerar produtos com excelência em qualidade, portanto, a casca dos ovos de matrizes pesadas deve ser de boa qualidade para gerar aves de corte rentáveis e produtivas. Palavras-chave:qualidade da casca do ovo, matriz pesada, defeitos de casca. ABASTRACT: The quality of shell eggs from broiler breeders is an extremely important factor for the quality of paint a day because it exerts protection against microbial invasion, controls the exchange of water and gases through the pores, prevents excessive loss of moisture and is a source of calcium for the embryo during development. Over the years the poultry industry tries to minimize the loss of hatching eggs due to problems with the quality of shell eggs. Several factors have been linked to these defects. All these factors are directly or indirectly linked to the quality of shell eggs. Due to the fact that Brazil is the leading exporter of chicken meat and the third 73 largest producer, production chain broiler should generate products with excellence in quality, hence the eggshell of broiler breeders should be of good quality broilers generate profitable and productive. Keywords: eggshell quality, broiler breeder, shell defects. INTRODUÇÃO Primeiro em volume de exportações e terceiro em produção de carne de frango, a avicultura brasileira tem se tornado cada vez mais competitiva no mercado mundial. Em 2012, segundo a União Brasileira de Avicultura – UBABEF (2013), o Brasil produziu 12,645 milhões de toneladas de frango, diminuindo 3,17% em relação ao ano de 2011 e exportou 31% deste montante. Com o crescimento da população mundial e o crescente consumo per capita de carne de frango, o índice de consumo em 2012 no Brasil ficou em torno de 45 kg/pessoa (UBABEF, 2013). Segundo a FAO (2006), o consumo de carnes e outros alimentos devem dobrar até 2050. O grande avanço nas áreas de genética, nutrição, ambiência e sanidade proporcionaram melhorias na qualidade do principal produto da indústria avícola: a carne de frango de corte. Mas para que este produto seja de boa qualidade, necessariamente, as matrizes e seus ovos também devem ser, pois são as mesmas que irão produzir ovos embrionados e estes, quando incubados, darão origem aos pintos destinados ao corte. Sendo assim a qualidade dos ovos de matrizes pesadas, deve ser avaliada também pelo melhoramento genético, para gerar produtos saudáveis e competitivos. Entretanto, mesmo com estes avanços, a indústria enfrenta um grande problema com a perda de ovos incubáveis, incluindo ovos com casca mais fina, deformados e trincados, gerando prejuízos significativos às mesmas. A casca do ovo é um fator que exerce papel fundamental no processo de incubação, oferecendo proteção contra invasão microbiana, controlando a troca de água e gases através dos poros, evitando a perda excessiva de umidade, além de constituir a fonte de cálcio para o embrião durante seu desenvolvimento (BAIÃO e CANÇADO 74 1997;HUNTON, 2005; BARBOSA et al., 2012b). O êxito dessas funções é dependente da adequada composição e formação da casca do ovo. (BARBOSA et al., 2012b) Sendo assim este presente trabalho, tem como objetivo revisar quais são os principais fatores que influenciam na qualidade da casca do ovo de matrizes pesadas e os defeitos mais comuns da casca. REVISÃO DE LITERATURA Na indústria de ovos comerciais, a casca fornece a embalagem perfeita de um importante item alimentar. Assim como para o embrião, a casca fornece proteção contra a contaminação do conteúdo e, assim, o ovo chega ao consumidor