CYAN MAGENTA AMARELO PRETO TAB ECONOMIA 18 Jornal do Brasil A18 |JB ECONOMIA |Quarta-feira, 16 de dezembro de 2009 [email protected] MINERAÇÃO EMPRESAS MMX deve quitar dívida com entrada da Wisco Movimento de fusões deve manter-se forte em 2010 pacidade instalada de 9 milhões de toneladas de minério de ferro e prevê aumentar para cerca de 40 milhões de toneladas entre 2014 e 2015. Downey considerou que o fato de ter 50% da produção comprometida com a Wisco é favorável e revelou que a siderúrgica chinesa queria 100% no início. Empresas brasileiras devem continuar sendo assediadas por empresas estrangeiras e novas fusões e aquisições devem acontecer em 2010. Essa é a previsão do secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Antonio Henrique Silveira, anunciada ontem, durante evento da Comissão de Valores Mobiliários. – Após o fim do primeiro semestre, houve um movimento de aquisições, fruto de um preço baixo. O Brasil está sendo muito procurado, e empresas brasileiras assediadas pelo capital estrangeiro. A perspectiva é de continuidade em 2010 desse movimento – disse Silveira. A associação das redes varejistas Pão de Açúcar e Casas Bahia, anunciada no início do mês, foi a mais expressiva do segundo semestre. O casamento entre as duas empresas resultará numa rede com faturamento de R$ 40 bilhões. Segundo Silveira, o pedido de fusão das duas redes será protocolado na Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae), nesta semana, e a previsão é que um parecer sobre a operação só saia em 2010. – Não temos prazo. Não é um processo trivial ou um rito sumário. A fusão será analisada de forma criteriosa. A velocidade depende também da contribuição dos interessados – acrescentou o secretário do Ministério da Fazenda. Com agências Com agências Empresa de Eike Batista também termina projeto de mina no Chile CPDoc JB A dívida de aproximadamente US$ 600 milhões da mineradora brasileira MMX deve ser liquidada com a entrada da chinesa Wisco como sócia, a partir de um aumento de capital, segundo afirmou o presidente da empresa, Roger Downey. A operação deve ser realizada no início de 2010. O aporte da Wisco será de US$ 400 milhões, segundo ele. Além disso, acionistas minoritários devem injetar mais US$ 260 milhões na mineradora brasileria, eliminando a dívida e possibilitando novos endividamentos no futuro para projetos de investimento. – Nossa dívida estará perto de zero e, com isso, poderemos buscar novas alternativas de funding (capital de giro), como o banco chinês de fomento – declarou Downey durante evento da Associação de Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Rio de Janeiro (Apimec-RJ). Mercado asiático Downey informou que parte da dívida, cerca de US$ 250 milhões está sendo renegociada no momento para um prazo maior. Segundo o diretor financeiro da MMX, Luis Fischman, o objetivo é alongar o prazo da dívida de 14 para 28 meses. A empresa finaliza também o projeto conceitual de uma mina no Chile, com previsão de produção de 10 milhões de toneladas por ano de minério de ferro, ainda sem data para o início da operação, visando ao mercado asiático. – A China tem um apetite insaciável por minério de ferro e todo minério de ferro que produzirmos será insuficiente. A Wisco nos escolheu justamente pelo nosso potencial de crescimento – explicou Downey. A MMX, controlada pelo empresário Eike Batista, anunciou no dia 30 de novembro a venda de 21,5% de seu capital para a Wisco (Wuhan Iron & Steel Corp) por US$ 400 milhões. O acordo também inclui um contrato de 20 anos relativo a fornecimento de minério de ferro à empresa chinesa e a construção de uma usina siderúrgica integrada no Porto de Açu, da LLX, outra empresa do grupo. O contrato é baseado no preço benchmark (referenciado), ou seja, acertado por uma siderúrgica com seus clientes e seguido pelas