Camila Lehnhart Vargas COMPOSIÇÃO CORPORAL E AMAMENTAÇÃO EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA Santa Maria, RS 2006 Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 1 Camila Lehnhart Vargas COMPOSIÇÃO CORPORAL E AMAMENTAÇÃO EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Nutrição – Área de Ciências da Saúde, do Centro Universitário Franciscano, como requisito parcial para obtenção do grau de Nutricionista – Bacharel em Nutrição. Orientadora: Vanessa Ramos Kirsten Colaboradores: Heitor Lampert e Raquel Dutra Machado Santa Maria, RS 2006 Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 2 Camila Lehnhart Vargas COMPOSIÇÃO CORPORAL E AMAMENTAÇÃO EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA Trabalho Final de Graduação apresentado ao Curso de Nutrição – Área de Ciências da Saúde, do Centro Universitário Franciscano, como requisito parcial para obtenção do grau de Nutricionista – Bacharel em Nutrição. _______________________________________ Vanessa Ramos Kirsten (Orientadora – Unifra) __________________________________________ Cristina Machado Bragança de Moraes (Unifra) ____________________________________ Viviani Ruffo de Oliveira (Unifra) Aprovado em ....... de ......................................de ................... Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 3 RESUMO O câncer de mama é o tipo de câncer mais prevalente nas mulheres, sendo a principal causa de mortalidade por câncer na população feminina. São muitos os fatores de risco para o desenvolvimento da neoplasia de mama, dentre eles estão associados fatores genéticos e ambientais. Alguns estilos de vida têm sido associados a uma redução do risco de câncer de mama, como o fato de ter amamentado e controle do peso corporal. O objetivo do presente trabalho foi verificar a influência da amamentação e da composição corporal em pacientes com câncer de mama. Foram entrevistadas 48 mulheres com diagnóstico de câncer de mama, nos meses de setembro e outubro de 2006 no Hospital Universitário e na clínica Oncocentro da cidade de Santa Maria, RS. Os dados obtidos foram analisados através de estatística descritiva, teste qui-quadrado e correlação de Spearman. A idade média ao diagnóstico foi de 52 anos. A maioria tinha de 2 a 3 filhos (52,1%) e exerceu a prática da amamentação (75%), não sendo prolongada por algumas pacientes, o que potencializa o risco de desenvolvimento da doença. Em relação ao peso corporal, houve prevalência de eutrofia (37,5%), e mesmo o índice de obesos não sendo prevalente, este mostrou-se significativo (33,4% dos diferentes níveis de obesidade). O ganho de peso depois do tratamento foi elevado e verificado em grande parte da amostra. O conhecimento científico acumulado até o presente indica, que apenas alguns casos de câncer de mama podem ser explicados pelos principais fatores de risco descritos neste estudo. Palavras-chave: Câncer de mama. Fatores de risco. Amamentação. Peso corporal. ABSTRACT: Breastfeeding cancer is the most prevalent in women, representing the main mortality cause by cancer in the female population. The risk factors to develop breast neoplasia are rare, and among them genetic and environmental factors are associated. Some kinds of life style have been linked to the breast cancer reduction, as breastfeeding and body weight control. The aim of the present work was to verify the breastfeeding and body composition influence in breast cancer patients. 48 women presenting a breast cancer diagnosis have been interviewed, in between September and October 2006, at the University Hospital and at Oncocentro Clinic, in Santa Maria, RS. The obtained data were analyzed through the descriptive statistic, Qui Square Test and Spearman correlation. The average age at the diagnosis was 52. Most women had from 2 to 3 children (52%) and had performed breastfeeding (75%), which was not extended for some patients, what reinforces the disease risk development. Related to the body weight, there was prevalence of eutrophy (37,5%) and, even though the obese rates have not been prevalent, the latter was significant (33,4% of the different kinds of obesity). There was a high weight gain verified at most of the sample after the treatment. The scientific knowledge gathered up to the present indicates that only a few breast cancer cases can be explained by the main factors described in this study. Key words: Breast Cancer. Risk Factors. Breastfeeding. Body Weight. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 4 AGRADECIMENTOS À minha família; paradigma de caráter, doação e amor. Ao meu namorado, Roberto; pelo apoio, amor e carinho. Aos colegas e amigos; pela compreensão e companheirismo. Aos meus professores; além de mestres, amigos. Em especial ao Prof. Valduino; e a minha banca, Prof. Viviani e Prof. Cristina. À minha orientadora, Prof. Vanessa; pelo exemplo e dedicação. Meu reconhecimento e carinho sincero. À Clínica Oncocentro; em especial às nutricionistas Raquel e Graziela, que colaboraram com a prática deste trabalho. Ao HUSM, principalmente ao Dr. Lampert e à Dra. Maria Teresa, por oportunizar a realização deste projeto. A todos que de alguma forma contribuíram com a concretização desta idéia. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 7 2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 8 2.1 CÂNCER DE MAMA ........................................................................................................ 8 2.2 FATORES DE RISCO ........................................................................................................ 9 2.3 AMAMENTAÇÃO ........................................................................................................... 10 2.4 COMPOSIÇÃO CORPORAL .......................................................................................... 11 3 MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................................ 13 3.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA ............................................................................................... 14 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES ....................................................................................... 15 5 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................... 25 ANEXO A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................................................... 28 APÊNDICE A - Formulário .................................................................................................... 