UNIVERSIDADE DA BEIRA INTERIOR Ciências Sociais e Humanas Efeitos da Atividade Física na Composição Corporal e nos Parâmetros Fisiológicos com Impacto no Estado de Saúde, de Alunos do Ensino Superior Rui Miguel Duarte Paulo Tese para obtenção do Grau de Doutor em Ciências do Desporto (3º ciclo de estudos) Orientadores: Prof. Doutor Júlio Manuel Cardoso Martins Prof. Doutor João Manuel Patrício Duarte Petrica Covilhã, junho de 2014 i Composição do júri Presidente do júri Professor Doutor José Ramos Pires Manso Professor Catedrático da Universidade da Beira Interior Vogais Professor Doutor Jorge Augusto Pinto Silva Mota Professor Catedrático da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto Professora Doutora Maria Isabel Martins Mourão Carvalhal Professora Associada aposentada da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Professor Doutor João Paulo Reis Gonçalves Moreira de Brito Professor Coordenador do Instituto Politécnico de Santarém Professor Doutor João Júlio de Matos Serrano Professor Adjunto do Instituto Politécnico de Castelo Branco Professor Doutor Daniel Almeida Marinho Professor Auxiliar da Universidade da Beira Interior Professor Doutor Júlio Manuel Cardoso Martins Professor Auxiliar da Universidade da Beira Interior Paulo, R. (2013). Efeitos da Atividade Física na Composição Corporal e nos Parâmetros Fisiológicos com Impacto no Estado de Saúde, de Alunos do Ensino Superior. Universidade da Beira Interior. PALAVRAS CHAVE: ATIVIDADE FÍSICA; PARÂMETROS FISIOLÓGICOS; COMPOSIÇÃO CORPORAL; SEDENTARISMO. ii Dissertação académica apresentada com vista à obtenção do grau de doutor em Ciências do Desporto de acordo com o disposto no Decreto-Lei 107/2008 de 25 de Junho. iii Dedicatória A todos os que acreditaram em mim e que sempre me apoiaram, incondicionalmente, neste trajeto de realização pessoal e académica. Martim, para ti meu filho… iv Agradecimentos É deveras estimulante chegar a esta fase e efetuar um exercício de memória para me relembrar de todos aqueles que, de uma forma direta ou indireta, contribuíram para a realização deste trabalho. Vou ser injusto, pois com certeza não conseguirei agradecer a todos aqueles (nem sei bem quantos) que, ao longo do período da elaboração deste estudo, foram “importunados” para me auxiliar a vencer todas as adversidades e a transpor todos os obstáculos. Certamente, teria sido impossível chegar a esta fase sem o contributo e a cooperação de todos eles. Apresento seguidamente os agradecimentos, no plano institucional e pessoal: - Institucionalmente, a primeira menção deve ser dirigida ao Instituto Politécnico de Castelo Branco e à Universidade da Beira Interior, digníssimas instituições que permitiram a realização deste estudo, garantindo e proporcionando todas as condições necessárias para o seu desenvolvimento. - No plano pessoal, é importante referir um conjunto de pessoas que, ao longo deste período, foram imprescindíveis para tornar possível a conclusão deste documento e consequente etapa, a nível académico: Aos orientadores, Prof. Doutor João Manuel Petrica e Prof. Doutor Júlio Manuel Cardoso Martins, pelo inesgotável conhecimento transmitido durante todo este percurso, pelo profissionalismo, destacando a utilidade das suas recomendações e a cordialidade com que sempre desempenharam essa função. Importante destacar também a liberdade de ação que permitiu fomentar a autonomia, tendo sido este aspeto preponderante para o desenvolvimento profissional e pessoal; Aos colegas e amigos, Prof. João Manuel Petrica, Prof. João Serrano, Prof. António Faustino e Pedro Mendes, pelo acompanhamento no desenrolar deste percurso. O seu apoio foi fundamental e as suas palavras de incentivo preponderantes para ultrapassar os obstáculos, e a sua experiência, conhecimento e sabedoria foram decisivos na estabilidade emocional; Uma palavra muito especial para o Prof. Doutor João Machado, amigo sempre presente, nos momentos bons e menos bons, sempre com uma palavra de conforto, sempre com uma motivação, sempre um ombro amigo. Obrigado também pelas sempre pertinentes correções de texto. v Ao Prof. Paulo Silveira pela disponibilidade mostrada e pela preciosa ajuda no tratamento estatístico. Brilhantes minutos que valeram por horas. Aos alunos do curso de DAF e MAF da ESECB, pela preciosa ajuda na fase de recolha de dados, Nuno Dâmaso, Hélder Rodrigues, José Henriques, entre outros. A todos os colegas que sempre me incentivaram e sempre se mostraram disponíveis para o que fosse necessário. Apesar de ser impossível, a tarefa de agradecer a todos adequadamente, da forma merecida, e para não correr o risco de me alongar em demasia, guardo as últimas palavras para a minha família: A meus pais e irmão, porto de abrigo da minha pessoa, pelas lições de honestidade, humildade e tantos outros valores que não consigo enumerar; À Sara, companheira, confidente, amante e amiga, pela sua bondade e por ser o ponto de equilíbrio ao longo dos últimos 10 anos; Ao meu filho Martim, minha fonte de inspiração, meu mais que tudo na vida. Tantos foram os momentos que não lhe dei a atenção devida e merecida, envolvido em intermináveis tarefas dirigidas para este trabalho; Aos restantes elementos da minha grande e fantástica família que sempre me apoiam no que vou fazendo ao longo da vida. A todos o meu bem-hajam... vi Lista de Publicações Esta Tese de Doutoramento originou as seguintes publicações: - Paulo, R.M., Petrica, J.M., & Martins, J.C. (2013). Physical activity and respiratory function: corporal composition and spirometric values analysis. Acta Médica Portuguesa, 26(3), 258264. - Paulo, R.M., Petrica, J.M., & Martins, J.C. (2013). Effects of physical activity in ventilation function: analysis of corporal composition and spirometeric values. Atención Primaria, 45(Espec Cong 1), 85. - Paulo, R.M., Petrica, J.M., & Martins, J.C. (2012). Physical inactivity and respiratory dysfunction: analysis of corporal composition and spirometry values. Physical activity – Abstracts: injuries. Acta Médica Portuguesa, 25(S3), 4. - Paulo, R.M., Petrica, J.M. e Martins, J. (2012). Efeitos da actividade física e desportiva extracurricular na aptidão física, no Índice de Massa Corporal e nos parâmetros fisiológicos (com impacto no estado de saúde) nos alunos do ensino secundário de Castelo Branco. In: Sociedade Científica de Pedagogia do Desporto. Desporto e Pedagogia: Formação e Investigação. pp.251-262. Paulo, R.M., Petrica, J.M. e Martins, J.C. (2012). Efeitos da atividade física e desportiva extracurricular na aptidão física, na composição corporal e nos parâmetros fisiológicos, dos alunos do ensino secundário do Concelho de Castelo Branco. In: Pereira, B.O., Silva, A.N., Carvalho, G.S. Atividade física, Saúde e Lazer. O valor formativo do jogo e da brincadeira. pp.255-263. - Paulo, R.M., Petrica, J.M. e Martins, J. (2013). Physical Activity and physiological parameters: association with body composition variable. Artigo submetido e em revisão para publicação na revista Ágora Para La Educación Física, em 22 de maio de 2013. - Paulo, R.M., Petrica, J.M., Martins, J.C., Pichetto, F., Faure, F. e Magno, F. (2013). Physical Activity and respiratory function: analysis of corporal composition and spirometric values of Portuguese and Italian students. Artigo submetido e em revisão para publicação na revista Motricidade em 15 de julho de 2013. vii Resumo Objetivo: A presente investigação tem como principal objetivo verificar os efeitos da prática da atividade física (AF) ao nível da composição corporal e dos parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde, de sujeitos sedentários e com prática diferenciada de AF, estudantes do Ensino Superior. Objetivou-se também correlacionar os indicadores mensurados. Material e Métodos: estudo transversal com amostra constituída por 132 estudantes, com média de idade de 21,08 ± 2,23 anos, de ambos os géneros, divididos em 3 grupos: GESCOLA+EXERCÍCIO - 58 estudantes praticantes de AF supervisionada e periodizada, letiva e extracurricular; GESCOLA - 44 estudantes praticantes de AF letiva, supervisionada e periodizada; GSEDENTÁRIOS - 30 estudantes sedentários. Para caraterizar a amostra quanto ao tipo de AF, aplicámos uma adaptação do questionário de Telama et al. (1997). Avaliaram-se os valores de composição corporal (IMC, perímetro da cintura (PC), índice cintura/anca e % massa gorda (%MG)), os valores de espirometria (DEMI, VEF1 e CVF), os valores de pressão arterial (sistólica e diastólica), os valores de FCREPOUSO e os valores de glicemia, colesterol e triglicerídeos. Os dados obtidos foram tratados no S.P.S.S. 19.0, através dos testes: U de Mann-Whitney; análise de variância - ANOVA (LSD); teste de correlação de Pearson e Spearman, adotando-se um nível de significância de 0,05. Resultados: O GESC+EXERC obteve resultados estatisticamente diferentes (p≤0,05) e mais favoráveis nas variáveis de composição corporal (IMC, PC e %MG), nos parâmetros Pressão Arterial Sistólica e Diastólica, nos Triglicerídeos, na FCREPOUSO e em todos os valores espirométricos (CVF, VEF 1 e DEMI), comparativamente ao GSEDENTÁRIOS. Verificou-se correlação positiva entre as variáveis de composição corporal (IMC, PC e %MG), e entre algumas variáveis avaliadas. Verificámos também que há uma tendência para correlação negativa entre os valores da composição corporal e os valores espirométricos, apenas observável em algumas variáveis, ou seja, parece que quanto maiores os valores da composição corporal, menores os valores espirométricos. Conclusão: A prática de exercício supervisionado e periodizado parece contribuir para a melhoria de alguns parâmetros fisiológicos avaliados, promovendo maior funcionalidade e diminuindo a apetência para patologias metabólicas e cardiovasculares e respiratórias. Palavras-chave Atividade Física; Parâmetros Fisiológicos; Composição Corporal; Sedentarismo. viii Abstract Objective: The main aim of this research project was to measure the effects of physical activity (PA) on corporal composition and physiological parameters with an impact on health of sedentary subjects and differentiated practice of PA, students of Higher Education. This study also aimed to correlate the measured indicators. Material and Methods: A cross-sectional study with a sample of 132 adults with a mean age of 21.08 ± 2.23 years, of both sexes, divided into 3 groups: GSCHOOL+EXERCISE - 58 students practitioners of PA supervised doing curricular and extracurricular activities; GSCHOOL - 44 students practitioners of PA supervised in curricular activities; GSEDENTARY - 30 sedentary students. To characterize the sample of the type of PA, we used an adaptation of the questionnaire Telama et al. (1997). We assessed the values of body composition (BMI, waist circumference (WC), index waist/hip and % of fat mass (%FM)), the values of spirometry (PEF, FVC and FEV1), the values of blood pressure (systolic and diastolic), the values of HRRESTING and blood glucose levels, cholesterol and triglycerides. The data were treated in S.P.S.S. 19.0 using the tests: Mann-Whitney test, analysis of variance - ANOVA (LSD), the Pearson and Spearman correlation test, adopting a significance level of 0,05. Results: The GSCHOOL+EXERCISE obtained results statistically different (p ≤ 0.05) and the most favorable body composition variables (BMI, WC and %FM), in the Systolic and Diastolic Blood Pressure parameters, in the Triglycerides, in the HRRESTING and in all spirometric values (FVC, FEV1 and PEF) compared to GSEDENTARY. There was a positive correlation between body composition variables (BMI, WC and %FM), and among some variables. We also found that there is a tendency for a negative correlation between body composition values and spirometric values, only observable in some variables, i.e., the higher the values of body composition, the lower the spirometric values. Conclusions: The practice of supervised exercise and periodization appears to contribute to the improvement of some physiological parameters, promoting greater functionality and decreasing the likelihood of metabolic, cardiovascular and respiratory diseases. Keywords Physical activity; Physiological Parameters; Body Composition; Physical inactivity. ix Índice Dedicatória iv Agradecimentos v Lista de Publicações vii Resumo viii Abstract ix 1. INTRODUÇÃO 1 2. REVISÃO DE LITERATURA 6 2.1. Atividade Física 7 2.1.1. Atividade Física formal e informal 8 2.1.2. Atividade Física em jovens 9 2.2. Atividade Física e Promoção da Saúde 11 2.2.1. Atividade Física, Sedentarismo e Índice de Massa Corporal 13 2.2.2. Relação entre Índice de Massa Corporal e atividade física 14 2.2.3. Índice de Massa Corporal como critério de obesidade 15 2.3. Composição corporal e meios de avaliação: IMC, Perímetro da Cintura, Relação entre Cintura e Anca e % de Gordura por Bioimpedância 2.4. Parâmetros Fisiológicos com Impacto no Estado de Saúde 17 20 2.4.1. Efeitos da AF na Pressão Arterial 20 2.4.2. Efeitos da AF no Colesterol, Triglicerídeos e Glicemia 22 2.4.3. Avaliação do fluxo pulmonar: Espirometria 2.4.3.1. Associação entre IMC e volumes pulmonares 2.5. Estado da arte 27 30 30 3. OBJETO DE ESTUDO 33 3.1. Introdução 34 3.2. Objetivos e Questões de Investigação 34 3.3. As Hipóteses Fundamentais/Gerais 35 3.4. Identificação das variáveis 37 4. MATERIAL E MÉTODOS 39 4.1. Introdução 40 4.2. Descrição do estudo 40 4.3. Descrição da população acessível e da amostragem utilizada 42 4.4. Procedimentos para recolha de dados 43 4.5. Instrumentos e materiais utilizados para a coleta de dados. 44 4.6. Forma de contacto / Princípios éticos 51 4.7. Estudo-piloto dos instrumentos 52 4.8. Considerações sobre a fiabilidade e validade dos instrumentos 54 4.9. Tratamento estatístico dos dados 55 x 4.10. Descrição da metodologia (design) seguida no trabalho 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 56 58 5.1. Análise descritiva 59 5.2. Análise inferencial 66 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 79 7. CONCLUSÕES 84 7.1. Verificação das hipóteses de estudo formuladas 85 7.2. Perspetivas de Investigação: limitações e sugestões 87 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 89 PUBLICAÇÕES DECORRENTES DO PROJETO DE DOUTORAMENTO 118 ANEXOS 147 xi Lista de Figuras Figura 1 - Espirómetro Cosmed MicroQuark PC 50 Figura 2 – Gráficos referentes à correlação do IMC com as variáveis de composição corporal (PC e %MG), para o total da amostra 72 Figura 3 – Gráficos referentes à correlação entre o IMC e as variáveis espirométricas (CVF, DEMI e VEF1), para o total da amostra 73 Figura 4 – Gráficos referentes à correlação do PC com as variáveis de composição corporal (%MG e ÍNDICECINT/ANCA), para o total da amostra 74 Figura 5 – Gráficos referentes à correlação entre as variáveis espirométricas (CVF, DEMI e VEF1), para o total da amostra 77 xii Lista de Tabelas Tabela 1: Complicações da obesidade e relação com outros parâmetros fisiológicos que influenciam o estado de saúde Tabela 2: Influência da atividade física em vários parâmetros fisiológicos que influenciam o estado de saúde 31 32 Tabela 3: Síntese das etapas para recolha de dados 44 Tabela 4: Caraterização da amostra (n=132) 59 Tabela 5: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, dividida pelos grupos 60 Tabela 6: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, dividida pelos grupos (Género Masculino) Tabela 7: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, dividida pelos grupos (Género Feminino) Tabela 8: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, divididas pelas categorias, quanto aos hábitos tabágicos Tabela 9: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, divididas pelas categorias, quanto aos hábitos de consumo de álcool Tabela 10: Percentuais da distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos tabágicos, pelos três grupos da amostra, quanto aos hábitos de AF Tabela 11: Percentuais da distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos alcoólicos, pelos três grupos da amostra, quanto aos hábitos de AF Tabela 12: Percentuais da distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos tabágicos, pelos dois géneros Tabela 13: Percentuais da distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos de consumo de álcool, pelos dois géneros Tabela 14: Nível de significância das comparações entre grupos (IMC, percentagem de massa gorda, PC, glicemia, PAS, PAD, FCREPOUSO, CVF e VEF1). Total da amostra Tabela 15: Nível de significância das comparações entre grupos (IMC, percentagem de massa gorda, PC, glicemia, PAS, PAD, FCREPOUSO, CVF e VEF1). Género Masculino Tabela 16: Nível de significância das comparações entre grupos (IMC, percentagem de massa gorda, PC, glicemia, PAS, PAD, FCREPOUSO, CVF e VEF1). Género Feminino Tabela 17 – Nível de significância das comparações entre grupos, para as variáveis Índice Cintura/Anca, Triglicerídeos, Colesterol e DEMI. Total da Amostra Tabela 18: Nível de significância das comparações entre grupos, para as variáveis Índice Cintura/Anca, Triglicerídeos, Colesterol e DEMI. Género Masculino Tabela 19: Nível de significância das comparações entre grupos, para as variáveis Índice Cintura/Anca, Triglicerídeos, Colesterol e DEMI. Género Feminino Tabela 20: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre o IMC e as variáveis de estudo, para os elementos da amostra e divididos pelo género Tabela 21: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre o PC e as variáveis de estudo, para os elementos da amostra e divididos pelo género Tabela 22: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre o %MG e as variáveis de estudo, para os elementos da amostra e divididos pelos grupos Tabela 23: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre as variáveis espirométricas, para os elementos da amostra Tabela 24: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre os hábitos tabágicos e as variáveis espirométricas, para os elementos da amostra xiii 61 62 62 63 63 64 65 66 67 68 69 70 71 71 73 75 76 77 78 Lista de Acrónimos UBI IPCB PAS PAD AF VEF1 DEMI CVF OMS WHO ACSM PC ATS ERS IMC DCV GESCOLA+EXERCÍCIO GESCOLA GSEDENTÁRIOS VLDL LDL HDL Universidade da Beira Interior Instituto Politécnico de Castelo Branco Pressão Arterial Sistólica Pressão Arterial Diatólica Atividade Física Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo Débito Expiratório Máximo Instantâneo Capacidade Vital Forçada Organização Mundial de Saúde World Health Organization American College of Sport Medicine Perímetro da Cintura American Thoracic Society European Respiratory Society Índice de Massa Corporal Doença Cardiovascular Grupo de alunos praticantes de atividade física supervisionada, letiva e extracurricular Grupo de alunos praticantes de atividade física letiva, supervisionada e periodizada Grupo de alunos sedentários Very Low Density Lipoproteins Low Density Lipoproteins High Density Lipoproteins xiv CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO 1 1. INTRODUÇÃO GERAL A importância da atividade física (AF) para a população adolescente e jovem adulta é hoje inquestionável, proporcionando a prática regular destas atividades efeitos positivos sobre o organismo, não querendo com esta afirmação desvalorizar a sua importância na população infanto-juvenil e sénior, ou seja, reportamo-nos à sua importância ao longo de toda a vida. A preocupação com a questão da AF e saúde para todas as faixas etárias e, consequentemente, a longevidade da espécie humana, tem sido constante. Prova disso, são as investigações realizadas nesta área, as informações rotineira e massivamente veiculadas nos meios de comunicação e o próprio interesse e preocupação das pessoas sobre esta temática. A "evolução" da sociedade, a industrialização e a mecanização das tarefas têm provocado alterações nos padrões de vida e, consequentemente, o aparecimento de uma série de fatores preocupantes. Um dos fatores que despertam essa preocupação é a inatividade física, com consequências desastrosas para o organismo, entre elas a obesidade, a diabetes, a hipertensão, entre outras. Mota e Sallis (2002) referem que a nossa sociedade evidencia uma tendência preocupante para a inatividade física, nomeadamente entre as crianças, adolescentes e jovens adultos, associados aos graves problemas de saúde pública que proliferam na sociedade. No quotidiano, as crianças, os jovens e os adultos vivem num ambiente que contém um conjunto de fatores difíceis de modificar, que influenciam e aumentam o risco de se tornarem obesos, diabéticos, hipertensos, hipercolesterolémicos, dislipidémicos e com perturbações respiratórias, colocando-os em risco