Ana Cláudia Poléri Machado
Aplicações do Agregado Trióxido Mineral (MTA) em Endodontia
UNIVERSISADE FERNANDO PESSOA
FACULDADE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Porto, 2014
Ana Cláudia Poléri Machado
Aplicações do Agregado Trióxido Mineral (MTA) em Endodontia
UNIVERSISADE FERNANDO PESSOA
FACULDADE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Porto, 2014
Ana Cláudia Poléri Machado
UNIVERSISADE FERNANDO PESSOA
FACULDADE CIÊNCIAS DA SAÚDE
Trabalho apresentado à Universidade Fernando
Pessoa como parte integrante dos requisitos para
obtenção do grau de Mestre em Medicina Dentária
Resumo
O Agregado Trióxido Mineral ( MTA) é um material que tem sido utilizado já à vários
anos devido às suas boas propriedades mecânicas, físico-químicas e biológicas. Após
esta descoberta vários autores têm mostrado muito interesse em desenvolver estudos no
âmbito de melhorar as aplicações e propriedades do MTA em Endodontia.
Este
trabalho
foi
realizado
no
âmbito
da
disciplina
“Projeto
de
Pós
Graduação/Dissertação” para obtenção do título de mestre em Medicina Dentária. O
objetivo deste trabalho foi, através de uma revisão bibliográfica sobre o Agregado
Trióxido Mineral e a sua aplicação em Endodontia, analisando as suas propriedades
físicas- químicas e biológicas, realizando uma interligação com as suas aplicações em
atos clínicos.
Foram usados alguns recursos sobre o tema, tais, como, bases de dados em linha, teses
e revistas,com as palavras-chave: “MTA”, “Apicetomia”,”Pulpotomias”, “Fraturas
radiculares”,
Proteção
pulpar
direta”,“Apicoformação”,“apexogénese”,
“apexificação”, “Reabsorções Internas e Externas” e “ Perfurações de Furca e
Radiculares”,”Apexification”,”Mineral Trioxide Aggregate”,”Pulpotomy”. Tendo em
atenção artigos disponíveis on-line, nos motores de pesquisa Pubmed, Scielo e Google
Scholar.
O MTA é considerado um material de eleição em alguns tratamentos Endodônticos,
comparado com outros cimentos, embora possa ser utilizado em outras áreas clínicas
inerentes à Endodontia. Não promove uma inflamação tecidual significativa, permitindo
uma reparação do órgão pulpar.
5
Abstract
The Mineral Trioxide Aggregate ( MTA ) is a material that has already been used for
several years due to its good mechanical , physical, chemical and biological properties .
After this discovery, several authors have shown much interest in developing
curriculum in the context of improving the applications of MTA in Endodontics .
This work was performed under the discipline " Project Graduate / Master " to obtain a
Master's degree in dentistry , the aim of this study was , through a literature review on
the Mineral Trioxide Aggregate and its application in Endodontics , analyzing the
physicochemical and biological their properties, making a connection with their
applications in clinical acts .
Some resources on the topic , such as , online databases , theses and journals, with key
words were used : " MTA " , " Apicetomia " , " Pulpotomy " , " root fractures ," direct
pulp protection " ,” Apicoformação”, " apexogénese " , " apexificação " , " Internal and
External resorptions " and " furcation perforations and Root”,”Apexificaton”,”Mineral
Trioxide Aggregate”, “Pulpotomy”.Taking into account articles available online, in
search PubMed , SciELO and Google Scholar engines .
The MTA is considered to be a material of choice in some endodontic treatment, as
compared to other cements , but may be used in other clinical areas inherent in
endodontics . Does not promote significant tissue inflammation, allowing for repair of
pulp organ.
6
Dedicatória
Quero agradecer aos meus pais, pelo apoio, dedicação, compreensão, por todos os
valores que me têm ensinado, por todo o esforço que fizeram para me ajudar, porque
sem eles isto não seria possível. Obrigado por me terem ajudado sempre e amparado
nesta longa caminhada. Obrigada por acreditarem em mim!
À minha irmã que sempre me ajudou e apoiou nos momentos mais difíceis da minha
caminhada.
Ao meu namorado, Pedro , que me apoiou e ajudou de uma forma incondicional neste
percurso muito importante da minha vida, não me deixando nunca para trás, em todas as
circunstâncias da minha vida.
Ao meu filho querido, Afonso, dedico todo este trabalho e toda a minha dedicação para
que possa continuar a dar-lhe toda a felicidade do mundo e estabilidade. Amo-te muito
meu querido.
Ao Dr. Miguel Matos, pela acessibilidade, dedicação e apoio na realização deste
trabalho.
Aos meus colegas de faculdade, que me ajudaram sempre.
7
Lista de Siglas e abreviaturas
MTA- Agregado de Trióxido Mineral
%- Percentagem
pH- Potencial Hidrogénico
Mpa- Mega Pascal
IRM- Intermediate Restorative Material
FDA- Food and Drugs Administration
EUA- Estados Unidos da América
ERRM- EndoSequence Root Repair Material
RCE- Reabsorção Cervical Externa
Super EBA- reinforced zinc oxide cement based on a mixture of eugenol and ethoxy
benzoic acid
8
ÍNDICE
Introdução .....................................................................................................................10
II. Materiais e métodos .................................................................................................13
III. Desenvolvimento ....................................................................................................14
1. Características do MTA ...........................................................................................14
iComposição do MTA ....................................................................................................14
ii.pH.................................................................................................................................14
iii.Tempo de Endurecimento…………………………………………….......................15
iv.Radiopacidade…………………………………………………………………….....15
v.Resistência à Compressão…………………………………………………………....15
vi.Manipulação…………………………………………………………………………16
vii.Adaptação Marginal………………………………………………………...………16
viii.Microinfiltração…………………………………………………………………….17
2. Propriedades Físico-químicas ..................................................................................17
3.Análogos do MTA…………………………………………………………………...19
4. Aplicações do MTA .................................................................................................23
i. Pulpotomias ………………………………………………………………….23
ii. Proteção Pulpar Directa……………………………………………………...25
iii. Perfurações de furca e radiculares .................................................................27
iv. Fraturas radiculares ........................................................................................31
v.Apexogénese………………………………………………………………….34
vi.Apexificação\Apicoformação………………………………………………..35
vii.Reabsorções Radiculares................................................................................38
viii.Cirurgia periapical (apicetomia) ...................................................................42
5.Biodentine………………………………..…………………………………….…….44
IV. Conclusão ................................................................................................................49
V. Bibliografia................................................................................................................50
9
Introdução
A Endodontia é o ramo da Medicina Dentária, que trata das lesões e doenças da polpa e
raiz do dente. Popularmente, a Endodontia também é designada pela área da medicina
dentária que trata os canais dos dentes. Devendo estes serem tratados, para evitar a
necessidade de extração e prevenir infeções que podem ser muito perigosas para o nosso
organismo. Na mecânica dos tratamentos Endodônticos, são incorporados alguns
materiais, que ajudam as estruturas a manter a sua vitalidade e resistência.
O Agregado de Trióxido Mineral (MTA) é um pó fino hidrofilico desenvolvido por
Mahmoud Torabinejad na Universidade de Loma Linda, Califórnia/ EUA, com o
principal objetivo de manter a vitalidade pulpar, selando as áreas de comunicação do
interior do dente com o exterior. Esse material, antes de ser lançado no mercado, foi
objeto de uma série de trabalhos de investigação. Assim, foi observado que era portador
de qualidade seladora superior à do amálgama e do Super-EBA e que essa qualidade
seladora não era comprometida, quando as paredes da cavidade estavam contaminadas
pela presença de sangue. (HOLLAND et al., 2002)
O sucesso clinico e experimental do MTA está relacionado como seu ótimo equilíbrio
entre as suas propriedades físico-químicas e biológicas. De uma forma geral, o MTA
cria um ambiente desfavorável a colonização bacteriana, devido ao seu elevado pH
porem sendo ao mesmo tempo, favorável para a aderência celular inicial e seu posterior
desenvolvimento(Torabnejad et al., 1993 cit.in Torabinejad et al., 1995).
Constituindo um avanço na Medicina Dentária, especificamente na área da Endodontia,
tendo sido relatado na literatura científica pela primeira vez em 1993 por Lee Monsey e
Mahmoud Torabinejad e m 1998 este material , sendo avaliado e aprovado pela FDA
(Food and Drugs Administration), e lançado comercialmente em 1999 pela Dentsply
Tulsa Dental, Oklahoma – USA, com o nome comercial de ProRoot MTA (Santos,
2004).
Apresenta-se como um pó branco ou cinzento de fácil manipulação, composto
basicamente por óxidos minerais e iões, principalmente iões de cálcio e fosfato, os quais
10
também são componentes dos tecidos dentários, o que confere biocompatibilidade a este
material. (Torabinejad et al.,1995cit. in Ruiz et al., 2003).
O Agregado Trióxido Mineral tem sido utilizado em pulpotomias, protecções pulpares
diretas, apécificações, perfurações radiculares e de furca, fraturas radiculares,
retrobturações, sendo este uma nova alternativa possível para estas indicações clínicas.
(Ruiz et al.,2003)
É um bom selador marginal, impedindo a migração bacteriana e penetração de fluidos
para o interior do canal radicular, utilizado em locais com presença de humidade
relativa, não perdendo as suas propriedades. Ao contrário de outros materiais que
exigem um campo operatório totalmente seco, o que normalmente é difícil de obter,
principalmente nos casos de cirurgias paraendodônticas e retrobturação.(Santos,2004)
Para além destas indicações clinicas, principalmente as de caracter Endodôntico, um
dos desafios a ser ultrapassado, é desenvolver um produto que possua propriedades
capazes de tratar com eficiência o órgão pulpar, trazendo menos danos
tecidulares.(Santos,2004)
O MTA tem o pH após a sua manipulação de 10,2 a após 3h é de 12,5 , permanecendo
constante, a sua radiopacidade é de 7,17mm de espessura equivalente ao alumínio(
Tessare et al 2005).
Não promove uma inflamação tecidual significativa, permite o processo de reparação
em diversas situações clinicas, induzindo a formação de tecido dentinário, cementário e
ósseo ( Torabinejad et al., 1995ª ;Pitt Ford et al.,1996; Torabinejade Chivean, 1999 cit.
in Tessare et 2005).
O principal objetivo deste estudo é realizar uma análise da literatura científica atual das
aplicações clinicas do Agregado Trióxido Mineral em Endodontia.
11
Para este estudo de investigação foram desencadeados três objetivos prioritários:
 Conhecer a composição a as propriedades físico-químicas do MTA;
 Conhecer as aplicações clinicas do MTA
 Relacionar o MTA com outros diferentes materiais utilizados na Endodontia.
12
II. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste trabalho, foi feita uma extensa pesquisa bibliográfica que
decorreu de Maio a Setembro de 2013, recorrendo à base de dados, Pubmed, Scielo e
Google Scholar.
Para uma melhor compreensão do tema, esta monografia encontra-se estruturada em
capítulos, procurando abordar de forma detalhada as diferentes aplicações do Agregado
Trióxido Mineral em Endodontia.
Foram encontrados 89 artigos, em Português, Inglês e Espanhol, foram realizados os
seguintes critérios de inclusão: datados entre o ano 1993e 2013, artigos com paridade
entre o título e o maior número de palavras-chave em comum, full-text disponível online e publicados em revistas indexadas. Apenas alguns artigos foram utilizados para a
realização deste trabalho.
13
III. DESENVOLVIMENTO
1. Características do MTA
i. Composição do MTA
O Agregado Trioxido Mineral tem características muito vantajosas para o seu uso em
Medicina Dentária. Este foi desenvolvido por Mahmoud Torabinejad, Professor na
Universidade de Loma Linda, Califórnia/EUA , ( Torabinejad e chivian,1999; Ruiz et
al. 2003 cit.in Fukunaga et al.,2007).