livre de bactérias, vírus e outros patógenos (HUNTON, 2005). Baião e Lúcio (2005) afirmaram que os ovos trincados e/ou quebrados representam uma perda que varia de 1,2 a 2,4% do total de ovos produzidos em uma granja de matrizes pesadas. Porém, os prejuízos provocados pela má qualidade da casca não podem ser avaliados, simplesmente, pela porcentagem de ovos trincados e/ou quebrados.Traçando uma média das empresas que responderam um questionário, pode-se dizer que ovos trincados representam 1,49% do total de ovos produzidos em três granjas de matrizes pesadas situadas, duas em Minas Gerais e outra no Distrito Federal. (INFORMAÇÃO PESSOAL, 2013) Vários fatores afetam a composição do ovo e a qualidade da casca, como por exemplo a linhagem, idade da ave, a posição do ovo na sequência de postura, a temperatura ambiente, a presença de fatores estressantes ou agentes infecciosos, a disponibilidade de alimento e medicamentos, dentre outros. (NASCIMENTO eSALLE, 2003) Cálcio Os níveis de cálcio na dieta de matrizes afetam o desenvolvimento embrionário, principalmente por meio da qualidade da casca. A má qualidade da casca em virtude da deficiência de cálcio resulta em perda excessiva no peso dos ovos, acompanhada por aumento na mortalidade durante a primeira semana, aumento de contaminação, mau desenvolvimento ósseo e aumento da mortalidade no final do período de incubação.(RUTZ, ANCIUTI e PAN, 2005) O cálcio para a formação da casca provém exclusivamente da dieta. Um ovo de tamanho médio tem aproximadamente 2,5 g de cálcio. O cálcio é transportado pelo sangue sob duas formas: cálcio iônico e cálcio ligado à vitelogenina (fosfolipoproteína) 75 (ARAÚJO e ALBINO, 2011). Nas aves fora de postura o nível de cálcio plasmático é de 10 mg/100ml de sangue, e no período de postura sua concentração chega a 30 mg/100ml.( BAIÃO e CANÇADO, 1997;ARAÚJO e ALBINO, 2011;) Mazzucoetal (1998) afirmaram quea presença de fontes de cálcio com maior granulometria na dieta proporciona efeitos benéficos sobre a qualidade da casca, pois estas permanecem por um período de tempo maior no trato digestório sendo absorvidas à noite e fornecendo o cálcio necessário à formação da casca, durante a noite, as aves interrompem o consumo da ração e é justamente nesse horário que ocorrem os primeiros estágios da calcificação da casca do ovo. Apesar dos vários fatores que interferem nas exigências de cálcio para a matriz pesada, a recomendação de 3% na dieta tem sido adequada para a produção de ovos e a manutenção da qualidade da casca (ARAÚJO e ALBINO, 2011). Fósforo O fósforo que é depositado no período final de formação do ovo e está presente na casca em pequena quantidade ( 22miligramas). Esta pequena quantidade não está homogeneamente distribuída, pois se concentra mais nas camadas externas da casca (ARAÚJO e ALBINO, 2011). Ao contrário do cálcio, o nível de fósforo no plasma sanguíne, não tem um mecanismo de regulação eficiente e varia muito com o nível de fósforo oferecido na dieta. A qualidade da casca pode ser prejudicada tanto pelo baixo como pelo alto nível de fósforo na dieta. (BAIÃO e LÚCIO, 2005; DUARTE e JUNQUEIRA, 2010;ARAÚJO e ALBINO, 2011) A qualidade da casca diminui na presença de elevados níveis de fósforo disponíveis. Em galinhas jovens, no entanto, os níveis de fósforo disponíveis menores que 0,25% têm efeitos negativos sobre a produção de ovos e qualidade óssea. Sendo assim, a Associação Mundial de Ciências Avícolas (World ‘s Poultry Science Association – WPSA) recomenda níveis de fósforo na dieta de 0,28% durante todo o ciclo de produção. Há evidências de que a necessidade de fósforo para matrizes aumenta ligeiramente nos ambientes quentes e que níveis de fósforo disponíveis abaixo de 0,25% nessas temperaturas aumentam a mortalidade em galinhas. (NYS, 1995) O fósforo também afeta a qualidade de casca sendo, a quantidade indicada é de 37 mg/dia/ave.