Carlos H. N. Otobone, Hebert S. Gonçalves, Monica F. M. Lemos, Anne L. Scarinci
E.E. Gabriel Ortiz , Instituto de Física - USP
Apoio CAPES - PIBID
Como alunos do primeiro ano de licenciatura em física aprenderam com o PIBID? Como o programa interferiu em suas vidas? Quais foram suas
observações, experiências e atitudes? Dias atrás esses alunos da licenciatura estavam no EM, hoje, no primeiro ano da faculdade, são aprendizes de
professores...
Pensávamos que a tarefa de um professor era fácil, pois nunca paramos para pensar sobre o que o professor fazia para a aula
acontecer: métodos, planos, atividades e outras rotinas comuns ao bom professor. Nos primeiros meses nada nos diferenciava dos
alunos da escola, com exceção do conteúdo a ser aprendido: eles, física e nós, docência.
Como observador (pesquisador)
Como professor (atuante)
Como observadores e como professores notamos, logo no
inicio, o desprezo por parte dos alunos com a disciplina de física,
não havia interesse ou curiosidade e todos pareciam estar ali
por mera burocracia. Observamos que muitos deles possuíam
dificuldade com álgebra e a aritmética.
A solução pensada foi um plano de ensino livre da
matemática. O desinteresse se perpetuou e junto com ele
cresceu o desrespeito com o professor. Entre nós e os alunos
havia uma harmonia devido à proximidade entre as idades,
mas sentíamos que só essa proximidade manteve o respeito.
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Alunos com dificuldade em matemática;
Falta de interesse pelo conteúdo;
Baixo rendimento;
Falta de respeito;
Interesse apenas pelo diploma;
Muitas ausências às aulas (especialmente porque
a turma era do noturno e a aula era no final da
semana).
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Ensino sem a presença da matemática;
Aulas teóricas com conteúdo compatível com
vestibular / ENEM;
Aulas experimentais para que os alunos
visualizassem os conceitos explicados nas aulas
teóricas;
Busca pelo interesse do aluno em física, através
de explicações claras e demonstrações.
Resultado final
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A matemática não era o problema;
Rendimento inalterado;
Desprezo dos alunos pela física;
Comportamento inalterado.
A matemática não era o problema, então qual poderia ser a causa da falta de
interesse e de aprendizado? Traçamos novas hipóteses. Talvez o problema fosse os
alunos (que eram do período noturno e quase todos trabalhavam o dia todo), pois
esse desinteresse acontecia em outras disciplinas. Por outro lado, nossa concepção
de ensino foi em terceira pessoa (transmissiva), o que é muito questionado por
estudiosos da educação. Esta hipótese foi reforçada no contraste com outra escola do
PIBID, que desenvolveu uma pedagogia diferente.
“Eu tinha certeza de que estava sendo construtivista... Até ler o texto da Maria
Eduarda. Descobri que meu plano foi transmissivo!”
Algumas reflexões...
Richard Feynman disse uma vez que se você vai ser um físico, vai ter que estudar bastante: duzentos anos do campo de conhecimento que mais rápido
se desenvolveu. Tanto conhecimento que, de fato, você pode pensar que não vai aprender tudo em quatro anos e realmente não vai; você terá que
fazer uma pós-graduação também! Com certeza ele falava sobre a “física pura”, mas concordaria que esse pensamento deve ser ampliado para o
licenciando, para a vida de professor. Um ano de licenciatura e uma única experiência em sala de aula é muito pouco para tudo concluir. Uma boa
conclusão é que somente estudando e vivendo como professor é que será possível chegar perto da resposta para a seguinte pergunta: “Como fazer o
aluno gostar de física?”. É nessa parte, na união entre estudo e professor, que entra o PIBID, ele melhora a formação do profissional antes mesmo de
recebermos o diploma.
Uma outra certeza que fica é que não é uma vasta quantidade de conteúdo que irá formar um bom aluno, mas sim um bom ensinamento do que é
fundamental. O conhecimento não deve ser preso a disciplina do professor, ele deve conter outros valores que o aluno possa usufruir durante a vida. É
preciso prover o necessário para o aluno obter autonomia.
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Poster Carlos, Hebert e Anne (1)