de desenvolver um acentuado número de patologias (Sönmez et al., 2003; Wallace, 2003; Auer et al., 2004; Cercato et al., 2004; Oliveira et al., 2004; Pescatello et al., 2004; Schocken et al., 2008). Quando falamos de sobrepeso, incluindo a obesidade, podemos ter por base uma definição mais elementar, que consiste na percentagem de gordura corporal acima da qual aumenta o risco de doença associada, ou como um aumento excessivo das reservas lipídicas armazenadas no tecido adiposo. Contudo, por ser uma definição, levanta várias questões (Cole & RollandCachera, 2002), nomeadamente: como se avaliam e mensuram as quantidades de gordura corporal e qual o ponto de corte utilizado e mais ajustado para definir "sobrepeso” e “obesidade"? Relativamente à hipertensão arterial, a bibliografia refere uma tendência dos valores verificados na infância e adolescência, se manterem até à idade adulta (Chen & Wang, 2008), preocupação acrescida por ser esta uma patologia multifatorial (Labarthe et al., 2009), logo, de interesse relevante para a nossa investigação. Quanto aos níveis de colesterol, a literatura refere que podem advir de fatores genéticos, como a hipercolesterolemia familiar (Leon, 1995) e de fatores do envolvimento, como o estilo 2 de vida adotado, o tabagismo, as dietas ou o sedentarismo, aumentando o risco de aterosclerose (Mayo Clinic Health Letter, 1998), ou mesmo de ambos os fatores. Está postulada a relação entre o colesterol total e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Hopper et al., 2001) e, de acordo com a World Health Organization (WHO, 1990), a ocorrência de doenças cardiovasculares nos adultos tem relação com os valores de colesterol total existentes em idades precoces. No que diz respeito à espirometria, é crucial referir a importância deste exame que ajuda no diagnóstico, na prevenção e na quantificação dos distúrbios ventilatórios dos pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória. As patologias respiratórias, como a asma, a apneia do sono e a intolerância ao exercício, são constantes em adolescentes e jovens adultos obesos e podem limitar a prática de AF e desportiva, dificultando o controlo do peso (Chinn, 2006; Pinto, Holanda, Radu, Vilares, & Lima, 2006). Com o aumento da deposição de gordura, revestindo a cavidade torácica, tanto dentro como sobre a cavidade abdominal, progressivas alterações poderão ocorrer na funcionalidade pulmonar (Fung, Lau, Chow, Lee, & Wong, 1990). A intolerância à glicose e a hiperinsulinemia estão também diretamente associadas à obesidade durante a juventude (Heinze et al., 2002; Kaufman, 2002). Os mecanismos pelos quais a obesidade potencia o aparecimento da diabetes mellitus tipo II nos adolescentes poderão ser comparáveis aos observados em adultos, onde a gordura visceral está diretamente relacionada com a resistência à insulina (Caprio, 2002). A diabetes mellitus tipo II em adolescentes e jovens adultos, que até à entrada do novo século era praticamente inexistente e irreconhecível nestas fases da vida, é observada em aproximadamente 50% dos novos casos de diabetes diagnosticados em algumas populações (Fagot-Campagna et al., 2000). É imprescindível orientar o adolescente e o jovem adulto para o valor inquestionável das atividades físicas na melhoria da sua qualidade de vida, sabendo quais os riscos que acarreta a inatividade física e, principalmente, para a preservação da espécie humana salutar e fisicamente apta. Torna-se necessária a mudança no papel do profissional da área do desporto e educação física. Que não seja basicamente a de orientação de técnicas desportivas, mas sim, a consciencialização do aluno, mesmo no Ensino Superior, na procura de melhor aproveitamento das suas capacidades motoras, tanto na componente letiva, como no tempo livre fora da escola, bem como os benefícios que um estilo de vida ativo acarreta para o estado de saúde. “É de reconhecimento geral que todo e qualquer processo educacional procura na sua essência, atender adequadamente às necessidades biológicas, sociais e culturais da população a que se reporta” (Tani et al., 1988:1). Nesta perspetiva, o principal objetivo da presente investigação consiste em verificar quais os efeitos da prática da AF diferenciada, comparativamente aos estilos de vida sedentários, na 3 melhoria da composição corporal e nos parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde, dos alunos do ensino superior do Concelho de Castelo Branco. Pertinência do estudo Apesar da bibliografia ser quase unânime em considerar que a AF é sinónimo de saúde, é necessário perceber de que forma os diferentes estilos de vida ativos, bem como a frequência semanal, podem provocar alterações e melhorias na composição corporal e em alguns parâmetros fisiológicos, comparativamente a estilos de vida sedentários. Esta investigação, na nossa opinião, assume relevância científica devido à pertinência que tem na realidade da nossa sociedade, pois, saber quais os efeitos da prática de AF diferenciada na composição corporal e nos parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde da população adolescente e jovem adulta, pode auxiliar em estudos futuros e na elaboração de estratégias de intervenção, que conduzam ao aumento de hábitos de vida saudáveis, apresentando-se a prática da AF como determinante na prevenção de diversos fatores que contribuem para o sedentarismo e obesidade. São vários os motivos que justificam a realização do presente estudo. De entre estes, podemos destacar cinco que se nos afiguram fundamentais: 1. O facto de usarmos uma metodologia diferente possa contribuir para um melhor conhecimento sobre a problemática em estudo, visto que a maioria das pesquisas disponíveis na literatura serem realizadas com metodologias diferentes da utilizada neste estudo, sendo que apesar de algumas limitações, esta nos parece bastante assertiva. 2. O facto de em Portugal se constatar uma reduzida incidência sobre esta faixa etária e este nível de ensino, na investigação sobre este domínio de pesquisa. 3. A actualidade da temática em questão, face ao acentuado número de instituições de ensino superior e número de alunos que nele se inserem, acrescendo a este facto a necessidade de produzir mais informação relevante sobre este fenómeno, para poder reivindicar a necessidade da prática supervisionada de AF neste nível de ensino, mostrando a sua importância e efeitos, para todos os alunos. 4. A avaliação da AF, da composição corporal e dos parâmetros fisiológicos, encarada numa perspetiva de saúde, é uma área em plena expansão, que se constitui como a base da compreensão dos efeitos benéficos da AF. 4 5. O caráter multifacetado deste estudo permite construir uma referência e ser, simultaneamente, ponto de partida para a realização de mais estudos neste contexto. Estrutura da Dissertação Esta dissertação é composta por sete capítulos. O primeiro capítulo é preenchido pela introdução geral, centrando-se na fundamentação e pertinência do estudo, apresentando os temas fundamentais e os objetivos. O segundo capítulo centra-se na revisão de literatura, salientando a importância do estudo, evidenciando a importância do(s) tema(s), identificando a linha de investigação em que se insere, mostrando a importância das variáveis de estudo, dando conta do estado da arte, para podermos fundamentar as opções tomadas ao longo do estudo. No terceiro capítulo, reportamo-nos ao objecto de estudo, onde apresentamos os objetivos e questões de investigação, as hipóteses fundamentais/gerais e específicas, bem como a identificação das variáveis. Relativamente ao quarto capítulo, referente ao Material e Métodos, identificamos aspetos nucleares, como, por exemplo: descrição do estudo; descrição da população acessível e da amostragem utilizada; procedimentos para recolha de dados; instrumentos e materiais utilizados para a coleta de dados; forma de contacto/princípios éticos; estudo-piloto dos instrumentos; considerações sobre a fiabilidade e validade dos instrumentos; tratamento estatístico dos dados; e descrição da metodologia (design) seguida no trabalho. Seguidamente, no capítulo cinco, apresentamos os nossos resultados através de uma análise descritiva e, seguidamente, de uma análise inferencial. No seguimento deste surge o sexto capítulo que consiste na discussão dos resultados apresentados. O sétimo capítulo sumaria as principais conclusões do estudo, salientando ainda a verificação das hipóteses de estudo, bem como a referência a algumas perspetivas de investigação, nomeadamente a limitações e sugestões decorrentes deste estudo. No final, apresentamos as referências bibliográficas atinentes a esta dissertação, onde utilizámos as normas de referenciação bibliográfica da APA (2010, 6ª edição). Importante salientar que introduzimos ainda duas seções, as publicações decorrentes do projeto de doutoramento e os anexos. Na primeira, integrámos os estudos empíricos, sendo apresentados, sob forma de artigo, em concordância com as normas das revistas nas quais foram submetidos (inclusive referências bibliográficas), vários estudos que isolada e/ou conjuntamente procuram responder aos principais propósitos desta dissertação. Relativamente aos anexos, colocámos todos os documentos que julgámos preponderantes para poder complementar o corpo de texto. 5 CAPÍTULO 2 REVISÃO DE LITERATURA 6 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1. Atividade Física O conceito de AF é utilizado, muitas vezes, sem uma clareza concetual e confundido com outros conceitos, que, apesar de relacionados com o movimento humano, são definitivamente diferentes nas suas especificidades. Desta forma, Caspersen (1985), entende por AF qualquer movimento voluntário produzido pelos músculos esqueléticos, que resulta num gasto energético acima dos níveis de repouso, enquanto que, para o mesmo autor, o exercício físico é uma subcategoria da AF que é planeada, estruturada e repetitiva, com a intenção de melhorar ou manter um ou mais elementos da aptidão física. Este conceito de AF foi utilizado pelo Center for Disease Control and Prevention e o American College of Sports Medicine (CDC/ACSM, 1995). Já para Barata (2006), que apresenta outro conceito, afirma que AF é tudo aquilo que implique movimento, força ou manutenção da postura corporal contra a gravidade, resultando num consumo de energia, devendo, segundo Pitanga e Pitanga (2001) este gasto energético ser contínuo. Alargando a abrangência, para Pinho (1999), a AF é um comportamento de grande importância para a promoção de estilos de vida saudáveis, tanto na infância quanto na juventude e também na idade adulta. Todavia, de acordo com Devís e Velert (2001:299), o movimento humano só deverá ser considerado como AF se houver intencionalidade, devendo por tal excluir-se todos os movimentos reflexos. Desta forma, o autor define AF como “todo o movimento corporal intencional que se realiza com os músculos esqueléticos, originando um consumo energético e uma experiência pessoal, que permite interactuar com os seres e o ambiente que nos rodeia”. O termo atividade física está muito em voga nos nossos dias, no entanto, pode levantar muitas dúvidas quando se trata de o definir de uma forma consistente (Serrano, 2003). Segundo Heyward (2006), a AF pode ser classificada em seis categorias (Muito leve, Leve, Moderada, Elevada, Muito elevada e Máxima), consoante a intensidade, tendo em conta o percentual de frequência cardíaca máxima (FC MÁX.). Também o American College of Sport Medicine (ACSM, 2010) propõe seis categorias (Muito leve, Leve, Moderada, Vigorosa, Muito vigorosa e Máxima), com referência ao percentual do volume de oxigénio residual (VO2RES), da frequência cardíaca residual (FCRES), e da FCMÁX., apresentando, para este parâmetro, algumas diferenças, comparativamente a Heyward (2006) (anexo 1 e 2). 7 2.1.1. Atividade Física formal e informal De uma forma geral, as atividades físicas praticadas por pessoas jovens podem ser classificadas como organizadas (atividades desportivas em clubes, programas de exercício formais, atividades desportivas na escola) e atividades não organizadas (caminhadas, andar de bicicleta ou outras atividades físicas não orientadas por treinadores/professores) (Mota & Esculcas, 2002; Santos, Gomes, & Mota, 2005). No que respeita às atividades informais, a participação espontânea é um critério fundamental, visto que estas atividades não são condicionadas por regras estabelecidas, regulamentos ou formas de competição desportiva. Cada vez mais, as atividades devem proporcionar prazer aos jovens, indo ao encontro dos seus interesses e necessidades, sendo um contributo para a promoção do seu desenvolvimento integral. Perceber as opções da realização de atividades organizadas ou não organizadas, é uma área de pesquisa interessante, contribuindo para desenvolver intervenções de AF efetiva em idades jovens (Mota, 2003). Alguns estudos revelam que a participação em atividades organizadas aumenta com a idade, em ambos os géneros. Contrariamente, existe uma tendência para o decréscimo das atividades não organizadas durante a adolescência (Sallis, 2000; Mota & Esculcas, 2002). O envolvimento em atividades desportivas e estruturadas na adolescência está associado a um maior envolvimento em desportos organizados na idade adulta (Dovey, Reeder, & Chalmers, 1998). Mas a investigação não é unânime, pois, de acordo com Pate, Long, e Heath (1994) de um modo geral, parece ocorrer uma diminuição na participação em atividades organizadas com a idade e que muitos adolescentes manifestam uma baixa participação em atividades estruturadas. Também Smoll e Smith (1996) verificaram uma prática significativamente mais elevada nas atividades informais por oposição às formais. Tal facto parece estar associado ao efeito positivo da espontaneidade associado à livre escolha, caraterística da participação em atividades informais. Desta forma, as atividades físicas informais, apelidadas na literatura de atividades não organizadas, não apoiadas pela escola, pelos clubes desportivos, empresas ou por qualquer outra organização comercial, parecem ter ganho uma importância crescente no domínio da prática de AF das populações (Sallis & Owen, 1999). Considera-se como AF não formal todo o tipo de AF não planeada, nem supervisionada. A AF habitual é um bom exemplo de AF não formal (Paulo, 2010). Silva, Paiva, Pinto Neto, Braga, e Morais (2006) resumem AF habitual como sendo movimentos realizados no quotidiano de forma moderada. De acordo com Barata (2006), AF habitual é aquela que está integrada nos hábitos da vida diária: deslocações a pé, subir escadas, passatempos ou profissões fisicamente ativas, levar os 8 filhos ou os animais a passear, etc. As suas vantagens são: estar sempre acessível, podendo ser praticada todos os dias e a qualquer momento do dia; não obrigar a custos económicos significativos, nem a deslocações. Desta forma, não é consensual a definição deste relevante conceito, que, na nossa opinião, por abranger um tão grande número de atividades e de movimentos, dificilmente poderá ser avaliado na sua totalidade. 2.1.2. Atividade Física em jovens Tanto nas crianças, como nos jovens adolescentes e adultos, a AF é uma construção multidimensional, ou seja, o seu conceito abrange todas as atividades realizadas nas tarefas do quotidiano, nas deslocações, no trabalho, na escola e nas atividades de lazer (Pate, 1995), englobando, desde o mais elementar movimento, até ao esforço mais intenso que o organismo consegue suportar (Vaquero & Ruiz, 2002). O género e a idade parecem ter grande influência no nível de AF habitual das crianças e jovens, pois várias investigações indicam que a AF declina rapidamente com a idade (Sallis, 1993; Trost et al., 2002), sendo o género feminino menos ativo que o masculino, em todas as fases de crescimento e desenvolvimento (Pate et al., 1994; Sallis, Prochaska, & Taylor, 2000; Hussey, Gormley, & Bell, 2001). Também com base em alguns estudos (Myers, Strikmiller, Webber, & Berenson, 1996; Hovell, Sallis, Kolody, & Mckenzie, 1999; Sallis & Owen, 1999; Van Mechelen, Twisk, Post, Snel, & Kemper, 2000) verificamos que os rapazes preferem jogos competitivos, com níveis de intensidade elevados, enquanto as raparigas preferem atividades de caráter individual e de intensidades mais moderadas. De realçar que as raparigas são mais regulares nas suas práticas, com o aumento da idade, com particular relevância no período pós-pubertário (Van Mechelen et al., 2000). Em idade escolar, o objetivo da AF não é somente evitar doenças, mas, sobretudo, incrementar o crescimento e desenvolvimento saudável e normal e também a componente de socialização, para criar nos jovens um estilo de vida com hábitos de AF, que os acompanhe ao longo de toda a vida (Telama, 1998). Desta forma, corroboramos Ganley e Sherman (2000), quando afirmam que todos os adolescentes e jovens necessitam de exercício físico, uma vez que a AF é um dos pré-requisitos para que haja um crescimento e desenvolvimento ótimo. Esta fase carateriza-se por momentos ótimos para a obtenção de hábitos e comportamentos de saúde, originando também o desenvolvimento de estilos de vida ativos e saudáveis (Maia, Lefréve, Beunen, & Claessens, 1998). Neste sentido, é fundamental que se promova a AF regular desde idades precoces, por forma a que um estilo de vida sedentário não se apodere 9 dos jovens contribuindo para a perda de qualidade de vida. É nesta fase que o adolescente e jovem constroem uma importante parte do seu futuro, através do desenvolvimento das atitudes mais ou menos favoráveis à prática regular da AF, que permanecerão até à idade adulta (Calfas & Taylor, 1994; Piéron, 1998). Posteriormente, deveriam manter elevados níveis de AF, para desfrutarem de uma vida saudável e produtiva, quando adultos (Trost, 2001). Mota e Sallis (2002) indicam que um número ainda bastante significativo de jovens necessita de ser mais ativo no seu quotidiano, porque, durante o dia-a-dia, não realiza AF em quantidades e intensidades suficientes, capaz de promover efeitos positivos e benéficos sobre a saúde. Cada vez mais, os adolescentes e jovens estão a adotar os estilos de vida sedentários dos adultos, e também, a forma de encarar o exercício físico, designadamente, apresentando as mesmas razões para não o realizarem (Sallis & Owen, 1999; Crespo, Smith, Andersen, Carter-Pokras, & Ainsworth, 2000; WHO, 2004). As oportunidades de escolha de comportamentos sedentários são cada vez maiores, e os jovens crescem e vivem rodeadas por elas. Estes factos devem-se, em parte, à redução drástica dos esforços físicos na deslocação para a escola e nos passatempos, ao aumento acentuado do tempo despendido a ver televisão, a jogar consola e no computador, comunicar e navegar na Internet, às rotinas de trabalho dos pais, ao aumento do trânsito e da urbanização e aos problemas de segurança (Sallis & Owen, 1999; Marshall, Biddle, Sallis, & McKenzie, 2002; WHO, 2004). Com esta realidade, a forma mais óbvia e acessível para a consecução de criar estilos de vida saudável, aumentando a probabilidade de os jovens se tornarem adultos ativos, serão as aulas de Educação Física, em todos os níveis de ensino, incluindo aulas de cariz prático no ensino superior. Apesar de, na nossa opinião, o tempo passado nessas aulas ser pouco, estas constituem, na maior parte dos casos, a única experiência de AF organizada e regular, para muitos jovens (Mckenzie et al., 2004). Apesar de serem óbvios os benefícios resultantes da prática regular de AF nos jovens, existiam algumas lacunas na investigação, acerca dos níveis de AF que sirvam de referência e padrão para este grupo etário (Sallis, 1993; Pate et al., 1994; Bungum, Dowda, Weston, Trost, & Pate, 2000). Se até final do século anterior continuava a subsistir um debate constante, acerca da quantidade e tipo de AF necessários para promover efeitos positivos e benéficos ao nível da saúde dos jovens (Sallis et al., 2000; Cavill, Biddle, & Sallis, 2001), atualmente, de acordo com o American ColIege of Sports Medicine as evidências científicas demonstram claramente que acumular 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada, preferencialmente todos os dias da semana, fornece benefícios substanciais para a saúde. Também a Health Education Authority recomenda uma hora de AF para jovens, de intensidade, pelo menos, moderada. 