(GONZÁLES, 1999) 76 Vitamina D A vitamina D é sintetizada pela pele a partir do dehidrocolesterol, pela ação dos raios ultravioleta. Apesar disso, há necessidade de suplementação desta vitamina na ração das aves. A vitamina D3 da dieta, não está na sua forma ativa, sendo transportada ao fígado onde sofre uma hidroxilação transformando-se em 25-hidroxicolecalciferol. Posteriormente, este metabólito é transportado aos rins onde sofre outra hidroxilação, passando para a forma ativa 1,25-dihidroxicolecalciferol. Esta vitamina tem um papel importante na homeostasia do cálcio e do fósforo (BAIÃO e CANÇADO, 1997).Em galinhas velhas há redução na capacidade de hidroxilação da vitamina D nos rins, o que poderia ser mais uma causa da baixa qualidade da casca dos ovos (BAIÃO, 2005). Com o aumento da idade das matrizes pesadas acontece uma progressiva diminuição na habilidade do fígado em hidroxilar a vitamina D3 em 25(OH)-D3. (BAR e HURWITZ, 1980) Segundo Mazzucoet al. (1998), a recomendação desta vitamina na ração de matrizes em produção, situa-se em torno de 2750 UI/kg. Idade da matriz pesada Com o avanço da idade da ave, ocorre um declínio na produção, aumento no peso dos ovos, alterações na composição e espessura da casca (MÁCHAL e SIMEONOVOVÁ, 2002), embora se observe um aumento significativo no tamanho dos ovos. Este fator parece estar relacionado ao aumento da incidência da atresia folicular, postura interna, e redução no recrutamento dos folículos dentro da hierarquia folicular. Folículos pré-ovulatórios de matrizes velhas maturam mais lentamente e ovulam quando atingem tamanho maior quando comparado com aves jovens. (RUTZ et al., 2007) De acordo com Hamilton (1978), o tamanho e o peso do ovo aumentam com a idade das aves, mas o peso da casca não aumenta na mesma proporção.Em consequência, concluiu-se que à medida que a ave envelhece, a espessura da casca e sua porcentagem em relação ao peso do ovo diminuem.Segundo Brake (1996) a diminuição da espessura da casca com o aumento da idade da ave é devido à maior extensão da superfície desses ovos, com menor deposição de carbonato de cálcio por unidade de área. Baião e Cançado (1997) afirmaram que os ovos aumentam cerca de 20% do seu tamanho quando a matriz é mais velha. 77 A deterioração da qualidade da casca de ovos com a idade das matrizes ocorre junto com a redução na postura de ovos. Concomitantemente, ocorrem reduções nos níveis séricos de 1,25 (OH)2D3 e no peso dos ossos medulares. Várias razões contribuem para esta redução na eficiência do metabolismo do cálcio com o avanço da idade das aves. Estas são síntese de 1,25 (OH)2D3 devido às reduções na atividade renal da 25(OH)D3-1- hidroxilase; redução da capacidade de absorver 1,25 (OH)2D3 pela mucosa intestinal, bem como pelos ossos corticais e medulares; aumento na velocidade de metabolização de 1,25 (OH)2D3; perda de eficiência da glândula da casca em obter cálcio da circulação sanguínea e depositá-lo na casca; redução na capacidade de manter a homeostase cálcica, especialmente em condições de limitação de cálcio nas dietas. (VIEIRA, 2011) Baião e Lúcio (2005) afirmaram que o uso de fontes