CAMPI BRAGANÇA PAULISTA ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE PORTADORES E NÃO PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 ANALYSIS OF BODY COMPOSITION OF CARRIERS AND UNCARRIERS OF TYPE 2 DIABETES MELLITUS ANÁLISIS DE COMPOSICIÓN CORPORAL DE PORTADORES Y NO PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 Discentes: Fabiana Bueno Lais Nascimento Frare Orientador: Prof. Dr. João Felipe Mota CURSO DE NUTRIÇÃO BRAGANÇA PAULISTA 2009 DEDICATÓRIA Dedico este trabalho em primeiro lugar a Deus por estar aqui hoje, aos meus pais Artur e Jussimara que em todos os momentos durante os anos de faculdade me apoiaram e incentivaram, ao meu noivo Leandro, minha filha Ana Julia e a minha irmã Tânia. Dedico este trabalho primeiramente a Deus por me proporcionar e me ajudar em mais uma conquista na minha vida. A minha mãe Eunice, ao meu irmão Eduardo e a minha irmã Cristiane pela paciência e por me incentivar na busca de meus sonhos e objetivos. Ao meu namorado Fernando por estar presente em momentos difíceis, mostrando como é essencial o amor na vida de todos. E principalmente a minha eterna amiga Fani por ter sido minha maior inspiração durante toda a graduação. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao nosso professor orientador Dr. João Felipe Mota, por toda paciência, orientação e experiência empregada a nós, sempre presente, nos guiando através dos estudos e pesquisas. Agradecemos ao Secretário da Saúde, Sr. Januário Felipe pela permissão para realização de pesquisa de campo com os pacientes da UBS do município de Joanópolis – SP. Agradecemos a todos que nos ajudaram, e nos deram força pra que nós estivéssemos aqui hoje. ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO CORPORAL DE PORTADORES E NÃO PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 ANALYSIS OF BODY COMPOSITION OF CARRIERS AND UNCARRIERS OF TYPE 2 DIABETES MELLITUS ANÁLISIS DE COMPOSICIÓN CORPORAL DE PORTADORES Y NO PORTADORES DE DIABETES MELLITUS TIPO 2 Fabiana Bueno1; Lais Nascimento Frare1; João Felipe Mota2 1 Graduandas do curso de nutrição da Universidade São Francisco (USF), Campus Bragança Paulista. 2 Nutricionista, Doutorando em Fisiologia da Nutrição, Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São Paulo. Professor e Coordenador do Curso de Nutrição da Universidade São Francisco, Bragança Paulista/ SP. Endereço para correspondência: João Felipe Mota. Rua Francisco Pereira de Aguiar, 221. Bairro Campestre. Caixa Postal: 78. CEP: 13400-970. Piracicaba/ SP. Telefone ou Fax: (14) 3811-6128. E-mail: [email protected] Contribuição substancial dos autores: Fabiana Bueno: responsável pela condução da pesquisa, pela avaliação antropométrica, pelas análises dos dados e redação do manuscrito. Lais Nascimento Frare: responsável pela condução da pesquisa, pela avaliação antropométrica, pelas análises dos dados e redação do manuscrito. João Felipe Mota: orientador e responsável pelo projeto de pesquisa, responsável pela revisão das análises e colaboração na redação final do trabalho. RESUMO Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) é considerado problema de saúde pública mundial, sendo o sobrepeso e a obesidade fatores que contribuem para o aumento da sua prevalência. Objetivo: avaliar o estado nutricional de portadores de DM2 e compará-lo com o de não portadores. Métodos: Participaram do estudo 75 indivíduos do sexo feminino, sendo 39 portadores e 36 não portadores de DM2. Foi avaliado peso e estatura para o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC), circunferência da cintura, da coxa e pescoço. Resultados: 41,7% dos não portadores de DM2 foram classificados como eutróficos e 27,85% sobrepesos. No grupo dos portadores de DM2 46,2% eram obesos grau I e 33,3% sobrepesos. O grupo de portadores de DM2 apresentou maior idade, peso, IMC, circunferência da cintura e pescoço e menor estatura quando comparado aos não portadores de DM2. Foram observadas