demais. A MMX garante a oferta de 50% do minério de ferro a ser produzido na unidade de Serra Azul do sistema MMX Sudeste, com a possibilidade de aumento do fornecimento em pelo menos 50% do minério de ferro a ser EXPANSÃO – A MMX quer alavancar capacidade instalada até 2015 produzido na unidade de Bom Sucesso. A Wisco produz 31 milhões de toneladas de aço anualmente e tem o objetivo de elevar essa capacidade para até 80 milhões de toneladas. A MMX consiste na MMX Corumbá e a MMX Sudeste, esta última será ampliada para 33 milhões de toneladas entre 2014 e 2015, informou Downey. A MMX tem atualmente ca- ARTIGO Utopia e esperança de um mundo possível SOCIEDADE ABERTA Robson Campos Leite PETROLEIRO efletir sobre utopia – em especial na época em que se renovam os sonhos com as preparações cristãs do Natal e do Ano-Novo – é algo bonito, pois nos remete ao futuro enchendo-nos de esperança. A nossa sociedade, tão carente de valores coletivos, vive uma crise que eu tomei a liberdade de batizar com o nome de “crise da privatização dos sonhos”. A “minha” carreira, o “meu” salário, o “meu” carro, a “minha” casa estão, infelizmente, ganhando cada vez mais espaço ao “nosso” emprego, à “nossa” cidade, ao “nosso” estado e ao “nosso” país. Poucos, infelizmente, são motivados a colocar o “bem comum acima de tudo” na luta cotidiana da vida. A sociedade moderna, que está conseguindo se destruir pela imposição desse fenômeno do individualismo como pilar de sustentação do neo- R liberalismo, está doente. É preciso, urgentemente, de um remédio. De uma solução. E ela não virá apenas dos políticos ou dos líderes globais, mas virá sobretudo do coletivo. Virá dos verdadeiros valores de uma sociedade plural e voltada para o bem comum que conseguirmos plantar a partir de agora. Mas, para isso, precisaremos de coragem. Coragem de, por exemplo, construir a nossa carreira para fazer o que se gosta, em vez de buscarmos a nossa formação em “onde se ganha mais”. Coragem para romper com as amarras dos terríveis “contra-valores” pautados no consumismo egoísta e desenfreado do “ter” que está destruindo o “ser humano” socialmente e ambientalmente. Coragem de romper com as amarras que submetem o ser humano à economia quando, na verdade, deveria ser o contrário. E, principalmente, coragem de romper com as amarras dos padrões – inclusive econômicos – impostos em nossa sociedade onde, infelizmente, quem não está neles está “fora de moda”, “desatualizado” ou “ultrapassado”. Talvez por isso que haja tanto ódio no mundo pelo “diferente”. Intolerância pela cultura do diferente. De todos os rompimentos necessários a essa mudança, o da intolerância talvez seja o mais importante e o mais desafiador para essa construção de um novo mundo possível. É algo profundamente lamentável achar que a cultura do outro é pior do que a nossa quando, na verdade, ela é apenas diferente. O grande mestre Paulo Freire, que ensinava preocupando-se em libertar as pessoas formando-as como cidadãs ativas e conscientes, dizia que compreender a cultura do outro, respeitando-a e valorizando-a, é algo indispensável nas relações humanas. Certo dia, em um projeto voluntário que participo em uma comunidade pobre no Rio de Janeiro, uma senhora disse-me ter vergonha da pouca cultura dela. Ela falou isso logo depois de uma palestra onde um médico ensinava sobre a importância da higiene na preparação dos alimentos. Naquele momento, eu chamei o médico para participar da conversa e perguntei a ele como fazer uma galinha ao molho pardo. Ele me respondeu afirmando, categoricamente, que não fazia a menor idéia, pois nunca havia cozinhado na vida. Logo em seguida, eu me dirigi para essa senhora, aluna do nosso projeto na comunidade e uma exímia cozinheira e dona de casa, e perguntei se ela sabia como preparar a tal galinha ao molho pardo. Ela deu