SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE E DEFESA CIVIL Influenza A (H1N1) – Aspectos Epidemiológicos José Cerbino Neto SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE Histórico • Em 24 de abril de 2009 a Organização Mundial da Saúde (OMS) notificou os países membros da ocorrência de casos humanos de Influenza A(H1N1) no México, a partir de 18 de março. • Em 25 de abril, seguindo o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005), a OMS declarou este evento como Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). • Em 11 de junho, com quase 30.000 casos em 74 países a OMS estabelece a fase 6 de pandemia. Primeiro Relato da Nova Influenza Suína A (H1N1) Morbidity and Mortality Weekly Report Centers for Disease Control and Prevention 21 de Abril de 2009 Fonte: CDC, MMWR 2009;58. Fonte: N Engl J Med 2009; 361 Influenza A(H1N1) em humanos •O novo subtipo do vírus de Influenza A(H1N1) foi classificado como (A/CALIFORNIA/04/2009); •Este novo subtipo do vírus é um rearranjo triplo de genes humanos, aviários e suínos, não identificado anteriormente; Fonte: N Engl J Med 2009; 361 Fonte: CDC, Atlanta Influenza A(H1N1) em humanos •Os sintomas podem iniciar 3 a 7 dias após o contato e a transmissão ocorre principalmente em locais fechados. • A transmissão ocorre por via respiratória (gotícula) e contato. •Não há relação entre o contato com suínos vivos ou consumo de carne e produtos derivados e a infecção pelo vírus da Influenza A (H1N1). Influenza A(H1N1) em humanos • A maioria dos casos inicialmente registrados ocorreram em jovens abaixo dos 25 anos. • Nos países com transmissão sustentada, cerca de 2% dos casos evoluiu para formas graves; • A maior parte dos casos graves e fatais ocorreu em adultos entre 30 e 50 anos; • Entre um terço e metade dos casos graves e fatais ocorreu em jovens previamente hígidos; Influenza A(H1N1) em humanos • Doença respiratória (asma), cardiovascular, diabetes, doença autoimune e obesidade foram fatores de risco para formas graves; • Gestação também está associada à gravidade; • Como 99% das mortes maternas e 85% da carga de doenças crônicas estão nos países em desenvolvimento, preocupa a evolução da gripe nesses países; Características do primeiros 642 pacientes confirmados nos EUA. Fonte: N Engl J Med 2009; 361 Fonte: CDC, Atlanta Taxa de Mortalidade por faixa etária de casos confirmados de Influenza, EUA 2005 a 2009. Fonte: CDC, Atlanta Taxa de Hospitalização por Influenza, 0 a 4 anos, EUA 2005 a 2009 Fonte: CDC, Atlanta Percentual de consultas por síndrome gripal, EUA 2006 a 2009 Fonte: CDC, Atlanta Situação Atual (até 14/06/09) •81 países notificaram 36.270 casos; •Ocorreram 164 óbitos, sendo 109 no México e 45 nos EUA; •A letalidade é de 0,45%, sendo de 1,7% no México e 2,86% na Colômbia; •Os países mais afetados foram México, EUA, Canadá, Chile e Austrália. Casos suspeitos e confirmados, México, até 03 de Maio de 2009 Casos prováveis e confirmados, EUA, até 03 de maio de 2009 Fonte: CDC, Atlanta Situação no Brasil • Foram notificados 605 casos no Brasil até 14/06; • Destes, 466 foram descartados e 70 são suspeitos; • O Brasil confirmou 69 casos até 15/06: 23 em São Paulo, 10 no Rio de Janeiro, 17 em SC, 09 em MG e 04 em Tocantins; Distribuição dos casos confirmados por data de início dos sintomas. Brasil, 2009 (SVS / MS) Situação no Brasil • Entre os 69 casos confirmados, 41 (59%) são mulheres e 50 (72,4%) têm entre 20 e 54 anos; • Dentre os confirmados, 52 (75,3%) tiveram como local provável de infecção outros países; • Mesmo com a detecção de 17 (24,7%) casos autóctones, o Brasil é considerado área de transmissão limitada. Apenas EUA, México, Canadá e Austrália são classificados pela OMS como transmissão sustentada; Paciente A Retorno do México em 02/05 Início do Sintomas em 04/05 Cadeia de Transmissão Autóctone dos primeiros casos no Rio de Janeiro Paciente B Contato com A em 03/05 Início dos Sintomas em 05/05 Paciente C Contato com B de 03 a 05/05 Início dos Sintomas em 07/05 Definições de Caso • Suspeito; • Confirmado; • Descartado; As condutas para cada caso são diferentes, e pacientes são reclassificados conforme evolução clínica, quadro epidemiológico e . Definições de Caso • Suspeito; Indivíduo que apresentar doença aguda de início súbito, com febre* - ainda que referida** - acompanhada de tosse ou dor de garganta, na ausência de outros diagnósticos, podendo