Tem como base principal na sua composição silicato tricálcio, alumínio tricálcico, óxido
tricálcico, óxido de silicato, óxido de Bismuto e ainda pequenas quantidades de outros
óxidos minerais responsáveis pelas características físicas e químicas.(Carvalho et
al.,2005)
A análise radiográfica de difracção do MTA mostrou que este era completamente
cristalino. (Ford, 2006)
ii. pH
Analisando as suas propriedades físicas e químicas, Torabinejad et al.(1995) verificaram
que o PH não é constante. Inicialmente é de 10.2 aumentando para 12,5 , 3horas após a
sua manipulação, Fukunaga et al, 2007;Verificou que a sua acção antimicrobiana pode
estar relacionada com o valor do pH após a sua colocação. ( Carvalho et al., 2005)
Parirokb e Toraminejad acrescentaram que o elevado valor de pH é devido a uma
constante libertação de cálcio a partir do MTA e formação de hidróxido de
cálcio.(Correia,2010)
14
iii- Tempo de Endurecimento
Torabinejad e Pitt,1995, afirmam que a hidratação do Agregado Trióxido Mineral,
resulta num gel coloidal, que solidifica entre 3 a 4 horas, as características deste
material, dependem do tamanho da partícula, da proporção do pó e do liquido,
temperatura, presença de água e ar comprimido.( Cit.in Alain e Lien,2006)
iv- Radiopacidade
A medida de radiopacidade do MTA é de 7.17mm. A característica ideal para um
material obturador, relativamente a radiopacidade, este deve ser mais radiopaco que as
suas estruturas limitantes, quando se coloca na cavidade, o material que apresenta maior
radiopacidade é a amalgama, esta possui um valor de 10mm, (a radiopacidade do IRM é
de 5.30mm,Super EBA é de 5,16mm). A dentina possui uma radiopacidade de 0.70mm,
o que nos irá facilitar a distinção do MTA através dos exames radiográficos, uma vez
que este possui uma radiopacidade maior que a dentina.(Torabinejad et al.,1995 e Shah
et al.,1996 cit.in Alain e Lien, 2006)
v- Resistência à compressão
A resistência a compressão é um fator muito importante, para ser considerado quando se
coloca o material de obturação na cavidade, uma vez que irá suportar cargas oclusais.
Embora estes materiais de obturação não sofram uma pressão direta, devido a não
estarem nas superfícies externas oclusais, têm uma importância diminuta a resistência a
compressão. A força compressiva do MTA em 21 dias é cerca de 70 Mpa
(Megapascales),
a
qual
é
semelhante
a
do
IRM
e
Super-EBA,
embora
significativamente menor que a amalgama, que possui uma resistência de 311Mpa
(Megapascales). (Torabinejad e Pitt,1995 cit.in Alain e Lien,2006)
15
vi-Manipulação
O pó do MTA deve ser armazenado em recipientes selados hermeticamente, em lugares
que não possuam humidade. O pó deve ser misturado idealmente com água estéril, a
uma proporção de 3:1, deve ser colocado numa placa de vidro ou em papel, misturado
com uma espátula de plástico ou metal. Se a cavidade apresentar um pouco de
humidade, esta pode não ser limpa, uma vez que o MTA necessita de humidade para
melhorar a sua adaptação marginal, não sofrendo deste modo, alterações físico-químicas
na sua estrutura. (Sluyk et al.,1998 cit.in Fukunaga et al.,2007)
Por ser um material hidrofilico, a humidade frequentemente presente nas manobras
cirúrgicas não afecta as suas propriedades, além disso, a ligeira expansão na presença de
humidade apresenta uma grande vantagem sobre os restantes materiais( IRM,
Amálgama e o Super-EBA), normalmente usados como retroobturadores.( Torabinejad
et al.,1995; Fisher et al.,1998; Torabinejad e Chivian,1999; Ruiz et al.,2003; Páttaro et
al.,2004 cit. in Fukunaga et al.,2007)
Apesar de apresentar características ideais, alguns autores questionam o seu tempo de
presa, uma vez que é cerca de 3 horas , contrariamente o seu tempo de trabalho é cerca
de 4minutos, o que irá condicionar a sua manipulação, tomando o MTA com algumas
propriedades desfavoráveis.(Gomes-Filho et al.,2009)
vii- Adaptação Marginal
Um material de obturação ideal, deve aderir e adaptar-se as paredes da dentina. Nesse
sentido, Torabinejad e Col,1993, realizaram um estudo para analisar a capacidade de
adaptação marginal do MTA, a maioria das raízes seccionadas longitudinalmente,
mostram a presença de espaços entre o material de obturação e as paredes da cavidade.
No caso que foi usado a amálgama, estes apresentaram um grau de adaptação mais
baixo, possuindo mais espaços entre as paredes dentinárias e o material. Ao contrário se
verificou o MTA, este obteve uma grande adaptação e uma menor quantidade de
espaços entre estes, apresentando também um menor grau de infiltração. Cit.in Alein e
Lien,2006
16
O MTA proporciona uma melhor adaptação e selamento que outros materiais usados
para as mesmas situações clinicas, as suas propriedades físico-químicas, funcionam de
igual maneira quando aplicadas nas cavidades como in vitro. Alein e Lien,2006
viii- Microinfiltração
Num estudo realizado in vitro, sobre o tempo necessário para que Staphylococcus
Epidermis penetre 3mm de espessura no amálgama, Super-EBA, IRM e MTA, quando
são utilizados como materiais obturação. A maioria das amostras que foram obturadas
com amálgama, Super-EBA e IRM, começam a deixar infiltrar apartir do 6ºdia ate ao
57ºdia. Ao contrario a maioria dos ápices que foram obturados com MTA, não mostram
infiltração bacteriana durante o período experimental (90 dias) . Demonstrando assim
uma menor infiltração quando usado o MTA, relativamente comparado com os outros
materiais usados. A sua capacidade seladora, provavelmente é devido a sua natureza
hidrofilica e a sua pouca capacidade de expansão quando endurece num ambiente
húmido. (Cit.in Alein e Lien,2006)
2. Propriedades Físicas e Químicas
O Agregado Trióxido Mineral foi desenvolvido com a finalidade de ser um material
obturador retrógrado com melhores propriedades químicas, físicas e biológicas,
ultrapassando as qualidades dos materiais existentes à época, ((IRM), Super EBA e a
amálgama). É considerado o melhor entre estes materiais. (Mota et al.,2009)
O MTA é uma modificação do cimento de Portland, sendo a principal diferença a
presença de óxido de bismuto que aumenta a radiopacidade do material. Apresenta uma
boa capacidade de isolamento, não é tóxico nem apresenta propriedades carcinogénicas.
Possui propriedades antimicrobianas, sendo estas responsáveis pela capacidade de
diminuir a infiltração. (Correia,2010)
Segundo Mota et al.2009, Compreender as características físicas e químicas do
Agregado Trióxido Mineral pode fornecer conhecimentos profundos de sua
bioatividade.
17
Corroborando com a afirmação anterior, uma vez que o MTA é um material
biocompatível que mantem a vitalidade pulpar e possui capacidade osteoindutora, pode
promover um bom selamento marginal, prevenindo também infiltrações. (Ruiz et al
2005 e Torabinejad et al 1995 cit in Kaiser et al 2011).
Não promove a inflamação dos tecidos, não é tóxico, apresenta efeito antimicrobiano,
antifúngico, possui a capacidade de selar hermeticamente, de formar osso, cemento e
dentina, promovendo a cicatrização tecidual. (Schwartz et al.,1999 e Yasuda et al.,2008
cit. in Silva et al.,2010)
O efeito tóxico dos materiais utilizados para terapia Endodôntica são particularmente
preocupantes, uma vez que pode causar degeneração dos tecidos periapicais e demora
na cicatrização de situações inflamatórias ou acidentais. (Gomes-Filho et al.,2009)
A Biocompatibilidade é o ponto mais importante, pois o sucesso do uso de biomateriais
depende desta característica que é predominantemente encontrada nas biocerámicas.
Estes cimentos Odontológicos não devem ser tóxicos e devem possuir propriedades
mecânicas e químicas, estes não devem ser apenas agentes de cimentação mas sim bons
isolantes térmicos, elétricos e químicos na proteção pulpar e reparadores em situações
acidentais. Barros et al (2012)
Existem alguns modelos experimentais usados para avaliar a biocompatibilidade de
materiais obturadores, tais como a cultura de células, esta tem a vantagem de ser
relativamente barata e rápida, podendo determinar a realidade e reprodutibilidade do
material experimental. (Gomes-Filho et al.,2009)
Estudos realizados por Holland et al. (1999, 2001) demostraram a capacidade eficiente e
biocompatível do Agregado Trióxido Mineral usado em perfurações radiculares,
capeamento pulpar, retrobturações e pulpotomias, estes resultados estão relacionados
com a capacidade elevada de biocompatibilidade do MTA, considerando este menos
citotóxico que o cimento de óxido de zinco e Eugenol ( Chibinski, Czlusniak, 2003).
18
O Agregado Trióxido Mineral, possui a capacidade de estimular a libertação de
citocinas de células ósseas, o que promove a formação de tecido mineralizado ( koh et
al., 1995 e Eidelman et al.,2001 cit in Moretti 2008).
Torabinejad et al 1995 (cit in Chibinski, Czlusniak 2003, p.5):
"Segundo Torabinejad et al (1995a) as principiais moléculas do MTA são iões de cálcio
e fósforo. Por serem os principais componentes dos tecidos dentais, há excelente
biocompatibilidade do MTA com Células e tecidos. A biocompatibilidade é
comprovada pelo estímulo à formação de tecido duro, uma vez que apenas células
pulpares vivas são capazes de neoformação tecidual."
Segundo Barros 2012, o Agregado Trióxido Mineral, (cit in Barros,2012 p.1):
" Além da sua excelente capacidade seladora, apresenta biocompatibilidade com os
tecidos perirradiculares e induz a formação de cementoblastos e osteoblastos."
3.Análogos do MTA
Existem algumas formulações novas do Agregado Trióxido Mineral (MTA), indicadas
para servirem de cimentos obturadores, estes cimentos são o Endo-CPM-Sealer e MTA
Fillapex . Após uma avaliação in Vitro da capacidade de selamento destes cimentos
Endodônticos, concluiu-se que o MTA Fillapex apresenta menor infiltração apical,
contrário do cimento endodôntico EnDo- CPM- Sealer que apresentou maior infiltração
apical, não sendo este tão promissor como uma nova formulação de Agregado Trióxido
Mineral, embora outros estudos são necessários para melhorar a análise e
comportamento destes materiais. (Moreira et al.,2009)
O MTA Fillapex foi criado recentemente, a sua composição após a mistura é
basicamente MTA, salicilato de resina, resina natural, bismute e sílica. Este MTA
Fillapex é o primeiro sistema pasta, versátil para qualquer método de obturação,
apresenta excelentes propriedades de manipulação e menor desperdício devido a sua
facilidade de manipulação. (Kuga,Campos,2011 cit.in Rawtiya,2013)
19
Kuga, Campos,2011, afirmam que a pasta de MTA Fillapex contém 13,2% de MTA,
este MTA contido na pasta produz uma impressionante vedação hermética, em que as
partículas do MTA ao expandir-se impedem microinfiltrações. A outra pasta do MTA
Fillapex, contem silicato de resina, este é biologicamente compatível com os tecidos
circundantes, o que não irá ser citotóxico nem produzir efeitos mutagénicos.
(Rawtiya,2013)
O MTA Fillapex possui uma composição similar ao Agregado Trióxido Mineral, apenas
é diferente na adição de resina natural e de sílica nanoparticulada ( Vidotto et al.,2011).
MTA Fillapex possui um tempo de trabalho de 35 minutos, ideal para casos de
múltiplos canais radiculares. (Rawtiya,2013)
Estrela et al.,1995 e Holland et al.,2001 (cit. in Kuga et al., 2011), afirma que o MTA
Fillapex, possui um pH alcalino tendo assim capacidade de estimular a Mineralização
óssea.