10 Têm sido indicados problemas, no que se refere aos níveis de AF habitual e de aptidão física, de distintas camadas populacionais. No que diz respeito a adolescentes e jovens, Bergmann, Araújo, Garlipp, Lorenzi, e Gaya (2005) e Hallal, Victora, Azevedo, e Wells (2006) referem que, mesmo estando em idade escolar, frequentando aulas de educação física, adolescentes e jovens não têm atingido níveis satisfatórios de aptidão física e nem tão pouco têm desenvolvido a prática regular de atividades físicas. O panorama em questão evidencia que as ações docentes nas aulas de educação física têm apresentado fatores preocupantes, no que se refere à promoção da saúde. De entre os problemas relativos às ações docentes na educação física escolar, podem ser indicados a maciça presença de desportos, em detrimento de outros conteúdos de ensino (Guedes & Guedes, 1997, Pereira & Silva, 2004), a falta de temáticas de caráter cognitivo (Alves, 1990; Pereira, 2006, Silveira & Silva 2011) e a baixa intensidade dos exercícios efetuados durante as aulas (Hino, Reis, & Añez, 2007, Kremer, 2010). 2.2. Atividade Física e Promoção da Saúde É consensual na literatura, a existência de uma relação complexa entre AF e saúde, pelo que aparenta ser consistente o impacto positivo da AF sobre a saúde em jovens e adultos. Assim sendo, a AF é referida como um comportamento de saúde positivo para estes escalões etários. O conceito de saúde definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 1989) refere não apenas a ausência de doença, como também o bem-estar físico, mental e social, bem como a manutenção de um estilo de vida saudável. Segundo Caspersen (1989) e Dishman, Washburn, e Heath (2004), esta área de investigação tem alguns propósitos de pesquisa: estudar a associação da AF, enquanto comportamento relacionado com a saúde, com a doença e com outros problemas de saúde; aplicar o conhecimento na prevenção e controlo da doença bem como na promoção da saúde. A AF é um comportamento complexo que tem por base hábitos e práticas individuais e que variam consideravelmente de dia para dia, de estação para estação e de ano para ano. De facto, nenhum indivíduo tem dois dias de AF exatamente iguais. De qualquer forma, para ter um impacto positivo na saúde, a AF deve ser regular, e, de preferência, diária (Lopes, Maia, Oliveira, Seabra, & Garganta, 2003). Segundo Sallis e Patrick (1994), existem duas análises racionais relacionadas com a saúde para a AF dos adolescentes e jovens. A primeira está relacionada com a promoção da saúde física e psicológica e do bem-estar durante a adolescência. A segunda refere-se à promoção da AF para melhorar a saúde futura, aumentando a probabilidade de continuar ativo ao longo de toda a vida. Parece ser verdade que um jovem que desenvolva hábitos de AF durante a 11 adolescência pode ser levado a continuar essas atividades durante a vida. A prática de AF durante a vida e o estabelecimento de padrões de estilos de vida saudáveis na infância tendem a gerar adultos ativos (Malina, 1996; Riddoch & Boreham, 2000; Cavill et al., 2001). A promoção da saúde visa assegurar a igualdade de oportunidades e proporcionar os meios que permitam a todas as pessoas realizar completamente o seu potencial de saúde. Os indivíduos e as populações devem ter oportunidade de conhecer e controlar os fatores determinantes da sua saúde, como ambientes favoráveis, o acesso à informação, habilidades para viver melhor, oportunidades para fazer escolhas mais saudáveis, entre outros (Minayo, Hartz, & Buss, 2000). A educação física escolar e as atividades letivas com prática de AF representam um meio ideal e privilegiado para a promoção da saúde e de estilos de vida fisicamente ativos. Porém, o tempo disponível para a educação física e a diferença evidente entre as atividades físicas e desportivas eleitas pelos jovens representam obstáculos que limitam inevitavelmente as escolas na influência positiva para a criação de estilos de vida ativos (Welsman & Armstrong, 2000). A promoção da saúde representa uma estratégia promissora para enfrentar os múltiplos problemas de saúde que afetam as populações, demandando uma ação coordenada entre todas as partes envolvidas: governo; setores sociais, económicos e de saúde; organizações voluntárias e não-governamentais; autoridades locais; indústria e meios de comunicação social. Nessa ação coordenada, destaca-se o debate em torno das políticas públicas saudáveis, da governabilidade, da gestão social integrada, das estratégias dos municípios e do desenvolvimento local, que constituem mecanismos operacionais concretos para a implementação da estratégia da promoção da saúde e da qualidade de vida, com ênfase no contexto regional (Buss, 2000). Relativamente aos programas mundiais de promoção da saúde, a AF surge como um meio de prevenção e minimização dos efeitos prejudiciais do sedentarismo, reforçada por evidências epidemiológicas que sustentam o efeito positivo de um estilo de vida ativo e/ou do envolvimento dos indivíduos em programas de AF ou exercício regular (ACSM, 2000). Neste contexto, o estilo de vida ativo tem um papel fundamental na promoção da saúde e da qualidade de vida da população. De acordo com o American ColIege of Sports Medicine as evidências científicas demonstram claramente que a AF regular, de intensidade moderada, fornece benefícios substanciais para a saúde (Pate et aI., 1995). Após uma extensa revisão das evidências fisiológicas, epidemiológicas e clínicas, os médicos especialistas formularam a seguinte recomendação (Heath, 2001): cada indivíduo deve acumular 30 minutos ou mais de AF de intensidade moderada, preferencialmente todos os dias da semana. 12 Para os jovens, a Health Education Authority recomenda uma hora de AF, de intensidade, pelo menos, moderada. Esta recomendação vem na sequência de um conjunto de conhecimentos que referem existir um aumento da prevalência de obesidade na maior parte das nações em desenvolvimento e de muitas crianças e jovens já possuírem um fator de risco modificável para as doenças cardiovasculares (Cavill et al., 2001). Sendo a AF tão importante e fator determinante na diminuição dos riscos de inúmeras doenças, parece-nos relevante incrementar a mesma em populações jovens (Telama et al., 2005), e enfatizá-la ao longo da vida. 2.2.1. Atividade Física, Sedentarismo e Índice de Massa Corporal Um comportamento sedentário está associado a maior risco para obesidade, enquanto que, a AF, mesmo leve, implica uma substancial redução deste risco (Hu, Li, Colditz, Willett, & Manson, 2003). Também Canavan (2001) refere que está confirmado, por diversas pesquisas científicas, o relacionamento entre estilo de vida sedentário e os fatores de risco nas doenças crónicas. Na realidade, um comportamento sedentário (pouca AF orientada, recreacional, ocupacional ou nas tarefas domésticas) constitui-se num dos mais fortes fatores de risco para o aparecimento de doenças cardiovasculares, hipertensão, diabetes, obesidade, osteoporose, entre outras (Eden, Orleans, Mulrow, Pender, & Teutsch, 2002; Martins, Marialva, Afonso, Gameiro, & Costa, 2011). A investigação sobre o sedentarismo tem sido fortemente intensificada nos últimos 50 anos, dando origem ao aparecimento de um novo campo de estudo que é a Epidemiologia da AF. Segundo Caspersen (1989) e Dishman et al. (2004), esta área de investigação, com cerca de três décadas de existência, é um ramo da Epidemiologia, cujos propósitos de pesquisa são, genericamente os seguintes: (1) estudar a associação da AF, enquanto comportamento relacionado com a saúde, com a doença e com outros problemas de saúde; (2) estudar a distribuição e os determinantes dos níveis e padrões de AF; (3) estudar a relação da AF com outros comportamentos; (4) aplicar o conhecimento na prevenção e controlo da doença bem como na promoção da saúde. Indivíduos regularmente ativos tendem a diminuir a percentagem de gordura, em relação aos sedentários, tal facto ocorrendo fundamentalmente devido ao aumento do gasto energético. A combinação de dieta e AF regular forma o meio mais efetivo do controlo do peso (Slentz et al., 2004). É de certa forma surpreendente que maior atenção não seja dedicada ao problema da obesidade entre jovens. Nestes grupos, a obesidade tem efeitos quantitativamente diferentes em mortalidade e morbilidade, se comparado a faixas etárias maiores. 13 Até aproximadamente 1980, os padrões de peso ideal baseavam-se em tabelas de peso e altura específicas para cada género, produzidas pela Metropolitan Life Insurance Company. O alerta para a necessidade de um método que permitisse determinar, em estudos populacionais de grande escala, quais as crianças, adolescentes ou adultos obesos ou em risco de se tornarem obesos, tornou o índice de Massa Corporal (IMC) o método mais utilizado na generalidade dos estudos, devido ao seu baixo custo e facilidade de determinação, mas que tem sofrido modificações no que diz respeito aos pontos de corte e número de categorias para diagnósticos por diferentes organizações como a World Health Organization, a National Center of Health Statistics/Centers for Disease Control and Preventions e National Heart, Lung, and Blood Institute (Kuczmarski & Flegal, 2000). Uma avaliação clinicamente útil da obesidade deverá refletir o excesso de massa gorda e, simultaneamente, ser fácil de usar. Assim, o IMC, expresso como o peso corporal em quilogramas dividido pelo quadrado da altura em metros (kg/m2), é um índice de peso-poraltura que satisfaz os critérios (Garrow & Webster, 1985; Barlow & Dietz, 1998; Dietz & Robinson, 1998; Kuczmarski & Flegal, 2000; Siani et al., 2002; Vikram et al., 2003; Woo, Shin, Yun, Yoo, & Huh, 2004). A utilização de pontos de corte reconhecidos internacionalmente (WHO, 2002) de 25 e 30 kg/m2, como definição do excesso de peso e obesidade nos adultos, tornam o IMC o parâmetro de referência para a avaliação da obesidade na população adulta. Ao longo da vida, o IMC tende a aumentar gradualmente, atingindo um pico por volta dos 60 anos, com tendência a declinar após esse período. A massa muscular passa por um processo de perda gradual, que se inicia por volta dos 30 a 40 anos, persistindo até idades avançadas. Em contrapartida, a gordura corporal aumenta por toda a vida adulta. O IMC e o percentual de gordura elevados associam-se positivamente à incapacidade (por exemplo, limitação em atividades da vida diária, subida de escadas), doenças pulmonares, diabetes, etc. (Elia, 2001). 2.2.2. Relação entre Índice de Massa Corporal e atividade física A relação que se estabelece entre a AF e a obesidade em termos de causalidade ainda não está bem definida, nem é bem conhecida, visto que ainda não foi bem determinado se é a obesidade que provoca a falta de AF, ou se é a falta de AF que origina a obesidade (Bar-Or & Baranowsky, 1994). Grande parte dos estudos aponta uma relação inversa entre a AF e o índice de massa do corpo. Contudo, o impacto da obesidade nesta relação está pouco claro (Hemmingsson & Ekelund, 2007). Os resultados da investigação, quer em jovens, quer em adultos, são pouco esclarecedores sobre o facto de os indivíduos obesos serem mais ou menos ativos do que os indivíduos 14 considerados dentro dos valores critério de normalidade (Mota & Sallis, 2002). Mas, vários estudos longitudinais apresentaram, com alguma clareza, evidências fortes de uma relação significativa e inversa, entre os valores de AF e os do IMC (Obarzanek et al., 1994; Dionne, Alméras, Bouchard, & Tremblay, 2000; Vincent, Pangrazi, Raustorp, Tomson, & Cuddihy, 2003; Sulemana, Smolensky, & Lai, 2006). Num estudo realizado por Dowda, Ainsworth, Addy, Saunders, e Riner (2001), onde participaram 2791 jovens, verificou-se que os jovens que participaram em programas de treino ou em desportos apresentavam menor probabilidade de terem sobrepeso. Um estudo de Hemmingsson e Ekelund (2007) corrobora esta relação, dado que verificou que a associação entre AF e IMC era fraca em indivíduos não obesos. Em oposição, a associação entre IMC e AF em indivíduos obesos, foi altamente significativa. Este estudo foi realizado com adultos. Sulemana et al., (2006), numa investigação com uma amostra de 172 raparigas, verificaram que o nível de AF total era menor no grupo com sobrepeso (10%) e no grupo com risco de sobrepeso (6%), comparativamente ao grupo com peso normal. Desta forma, jovens obesos, evidenciam ser fisicamente menos ativos que os não obesos (Trost, 2001; Patrick et al., 2004). Segundo os dados da OMS (1998), todos os países industrializados, e mesmo os países em desenvolvimento, apresentam uma proporção crescente de crianças, jovens e adultos com excesso de peso ou obesidade. Devemos ter em conta que as crescentes taxas de obesidade têm implicações alarmantes para a saúde das populações. Desta forma, é essencial avaliar os jovens, de forma a identificar aqueles que apresentam obesidade e excesso de peso, alertando-os para a importância de alterarem o seu estilo de vida, objetivando melhorias na sua saúde. Esta deve ser uma intervenção precoce, no sentido de ser mais fácil modificar comportamentos associados ao desenvolvimento da obesidade em idades precoces, prevenindo assim a obesidade na idade adulta. Segundo o Grupo de Estudo da Obesidade Pediátrica, é necessário começar a encarar a obesidade em jovens como uma doença crónica, à semelhança de outros países. Esta patologia tem uma forte estabilidade da idade pediátrica para a idade adulta e está associada a uma elevada morbilidade, já registada e verificada em idade pediátrica (Freedman et al., 2005; Singhal et al., 2010). 2.2.3. Índice de Massa Corporal como critério de obesidade A obesidade infantil apresenta-se como um sério problema público de saúde que é surpreendentemente difícil de definir, mesmo assim, Cole, Bellizzi, Flegal, e Dietz (2000), 15 propõem uma definição standard para a desmesura de peso e obesidade em jovens, adaptada em função do género e da idade, com base nos valores do IMC. Devemos enfatizar que, apesar do IMC ter demonstrado boa correlação com medidas mais precisas de avaliação da gordura corporal (Nahas, 1999), foi também considerado um prognosticador débil da gordura corporal, pelo facto de muitas vezes classificar erradamente os sujeitos como obesos, quando estes apenas contêm uma massa músculo-esquelética acima da média, em vez de excesso de peso (ACSM, 2003). De qualquer forma, a utilidade deste índice está na sua relação direta com a mortalidade, ou seja, à medida que o IMC aumenta através do moderado e acentuado excesso de peso, o mesmo acontece com o aumento do risco para complicações cardiovasculares, alguns cancros, diabetes mellitus, cálculos vesiculares, osteoartrite e doença renal (McArdle, 2011), daí advindo a sua importância em termos epidemiológicos. Sequencialmente à importância do IMC, e embora ele demonstre algumas debilidades, trata-se de um método barato, de fácil aplicação, mesmo com grandes amostras, revelando-se razoavelmente sensível e específico na identificação de sujeitos com adiposidade corporal excessiva, tornando-se o índice clínico mais utilizado para a definição da obesidade (Coutinho, 1998). Classificar a obesidade tendo por base uma única medida que relaciona a massa corporal com a estatura, apesar de problemático, tem sido grandemente utilizado em estudos epidemiológicos com amostras grandes. Estudos atuais têm usado como referência os valores de corte definidos por Cole et al. (2000), dado que anteriormente eram utilizados valores de referência diferentes para a definição de sobrepeso e obesidade, dificultando dessa forma possíveis comparações entre países. Também a WHO (2002) determinou pontos de corte, reconhecidos internacionalmente, de 25 e 30 kg/m 2, como definição do excesso de peso e obesidade nos adultos, tornando o IMC o parâmetro de referência para a avaliação da obesidade na população adulta. No nosso estudo, consideramos os referidos valores de corte, que se tornaram consensuais e aceites em diversos estudos internacionais. Segundo Padez, Fernandes, Mourão, Moreira, e Rosado (2004), já em Dublin, em 1997, os participantes dum seminário concluíram que o IMC era uma medida aceitável na avaliação da massa gorda em adolescentes e jovens. Desta forma, entre diversas medidas de peso, o IMC, atendendo à sua facilidade de interpretação e execução, é aceite como padrão de medida internacional, sendo deste modo um indicador usado com frequência para estimar o excesso de peso e obesidade. Uma das principais vantagens deste índice reporta-se à simples, e pouco, dispendiosa aplicação, pois a estatura e a massa corporal são relativamente fáceis de mensurar. Esta classificação, segundo o IMC, baseia-se num grande número de estudos epidemiológicos e clínicos, constituindo, desta forma, um utensílio útil para: i) Estabelecer comparações a nível internacional; ii) Verificar as mudanças ao longo do tempo em cada país ou população; iii) Registar modificações associadas às principais alterações no estilo de vida, 16 implementação de novas políticas de saúde ou outras intervenções relevantes (Cole et al.. 2000; Padez et al., 2004; McArdle, 2011). A limitação nuclear deste método está relacionada com a débil sensibilidade para determinar a quantidade de gordura corporal, pois o peso corporal é influenciado pela massa muscular, pelos órgãos e pela massa esquelética. Visto que há um elevado erro (cerca de 5%) para determinar a percentagem de massa gorda, o IMC não deve ser usado para esse efeito (ACSM, 2003). Apesar de tal limitação, o IMC tem mostrado boa correlação com medidas mais precisas de gordura corporal em adultos (a partir dos 19/20 anos). Verificadas as constantes mudanças no peso e estatura, e o aumento da massa muscular, mais evidentes nos rapazes, durante a fase de crescimento, os valores de corte determinados para adultos não são os mais apropriados para jovens. 2.3. Composição corporal e meios de avaliação: Índice de Massa Corporal, Perímetro da Cintura, Relação entre Cintura e Anca e Percentual de Gordura por Bioimpedância A composição do corpo humano pode ser dividida em dois constituintes, a Massa Isenta de Gordura e Massa Gorda. A Massa Isenta de Gordura engloba a massa de células corporais (músculo, vísceras, sistema imunológico) e o tecido conjuntivo intercelular (ossos, ligamentos, tendões, água extra celular e vários tecidos conjuntivos). Por sua vez, a Massa Gorda inclui as células adiposas subcutâneas e viscerais e o seu conteúdo de gordura. Se, por um lado, a Massa Isenta de Gordura aumenta em resposta ao exercício, por outro, a Massa Gorda aumenta em resposta a um balanço energético positivo (Saltzman & Roubenoff, 2001). A Massa Gorda subdivide-se em gordura essencial, que tem um papel importante no crescimento, na maturação, no sistema nervoso e reprodutivo, no transporte e armazenamento de determinadas vitaminas lipossolúveis, e em gordura armazenada, composta pelos depósitos de tecido adiposo que serve essencialmente como fonte de reserva energética (McArdle, Katch, & Katch, 1994). Segundo a OMS (2002), a obesidade consiste no excesso de gordura corporal acumulada no tecido adiposo, cujas implicações podem prejudicar a saúde. Por outro lado, para a ACSM (1995), a obesidade reporta-se à quantidade percentual de gordura corporal ou massa gorda acima da qual o risco de doença aumenta. Assim, um indivíduo obeso carateriza-se por um excesso de adiposidade correspondente a um aumento exagerado de reservas lipídicas armazenadas no tecido adiposo, que, quando instalada, tende a propagar-se, constituindo-se como uma doença crónica (Bar-Or, 1993; Bouchard, 2000). 17 Estudos desenvolvidos indicam que, para permanecer dentro da faixa ideal de percentual de gordura, o indivíduo deve equilibrar o consumo dietético de calorias com o gasto energético (Powers & Howley, 2000; Bar-Or, 2002). 2.3.1. Avaliação da composição corporal: Índice de Massa Corporal O IMC, calculado pela divisão do peso (kg) pelo quadrado da altura (m), é um dos indicadores mais utilizados para mensurar a composição corporal. Os riscos para o aparecimento de problemas de saúde relacionados com o sobrepeso e a obesidade aumentam para um IMC superior a 25 kg/m² para a maioria das pessoas, estando definido excesso de peso para um IMC entre 25 e 29,99 kg/m² e obesidade para valores superiores a 30 kg/m². Todavia, devido a um elevado erro de estimativa para determinar a percentagem de gordura (cerca de 5%) este índice não deve ser utilizado para esse efeito (ACSM, 1995). Existem várias tabelas (anexo 3 e 4) onde podemos verificar os valores de referência para o IMC quanto aos riscos de saúde (Corbin & Lindey, 1994) e onde podemos analisar a classificação Internacional para adultos com baixo peso, peso normal, sobrepeso e obesidade, de acordo com o IMC (WHO, 2000, 2004). 