OPORTUNIDADE DE OBSERVAR E ENTRAR EM CONTATO COM CRIANÇAS COM NECESSIDADE EDUCACIONAL ESPECIAL EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE ITAPETINGA-BA, ATRAVÉS DO PIBID-UESB DE JESUS, Vanêssa do Nascimento 1 - UESB [email protected] MORAIS NETO, Manoel Henrique de¹ - UESB [email protected] LIMA, Mariana de Jesus ¹ - UESB [email protected] MENEZES, Rainan Sena Santos [email protected] Eixo temático: Eixo III - Educação e trabalho docente: formação, remuneração, carreira e condições de trabalho RESUMO SIMPLES: O presente trabalho é um relato que objetiva apresentar as observações e contato com as crianças com necessidade educacionais especiais de um escola do município de Itapetinga-BA, através do Programa de Bolsa de Iniciação à Docência – PIBID, visando observar a inclusão dessas crianças no processo de aprendizagem escolar, além de buscar metodologias e métodos que reforcem essa inclusão. Será discutido ainda a importância do PIBID - Educação Especial na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) enquanto uma política pública que contempla a inclusão na formação inicial docente. Como metodologia, foram realizadas leituras bibliográficas e reflexões acerca das experiências com o PIBID. Conclui-se que o projeto Educação Especial do Programa, que contempla a formação do professor, é o ponta pé inicial para a qualidade da escola inclusiva. PALAVRA-CHAVE: Relato de Experiência. Educação Especial. Programa de Bolsas de Iniciação à Docência. 1 Graduandos em Pedagogia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia- UESB. Bolsista do Programa de Iniciação à Docência – PIBID, da UESB, desenvolvido com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior - CAPES. INTRODUÇÃO Através da implementação de políticas públicas que promovem o direito à educação inclusiva, ganha-se espaços nas instituições regular de ensino os alunos com necessidade educacionais especiais (NEE). Logo, é nesse perspectiva inclusiva que se insere à Educação Especial (EE). Entende-se por EE uma modalidade educacional que objetiva “assegurar a inclusão escolar de alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação” (BRASIL, 2008, p. 13) Mas aqui abre-se uma reflexão: A prática segue a teoria? Será que um professor, de Educação Infantil (EI) por exemplo, consegue atender as especificidades de vinte e cinco alunos, inclusive os com NEE? Quais metodologias e recursos devem-se utilizar? Será que as escolas tem infraestrutura adequada para receber esses alunos? Essa escola, na prática, realmente tem um currículo que trabalhe as diferenças e diversidade? Essas e outras questões acabam sempre surgindo, porem a escola, concebida como um sistema de relações, necessita que a comunidade escolar, e não apenas o professor, se prepare para lidar com o que ocorre no cotidiano da sala de aula (PATTO, 1999). Nesse sentido que a linha Educação Especial do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) tem como principal finalidade possibilitar o contato dos estudantes de Licenciatura da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), campus de Itapetinga, com as escolas inclusivas do município. Entendendo que é preciso iniciar a preparação dos futuros educadores para enfrentar essa nova e necessária realidade. Por isso, o objetivo desse relato é apresentar o contato que tivemos, já durante os meses iniciais do projeto, através das atividades aplicadas no Pibid/EE UESB, campus de Itapetinga, com crianças com necessidades educacionais especiais, visando observar a inclusão dessas crianças no processo de aprendizagem escolar, além de buscar metodologias e métodos que reforcem essa inclusão. MAS, AFINAL, O QUE É PIBID? O Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) é um Programa do Ministério da Educação, gerenciado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Entre seus objetivos o mais significativo é o iniciação à docência dos discente em licenciatura, incentivando à formação de professores para a educação básica e a elevação da qualidade da escola pública. As propostas dos projetos submetidos ao programa devem atender aos seguintes objetivos: a) incentivar a formação de docentes em nível superior para a Educação Básica; b) contribuir para a valorização do magistério; c) elevar a qualidade da formação inicial de professores nos cursos de licenciatura, promovendo a integração entre a Educação Superior e a Educação Básica; d) inserir