Segundo Vidotto et al., 2011, o MTA Fillapex possui uma óptima radiopacidade em
comparação com outros materiais seladores. Sagson et al. 2012, refere que a
composição do MTA Fillapex contém resina natural, sílica nanoparticulada, resina
diluída e trióxido de bismuto. Trata- se de um cimento pasta- pasta, em que numa pasta
possui o princípio ativo MTA e na outra uma pasta à base de disalicilato, que quando se
misturam forma um polímero iônico ( Holland et al. 1999 cit. in Moreira et al. 2009).
Grossman, 1958 (cit in Vidotto e al. 2011), refere que o MTA Fillapex é uma nova
opção de selamento Endodôntico, pois as suas características e propriedades físicas
evidenciam-no como um selador bastante promissor sendo considerado ideal.
O MTA divide-se em dois tipos, o cinzento e o branco, o que difere é a quantidade de
ferro, alumínio e óxido de magnésio presente nestes. O MTA possui alguns nomes
comerciais, MTA Pro-Root® (Dentsply), MTA Pro-Root® branco ( Dentsply), MTAAngelus®, MTA Angelus® branco e MTA BIO.( Rao, Rao, Shenoy,2009)
20
Segundo Rao et al.,,2009,) o MTA Angelus possui mais óxido Bismuto, comparado
com o MTA Pro-Root, sendo o MTA Angelus mais radiopaco que o MTA Pro-Root.
Embora esta afirmação nos leve a pensar, que estes são diferentes, vários estudos
comprovaram o contrário. Relativamente a um estudo sobre microfiltrações marginais
em retrobturações com corante Rodamina a 0,5% e entre materiais retrobturadores,
como o MTA, concluíram que o Pro-Root® e o MTA Angelus® não têm grandes
diferenças significativas, ou seja, apresentam graus de infiltração semelhantes. Neste
estudo também se comparou as propriedades do Ionómero de vidro, tendo este melhores
resultados. (Hellwing,2007).
Alguns estudos sobre Microinfiltração, mostraram que o cimento MTA ProRoot,
mostrou superior capacidade de proteção contra microinfiltrações que o óxido de Zinco
Eugenol. (Torabinejad,2010 cit. in Rawtiya et al.,2013)
Os MTA Pro-Root contem silicato dicalcio, silicato tricálcico e óxido bismuto, contem
menos gesso que o cimento Portland. O cimento MTA Pro-Root não provoca
inflamação, este colocado em volta do cemento provoca na maioria um reparo da zona
lesada. (Aggarwal V et al.,2013)
ProRoot Endo Sealer (Dentsply Tulsa Dental Specialities) é um cimento Endodôntico,
cujo a sua composição é silicato de cálcio, usado em conjunto com outro material
obturador, o seu componente líquido é constituído por um polímero dissolvido em água.
A sua mistura tem a proporção líquido pó de 1:2, o componente líquido, o polímero,
tem como principal finalidade, modificar algumas propriedades do MTA, tornando este
mais fluidificante. ( Rawtiya et al.,2013)
Uma nova formulação do cimento Portland foi rotulado como Endo-CPM-Sealer (CPM
Sealer; EGEO SRL, Buenos Aires, Argentina) este foi criado para ser usado como
selador de canais radiculares. A sua composição após a mistura, torna-se no Agregado
Trióxido Mineral; alginato de propileno glicol: 1%; propilenoglicol: 1%; citrato de
sódio: 1% e cloreto de cálcio: 10% , de acordo com o fabricante. A composição química
21
é semelhante ao MTA, mas tem a adição de carbonato de cálcio para reduzir o
pH.(Gomes-Filho et al.,2009)
De acordo com Vasconcelos et al.,2009, o Endo-CPM-Sealer, tem um pH alcalino e
uma capacidade de libertação de iões de cálcio.( Rawtiya et al.,2013)
Alguns estudos têm demostrado que a adição de cloreto de cálcio ao MTA reduz o
tempo de fixação, melhora a sua capacidade de vedação e facilita a sua inserção nas
cavidades sem interferir com a sua biocompatibilidade. (Camilleri,2007 cit. in Rawtiya
et al.,2013)
Torabinejad,2010, ao analisar o Endo-CPM-Sealer e o MTA Angelus Cinzento, quanto
a sua capacidade de vedação em tampões apicais, observou que não há diferença entre
estes. (Rawtiya et al.,2013)
O selador CPM possui uma boa actividade antimicrobiana e uma radiopacidade
satisfatória, num estudo feito por Tanomaru et al.,2007 sobre citotoxicidade em
fibroblastos, este não apresentou citotoxicidade. (cit .in Rawtiya et al.,2013)
MTA Obtura (Angelus, Angelus Odontologica, Londrina, PR, Brazil) é um selador que
foi desenvolvido através da substituição da solução salina por uma resina liquida , a
composição deste cimento é semelhante ao MTA Angelus cinzento, consistindo no
cimento Portland com óxido de bismute. (Rawtiya et al.,2013)
O MTA Obtura foi desenvolvido com o principal interesse em combinar todas as
propriedades biológicas e a capacidade de vedação dos MTAs, existentes no mercado.
Este cimento apresentou valores de infiltração muito estáveis entre 15 a 30 dias, tal
como esperado para um material cujo a sua base principal é o MTA, embora aos 60 dias
o MTA Obtura apresentou um aumento considerável de infiltração. (Rawtiya et al.2013)
Bernardes et al.,2010, através de um estudo afirmou que o MTA Obtura apresenta uma
taxa baixa de fluidez, o que irá provavelmente penetrar com maior dificuldade em
canais ramificados e irregulares. (cit.in Rawtiya et al.,2013)
22
Contudo vários autores demonstram que apesar de ter uma baixa taxa de fluidez, esta foi
superior ao mínimo exigido pela ADA, com uma taxa de fluidez no valor de 57.
(Gomes-Filho et al.,2012; Torabinejad et al.,2010; Torabinejad et al.,1993 cit. in
Rawtiya,2013)
Segundo Cogo et all 2008 ( cit. in Cogo et al., 2008) foram comparadas diferentes
marcas e tipos de MTA( branco e cinzento). Os resultados evidenciaram que todos os ,
materiais apresentaram comportamentos físicos e biológicos similares. Concluindo que
hoje em dia, se pudermos usar o MTA Angelus e ter os mesmos resultados que o MTA
importado (Pro- Root MTA),vamos poder reduzir os custos dos tratamentos.
4.Aplicações do MTA
i. Pulpotomias
A Endodontia possui vários tipos de medicação para a terapia da polpa vital, o
Agregado Trióxido Mineral faz parte deste grupo de medicação, sendo atualmente o
mais promissor. Este surgiu como uma nova alternativa na busca pelo material capaz de
“ cicatrizar”
pós- pulpotomia e induzir a formação de tecido duro, graças ao seu
elevado grau de biocompatibilidade com o tecido conjuntivo adjacente e os tecidos
mineralizados (Chibinski, Czlusniak, 2003).
Uma vez que a pulpotomia, mantem o tecido pulpar da raiz preservado e permite a
restauração coronária, trata-se de um procedimento eleito. (Ferreira et al.,2009)
Kramer, Faraco Jr e Feldens,2000 afirmam que a pulpotomia implica a amputação da
polpa coronária vital seguida pela medicação dos cotos radiculares, com o principal
objetivo de manter a vitalidade do tecido pulpar remanescente. Partindo-se de um
diagnóstico clínico e radiográfico corretos, apesar de nem sempre a pulpotomia
promover a "cicatrização" do remanescente pulpar, esse procedimento permite a
permanência do dente na cavidade oral, exercendo uma função de unidade biológica
hígida. (Chibinski, Czlusniak, 2003)
23
A pulpotomia é o procedimento mais eleito atualmente, preservando assim o tecido
pulpar da raiz e permitindo a restauração coronária. Após a lesão da polpa, uma das
mais importantes práticas em Odontopediatria é a preservação dos dentes
decíduos. (Ferreira et al.,2009)
Massara et al.,1996, acrescentou que a pulpotomia pode desencadear três processos
dependendo da medicação escolhida. Pode resultar em desvitalização (mumificação),
preservação (desvitalização mínima, sem formação de tecido reparador) ou regeneração
do remanescente pulpar( reparação e formação de tecido mineralizado). (cit in.
Chibinski, Czlusniak, 2003)
O material usualmente utilizado para pulpotomias era o Formocresol, tendo como
componente principal o formaldeído. No entanto ao longo dos anos foi diminuída a
utilização deste, devido à preocupação quanto à sua toxicidade. ( Noorallahian,2008 e
Innes, 2007 cit in Volpato, p.95)
No estudo de Moretti et al 2008, foram realizadas pulpotomias em 43 dentes decíduos,
dispondo- os em três grupos: Hidróxido de Cálcio, MTA e Formecresol. No grupo do
hidróxido de cálcio, os dentes apresentaram uma barreira mineralizada, nos dentes que
não foi formada esta barreira, houve reabsorção interna. Resultados melhores obtidos
no grupo dos dentes tratados com MTA, independentemente da formação da barreira
mineralizada, estes apresentaram sucesso clínico e radiográfico sem haver existência de
sintomatologia pós- operatória e sinais de infeção periodontal tanto clinicamente como
radiograficamente até ao final do estudo.
Num estudo realizado por Accorinte Mde et al.,2008 foi comparada a resposta da polpa
dental em seres humanos realizando pulpotomias. Foi empregue o Hidróxido de Cálcio
e o Agregado Trióxido Mineral como material de recobrimento. Foram realizadas 40
pulpotomias de dentes permanentes. As polpas foram capeadas com o Agregado
Trióxido Mineral e com o Hidróxido de Cálcio e os dentes foram observados em 30 e
60 dias para os dois materiais avaliados. Após este período de observação, os dentes
foram extraídos e avaliados histologicamente. (cit in.Kaiser et al.,2011)
24
Verificou-se formação de uma ponte de dentina, embora o hidróxido de cálcio, após 30
dias, mostrou um desempenho superior em comparação com o Agregado Trióxido
Mineral, embora neste mesmo período o hidróxido de cálcio apresentou maior resposta
inflamatória e que o agregado trióxido mineral. Após 60 dias, ambos os materiais
apresentaram uma resposta histológica muito parecida com bons resultados, havendo a
formação de ponte de tecido duro em quase todos os casos e com baixo infiltrado
inflamatório. (Kaiser et al.,2011)
Conclui-se que ao substituirmos o Hidróxido de Cálcio pelo Agregado Trióxido Mineral
em procedimentos de pulpotomias, pode funcionar como uma melhor barreira física
capaz de selar o tecido pulpar sem ausência de sintomatologia dolorosa, mantendo
assim a vitalidade pulpar. ( David et al 2006 cit. in Mello et al 2011 e Fidalgo et al
2009)
Briso et al.,2006 analisou 37 dentes de dois cães, com proteção pulpar, utilizando para o
Grupo pasta de idr
ido de C lcio e para o Grupo II proteção pulpar com MTA. Os
resultados apresentados pelo Grupo II foram significativamente melhores que os do
Grupo . Dos 1
casos tratados com
idr
ido de C lcio, apenas 7 apresentaram
formação completa de ponte de tecido duro, 3 com defeitos na formação e 1 caso com
formação apenas nas paredes laterais. Em relação ao do MTA houve resposta pulpar,
desencadeou formação de uma ponte de tecido duro, encontrada em 12 dos 18 casos
tratados. Apesar de ambos os grupos apresentarem resposta pulpar com formação de
tecido duro, conclui-se que o MTA obteve melhores resultados. (Kaiser et al.,2011)
ii- Proteção Pulpar Direta
A dentina e a polpa como parte integrante, denominada por Complexo Dentinopulpar,
perante agrecções, como cáries e traumatismos, deve-se fazer uma abordagem
terapêutica de proteção a esses tecidos. O emprego dos materiais de proteção do
Complexo Dentinopulpar, depende da espessura de dentina remanescente, das
propriedades mecânicas e biológicas do material protetor e da técnica utilizada para
confeção das restaurações definitivas. (Freires, Cavalcanti,2011)
25
A Medicina Dentária cada vez mais esta assente nos métodos conservadores, tendo
como principal objetivo a proteção do órgão pulpar. As lesões reversíveis que afetam o
tecido pulpar são tratadas atualmente, com proteção pulpar direta ou indireta. O MTA
possui várias características favoráveis, para ser usado como capeador pulpar, tendo
como principal característica a formação de dentina, obstruindo a exposição pulpar. É
importante manter a vitalidade pulpar, tendo sempre alternativas que possam mantê-la
sã, também é enfatizado que o tratamento expectante é uma medida terapêutica que
tenta evitar a necessidade de tratamento endodôntico. (Mello et al.,2011)
Autores como Fidalgo et al., 2009, reafirmam o que foi em cima mencionado, uma vez
que pouco são os relatos descritos sobre este procedimento em dentes decíduos com
agenesia do sucessor permanente.
