Por Juliana Cazarine
29/09/14
Crianças têm que ter contato com a
literatura desde o primeiro ano de
vida
Segundo IBGE, 31,2% da população brasileira é analfabeta
funcional, porque não consegue interpretar textos. Para que uma
criança se torne uma leitora com capacidade de compreensão, os
pais precisam incentivar o hábito de leitura desde seu primeiro ano
de vida
“Livros também são itens indispensáveis no enxoval de um bebê”, é o alerta
de Christine Fontelles, diretora de educação e cultura do Ecofuturo, para quem
tem ou planeja ter um filho. Criança que não tem contato com a leitura desde o
primeiro ano de vida pode apresentar dificuldade de aprendizagem no início da
vida escolar - e até se tornar um analfabeto funcional. De acordo com pesquisa
do Instituto Paulo Montenegro em parceria com o Ibope e com a ONG Ação
Educativa, somente 25% dos brasileiros de 15 a 64 anos consegue entender
tudo o que lê, enquanto o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que 31,2% da população brasileira é analfabeta funcional e não possui
capacidade de interpretação de texto. “Quem desenvolve o hábito de ler consegue
transformar as informações com que se depara em conhecimento. Quem não lê chega à
escola com vocabulário pequeno e apresenta uma condição menor de absorver
informações”, afirma.
Saiba como transformar seu filho em um bom leitor:
- Leia em voz alta
Os pais são os responsáveis por estabelecer o primeiro contato do bebê com a
literatura. “É comum as mães cantarem para os bebês, mas elas também podem ler.
Lendo para o filho os pais tornam os livros objetos presentes na vida deles. A criança
vai entender que aquilo que o adulto oferece permanentemente a ela é necessário para
a sobrevivência humana”, garante Christine. Uma criança que já sabe falar
também pode ‘brincar’ de contar ou até desenhar as histórias que já ouviu.
- Livro também é brinquedo
“A criança tem que enxergar o livro como uma ‘caixa mágica’, com a qual ela irá
vivenciar uma série de experimentações. É importante que eles fiquem guardados com
os brinquedos, para ela usar enquanto brinca”, avalia a diretora do Ecofuturo. Vale
lembrar que os livros precisam estar de acordo com a idade da criança. “O
papel é mais importante nos primeiros meses de vida porque o bebê precisa interagir
com o livro sem estragá-lo durante o uso. Para bebês, por exemplo, existem livros de
banho, que são de plástico. Outra boa opção são os livros pop-ups, com cenários
saltados. Mas os tablets, que emitem os sons dos personagens, também são opções de
plataforma de leitura”, recomenda.
- Dê o exemplo e leia na frente dos filhos
As crianças imitam o comportamento dos pais, que precisam dar o exemplo e
interagir com livros, jornais e revistas na frente dos filhos. “Os pais têm de se
adaptar a uma série de fatores para receber um bebê em casa. Eles podem, portanto,
desenvolver o hábito de ler. Quem não gosta pode encarar a chegada de uma criança
como uma oportunidade para praticar a leitura”, afirma Christine, que lança a
comparação: “a criança jamais terá uma alimentação saudável se tiver fritura para o
jantar todos os dias”, diz.
- Garanta o acesso das crianças aos livros
Para Christine, antes de matricular os filhos na escola, os pais precisam se
certificar de que a criança também terá acesso à literatura durante o período
letivo e uma biblioteca disponível. “Na escola pública ou privada, os pais têm que
perguntar: ‘Qual será o contato do meu filho com os livros nas aulas?’, ‘A escola
possui biblioteca?’”, sugere. Para garantir o acesso das crianças aos livros, os
pais precisam fazer passeios frequentes à biblioteca e abastecer o acervo
pessoal à medida que a criança cresce.
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Crianças têm que ter contato com a literatura desde o