de cálcio menos solúveis ou com granulometria mais grosseira, podem melhorar a qualidade da casca. O produto mais comumente utilizado é o calcário grosso (granulometria mais grossa), por ser mais barato do que a farinha de ostra, e possuir bons resultados para a qualidade da casca. Barbosa et al (2012a), também avaliaram a qualidade da casca dos ovos provenientes de matrizes pesadas de diferentes idade (33 e 63 semanas) obtidos de lotes de matrizes pesadas da linhagem Cobb®, produzidos no mesmo dia e provenientes da segunda e terceira coletas na granja. Para cada idade de matriz foi retirada e identificada uma amostra de 50 ovos para as avaliações de peso específico (princípio de Arquimedes) e porcentagem de casca; uma amostra de 50 ovos para as avaliações de resistência (fratura por compressão), espessura e porosidade da casca (método de Rahn); e uma amostra de 10 ovos para as avaliações ultraestruturais da casca por microscopia eletrônica de varredura. Os ovos das matrizes com idade de 63 semanas apresentaram menor peso específico (P<0,05) quando comparados aos ovos das matrizes de 33 semanas. Como a análise de peso específico é um indicador de qualidade do ovo, estes resultados demonstraram uma melhor qualidade de casca nos ovos de matrizes mais novas.As matrizes mais velhas apresentaram menores percentuais de casca em relação ao peso do ovo (P≤0,005) do que os ovos de matrizes mais novas Menor peso do ovo e do número de poros (Tabela 1) foi encontrado nos ovos de aves mais jovens (P≤0,001). Nestes, a espessura e a resistência das cascas foram maiores (P≤0,001) se comparadas às dos ovos das aves mais velhas. Verificou 78 tambémque, à medida que a ave aumentou a idade, as características físicas dos ovos revelaram mudanças estruturais que tornaram a qualidade da casca inferior. Tabela 1-Peso médio do ovo, espessura, resistência e porosidade da casca de acordo com a idade da matriz pesada (linhagem Cobb®) Idade da Peso do Espessura da Resistência Poros da casca Matriz ovo (g) casca (mm) da casca (g) por cm² (nº) 33 62,0 B 0,457 A 3193 A 103 B 63 72,4 A 0,435 B 2994 B 126 A CV(%) 4,9 7,9 17 - (semanas) Médias seguidas de letras distintas na coluna são diferentes pelo testes F 1 e Mann-Whitney2, respectivamente (P≤0,001). Fonte: BARBOSA (2012a) (Adaptado) A espessura da casca na região da câmara de ar (região basal) revelou ser menor (P≤0,05) nas matrizes velhas quando comparada à das matrizes novas. Nas demais regiões da casca, não houve diferença (P>0,05) na espessura entre as idades das matrizes. As regiões da casca do ovo não influenciaram (P>0,05) esta variável tanto em matrizes novas como em matrizes velhas. Manejo dos ovos incubáveis Segundo Cobb (2008)somente se conseguem ótimos nascimentos e pintinhos de boa qualidade quando se mantém o ovo em ótimas condições, desde a postura até a colocação na máquina incubadora. Se o manejo for insatisfatório, o potencial de nascimento pode se deteriorar rapidamente. Sendo assim, alguns cuidados devem ser tomados em relação aos ovos incubáveis, como: prevenir rachaduras nosovos com manuseio cuidadoso em todos os momentos após a postura incluindo a colocação dos ovos na bandeja da máquina incubadora ou na bandeja de transporte com o lado menor (ponta) voltado para baixo; cuidado ao selecionar os ovos; fazer uma boa manutenção dos ninhos manuais, os quais devem ser forrados com material limpo e seco; coletados de um galpão pelo menos quatro vezes por dia, sendo recomendado seis coletas durante o pico de produção, evitando