30 APÊNDICE B - Questionário Sócio-Econômico .................................................................... 31 ANEXO B - Autorização para aplicação do projeto no HUSM ............................................. 32 ANEXO C - Autorização para aplicação do projeto na Clínica Oncocent ro .......................... 33 ANEXO D - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa – UNIFRA ........................................ 34 Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 6 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Valores de média da idade no diagnóstico, idade atual, tempo de diagnóstico, idade da menarca e da primeira gestação em mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006 ......................................................................................................................................... 15 Tabela 2 - Mulheres idosas e adultas com câncer de mama que participaram da pesquisa na idade do diagnóstico e da atualidade, Santa Maria – RS, 2006 .............................................. 16 Tabela 3 - Índice de Massa Corporal (IMC) antes do desenvolvimento do câncer de mama e IMC atual na população estudada, Santa Maria – RS, 2006 ................................................... 17 Tabela 4 - Paridade (número de filhos) das mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006 ......................................................................................................................................... 18 Tabela 5 - Mulheres com câncer de mama que amamentaram ou não seus filhos, incluindo as mulheres que não tinham filhos, Santa Maria – RS, 2006 ...................................................... 18 Tabela 6 - Tempo de amamentação exclusiva e geral (com alimentação complementar) dos filhos das mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006 ...................................... 19 Tabela 7 - História familiar de câncer nas mulheres com câncer de mama analisadas, Santa Maria – RS, 2006 .................................................................................................................... 20 Tabela 8 - Dados socioeconômicos (estado civil, raça, renda e escolaridade) das mulheres com câncer de mama estudadas, Santa Maria – RS, 2006 .............................................................. 21 Tabela 9 - Associação entre as varáveis: amamentação versus renda e amamentação versus escolaridade, através do teste qui-quadrado, em mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006 .................................................................................................................................. 22 Tabela 10 - Associação entre as variáveis: IMC antes do câncer para idoso versus paridade e IMC antes do câncer para adulto versus paridade em mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006 .................................................................................................................... 22 Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 7 1 INTRODUÇÃO O câncer de mama é o tipo de câncer mais prevalente nas mulheres, sendo a principal causa de mortalidade por câncer na população feminina, tornando-se um importante problema de saúde pública em todo o mundo (PAULINELLI et al., 2003). De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2006), esta mortalidade tem aumentado nos últimos anos no Brasil; e será o segundo mais incidente, com 48.930 casos, segundo a estimativa de incidência de câncer no Brasil para 2006. A maior incidência ocorre em mulheres entre quarenta e cinqüenta anos, o que não impede que ocorra em mulheres mais novas. São muitos os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, dentre eles estão associados fatores genéticos e ambientais, sendo ainda desconhecida a real causa desta doença, cabendo aos profissionais de saúde investigar métodos de prevenção e tratamento para este tipo de câncer. Analisando-se estudos já existentes sobre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, tem-se observado que a amamentação e a composição corporal podem ser tanto fatores preventivos como indutores para o desenvolvimento da doença, evidenciando que a prática do aleitamento materno prolongado e exclusivo até os seis meses e a manutenção adequada do peso corporal poderiam proteger a mulher contra o câncer de mama. Desta forma acredita-se que através do conhecimento do agente causador, os programas de prevenção podem de alguma maneira buscar ações preventivas diretas, minimizando o aumento da morbidade e mortalidade por esta patologia. Este trabalho teve como objetivo verificar a influência da amamentação e da composição corporal em pacientes com câncer de mama; além de verificar a prática da amamentação; traçar o perfil nutricional e sócio-econômico destas pacientes. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 8 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 CÂNCER DE MAMA O câncer de mama é provavelmente o mais temido pelas mulheres, e as etapas da carcinogênese são complexas, tendo início logo após a adolescência. Ele é temido não só pela sua alta freqüência, mas principalmente pelos seus efeitos psicológicos; que afetam a percepção da sexua lidade e a própria imagem pessoal. O câncer é relativamente raro antes dos 35 anos de idade, mas acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. Nos países ocidentais este tipo de câncer representa uma das principais causas de mortalidade em mulheres, sendo que a incidência do câncer de mama varia de acordo com as regiões geográficas do mundo; tornando-se o tumor mais incidente no sexo feminino nos Estados Unidos, Canadá, Noruega, Cuba, Índia, Suécia, Austrália e Brasil, e o segundo no Equador, Argélia e Japão. As estatísticas indicam o aumento de sua freqüência tantos nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nas décadas de 60 e 70 houve um aumento de 10 vezes nas taxas de incidência nos Registros de Câncer de Base Populacional de diversos continentes. De acordo com a estimativa de Incidência de Câncer no Brasil para 2006, o câncer de mama será o segundo tipo de câncer mais incidente, com 48.930 casos (PIMENTEL et al., 2002; GEBRIM et al., 2005; INCA, 2006). O câncer de mama é um tumor maligno hormônio-dependente do tecido mamário. As calorias e muitos nutrientes podem influenciar na síntese, no metabolismo e na atividade dos agentes hormonais, portanto podem estar relacionados