correlações positivas entre adiposidade central e circunferência do pescoço. Conclusão: Portadores de DM2 apresentaram excesso de peso corporal, associado ao maior depósito de gordura na região abdominal que pode ser causa do descontrole metabólico. Palavras chaves: Diabetes; Obesidade; Sobrepeso; Doenças Cardiovasculares. ABSTRACT Type 2 diabetes mellitus (DM2) is considered a worldwide public health problem, obesity and overweight contributes to increase for this. Objective: To evaluate the carriers of the DM2 and compare to the uncarriers. Methods: Included 75 women, 39 carriers and 36 uncarriers of DM2. It was evaluate the weight and stature for Body Mass Index (BMI) assessment, waist circumference, thigh and neck circumference. Results: 41,7% of the uncarriers group were classified as eutrofic and 27,85% overweight. In the carriers group 46,2% were obese level I and 33,3% overweight. The carriers group showed more age, weight, BMI, waist circumference, neck circumference and lesser stature when compared to the uncarriers group (P<0,05). It was observed positive correlation between neck circumference and waist circumference (r=0,75, P<0,001). Conclusion: DM2’s carriers indicated excess weight, associated with the bigger abdominal fat that may be the cause of the uncontrolled metabolic. Key Words: Diabetes; Obesity; Outweight; Cardiovasculares Disease. RESUMEN El Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2) es considerado problema de salud pública mundial, siendo el sobrepeso y la obesidad factores que contribuyen para el aumento de su prevalencia. Objetivo: evaluar el estado nutricional de portadores de DM2 y compararlo con lo de no portadores. Métodos: Participaron del estudio 75 individuos del sexo femenino, siendo 39 portadores y 36 no portadores de DM2. Fue evaluado peso y estatura para el cálculo del Índice de Masa Corpórea (IMC), circunferencia de la cintura, de la coxa y cuello. Resultados: 41,7% de los no portadores de DM2 fueron clasificados como eutróficos y 27,85% sobrepesos. En el grupo de los portadores de DM2 46,2% eran obesos grado I y 33,3% sobrepesos. El grupo de portadores de DM2 presentó mayor edad, peso, IMC, circunferencia de la cintura y cuello y más pequeña estatura cuando comparado a los no portadores de DM2. Fueron observadas correlaciones positivas entre adiposidad céntrica y circunferencia del cuello. Conclusión: Portadores de DM2 presentaron exceso de peso corporal, asociado al mayor depósito de grasa en la región abdominal que puede ser causa del descontrole metabólico. Palabras llaves: Diabetes; Obesidad; Sobrepeso; Enfermedades Cardiovasculares. 8 INTRODUÇÃO O Diabetes Mellitus tipo 2 (DM2), considerado problema de saúde pública mundial, apresenta prevalência crescente em diversos países, principalmente nos em desenvolvimento, afetando cerca de 2 a 5% desta população (SARTORELLI & FRANCO, 2003; HERNÁNDEZ et al, 2000). Wild et al. (2004) estimam que em 2030 existirão, aproximadamente, 366 milhões de pacientes diabéticos em todo o mundo. Malerbi & Franco (1992), em estudo conduzido em 1988 em nove capitais de estados brasileiros, afirmaram que a prevalência de intolerância à glicose e diabetes na população urbana entre 30 e 69 anos é de 7,6 e 7,8%, respectivamente. Os principais fatores que contribuem para o crescimento da prevalência do DM2 são o sobrepeso e a obesidade (SARTORELLI & FRANCO, 2003). Tais fatores associam-se a um estilo de vida sedentário e alterações no consumo alimentar, no qual a globalização e a industrialização exercem importante papel (GARCIA, 2003). Estudos comprovam a influência do estado nutricional no desenvolvimento e no controle do DM2. Dentre os parâmetros básicos para avaliação do estado nutricional, os dados antropométricos como peso e estatura, por exemplo, são utilizados para o cálculo do Índice de Massa Corpórea (IMC) (OMS, 2002). Indivíduos obesos apresentam maior acúmulo de gordura intramuscular e menor