Embora atualmente a proteção pulpar direta seja um procedimento comprovadamente
eficaz (Fidalgo et al.,2009).
Segundo Modelli, 1998, a condição pulpar, profundidade da cavidade e a idade do
paciente são aspetos que devem ser considerados conjuntamente com o tipo de material
restaurador, para alcançar o real objetivo dessa proteção. (Mello et al.,2011)
O MTA comparado com o hidróxido de cálcio é mais eficaz na indução de
dentinogênese reparadora, também mostra melhor capacidade de vedação e estabilidade
estrutural, porém menos potente na atividade antimicrobiana, do que o hidróxido de
cálcio. Análises físicas- químicas revelaram que o MTA não age apenas como o
"hidróxido de cálcio, libertando material, mas também interage com fosfato liberando
fluidos, formando precipitados de apatite. O MTA também mostra melhor capacidade
de vedação e estabilidade estrutural, mas menos potente actividade antimicrobiana
comparada com a de hidróxido de cálcio. (Queiroz, et al.,2004; Briso, et al.,2007; Okiji
e Yosshiba,2009 cit.in Mello, Oliveira, Rangel, 2011)
Alguns estudos anteriores em que é comparado o cimento Portland com MTA não foi
observado qualquer diferença, ambos mostraram efetivos como capeadores pulpares,
Obtiveram os mesmos resultados quando utilizados como protetores pulpares,
26
induzindo a formação de ponte de tecido mineralizado e mantendo a vitalidade pulpar
do dente (Junior e Holland, 2004; Menezes, et al.,2004; Briso et al.,2006 cit.in Mello,
Oliveira, Rangel,2011).
O Agregado Trióxido Mineral quando utilizado como capeador pulpar direto, mostra ter
a capacidade de recompor o tecido pulpar mais rapidamente que o hidróxido de cálcio
(Lourdes et al.,2008 cit.in Correia,2010).
Após um estudo sobre a utilização do MTA em molares permanentes com exposição
pulpar, afirmam que o MTA pode ser recomendado como primeira escolha na proteção
pulpar de dentes permanentes. (Farei et al.,2006 cit.in Correia,2010)
Estima et al.,2009, empregaram o MTA em pulpotomias de dentes decíduos, estes
reafirmaram que todos os dentes tratados (30 dentes) por meio de controlos
radiográficos em 90 e 180 dias, apresentaram selamento marginal da câmara pulpar.
Observando a integridade das estruturas de suporte periodontal, embora não tenham
observado reabsorções, nem lesões de furca. Em suma nos molares tratados com MTA,
o êxito foi de 100% (Volpato et al., 2011).
iii. Perfurações de Furca e Radiculares
A ocorrência de lesões causadas pelas perfurações de furca, durante o tratamento
Endodôntico, por causas fisiológicas ou acidentais nem sempre têm uma resolução
fácil. (Berdinelli et al.,2007)
As perfurações podem ser causadas por cáries, acidentes durante a abertura coronária,
instrumentação excessiva, durante a remoção de materiais obturadores, reabsorções
internas as quais podem parar espontaneamente ou continuar na ocorrência da
perfuração, reabsorções externas, câmara pulpar calcificada, inadequado conhecimento
morfológico da câmara pulpar e malformações anatómicas que contribuem para a
invasão bacteriana. (Hsien et al., 2003 cit. in Berdinelli et al.,2007)
27
Aun et al., 1996; De Deus et al., 2006; Petruccelli et al., 2006; Gurgel- Filho et al., 2006
e Coutinho-Filho et al., 2006 comprovam o que os autores supra referidos
mencionaram, sendo as causas principais das perfurações, procedimentos operatórios
(acesso à cavidade, localização dos canais, preparo da entrada dos canais, preparo do
canal, acesso do canal radicular em dentes calcificados e curvos, preparo para retentor
intra radicular, desobturação do canal radicular, remoção do corpo estranho do canal
radicular),processos cariosos ou a processos degenerativos (reabsorção interna e
externa) Cit in Congo et al., (2009).
No que respeita ao prognóstico destes acontecimentos, o tempo de reação é muito
importante entre o acidente e o seu selamento. A intervenção imediata evita a
contaminação, quanto mais rápido for o selamento da zona afetada maior será a
probabilidade de reparo. O seu tamanho, largura, técnica adequada, grau de severidade
da destruição do tecido periodontal, biocompatibilidade do material influenciam o
prognóstico (Lee, 2000; Salles et al., 2000 Cit.in Berdinelli et al.,2007).
As
perfurações
Endodônticas
ocorrem
parcialmente
nos
dentes
tratados
Endodonticamente. Porém, quando descobertas e tratadas rapidamente, consegue- se
reduzir o estabelecimento de um processo infecioso no local da perfuração, o que
melhora o prognóstico e muitas vezes evita a extração do dente afectado. Aun et al.,
1996; Tsenis e Fuss (2006) Cit. in Cogo et al., (2009).
A região perfurada, pode ser contaminada por bactérias do canal radicular ou por
bactérias vindas dos tecidos periodontais, em alguns casos por ambas, causando assim
uma inflamação na região adjacente, dor, supuração, abcessos, fístulas e reabsorção
óssea, atrasando a reparação do dente. ( Tessis e Fuss 2006 cit.in Cogo et al., 2009).
A perfuração deve ser selada com um determinado material, que deve apresentar as
seguintes propriedades, biocompatibilidade ótima, fácil manipulação e ter capacidade de
promover a osteogénese e a cementogénese, promovendo aum tratamento mais eficaz.
(Juárez Broon et al., 2006;Silva, Neto,2003 e Tsesis, Fuss 2006 cit. in Cogo et al.,
2009).
28
Segundo Páttaro et al, 2004, o sucesso de procedimentos não cirúrgicos está diretamente
relacionado com a severidade do dano inicial causado no tecido periodontal, do
tamanho e localização da perfuração, da capacidade de selamento e da
biocompatibilidade do material de preenchimento, bem como da presença ou não de
contaminação bacteriana. (cit.in Fukunaga et al.,2007)
Alguns materiais têm sido analisados para promoverem o reparo das perfurações na
região de furca: Cimentos obturadores, amálgama, hidróxido de cálcio, IRM, Super
EBA, cimento de Ionómero de vidro, resina composta e um novo material que tem
apresentado resultados bastante agradáveis, o Agregado Trióxido mineral. (Berdinelli et
al., 2007)
Mahmoud Torabinejad, desenvolveu na década de 90, um material selador, já
mencionado anteriormente como MTA, com o objetivo de selar todas as comunicações
entre o sistema de canais radiculares e a superfície externa do dente. (Silva, Neto, 2003)
Marcucci et al., (2000) têm analisado várias literaturas e com base nestas afirma que o
MTA é o material que mais se aproxima das características ideais de selador para
perfurações. (cit.in Berdinelli et al., 2007)
Segundo Hsien et al., (2003) reabsorções internas causam perfurações na raiz e podem
ser reparadas cirurgicamente com MTA (cit.in Berdinelli et al.,,2007).
No estudo destes senhores, os sinais e sintomas após o uso do MTA desapareceram,
havendo um sucesso, na reparação das perfurações causadas por reabsorções internas.
(Berdinelli et al., 2007)
O MTA sozinho ou combinado, com outros materiais, permite uma maior infiltração
que o Super EBA, uma vez que o MTA precisa de 3-4h, para obter um selamento. O
MTA sozinho demora mais a promover um selamento satisfatório, que combinado com
o Super EBA. (Weldon et al.,(2002) cit. in Berdinelli et al.,2007)
29
Daudi e Saunders (2002), avaliaram a infiltração em perfurações de furca, usando o
MTA e o cimento ionómero de vidro modificado por resina, o MTA demostrou apenas
20% de infiltração embora o cimento ionómero de vidro tenha demonstrado uma
percentagem muito maior de infiltração, cerca de 90%. (cit.in Berdinelli et al., 2007)
Vários estudos foram propostos, para avaliar a capacidade de selamento periférico do
MTA, comparando- o aos mais diversos tipos de cimento como o Super EBA, cimento
de Grossman, N- Rickert, Sealapex, e também com a própria amálgama, porém todos
concluíram que o MTA tem resultados mais satisfatórios com menos infiltração
marginal. ( Torabinejad, 1993 e Baek, 2005 cit. in Britto- Junior et al., 2009)
No estudo de Ford et al., 1995, realizado em cães, comparou- se a utilização da
amálgama de o MTA, no tratamento das perfurações de furca. Estes realizaram
perfurações no soalho das cavidades pulpares dos dentes. Metade destes dentes foram
restaurados imediatamente com amálgama e MTA, e a outra metade foi tratada após seis
semanas. Após quatro meses os resultados foram recolhidos, mostrando que houve
formação de cemento sobre o MTA colocado de imediato em 83,33%, não apresentava
bactérias, ausência de proliferação epitelial, e inflamação moderada em 16,66% dos
casos. No grupo que esteve exposto durante seis semanas ao meio bucal, obteve- se uma
menor formação de cemento sobre o MTA em 28,57%, sem presença bacteriana,
embora com 42,85% proliferação epitelial e inflamação moderada de 28,57% e severa
de 28,57% dos casos. (cit. in Fukunaga et al.,2007)
Nakata et al. (1998), cit.in Fukunaga et al. (2007), obtiveram os mesmos resultados em
relação à ausência de penetração bacteriana.
Atualmente, dá-se eleição ao Agregado de Trióxido Mineral, por apresentar
propriedades físicas, químicas e biológicas favoráveis em diversas situações clínicas
(Britto-Junior et al.,2009).
30
iv- Fracturas Radiculares
Os acidentes dentários traumáticos são situações de urgência, que devem ser resolvidas
rapidamente, embora estes traumatismos devam ser tratados minuciosamente. Os
acidentes dentários, podem estar associados a fracturas ósseas, traumas aos tecidos
moles e de suporte, lesões da face e outras partes do corpo. Carvalho et al., 2008
Segundo Legasa, 2008, a maioria dos traumatismos são causados por quedas, golpes,
acidentes desportivos, acidentes automobilísticos, estando associados com os
traumatismos de dentes adjacentes, fracturas do osso alveolar e destruição dos tecidos.
Usualmente afetam pessoas com idades compreendidas entre os 11 e os 20 anos, sendo
os homens com maior prevalência deste acontecimento maioria que as mulheres.
(Legasa,2008)
Os incisivos centrais superiores são os dentes, mais vulneráveis a traumatismos, a seguir
os incisivos laterias superiores e os incisivos mandibulares. (Çaliskan, Pehlinvan,1996
cit. in Legasa,2008)
Os dentes anteriores quando sofrem trauma, comprometem a função e a estética do
indivíduo, afetando o seu comportamento. Carvalho et al., 2008
Quando se dá um traumatismo dentário várias especialidades estão englobadas para a
sua resolução, Dentística e Endodontia são as áreas mais comuns de atuação, mas pode
envolver outras áreas tais como Cirurgia, Periodontia, Prótese e Ortodontia. (Carvalho
et al., 2008)
Meurer e colaboradores cit..in Carvalho,2008 descrevem a necessidade de haver
imunização ativa antitetânica, uma vez que a alta prevalência de traumas dentoalveolares, associadas os tecidos moles adjacentes, podem desencadear uma porta de
entrada para uma contaminação, que não deve ser negligenciada.