indiretamente na causa do câncer de mama. As evidências da dieta, do estado nutricional, e das secreções endócrinas são importantes para a etiologia do câncer de mama. Ele representa um grave problema de saúde pública em todo o mundo, pela sua alta incidência, morbidade, mortalidade, e pelo seu elevado custo no tratamento (HANKIN; RAWLINGS, 1978; PAULINELLI et al., 2003). De acordo com dados do Ministério da Saúde do Brasil para o ano de 2003, o câncer de mama seria o primeiro em incidência, antecedendo o de pele, com uma taxa de 36,47 por 100 mil mulheres, ou 33.590 casos novos no ano de 2003, representando na capital de São Paulo, 23,9% de todos os tipos de câncer em mulheres. Sendo que nesta mesma capital, a mortalidade é superior a 15 para cada 100 mil mulheres por ano, representando 16% de todos os óbitos por câncer em mulheres (GEBRIM et al., 2005). Pelo que se sabe até o presente momento, o diagnóstico precoce do câncer de mama seria a principal ferramenta disponível para o combate a esta doença, conseguindo alterar sua Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 9 história natural favoravelmente. Assim reduzindo sua mortalidade, pois o diagnóstico em fase inicial possibilita tratamentos sem maiores seqüelas físicas e psicológicas, pois são menos agressivos, já que a doença não está em estágio bem avançado (PAULINELLI et al., 2003). 2.2 FATORES DE RISCO Existem inúmeras etiologias para o câncer, como: fatores químicos, radiação e vírus. Por este motivo é importante analisar profundamente os fatores em cada tipo específico de câncer, buscando direcionar os elementos causadores, para assim poder reduzir o risco da doença. Existem evidências de que alguns hábitos de vida estejam relacionados com a maioria das formas de câncer (GERUDE, 1999). Os fatores de risco relacionados com o câncer de mama observados na literatura são: a idade, local de residência, estado socioeconômico, história familiar, lactação, tumor benigno de mama anterior, idades da menarca e menopausa, paridade, e a obesidade. Em um estudo realizado em Juiz de Fora - MG, observou-se que o fato das participantes morarem em zona rural estaria associado ao maior risco de desenvolvimento de câncer de mama, e ter tido quatro ou mais filhos mostrou-se como um fator de proteção (HANKIN; RAWLINGS, 1978; PAIVA et al., 2002). Outros fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama seriam: exposição a radiações ionizantes, grande ingestão de gorduras saturadas, menopausa tardia, primeira gestação após os 30 anos de idade, uso indiscriminado de preparados hormonais, consumo de álcool e antecedentes familiares positivos. Pesquisadores de vários estudos do tipo casocontrole sugerem que a menarca precoce pode aumentar o risco de desenvolver o câncer de mama, além de mulheres com história familiar deste câncer. Isto se deve aos fatores genéticos e aos fatores ambientais estarem associados; as famílias podem ter genes em comum e aspectos do meio ambiente, como a alimentação (HANKIN; RAWLINGS, 1978; MOLINA; DALBEN; LUCA, 2003). Alguns estilos de vida têm sido associados a uma redução do risco de câncer de mama, como o fato de ter amamentado, a prática de exercícios físicos, manter alimentação equilibrada e controle do peso corporal. Muito é conhecido sobre os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, mas este não é conclusivo para auxiliar nas medidas preventivas, pois muitos fatores não endógenos dificultam as intervenções (THULER, 2003; TESSARO et al., 2003). Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 10 2.3 AMAMENTAÇÃO Há bastante tempo se sabe que a amamentação, especialmente quando prolongada, contribui para reduzir o risco do câncer de mama nas mulheres, independente do número de filhos amamentados e da idade materna na primeira e na última amamentação. É verdade que não se pode dizer que a amamentação garante a prevenção do câncer de mama, mas sabe-se que mulheres que amamentaram por tempo prolongado e ainda assim foram vítimas dessa doença. São vários os fatores que levam a isso, porém cada vez se está mais seguro de que a amamentação oferece uma proteção adicional à mulher. Os benefícios para a mãe que amamenta são: amenorréia de lactação, perda de peso ou gordura corporal, involução do útero mais rápida, proteção contra o câncer de mama na menopausa e taxas reduzidas de glicose sanguínea em mulheres com diabetes gestacional (CUNHA, 2001; CÂNCER DE MAMA, 2006). Existem hipóteses de que as trocas ocorridas durante a lactação protegem a mulher contra o câncer de mama, mostrando que este efeito protetor ocorre devido à liberação de células trans formadoras pela produção de leite, inibindo o crescimento celular, a ocorrência de trocas secretoras e proliferação celular. Em estudos realizados na China e Japão onde a lactação prolongada é mais freqüente, foi evidenciada uma importante redução no risco de desenvolver câncer de mama, estando associada a maior duração no tempo da lactação (ZHENG et al., 2000; TESSARO et al., 2003). Pesquisas comprovam que a amamentação também protege a mulher contra o câncer de mama durante a pré- menopausa, sendo que esta proteção será maior quanto mais longo for o período da amamentação. Observou-se que as mulheres que amamentaram por mais de dois anos têm 33% menos chance de desenvolver câncer de mama do que aquelas que nunca amamentaram, mesmo quando a paridade e a idade da primeira gestação foram ajustadas (EUCLYDES, 2000; PAULINELLI et al., 2003). Embora existam muitos estudos publicados sobre a relação entre câncer de mama e amamentação, existem controvérsias na literatura sobre a proteção da amamentação contra o câncer de mama para todo o período de vida reprodutiva ou se há relação específica com a menopausa. Um estudo realizado na Islândia, envolvendo 993 casos de câncer de mama e 9.729 controles, mostrou uma relação dose-resposta entre número de meses de amamentação e menos chance de câncer de mama no grupo etário mais jovem (menores de 40 anos), porém não nos demais. Em contraposição, um estudo feito na China mostrou que essa relação existe, mas apenas em mulheres mais velhas, após a menopausa (GAO et al., 2000; TRYGGVADOTTIR et al., 2001; REA, 2004). Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 11 Em estudo onde foram investigados fatores de risco para câncer de mama em mulheres indígenas Teréna de área rural no estado do Mato Grosso do Sul, observou-se que a média de duração da amamentação foi de 84 meses, evidenciando o importante efeito protetor da lactação contra o câncer de mama feminino. No entanto, esses fatores não são conclusivos; pois em outros estudos semelhantes, não foi visto associação entre câncer de mama e amamentação (LIMA et al., 2001; PAIVA et al., 2002). 