o acúmulo de ovos e consequentemente quebra ou trincamento destes; coletados usando bandejas plásticas ou em fibra; empilhamento de 79 até 3 bandejas ou pentes por carregamento; não utilização de cestas ou baldes pois isso pode resultar em um maior número de ovos rachados e contaminados. Dentre os fatores que propiciam a perda da cutícula entre outros estão: os hereditários, mecânicos (lavado e lixado), armazenamento prolongado, superfícies cobertas de material fecal e o aumento na temperatura de armazenamento dos ovos. Com a perda da cutícula o ovo fica mais frágil e consequentemente, mais propenso a traumas. (ARAÚJO e ALBINO, 2011) Temperatura ambiente Com o aumento da temperatura ambiente associado à umidade elevada, observase queda gradativa na qualidade da casca, sendo seu efeito observado a partir de 26ºC, logo acima da zona de conforto das aves. Nesta situação de desconforto, entra em funcionamento o sistema de perda de calor, chamado calor sensível, caracterizado pela hiperventilação e evaporação de água dos pulmões. Esta situação pode levar a alteração no equilíbrio ácido-básico das aves, e consequentemente, prejudicar a formação e qualidade dos ovos. A diminuição do CO2, provocada pela ofegação, leva a alcalose respiratória que interfere no equilíbrio eletrolítico e mineral, podendo resultar em ovos pequenos e de casca fina. Esta alcalose pode ser compensada pela eliminação de íons carbonatos pelos rins, explicando assim a redução na qualidade externa dos ovos, pois o organismo fica em déficit dos elementos que irão compor o carbonato de cálcio na casca. (BORGES et al., 2003; FRANCO e SAKAMOTO, 2012) Genética Diferentes linhagens de reprodutoras apresentam qualidades de casca distintas devido às diferenças na capacidade de transporte e utilização de nutrientes, podendo desta A seleção genética para qualidade do ovo se baseia, fundamentalmente, na espessura da casca, a qual tem uma herdabilidade em torno de 40%. Em princípio seria fácil a seleção para qualidade da casca, entretanto, esta característica é inversamente relacionada à produtividade. (BAIÃO e LÚCIO, 2005) Embora as diferentes linhagens não apresentem grandes variações quanto à resistência da casca quando são considerados lotes mais jovens, variações significativas podem ser registradas em plantéis mais velhos, quando os ovos são maiores e os problemas de quebra mais evidentes. (SOUZA e LIMA, 2007) 80 Enfermidades São inúmeras as doenças que causam queda de produção, porém nem todas induzem comprometimento da qualidade da casca, a menos que por exemplo, no caso da doença de Marek, sejam comprometidos órgãos ou tecidos envolvidos com o metabolismo de nutrientes essenciais para o processo de calcificação ou haja perda de tonicidade. Em condições de campo, não se deve negligenciar o papel da imunossupressão causada pela Marek e LeucoseLinfóide permitindo a ocorrência de outras infecções que causam comprometimento da qualidade da casca. (ITO, 2000) Algumas doenças como a bronquite infecciosa, síndrome da queda de postura (EDS 76), doença de Newcastle, influenza aviária, dentre outras, podem interferir na qualidade externa e interna dos ovos. Em geral, todas as enfermidades febris alteram de forma direta ou indireta a qualidade da casca, pois interferem no mecanismo de calcificação da mesma, impedindo ou dificultando a síntese de CaCO3(carbonato de cálcio). (SALLE, 2009) Além disso, as enfermidades que causam lesões macro e/ou microscópicas no útero das aves tendem a causar maiores