os licenciandos no cotidiano de escolas da rede pública de educação, proporcionando-lhes oportunidades de criação e participação em experiências metodológicas, tecnológicas e práticas docentes de caráter inovador e interdisciplinar que busquem a superação de problemas identificados no processo de ensino-aprendizagem; e) incentivar escolas públicas de Educação Básica, mobilizando seus professores como co-formadores dos futuros docentes e tornando-os protagonistas nos processos de formação inicial para o magistério; e, f) contribuir para a articulação entre teoria e prática necessárias à formação dos docentes, elevando a qualidade das ações acadêmicas nos cursos de licenciatura. (BRASIL, 2010, p. 3). Carneiro (1999) apresenta algumas das dificuldades referentes à iniciação à docência. Dentre elas estão à falta de experiência do professor iniciante, a insegurança frente aos alunos, o desconhecimento dos possíveis problemas que os alunos possam enfrentar diante de uma dada situação e a dificuldade para trabalhar com a diversidade e com as diferenças entre os alunos. Fica evidente então que, segundo a perspectiva da autora, as dificuldades enfrentadas pelos bolsistas de iniciação à docência estão diretamente ligados a necessidade de relacionar a dicotomia teoria e prática. Até porque em muitos cursos de licenciatura, infelizmente, o contato com a prática é apenas nos semestres finais do curso, através dos estágios. O PIBID, então, antecipa esse contato, proporcionando que os alunos, inseridos no programa, vivenciem a escola como espaço de formação, de reflexão. Os bolsistas conseguirão, assim, relacionar as teorias estudadas em sala da Universidade, com a prática adquirida nas escolas. E o contrário acontece, quando o mesmo, baseia-se das teorias estudadas para facilitar sua prática nas escolas. Afinal, apenas as teorias estudadas na Universidade não são suficientes para a formação docente, é necessário que haja (co)relação entre prática-teoria. Uma das dificuldades, ainda citadas pela autora, que merece destaque é a de trabalhar com a diversidade e com as diferenças entre os alunos, pois é nesse sentido que baseia-se o subprojeto Interdisciplinar, na linha de Educação Especial, da UESB Itapetinga. Ao qual busca cumprir um papel formador, não apenas por oportunizar o início da experiência docente, mas proporcionar a experiência da docência inclusiva. Com isso, considero o PIBID uma das mais importantes conquistas enquanto política pública para a formação docente. APRESENTANDO O SUBPROJETO INTERDISCIPLINAR, LINHA EDUCAÇÃO ESPECIAL Na UESB, campus de Itapetinga, dois projetos oportunizam os licenciando do curso de Pedagogia a vivenciarem situações concretas, reais e cotidianas no âmbito escolar. Entre eles, temos o Interdisciplinar, que divide-se em duas linhas: Educação de Jovens e Adultos e Educação Especial (EE). Na linha EE, a qual faço parte, tem uma equipe de dezoito bolsistas, contemplando, especificamente, dos quatro cursos de licenciatura da Universidade, três desses: Licenciatura em Pedagogia, Biologia e Química. A nossa linha está sob a coordenação do professor universitário Wermerson Meira Silva e supervisão de dois docentes de escolas básicas públicas do município: Flávia Viana e José Roberto. O nosso projeto atende a duas escolas do município. Sendo estas o Centro de Educação Infantil Professora Luiza Ferraz e a Escola Agro Industrial. Vale ressaltar que entre os critérios de seleção era obrigatório que essas escolas tivessem em suas turmas alunos com NEE. Oito bolsistas, incluindo-me, estão sob supervisão da professora Flávia, atuando no Centro de Educação Infantil Professora Luiza Ferraz. Essa escola situa-se no bairro Américo Nogueira, atendendo a Educação Infantil e ao primeiro ano do Ensino Fundamental. Os estudantes fazem parte do bairro onde localiza a escola e de outros bairros periféricos vizinhos. A escola possui forte parceria com o PIBID, pois, além do grande envolvimento dos profissionais e espaços disponibilizado para o trabalho colaborativo, recebe outros bolsistas além dos da linha Educação Especial. As visitas, na escola onde atuo, são todas as segundas-feiras, das sete e meia as onze e quarenta. O dia da semana escolhido justifica-se pela assiduidade e presença dos estudantes. As bolsistas estão divididas entre três classes no turno da manhã, ficando uma dupla para casa sala, e uma classe no turno vespertino. Mariana de