quantidade de fibra muscular tipo I, que é mais oxidativa. Dessa forma, em comparação, os indivíduos obesos apresentam maior relação síntese/oxidação de ácidos graxos intramuscular, o que evidencia o desenvolvimento das DCNTs nestes indivíduos (BERGGREN et al., 2004). Segundo Peixoto et al. (2006), o IMC é considerado bom indicador para avaliação do estado nutricional, pois estudos populacionais mostram correlação entre IMC e a massa de gordura absoluta e morbimortalidade por DCNTs. Além disso, a relação entre IMC elevado e risco de morbidades é influenciado pela distribuição da gordura corpórea, onde as complicações decorrentes da obesidade, doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, associam-se ao maior acúmulo de gordura abdominal (PEIXOTO et al., 2006). Porém, uma desvantagem da medida do peso corpóreo, e posterior classificação do estado nutricional, é que esta não permite identificar qual compartimento corporal está alterado, pois o peso é considerado a soma de todos os compartimentos corporais (COPPINI, 2001). Assim, é importante avaliar as reservas corporais especificamente. Segundo Martins (2003), o acúmulo de gordura na região abdominal que caracteriza a obesidade abdominal 9 visceral é considerado fator de risco grave para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, sendo associado também à hipertensão, dislipidemias e aceleração da aterosclerose. Mariath (2007) também afirma que a obesidade central apresenta maior associação com distúrbios metabólicos e riscos cardiovasculares como DM2, hipertensão arterial e dislipidemias. Por outro lado, o acúmulo de gordura nas coxas parece ter efeito protetor contra distúrbios no metabolismo de glicose, particularmente nas mulheres (SNIJDER et al., 2004). Além disso, outras medidas de circunferência como a do pescoço tem relação positiva com síndrome de apnéia do sono e suas conseqüências, como o DM2 (VIEGAS et al. 2006). Desta forma, a avaliação da composição corporal completa proporcionará melhor diagnóstico e auxiliará no monitoramento das possíveis mudanças e na evolução do tratamento (GERALDO, et al, 2008). Logo, o objetivo da pesquisa é avaliar o estado nutricional de portadores de DM2 e compará-lo com não portadores de DM2. MATERIAL E MÉTODOS O estudo foi realizado na Unidade Básica de Saúde II de Joanópolis. O estudo foi do tipo transversal e a amostra constituída por 75 indivíduos do sexo feminino com idade igual ou superior a 30 anos, sendo subdivididos em portadores (n=39) e não portadores de DM2 (n=36). Todos os indivíduos foram orientados sobre as avaliações a que seriam submetidos e assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. O estudo foi iniciado após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco e somente participaram do estudo os indivíduos que concordaram com o Termo de consentimento livre e esclarecido. A avaliação antropométrica foi realizada por meio da mensuração da massa corporal, da estatura com posterior determinação do Índice de Massa Corpórea (IMC). Para avaliação do peso corporal e estatura foi utilizada balança antropométrica tipo plataforma (Filizola®, Brasil, com precisão de 0,1 kg para peso e 0,1 cm para estatura). Em relação ao peso corporal, os indivíduos foram orientados para estarem de roupas leves, sem sapatos. Para avaliação da estatura os indivíduos foram posicionados descalços sobre a balança (superfície plana) em ângulo reto com a haste vertical, com os calcanhares juntos, tocando a haste vertical do estadiomêtro, a cabeça ereta, com os olhos fixos à frente (HEYWARD e STOLARCZYK, 2000). Posteriormente, foi calculado o Índice de Massa 10 Corporal (WHO, 2002). As circunferências da cintura (CC), da coxa (CCoxa) e do pescoço (CP) foram mensuradas com fita milimétrica de metal inextensível e inelástica, com precisão de 0,5 cm. A medida da CC foi realizada no ponto médio entre o último arco intercostal e a crista ilíaca (HEYWARD e STOLARCZYK, 2000). Como