alterações na casca como a produção de ovos com casca mole, rugosa, sem casca, com casca despigmentada, fina e porosa, com alterações no formato dos ovos. As quedas na produção podem ser representadas por oscilações na postura diária podendo alcançar índices de até 50%. (MAZZUCO et al., 1998; SALLE, 2009) Medicamentos Segundo SALLE (2009), os organoclorados podem interferir no mecanismo de calcificação da casca impedindo ou dificultando a síntese de CaCO3, principal constituinte mineral da casca. Saifet al. (2003) afirmaram que a Nicarbazina reduz a produção e ovos e gera ovos com casca despigmentada. Já Butcher e Miles (2008) escreveram que estecoccidiostático administrado a matrizes pesadas com uma dose de 5mg por dia, pode resultar na produção de ovos pálidos em 24 horas, e doses mais elevadas podem conduzir à uma despigmentação da casca do ovo. De acordo com Botelho (2011), a Sulfa quando usada indiscriminadamente, em tempo e doses erradas, pode provocar o aparecimento de casca rugosa e fina. Em 81 matrizes adultas, há uma diminuição marcada na produção e qualidade da casca do ovo, ovos castanhos podem ser despigmentada. (SAIF et al, 2003) Qualidade da cama Dois pontos fundamentais no que se referem à sanidade do ovo são a sua produção em ninhos limpos, o que requer um cuidadoso e adequado sistema de manejo, e a qualidade da cama sobre a qual as aves são mantidas, que também tem grande influência na higiene do ovo. A cama úmida contamina o pé da galinha que leva a sujeira para dentro dos ninhos. Ovos postos sobre a cama são contaminados e exigem cuidados especiais na coleta e higiene. Devem ser coletados antes dos ovos de ninho e separado destes (ARAÚJO e ALBINO, 2011). O ambiente onde o ovo é produzido tem grande influência sobre sua qualidade. A granja deve possuir programas de biosseguridade para evitar possíveis contaminações. O isolamento, a ventilação, a distribuição dos equipamentos e a condição da cama são fatores importantes na produção de um ovo de boa qualidade. (PATRÍCIO, 2003) Quando os ovos postos sobre a cama são destinados à incubação, serão higienizados imediatamente. Não usar palha de aço para evitar ranhuras e não facilitar a penetração das bactérias e fungos para o interior do ovo. A coleta, a armazenagem e a incubação desses ovos devem ser sempre em separado dos ovos procedentes do ninho, pois eclodem menos e explodem mais que os ovos de ninho, além da penetração bacteriana ser maior em ovos postos no chão/ cama, em relação aos postos no ninho (MACARI et al, 2003) Principais defeitos da casca dos ovos de matrizes pesadas Os defeitos de casca mais comumente encontrados nos matrizeiros são: ovos enrugados (Bronquite Infecciosa das Galinhas, deficiência de cobre), ovos sem casca/casca mole (matrizes mais velhas, doenças infecciosas e intoxicações), ovos trincados internamente (alta densidade e estresse) e externamente (casca e manuseio inadequados), ovos sujos (umidade de cama, ninhos sujos), ovos com casca áspera/depósito de cálcio (anormalidades na calcificação da casca, estresse) 82 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ovos com boa qualidade de casca, são essenciais para gerar pintos de corte de qualidade, contribuindo assim para um bom índice de produtividade. A relação entre nutrição, idade da matriz pesada, manejo das aves e ovos, temperatura ambiente, genética, enfermidades, medicamentos, tipos de ninhos e qualidade de cama se tornaram fatores evidentemente influenciadores à qualidade da casca de ovos de matrizes