Jesus Lima é a bolsista a qual atua comigo. Estamos em uma classe do pré I, com vinte e cinco alunos, com idade entre quatro e cinco anos. Inclusive Gabriel, um aluno com deficiência visual, além de mais dois discentes que ainda não tem laudo médico, mas que com apenas observações, fica nítido que eles tem necessidades educacionais especiais. As nossas primeiras observações foram na sala da nossa supervisora, ao qual tem dois alunos com NEE. Todo lúdico que existe no espaço físico da sala estão sobre responsabilidade da regente. Ela retira uma parte do seu salário, da sua criatividade e excesso de paixão pela profissão para proporcionar aos seus alunos um espaço e materiais que auxiliam no desenvolvimento da aprendizagem. Já na sala que atuo não tem espaço recreativo, brinquedos didáticos, além da pouca iluminação. E a ausência de jogos didáticos é um dos fatores que mais me incomodam. Smole et all (2007), afirma que trabalhar com jogos exige uma série de intervenções do professor “para que, mais que jogar, mais que brincar, haja aprendizagem” (p.15). É riquíssima a utilização dos jogos didáticos na escola, não apenas nas series iniciais, como recurso pedagógico Ainda segundo Alves (2003:31), “Os brinquedos dão prazer. Os brinquedos fazem pensar”. Baseando nisso, juntamente com o apoio da nossa supervisora, que confeccionamos jogos didáticos, com materiais encontrados com facilidade e de custo baixo, além das adaptações de jogos que foram feitas de modo a facilitar o encontro entre divertimento e aprendizagem. Espero que fique nítido que a minha intensão não foi criticar, afinal não é obrigação o professor investir em sua sala com seu salário, mas mostrar que com jogos didáticos, ludicidade e criatividade é possível proporcionar uma espaço mais agradável e atraente para as crianças. No PIBID-UESB os bolsistas devem atuar, obrigatoriamente, dez horas semanais, contemplando as visitas as escolas, as reuniões do grupo e as reuniões para planejamento e/ou estudos. As reuniões do grupo, que acontecem as terçasfeiras, das catorze as quinze horas, tem caráter, exclusivo, de formação e todos os bolsistas devem participar, enquanto que, as de planejamento e/ou estudos são realizadas apenas com a supervisora, no dia e no horário da semana combinado, podendo também serem realizadas apenas com as bolsistas. A ideia do Projeto de trabalhar a Educação Especial é maravilhosa e fundamental, principalmente porque apesar do tema agora está sendo mais debatido e já ser obrigatória a inclusão desses alunos, ainda não há metodológicas que concretizem e afirmem que esses alunos estão realmente sendo incluídos. Acredito que o projeto Educação Especial tem possibilitado as bolsistas vivenciar o processo de inclusão dos alunos com NEE nestas escolas. Logo, fica evidente que programas como o PIBID Educação Especial, que contemplam a formação do professor, são o ponta pé inicial para a qualidade da escola inclusiva. OBSERVANDO E ENTRANDO EM CONTATO COM CRIANÇAS COM NEE EM UMA ESCOLA DE ITAPETINGA-BA De acordo com a autora Santos (200.p.4) Entende-se por educação especial a educação dirigida aos portadores de necessidades especiais mental, auditiva, visual, física múltipla e portadores de altas habilidades. A deficiência refere-se à perda, anormalidade de estrutura ou função de toda a alteração do corpo ou da aparência física, de um órgão ou de uma função, qualquer que seja a sua causa. Diante disso é essencial que o professor esteja apto e aberto a inovar sua prática docente, buscando capacitação, metodologias e inovação do seu método de ensino. Ainda, essencialmente, o currículo da escola, além de ter metodologias inclusivas e de estar voltado para a realidade em que a escola está inserida, deve trabalhar a inclusão e diversidade, buscando meio de conscientizar e envolver todo corpo escolar. Afinal para (MANTOAN, 2006, p.52) “Certamente, um professor que engendra a caminhada do saber e dela participa, [...] consegue entender melhor as dificuldades e as possibilidades de cada um e provocar a construção do conhecimento com maior adequação”. Logo, quanto mais cedo for esse contato, melhor poderá ser o envolvimento do professor para contribuir para a formação desses alunos. E é essa antecipação que o PIBID nos proporciona. Devido a isso, aqui, então, serão apresentadas o contato que tivemos, já durante os meses iniciais do projeto, especificamente do final do mês de março a meados