2.3.2. Avaliação da composição corporal: Perímetro da Cintura Por seu lado, o perímetro da cintura (PC) permite avaliar a distribuição central da gordura corporal, tendo recebido esta medida importante atenção na avaliação do risco cardiovascular, pelo facto de ser forte preditora da quantidade de gordura visceral, a principal responsável pelo aparecimento de alterações metabólicas e de doenças cardiovasculares (Pereira, Sichieri & Marins, 1999). Na realidade, o PC pode ser utilizado isoladamente como indicador de risco de saúde já que a sua essência é a mensuração da gordura abdominal. Este parâmetro pode ser um indicador do aumento de riscos para a saúde, uma vez que se associa à massa gorda total (Sarría et al., 2001), e, essencialmente, à acumulação de gordura na região intra-abdominal (Higgins, Gower, Hunter, & Goran, 2001). A obesidade e o sobrepeso estão também relacionados com o aumento do risco da disfunção respiratória, sendo que a prevalência dos sintomas aumenta, quanto maior for o IMC ou o PC (Sahenjami, 1998). A World Health Organization Consulting on Obesity identificou, para adultos, valores de corte específicos para o PC (anexo 5). Os valores de referência para o PC quanto ao risco de saúde aumentado, é de 80 cm para o género feminino e de 94 para o género masculino (WHO, 1997; Direção Geral de Saúde, 2013). 18 2.3.3. Avaliação da composição corporal: Relação entre Cintura e Anca Também o padrão de distribuição de gordura corporal é reconhecido como um fator relevante de predição dos riscos de saúde associados à obesidade. Quanto à distribuição da gordura corporal, verificamos dois modelos: o andróide, modelo predominantemente masculino, em forma de maçã, onde a concentração de gordura ocorre maioritariamente no tronco e abdómen e o genóide, modelo predominantemente feminino, em forma de pêra com concentração de gordura preferencialmente nos quadris e nas coxas. Em termos de risco de saúde, o tipo andróide está estreitamente associado a doenças cardiovasculares e metabólicas (Howley & Franks, 1992). Tradicionalmente, o índice cintura-anca, divisão do PC pelo perímetro da anca, tem sido utilizado como simples modo de determinar o padrão de deposição de gordura. Os riscos de saúde aumentam com esse índice, de acordo com o género e a idade. Desta forma, existem tabelas de referência para a relação entre a cintura e a anca, para a classificação do risco para homens e mulheres (anexo 6 e 7), tendo em conta a idade (Applied Body Composition Assessment, 1996). 2.3.4.Avaliação da composição corporal: Percentual de Gordura por Bioimpedância A mensuração da composição corporal por meio da bioimpedância elétrica é baseada na condução de uma corrente elétrica indolor, de baixa intensidade, aplicada por meio de elétrodos ou superfícies condutoras colocados em contacto com a pele. A impedância, obtida pelos valores de reactância e resistência, é reduzida no tecido magro onde se encontram, principalmente os líquidos intracelulares e eletrólitos, e elevada no tecido adiposo (Román, Torres, & Bellido, 1999). A bioimpedância elétrica, apesar da facilidade de aplicação técnica e alta reprodutibilidade, pode originar estimativas menos precisas nas situações em que o balanço hidroeletrolítico está alterado. Desta forma, fatores como ingestão de bebidas alcoólicas e AF intensa antes da avaliação, bem como presença de edema ou retenção hídrica em certos períodos do ciclo menstrual, devem ser mensurados (Kushner, Gudivaka, & Schoeller, 1996). Outros fatores, como a ingestão de alimentos antes da avaliação (Slinde & Rossander-Huthén, 2001) e a obesidade (Deurenberg, 1996), podem prejudicar a fiabilidade do teste. Para este tipo de avaliação, os aparelhos utilizados fornecem valores de massa gorda, massa magra e água corporal, por meio de equações preditivas ajustadas para género, idade, peso, altura e nível de AF. A não conformidade entre os estudos pode ser originada pela variabilidade dos equipamentos e equações utilizadas, da adoção de distintos protocolos e 19 frequências, de diferenças étnicas e de composição corporal e de influências no estado de hidratação. Com relação à bioimpedância elétrica bipolar, vários estudos demonstram resultados favoráveis ao seu uso. No estudo de Swartz, Evans, King, e Thompson (2002), não houve diferença significativa entre o percentual de gordura corporal obtido pela bioimpedância elétrica bipolar (Tanita TBF-305®) e o determinado pela pesagem hidrostática, em homens, quando a intensidade da AF foi tida em consideração. Jebb, Cole, Doman, Murgatroyd, e Prentice (2000) e Cable, Mieman, Austin, Hogen, e Utter (2001) também verificaram que a bioimpedância elétrica bipolar (Tanita TBF-305 e TBF105®), se mostrou válida na estimativa da composição corporal de homens adultos. Utter, Nieman, Ward, e Butterworth (1999), avaliando mulheres eutróficas e obesas, não verificaram diferenças significativas entre o percentual de gordura obtido por bioimpedância elétrica bipolar (Tanita TBF- 105®) e pesagem hidrostática nos dois grupos. Vários estudos (Stolarczyk et al., 1997; Jebb et al., 2007) objetivando a comparação de métodos demonstraram que, comparando com as equações antropométricas, como as de Durnin e Wormersley (1974) e as de Jackson e Pollock (1978), a bioimpedância elétrica tetrapolar gera menores erros de estimativa. Os estudos divergem bastante nos métodos padrão utilizados, nas caraterísticas da amostra e no tempo de intervenção, complexificando o estabelecimento de um consenso acerca da utilização da bioimpedância elétrica na mensuração da composição corporal, demonstrando a necessidade de mais e melhores investigações. Também para este indicador existem classificações do percentual de gordura na composição corporal (anexo 8 e 9), para homens e mulheres (Pollock & Wilmore, 1993). 2.4. Parâmetros Fisiológicos com Impacto no Estado de Saúde 2.4.1. Efeitos da atividade física na Pressão Arterial É necessário salientar que os adolescentes e jovens adultos, que até há algum tempo atrás se encontravam fora das preocupações e da prevenção das enfermidades cardiovasculares, situam-se presentemente entre as preocupações centrais dos profissionais da área da saúde (Lauer, Burns, Clarke, & Mahoney, 1991; Cook, Gillman, Rosner, Taylor, & Hennekens, 2000). A Hipertensão Arterial (HTA) está correlacionada com a interação de um variado número de fatores: genéticos, biológicos e ambientais. A obesidade infantil é, presumivelmente, o mais importante preditor do desenvolvimento da HTA na infância e na adolescência (Oliveira et al., 2004), doença relacionada com diversas perturbações psicossociais, disfunções respiratórias, 20 desordens ortopédicas, diabetes melittus, dislipidemias, entre outras (Bastos, Macedo, & Riyuso, 1994; Rosa & Ribeiro, 1999). A avaliação do comportamento de algumas variáveis e fatores de risco, relacionados às doenças cardiovasculares, na etapa de crescimento e desenvolvimento dos adolescentes, bem como a preponderância do processo de maturação sexual, é desta forma relevante, particularmente, se ponderarmos os argumentos e evidências científicas, que apontam as alterações sucedidas neste período, como variáveis intervenientes de significativa importância, nos padrões de saúde durante o resto da vida. As complicações associadas ao desenvolvimento da HTA, neste escalão etário, correspondem às causas mais frequentes de morbilidade e mortalidade, nos países desenvolvidos e em desenvolvimento (Saldanha, Lima, & Neto, 1983; Walb & Burini, 1994). No entanto, a prevalência infantil desta doença é ainda baixa (1% a 11%), comparada aos adultos (10% a 30%) (Joint National Committee on Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure, 1997; Rosa & Ribeiro, 1999). Porém, parece cada vez mais óbvia a preocupação em controlar estes valores na infância, devido às muitas confirmações, resultantes de um número elevado de estudos, de que os valores encontrados neste escalão etário ostentam relação com os encontrados, posteriormente, na vida adulta (Cook et al., 2000). Desta forma, investigar os valores de pressão arterial (PA) em adolescentes e jovens adultos e os seus possíveis fatores intervenientes, carateriza-se como uma medida preventiva de alta importância, para a sociedade contemporânea (Leccia et al., 1999; Okasha, McCarron, McEwen, & Smith, 2000). Ao longo dos anos, foram criadas e adaptadas várias tabelas com valores de referência (anexo 10 e 11) e de classificação dos indicadores de PA (National Institutes of Health, 1996; Weber & Laragh, 1993). De acordo com vários estudos, um dos muitos efeitos da AF e do exercício parece ser a diminuição da pressão arterial (Nied & Franklin, 2002; Lopes, Barreto-Filho, & Riccio, 2003). Parece também que a pressão arterial tende a baixar após uma sessão isolada de exercício, após um programa de exercício regular ou como mera consequência do aumento da AF habitual (Wallace, 2003; Auer et al., 2004; Pescatello et al., 2004). Embora, na generalidade, seja aceite que a AF e o exercício atenuem a pressão arterial, são ainda insuficientes as investigações com populações diversas ou com protocolos de exercício diferentes. Mesmo assim, parece ser consensual que o exercício aeróbio é o tipo de exercício mais eficiente para diminuir os valores de pressão arterial (Mancia et al., 2003; Pescatello et al., 2004). Os exercícios resistidos, para o treino de resistência muscular, são também aconselhados, embora a sua eficiência na redução da pressão arterial seja menor do que a obtida pelo 21 exercício aeróbio generalizado e, por isso, devem ser usados como complemento do mesmo (Wallace, 2003; Pescatello et al., 2004; Baster & Baster-Brooks, 2005). A HTA sistemática é caraterizada pela presença de níveis tensionais elevados, associados a alterações metabólicas, hormonais e a fenómenos anatomofisiológicos que se constituem, normalmente, numa hipertrofia miocárdica (Juonala et al., 2006). O aumento da prevalência do sobrepeso/obesidade (He, Ding, Fong e Karlberg, 2000; Falkner et al., 2006) e os reduzidos níveis de AF e aptidão cardiorrespiratória (Brodersen, Steptoe, Boniface, & Wardle, 2007) são sugeridos como fenómenos relevantes associados ao aumento do número de adolescentes e jovens com fatores de risco das doenças cardiovasculares, incluindo a hipertensão arterial primária ou essencial (Rizzo, Ruiz, Hurting-Wennlof, Ortega, & Sjostrom, 2007). Apesar de a hipertensão arterial essencial ser considerada uma doença frequente apenas na população adulta, atualmente é reconhecido na literatura o aumento da sua prevalência, superando os casos de hipertensão arterial secundária, nos adolescentes e jovens (Din-Dzietham, Liu, Bielo, & Shamsa, 2007; McNiece et al., 2007). Não obstante, os valores de tensão arterial parecem estar associados a um leque de fatores consideráveis: influências do crescimento, altura e do peso (Leccia et al., 1999), modificações em resposta ao processo maturacional – que parecem apresentar alguma dependência das modificações da altura e do peso corporal (Cho, Mueller, Meininger, Liehr, & Chan, 2001), género e a idade (Guerra, Ribeiro, Costa, Duarte, & Mota, 2002), influência do processo intra-uterino, raça (Li, Huang, Cruz, & Goran, 2006; Chen & Wang, 2009), entre outros. 2.4.2. Efeitos da atividade física no Colesterol, Triglicerídeos e Glicemia O Colesterol é uma substância que, juntamente com os lípidos, se encontra na corrente sanguínea e em todas as células do corpo humano. Tem uma função importante, pois é usado para formar membranas celulares, algumas hormonas (por exemplo, adrenalina, estrogénio e testosterona), a vitamina D e a bílis, podendo também exercer uma função protetora relativamente às células nervosas (Tortora & Derrickson, 2012). À semelhança do que acontece com outras substâncias lipídicas, não é solúvel na água, sendo necessários “transportadores especiais” de lípidos e proteínas, denominados de lipoproteínas, para transportar o colesterol no sangue (American Heart Association, 2000). A porção do colesterol VLDL (Very Low Density Lipoproteins) é caraterizada por conter maior proporção de proteína; a porção LDL (Low Density Lipoproteins) é a maior portadora de colesterol, sendo responsável por transportar cerca de 2/3 de todo o colesterol sanguíneo; a porção HDL (High Density Lipoproteins) é, na generalidade, apelidada de “bom colesterol”, 22 visto que recolhe o colesterol depositado nas paredes das artérias, transportando-o para o fígado para ser “reciclado”. É referido que os elevados níveis de colesterol podem advir de fatores genéticos, do estilo de vida adotado, ou mesmo de ambos os fatores. Um dos fatores genéticos é, por exemplo, a hipercolesterolemia familiar (Leon, 1995). Relativamente às escolhas do estilo de vida, o tabagismo, as dietas ou a inatividade física/sedentarismo são apontados como causadores de elevados níveis de colesterol, que, consequentemente, aumentam o risco de aterosclerose (Mayo Clinic Health Letter, 1998). Embora com uma conotação negativa, o colesterol é essencial para podermos viver (Mayo Clinic Health Letter, 1998). Não obstante, e apesar das suas importantes funções no corpo humano, o excesso de colesterol é um fator de risco para as doenças cardiovasculares, principalmente devido aos níveis elevados de LDL-C. De acordo com Barata (1997), é a fração LDL do colesterol total que é aterogénea. Segundo a American Heart Association (2000), um nível elevado de LDL-C reflete um aumento do risco de doenças cardiovasculares, enquanto que um nível elevado de HDL-C parece proteger contra os ataques cardíacos e retardar o processo aterosclerótico. Esta associação refere ainda que há uma evidência crescente de que o processo aterosclerótico tem início na infância e evolui lentamente para a vida adulta, levando, com frequência, ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, onde os níveis elevados de colesterol sanguíneo desempenham um papel nuclear. O painel de especialistas desta associação refere, ainda, que há evidências de que os níveis elevados de colesterol na fase inicial da vida, desempenham um papel nuclear no desenvolvimento da aterosclerose na vida adulta. Os padrões de alimentação, a genética e o nível de AF afetam os níveis de colesterol sanguíneo e o risco de doença coronária, sendo que, baixar os níveis de colesterol em jovens, poderá ser benéfico. Está postulada a relação entre o Colesterol Total e o desenvolvimento de doenças cardiovasculares (Hopper et al., 2001). A WHO (1990) refere que a ocorrência de doenças cardiovasculares nos adultos tem relação com os valores de colesterol total existentes na infância. O perfil lipídico plasmático relaciona-se com o crescimento e maturação sexual, sofrendo alterações acentuadas nos dois primeiros anos de vida e durante a puberdade. Em jovens obesos, os problemas típicos relativamente ao perfil lipídico são valores elevados de Colesterol total, LDL-C, de triglicerídeos e níveis baixos de HDL-C (Zwiauer, Pakosta, Müller, & Widhalm, 1992; Caprio, 1999). Os níveis de colesterol variam consoante o género, a idade e a raça, levando à discussão acerca dos seus níveis para adolescentes e jovens adultos. Segundo, Stone, Blum e Winslow (1998) e a American Heart Association (2000), os valores de referência do colesterol total variam de “aceitável” (<170 mg/dl) até “alto risco” (>200 mg/dl). Várias tabelas têm sido 23 criadas e adaptadas (anexo 12, 13 e 14), com valores de referência e de classificação para os níveis de colesterol, triglicerídeos e glicemia (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2006; Sposito, Caramelli, Fonseca, & Bertolami, 2007). Visto que a hipercolesterolemia é um fator de risco modificável, é imprescindível que se dê relevância à sua alteração, no sentido de uma prevenção primária e secundária. A dieta e a AF são as principais armas contra níveis lipídicos indesejáveis e descontrolados, podendo mesmo reduzir os níveis de colesterol sanguíneo até 15% (Mayo Clinic Health Letter, 1998). Por sua vez, uma redução dos níveis de colesterol sanguíneo tenderá a reduzir o risco de doenças cardiovasculares. Numa experiência desenvolvida pelo Lipid Research Program (1984), os resultados indicam que, por cada 1% de redução dos níveis de colesterol sanguíneo, verificava-se uma redução de 2% do risco de doenças cardíacas. A benéfica influência que a AF desempenha nos níveis de colesterol sanguíneo é referida por vários autores em várias investigações realizadas, principalmente, nos últimos 30 anos (Durant, Linder, Harkess, & Gray, 1983; Blessing, Keith, Williford, Blessing, & Barksdale, 1995; Barata, 1997; Raitakari et al., 1997; Sarría et al., 1997; Mayo Clinic Health Letter, 1998; American Heart Association, 2000; Tolfrey, Jones, & Campbell, 2000, Durstine et al., 2001). Os triglicerídeos refletem a forma química, na qual a maioria da gordura existe na comida e no nosso corpo. Os triglicerídeos no plasma podem ser provenientes da alimentação ou transformados a partir de outras fontes de energia, como os hidratos de carbono, principal fonte de energia do organismo. Uma quantidade excessiva de triglicerídeos no plasma, chamada de hipertrigliceridemia, surge em algumas pessoas, ligada à ocorrência de doença arterial coronária (American Heart Association, 2000). Os valores de referência para os triglicerídeos (anexo 15) referem que até aos 200 mg/dl é aceitável, mas a partir desse valor o risco é aumentado (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2006). A hipertrigliceridemia não é, por si só, um fator de risco, embora determine os níveis de HDL-C e LDL-C (Barata, 1997). Por sua vez, Silva, Méndez, e Devesa (1999) referem que, por não se acumularem nas paredes arteriais, os triglicerídeos não são diretamente aterogénicos, mas existe uma correlação positiva entre os níveis elevados de triglicerídeos e o risco de doença aterosclerótica. Assim, continua a existir controvérsia sobre o facto de os níveis de triglicerídeos serem, ou não, relacionados com a severidade da aterosclerose e com o risco de doenças cardiovasculares (Hulley, Rosenman, Bawol, & Brand, 1980; National Research Council, 1989). De acordo com Stefanick e Wood (1994), os diversos estudos têm demonstrado que, quer o homem, quer a mulher, praticantes regulares de AF, são indivíduos mais magros e que apresentam altos níveis de HDL-C, comparativamente aos seus pares sedentários. Conforme Durstine et al. (2001), há algumas evidências científicas de que os indivíduos com baixos níveis de HDL-C no início de programas de AF são os que beneficiam de um maior aumento desta lipoproteína. 