31
Para obtermos um diagnóstico e o plano de tratamento viável devemos fazer alguns
exames clínicos, como o teste de mobilidade, indicando a presença de deslocamentos
dentários; teste de percussão, indicando a ocorrência de anquilose e de sensibilidade da
polpa; após concluído o exame clínico, devemos fazer o exame radiográfico da área
traumatizada. (Andreasen cit. in Carvalho,2008)
A fractura é detetada pela mobilidade do fragmento coronário, como está diretamente
ligado ao periodonto e a polpa dentária, ocorre uma dor elevada. Desta forma o exame
radiográfico torna- se complexo e difícil, pois a linha da fractura encontra- se paralela
ao feixe central do raio- X (Melo,1998 cit. in Carvalho et al.,2008).
As fraturas com exposição pulpar, coronorradiculares, geralmente são mais difíceis no
seu tratamento devido à natureza complexa da lesão, uma vez que atinge não só a
câmara pulpar mas também a raiz. Carvalho et al,.2008
Soares e Goldberg, 2001, escolheram como medicamento intracanalar, para polpas
necrosadas o hidróxido de cálcio, pelo seu elevado pH, apresentando propriedades
antissépticas. (Carvalho et al.,2008)
A escolha do MTA como material obturador do segmento coronário deve-se ás suas
comprovadas propriedades físicas químicas e Biológicas, apresenta menor índice de
infiltração quando comparado com outros materiais utilizados para este propósito.
Oliveira et al.,2008
Vasconcelos et al.,2006 mencionam que o procedimento inicial, num tipo de lesão
traumática é a contenção do fragmento móvel aos dentes adjacentes, usando resina
composta ou cimento ionômero de vidro( Carvalho et al.,2008).
Segundo Carvalho et al.,2008, defendem que o uso do MTA é um material
biocompatível, com aplicações efetivas nas clínicas de Endodontia, Periodontia e
Cirurgia oral. Das propriedades apresentadas por este material, destaca-se o vedamento
marginal, biocompatibilidade e indução do reparo por deposição do cemento.
32
O MTA forma uma Barreira de Tecido duro de forma rápida e eficiente, promovendo
mais rapidamente o reparo do fragmento fraturado. Oliveira et al.,2008
O MTA possui diversas vantagens como material obturador, promove menor índice de
microinfiltração em comparação com outros materiais usados, apresenta melhor
capacidade seladora e indutora de osteogénese e cementogénese e excelentes
propriedades antimicrobianas ( Holland et al.,2002, Schwartz et al.,1999 e Torabinejad
et al., 1995 cit. in Oliveira et al., 2008).
Segundo Carvalho et al.,2008, o MTA é empregado porque permite resultados clínicos
bastante satisfatórios, uma vez que permite o retorno do elemento dentário e a sua
função.
Os traumatismos dento- alveolares são acontecimentos frequentes na prática do
Médico Dentista, por isso, torna- se fundamental e imperioso que os profissionais
saibam lidar com estas situações, na maioria das vezes, stressantes para o paciente e/ou
familiares. Para qualquer tipo de traumatismo, o tempo decorrido entre o acidente e a
realização do tratamento é de extrema importância para que haja uma reduzida
ocorrência de sequelas, como necrose pulpar, alteração de cor da coroa dentária,
reabsorção óssea e radicular e até mesmo a perda de elementos dentários. (Carvalho et
al., 2008)
V- Apexogénese
Quando começa a erupção dentária, os dentes permanentes apresentam uma formação
incompleta da raiz. A polpa dentária é responsável por acabar este processo de formação
radicular. Esta produz dentina através dos odontoblastos. Se durante este processo
houver algum traumatismo, poderá afetar a sua vitalidade, havendo assim uma
interrupção na formação normal da raiz interrompendo assim a sua apexogénese. (
Ruiz, 2012).
33
As lesões traumáticas em dentes permanentes são comuns e podem afetar cerca de 30%
das crianças. O processo de desenvolvimento radicular completo, fecho da raiz, ocorre
três anos após a erupção dentária. Ruiz, 2012
Em grande parte os traumatismos dentários ocorrem antes da formação radicular estar
completa, podendo desencadear inflamações pulpares e necroses. Ruiz, 2012
Após alguns acidentes, a formação radicular pode ser interrompida, continuando o dente
incluso com presença de inflamação e necrose, devendo assim ser eliminada a
inflamação e estimular o sangramento do tecido periapical.(Ruiz,2012)
Segundo Fuks,2000 cit. in Ballet et al.,2006, para este tipo de correção radicular os
materiais de eleição são o hidróxido de cálcio e o MTA. Estes estimulam a formação de
uma barreira dentinária, mantendo o resto da polpa vital, permitindo o fecho do ápice
sem haver presença de bactérias.
Ruiz,2012 defende que o hidróxido de cálcio apesar de criar uma barreira apical, do seu
poder antibacteriano associado ao seu alto pH, o hidróxido de cálcio apresenta algumas
desvantagens.
São atribuídas algumas desvantagens ao Hidróxido de cálcio, dai ter havido a
necessidade de eleger o MTA como material de eleição para o selamento apical (Huang,
2009 cit.in Ruiz,2012).
VI- Apexificação/ Apicoformação
Os dentes que apresentam rinogênese incompleta, são aqueles cujo ápice radicular,
histológicamente não apresenta a dentina apical revestida por cemento e,
radiograficamente, quando o extremo apical da raiz não atinge o estágio 10 de Nolla,
isto é, ápice radicular completo. (Leonardo, Leal,1982 cit. in Nasser, 2002)
34
O Médico pode encontrar alguma dificuldade no tratamento Endodôntico destes dentes
devido as suas particularidades. (Nasser, 2002)
Segundo Lopes e Costa,1984,havendo necrose pulpar, o problema torna- se mais grave.
A formação normal e fisiológica do ápice, que corresponde, em quase sua totalidade, à
função pulpar, fica detida e pode conter ou não infeção, o dente ficará com o ápice
divergente, sem terminar a sua formação definitiva. (Nasser,2002)
O método mais usado tradicionalmente na indução da apexificação era o uso de pastas
de hidróxido de cálcio (Frank 1966, Guose et al., 1987 cit. in Brito- Júnior 2011).
Contudo, autores como, Lopes, Costa, 1984 ; Leite, Abbud,1986-1987; Leonardo, Leal,
1982 cit. in Nasser, 2002) relatam que, apesar das suas vantagens, o hidróxido de cálcio,
tem propriedades físico químicas não adequadas a este procedimento, por isso houve a
necessidade de melhorar estas propriedades, associando o hidróxido de cálcio a outro
material.
Vários autores, ( Cveck 1992 e Rafter 2005 cit. in Brito- Júnior et al.,2011), apesar do
hidróxido de cálcio possuir vantagens que estão comprovadas por vários estudos, este
também possui desvantagens tais como variabilidade de duração da terapia e a
necessidade de sucessivas trocas de medicação intracanalar por longos períodos, que
pode elevar o nível de reinfecção e susceptibilidade.
Em busca de novos materiais para colmatar as desvantagens do hidróxido de cálcio,
vários estudos mostram que o MTA é uma alternativa promissora na apexificação
(Felippe et al., 2006 e Mente et al., 2009 cit. in Brito- Júnior et al.,2011).
Têm sido relatadas vantagens do MTA sobre o hidróxido de cálcio, no processo de
apexificação. A possibilidade de restaurar um dente permanente de forma precoce e
menor risco de fractura da raiz, evitar alterações nas propriedades mecânicas da
dentina em razão do uso prolongado do hidróxido de cálcio e redução no tempo de
tratamento ( Andreasen et al., 2006, Simon et al., 2007, Mente et al., 2009 cit. in BritoJúnior et al., 2011).
35
Simon et al. (2009) e Witherspoon et al. (2008) (cit. in Brito- Júnior et al., 2011)
afirmam que o MTA possui também desvantagens, o número de sessões para a
conclusão da apexificação, é uma delas, embora estes alcançaram grande nível de
sucesso, independentemente do número de sessões utilizadas para a finalização do
tratamento.
Em suma, Nasser, 2002, mostra que não são raras estas situações clínicas no nosso
consultório, contudo, afirma que numa situação destas, cabe ao profissional, cautela
para a condução correta do tratamento, propiciando o fechamento apical. O que requer
várias sessões de tratamento, supervisão constante do profissional, exigindo controlo do
paciente, para que sejam respeitadas as diretrizes dadas ao paciente e o tratamento seja
concluído e preservado.
O procedimento de Apicoformação foi descrito por Nyger em 1838, embora apenas nos
anos 50, que clínicos como Granath por volta de 1959 e Marmasse por volta de 1961,
que definiram Apicoformação como uma técnica. ( Lasala, 1984 cit. in Ulloa e
Cuevas,2003).
Apicoformação consiste na formação de uma barreira apical calcificada, em dentes
necrosadas e com ápices abertos, assim, evita a sobreextensão do material de obturação,
obtendo um bom selamento. O objetivo deste tratamento é, restringir a infeção
bacteriana e criar um meio favorável para a formação de um tecido mineralizado na
zona apical (Bellet et al., 2006).
Báscones, 1998 (Cit. in Ulloa e Cuevas, 2003, p. 82):
" England definió lá apicoformación como la inducción de formación de uma barrera
calcificada apical, por medio del ápice abierto, después de una necrosis pulpar. Se han
utilizado diversos medicamentos para producir el cierre apical en dientes no vitales y
con ápices abiertos, tales como el fosfato tricálcico y el hidróxido de calcio, sendo este
último, al que se lê adjudica un mayor poder osteoinductor u osteogénico. "
36
Durante muitos anos as apicoformações foram tratadas com hidróxido de cálcio, este
puro ou combinado. Vários estudos têm sido realizados com a intenção de melhorar este
material, pois apresenta várias desvantagens, entre elas o tempo que dura o ápice a
encerrar, este varia entre 6 a 15 meses ou mais, tendo que neste período trocar o
hidróxido de cálcio ( Ulloa e Cuevas, 2003).
Expor de maneira cirúrgica o ápice e obturar o conduto através de obturação retrógrada,
são alternativas a apicoformação, que por sua vez podem ser traumáticas, sob o nível
psicológico. Devido ás frágeis e finas paredes de ápice aberto, o processo pode
complicar, contudo o método cirúrgico para o encerramento do canal deve ser utilizado
só em ultimo recurso ( Walton e Torabinejad, 1991 cit. in Ulloa e Cuevas, 2003 ).
Por estas razões alguns investigadores tentaram reduzir estas desvantagens introduzindo
o Agregado Trióxido Mineral como material selador ( Ulloa e Cuevas, 2003).
Silva et al., 2010 afirma que o hidróxido de cálcio requer mais tempo para a formação
de uma Barreira calcificada, que o MTA, representando esta ultima uma alternativa
mais adequada para este tratamento.
Segundo Ballet et al.,2006 o MTA permite a realização da Apicoformação numa sessão
apenas.
O MTA requer menos tempo na formação de barreira calcificada que o hidróxido de
cálcio, sendo este desta forma uma alternativa mais adequada (Silva et al., 2010)
VII- Reabsorções Radiculares
As reabsorções radiculares são geralmente diagnosticadas em consultas de rotina,
quando
realizadas
radiografias,
panorâmicas
ou
periapicais
ao
paciente.
Geralmente não causam dor, apenas quando a perda de estrutura radicular por
reabsorção, for severa, é que funcionalmente a retenção dos dentes afastados pode ser
comprometida (Dudic et al., 2009, Hendrix et al., 1994).