de junho, através das atividades aplicadas no Pibid/EE UESB, com um aluno com NEE, especificamente, Portador de Deficiência Visual (PDV). Sendo a deficiência visual um expressão empregada para referir-se a perda visual, compreendendo tanto a cegueira, no caso a perda total da visão nos dois olhos, quanto a visão subnormal, que é uma irreversível e acentuada diminuição da acuidade visual que não se consegue corrigir pelos recursos ópticos comuns, ou, ainda, a deficiência visual baixa que é corrigida com lentes. Segundo o IBGE, com base no censo de 2000, o número de pessoas com deficiência visual (considerados incapazes ou com pequena ou grande dificuldade permanente de enxergar) no país, é de 16.573.937 (quase 10% da população), embora o número dos que têm “grande dificuldade permanente de enxergar” seja 2.398.472 (1,4%) enquanto os “incapazes de enxergar” (cegos) somam 159.824 pessoas (perto de 0,1% da população). É, porém, importante ressaltar que sendo oferecido as condições de aprendizagem e os meios de desenvolverem suas habilidades, os PDVs tem condições normais, logo a falta ou redução de visão não é o principal obstáculo para a inclusão dos portadores de deficiência visual como cidadãos, plenos de direitos e deveres. No caso do aluno, Gabriel, que tivemos mais tempo em contato na escola, ele tem deficiência visual baixa, causada pela hereditariamente pela catara, que ocorre quando o cristalino fica opaco, reduzindo assim a sensibilidade visual. Mesmo sabendo que a catarata é a principal causa da cegueira no mundo, apesar de ser possível a recuperação por intervenções cirúrgica relativamente simples e de baixo custo, o que é mais curioso é que ela é comum a pessoas entre 50 a 70 anos. São poucos os casos apresentados como os de Gabriel. Fizemos aproximadamente dois meses de observação, indo a escola uma vez por semana, para vermos como era o desenvolvimento da aprendizagem educacional e o comportamento de Gabriel, além das metodologias inclusivas que deveriam ser aplicadas pela professora. Percebemos que as maiores dificuldades de Gabriel são de identificar as cores, pintar nos espaços determinados, além de deixar espaços em sobra. Quanto a tamanhos das ilustrações, espaço da escrita que para ele é reduzido, além da socialização. Ele é muito retraído, fala baixo e não conversa muito com os colegas. Quanto a essa dificuldade podem ser utilizadas metodologias que venham a auxilia-los, como ampliar o tamanho das atividades, não trabalhar com muitas cores, além de aumentar a iluminação da sala, por exemplo. Já quanto ao processo de socialização, acredito que, quando o PIBID EE iniciar suas intervenções que buscaram trabalhar com autonomia do aluno, além da inclusão e diversidade, colaborara para o desenvolvimento social dele. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com esse breve relato fica evidente que o projeto EE tem possibilitado aos bolsista vivenciar o processo de inclusão dos alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas públicas do município. A antecipação desse contato é maravilhoso pois faz com que os futuros educadores envolva-se ainda mais a comprometer-se pela luta de inclusão e do direito dos portadores de NEE. A contribuição não se dará apenas dos bolsistas para os discentes, mas também dos discentes para os bolsistas. Afinal, está em contato, direto, com a realidade da escola e com os alunos é indispensável para o enriquecimento da nossa formação docente. Somente com a relação com as escola, que foi oportunizado pelo PIBID, que a aprendizagem, claramente, tornou-se uma via de mão dupla, colaborando com a carreira docente dos acadêmicos e consequentemente com a elevação da qualidade do ensino das escolas públicas inclusivas do município. REFERÊNCIAS ______Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES. Portaria nº 260, de 30 de dezembro de 2010, que “Aprova as normas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID”. Disponível em: http://www.capes.gov.br/images/stories/download/legislacao/Portaria260_PIBID20 11_Nomas Gerais.pdf Acesso em: 05 de set. 2012. CARNEIRO, V. C. Iniciação à Docência: um problema ainda em aberto. Caderno Pedagógico, Lageado, n. 2, 1999, p. 57-81. GALVÃO, N. C. S. S. Subprojeto Interdisciplinar - Educação Especial. Disponível em: http://www.prograd.ufba.br/projetos.asp. Acesso em 10 de Set. 2012. LIMA, I. M. C. 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