24 Sabe-se que os desportistas, sobretudo nas modalidades de resistência, tendem a possuir níveis mais baixos de triglicerídeos, quando comparados com indivíduos sedentários (Stefanick & Wood, 1994; Durstine & Haskell, 1994). Durstine et al. (2001) referem-nos que a maior parte dos indivíduos sedentários possuirá uma redução de 7 a 20 mg/dl nos níveis de triglicerídeos, aumentando a sua AF para um dispêndio energético de 1500 a 2200 Kcal por semana. Diminuições significativas nos níveis de triglicerídeos dos homens têm sido verificadas após o exercício físico, sendo este desiderato menos frequente nas mulheres (Durstine et al., 2001). Deste modo, estes efeitos benéficos parecem ser mais evidentes no homem do que na mulher, sendo, no entanto, os estudos que reportam a diminuição destes níveis nas mulheres menos frequentes do que os realizados com homens. No que respeita ao Colesterol Total, a literatura não é consistente quanto às diferenças entre indivíduos ativos e não ativos (Pérez & Cross, 1996). Ainda assim, alguns estudos (Durstine & Haskell, 1994; Stefanick, 1994) têm observado baixos níveis de Colesterol Total e LDL-C em indivíduos ativos, relativamente a indivíduos sedentários. Na generalidade dos estudos, não são geralmente observadas mudanças significativas nos níveis de Colesterol Total e LDL-C, com a prática de exercício físico. Resumindo, podemos referir que, de acordo com vários estudos, a AF não promove alterações nos níveis de Colesterol Total e LDL-C, enquanto que, relativamente aos triglicerídeos e ao HDL-C, a prática de AF parece favorecer estes indicadores (Durstine et al., 2001). De forma a termos energia disponível para as tarefas do nosso quotidiano, o indicador de glicemia é essencial para a manutenção da homeostase do nosso organismo, que possui vários mecanismos de controlo da glicemia, mesmo após prolongados períodos de jejum, sendo o mais conhecido a insulina (Garvey & Birnbaum, 1993). Os valores de referência para a glicemia (anexo 16) referem que até aos 110 mg/dl a classificação é normal, mas acima dos 126 mg/dl passa a diabetes (Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes, 2009). A função mais importante da insulina é a de promover o transporte de glicose para o interior de quase todas as células do corpo, em especial, para as células musculares, adiposas e as hepáticas. A insulina é a hormona mais importante na regulação das concentrações de glucose no sangue (Khan & Pessin, 2002). Neste contexto, quando a concentração sanguínea de glicose aumenta acima do normal, o pâncreas segrega quantidades mais elevadas de insulina, e esta, por sua vez, promove o transporte rápido de glicose para o interior das células e torna-a disponível para as funções celulares (Guyton, 1988). Após uma refeição, quando existe excesso de glicose e excesso de insulina, a glicose é, muitas vezes, transportada para o interior das células hepáticas e musculares em quantidades muito maiores que as que podem ser utilizadas para energia. Como resultado, uma grande parte dessa glicose fica armazenada sob a forma de glicogénio, sendo que a concentração de glicogénio nas células hepáticas pode, por vezes, atingir até 5 a 6% e, nas células musculares, mais de 1% (Guyton, 1988). Durante os intervalos entre as refeições, as células musculares reconvertem o glicogénio de 25 volta a glicose, usando-a como energia. Quer dizer, o fígado é um dos depósitos temporários de glicose de maior importância. Os indivíduos com resistência à insulina apresentam níveis plasmáticos elevados de insulina (Ford, 2002). A resistência à insulina afeta aproximadamente 25% da população ocidental e carateriza-se por uma sensibilidade reduzida dos tecidos à sua ação, nomeadamente dos recetores específicos a esta, e tem sido considerada como uma figura central da síndrome metabólica, porque as dislipidémias e possivelmente a hipertensão podem ser consequências secundárias à hiperinsulinémia inicial (Bjorntorp & Rosmond, 2000). Nos adultos, estes indicadores impõem um risco substancial de contrair diabetes tipo 2 (Cook, Weitzman, Auinger, Nguyen, & Dietz, 2003) e de desenvolver doença cardiovascular (DCV) (Hill & Bessesen, 2003). Terapias que visem a perca de peso corporal, incluindo dieta e exercício, podem ter indubitavelmente um papel importante no tratamento da diabetes (Adler, 2002), estando comprovado que comportamentos sedentários estão associados a um significativo risco elevado de obesidade e diabetes do tipo 2 (Hu et al., 2003). O sedentarismo é um outro fator que tem estado associado à resistência à insulina (Eriksson & Lindgard, 1996), comprovando que a inatividade física contribui negativamente para a sensibilidade à insulina. São evidentes os efeitos benéficos da AF ao nível do controlo glicémico (Kirk, Mutrie, MacIntyre, & Fisher, 2003), mais concretamente no que se refere à sensibilidade à insulina, prevalecendo as evidências de que a AF aumenta o transporte da glicose no músculo-esquelético (Brozinick, Etgen, Yaspelkis, Kang, & Ivy, 1993). O aumento da massa muscular e a redução da gordura corporal favorecem a sensibilidade à insulina, considerando a importância do músculo-esquelético na captação da glicose estimulada pela insulina (Borghouts & Keiser, 2000). Os benefícios do exercício são, desde logo, evidentes a nível de controlo glicémico e sensibilidade à insulina e nos fatores de risco cardiovascular (Tudor-Locke, Bell, & Meyers, 2000), sendo que atividades como andar de bicicleta e jardinagem podem contribuir de forma positiva para a prevenção da tolerância à glicose em jovens adultos (Van Dam, Schuit, Feskens, Seidell, Kromhout, 2002). Desde 1945, onde foi sugerida pela primeira vez a associação entre o baixo nível de AF e a resistência à insulina (Blotner, 1945), estudos transversais e de intervenção têm demonstrado relação direta entre os índices de AF e a sensibilidade à insulina (Schneider, 1995; Rennie, McCarthy, Yazdgerdi, Marmot, & Brunner, 2003; Lakka et al., 2003). Estudos transversais demonstram menores níveis e maior sensibilidade à insulina em atletas, quando comparados com os seus congéneres sedentários (Richter, Turcotte, Hespel, & Kiens, 1992; Nuutila et al., 1994). Da mesma forma, a prática de AF por períodos reduzidos está associada a uma baixa sensibilidade à insulina e o repouso prolongado está associado ao aumento da resistência à insulina (Rennie et al., 2003; Lakka et al., 2003). 26 Os efeitos do exercício físico sobre a sensibilidade à insulina verificam-se entre, aproximadamente, as 12 a as 48 horas após a sessão de exercício, voltando aos níveis préatividade em três a cinco dias após a última sessão de exercício físico (Eriksson & Koivisto, 1997), o que reforça a necessidade de praticar AF com frequência e regularidade. A evidência de que apenas uma sessão de exercício físico pode melhorar a sensibilidade à insulina e que o efeito proporcionado pelo exercício regride em poucos dias de inatividade levanta a hipótese de que o efeito do exercício físico sobre a sensibilidade à insulina é somente agudo. No entanto, foi demonstrado que indivíduos com resistência à insulina melhoram a sua sensibilidade em 22% após a primeira sessão de exercício e em 42% após seis semanas de prática continuada (Persghin et al., 1996), o que demonstra que o exercício físico apresenta, tanto um efeito agudo, como um efeito crónico sobre a sensibilidade à insulina. Os benefícios do exercício físico sobre a sensibilidade à insulina são demonstrados, não só com o exercício aeróbio, mas também com exercício localizado (Persghin et al., 1996; Ciolac, 2002). Os mecanismos pelos quais esses tipos de exercício melhoram a sensibilidade à insulina parecem ser diferentes (Pollock et al., 2000), o que sugere que a sua combinação poderá proporcionar a potenciação dos efeitos benéficos. 2.4.3. Avaliação do fluxo pulmonar: Espirometria O termo espirometria deriva do latim spirare, que corresponde a respirar, e metrum, que significa medida. Verifica o grau de obstrução das vias aéreas, mensurando os volumes e fluxos de ar que entram e saem dos pulmões (Costa, 2002, Oliveira & Jardim, 2003). Representa uma importante maneira de verificação da função pulmonar, sendo considerada o exame complementar de maior utilidade fisiodiagnóstica, muito útil para a elaboração de um programa terapêutico (Azeredo, 2002). A espirometria é um exame que ajuda no diagnóstico, na prevenção e na quantificação dos distúrbios ventilatórios, e pode ser realizada durante a respiração lenta ou durante uma manobra expiratória forçada (Pereira et al., 2002). De acordo com Rodrigues et al. (2002), é o exame que mensura capacidades e fluxos pulmonares, a partir de manobras respiratórias padronizadas. Possibilita averiguar se existe obstrução ao fluxo de ar, ou seja, se as vias aéreas estão anormalmente contraídas, ou se o volume dos pulmões está normal. Apesar de as primeiras técnicas de avaliação da função pulmonar terem tido inicio há mais de um século, só nas últimas duas décadas estes testes evidenciaram maior validade e fiabilidade. 27 A espirometria deve fazer parte da avaliação, principalmente de pacientes com sintomas respiratórios ou doença respiratória1. Este exame exige a compreensão e a colaboração do paciente na sua realização, equipamento calibrado e utilização de técnicas padronizadas aplicadas por pessoal especializado. Os valores obtidos devem ser comparados aos previstos para determinado grupo populacional, e a sua interpretação feita à luz dos dados clínicos e epidemiológicos. O espirómetro mensura o volume de ar inspirado e expirado e os fluxos respiratórios, mas é especialmente útil na análise dos dados derivados da manobra expiratória forçada. Os elementos mais importantes da espirometria são a capacidade vital (CV) ou capacidade vital forçada (CVF), o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF 1) e a relação entre o volume expiratório forçado no primeiro segundo e a capacidade vital forçada ou capacidade vital (VEF1/CVF ou VEF1/CV), conhecido também como “índice de Tiffeneau”, sendo estes parâmetros expressos em valores absolutos e percentuais (Oliveira & Jardim, 2003). Apresentam-se seguidamente algumas definições de importância para o nosso estudo1: ● Capacidade pulmonar total (CPT) é a quantidade de ar nos pulmões após uma inspiração máxima. A quantidade de ar que permanece nos pulmões após a exalação e o volume residual (VR); a CPT e o VR não podem ser medidas por espirometria. ● Capacidade vital forçada (CVF) é o volume eliminado em manobra expiratória forçada desde a capacidade pulmonar total (CPT) até ao volume residual (VR). ● Débito Expiratório Máximo Instantâneo (DEMI) é uma medida indireta de resistência das vias aéreas, sendo um parâmetro expiratório esforço-dependente, frequentemente usado para monitorizar pacientes asmáticos e sua resposta ao tratamento. ● Volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF 1): é a quantidade de ar eliminada no primeiro segundo da manobra expiratória forçada. ● CVF é um teste importante porque, num indivíduo, durante a expiração, pode atingir o limite do fluxo máximo. Como a curva define o limite para o fluxo, ela é altamente reprodutível num individuo, e, mais importante, o fluxo máximo é muito sensível na maioria das doenças comuns que afectam o pulmão. É importante a avaliação da curva fluxo-volume para verificar a colaboração do paciente no início da manobra expiratória e da curva volume-tempo para análise dos critérios do final do teste. Uma vez treinado, o paciente pode reproduzir razoavelmente o esforço máximo 1 Manual de Utilizador Quark, VII Edição 01/2010, COSMED 28 expiratório inicial. A Capacidade Vital Forçada é medida solicitando-se ao indivíduo que, depois de inspirar até à CPT, expire tão rápido e intensamente quanto possível no espirómetro (Pereira et al., 2002) Todas as medidas resultantes das mensurações dos testes de função pulmonar estão sujeitas a influências técnicas relacionadas com o instrumento e ao modo de fazer o exame. O objetivo rígido do protocolo está na avaliação da influência de fatores não-técnicos (isto é, biológicos) sobre as diferenças observadas nos valores individual ou populacional. O uso efetivo da espirometria objetiva a compreensão dos fatores que influenciam os valores obtidos. O objetivo dessa compreensão é realizar medidas espirométricas mais precisas. Como foi referenciado anteriormente, a inatividade física/sedentarismo tem influência na obesidade. A prevalência do sobrepeso e obesidade na infância tem crescido ao longo das últimas duas décadas em países desenvolvidos (Padez et al., 2004). Por sua vez, a obesidade, pode provocar uma síndrome restritiva pelo acumular de gordura peritorácica e abdominal, diminuindo os volumes pulmonares. Exemplos destes volumes são: o volume de reserva expiratório (VRE) e a capacidade residual funcional (CRF) (Silva, Boin, Pareja, & Magna, 2007). As dificuldades respiratórias, como a asma, a apneia do sono e a intolerância ao exercício, são constantes em adolescentes e jovens obesos e podem limitar a prática de atividade física e desportiva, dificultando a perda de peso (Chinn, 2006; Pinto et al., 2006). Com a crescente deposição de gordura, revestindo a cavidade torácica, tanto dentro, como sobre a cavidade abdominal, progressivas alterações poderão ocorrer na funcionalidade pulmonar (Fung et al., 1990). Diversos mecanismos foram propostos como possíveis efeitos da obesidade na função pulmonar (Jones & Nzekwu, 2006; Pires, Oliveira, Parreira & Britto, 2007; Gontijo et al., 2011). As anomalias geralmente mais referidas são a redução do volume expiratório de reserva e a capacidade residual funcional, devido à diminuição da parede torácica, da complacência pulmonar e da maior resistência respiratória (Zerah et al., 1993). Modificações na função pulmonar são mais habituais na obesidade central, em que a acumulação de tecido adiposo se localiza, principalmente, na região da cintura. Tem-se questionado se o efeito da obesidade nesta função será simplesmente mecânico ou se haverá também alterações no metabolismo celular e na utilização de substratos originados pela obesidade central (Collins, Hoberty, Walker, Fletcher, & Peiris, 1995; Sue, 1997). Divergências nos padrões de distribuição da gordura corporal também fomentam alterações nos volumes pulmonares. A gordura armazenada na cavidade abdominal (ginóide) exerce, provavelmente, um efeito mecânico direto na caixa torácica e no diafragma, por um mecanismo de compressão, que, por sua vez, limita a expansibilidade pulmonar, causando 29 diminuição dos volumes pulmonares (Sue, 1997). De forma geral, a obesidade e o padrão de distribuição da gordura corporal podem conter resultados independentes na função ventilatória (Lazarus, Sparrow, & Weiss, 1997). Desta forma, a espirometria é fundamental para a avaliação, para o acompanhamento e para a gestão de doenças respiratórias, representando a ferramenta principal de diagnóstico da doença pulmonar obstrutiva crónica. O sobrepeso e a obesidade estão também relacionados ao aumento do risco dos sintomas respiratórios. A prevalência dos sintomas aumenta, quanto maior for o IMC ou a circunferência da cintura (Sahenjami, 1998; Jones & Nzekwu, 2006). 2.4.3.1. Associação entre IMC e as capacidades e volumes pulmonares Diversos estudos que relacionam o desempenho respiratório dos sujeitos e a prevalência de sobrepeso e obesidade (Luce, 1980; Surratt, Wilhoit, Hsiao, Atkinson, & Rochester, 1984; Rubinstein, Zamel, DuBarry, & Hoffstein, 1990) afirmam ter identificado alterações ao nível do sistema respiratório, especialmente a redução dos volumes pulmonares: volume de reserva expiratória (VRE), volume residual (VR) e volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1); das capacidades pulmonares: capacidade residual funcional (CRF), capacidade vital (CV), capacidade pulmonar total CPT e capacidade vital forçada (CVF) e das taxas de fluxo expiratório. Porém, Li et al. (2003), concluíram que as alterações nos volumes e capacidades pulmonares verificadas com populações pediátricas são limitadas e não concordantes. Não é evidente que o aumento do IMC contribua de forma relevante para a diminuição das medidas espirométricas, verificando-se inclusive o aumento de algum dos parâmetros ventilatórios, como demonstram os estudos de Dockery, Berkey, Ware, Speizer, e Ferris (1983), Bosisio, Sergi, Di Natale, e Chiumello (1984) e Fung et al. (1990). Estes resultados contrariam, assim, os estudos de Dontas, Jacobs, Corcondilas, Keys, e Hannan (1984), Mallory, Fiser, e Jackson (1998), Chen, Horne, e Dosman (1993), Inselman, Milanese, e Deurloo (1993) e Jones e Nzekwu (2006) que verificaram que as elevações do IMC poderiam acarretar diminuição na função pulmonar. 2.5. Estado da arte Uma das etapas relevantes de um trabalho científico é o designado estado da arte, em que se deve aludir ao que já foi desenvolvido e investigado sobre a temática em causa, precavendo a perca de tempo com indagações supérfluas. Para além disso, a boa perceção deste, auxilia no desenvolvimento de novos conceitos, axiomas, e paradigmas. Apresenta-se como uma tarefa 30 complexa, sendo crítica e reflexiva, não se devendo utilizar informações concebidas por outros autores, sem referenciar os mesmos. Com efeito, é imperioso refletir sobre a informação recolhida, relacioná-la com a temática em estudo, criando um texto original, argumentativo e com conclusões adquiridas a partir da reflexão (Bennett, Campbell, Hogarth, & Lubben, 2005). Relativamente ao Estado da Arte para o nosso trabalho, o esclarecimento científico faz-se, numa primeira, fase através da revisão de literatura apresentada anteriormente e, numa segunda fase, através da apresentação de uma sistematização de alguns estudos que, apesar de terem metodologias e caraterísticas algo distintas, acabam por ser um alicerce para nos ajudar ao longo desta investigação e suportar as nossa conceção teórica. Desta forma, o primeiro estudo realizado em Portugal sobre obesidade reporta-se a 19951998, por Carmo et al. (2000), onde se demonstrou a existência de uma alta prevalência de obesidade em adultos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos de idade (49,6%). Também num estudo realizado pela WHO (2007) sobre a prevalência do sobrepeso e obesidade em crianças, adolescentes e adultos em 46 países da União Europeia, verificou-se que a prevalência de excesso de peso variou entre 32% e 79%, nos homens, e 28% e 78% nas mulheres. Cremos ser de extrema importância dar ênfase à composição corporal, pois este relevante indicador influencia, devido à sua relação com outros parâmetros fisiológicos, o estado de saúde. Apresentamos de seguida um quadro onde tal se verifica, ou seja, a relação entre a obesidade e alguns indicadores de saúde. Tabela 1: Complicações da obesidade e relação com outros parâmetros fisiológicos que influenciam o estado de saúde (Dietz, 1998; Fontanive, Costa, & Soares, 2002; Mota & Sallis, 2002; Mello, 2003; Hu et al., 2003; McArdle, 2011) Cardiovasculares Endocrino-metabólicas Hipertensão arterial sistemática; Hipertrofia cardíaca Resistência à insulina e maior predisposição à diabetes; Hipertrigliceridemia e hipercolesterolemia Tendência à hipoxia, devido ao aumento de falta ventilatória, Respiratórias aumento do esforço respiratório, diminuição da eficiência muscular, diminuição da reserva funcional, apneia do sono; Infeções; Asma; Redução do volume expiratório de reserva Mortalidade Neoplásicas Psicossociais Aumento do risco de mortalidade Maior frequência do cancro do endométrio, mama, vesícula biliar, cólon/reto e próstata Descriminação social e isolamento; Afastamento de atividades sociais; Dificuldades de expressar sentimentos 31 Por outro lado, indo ao encontro do cerne do nosso estudo, apresentamos alguns indicadores de que a AF provoca alterações ou efeitos positivos sobre vários parâmetros fisiológicos que têm influência direta no estado de saúde, começando pela composição corporal. Apresentamos seguidamente um quadro demonstrativo, com base em vários estudos. Tabela 2: Influência da atividade física em vários parâmetros fisiológicos que influenciam o estado de saúde (Durstine et al., 2001; Sarría et al., 2001; Mota & Sallis, 2002; Van Dam et al., 2002; Lakka et al., 2003; Auer et al., 2004; Pescatello et al., 2004; Slentz et al., 2004; Freedman et al., 2005; Pinto et al., 2006; Silva et al., 2007; Singhal et al., 2010; McArdle, 2011) Composição corporal Cardiovasculares Melhor perfil lipídico; Aumento da massa isenta de gordura; Diminuição da massa adiposa Controlo da pressão arterial; Menor probabilidade de doenças cardíacas; Diminuição da FCREPOUSO Diminuição da resistência à insulina e menor predisposição à Endocrino-metabólicas diabetes; Tendência para manter melhores valores de colesterol e triglicerídeos Manutenção ou aumento dos volumes pulmonares funcionais; Respiratórias Menor probabilidade de doença pulmonar obstrutiva crónica e outras patologias respiratórias (Asma, apneia do sono) Mortalidade Redução do risco de mortalidade Neoplásicas Menor probabilidade de contrair vários tipos de cancro Redução da ansiedade, da depressão e do isolamento; Psicossociais Participação em atividades sociais; Maior auto-estima e capacidade de aprendizagem. Após a revisão de literatura e esta sinopse referente às temáticas de estudo, ficámos com uma conceção acerca do estado do trabalho referente ao domínio do tema em que se insere esta investigação e das principais referências nesta área de investigação. 32 CAPÍTULO 3 OBJETO DE ESTUDO 33 3. OBJETO DE ESTUDO 3.1. Introdução Ambicionando abordar e simplificar as fases concetuais que estiveram na origem e constituíram a razão de ser desta investigação, neste capítulo procederemos à apresentação dos objetivos que se pretendem alcançar e respetivas questões de investigação, passando, a posteriori, para a formulação das hipóteses, particularizando as variáveis presentes nas hipóteses. 3.2. Objetivos e Questões de Investigação Numa época de grandes mudanças em distintos setores da sociedade, é de extrema importância ter a perceção de que forma podemos dar algum tipo de contributo. Na posse desta informação específica, apresentada ao longo deste estudo, pretendemos contribuir para um corpo de conhecimentos especializados, sendo que a busca pelo sucesso referente aos benefícios das atividades físicas e desportivas no bem-estar, qualidade de vida e ausência de doença, possam levar ao aparecimento e desenvolvimento de metodologias, estratégias, experiências ou programas que possam contribuir para alterar, não só, a conceção que as pessoas têm sobre esta temática, mas também para melhorar as competências dos mediadores (professores, treinadores, técnicos, instrutores, etc.). Foram definidos os seguintes objetivos para este estudo: Objetivo geral: - Averiguar se a AF orientada, com exercícios supervisionados e com objetivos quanto à intensidade e tipo de exercício, tem relação com a melhoria da composição corporal e nos parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde, de alunos do ensino superior, comparativamente à inatividade física/sedentarismo. Objetivos específicos: - Averiguar se a AF orientada, com exercícios supervisionados e com objetivos quanto à intensidade e tipo de exercício, tem relação com o IMC, perímetro da cintura, perímetro da anca, índice cintura/anca e percentual de gordura de alunos do ensino superior, comparativamente à inatividade física/sedentarismo. 