pesadas. Vários defeitos de casca de ovos podem ocorrer em um matrizeiro, porém os mais comuns de serem observados são os ovos enrugados, com casca áspera/ deposição de cálcio, ovos com casca mole/ sem casca, com trinca interna ou externa, e ovos sujos. Pesquisadores vêm desenvolvendo estudos para tentar minimizar a ocorrência destes ovos, trabalhando nos fatores citados a cima que podem influenciam na qualidade da casca, com o intuito de melhorar cada dia mais a qualidade da mesma. REFERÊNCIAS ARAÚJO, W. A. G; ALBINO, comercial.TransworldResearchNetwork.p. 105 L. – F. 138, T. Incubação 2011.Disponívelem: <http://issuu.com/ResearchSignpost/docs/araujo_e-book/23>. Acesso em: 10 nov. 2012 BAIÃO, N. C.; CANÇADO, S. V. Fatores que afetam a qualidade da casca do ovo.Caderno Técnico da Escola de Veterinária UFMG, Belo Horizonte: EV-UFMG. n.21, p.43 – 59, 1997. BAIÃO, N. C.; LÚCIO, C. G.. Nutrição de matrizes pesadas. In MACARI, M.; MENDES, A. A. Manejo de matrizes de corte. 1. ed.Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p. 197-212. 2005. BAR, A.; HURWITZ, S. Relationships between cholecalciferol metabolism and growth in chicks as modified by age, breed and diet.TheJournalofNutrition. v. 111, p.399 – 404, 1980 BARBOSA, V. M. et al. Avaliação da qualidade da casca dos ovos provenientes de matrizes pesadas com diferentes idades. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e 83 Zootecnia, v. 64, n. 4, p. 1036 – 1044, 2012a. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/abmvz/v64n4/v64n4a33.pdf>. Acesso em: 03 set. 2012a. BARBOSA, V. M.et al. Resistência e ultraestrutura da casca e suas membrana.Revista Avicultura Industrial. São Paulo, v. 103, n. 1214, p. 58 – 63, 2012b. BRAKE, J. T. Optimizacióndelalmacenaje de huevosfértiles. Avicultura Profesional. v. 14, p. 26 – 31, 1996. BORGES, S. A.; MAIORKA, A.; SILVA, A. V. F. Fisiologia do estresse calórico e a utilização de eletrólitos em frangos de corte.Revista Ciência Rural. v. 33, n. 5, p. 975 – 981, set-out, 2003 BOTELHO, M. A. F. Coccidiose aviária. 2011. Disponível em: < file:///C:/Users/Dell/AppData/Local/Temp/Rar$EXa0.790/Coccidiose%20aviaria.htm>. Acessoem: 28 mai 2013 BUTCHER, G. D.; MILES, R. D. Factores causing por pigmentation of Brownshelledeggs. 2008. Disponívelem: <http://edis.ifas.ufl.edu/pdffiles/VM/VM04700.pdf>. Acessoem: 29 mai de 2013 CARVALHO, L. S. S.; FERNANDES, E. A. Formação e qualidade da casca de ovos de reprodutoras e poedeiras comerciais.RevistaMedicinaVeterinária.v. 7, n.1, p.35 – 44, 2013. COBB. Guia de Manejo de Incubação. Philippines: Cobb-Vantress. 46p. (Informação técnica). 2008 DUARTE, K. F.; JUNQUEIRA, O. M. Manejo e alimentação de aves e suínos. In REGINA, R. in: Nutrição animal, principais ingredientes e manejo de aves e suínos. São Paulo: Fundação Cargill, p. 250 – 411, 2010. ELGUERA, M. A. Relação entre o manejo de reprodutoras de carne e qualidade dos ovos incubáveis. In: SIMPÓSIO TÉCNICO SOBRE MATRIZES DE FRANGO DE CORTE, 2, 1999, Chapecó. Anais...Disponível em: <http://docsagencia.cnptia. embrapa.br/suino/anais/anais9910_elguera.pdf>. Acesso em: 03 set. 2012. 84 FRANCO, J. R. G.; SAKAMOTO, M. I.Qualidade dos ovos: Uma visão geral dos fatores que a influenciam. 