37
Quando existe um desequilíbrio entre os osteoblastos e os osteoclastos, vai desencadear
a formação de uma reabsorção radicular, no caso das reabsorções inflamatórias, este
desequilíbrio
gerado por um processo inflamatório, que propicia o acúmulo maior de
mediadores da osteoclasia. A inflamação tem como objetivo, a destruição do agente
agressor e a reparação da área afetada, nas reabsorções dentárias, a eliminação da causa
indutora da lesão, e da inflamação leva à reparação, cessando o processo de reabsorção
(Consolaro, 2005, Lamping, 2005).
Existem vários tipos de reabsorções radiculares, as reabsorções de superfície,
reabsorções radiculares internas, reabsorções radiculares externas e reabsorções
radiculares por anquilose. (Peña,2013)
As reabsorções de superfície, são um estado transitório e considerado fisiológico, ou
seja, trata-se de uma destruição pequena que se repara espontaneamente, pelo tecido
cemento-osso, não requer nenhum tratamento. (Peña,2013)
Bell em 1830, descreveu pela primeira vez o que são reabsorções internas, tratando-se
de uma complicação tardia e pouco frequente das luxações. Na grande maioria estão
associadas a tratamentos em que usamos a turbina sem refrigeração, obturações e
tratamentos dentários como pulpotomias. Caracterizam-se radiograficamente, por uma
dilatação oval no interior dos canais dentinários, esta é assintomática, uma vez que
apenas se encontra radiograficamente. (Peña,2013)
A Reabsorção Radicular Interna, também designada de Reabsorção IntraCanalar,
Odontoblastoma, Endodontoma ou Granuloma interno, representa um processo
patológico de ocorrência relativamente raro (Neville et al.14, 2005) na qual ocorre
reabsorção da face interna da cavidade pulpar
opes e i ueira
nior, 1999, cit.in
Camargo et al., 2008).
As reabsorções externas são classificadas de acordo com as características clínicas e
histopatológicas, são divididas em reabsorção superficial externa, reabsorção radicular
externa inflamatória e reabsorção por substituição, sendo a reabsorção radicular externa
inflamatória subdividida em reabsorção cervical e apical (Rood et al., 2005 cit. In
38
Camargo et al., 2008). A sua etiologia não est totalmente estabelecida, sendo a maioria
dos autores defende que o trauma o principal agente etiológico (Trope23, 1997; Lopes
e Se ueira
nior, 1999; Ruiz et al., 2002; Neville et al., 2005). Entretanto, pode estar
relacionada a outros fatores, como pulpites (Tronstad, 1988; Trope, 1997), cáries e
restaurações profundas (Consolaro, 2005). (Cit. in Camargo et al.,.2008)
Segundo Gunrajo, 1999 a reabsorção radicular interna, na maior parte dos casos, possui
um seguimento clínico assintomático, podendo ocorrer em qualquer área do canal
radicular. No entanto, relata-se que a dor pode estar presente caso ocorra perfuração
radicular
opes e i ueira
nior 1999. (Cit.in Camargo et al,.2008).
Andreasen et al. (1994), Bramante e Berbet cit. in Ferreira et al,. 2007, afirmam que
grande parte das reabsorções internas localizam-se na zona cervical, contudo podem
ocorrer em qualquer região do canal.
Nas reabsorções internas pode acontecer episódios de sintomatologia dolorosa, se
ocorrer perfuração da parede dentinária (Ne et al., 1999 cit. in Ferreira et al,.2007).
Segundo Bramante e Berbert cit. in Ferreira et al., 2007 as reabsorções internas não
tratadas podem evoluir para a parede externa da raiz, desencadeando uma reabsorção
combinada interna- externa.
Segundo Tronstad, 1991 e Heimisdottir et al., 2005 (cit. in Camargo et al.,2008), as
causas que podem desencadear reabsorção externa, são traumatismos dentários,
excessiva força no movimento Ortodôntico, Cirurgia Ortognática, tratamento
Periodontal, clareamento de dentes sem vitalidade pulpar, contudo a sua etiologia exata
ainda é pouco conhecida.
As reabsorções externas podem também estar associadas a fatores externos, como
deficiências vitaminicas, distúrbios endócrinos, doença de Paget, radioterapia e podem
ainda estar associadas a infeções debilitantes. Quando nenhum destes fatores é
identificado como causa, a reabsorção é denominada como idiopática. Dumfahrt e
39
Moschen, 1998, Heimisdottir et al., 2005, Rodd et al., 2005 e Coyle et al., 2006 (cit. in
Camargo et al., 2008).
Segundo Heithersay, 1999, as características histológicas das reabsorções externas,
variam conforme o desenvolvimento do processo de reabsorção. No estádio inicial, a
cavidade de reabsorção apresenta tecido fibrovascular e células elásticas contíguas á
superfície da dentina.
No estudo realizado por Patel e Dawood, 1997, descrevem dois casos de reabsorção
externa, em que os pacientes não apresentam dor ou sinais clínicos de reabsorção,
constatando que a causa mais provável, em ambos os casos, foi o tratamento
ortodôntico ( Macalossi et al., 2012).
Uma das características das reabsorções externas é a invasão do tecido fibrovascular na
região cervical, que pode surgir como uma mancha rosa, outra característica é a linha do
canal radicular, que pode ser vista como uma linha radiolúcida, restringida por uma
imagem radiopaca, que representa a camada de pré- dentina e dentina, o canal radicular
aparece circunscrito por uma radioluscência irregular devido a reabsorção. ( Heithersay,
1999)
Patel et al., 2009 cit. in Macalossi et al., 2012 afirma que outra possível etiologia é o
procedimento cirúrgico, uma vez que pode danificar a junção cemento- esmalte como,
por exemplo, a Exodontia do terceiro molar, durante um tratamento Periodontal,
havendo assim também a possibilidade de remoção e agressão da camada de cemento,
podendo levar a reabsorção cervical externa.
O tratamento preconizado para reabsorções externas segundo Macalossi et al., 2012,
consiste na remoção total do tecido de granulação presente na região reabsorvida,
preenchendo em seguida esta região com um material que não permita a penetração de
células elásticas e que não agredida o tecido periodontal.
Atualmente o protocolo proposto para estas situações acomete o preparo biomecânico,
seguido de curativo de demora à base de hidróxido de cálcio, por um longo período, o
40
que proporciona a difusão de iões de cálcio e de hidroxila no meio, resultando a
elevação do pH também no interior dos túbulos dentinários. ( Frank e Weine 1973,
Trope et al. 1995 e Trope 2002 cit. in Jacobonitz et al.,2008 )
As reabsorções por anquilose, são lesões do ligamento periodontal, produzindo necrose
das células do ligamento, o osso vai ocupar o espaço do ligamento, não deixando que
haja a união dente-ligamento, sendo a união predominante osso-dente, denominando-se
assim por anquilose, ou seja, ausência da inserção, ligamento periodontal, entre o osso e
o dente. Estas reabsorções são normalmente desencadeadas por avulsões, luxações
laterais com dano da tabua óssea e luxações intrusivas. (Peña,2013)
O tratamento das reabsorções para poder ser completo, o material deveria ser não
reabsorvível, biocompatível e esteticamente agradável, o Agregado Trióxido Mineral
(MTA), especialmente o MTA de cor branca, preenche esses requisitos (Ghodusi et
al.,2007 cit. in Magalhães e Werneck,2008).
Vários estudos têm demonstrado que o MTA, pode induzir reparo nos tecidos
periapicais, apresentando distinta capacidade seladora e propriedades mecânicas, até
mesmo em contacto com a humidade, designando- se assim como um óptimo material
selador ( Torabinejad e Chivian, 1999 cit. in Jacobovitz et al., 2008).
VIII- Cirurgia Periapical (Apicetomia)
A apicetomia com obturação retrógrada baseia- se no corte da porção apical da raiz do
dente, seguindo do preparo de uma cavidade na porção final do remanescente radicular
e a obturação deste espaço com um material apropriado. (Carvalho et al.,2005)
Este deve apresentar biocompatibilidade, uma boa capacidade de selamento a longo
prazo, não interferir com os processos biológicos de reparo, possua uma boa
estabilidade dimensional, não seja reabsorvido, fácil manipulação, radiopacidade e que
seja insensível à humidade. (Carvalho et al.,2005)
41
A apicetomia está indicada em casos onde o tratamento Endodôntico falhou ou em
casos de impossibilidade de acesso ao canal radicular por via coronária. (Carvalho et
al.,2005)
Flores,1996 afirma que perfurações dos dentes, reabsorções apicais, fraturas de
instrumentos, extravasamento de material obturador, lesões periapicais não tratadas,
difícil acesso ao ápice, são problemas que podem ser resolvidos com o tratamento
Cirúrgico. (Carvalho et al.,2005)
Segundo Lopes e Siqueira,1999 a terapêutica Endodonticamente cirúrgica embora seja
um procedimento invasivo, é considerada como um tratamento conservador, pois é
através deste que o órgão dentário será preservado. (Carvalho et al.,2005)
Existem várias vertentes de Cirurgia Paraendodôntica: curetagem periradicular,
apicetomia, apicoplastia, cirurgia com obturação simultânea do canal, obturação
retrógrada, retro- instrumentação associada à obturação retrógrada, rizectomia,
odontossecção e cirurgia dos quistos radiculares (Flores, 1996 cit. in Carvalho et al.,
2005).
Schwartz et al., 1999 destacam que desde 1998, onde se aprovou pela Administração de
alimentos e Drogas dos Estados Unidos, o MTA tem se tornado um material com
numerosas aplicações na área de Endodontia e o seu uso tende a uma grande expansão
(Carvalho et al 2005).
No estudo de Carvalho et al. (2005), em que um paciente do sexo feminino de 36 anos,
cujo diagnóstico ao exame radiográfico, foi uma Lesão Periapical no dente 12, a qual
não havia regredido após o tratamento Endodôntico convencional. Realizaram
apicetomia seguida de obturação retrógrada. O material a ser usado foi o MTA
Angulus®, manipulado e aplicado o material na cavidade houve a remoção dos
excessos, indução de sangramento, para que o material tomasse presa em contacto com
o sangue, reposicionamento do retalho e sutura. Em suma o MTA Angelus® mostrou
bons resultados, ou seja, mostrou ter propriedades promissoras para o seu uso em
Medicina Dentária.
42
Flores (1996), revelou que alguns materiais podem ser utilizados na retroobturação
como, a amálgama, o cianocrilato e o ionômero de vidro, no entanto Quesada (2001)
constatou no seu estudo que nenhum dente foi infiltrado com o corante azul-de-metileno
a 0,2% nos dentes apicetomizados e retrobturados com o ionómero de vidro. (Carvalho
et al., 2005)
Pizza et al. (2006) realizou um estudo, no Brasil, selecionou vinte dentes caninos
humanos, dividindo estes em dois grupos, tratados com endodontia convencional, in
vitro. Utilizando os testes de microinfiltração apical por corante rodamina B a 1%. No
primeiro grupo os dentes foram submetidos a apicetomia por uma broca em ângulo de
90º, retrocavidade com utra- som e retrobturação com MTA e no segundo grupo os
dentes foram submetidos a apicetomia por uma broca em ângulo de 45º, retrocavidade
com broca de aço esférica e retrobturação com amálgama. No final concluíram que o
grupo que utilizou o corte apical de 90º, apresentou, em média menos infiltração apical(
22,43%), quando comparado com o segundo grupo com resseção a 45º (30,06%), ou
seja, o uso do MTA apresentou uma menor infiltração apical quando comparado com a
amálgama.
Torabinejad e Chivian (1999) descrevem que a utilização do Agregado Trióxido
Mineral é uma alternativa como material retroobturador em cirurgias parendodonticas.
43
5. Biodentine
Biodentine foi promovido como um substituto da dentina, podendo este ser utilizado
nos tratamentos Endodônticos como material reparador, também conhecido como
agente redutor de água, para reduzir o teor total de água da mistura, e assim acelerar a
reação de reparação. (Aggarwal et al.,2013)
Segundo Aggarwal et al.,2013, o Biodentine é constituído por pó mais liquido. O pó é
formado pela junção de silicato tricálcico com óxido de Zircónio mais carbonato de
cálcio, os componentes principais do cimento Portland, o componente líquido é
constituído pelo cloreto de cálcio, este funciona como um acelerador da reação. O efeito
combinado do líquido mais pó, reduz o tempo de presa de 12 minutos e aumenta a
resistência à compressão.