34 - Averiguar se a AF orientada, com exercícios supervisionados e com objetivos quanto à intensidade e tipo de exercício (2 níveis de frequência semanal e atividades letivas e extracurriculares), tem relação com os valores de glicemia, triglicerídeos, colesterol, pressão arterial, FCREPOUSO e espirometria (VEF1, CVF e DEMI), de alunos do ensino superior, comparativamente à inatividade física/sedentarismo. - Averiguar se existe associação/relação entre os valores espirométricos medidos e diferentes categorias de composição corporal (IMC, PC e % de gordura), de alunos do ensino superior. - Averiguar se existe associação/relação entre as diferentes categorias de composição corporal (IMC, PC e % de gordura) e os parâmetros fisiológicos (glicemia, colesterol, triglicerídeos e pressão arterial) de alunos do ensino superior. - Averiguar se existe associação/relação, relativamente à composição corporal, entre o Índice de Massa Corporal, o perímetro da cintura e o percentual de gordura, de alunos do ensino superior. - Averiguar, entre os sujeitos da amostra, se os alunos que apresentam estilos de vida ativos apresentam melhores indicadores de consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas. A presente investigação pretende dar resposta à seguinte questão: Será que a AF orientada, com exercícios supervisionados, tem relação com a melhoria da composição corporal e dos parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde de alunos do ensino superior, comparativamente à inatividade física/sedentarismo? Desta forma, após termos ficado com uma conceção acerca do estado do trabalho referente ao domínio do tema em que se insere o presente estudo, das principais referências em que pretendemos abranger e apoiar o estudo e também acerca das variáveis e das relações que se poderão estabelecer entre elas, parece-nos exequível formular um conjunto de hipóteses que pretendemos verificar, ao longo da presente investigação. 3.3. As Hipóteses Fundamentais/Gerais Antes de passarmos à enumeração das hipóteses, é muito importante explicar o que levou a que fossem formuladas as hipóteses gerais. As hipóteses que apresentaremos de seguida foram formuladas com base na revisão da bibliografia, em que, de acordo com vários autores (Dietz, 1998; Durstine et al., 2001; Sarría et al., 2001; Fontanive et al., 2002; Mota & Sallis, 35 2002; Van Dam et al., 2002; Lakka et al., 2003; Mello, 2003; Hu et al., 2003; Auer et al., 2004; Pescatello et al., 2004; Slentz et al., 2004; Freedman et al., 2005; Pinto et al., 2006; Silva et al., 2007; Singhal et al., 2010; McArdle, 2011), somos levados a crer que os alunos que praticam atividades supervisionadas, de uma forma regular e com maior frequência semanal, tendem a apresentar melhores resultados ao nível da composição corporal e de vários parâmetros fisiológicos que influem no estado de saúde, comparativamente a alunos que recorrem sistematicamente a estilos de vida sedentários. Por outro lado, os problemas metodológicos associados com a comparação de diferentes tipos e modos de AF, foram também preponderantes na projeção deste estudo. Também a nossa sensibilidade e até experiência, foram determinantes para encaminharmos as hipóteses neste sentido. Para tentar dar resposta às questões levantadas ao longo do estudo, formulámos as seguintes hipóteses gerais: Hipótese 1 – Praticantes de AF orientada, com exercícios supervisionados e com objetivos quanto à intensidade e tipo de exercício, participantes em atividades letivas e atividades extracurriculares, e os praticantes de AF orientada em atividades letivas apresentam resultados significativamente diferentes e mais favoráveis, na composição corporal (IMC, PC, %MG e ÍNDICECINTURA/ANCA), comparativamente a sujeitos sedentários. Hipótese 2 – Praticantes de AF orientada, com exercícios supervisionados e com objetivos quanto à intensidade e tipo de exercício, participantes em atividades letivas e atividades extracurriculares, e os praticantes de AF orientada em atividades letivas apresentam resultados significativamente diferentes e mais favoráveis, nos parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde (PAS, PAD, Glicemia, Triglicerídeos, Colesterol, VEF1, DEMI e CVF), comparativamente a sujeitos sedentários. Hipótese 3 - Existe uma correlação positiva, relativamente à composição corporal, entre o Índice de Massa Corporal, o perímetro da cintura e o percentual de gordura, de alunos do ensino superior. Hipótese 4 – Existe uma correlação negativa entre os valores de composição corporal avaliados (IMC, PC e % MG) e os valores espirométricos avaliados (VEF1, DEMI e CVF), de alunos do ensino superior. Hipótese 5 – Existe uma correlação positiva entre os valores de composição corporal (IMC, PC e %MG) e os parâmetros fisiológicos (glicemia, colesterol, triglicerídeos, pressão arterial e FCREPOUSO) de alunos do ensino superior. 36 3.4. Identificação das variáveis A nossa pesquisa foi enriquecida com a introdução de diversas variáveis que permitirão uma melhor e mais profunda abordagem da temática. Desta forma, de acordo com Tuckman (2000), poderemos identificar algumas destas variáveis presentes nas nossas hipóteses de estudo. Variáveis independentes A variável independente é o motivo que selecionamos para determinar a sua relação para com o fenómeno observado, constituindo aquilo a que chamamos de condição antecedente. Designa-se variável independente porque estamos interessados em conhecer o seu efeito, o resultado da sua atuação, sobre outras variáveis, as variáveis dependentes ou de controlo, fatores que observamos e que mensuramos para determinar aquele efeito. Tendo isto em conta, torna-se crucial identificar e explicitar as diferentes variáveis presentes nesta investigação. As variáveis independentes são: - O género; - O tipo de prática de AF. Variáveis dependentes De acordo com Tuckman (2000: 122), “a variável dependente é o fator que é observado e medido, para determinar o efeito da variável independente ou seja, o fator que se manifesta, desaparece ou varia, à medida que o investigador introduz, remove ou faz variar a variável independente. […] É considerada dependente, porque o seu valor depende do valor da variável independente. […] representa o efeito pressuposto da variável independente.” As variáveis dependentes são: - A composição corporal: - Índice de Massa Corporal; - Percentual de Massa Gorda; - Perímetro da cintura; - Índice Cintura/anca. 37 - Os parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde: - Pressão arterial (sistólica e diastólica); - FCREPOUSO; - Glicemia; - Colesterol; - Triglicéridos; - Valores espirométricos (DEMI, CVF, VEF1). Variáveis parasitas Finalmente, estamos conscientes que existem vários fatores que podem afetar o estudo, cujos efeitos podem influenciar os resultados. São as variáveis que intervêm mas que não são controladas e que, por isso, convém estarmos conscientes da sua influência. Segundo Sousa (2005), as variáveis parasitas são variáveis exteriores à investigação que influenciam os seus resultados. São assim designadas porque interferem negativamente nas relações entre as variáveis independentes e as dependentes. Assim, como principais variáveis parasitas poderemos considerar: - Vivências dos alunos de ambos os grupos da amostra; - Estilos de vida (tabagismo, alcoolismo, etc.) dos alunos; - Estado nutricional e hábitos/dieta alimentar; - Outras atividades não previstas (agricultura, atividades domésticas, meio de deslocação, etc.). 38 CAPÍTULO 4 MATERIAL E MÉTODOS 39 4. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. Introdução Neste capítulo, descreveremos os principais procedimentos adotados, do ponto de vista do trajeto a percorrer no processo de investigação, para podermos tirar conclusões acerca das variáveis propostas, ou seja, explicaremos minuciosamente os procedimentos adotados neste estudo, para podermos encontrar as respostas para as questões formuladas e apresentar as respetivas conclusões. Trata-se, assim, de descrever o plano de investigação, sobre o qual pretendemos efetuar o estudo, a identificação dos sujeitos participantes no presente estudo, os métodos, técnicas e instrumentos de recolha de dados, e os métodos e técnicas de análise dos dados. 4.2. Descrição do estudo Há aproximadamente três anos, no início deste nosso estudo, aquando da tentativa de fixar definitivamente uma área de interesse que nos permitisse dar um contributo válido no avanço da investigação na área das ciências do desporto, mais concretamente sobre a temática da AF e saúde, pensámos na relação próxima entre AF e desportiva, antropometria, epidemiologia e fisiologia. Tentámos, então, dar resposta ao que Tuckman (2000: 54) chama “as exigências específicas para a escolha de um problema de investigação”, para aferir da pertinência deste estudo. O autor, que as subdivide em cinco, considera-as de extrema importância, dizendo mesmo que são “critérios essenciais para aplicar na escolha do problema”, antes de se avançar com um estudo. Assim, - Ao nível da praticabilidade, considerámos que o estudo estava dentro dos nossos limites, recursos e constrangimentos temporais e que teríamos acesso à amostra necessária; - Ao nível da amplitude crítica, o problema apresentava, para nós, um alcance e uma magnitude suficientes para preencher a exigência que o motivou; - Ao nível do interesse, o estudo estava incluído na nossa área de formação e estávamos interessados na potencial solução; - Ao nível do valor teórico, julgámos que o problema tinha uma importância reconhecida e iria contribuir para melhorar o estado atual da compreensão dos indicadores de AF letiva e 40 extracurricular, e dos hábitos de vida pouco ativos, bem como dos seus efeitos na saúde e bem-estar; - Ao nível do valor prático, pensámos que os estudiosos destas matérias se interessariam por saber a que conclusões chegaríamos e que este estudo poderia ajudar a impulsionar o investimento nas soluções na área da AF e saúde. As respostas a tais questões levaram-nos à realização deste estudo que passamos, seguidamente a apresentar e no qual, por métodos empíricos, vamos tentar verificar se existe uma relação entre as atividades físicas e desportivas, a composição corporal e os parâmetros fisiológicos, como já referenciámos. Para Tuckman (2000: 39), “[…] deve ser possível construir uma solução potencial para o problema que possa verificar-se pela recolha de determinada informação factual, ou então, que possa pôr-se em causa pela recolha de outros dados desse tipo”. Sabemos que este tipo de estudo, que se prende com o que Tuckman (2000: 49) chama de “conhecimento e compreensão gerais”, terá sempre lacunas que especialistas poderão apontar, pois existem variáveis individuais que não estarão contempladas, por nos ser impossível medi-las e controlá-las. Falamos, nomeadamente, em aspetos como ”as rotinas diárias dos alunos, estilo de vida, alimentação, tabagismo ou alcoolismo, etc.” Deixamos esses aspetos mais abrangentes para um outro estudo para quem por estas temáticas se interessar. Esta investigação enquadra-se num estudo do tipo transversal. Utilizámos o método quantitativo que, segundo Reichardt e Cook (1986), se baseia no positivismo lógico e procura factos ou causas dos fenómenos sociais, prestando pouca atenção ao estado subjetivo dos sujeitos, fazendo uma medição penetrante e controlada e é objetivo. Para os autores, este método centra-se na comprovação de hipóteses, sendo inferencial e hipotético-dedutivo. Orienta-se para o resultado e apresenta, normalmente, dados fiáveis (sólidos e confirmáveis); pode ser generalizado e assume uma realidade estável. “Por métodos cuantitativos, los investigadores se refieren a las técnicas experimentales aleatorias, cuasi-experimentales, testes «objetivos» de lápiz e papel, análisis estadísticos multivariados, estudios de muestras, etc..” (Reichardt & Cook, 1986: 25). Neste estudo foi avaliado o tipo de AF e várias caraterísticas da amostra, através de um questionário. Depois foi avaliada a composição corporal (IMC, PC, % MG, ÍNDICEC/A) e vários parâmetros fisiológicos (glicemia, triglicerídeos, colesterol, PA, FC REPOUSO, valores espirométricos). Relativamente às atividades letivas e extracurriculares, todas as sessões de exercício supervisionado foram dirigidas por profissionais com formação na área das ciências do 41 desporto, tendo cada uma das sessões a duração de 60 minutos, no mínimo, e de 90 minutos no máximo. Relativamente à intensidade das sessões de exercício, depois de questionamento oral, com o intuito de verificar o nível de exigência dos exercícios, partimos do pressuposto que todas as sessões, quer letivas, quer extracurriculares, se enquadravam em atividades acíclicas com intensidade preferencialmente moderada/elevada. 4.3. Descrição da população acessível e da amostragem utilizada Após várias análises e reflexões, decidiu-se que a população a investigar seria a população escolar portuguesa, integrada no ensino superior. Mas, devido a algumas limitações de integrar todos os estudantes do território nacional, optámos pelo Concelho de Castelo Branco, sendo a escolha desta região do interior motivada pela facilidade de acesso aos sujeitos e pelo facto de o investigador a ela se encontrar ligado, uma vez que é natural desta região, exercendo a docência na Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco (IPCB). Em Castelo Branco, há ensino superior e a sua população não parece ser muito distinta da que existirá noutras instituições, visto que os concursos são nacionais e os alunos são de várias proveniências (de norte a sul do país, de cidades, mas também de aldeias), o que nos permitiu obter uma amostra de alunos de várias procedências e com vivências diversificadas. Trata-se, assim, de um estudo de caso sobre os alunos do ensino superior do concelho de Castelo Branco com base numa amostragem não casual, por conveniência, por ser mais acessível à condução da presente investigação, estando nós conscientes das limitações e de como isso pode condicionar as conclusões do estudo. A população de alunos deste nível de Ensino, no Concelho de Castelo Branco, era de 3055 alunos, distribuídos por 5 escolas e 32 cursos de Licenciatura (excluíram-se os Cursos de Especialização Tecnológica e a formação pós-graduada), sendo que a amostra foi constituída por 132 sujeitos, a frequentar as escolas superiores do concelho de Castelo Branco. A seleção dos alunos e das turmas não foi completamente aleatória, pois, após entrega do pedido de autorização à direção das escolas, aquando do parecer positivo para recolha de dados, solicitámos para o estudo as turmas que mostraram maior disponibilidade para participar, bem como os alunos com caraterísticas essenciais (alunos com prática de AF e desportiva letiva). Para além disso, fornecemos, em cada uma das escolas, indicações e instruções claras para que não houvesse qualquer possibilidade de identificar os alunos. Foram indicados os procedimentos e a garantia de confidencialidade dos sujeitos que participaram no estudo. 42 Foram estabelecidos os seguintes critérios de inclusão a fim de se selecionar os sujeitos da amostra: - Indivíduos alunos do Ensino Superior no Concelho de Castelo Branco; - Preenchessem os requisitos para um dos três grupos distintos; - Não apresentassem contra-indicações para a prática de exercício físico; - Termo de consentimento positivo para a participação no estudo (incluindo a realização de todas as avaliações). Neste estudo transversal, a amostra foi dividida em três grupos: G ESC+EXERC - grupo de praticantes de AF e desportiva com exercício supervisionado e com intensidade periodizada, em atividades letivas e extracurriculares, n=58 alunos (média±DP, idade 20,93 ± 2,85 anos) com 4 sessões/semana no mínimo; GESCOLA: grupo de praticantes de AF e desportiva curricular com exercício supervisionado com intensidade periodizada (mínimo 2 sessões/semana), n=44 alunos (média±DP, idade 20,77 ± 1,49 anos); GSEDENTÁRIOS: grupo de alunos sedentários, n=30 alunos (média±DP, idade 21,80 ± 1,58 anos). 4.4. Procedimentos para recolhas de dados Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal, através de um parecer emitido para o efeito (anexo 17). Também a Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da mesma Universidade, aceitou a realização deste projeto de investigação. Os sujeitos participaram no estudo de livre vontade, dando para tal o seu consentimento através da assinatura de um termo de consentimento e de informação (anexo 18). Foram antecipadamente informados do âmbito e objetivos do estudo, bem como da salvaguarda dos dados individuais resultantes dos testes realizados. Todas as instruções relativas aos procedimentos foram apresentadas por escrito e oralmente, de forma que cada sujeito recebesse as mesmas indicações. Os dados foram recolhidos em seis visitas a cada grupo das Instituições de Ensino Superior de Castelo Branco (tabela 3). Na primeira visita, foram apresentados os esclarecimentos referentes ao estudo e aos procedimentos a executar nas etapas de recolha de dados. Decorreu também o preenchimento do termo de consentimento informado e de voluntariedade; 43 Na segunda visita, iniciou-se a recolha de dados, desta feita com o preenchimento do questionário (Questionário de Atividade Física adaptado de Telama et al., 1997); Na terceira visita, foi realizada uma sessão prática de familiarização com o protocolo experimental e procedemos à avaliação de antropometria e composição corporal; Na quarta visita, operacionalizámos o protocolo experimental, com a avaliação dos valores de glicemia, de colesterol e de triglicerídeos; Na quinta visita, continuámos com o protocolo experimental, desta vez com a avaliação dos valores de pressão arterial, de FCREPOUSO e os valores espirométricos; Finalmente, na sexta e última visita, procedemos a uma sessão de mostragem dos valores das avaliações realizadas, bem como algumas recomendações. Como não poderia deixar de ser, agrademos a todos pela disponibilidade e pela participação no estudo. Tabela 3 – Síntese das etapas para recolha de dados 1ª Visita Esclarecimentos relativos ao estudo e procedimentos nas etapas de recolha. Preenchimento do termo de consentimento e voluntariedade 2ª Visita Recolha de dados: Preenchimento do Questionário - Questionário de Atividade Física, adaptado de Telama et al. (1997) 3ª Visita Sessão prática de familiarização com o protocolo experimental Recolha de dados: Avaliação de Antropometria e Composição Corporal 4ª Visita Protocolo experimental – Avaliação: Glicemia, colesterol e triglicerídeos 5ª Visita Protocolo experimental – Avaliação: Pressão arterial, FCREPOUSO e valores espirométricos 6ª Visita Sessão de mostragem Agradecimentos. dos valores das avaliações e recomendações. 