uma verdadeira aula de culinária para nós dois. Ficamos com água na boca. Ao final de sua explicação, eu disse a ela: “D. Maria, se eu estivesse em um navio afundando e precisasse escolher alguém para ficar comigo no bote salva-vidas que teria como destino uma ilha deserta onde o único alimento disponível fosse uma galinha viva, certamente essa pessoa não seria o nosso amigo médico que acabou de dar a palestra sobre higiene no trato com alimentos, mas a senhora”. Depois desse episódio, D. Maria percebeu o seu valor. Ela se sentiu valorizada em função, exatamente, da sua cultura. O exemplo acima, assim como muitos outros que poderiam consumir linhas e parágrafos de re- flexão, é uma prova cabal sobre a necessidade do choque de valores que a nossa sociedade carece. Precisamos de empresas, funcionários e membros de uma sociedade onde as diferentes culturas precisam ser valorizadas e respeitadas. Sei que é difícil essa mudança, mas podemos e devemos tentar alcançar essa utopia mantendo acesa em nossa alma a chama da esperança. Para terminar, vou deixar aqui uma reflexão que vivenciei durante uma conversa que tive com um amigo meu que é médico. Perguntado por mim sobre como ele enfrenta a possibilidade da perda na morte de seus pacientes, ele disse que não tem medo de enfrentar a questão da morte do homem, mas o que o apavora é quando ele se vê obrigado a enfrentar os pacientes que trazem em si a morte, no fundo de suas almas, da esperança. Swap DI x pré 90 dias................................8,70/8,80% a.a Taxa Anbid 1 dia Para 14/12/2009..............................8,55% a.a TBF (%) Bolsas Euro* 12/12/2009 a 12/01/2010.............. 0,6104% US$/¤...................................1,45100/1,45115 R$/¤.............................2,5463599/2,5477841 Poupança TBF (%) 14/12/2009 a 14/01/2010.............. 0,6862% Bovespa - Índice ................................69.310,81 Bovespa (var. %) .......................................-0,06 Nasdaq - Índice....................................2.201,05 Nasdaq (var. %) ........................................-0,50 Nova York - Índice .............................10.452,00 Nova York (var.%) ......................................-0,47 TR (%) tjlp (% a.a.) Câmbio/Dólar (R$/US$*) 12/12/2009 a 12/01/2010 0,0000% De 1º/10/2009 a 31/12/2009..................6,85 TR (%) Ouro >> Indicadores do mercado Juros Selic (meta/efetiva % a.a) ............ 8,75%/11,18% a.a CDB pré 30 dias .............................................6,30/8,65 CDB pós 120 dias .................................... 9,50/10,50+tr DI Over taxa média .............................8,62% a.a DI Over taxa média(a.m.) ......................... 0,98% Swap DI x pré 30 dias................................8,60/8,70% a.a Swap DI x pré 64 dias................................8,65/8,75% a.a 16/12/2009....................................... 0,5457% 13/12/2009 a 13/01/2010 0,0000% TR (%) 14/12/2009 a 14/01/2010 0,0260% TBF (%) 13/12/2009 a 13/01/2010.............. 0,6426% Ouro (g) BM&F................................. R$ 63,500 Ouro (onça troy*) NY ................ US$ 1.120,700 *1 onça troy = 31,103 g Robson Leite é professor universitário, educador popular, escritor e autor do livro “Fé e Política se Misturam? Uma reflexão necessária” [email protected] Peso argentino* $/US$ ..................................3,81250/3,81250 R$/$ ............................0,4603016/0,4605115 Ptax**......................................1,7549/1,7557 Paralelo ...................................1,8500/1,9500 Cabo (BC) ................................1,7330/1,7730 *Compra/venda **Taxa média do Banco Central Turismo Mais informações no site http://jbonline.terra.com.br/ editorias/economia São Paulo..................................1,6700/1,8100 Rio............................................1,6800/1,8500