O composto de Biodentine é formado pela junção da capsula de pó com o liquido, no
triturador por 30 segundos, tem um tempo de ação de 12 minutos. (Dammaschke,2012)
Devido à sua elevada resistência à compressão, os fabricantes recomendam, Biodentine
para ser usado como um intermediário ou como substituto da dentina sob o composto de
resina, uma vez que a presença de sangue não altera o material. (Aggarwal et al.,2013)
Este pode ser usado em coroas, ou seja, protecções pulpares, proteção de caries
profundas, preenchimento cervical, capeamento pulpar direto e indireto e pulpotomias.
Nas raízes é usado nas perfurações de canais radiculares, reabsorções internas e
externas, apexificação, obturação retrogada do canal radicular. (Dammaschke,2012)
Vários estudos têm sido feitos, ao composto de base de silicato de cálcio, Biodentine,
em técnicas de terapias pulpares vitais, os resultados obtidos têm sido positivos.
Howard et al.,2012
Segundo Golberg et al.,2009 cit in Howard et al.,2012, o Biodentine tem demostrado
bioatividade e formação de apatite.
44
Corroborando com a anterior afirmação, Laurent et al.,2012 elaborou um estudo sobre a
capacidade que o Biodentine possui em estimular as células pulpares humanas a
mineralizar a polpa, através do TGF-B1. (Cit.in Howard et al.,2012)
Laurent et al., (2012), avaliaram a capacidade de um cimento a base de silicato de
cálcio, Biodentine, induzir a síntese reparativa da dentina e investigar a sua capacidade
para modular as células da polpa TGF-b1. O Biodentine foi aplicado diretamente na
polpa dentária de um dente humano. Os resultados mostraram que o capeamento pulpar
direto com Biodentine tem uma reposta semelhante com MTA e do Hidróxido de cálcio.
Todos os três materiais induziram a uma diferenciação celular, este acontecimento pode
ser devido a um aumento da secreção das células pulpares TGF-b1. Os autores
concluíram que esse estudo fornece uma melhor compreensão dos acontecimentos
moleculares resultantes das interações entre cimentos a base de silicato e da polpa
dentária. Quando são aplicados diretamente sobre as células da polpa, induzem a
formação prematura de dentina reparadora que parece ser devido a uma modulação de
TGF-b1
Howard et al., 2012 afirma que a bioactividade do Silicato Tricálcico, possui maior
vantagem sobre o hidróxido de cálcio e sobre o Agregado Trióxido Mineral (MTA). A
sua comercialização do silicato Tricálcico é diferente do silicato de cálcio, conhecido
por cimento Portland.
O processo de tecnologia da fabricação ativa do biosilicato, elimina as impurezas
metálicas, presentes nos cimentos Portland, os silicatos de cálcio. A reação de fixação
baseia-se, na hidratação do silicato Tricálcico, este vai produzir um gel de silicato de
cálcio e hidróxido de cálcio.
Segundo Colon et al,2012, o gel criado na fabricação do Biodentine, em contacto com
iões de fosfato, cria precipitados semelhantes a Hidroxiapatite. (cit.inHoward et
al.,2012)
Colon et al.,2012 cit.in Howard et al.,2012, realizou um estudo onde comparou a
absorção de cálcio e sílica nos canais radiculares tratados com MTA e em canais
45
tratados com Silicato Tricálcico, os resultados obtidos por estes, demonstraram uma
maior incorporação do Silicato Tricálcico.
Histologicamente, o Silicato Tricálcico, demostrou uma capacidade grande de induzir a
diferenciação de células da polpa progenitoras de odontoblastos.( Howard et al.,2012)
Segundo About, 2011, a matriz mineralizada resultante do emprego do Biodentine,
apresenta características moleculares muito semelhantes a dentina. ( cit.in Howard et
al.,2012)
Um estudo realizado por Laurent et al.,2008, comparando a biocompatibilidade do
Silicato Tricálcico com o MTA e o Dycal, demonstrou que Biodentine era equivalente
ao MTA (Dentsply) embora mais biocompatível que o Dycal (Dentsply-Caulk). Cit.in
(Howard et al.,2012)
Algumas avaliações clinicas têm demostrado taxas (72,9% a 98%) de sucesso em
capeamento pulpar, cáries dentárias, usando Hidróxido de cálcio, MTA e Silicato
Tricálcio.(Bogen et al.,2008 cit.in Howard et al.,2012)
Camileri et al., (2005), avaliaram a composição química do cimento Portland, MTA
Angelus, Cimento silicato tricalcio e Biodentine, foi determinado através do uso de um
raio X fluorescência (XRF). Foram tiradas medidas ao arsênio, chumbo e cromo, em
seguida foram acopladas a plasma (ICPMS). Os resultados mostraram que todos os
cimentos foram compostos principalmente por silicato, cálcio e oxigênio que são os
principais elementos constitutivos do silicato de cálcio. Tanto o cimento Portland como
o MTA Angelus tiveram uma fase de aluminato. Enxofre só estava presente no cimento
Portland. O óxido de zircónio, óxido de tântalo e óxido de bismuto estavam presentes
em Biodentine e no MTA Angelus, mostrando que estes são radio pacificadores. Além
de água a Biodentine continha níveis elevados de cálcio e cloro.
O Biodentine apresenta um ajuste rápido, mais rápido que outros cimentos de Silicato
de cálcio, o que permite, que este seja utilizado como um revestimento, como uma base
46
ou mesmo como substituto da dentina sob materiais restauradores definitivos. (Bentley
et al.,2012 cit in Howard et al.,2012)
Sluyk e colaboradores, relatam que o MTA necessita de 72 horas de tempo de ajuste as
paredes de dentina da preparação. (Boksman, Friedman,2011 cit.in Howard et al.,2012)
Devido ao longo tempo de ajuste do Agregado Trióxido Mineral as paredes de dentina,
foi recomendado antes de restaurar com MTA, colocar um forro de Ionómero de vidro,
fotopolimerizável, promovendo assim uma barreira protetora. (Yapp et al., 2012, cit.in
Howard et al.,2012)
Um estudo realizado por Yapp et al.,2012, com o objetivo de comparar a resistência à
deflexão e à compressão da Biodentine com dois materiais de revestimento,
comercialmente disponíveis, Fuji IX (Gc América) e Vitrebond (3M-ESPE), concluíram
que todos os materiais testados conseguiram obter bons resultados à compressão e à
deflexão. (Yapp et al.,2012 cit.in Howard et al.,2012)
Han & Okiji (2011), compararam o cimento reparador Biodentine e Pro Root MTA, em
relação a absorção de Cálcio e Silício, pela dentina radicular, na presença de um tampão
de fosfato salino. Os dentes usados foram os Incisivos, estes foram instrumentados e
obturados com Biodentine e Pro Root MTA (n=20) e depois imersos em Cálcio e
Hidróxido de Magnésio, durante 30 e 90 dias, alguns espaços de dentina não foram
preenchidos, serviram como controle. A absorção de cálcio e Silício, muito
provavelmente, se fez com a modificação química e estrutural da dentina, que pode
resultar em maior resistência ao ácido e força física. Os resultados também mostraram
que o Biodentine pode ter uma capacidade de biomineralização mais proeminente do
que o Agregado Trióxido Mineral. As amostras mostraram que o Biodentine formou
mais áreas de Cálcio e Silício incorporado na dentina que o MTA. Os autores
concluíram que o Biodentine é capaz de promover liberação iónica, em quantidade
superior ao Agregado Trióxido Mineral.
47
Conclui-se que a Biodentine, quando aplicada diretamente, na polpa, induz a formação
de dentina reparadora. Tornando este material importante, em casos de dentes imaturos,
que sofrem algumas agressões, tais como cáries dentárias ou traumatismos, tornando o
seu mecanismo de reparação melhor. (Laurent et al.,2012)
48
IV- Conclusão
O Agregado Trióxido Mineral é um material que foi desenvolvido na década de 90, com
o objetivo de melhorar as propriedades biológicas e físico-químicas dos materiais
reparadores conhecidos até ao momento.
Com os vários estudos desenvolvidos, este material mostrou boas propriedades físicoquímicas, excelentes resultados biológicos quando empregado diretamente sobre a
Polpa dentária, Fracturas Radiculares, Proteção Pulpar Direta, Pulpotomias, em
Cirurgias Parenendodônticas entre outros atos clínicos inerentes a Endodontia.
Biodentine é um substituto da dentina, bastante promissor, com uma grande capacidade
de ajudar a manter a polpa vital, podendo ser usado nos tratamentos Endodônticos como
material reparador.
Alguns autores mostram algumas desvantagens na utilização do MTA, limitando a sua
utilização em Medicina Dentária, no que diz respeito á dificuldade de manuseamento,
possível alteração de cor do dente tratado, longo tempo de presa, difícil remoção e preço
elevado.
Embora o MTA possua estes inconvenientes, é um material que possui inúmeras
qualidades e versatilidade de possíveis utilizações terapêuticas em Endodontia,
mostrando ser bastante satisfatório o seu uso.
49
V- Bibliografia
Alain, Lien,(2006).Generalidades del Agregado Trióxido Mineral (MTA) Y so
Aplicación En Odontologia: Revisión De La Literatura.[Em Linha]. Disponivel em
http://www.actaodontologica.com/ediciones/2007/3/trioxido_mineral.asp [Consultado
em 21\01\14]
Aggarwal V. et al.,(2013). Comparative evaluation of push-out bond strength of
ProRoot MTA, Biodentine, and MTA Plus in furcation perforation repair. Jounal
Conservative Dentistry,16,466-465.
Amer, Z. et al. (2010). Cytotoxicity evaluation of endosequence root repair material. J
Endod;109(3):122-5.
Barros, C., Filho, W. (2012). Avaliação de selamento proporcionado pelo cimento
MTA e pasta LC em retro-obturações. Revista Brasileira de Odontologia;69(1):61-6.
Belardinelli, B., Lemos, E. Shimabuko, D. (2007). Avaliação in vitro da infiltração
marginal em perfurações de furca utilizando-se agregado trióxido mineral e resina
composta. Revista de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo;19(3):250-6.
Bellet, L., Guinot, F. Arregui, M. (2006). Aplicaciones clínicas del MTA en
Odontopediatría. Dentum;6(3):96-102.
Britto-Júnior, M., Macedo, R., Nabeshima, C. (2009). Avaliação da capacidade
seladora do Agregado de Trióxido Mineral- MTA e cimento de Grossman em
perfurações na região de furca. Elect J Endod Rosario;2(8):231-8.
Camargo, S. et al. (2008). Principais características clínicas e radiográficas das
reabsorções radiculares internas e externas. Revista de Odontologia da Universidade
Cidade de São Paulo;20(2):195-203.
50
Camilleri,J. et al.,(2005). The chemical constitution and biocompatibility of accelerated
Portland
cement
for
endodontic
use.[
Em
linha].
Disponivel
em
http://endoexperience.com/filecabinet/Clinical%20Endodontics/MTA/Portland%20cem
emnt.pdf [Consultado em 15\01\14]
Chibinski, A., Czlusniak, G.(2003). Utilização Do Agregado Trioido Mineral(MTA) em
Pulpotomias de Dentes Decíduos: Relato de Caso. [Em linha]. Disponivel em
http://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=1&ved=0
CC0QFjAA&url=http%3A%2F%2Fwww.revistas2.uepg.br%2Findex.php%2Fbiologica
%2Farticle%2Fdownload%2F366%2F374&ei=f3XmUuu_He_60gWVyIHIBQ&usg=A
FQjCNGWIvVe2kw3cl_KDk9HBBOGBKsWmw [consultado em 10/09/13]
Carvalho, M. et al. (2005). Apicetomia seguida de obturação retrógrada com agregado
Trióxido Mineral(MTA)- Relato de caso clínico. [Em linha]. Disponível em http. //
www.ufdm.br/endodontiaonline [Consultado em 08/09/13].