4.5. Instrumentos e materiais utilizados para a coleta de dados 4.5.1 Questionário de Atividade Física, adaptado de Telama, Yang, Laakso, & Viikari (1997), e cuja aplicação à população portuguesa foi publicada (Ledent et al., 1997; Mota & Esculcas, 2002; Santos, 2004). Na ausência de um instrumento apropriado para quantificar e caraterizar as vivências habituais de AF e desportiva dos alunos de acordo com o objetivo pretendido, optámos pela adaptação de um questionário que fosse relativamente fácil de preencher, objetivo, exequível, sensível, com interesse, valor teórico e valor prático (Tuckman, 2000), evitando assim os inconvenientes relativos a cada uma destas qualidades e que pudesse ser suficientemente moldável para ser utilizado noutras situações de análise, eventualmente com 44 outros itens, mas que nos permitisse elaborar uma espécie de perfil de aluno, nomeadamente obter uma imagem do tipo e quantidade de AF e desportiva realizada habitualmente. O documento (anexo 19) foi previamente apresentado a especialistas das áreas das Ciências do Desporto e Ciências da Motricidade da Faculdade de Motricidade Humana, da Universidade da Beira Interior e do Instituto Politécnico de Castelo Branco, que sugeriram algumas alterações que considerámos por bem introduzir. Este questionário tem como principal objetivo constituir critério para a divisão e seleção da amostra pelos diferentes grupos. Teve também como objetivo qualificar e quantificar as atividades físicas e desportivas extracurriculares dos sujeitos da amostra em estudo. Os questionários são, porventura, um dos instrumentos mais utilizados na investigação para inquirir pessoas. Não deixará de ser fundamental que nos coloquemos, inicialmente, uma questão primordial que é a de perceber em que situações se devem utilizar este instrumento. Embora, muitas vezes, se associe o questionário a uma investigação de caráter qualitativo, a sua abrangência é muito maior. Segundo Tuckman (2000: 321-322), o método de respostas por questionário, tem várias vantagens: um só “funcionário” pode passar um largo número de provas; consegue-se alcançar um vasto número de sujeitos; não há interferência direta com os sujeitos, as “fontes de erro” limitam-se ao instrumento e à amostra; possui uma vasta “fidelidade total”; apresenta uma vasta “ênfase na capacidade de expressão escrita”. É importante ainda mencionar que, tendo em conta a nossa amostra, e que este instrumento tem como principal função dividi-la pelos diferentes grupos, esta seria uma das técnicas mais adequadas, pois, na opinião de Almeida e Madureira Pinto (1995: 113), “[…] esta técnica [inquérito por questionário, é] adequada ao estudo extensivo de grandes conjuntos de indivíduos (normalmente através da medida de certos atributos de uma sua amostra representativa) […]” Desta forma, para permitir o acesso aos níveis de AF e desportiva letiva e extracurricular, adotou-se a estratégia de solicitar aos sujeitos o preenchimento de um inquérito por questionário, pois este instrumento facilita a compreensão de fenómenos como “as atitudes, as opiniões as preferências, as representações, etc., que só são acessíveis de uma forma prática pela linguagem, e que só raramente se exprimem de forma espontânea” (Ghiglione & Matalon, 1993: 15). A aplicação deste questionário teve dois objetivos distintos: numa primeira fase, pretendeuse constituir critério para agrupar os sujeitos nos diferentes grupos da amostra; numa segunda 45 fase, caraterizar qualitativamente e quantitativamente a AF e desportiva que os sujeitos da amostra efetuam no dia-a-dia. Como pretendíamos que o questionário fosse também de fácil codificação e que evitasse fatores como o esquecimento, optámos pela utilização de questões fechadas, menos ricas, mas muito mais seguras, e especialmente dirigidas para obter a informação que este pretendia recolher (Hill & Hill, 2000). Estrutura do questionário O questionário contempla, em primeiro lugar, as variáveis género e idade, importantíssimas para o estudo, pois, na opinião de Ferreira (1986: 176), “o sexo e a idade, por exemplo, são veículos privilegiados das classificações biológico-fisiológicas adoptadas […] verificando as diferenças entre mulheres e homens e entre jovens e velhos, nas diferentes sociedades.” A pergunta 1. [Participas em atividades físicas e desportivas extra-curriculares orientadas por um especialista (modalidade num clube, ginásio, etc.)?] e a pergunta 2. [Participas em atividades físicas e desportivas extracurriculares de lazer ou auto-recreação sem orientação ou prescrição de um especialista (caminhadas, correr, andar de bicicleta, etc.)?] permitiram aferir o tipo e a quantidade de vezes por semana que os sujeitos participavam em atividades extracurriculares. Estas perguntas serviram de critério para mensurar as atividades extracurriculares, permitindo incluir os sujeitos no GESCOLA+EXERCÍCIO. A pergunta 3. [Quantas vezes e quanto tempo praticas atividades físicas e desportivas supervisionadas, durante o tempo letivo (aulas práticas)?] permitiram conferir o tipo e a quantidade de vezes por semana que os sujeitos participavam em atividades letivas. Era necessário realizar este tipo de atividades para poderem ser incluídos no GESCOLA+EXERCÍCIO (caso cumprissem o requisito das atividades extracurriculares), ou ao grupo GESCOLA (caso apenas realizassem este tipo de atividades). A pergunta 4. [Para além das atividades letivas, quanto tempo por semana praticas atividades físicas e desportivas ao ponto de ficares ofegante (respirar depressa e com dificuldade) ou transpirares?] e a pergunta 5. [Participas em competições desportivas?] permitiram averiguar a coerência às respostas da pergunta 1. e quantificar e qualificar o tipo de atividade. A pergunta 6. [Quais as atividades de lazer/entretenimento que mais realizas no dia-a-dia?] permitiu averiguar a coerência às respostas da pergunta 2. e quantificar e qualificar o tipo de atividade. Estas perguntas serviram de critério para enquadrar os sujeitos da amostra pelos diferentes grupos. 46 A pergunta 7. [Como te deslocas para a escola, para casa e para outros locais, no dia-a-dia?], apenas serviu para caraterizar a amostra quanto ao tipo de AF realizada no quotidiano e hábitos de vida. A pergunta 8. [Com que frequências fumas?] e a pergunta 9. [Com que frequências consomes bebidas alcoólicas?], serviram para caraterizar a amostra quanto aos hábitos de vida, tentando relacionar os mesmos com algumas variáveis de estudo. Logicamente, os sujeitos que não apresentavam condições para pertencer ao GESCOLA+EXERCÍCIO e ao GESCOLA ficavam, automaticamente, incluídos no GSEDENTÁRIOS a não ser que houvesse algum impedimento que o justificasse, sendo excluídos na amostra. 4.5.2. Composição Corporal À avaliação da composição corporal tem-se atribuído uma importância cada vez maior, devido à influência que os componentes corporais causam na saúde humana. O excesso de gordura corporal e a sua distribuição centralizada destacam-se pela influência no aparecimento de doenças crónicas não-transmissíveis, principalmente as doenças cardiovasculares (Cercato et al., 2004). Existe uma série de métodos para a avaliação da composição corporal, que variam segundo as suas bases físicas, custo, fiabilidade, facilidade de utilização e de transporte do equipamento. De entre vários métodos, utilizámos os que de seguida se apresentam. 4.5.2.1. Índice de Massa Corporal A massa corporal, ou peso corporal, é a variável antropométrica mais controlada no quotidiano e normalmente é medida com suficiente precisão. É de grande importância para observar/avaliar o crescimento, a obesidade e a subnutrição. Esta variável foi medida em kg com aproximação às 100 gramas, através de uma balança digital, SECA 708 (Germany, Hamburg) com aproximação às centésimas, conforme técnica descrita pelo Council of Europe (1988), estando os sujeitos descalços e com roupa leve. O avaliado devia estar totalmente imóvel sobre a balança e manter o olhar direcionado para a frente. A balança estava apoiada numa plataforma rígida e estável. O aluno apenas subia para a balança quando esta apresentava a escala zero e apoiava a totalidade da superfície plantar dos pés na balança, mantendo-os paralelos. Foram realizadas duas avaliações e calculou-se a média aritmética. Caso houvesse uma diferença superior a 0,2 Kg, realizava-se uma terceira medição. 47 Os valores de estatura, ou altura total do corpo, foram mensurados em metros com aproximação aos milímetros através de um estadiómetro SECA (Germany, Hamburg). Considerando o plano de referência do solo e o vértex, conforme a técnica proposta pelo Council of Europe (1988). Esta medida é um importante indicador geral do tamanho do corpo, do crescimento ósseo, e é essencial para o diagnóstico de subnutrição, atrasos esqueléticos, entre outros fatores. Os alunos posicionavam-se com os pés juntos, numa posição ereta, olhando em frente, sobre a balança com estadiómetro acoplado, com graduação ao centímetro e resultado na mesma unidade de medida. Foram realizadas duas avaliações e calculou-se a média aritmética. Caso houvesse uma diferença superior a 2 mm, realizava-se uma terceira medição. O IMC estabelece uma relação entre a massa corporal e a estatura, relação essa, que indica se a massa corporal está, ou não, adequada à estatura. Este índice é determinado através da fórmula: IMC = Massa corporal (Kg) / Estatura (m)2. Com vista à obtenção dos dados referentes à estatura e peso, para estimação do IMC, o protocolo adoptado foi o descrito anteriormente. 4.5.2.2. Perímetro da cintura e Índice Cintura/Anca Relativamente ao perímetro da cintura, os valores foram mensurados com uma fita métrica (Rosscraft) de fibra de vidro, com dois metros e resolução de 1 mm, de acordo com procedimentos recomendados (Callaway et al., 1991). Foram realizadas duas medições, com limite de tolerância de 1 cm, para a sua diferença. O PC foi medido imediatamente acima da crista ilíaca direita, com os sujeitos em posição antropométrica. O Índice Cintura/Anca estabelece uma relação entre o perímetro da cintura e o perímetro da anca, predizendo o padrão de distribuição de gordura corporal. Este índice é determinado através da seguinte fórmula: ÍNDICECINTURA/ANCA = PCINTURA (cm) / PANCA (cm). 4.5.2.3. Percentagem de Massa Gorda por Bio-impedância Para a avaliação do percentual de massa gorda, utilizámos o aparelho de bioimpedância Tetrapolar Tanita BC-601. Antes do contacto dos elétrodos na pele dos sujeitos, foi feita a limpeza dos pontos de contacto. Antes da avaliação, os indivíduos ficavam em repouso, durante cinco minutos. 48 As medidas de bioimpedância foram avaliadas de acordo com a bibliografia, retirando aos sujeitos o relógio ou qualquer outro objeto metálico (Heyward & Stolarczyk, 1996; NIH, 1996; Kushner, 1992). 4.5.3. Parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde Também a avaliação dos parâmetros fisiológicos que influem no estado de saúde tem recebido uma importância crescente na investigação devido à influência desses parâmetros na saúde humana. Valores desajustados desses indicadores fisiológicos têm influência direta no aparecimento de doenças crónicas não-transmissíveis, principalmente as doenças cardiovasculares, endócrino-metabólicas, respiratórias, neoplásicas e psicossociais (Fontanive et al., 2002; Mota & Sallis, 2002; Mello, 2003; Hu et al., 2003; McArdle, 2011). Existe um largo número de métodos para a avaliação destes parâmetros, que variam de acordo com o seu custo, a sua fiabilidade, a facilidade de utilização e de transporte do equipamento. De entre distintos métodos, utilizámos os que apresentamos de seguida. 4.5.3.1. Procedimentos de avaliação da Pressão Arterial e FCREPOUSO Para a avaliação da PA, importante indicador do estado de saúde, nomeadamente em termos cardiorrespiratórios, utilizámos o monitor Omron Digital Blood Pressure HEM-907, o qual foi validado internacionalmente (El Assaad, Topouchian, Darné, & Asmar, 2002). Este dispositivo passou nas duas fases do protocolo de validação internacional. A avaliação da pressão arterial realizou-se conforme sugerido na literatura (Gillman & Cook, 1995). Os sujeitos da amostra encontravam-se em jejum, sentados, com o braço direito exposto e apoiado ao nível do coração. Utilizou-se um esfigmomanómetro eletrónico da marca Omron, modelo HEM-907, com braçadeiras adequadas. As medições foram efetuadas após os sujeitos permanecerem em repouso durante, pelo menos, 5 minutos (1ª medição), e após um repouso de 10 minutos (segunda medição). Ocorrendo uma diferença superior a 2 mmHg entre as medições, efetuava-se, após 5 minutos extra de repouso, uma terceira medição. O valor final foi auferido através da média aritmética dos valores das medições. Relativamente à avaliação da FCREPOUSO, utilizámos o mesmo aparelho e o mesmo protocolo, que para a PA. Estamos cientes de que este não é o protocolo nem o aparelho mais indicado e rigoroso para a obtenção deste indicador, mas, visto que tínhamos estes dados, pensámos por bem utilizá-los, pois pensamos ser mais um contributo. 49 4.5.3.2. Procedimentos de avaliação da Glicemia, Colesterol e Triglicéridos Relativamente a estes parâmetros fisiológicos, tão relevantes, como indicadores referentes ao estado de saúde, especificamente em relação à composição sanguínea, a mensuração dos valores de glicemia, colesterol e triglicerídeos realizou-se conforme sugerido na literatura (Pérez & Cross, 1996). Os sujeitos da amostra encontravam-se em jejum, sentados, com um dos braços exposto e apoiado numa mesa. Utilizou-se o aparelho Cobas Accutrend Plus, as tiras reativas específicas para cada parâmetro, as lancetas, as luvas, e todos o material para este protocolo de punção capilar (micro-coleta) tão rigoroso (National Committee for Clinical Laboratory Standards). As medições foram efetuadas após os sujeitos permanecerem em repouso durante, pelo menos, 5 minutos (1ª medição), e após um repouso de 5 minutos (segunda medição). Ocorrendo uma diferença superior a 2 mg/dl entre as medições, efetuava-se, após 5 minutos de repouso, uma terceira medição. O valor final foi auferido através da média aritmética dos valores das medições. Com a mesma punção capilar, o investigador recolheu 3 amostras de sangue, pois possuía 3 aparelhos prontos, com respetivas tiras reativas (uma para cada parâmetro). 4.5.3.3. Procedimentos de avaliação espirométrica Finalmente, para a mensuração dos valores espirométricos (DEMI, VEF1 e CVF), recorreu-se ao espirómetro Microquark da Cosmed (figura 1). A espirometria é um teste que auxilia no diagnóstico, na prevenção e na quantificação dos distúrbios ventilatórios, sendo realizada durante uma manobra expiratória forçada. Pela sua complexidade, a sua realização exige a compreensão e colaboração do paciente, equipamento calibrado e utilização de técnicas padronizadas empregues por pessoal especializado. Os valores obtidos devem ser comparados aos previstos para determinado grupo populacional, e a sua interpretação feita à luz dos dados clínicos e epidemiológicos. O espirómetro mensurou o volume de ar expirado, especialmente útil na análise dos dados derivados da manobra expiratória forçada, seguindo o protocolo de acordo com as recomendações (Salas et al., 2011). Figura 1 - Espirómetro Cosmed MicroQuark PC 50 A turbina fluxómetra do espirómetro certifica a máxima precisão através da larga margem de fluxos (até 20 l/s), com um fluxo de baixa resistência (menos de 0.7 cmH 2O/l/s por 12 l/s) e está de acordo com as recomendações do ATS (American Thoracic Society) e ERS (European Respiratory Society). O MicroQuark tem um sensor de temperatura, de fábrica, para corrigir automaticamente os resultados. Para a realização do teste, os sujeitos permaneceram em posição ortostática, com a cabeça em posição neutra e fixa, utilizando clipe nasal, com o objetivo de evitar a perda de ar durante a expiração máxima forçada, pelo nariz. Os protocolos usados visaram determinar: Capacidade vital forçada (CVF); Volume expiratório forçado no 1 segundo (VEF1); Débito Expiratório Máximo Instantâneo (DEMI). Cada sujeito realizou, no mínimo, três e no máximo seis manobras. Para aceitação final do teste, o aparelho selecionava os maiores valores obtidos de qualquer curva e não necessariamente provenientes da mesma manobra. Contudo, vários factores, técnicos e biológicos, interferem, quer na função pulmonar, quer na interpretação dos valores espirométricos. Desta forma, para se determinar a aceitabilidade e a reprodutibilidade, só foram aceites os três maiores picos de fluxo expiratório de cada sujeito avaliado, pelo que, as curvas seleccionadas não podiam divergir em mais de 5% (ATS, 1995). Para cada sujeito avaliado, era esterilizada a turbina e introduzido um bocal de cartão novo, embalado. Os bocais usados eram imediatamente depositados no lixo. No final de cada sessão de avaliação, procedeu-se à calibração da turbina do espirómetro, com a respetiva seringa (3 litros) de calibração. 4.6. Forma de contacto / Princípios éticos Adotando as regras éticas e legais, procedemos às diligências formais, necessárias, quer nos contactos, quer no estabelecimento dos protocolos. Numa primeira fase, solicitámos autorização para procedermos à distribuição dos inquéritos pelas escolas, bem como da avaliação e recolha de todos os parâmetros e variáveis de estudo (apresentados anteriormente). A autorização foi concedida pelos diretores das escolas superiores do concelho de Castelo Branco. O primeiro contacto com os alunos foi realizado, inicialmente, acompanhado por um profissional da instituição, em alguns casos pela direção, já informados sobre o estudo a desenvolver. Foram expostos e explicados, em pequeno grupo, os objetivos da pesquisa, os procedimentos de recolha de dados, a importância da sua participação, colaboração e da confidencialidade dos dados, tendo em atenção todos os princípios éticos. Todos os indivíduos que participaram na amostra preencheram um termo individual de consentimento informado, manifestando autorização para recolha de todos os indicadores a avaliar. 51 4.6.1. Aplicabilidade da pesquisa Local e dia: Os instrumentos foram aplicados no(s) dia(s) definido(s) pelo investigador, em coordenação com os responsáveis das instituições. Na 1ª sessão, realizou-se o preenchimento do termo de consentimento informado e do questionário de AF. Esta aplicação realizou-se, individualmente, pelo mesmo investigador. Nas sessões de testes laboratoriais, mediram-se todas as variáveis de estudo, tendo em conta que todas as avaliações foram realizadas e analisadas pelo mesmo operador. 4.7. Estudo-piloto dos instrumentos Após esta fase, procedemos a um estudo piloto, para atestarmos da aceitação e aplicabilidade dos instrumentos e termos um feedback em relação ao tempo de aplicação dos protocolos e às dificuldades levantadas pelo seu conteúdo e estrutura, com o intuito de, como defende Tuckman (2000: 336), “remover as deficiências diagnosticando e corrigindo [as] imperfeições.” Neste estudo-piloto, participaram 9 alunos de diferentes cursos, que deram resposta ao questionário e realizaram todos os protocolos na presença do investigador, sendo os mesmos, obviamente, excluídos da amostra que participou no estudo. 4.7.1. Clareza dos instrumentos Durante a aplicação do Estudo-Piloto, em todos os instrumentos aplicados (inclusive o questionário), os sujeitos não apresentaram dúvidas pertinentes, que levassem a perda de tempo, digna de registo. Desta forma, podemos considerar que a explicação e todas as questões apresentadas, se mostraram claras e de fácil compreensão. Houve sempre a preocupação de ter calma para proceder às perguntas, não induzindo o resultado e, em caso de dúvida ou demora na resposta, repetir ou explicar a pergunta. 4.7.2. Tempo de resposta e aplicação dos instrumentos O estudo-piloto pretende ser útil na deteção de pormenores que possam tornar morosa ou inviável alguma das respetivas aplicações e avaliações. Em relação ao tempo de resposta ao questionário, verificámos que o primeiro aluno a completar o questionário o fez em 1 minuto e 20 segundos e que o último aluno a entregar o fez, aproximadamente, 2 minutos após o 52 início da sua aplicação. Assim, com um tempo médio de menos de 2 minutos, podemos assegurar que, ao nível do tempo de resposta, o questionário aplicado se encontra dentro do que é recomendado por Tuckman (2000) quando afirma que estes não devem ultrapassar os 15 minutos de resposta, porque, acima deste limite de tempo, a aceitabilidade e a fiabilidade do questionário diminui. Para a recolha das medidas antropométricas (peso e altura), demorámos, em média, 1 minuto e 10 segundos, enquanto, para recolher os dados do perímetro da cintura e do perímetro da anca, demorámos, em média, 2 minutos e 5 segundos por aluno. Ainda para a composição corporal, no que se reporta à avaliação dos valores de bioimpedância, demorámos, em média, 7 minutos (5 de repouso, mais 2 para aplicação e aferição dos valores). Finalmente, para recolher os valores dos parâmetros fisiológicos (glicemia, colesterol, triglicerídeos, pressão arterial e espirometria), demorámos: - Para as medições da glicemia, colesterol e triglicerídeos (punção capilar), os sujeitos permanecerem em repouso durante, pelo menos, 5 minutos (1ª medição), e após um repouso de 5 minutos (2ª medição). Não havendo necessidade de 3ª repetição, esta mensuração demorou, em média, 14 minutos por cada sujeito avaliado (já a contar com o tempo de leitura do aparelho); - Para as medições da pressão arterial, os sujeitos permaneceram em repouso durante, pelo menos, 5 minutos (1ª medição), e após um repouso de 10 minutos (segunda medição). Não havendo necessidade de 3ª repetição, esta avaliação demorou, em média, 17 minutos por cada sujeito avaliado; - Para as medições dos valores espirométricos, foi necessário contemplar o tempo utilizado na explicação da manobra, a introdução dos dados do sujeito avaliado no computador, bem como as 3 repetições do teste (mínimo). Para além deste tempo, contemplámos ainda o tempo para proceder à esterilização do equipamento. Para todos estes procedimentos, esta avaliação demorou, em média, 21 minutos por cada sujeito avaliado; Com base nestes valores apresentados, verificámos que, para a recolha de todos os dados necessários para o estudo, demoraríamos, em média, 64 minutos para avaliar cada um dos sujeitos, individualmente (caso todas as avaliações não necessitassem de repetição). De todos os instrumentos aplicados, apenas o questionário é aplicado em grupo, todos os outros são de forma individual. 