2.4 COMPOSIÇÃO CORPÓREA Alguns estudos dos anos 80 e início dos anos 90 mostraram que mulheres com elevado peso corpóreo têm tumores de mama maiores e de estados mais avançados do que mulheres magras. Uma característica da associação entre peso e risco de câncer é que, em mulheres maiores, a detecção de nódulos pode ser mais difícil nos exames clínicos e de imagem e assim o diagnóstico, mais tardio. Para avaliação da relação direta entre sobrepeso e incidência de câncer de mama, alguns autores optaram por verificar o índice de massa corpórea (IMC = peso/altura2 ), considerando um indicador mais adequado para comparação entre diferentes indivíduos. Dois aspectos do índice de massa corporal, obesidade e ganho de peso, podem estar associados com aumento de risco de câncer de mama entre mulheres pós- menopausadas. De outro lado o efeito da obesidade está associado com pequeno aumento de risco nas mulheres pré-menopausadas. Da mesma forma, em mulheres na pós-menopausa, a obesidade, esteve relacionada a um aumento de 50% no risco de desenvolver câncer de mama (PAULINELLI et al., 2003; WAITZBERG; BRENTANI, 2004). Ao analisar os fatores de risco para o câncer de mama em uma comunidade indígena, observou-se o IMC da amostra, com predomínio de mulheres com sobrepeso (em 50% da amostra) e obesidade (em 27% da amostra), mostrando a importância da manutenção do peso corporal para evitar o desenvolvimento do câncer de mama (LIMA et al., 2001). Estudos sugerem uma associação entre a obesidade e câncer de mama, encontrando alterações relacionadas à glândula supra-renal. Mas em outros trabalhos não foi encontrada relação entre obesidade e câncer de mama. Peso e altura foram analisados num estudo de caso-controle internacional sobre lactação e câncer de mama, e alguns casos no Brasil foram relatados mostrando um acréscimo no risco para peso, peso por altura, e somente altura entre mulheres com mais de 50 anos. Muitos estudos de caso-controle e de coorte relatados têm encontrado associação entre obesidade e decréscimo no risco de câncer de mama em mulheres mais jovens. Tem sido encontrado um aparente efeito protetor, reduzindo o risco de câncer de Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 12 mama de 34% a 60% nestes estudos, informando resultados significantes e divergentes dos estudos relatados anteriormente (HANKIN; RAWLINGS, 1978; PEACOCK et al., 1999). Em estudo realizado no Instituto do Câncer, no Rio de Janeiro que avaliou a associação entre altura, peso e modificações no peso corporal em mulheres com câncer de mama verificou que a altura não se mostrou relacionada ao risco de câncer de mama entre as mulheres pré e pós-menopausa. Entre as mulheres na pré-menopausa, o IMC recente e o máximo associou-se negativamente ao risco de câncer de mama, concluindo que a relação entre o peso corporal e o câncer de mama ainda permanece controversa ao ser considerado o estado menopausal (VASCONCELOS; MENDONÇA; SICHIERI, 2001) Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 13 3 MATERIAS E MÉTODOS Esta pesquisa caracterizou-se como um estudo do tipo descritivo, pois informou sobre a distribuição de um evento (amamentação e composição corporal), na população estudada (mulheres com câncer de mama) (PEREIRA, 2002). A coleta de dados foi realizada nos meses de setembro a outubro de 2006, com mulheres portadoras do diagnóstico de câncer de mama que realizavam consultas de rotina no ambulatório de mastologia do Hospital Universitário de Santa Maria - HUSM, localizado na Universidade Federal de Santa Maria UFSM, Santa Maria, RS e na Clínica Oncocentro, também localizado na cidade de Santa Maria, RS, no mesmo período citado anteriormente, com mulheres com câncer de mama que estivessem em tratamento na clínica, ou realizando consultas de rotina. A amostra teve como critérios de inclusão, as participantes que assinassem o termo de consentimento livre e esclarecido, conforme a Resolução Nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS 196/96); mulheres com idade igual ou superior a 35 anos - por ser a faixa etária de maior prevalência deste câncer (INCA, 2006), portadoras do diagnóstico de câncer de mama e que estivessem realizando consultas de rotina no ambulatório de mastologia do HUSM e na clínica Oncocentro. Os critérios de exclusão foram: pacientes que não aceitaram participar da pesquisa, não assinando o termo de consentimento livre e esclarecido (Anexo A), formulários devolvidos incompletos e pacientes que não tiveram condições físicas e psíquicas para responderem os questionamentos. A forma de realização deste estudo foi através de um formulário (Apêndice A), com perguntas específicas, que foram respondidos pelas próprias pacientes a autora principal. Este formulário continha perguntas fechadas como: dados pessoais, prática da amamentação, história familiar de doenças, além de dados sócio-econômicos (Apêndice B). Os dados antropométricos, foram verificados através de balança de uso pessoal com capacidade de 130 kg e precisão de 1kg e fita métrica inextensível fixada à parede sem rodapé. Os dados foram analisados através do cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC) e classificados de acordo com OMS (1995) para adultos e Lipschitz (1994) para idosos. O presente estudo teve início após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa – CEP do Centro Universitário Franciscano – UNIFRA (Anexo D), com número de protocolo de registro: 101.2006.2, e também aprovação da CEPE – Coordenação de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSM/HUSM (Anexo B), com número de protocolo de registro: 049/2006. A Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 14 clínica Oncocentro também possibilitou a realização do projeto através de uma carta de autorização (Anexo C). 3.1 ANÁLISE ESTATÍSTICA Para análise dos dados foram aplicados procedimentos de estatística descritiva (média, desvio padrão, erro padrão da média, intervalo de confiança e tabelas de freqüência). Foi estudada a associação entre amamentação versus renda, amamentação versus escolaridade e Índice de Massa Corporal (IMC) antes do câncer de mama versus paridade. Para os dois primeiros cruzamentos, por serem variáveis categóricas, foi aplicado o teste χ2 (quiquadrado). Para IMC versus paridade, foi calculado o coeficiente de correlação de Spearman para adultos e idosos separadamente. Foi utilizado o nível de significância α < 0,05 e intervalo de confiança de 95%, através do software SPSS versão 14.0. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 15 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES A amostra foi composta por 48 mulheres com diagnóstico de câncer de mama. Observou-se que a idade no diagnóstico tinha média de 52 anos, sendo a idade mínima de 35 anos e máxima de 80 anos. A média da idade atual foi de 56 anos, sendo a idade mínima também de 35 anos e máxima de 84 anos. O tempo de diagnóstico da doença teve média de 49 meses, com mínimo de 2 meses e máximo de 18 anos (216 meses). A idade da menarca (primeira menstruação) teve idade média de 13 anos, sendo o mínimo de 10 e máximo de 18 anos. A primeira gestação teve idade média de 24 anos, sendo o mínimo de 17 e o máximo de 36 anos, conforme mostra a tabela 1. Tabela 1 - Valores de média da idade no diagnóstico, idade atual, tempo de diagnóstico, idade da menarca e da primeira gestação em mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006. Idade no diagnóstico (em anos) Idade atual (em anos) Tempo de diagnóstico (em meses) Menarca (em anos) 1ª Gestação (em anos) n 48 48 48 48 48 Média ± DP 52,5 ±11,2 56,4 ±10,6 49,4 ±56,5 13,4 ±1,6 24,3 ±4,4 n = tamanho da amostra DP = desvio padrão Em estudo realizado por Paiva et al. (2002), a idade média ao diagnóstico foi de 54 anos, dado este que é semelhante ao atual estudo. A menarca precoce e a menopausa tardia estariam associadas a um alto risco do desenvolvimento do câncer de mama; sendo que a primeira gestação completa após os 30 anos não se mostrou como um fator de risco significativo para o desenvolvimento do câncer de mama (PAIVA et al., 2002). Ao contrário de muitos estudos que afirmam a primeira gravidez tardia ser um fator de risco significativo, como o estudo realizado por Lambe et al. (1996), que em cada aumento de cinco anos na idade da primeira gravidez sobe o risco de câncer de mama em 13%. De acordo com Lima et al. (2001), as pacientes que gestaram antes dos 20 anos teriam menor risco do desenvolvimento da doença. No presente estudo ocorreram alguns casos de primeira gestação tardia (média de 24 anos) e de menarca precoce (média de 13 anos), que seriam fatores de risco para o desenvolvimento da doença. A idade da menopausa é fator de risco quando tardia; com 45 Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 16 anos ou mais, de acordo com Gomes et al. (1995), mas essa variável não foi utilizada neste estudo, pois a maioria da amostra não soube informar com precisão, devido aos tratamentos realizados, como a quimioterapia, que induziam à amenorréia. Conforme a tabela 2, houve predominância de adultos na amostra em 75% (n=36). Esta classificação foi feita de acordo com o tempo de diagnóstico, pois foi realizado o cálculo do IMC retrospectivo, ou seja, antes do diagnóstico de câncer de mama. Desta forma, as idades das pacientes foram analisadas no período de diagnóstico da patologia. Ao observar a idade atual das pacientes nesta mesma tabela, houve predominância de adultos com 64,6% (n=31), sendo que os pacientes idosos eram considerados com idade igual ou acima de 60 anos. Tabela 2 - Mulheres idosas e adultas com câncer de mama que participaram da pesquisa na idade do diagnóstico e da atualidade, Santa Maria – RS, 2006. Idoso Adulto Total n (ACA) 12 36 48 % (ACA) 25,0 75,0 100,0 n (atual) 17 31 48 % (atual) 35,4 64,6 100,0 n = tamanho da amostra ACA = antes do câncer de mama, na idade do diagnóstico. O envelhecimento da população é considerado fator de risco, de acordo com Lima et al. (2001) e Thuler (2003) para o desenvolvimento e aumento da incidência do câncer de mama. O presente estudo encontrou maior prevalência de adultos, contradizendo este fator; no entanto mostrando que outras variáveis podem ter um impacto maior no desenvolvimento da doença, do que apenas a idade. Quando avaliado o estado nutricional da amostra (tabela 3), observa-se a predominância de eutrofia em 37,5% (n=18) das mulheres adultas, sendo seguido de préobesidade com 18,8% (n=9) de acordo com o IMC antes do desenvolvimento do câncer de mama. Para este utilizou-se a idade e peso no diagnóstico, podendo assim verificar o estado nutricional da amostra antes do aparecimento da neoplasia de mama. Nesta mesma tabela, quando os dados foram analisados com o IMC atual, ocorreu predominância de eutrofia em 27,1% (n=13) nas mulheres adultas, seguido também de préobesidade com 16,6% (n=8). Pode-se também verificar a comparação do estado nutricional das pacientes antes do câncer de mama com o estado nutricional atual das pacientes. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 17 Tabela 3 - Índice de Massa Corporal (IMC) antes do desenvolvimento do câncer de mama e IMC atual na população estudada, Santa Maria – RS, 2006. Adulto Magreza grau I Eutrofia Pré-obeso Obesidade grau I Obesidade grau II Obesidade grau III Idoso Magreza Eutrofia Excesso de peso Total n (ACA) % (ACA) n (atual) % (atual) 2 18 9 4 2 1 4,2 37,5 18,8 8,3 4,2 2,1 2 13 8 6 1 1 4,2 27,1 16,6 12,5 2,1 2,1 4 3 5 48 8,3 6,3 10,4 100,0 3 6 8 48 6,3 12,5 16,6 100,0 n = tamanho da amostra ACA = antes do câncer de mama, na idade no diagnóstico. De acordo com vários estudos relatados na literatura, a obesidade e o sedentarismo, associados aos maus hábitos alimentares, seriam fatores de risco potenciais para o desenvolvimento do câncer de mama (LIMA et al., 2001; PAULINELLI et al., 2003; THULER, 2003; WAITZBERG; BRENTANI, 2004). O que se encontrou no presente estudo foi um equilíbrio entre o número de eutrofia e obesidade nas pacientes adultas, e um número um pouco maior de obesos em idosos. Mas a diferença parece não ser significativa. Observou-se que o estado nutricional de acordo com a idade no diagnóstico, comparado ao estado nutricional atual das pacientes sofreu mudanças. O que se verificou foi o índice de eutrofia para adultos e magreza para idosos diminuir, já a eutrofia e excesso de peso para idosos e obesidade grau I para adultos aumentou significativamente. O que evidencia o ganho de peso das pacientes durante ou após o tratamento. Conforme mostra o estudo realizado em São Paulo, onde concluiu- se que as mulheres com câncer de mama recebendo tratamento quimioterápico adjuvante e neo-adjuvante ganham peso, enquanto as mulheres com câncer de mama metastático possivelmente perdem peso durante quimioterapia paliativa. Sendo necessários estudos subseqüentes para avaliar o valor prognóstico da variação de peso durante a quimioterapia (COSTA; VARELLA; GIGLIO, 2002). Quando analisados o número de filhos, observou-se maior prevalência de paridade entre 2 e 3 filhos, o número de 2 filhos em 27,1% (n=13), e de 3 filhos em 25% (n=12) da amostra de mulheres com câncer de mama, conforme a tabela 4. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 18 Tabela 4 - Paridade (número de filhos) das mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006. Nenhum 1 filho 2 filhos 3 filhos 4 filhos ou mais Total n 7 7 13 12 9 48 % 14,6 14,6 27,1 25,0 18,8 100,0 n = tamanho da amostra Em estudo de caso-controle realizado por Paiva et al. (2002), com relação à paridade, as mulheres que não tinham filhos estavam mais presentes no grupo de casos de câncer de mama, e o fato de terem tido quatro ou mais gestações tendeu a ser um fator de proteção. Sendo que na amostra estudada a maioria das mulheres tinham de 2 a 3 filhos. A nuliparidade, bem como o retardo na primiparidade, consistem em fatores de risco para o câncer de mama, segundo Lima et al. (2001). O fator reprodutivo pode ser um tipo de proteção contra o tumor, assim como a freqüência e duração da amamentação. As mulheres com um maior número de filhos têm uma probabilidade menor em desenvolver a doença (MOLINA; DALBEN; LUCA, 2003). Estes fatos poderiam explicar os casos das pacientes que não tiveram filhos, conseqüentemente não amamentando, e aquelas que tiveram a primeira gestação tardia de terem seu risco de desenvolvimento da doença potencializado. Ao analisar o fato destas mulheres terem ou não amamentado, conforme a tabela 5, observou-se que 75% (n=36) destas amamentaram, e 10,4% (n=5) não amamentaram, sendo que das 48 mulheres analisadas, 14,6% (n=7) não possuíam filhos e conseqüentemente não amamentaram. Tabela 5 - Mulheres com câncer de mama que amamentaram ou não seus filhos, incluindo as mulheres que não tinham filhos, Santa Maria – RS, 2006. Não amamentaram Amamentaram Não tinham filhos Total n = tamanho da amostra n 5 36 7 48 % 10,4 75,0 14,6 100,0 Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 19 A amamentação reduz o risco do desenvolvimento do câncer de mama, pois atua como um fator protetor para a mulher. Indícios demonstram importantes benefícios da amamentação quanto à saúde da mulher, sendo menor o risco de câncer de mama (CUNHA, 2001; THULER, 2003; TESSARO et al., 2003; REA, 2004; CÂNCER DE MAMA, 2006). No atual estudo a maioria das mulheres amamentou, mas outros fatores não conhecidos podem estar associados ao desenvolvimento do câncer, além da falta de um grupo controle para comparação. Em relação ao tempo exclusivo de amamentação, a tabela 6 demonstra que a maioria das mulheres, 39,6% (n=19) amamentou de 2 a 5 meses exclusivamente. Ao analisar o tempo geral de amamentação, período exclusivo mais o período de amamentação com alimentação complementar, verificou-se que 35,4% (n=17) amamentou por mais de 6 meses. Tabela 6 - Tempo de amamentação exclusiva e geral (com alimentação complementar) dos filhos das mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006. 1 mês ou menos 2 a 5 meses 6 meses Mais de 6 meses Não amamentaram Total Tempo de amamentação exclusiva n % 6 12,5 19 39,6 9 18,8 2 4,2 12 25,0 48 100,0 Tempo de amamentação geral n % 5 10,4 10 20,8 4 8,3 17 35,4 12 25,0 48 100,0 n = tamanho da amostra Segundo orientação da Organização Mundial de Saúde (OMS), o aleitamento materno é importante até os dois anos de idade da criança, e deve ser exclusivo até os 6 meses. Depois dos 6 meses, além de leite materno, a criança necessita também receber outros tipos de alimentos. A amamentação prolongada reduz o risco de desenvolver o câncer de mama de acordo com Lima et al. (2001), comparados àquelas mulheres que nunca amamentaram. Em estudo realizado por Zheng et al. (2000), foi verificada uma importante redução no risco de desenvolver câncer de mama, quando associada a maior duração no tempo da lactação. Em um estudo realizado no México, concluiu-se que a amamentação parece exercer importante papel na prevenção do câncer de mama, sendo o aumento na duração da amamentação um fator protetor, pois em virtude das mudanças no estilo de vida das mulheres, as mulheres Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 20 jovens tendem a diminuir seu período de amamentação, o que contribui negativamente para a saúde da mulher (GUZMÁN et al., 2000). Estes dados citados comprovam que a mulher que amamenta por tempo prolongado, tem menores riscos de desenvolver o câncer de mama, mas não estão livres do aparecimento da patologia, devido a outros fatores de risco ainda não reconhecidos. A história familiar de câncer esteve presente em 75% (n=36) dos casos analisados, de acordo com a tabela 7. Foi analisada apenas a presença de qualquer tipo de câncer na família, pois as pacientes não souberam relatar especificamente que tipo de neoplasia havia ocorrido. Tabela 7 - História familiar de câncer nas mulheres analisadas com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006. n 12 36 48 Não Sim Total % 25,0 75,0 100,0 n = tamanho da amostra Um importante fator para o desenvolvimento do câncer de mama é a predisposição genética, observando um risco aumentado em mulheres com casos da doença em familiares próximos (mãe, irmã ou filha), sendo este risco elevado quando o familiar tem câncer antes dos 50 anos de idade e em ambas as mamas. Os resultados de um estudo realizado na Paraíba mostram que a proporção elevada de história genética para qualquer tipo de neoplasia potencializa o desenvolvimento do tumor de mama (LEAL; SANTOS; NUNESMAIA, 2002; THULER, 2003). O que é confirmado pelo presente estudo, onde ocorreu prevalência de história familiar de câncer na maioria das pacientes. O perfil socioeconômico das mulheres com câncer de mama analisadas conforme a tabela 8 foram: estado civil, raça, renda e escolaridade. O estado civil predominante foi o casado com 72,9% (n=35); a raça foi a branca com 87,5% (n=42); a renda salarial predominou entre: até 3 salários (47,9%) e de 3 a 10 salários (41,7%). A escolaridade mais prevalente foi o ensino fundamental completo com 43,8% (n=21). Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 21 Tabela 8 - Dados socioeconômicos (estado civil, raça, renda e escolaridade) das mulheres estudadas com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006. Estado Civil Solteiro Casado Separado Viúvo Outro Total Raça Branco Negro Pardo Amarelo Total Renda Até 3 salários De 3 a 10 salários De 10 a 20 salários De 20 a 30 salários Total Escolaridade Nenhuma escolaridade Ensino fundamental (até 4ª) Ensino fundamental (até 8ª) Ensino médio Ensino Superior Total n % 7 35 1 4 1 48 14,6 72,9 2,1 8,3 2,1 100,0 42 1 3 2 48 87,5 2,1 6,3 4,2 100,0 23 20 4 1 48 47,9 41,7 8,3 2,1 100,0 4 9 21 11 3 48 8,3 18,8 43,8 22,9 6,3 100,0 n = tamanho da amostra Segundo Gomes et al. (1995) o câncer de mama ocorre mais em mulheres brancas e de classes sociais mais altas. Também se observou que as mulheres brancas foram as mais acometidas em estudo no estado da Paraíba (LEAL; SANTOS; NUNESMAIA, 2002). Neste estudo observou-se a predominância de mulheres de raça branca, o que é confirmado na literatura. Mas no que se refere em classe social, ao observar a renda e escolaridade da amostra, pode-se concluir que predominou a classe social média e baixa, o que difere do estudo relatado anteriormente, onde a classe alta foi a mais observada. As tabelas 9 e 10 mostram que não foi encontrada associação entre as variáveis: amamentação versus renda, amamentação versus escolaridade e Índice de Massa Corporal antes do câncer de mama (IMC ACA) versus paridade para idosas. Houve associação entre Índice de Massa Corporal antes do câncer de mama (IMC ACA) versus paridade para adultas. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 22 Esta correlação foi positiva indicando que quando aumenta a paridade aumenta o Índice de Massa Corporal (IMC). Tabela 9 - Associação entre as varáveis: amamentação versus renda e amamentação versus escolaridade, através do teste qui-quadrado, em mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006. Amamentação vs renda Amamentação vs escolaridade χ2 0,324 0,681 p 0,569 0,711 χ2 = teste qui-quadrado p = probabilidade Não foi encontrada associação entre estes fatores, amamentação versus renda (χ2 =0,324) e escolaridade (χ2 =0,681), o que poderia demonstrar que a classe baixa geralmente apresenta baixo esclarecimento cultural, seja menos favorecida a não amamentar, mas esta hipótese não se confirmou neste estudo. Ao contrário do estudo de Escobar et al. (2002) onde se concluiu que a baixa escolaridade é fator para o desmame precoce. Tabela 10 - Associação entre as variáveis: IMC antes do câncer para idoso versus paridade e IMC antes do câncer para adulto versus paridade em mulheres com câncer de mama, Santa Maria – RS, 2006. IMC ACA** vs paridade - idoso IMC ACA** vs paridade - adulto p 0,767 0,020 R2 * 0,101 <0,001 p = probabilidade * O r2 foi calculado com o coeficiente de correlação de Pearson. ** Índice de Massa Corporal antes do câncer de mama. Acredita-se que quanto maior o número de filhos, maiores as chances de uma mulher desenvolver obesidade, apontando para uma relação entre paridade e excesso de peso em diversas populações, sendo a multiparidade facilitadora do aumento desta adiposidade (KAC; MELÉNDEZ; COELHO, 2001; VITOLO, 2003). Sendo que a obesidade é um fator de risco para o câncer de mama feminino, encontrando associação positiva neste estudo ao associar IMC versus paridade (p<0,001) para os pacientes adultos, que são a maioria neste trabalho. O câncer de mama continua a ser a principal causa de mortalidade por câncer entre as mulheres brasileiras. Apesar dos avanços obtidos particularmente no que diz respeito ao diagnóstico precoce e tratamento do câncer de mama, esta ainda é a neoplasia mais letal entre Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 23 as mulheres. O conhecimento científico acumulado até o presente indica que apenas alguns casos de câncer de mama podem ser explicados pelos principais fatores de risco descritos neste estudo. O estudo ideal dos fatores de risco para esta neoplasia é difícil, pois estes estão inter-relacionados e o isolamento de um único fator para verificar sua real contribuição tornase impossível (PIMENTEL et al., 2002; PAULINELLI et al., 2003). Para cada estudo que evidencia um fator de risco significativo, há outro com resultado divergente, como por exemplo, o estudo de Hankin e Rawlings (1978) que difere do estudo de Peacock et al. (1999), sobre o fator de risco obesidade, e o estudo de Lima et al. (2001) contradizendo o estudo de Paiva et al. (2002), no que se refere a amamentação. Com base nas informações disponíveis, fica evidente que os principais fatores de risco para o câncer de mama na mulher (idade, história familiar, história reprodutiva, suscetibilidade genética) não são passíveis de intervenção em nível populacional. Entretanto, um pequeno número de fatores de risco poderá ser alvo das estratégias de prevenção primária para o câncer de mama, sendo que entre as possíveis recomendações para a população em geral está o estímulo a hábitos de vida saudáveis, incluindo a manutenção de uma alimentação equilibrada, manter o peso ideal e incentivo à lactação (GOMES et al., 1995; THULER, 2003). A problemática do estudo apresentado foi a ausência de um grupo controle que auxiliaria na comparação dos dados, para uma melhor análise dos resultados. Também não foram avaliados a prática de exercícios físicos e consumo alimentar. Os fatores de risco analisados neste trabalho não podem ser tratados isoladamente, sendo necessários mais estudos sobre este tema, com amostras maiores para assim poder combater e prevenir esta doença de maneira mais eficaz. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 24 5 CONCLUSÕES Através dos dados deste estudo, concluiu-se para a amostra estudada: - A prática da amamentação foi verificada em grande parte da amostra, mas outros fatores não conhecidos podem estar associados ao desenvolvimento do câncer, além da falta de um grupo controle para comparação. O que poderia ter sido um fator de risco para algumas mulheres seria o tempo de amamentação, que quando prolongado é potencializado fator de proteção para o câncer de mama. - Ao traçar o perfil nutricional das pacientes verificou-se um equilíbrio entre o número de eutróficos e obesos nas pacientes adultas, e nos idosos um número um pouco maior de obesos, demonstrando o fator de risco aumentado para estas mulheres que estavam acima do peso ideal. - Em relação ao perfil socioeconômico, ocorreu predominância da raça branca e observou-se uma população de baixa renda e escolaridade. - Outro aspecto observado foi o elevado ganho de peso destas pacientes após ou durante a realização do tratamento para combater o tumor, ocorrendo predomínio de obesos, segundo o IMC atual. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CÂNCER DE MAMA: Entre de peito nessa luta. Amamentação reduz risco de câncer de mama. 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Justificativa e objetivos da Pesquisa: Este trabalho tem como objetivo verificar se a prática da amamentação e o peso corporal adequado seriam fatores protetores para o desenvolvimento do câncer de mama em mulheres. Justifica-se a realização deste trabalho devido à preocupação do câncer de mama ser o tipo de câncer mais prevalente nas mulheres e atingir grande parte da população, tornando-se um importante problema de saúde pública em todo o mundo. II. Procedimentos utilizados: Para a realização deste trabalho, será utilizado um formulário com perguntas como: dados pessoais, sócio-econômicos, verificação da prática da amamentação e história familiar de doença. Além disso, o seu peso será verificado através de uma balança e sua altura será mensurada através de uma fita métrica. O formulário será preenchido por você, mas se necessário terá auxílio da pesquisadora. Após, o pesquisador irá analisar os resultados. III. Garantia de respostas a qualquer pergunta e liberdade de abandonar a pesquisa: Serão excluídas da pesquisa as participantes que não aceitarem assinar o termo de consentimento livre e esclarecido e aquelas que não responderem todas as questões do formulário. As participantes têm direito de abandonar este estudo, caso achem que estão sendo prejudicadas ou tenham se arrependido, e em qualquer outro momento terão liberdade de solicitar novas informações e modificar decisões se assim desejar. Este trabalho terá total sigilo quanto a dados, de nome ou qualquer outro dado, que venha a comprometer a participante envolvida. Vale ressaltar, que esta pesquisa não mudará o seu tratamento, em hipótese alguma. IV. Riscos Ressaltamos que a presente pesquisa, não causará desconfortos em nenhuma espécie, não lhe acarretará despesas pessoais em qualquer fase desta pesquisa, assim como não haverá compensação financeira relacionada à sua participação. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 29 Eu, _________________________________ fui informada dos objetivos da pesquisa acima, de maneira clara e detalhada. Recebi informações a respeito dos procedimentos a serem utilizados e esclareci dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e modificar minha decisão se assim eu desejar. A acadêmica CAMILA LEHNHART VARGAS certificou de que todos os dados dessa pesquisa referentes a mim, serão confidenciais, e que terei total liberdade de retirar meu consentimento de participação na pesquisa, devido estas informações. Caso surgirem dúvidas sobre este estudo, posso chamar a acadêmica Camila Lehnhart Vargas nos telefones 05532223438 ou 05581180209 para qualquer dúvida sobre meus direitos como participante deste estudo ou se penso que fui prejudicada pela minha participação, posso chamar a orientadora Vanessa Ramos Kirsten pelo telefone 05599939431. Declaro que recebi cópia de presente termo de consentimento. _________________________ Assinatura do participante __________________________ Assinatura da Pesquisadora ___________________________ Nome do participante Data: ___/___/2006 Este formulário foi lido por _______________________________________ enquanto eu estava presente. Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) APÊNDICE A - Formulário Dados Pessoais: Nome: ____________________________________________ Data de Nascimento: ___ / ___ / ________ Dados (registrados pela pesquisadora): - Altura: __________ - Peso atual: ___________ Peso Usual:_____________ - IMC: ___________ - Já realizou dieta para controlar peso? ( ) sim ( ) não - *Peso antes de desenvolver a doença: __________ - *IMC: __________ - *Tempo de diagnóstico da doença: ______________ Idade da menarca (primeira menstruação): ______ anos Idade da menopausa: ______ anos Amamentação e história familiar: Quantos filhos possui? ( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ou mais Exerceu a prática da amamentação? ( ) sim ( ) não Exclusivamente? ( ) sim ( ) não Por quanto tempo? _______________ Em qual filho? ( ) 1° ( ) 2° ( ) 3° ( ) 4° ( ) todos ( ) outro: _______________________ Por quanto tempo? ( ) 1 mês ou menos ( ) 2 a 5 meses ( ) 6 meses ou mais ( ) outro:_________ Possui histórico de familiares com câncer de mama ou outros cânceres? ( ) sim ( ) não Quais:______________________________ Exames laboratoriais: Colesterol e frações: ______ (Total), ______ (LDL), _______ (HDL). Triglicerídeos: ______________ Glicemia: _________________ 30 Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) 31 APÊNDICE B - Questionário Sócio-Econômico 1. Qual o seu estado civil? (A) Solteiro (B) Casado (C) Separado (D) Viúvo (E) Outro. 2. Quantos irmãos você tem? (A) Nenhum (B) Um (C) Dois (D) Três (E) Quatro ou mais. 3. Quantos filhos você tem? (A) Nenhum (B) Um (C) Dois (D) Três (E) Quatro ou mais. 4. Como você se considera? (A) Branco (B) Negro (C) Pardo (D) Amarelo (E) Indígena ou de origem indígena. 5. Com quem você mora atualmente? (A) Com os pais e/ou outros parentes (B) Com esposo (a) e/ou filho(s) (C) Com amigos (compartilhando despesas ou de favor) (D) Com colegas em alojamento. (E) Sozinho (a). 6. Qual a faixa de renda mensal dos membros das pessoas que moram em sua casa? (A) Até 3 salários- mínimos. (B) De 3 a 10 salários- mínimos. (C) De 10 a 20 salários- mínimos. (D) De 20 a 30 salários- mínimos. (E) Mais de 30 salários- mínimos. 7. Quantos membros de sua família moram com você? (A) Nenhum (B) Um ou dois (C) Três ou quatro (D) Cinco ou seis (E) Mais de seis 8. Assinale a situação abaixo que melhor descreve seu caso? (A) Não trabalho e meus gastos são financiados pela família. (B) Trabalho e recebo ajuda da família. (C) Trabalho e me sustento. (D) Trabalho e contribuo com o sustento da família. (E) Trabalho e sou o principal responsável pelo sustento da família. 9. Qual seu grau de escolaridade? (A) Nenhuma escolaridade. (B) Ensino fundamental : de 1ª a 4ª série. (C) Ensino fundamental : de 5ª a 8ª série. (D) Ensino Médio. (E) Superior. 10. Que meio você mais utiliza para se manter atualizado sobre os acontecimentos do mundo? (A) Jornais (B) Revistas (C) TV (D) Rádio (E) Internet Disponível no site Nutrição Ativa (www.nutricaoativa.com. br) ANEXO B - Autorização para aplicação do projeto no HUSM 32