Carvalho, M. et al. (2008). Tratamento multidisciplinar para fratura coronorradicularRelato
de
caso
clínico.
[Em
linha].
Disponível
em
http.//
www.ufdm.br/endodontiaonline [Consultado em 03/09/13].
Cogo, D. (2009). Materiais utilizados no tratamento das perfurações endodônticas.
Revista Sul-Brasileira de Odontologia;6(2):195-203.
Correia, V. (2010). Agregado Trióxido Mineral e a sua utilização em Odontopediatria,
Tese de Mestrado. Universidade do Porto.
Dammascke, T. Biodentine a new bioactive cement for direct pulp capping. [Em Linha].
Disponivel em http://www.moderndentistrymedia.com/mar_april2012/Dammascke.pdf
[consultado em 20/10/13]
Gomes-Filho et al.(2009). Evaluation of The Effects of Endodontic Materials On
Fibroblast
viability
and
Cytokine
Production.
[em
Linha].
Disponivel
http://www.orocentro.com.br/files/file-349010979.pdf [Consultado em 20/02/14]
51
em
Estima, D. et al. (2009). Avaliação Clínica e Radiográfica do emprego do Mineral
Trióxido Agregado (MTA) em dentes decíduos pulpotomizados. Clínica Odontologia
Científica:8(2):157-62.
Ferreira, M., Leitão, J., Carrilho, E. (2007). Reabsorção Radicular Interna. Revista
Portuguesa de Estomatologia e Cirurgia Maxilofacial;48(2):121-6.
Ferreira, D., Brito, D., Cavalcanti, B. (2009). Cytokine production from human primary
teeth pulp fibroblasts stimulated by different pulpotomy agents. Journal Dental
Children;76:194-8.
Filho, J. (2006). Estudo in vitro do selamento apical de materiais retrobturadores em
função da profundidade dos retropreparos. Tese de Mestrado. Universidade Potiguar
Fidalgo, T. et al. (2009). Proteção Pulpar Direta com agregado trióxido mineral (MTA)
em molar decíduo com agenesia do sucessor permanente. Revista de Odontologia da
UNESP;38(6):383-7.
Ford, J.(2006).Mineral Trioxide aggregate: A Review of the Constituents and Biological
Properties
of
the
Material
[
Em
linha].
Disponivel
em
http://www.angelofreireendodontia.com.br/cms_wp/wpcontent/uploads/2010/05/Mineral-trioxide-aggregate-a-review-of-the.pdf[consultado em
05/07/13]
Fuentes, J. et al. (2008). Utilización del Compuesto MTA en Fracturas Radiculares
Verticales Producidas por Traumatismos sin Intervención Quirúrgica. International
Journal of Odontostomatology;2(2):203-6.
Fukunaga, D. et al. (2007). Utilização do Agregado Trióxido Mineral (MTA) no
tratamento das perfurações radiculares: Relato de caso Clínico. Revista de Odontologia
da Universidade Cidade de São Paulo;19(3):347-53.
52
Fridland, M. Rosado, R. (2003). Mineral trioxide aggregate (MTA) solubility and
porosity with different water to powder ratios. J Endod;29(12):814-7.
Hansen, S. et al., (2011) Comparison of Intracanal EndoSequence Root Repair Material
and ProRoot MTA to Induce pH Changes in Simulated Root , Resorption Defects over 4
Weeks in Matched Pairs of Human Teeth. J Endod;37(4):502-6.
Heithersey, G. (1999). Treatment of invasive cervical resorption: an analysis of results
water or 2% chlorhexidine liquid. J Endod;33(12):844-7.
Hellwig, I. (2005). Análise comparativa da microinfiltração marginal em ápices retroobturados com MTAe cimento ionómero de vidro. Tese de mestrado. Universidade
Católica do Rio Grande do Sul.
Hellwig, I. et al.,(2007). Análise comparativa da microinfiltração marginal em
retrobturações com MTA e cimento ionómero de vidro. Revista de Odontologia da
Ulbra;13(25):103-12.
Holland, R. et al.,(2002) Reaction of Rat connective tissue to implanted dentin tubes
filled with a white mineral trioxide aggregate. Brazilian Dental Journal (13):23-6
Howard, E., Levin, R. (2011). Biodentine Tricalcium Silicate Cement. [Em linha].
Disponível em http. //www.dentalaegis.com/id [Consultado em 10/08/13].
Howard, E. et al.,(2012). Biodentine, Active Biosilicate Technology for Direct and
Indirect
Pulp
Capping.
[Em
linha].
Disponivel
em
http://www.oralhealthgroup.com/news/biodentine-active-biosilicate-technology-fordirect-and-indirect-pulp-capping/1001906499/?&er=NA [Consultado em 20/02/14]
Islam, I. Chang, H. (2006). X-Ray diffraction analysis of mineral trioxide aggregate
and Portland cement. J Endod;39:220-5.
53
Jacobovitz, M., Pappen, F., Lima, R.(2009). Obturação com MTA associada à cirurgia
parendodôntica no retratamento de reabsorção radicular apical externa- relato de caso.
Revista Sul- Brasileira de Odontologia;6(2):208-13.
Junior, M. et al. (2011). Evidências clínicas da técnica de apicificação utilizando
barreira apical com agregado trióxido mineral, uma revisão crítica. Revista da
Faculdade de Odontologia;16(1):54-8.
Khalilak, Z. et al.(2012). The Effect of One-Step or Two-Step MTA plug and tooth
apical with on Coronal Leakage in ope Apex Teeth. IranJ Endod;7(1): 10-4.
Legasa, L. (2008). Fractura radicular horizontal en tercio medio con un tratamiento
inadecuado. Revista Científica Dentária;5(2):141-8.
Laurent, P. et al.,2012. Biodentine induces TGF-B1release from human pulp cells and
early
dental
pulp
mineralization.[Em
Linha].
Disponivel
em
http://www.sdclucknow.com/Journal2012/INTERNATIONAL%20ENDODONTIC%20
JOURNAL/439-448.pdf [Consultado em 25\01\14]
Macalossi, J. et al. (2012). Etiologia, diagnóstico e tratamento da reabsorção cervical
externa. Revista de Ciência Odontológica;20(39):71-80.
Magalhães, A., Werneck. E. (2008). Reabsorção radicular interna e externa em paciente
tratado ortodonticamente. Sociedade Portuguesa de Ortodontia;41(3):195- 8.
Manjuska et al.,(2013). MTA Based Root Canal Sealers[Em linha]. Disponivel em
http://www.jaypeejournals.com/eJournals/ShowText.aspx?ID=4412&Type=FREE&TY
P=TOP&IN=_eJournals/images/JPLOGO.gif&IID=344&isPDF=YES [Consultado em
12-09-13]
Mello, N., Oliveira, R., Ranger, L. (2011). Proteção do Complexo Dentinopulpar
utilizando Agregado Trióxido Mineral (MTA). Revista Pró-universus;2(2):63-70.
54
Mota, C. et al.,(2009).Propriedades e Aspectos biológicos do agregado trióxido mineral:
revisão da Literatura.Revista de Odontologia da UNESP;39(1):49-54.
Moretti, A. et al. (2008). Avaliação de pulpotomias utilizando Formocresol, Hidróxido
de cálcio e Agregado Trióxido Mineral (MTA) em molares Decíduos. Revista de
Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo;20(3):247-53.
Moreira, J. et al. (2009). Avaliação in vitro da infiltração apical dos cimentos
endodônticos: MTA Fillapex®, Endo-CPM-Sealer® e Sealaplex®. J Endod; pp. 241821.
Nasser, H. (2002). Apexificação em Molar Permanente Jovem com Ápice Incompleto e
Necrose Pulpar. Revista Gaúcha de Odontologia;50(2):84-6..
Peña, C.(2013). Reabsorciones radiculares:tipos, causas y manejo.[Em Linha].
Disponivel em http://www.gacetadental.com/2013/05/reabsorciones-radiculares-tiposcausas-y-manejo/ [Consultado em 25\09\13]
Pozza, D. et al. (2006). Analise comparativa entre duas técnicas de cirurgia
parendodôntica. Revista da Faculdade de Odontologia;11(2):60-3.
Kaiser, K. et al. (2011). Utilização do agregado Trióxido Mineral (MTA), Hidróxido de
Cálcio e Cimento de Portland em Pulpotomias. Scienc in Health;2(3):170-6.
Kuga. M. et al. (2011). Hydrogen ion and calcium releasing of MTA Fillapex® and
MTA- based formulations. Revista Sul-Brasileira de Odontologia;8(3):271-6.
Rao A, Rao A, Shenoy Ramya (2009). Mineral Trioxide Aggregate. Jornal de Clínica
Dentária Pediátrica;34(1):1-8.
Ruiz, P. Sousa, A. Carvalho, R. (2003) Agregado de Trióxido Mineral (MTA): uma
nova perspectiva em Endodontia. Revista Brasileira de Odontologia;60(1):33-5.
55
Ruiz, A. (2012). Selle apical con MTA en un diente con apexogénesis incompleta:
Reporte de Caso. Revista CES Odontologia;25(1):54-61.
Santos, A. (2004). Estudo de propriedades físicas e químicas de um novo cimento
selador endodôntico. Tese de Mestrado. Universidade Estadual Paulista.
Sagson, B. et al. (2012). Resistance to fracture of roots filled with diferent sealers. Dent
Mater J;31(4):528-32.
Silva, C. et al. (2010). Agregado de Trióxido Mineral (MTA). Aplicações em
Odontopediatria. Caderno Cientifico da Ordem dos Médicos Dentistas;(7):14-22.
Silva Neto, U., Moraes, I. (2003). Capacidade seladora proporcionada por alguns
materiais quando utilizados em perfurações de furca de molares humanos extraídos.
Journal of Applied Oral Science;11(1):27-33.
Tessare,O. (2004). Propriedades Características e Aplicações do Agregado Trióxido
Mineral-MTA. Uma Nova Perspetiva Endodôntica. Revisão de Literatura [Em Linha].
Disponível
em
http://rephip.unr.edu.ar/bitstream/handle/2133/1399/30-60-1-
PB.pdf?sequence=1 [Consultado em 23\11\13]
Torabinejad, M. et al.(1995). Physical and chemical properties of a new rootend filling
material. [Em Linha].Disponivel em http://w3.uniroma1.it/istologia/OPDdocs/MTAJoE1995.pdf [Consultado em14\12\13]
Tuna, D. Ölmez, A. (2008). Clinical long-term evaluation of MTA as a direct pulp
capping material in primary teeth. J Endod;41:273-8.
Ulloa, M., Cuevas, D. (2003). Apicoformación con Mineral Trióxide Agregado Blanco
[Em
linha
].
Disponível
em
http://www.endobarzuna.com/sites/default/files/apicoformacion%20con%20MTA%20
Dr%20Gutiérrez_0.pdf [Consultado em 10/08/13].
56
Vidotto, A. et al. (2011). Comparison of MTA Fillapex radiopacity with five root canal
sealers. Revista Sul-Brasileira de Odontologia:8(4):404-9.
Volpato, L. et al. ( 2011). O emprego do Agregado Trióxido Mineral (MTA) em
Pulpotomia de dente decíduo: relato de caso. Universidade de Cuibá de
Ciências;5(1):87-100.
Wienandts, P., Araujo, F., Velasco, L. (2002). Avaliação clínica e radiográfica do MTA
como uma alternativa para a proteção pulpar direta em dentes decíduos. Revista
Odontológica do Brasil Central;11(32):54-7.
Zerbinati, L. (2011). Avaliação da adaptação marginal após a apicetomia e selamento
apical com laser Nd:YAG. Tese de Mestrado. Universidade Católica do Rio Grande do
Sul.
57
58
Download

(MTA) em Endodontia UNIVERSISADE FERNANDO PESSOA