ou não estar acompanhada de outros sinais e sintomas como cefaléia, mialgia, artralgia ou dispnéia, com um dos vínculos epidemiológicos especificados: * Considera-se febre como a elevação da temperatura corporal acima de 37,5º C. ** Significa que o próprio indivíduo mediu a temperatura, verificou que estava acima do valor de referência e informou ao profissional de saúde. Definições de Caso Suspeito; A. Ter retornado, nos últimos 10 dias, de países com casos confirmados de infecção pelo novo vírus A (H1N1); OU B. Ter tido contato próximo, nos últimos 10 dias, com uma pessoa classificada como caso suspeito ou confirmado de infecção humana pelo novo vírus influenza A(H1N1). Definições de Caso Conduta • Coleta de material de secreção respiratória • Internação hospitalar caso apresente algum dos seguintes fatores de risco: • idade menor que dois ou maior que 60 anos de idade; • doença pulmonar ou cardíaca crônicas; • insuficiência renal crônica • diabetes mellitus; • hemoglobinopatias; • gravidez • imunossupressão primária ou adquirida. Definições de Caso Conduta • Se baixo risco, tratar ambulatorialmente; • Tratamento com Oseltamivir se identificado com até 48h de início dos sintomas; • Isolamento por sete dias após início do quadro; Definições de Caso • Confirmado; Indivíduo com a infecção pelo novo vírus Influenza A(H1N1), confirmado pelo laboratório de referência, por meio da técnica de RT-PCR em tempo real. Caso suspeito para o qual não foi possível coletar amostra clínica para diagnóstico laboratorial (ou a amostra foi inviável) E que tenha sido contato próximo de um caso laboratorialmente confirmado. Definições de Caso • Descartado; Caso suspeito em que não tenha sido detectada infecção por novo vírus influenza A(H1N1) em amostra clínica viável OU Caso suspeito em que tenha sido diagnosticada influenza sazonal ou outra doença OU Caso suspeito para o qual não foi possível coletar amostra clínica (ou a amostra foi inviável), que tenha sido contato próximo de um caso laboratorialmente descartado. Contactantes • Definição: Pessoas com exposição durante o período de transmissibilidade da doença (um dia antes e até sete dias após a data de início dos sintomas do caso suspeito ou confirmado) Obs.: crianças (menores de 12 anos de idade) infectadas podem eliminar o vírus da influenza desde um dia antes até14 dias após o início dos sintomas Contactantes A exposição deve ter ocorrido em uma das seguintes situações: Durante viagem internacional • Aviões, carros e embarcações Na comunidade • Pessoas que cuidam, convivem ou que tiveram contato direto com secreções respiratórias de um caso suspeito ou confirmado. Isolamento Domiciliar X Quarentena Domiciliar • Definição: Isolamento – Para pacientes sintomáticos; Quarentena – Para contactantes assintomáticos; • Tempo: Isolamento – 07 dias a partir do início dos sintomas Quarentena – 07 dias a partir do último contato Recomendações: Isolamento Domiciliar • Quarentena Domiciliar Voluntária •Utilizar máscara cirúrgica •Não compartilhar alimentos, copos, descartável. toalhas e objetos de uso pessoal. • Não compartilhar alimentos, copos, • Evitar tocar olhos, nariz ou boca. toalhas e objetos de uso pessoal. • Lavar as mãos freqüentemente com • Evitar tocar olhos, nariz ou boca. sabão e água, especialmente depois • Lavar as mãos freqüentemente com de tossir ou espirrar. sabão e água, especialmente depois • Manter o ambiente ventilado de tossir ou espirrar. • Caso tenha que sair, evitar locais • Manter o ambiente ventilado públicos e aglomerações. • Evitar contato próximo com pessoas. Redução da Transmissão por Contato • Intensificar higiene pessoal: assegurar possibilidade de limpeza adequadas das mãos; • Intensificar higiene ambiental: aumentar a freqüência de limpeza de áreas de circulação de pessoas utilizando produtos adequados; • Reduzir aglomeração: escalas de trabalho alternativas, evitar contato interpessoal (aperto de mãos, beijos) Redução da Transmissão Respiratória • Aumentar a ventilação: Manter as áreas abertas e ventiladas, não utilizar condicionadores de ar. • Equipamentos de proteção individual: Utilização de máscaras apropriadas (cirúrgicas). • Reduzir aglomeração de pessoas: Evitar concentração de pessoas, principalmente em áreas pouco ventiladas. • Etiqueta da Tosse: Evitar contaminação do ambiente durante tosse ou espirro. [email protected] [email protected]