valores de referência para CC foram utilizados os propostos pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2002), sendo considerada muito elevada a CC maior igual que 88cm para mulheres. A medida da CCoxa foi realizada no ponto medial e proximal da coxa e seus valores foram comparados entre grupos. A medida da CP foi realizada com o avaliado sentado ou em pé, com a coluna ereta e a cabeça com o olhar orientado pelo plano horizontal de Frankfurt. A trena foi posicionada na menor circunferência do pescoço, logo acima da proeminência laríngea (pomo de Adão). A medida foi com aproximação de 0,1 cm, com a trena perpendicular ao eixo longo do pescoço. Análise Estatística Foram empregadas provas estatísticas para análise quanto à simetria. As características gerais dos participantes foram expressas em valores médios e desvios-padrão, mediana e P25P75. Para comparação das variáveis paramétricas entre dois grupos, foi realizado o teste t de Student para amostras independentes. Foram realizadas correlações de Pearson entre as medidas da circunferências da cintura e do pescoço. Todas as análises foram realizadas utilizando o software STATISTICA for Windows (version 5.1, Statsoft, Tulsa, USA) RESULTADOS A população estudada foi composta por 75 pacientes do sexo feminino, sendo 39 portadores de DM2 (52%) e 36 não portadores (48%). A média de idade observada foi de 65 + 10 anos e 56 + 12 anos, respectivamente. Os portadores de DM2 apresentaram idade, peso, IMC, circunferência da cintura e do pescoço superiores e estatura inferior (P<0,05) quando comparados aos não portadores. Os valores da circunferência da coxa não diferenciaram entre os grupos (tabela 1). Em relação à classificação pelo IMC foi observado que 41,7% dos não portadores de DM2 eram eutróficos e 27,85% sobrepesos. Já no grupo dos portadores de DM2 46,2% eram obesos grau I e 33,3% sobrepesos (tabela 2).De acordo com a classificação da 11 circunferência da cintura foi verificado que 100% (n=39) dos portadores apresentaram risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares e apenas 36% (n=13) dos não portadores apresentaram o mesmo risco (tabela 03). Foram observadas correlações positivas entre adiposidade central e circunferência do pescoço (r=0,75, P<0,001) (gráfico 01). DISCUSSÃO O presente estudo evidencia que a obesidade e o sobrepeso estão presentes em portadores de DM2, os quais apresentaram IMC, circunferência da cintura e do pescoço superiores quando comparados aos não portadores de DM2. Batista (2005) observou em seu estudo alta prevalência de obesidade, confirmando assim, a presença desta como um fator de risco para diabetes. A obesidade e o depósito de gordura principalmente na região abdominal em portadores de DM2 estão associados à presença de síndrome metabólica (VASQUES et al.,2007). A maior parte dos portadores de DM2 (46,2%) apresentaram IMC ≥ 30 e ≤ 35 kg/m2 enquanto que a maior parte dos não portadores de DM2 (41,7%) apresentaram IMC ≥ 18,5 e ≤ 24,9 kg/m2. Apenas 3% (n=3) do grupo portadores de DM2 apresentaram IMC ≥ 18,5 e ≤ 24,9 kg/m2. A predominância de IMC≥ 25 kg/m2 em portadores de DM2 demonstrou concordância com o estudo de Benetti (et al, 2008), no qual o grupo de mulheres portadoras de DM2 apresentaram em média IMC 29,67 + 9,09 kg/m2. No estudo de Mota (et al, 2008), após cálculo do IMC, os indivíduos com diagnóstico de sobrepeso e obesidade apresentaram maiores concentrações de glicose jejum. Segundo Geraldo et al. (2008), os valores do IMC têm sido associados diretamente aos valores de glicemia sanguínea. Cabrera-Pivara et al. (2004), em estudo com mexicanos portadores de DM2 submetidos a um programa educativo, afirmaram que a diminuição do IMC correlaciona-se positivamente com a queda da glicemia. Nos portadores de DM2, a obesidade centrípeta apresenta grande prevalência e contribui para o desenvolvimento da resistência insulínica e do estado pró-inflamatório sistêmico (PEIXOTO et