2012. Disponível em: <https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=3&cad=rja&v ed=0CD0QFjAC&url=http%3A%2F%2Fpt.engormix.com%2FMAavicultura%2Fadministracao%2Fartigos%2Fqualidade-dos-ovos-visao-t897%2F124 p0.htm&ei=5ldtUbqeEJLq8gTAuYGADA&usg=AFQjCNFL5N6H9mkdwDql6OUKjL m3lrZJHA&bvm=bv.45175338,d>Acesso em: 20 abr. 2013 FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION OF THE UNITED NATIONS (FAO).World agriculture: towards 2030/2050. Rome, 2006. Disponível em: <http://www.fao.org/fileadmin/user_upload/esag/docs/Interim_report_AT2050web.pdF >. Acesso em: 10 nov. 2012 GONZÁLES, E. A qualidade da casca do ovo. Revista Alimentação Animal. n. 16. set/dez 1999. Disponível em: <http://www.bichoonline.com.br/artigo.aspx?ida=117>. Acessoem: 18 abr. 2013. HAMILTON, R. M. G. Methods and factors that affect the measurement of egg shell quality.Poultry Science, v. 61, p. 2022 – 2039, 1982. HUNTON, P. Research on eggshell structure and quality: An historical overview.Brazilian Journal of Poultry Science. v. 7, n. 2, p. 67 – 71. apr-jun. 2005 ITO, N. M. K. Enfermidades que comprometem a qualidade da casca. IN: Simpósio Goiano de Avicultura, 2000, Goiânia. Anais...Goiânia, ASSOCIAÇÃO GOIANA DE AVICULTURA, 2000, p. 147-158. MÁCHAL, L.; SIMEONOVOVA, J. The relationship of shortening a strength of eggshell to some egg quality indicators and egg production in hens of diferent initial laying lines.ArchiveTierz. Archive Animal Breeding. v.3. p.287 – 296, 2002 MAZZUCO, H.; ROSA, P. S.; JAENISCH, F. R. R. Problemas de casca de ovos: identificando as causas. Concórdia. SC: Embrapa Aves e Suínos, 1998, 85 Boletimtécnico. Disponívelem: <: http://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/58288/1/doc48.pdf>. Acessoem: 18 abr. 2013. NASCIMENTO, V. P.; SALLE, C. T. P. O ovo. In: MACARI, M.; GONZALES, E. Manejo da incubação. 2. ed.. Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p.34-50. 2003. NYS, Y. Influence of nutritional factors on eggshell quality at high environmental temperature. In: BRIZ, R.C. Egg and egg products quality. World Poultry Science Association, n. 4,p. 209-220, 1995 PATRÍCIO, I. S. Manejo do ovo incubável da granja ao incubatório. In: MACARI, M.; GONZALES, E. Manejo da incubação. 2. ed.. Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p.163-179. 2003. RUTZ, F.; ANCIUTI, M. A.; PAN, E. A. Fisiologia e manejo reprodutivo de aves. in MACARI, M.; MENDES, A. A. Manejo de matrizes de corte. 1. ed.Campinas: Fundação APINCO de Ciência e Tecnologia Avícolas, p 75-122. 2005. RUTZ, F. et al. Avanços na fisiologia e desempenho reprodutivo de aves domésticas.Revista Brasileira de Reprodução Animal, Belo Horizonte, v. 31, n. 3, p. 307 – 317, jul-set. 2007 SAIF, Y. M.; BARNES, H. J.; GLISSON, J. R.; FADLY, A. M.; McDOUGALD, L. R.; SALLE, C. T. P.; MORAES, H. L. S. Prevenção de doenças / Manejo profilático / Monitoria. In: BERCHIERI JR, A.; SILVA, E. N.; DI FÁBIO, J.; SESTI, L. SOUZA, A. V. C.; LIMA, C. A. R. Fatores que Afetam na Qualidade da Casca do Ovo. Poli-nutriAlimentos,2007.Disponível in: <http://www.polinutri.com.br/upload/artigo/190.pdf>. Acesso em: 03 de setembro de 2012. 86 SWAYNE, D. E. DiseasesofPoultry. 11th ed. Iowa: Iowa State Press, p. 1134 – 1137. 2003. TORRES, C. A.;VIEIRA, S. L.; REIS, R. N.; FERREIRA, A. K.; SILVA, P. X.; FURTADO, F. V. F. Productive performance ofbroilerbreederhensfed 25- hydroxycholecalciferol. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 38, n.7, p. 1286-1290, 2009. UNIÃO BRASILEIRA DE AVICULTURA. 2013.Disponívelem:< http://www.ubabef.com.br/>. Acesso em: 15 mai. 2013 VIEIRA, S. L. Idadeda matriz, amanho do ovo e desempenho do pintinho. In: CONFERÊNCIA APINCO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIAS AVÍCOLAS, 2001. Campinas. Anais...Campinas, FACTA, p. 117 – 123, 2001