al., 2006). Em nosso estudo, 100% (n=39) dos portadores de DM2 apresentaram valores de circunferência da cintura acima dos preconizados pela OMS (>88cm), enquanto apenas 36% (n=13) dos não portadores de DM2 apresentaram os mesmos valores. No estudo de Geraldo (2007), 76,2% dos participantes considerados diabéticos 12 também apresentaram circunferência da cintura acima dos preconizados pela OMS. Segundo Afonso (2002), o acúmulo de gordura na região abdominal apresenta uma associação positiva com níveis de pressão arterial elevados, e podem também predizer melhor do que a massa corporal total o infarto do miocárdio, o acidente vascular cerebral e o diabetes. Mota et al. (2008), ao avaliar o melhor indicador antropométrico para anormalidades metabólicas, afirma que a circunferência da cintura exerce maior influência e pode predizer melhor do que o IMC o desenvolvimento de doenças cardiovasculares como DM2. Além disso, o aumento de um cm da CC pode aumentar em 2% o risco para DCV. Orsatti et al. (2008), em estudo com mulheres pós-menopausa verificaram que a CC tem maior sensibilidade para detectar anormalidades metabólicas (índice de resistência insulínica), enquanto o IMC tem maior especificidade. No estudo observamos maior acúmulo de gordura na região cervical nos portadores de DM2 e correlações positivas entre adiposidade central e circunferência do pescoço (r=0,75, P<0,001). O aumento da circunferência do pescoço e a obesidade são fatores apontados como etiologia da apnéia obstrutiva do sono (AOS), caracterizada pela parada respiratória durante o sono (LIMA, et al, 2008). Viegas & Oliveira (2006) também afirmam que o aumento da circunferência do pescoço são importantes fatores de risco para o desenvolvimento da SAOS. Entretanto, estudos epidemiológicos recentes afirmam que a AOS contribui para a resistência à insulina (PUNJAB et al., 2004) e alguns autores evidenciaram maior prevalência de diabetes mellitus tipo 2 em pacientes com AOS (BABU et al, 2005). No estudo de Ip et al. (2002), pacientes com AOS apresentaram níveis elevados de glicemia de jejum e HOMA-IR comparados com pacientes sem AOS. O mesmo resultado foi observado no estudo de TASSONE et al. (2003), onde pacientes com SAOS apresentaram menor sensibilidade à insulina do que o grupo sem SAOS. CONCLUSÃO De acordo com os resultados do presente estudo, pode-se concluir que os portadores de DM2 apresentaram excesso de peso corporal, associado ao maior depósito de gordura centrípeta e do pescoço quando comparados aos não portadores de DM2, podendo esta ser a causa do descontrole metabólico. 13 BIBLIOGRAFIA (1). SARTORELLI, D.S.; FRANCO, L.J.. Tendências do diabetes mellitus no Brasil: o papel de transição nutricional. Caderno de Saúde Pública. Rio de Janeiro. V.19, Suppl. 1, p.S29-S36, 2003. (2). HERNÁNDEZ, A.Q.;GRANJA, L.L.; SERRANO, V.C.; ARMANDA, J.J.; CAMPOS, F.T.; GERREIRO, T.C.; MORENO, A.Q.. Programa piloto municipal “ mejorar la calidad de la vida Del diabético” . Resultados sobre mortalidad, complicaciones y costos em la diabetes mellitus. Revista cubana de Medicina General Integral. La Habana. V. 16, n. 3, p. 227-232, maio/jun., 2000. (3). WILD S, ROGLIC G, GREEN A, SICREE S, HING H. Global prevalence of diabetes. Estimates for the year 2000 and projections for 2030. 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Diabetes mellitus IMC (Kg/m²) Portadores Não Portadores < 18,5 (DESNUTRIÇÃO) 00 01 ≥ 18,5 E ≤ 24,9 (EUTROFICO) 03 15 ≥ 24,9 E ≤ 30 (SOBREPESO) 13 10 ≥ 30 E ≤ 35 (OBESIDADE GRAU I) 18 08 ≥ 35 E ≤ 40 (OBESIDADE GRAU II) 05 02 > 40 (OBESIDADE GRAU III) 00 00 Tabela III. Distribuição dos portadores e não portadores de diabetes mellitus tipo 2, segundo a classificação da circunferência da cintura. Diabetes mellitus Circunferência Cintura (cm) Portadores Não Portadores < 88 00 23 > 88 39 13 18 Gráfico 1. Coeficientes de correlação entre circunferência do pescoço e circunferência da cintura (r=0,75, P<0,001).