53 4.7.3. Homogeneização da conduta do investigador Para a aplicação dos instrumentos de pesquisa, realizou-se o treino do investigador, para uma homogeneização das suas condutas. Pretendeu-se que o investigador, e todos os colaboradores, realizassem todas as diligências e todos os procedimentos, desde a apresentação dos objetivos de estudo até aos protocolos de recolha, de uma forma idêntica. 4.8. Considerações sobre a fiabilidade e validade dos instrumentos Quanto nos reportamos à fidelidade podemos referir que é o processo que permite obter resultados idênticos quando aplicamos um instrumento várias vezes ao mesmo indivíduo, ou grupos de indivíduos, num certo espaço de tempo, em condições semelhantes (Ghiglione & Matalon, 1993; Hill & Hill, 2000). Trata-se de um parâmetro de afinação do instrumento de recolha de dados que, no nosso estudo, foi tido em conta no estudo piloto, apresentado anteriormente. Relativamente à validade, ao nível das condições de realização do estudo, com o cuidado de controlar algumas variáveis, influenciam inevitavelmente algumas dificuldades de generalização, porque, quando procuramos aumentar a validade interna dum estudo, diminuímos consideravelmente a sua validade externa (Tuckman, 1978). Reverenciar a validade dos testes e dos questionários é uma tarefa de extrema dificuldade, com o auxílio de métodos estatísticos, como refere Freeman (1980). Quando falamos de validade podemos reportar-nos a vários tipos: - A validade facial constitui o primeiro passo para a validação de um instrumento. É utilizada para caraterizar os testes e os questionários que parecem medir aquilo que o autor visa efetivamente medir, isto é, os itens que o constituem apresentam-se relacionados com a variável que medem, apesar de ser mais recomendada para o estudo dos conhecimentos e da personalidade, do que para estudos de aptidões e competências (Freeman, 1980). - A validade aparente é também um meio de verificar se o instrumento pode medir o que na realidade se pretende medir (Safrit & Wood, 1987). Apesar de ser uma forma de validade bastante superficial, não deixa de ser igualmente importante, porque a análise da validade deve ser realizada por passos, pelo que uma abordagem superficial ou impressionista deve ser sempre tida em consideração (Petrica, 2003). - A validade de construção, resulta da execução rigorosa de todos os procedimentos recomendados por diversos especialistas na construção e elaboração de um instrumento de recolha de dados pela interrogação (Ghiglione & Matalon, 1993; Hill & Hill, 2000). 54 - A validade de conteúdo permite concluir que o conteúdo do instrumento reflete exatamente o que se pretende estudar (Safrit e Wood, 1987). É a validade obtida através de procedimentos dedutivos e indutivos expressos na opinião de especialistas, experiência e conhecimento do investigador e referências da literatura (Freeman, 1980). A validade de conteúdo, como o próprio nome indica, é estimada avaliando a relevância dos itens do teste, individualmente e em conjunto. Cada item deve ser uma amostra do que o teste ou o questionário se propõe medir. No conjunto, devem constituir uma amostra representativa da variável (Freeman, 1980; Safrit & Wood, 1987). - A validade pragmática refere-se à utilidade da investigação, ou seja, qualquer estudo deve obedecer a um propósito (Petrica, 2003). Considerando que os principais instrumentos de medida, utilizados no presente estudo (balança, estadiómetro, esfigmomanómetro, espirómetro, fita, aparelho avaliação de glicemia, triglicerídeos e colesterol), são instrumentos constantes para medir os respetivos parâmetros, pelo que são válidos de acordo com os manuais de procedimentos, a partir do momento em que se respeitem essas condutas de utilização e que, uma vez que foram seguidos e treinados (demonstrando que foram respeitados), constituem prova de validade. 4.9. Tratamento estatístico dos dados Para assegurar a qualidade na entrada de dados, efetuou-se o controle automático dos erros de digitação, assim como a conferência manual, após a digitação de todos os dados do questionário e das variáveis mensuradas, sendo elaborada uma base de dados. A organização e registo dos dados foram realizados com o programa Excel 2010. A elaboração dos relatórios estatísticos foi efetuada utilizando o programa SPSS, versão 20.0. O tratamento estatístico dos dados realizado em cada instrumento de recolha de dados fez-se a partir de: - Questionário de Atividade Física (adaptado de Telama et al., 1997) Após a seriação dos dados, estes foram analisados a partir da estatística descritiva, mediante a frequência de ocorrências e percentuais relativos e absolutos. - Parâmetros fisiológicos – comparação entre os 3 grupos da amostra. Primeiramente, para a análise entre as variáveis categóricas, serão apresentados os resultados através da média e desvio padrão. Seguidamente, procedeu-se à verificação da normalidade da amostra através do Kolmogorov-Smirnov test. Para as variáveis que não a 55 demonstraram, procedeu-se à utilização do teste U de Mann-Whitney. Para as restantes variáveis, que demonstraram normalidade, utilizou-se a análise de variância (One-Way Anova), usada para testar as diferenças entre os grupos. As diferenças foram localizadas através do Teste de Comparações Múltiplas Post-Hoc LSD. Adoptou-se um nível de significância com uma margem de erro de 5% ou com um nível de confiança de 95%. - Parâmetros fisiológicos – correlação entre variáveis. Para a análise da correlação, utilizámos o teste de correlação de Pearson e o teste nãoparamétrico de Spearman. O coeficiente de correlação de Pearson (r), ou coeficiente de correlação produto-momento ou o r de Pearson, mede o grau da correlação linear entre duas variáveis quantitativas. É um índice adimensional com valores situados ente -1,0 e 1,0 inclusive, que reflete a intensidade de uma relação linear entre dois conjuntos de dados. Este coeficiente, normalmente representado pela letra "r", assume apenas valores entre -1 e 1. - r = 1 significa uma correlação perfeita positiva entre as duas variáveis. - r = -1 significa uma correlação negativa perfeita entre as duas variáveis - Isto é, se uma aumenta, a outra diminui. - r = 0 Significa que as duas variáveis não dependem linearmente uma da outra, no entanto, pode existir uma outra dependência que seja "não linear". O coeficiente de correlação de postos de Spearman, denominado pela letra grega ρ (rho), é uma medida de correlação não-paramétrica. Ao contrário do coeficiente de correlação de Pearson, não requer a suposição que a relação entre as variáveis é linear, nem requer que as variáveis sejam quantitativas; pode ser usado para as variáveis medidas no nível ordinal. 4.10. Descrição da metodologia (design) seguida no trabalho Com o intuito de alcançar os distintos objetivos já referidos anteriormente, optou-se pela utilização de uma metodologia de índole quantitativa, correlacional e transversal. Quantitativa, pois, com refere Fortin (1999), utiliza dados numéricos para obter informações, descrever, comparar e testar relações. Esta investigação seguiu uma estrutura de estudo transversal, sendo semelhante à de estudo de coorte, no entanto, nos estudos transversais as medições são feitas num único "momento", não se verificando, assim, período de acompanhamento/prosseguimento dos sujeitos. Na 56 realização de um estudo transversal, o investigador tem de, em primeiro lugar, definir a(s) questão(ões) de estudo, elegendo a posteriori a população a estudar, bem como a seleção da amostra e, por último, definir os fenómenos a estudar, bem como os métodos de medição das variáveis de estudo (Tuckman, 2000). Este tipo de metodologia é apropriado para descrever caraterísticas das populações relativamente a determinadas variáveis, bem como os seus padrões de distribuição. Os estudos transversais podem, também, ser usados para descrever associações/correlações entre variáveis. Neste caso, a definição das variáveis independentes e das dependentes, ao contrário dos estudos de coorte, depende da hipótese de causalidade estabelecida pelo investigador e não pelo design de estudo. É relativamente fácil decidir se uma variável é dependente ou independente, no caso de certos fatores constitucionais como a idade, género ou etnia, uma vez que não são alterados por outras variáveis e são, desta forma, geralmente, variáveis independentes. Porém, para grande parte das variáveis, a escolha é um pouco mais complexa (Tuckman, 2000). Por exemplo, se, num estudo transversal, se verifica uma associação entre a prática de AF e a presença de patologia respiratória, esta pode dever-se ao facto de os sujeitos que praticam pouca AF desenvolverem mais frequentemente patologia respiratória, ou ao facto de os sujeitos com patologia respiratória praticarem com menos frequência AF, devido à doença. 57 CAPÍTULO 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 58 5. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS Neste capítulo do trabalho, procedemos, em primeiro lugar, a uma análise descritiva dos resultados, caraterizando a amostra, quer na sua divisão pelos diferentes grupos (hábitos de AF; hábitos tabágicos e hábitos de consumo de álcool), quer na divisão dos sujeitos pelo género (masculino e feminino). Recorremos à estatística descritiva (percentuais relativos e absolutos; média e desvio padrão), apresentando os resultados em tabelas e gráficos, comentados posteriormente. Numa segunda fase, realizámos uma análise inferencial, para verificar o nível de significância entre as variáveis de estudo, bem como várias análises de correlação entre variáveis utilizando, também aqui, tabelas e gráficos demonstrativos, seguidos de comentários. 5.1. Análise descritiva Podemos verificar na tabela 4 uma caraterização geral da amostra, relativamente aos indicadores avaliados, mas também relativamente aos três grupos da amostra, divididos pelos hábitos de AF. Importante ressalvar que os dados são bastante dispersos, o que indica uma amostra bastante heterogénea. Tabela 4: Caraterização da amostra (n=132) Mínima Máxima Média Desvio Padrão Idade (anos) IMC (kg/m2) Per. Cintura (cm) ÍNDICECINTURA/ANCA Massa Gorda (%) Glicem. mg/dl Triglic. mg/dl Colest. mg/dl PAS mmHg PAD mmHg FVC (% prev.) PEF (% Prev.) FEV 1 (% Prev.) FC REP. (Bpm) 18 18,2 65 0,65 6,5 59 71 150 104 47 89 90 90 45 31 34,1 104 0,94 40,6 102 261 271 148 100 123 129 123 85 21,08 23,83 79,58 0,86 20,11 80,48 125,36 182,23 124,23 65,41 99,79 101,94 99,74 64,38 2,23 2,82 7,87 0,03 7,99 7,59 52,09 24,63 10,89 8,89 6,98 7,99 6,82 11,08 Grupos N 58 44 30 132 GESCOLA+EXERCÍCIO GESCOLA GSEDENTÁRIOS TOTAL Média± DP Masculino Idade (anos) N 20,93 ± 2,85 42 20,77 ± 1,49 30 21,80 ± 1,58 8 21,08 ±2,23 80 Feminino N 16 14 22 52 59 Na tabela 5, e numa primeira análise, relativamente aos três grupos da amostra, divididos pelos hábitos de AF, verifica-se que o GESC+EXERC apresenta valores médios absolutos mais favoráveis em todos os indicadores avaliados, excetuando na variável “Glicemia”, comparativamente ao GSEDENTÁRIOS. Por sua vez, o GESCOLA apresenta valores intermédios em quase todas as variáveis (exceção “Glicemia” e “Triglicerídeos”), comparativamente aos outros dois grupos da amostra (GSEDENTÁRIOS e GESC+EXERC). Tabela 5: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, dividida pelos grupos GESC+EXERC ± dp GESCOLA ± dp Idade (anos) 20,93 ±2,85 20,77 ±1,49 21,80 ±1,58 21,08 ±2,23 IMC (Kg/m2) 22,99 ±2,05 23,33 ±2,29 26,20 ±3,52 23,83 ±2,82 MG (%) 16,06 ±5,89 19,44 ±6,61 28,92 ±6,44 20,11 ±7,99 PC (cm) 77,24 ±5,39 79,00 ±5,80 84,93 ±11,47 79,58 ±7,87 ÍNDICEC/A 0,82 ±0,06 0,83 ±0,06 0,83 ±0,09 0,83 ±0,06 Glicem mg/dl 80,24 ±7,09 81,73 ±9,29 79,13 ±5,37 80,48 ±7,59 Triglic mg/dl 118,41 ±51,19 114,41 ±40,01 154,87 ±59,58 125,36 ±52,09 Colest. mg/dl 178,93 ±15,74 183,59 ±26,09 186,60 ±34,63 182,23 ±24,63 PAS mmHg 121,48 ±9,25 123,27 ±12,03 130,93 ±9,47 124,23 ±10,89 PAD mmHg 62,83 ±7,59 65,86 ±6,61 69,73 ±12,07 65,41 ±8,89 FCREP Bpm 60,45 ±11,18 64,23 ±9,27 72,20 ±9,35 64,38 ±11,08 CVF %Prev 104,72 ±6,70 96,27 ±3,92 95,40 ±4,62 99,79 ±6,98 DEMI %Prev 106,38 ±8,48 100,86 ±5,46 94,93 ±3,41 101,94 ±7,99 VEF1 %Prev 104,28 ±6,84 97,41 ±4,28 94,40 ±3,46 99,74 ±6,82 Grupo GSEDENTÁRIOS ± dp Total ± dp A análise estatística levou-nos a constatar que a variável género poderia influenciar os resultados. Desta forma, decidimos analisar os dados para o total da amostra e separando pela variável género. Para esse efeito, passámos a analisar separadamente os dados do total da amostra e, seguidamente, apresentamos os valores médios e de desvio padrão das variáveis avaliadas, para ambos os géneros (masculino e feminino). 60 Relativamente aos três grupos da amostra, divididos pelos hábitos de AF, para os elementos do género masculino, verificamos na tabela 6 que o GESC+EXERC apresenta valores médios absolutos mais favoráveis em todos os indicadores avaliados, excetuando na variável “Triglicerídeos” e “Colesterol”, comparativamente ao GSEDENTÁRIOS. Por sua vez, o GESCOLA apresenta valores intermédios em quase todas as variáveis, excetuando as variáveis “IMC”, “Glicemia” e “Colesterol”, comparativamente aos outros dois grupos da amostra (G SEDENTÁRIOS e GESC+EXERC). Tabela 6: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, dividida pelos grupos (Género Masculino) Grupo GESC+EXERC ± dp GESCOLA ± dp GSEDENTÁRIOS ± dp Total ± dp Idade (anos) 20,48 ±2,31 20,87 ±1,43 21,25 ±1,17 20,70 ±1,93 IMC (Kg/m2) 23,31 ±1,71 23,30 ±2,66 26,38 ±3,61 23,61 ±2,47 MG (%) 13,47 ±4,02 15,79 ±3,59 21,65 ±5,12 15,16 ±4,62 PC (cm) 79,76 ±3,33 80,87 ±5,18 89,50 ±9,02 81,15 ±5,57 ÍNDICEC/A 0,85 ±0,04 0,86 ±0,03 0,89 ±0,04 0,86 ±0,03 Glicem mg/dl 81,81 ±6,83 82,33 ±10,07 84,25 ±3,58 82,25 ±7,94 Triglic mg/dl 109,95 ±46,98 103,00 ±25,29 102,75 ±20,16 106,63 ±37,79 Colest. mg/dl 174,24 ±12,61 178,80 ±18,12 159,75 ±1,75 174,50 ±15,24 PAS mmHg 123,38 ±9,34 127,07 ±12,19 132,63 ±5,04 125,69 ±10,51 PAD mmHg 62,00 ±7,84 65,47 ±7,54 68,50 ±4,18 63,95 ±7,70 FCREP Bpm 58,48 ±10,48 60,53 ±7,83 61,25 ±6,86 59,53 ±9,22 CVF %Prev 106,29 ±6,26 96,73 ±3,96 95,00 ±2,00 101,58 ±7,18 DEMI %Prev 107,90 ±7,42 101,33 ±5,63 94,00 ±3,55 104,05 ±7,89 VEF1 %Prev 106,05 ±5,98 98,00 ±4,35 94,00 ±3,29 101,82 ±6,91 Relativamente aos sujeitos do género feminino, divididos pelos três grupos, quanto aos hábitos de AF, podemos constatar na tabela 7 que o GESC+EXERC apresenta valores médios absolutos mais favoráveis em todos os indicadores avaliados, comparativamente ao GSEDENTÁRIOS. Por sua vez, o GESCOLA apresenta valores intermédios em quase todas as variáveis, excetuando as variáveis “Glicemia”, “Triglicerídeos”, “PAS” e ”CVF”, comparativamente aos outros dois grupos da amostra (GSEDENTÁRIOS e GESC+EXERC). 61 Tabela 7: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, dividida pelos grupos (Género Feminino) Grupo GESC+EXERC ± dp GESCOLA ± dp GSEDENTÁRIOS ± dp Total ± dp Idade (anos) IMC (Kg/m2) 22,13 ±3,78 22,14 ±2,63 20,57 ±1,65 23,40 ±1,24 22,00 ±1,69 26,14 ±3,57 21,65 ±2,55 24,17 ±3,29 MG (%) 22,86 ±4,47 27,24 ±4,39 31,56 ±4,59 27,72 ±5,77 PC (cm) 70,63 ±3,96 75,00 ±5,11 83,27 ±11,99 77,15 ±10,07 ÍNDICEC/A 0,76 ±0,04 0,76 ±0,05 0,80 ±0,09 0,78 ±0,07 Glicem mg/dl 76,13 ±6,21 80,43 ±7,54 77,27 ±4,68 77,77 ±6,14 Triglic mg/dl 140,63 ±56,57 138,86 ±54,09 173,82 ±57,92 154,19 ±57,94 Colest. mg/dl 191,25 ±16,83 193,86 ±36,79 196,36 ±35,78 194,12 ±30,99 PAS mmHg 116,50 ±7,10 115,14 ±6,55 130,32 ±10,67 121,98 ±11,18 PAD mmHg 65,00 ±6,63 66,71 ±4,07 70,18 ±13,95 67,65 ±10,12 FCREP Bpm 65,63 ±11,63 72,14 ±6,94 76,18 ±6,54 71,85 ±9,48 CVF %Prev 100,63 ±6,24 95,29 ±3,79 95,55 ±5,29 97,04 ±5,70 DEMI %Prev 102,38 ±9,93 99,86 ±5,13 95,27 ±3,38 98,69 ±7,08 VEF1 %Prev 99,63 ±6,93 96,14 ±3,98 94,55 ±3,58 96,54 ±5,31 Relativamente aos hábitos tabágicos, subdividindo a amostra em três categorias (Nunca, Ocasionalmente e Diariamente), podemos constatar na tabela 8 que os sujeitos que fumam “Diariamente” apresentam valores médios absolutos menos favoráveis em todos os indicadores avaliados, comparativamente aos que afirmaram “Nunca” fumar. Por sua vez, os que dizem fumar “Ocasionalmente” apresentam valores intermédios em quase todas as variáveis, excetuando a variável “PAS”, comparativamente aos outros dois grupos da amostra (“Nunca” e “Diariamente”). Tabela 8: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, divididas pelas categorias, quanto aos hábitos tabágicos FUMADOR PAS mmHg PAD mmHg FCREP Bpm CVF %Prev DEMI %Prev VEF1 %Prev NUNCA ± dp 123,30 ±11,93 65,00 ±10,71 62,94 ±10,48 102,45 ±6,47 104,79 ±7,46 102,27 ±6,72 OCASIONALMENTE ± dp 126,19 ±11,00 65,46 ±7,48 63,54 ±12,31 99,08 ±8,06 100,23 ±10,32 98,54 ±6,19 DIARIAMENTE ± dp 124,48 ±8,90 66,05 ±6,11 67,30 ±10,93 95,85 ±4,86 98,35 ±5,01 96,35 ±5,71 Total ± dp 124,23 ±10,89 65,41 ±8,89 64,38 ±11,08 99,79 ±6,98 101,94 ±7,82 99,74 ±6,82 62 Analisando os hábitos de consumo de bebidas alcoólicas, subdividindo a amostra em três categorias (Nunca, Ocasionalmente e Diariamente), podemos constatar na tabela 9 que os dados não são consensuais, pois verificamos que, para as três categorias, os resultados oscilam entre as variáveis avaliadas. Tabela 9: Média e desvio padrão dos resultados das variáveis avaliadas, divididas pelas categorias, quanto aos hábitos de consumo de álcool ÁLCOOL IMC (Kg/m2) MG (%) PC (cm) INDC/A Glicem mg/dl Triglic mg/dl Colest. mg/dl NUNCA ± dp 24,40 ±2,80 23,40 ±8,51 78,78 ±10,01 0,82 ±0,08 79,44 ±8,06 144,22 ±62,09 196,22 37,78 OCASIONALMENTE ± dp 23,66 ±2,91 19,47 ±8,09 79,26 ±7,61 0,82 ±0,06 80,53 ±7,62 122,85 ±51,75 180,53 ±21,05 DIARIAMENTE ± dp 24,80 ±0,65 21,20 ±1,47 85,50 ±1,93 0,89 ±0,01 82,25 ±6,39 116,25 ±11,37 173,25 ±24,55 TOTAL ± dp 23,83 ±2,82 20,11 ±7,99 79,58 ±7,87 0,83 ±0,06 80,48 ±7,59 125,36 ±52,09 182,23 24,63 Seguidamente, analisamos a distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos tabágicos, pelos três grupos da amostra, quanto aos hábitos de AF. Verificamos na tabela 10 que 62,1% dos elementos do GESC+EXERC nunca fuma e apenas 13,8% dos elementos desse grupo fumam diariamente. Por outro lado, verificamos que 46,7% dos sujeitos do GSEDENTÁRIOS fumam diariamente. Estes resultados parecem evidenciar que os sujeitos que recorrem sistematicamente a estilos de vida sedentários, demonstram piores hábitos tabágicos, consumindo diariamente tais substâncias. Contrariamente, os sujeitos que recorrem a estilos de vida ativos, com AF supervisionada, letiva e extracurricular, demonstram melhores resultados relativamente aos hábitos tabágicos. Tabela 10: Percentuais da distribuição dos sujeitos pelas categorias relativas aos hábitos tabágicos GRUPO GESC+EXERC Nunca FUMADOR Ocasionalmente Diariamente Total GESCOLA GSEDENTÁRIOS Total N 36 18 12 66 % do grupo 62,1% 40,9% 40,0% 50,0% % da amostra 27,3% 13,6% 9,1% 50,0% N 14 8 4 26 % do grupo 24,1% 18,2% 13,3% 19,7% % da amostra 10,6% 6,1% 3,0% 19,7% N 8 18 14 40 % do grupo 13,8% 40,9% 46,7% 30,3% % da amostra 6,1% 13,6% 10,6% 30,3% N % do grupo 58 100,0% 44 100,0% 30 100,0% 132 100,0% % da amostra 43,9% 33,3% 22,7% 100,0% 63 Ao analisarmos a distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos de consumo de bebidas alcoólicas, pelos três grupos da amostra, quanto aos hábitos de AF, verificamos na tabela 11 que o valor mais representativo relativamente ao consumo diário de bebidas alcoólicas, recai no GSEDENTÁRIOS, com 13,3% dos sujeitos. O GESCOLA aparenta ser o grupo mais homogéneo para este indicador, visto que 95,5% dos sujeitos desse grupo afirmam beber ocasionalmente. Finalmente, para os sujeitos que indicaram nunca consumir tais bebidas, o melhor resultado, com 20,7% dos sujeitos, recai sobre o GESC+EXER. Também relativamente a este indicador, os resultados parecem evidenciar que os sujeitos que recorrem a estilos de vida ativos, com AF supervisionada, letiva e extracurricular, demonstram melhores resultados no que concerne ao consumo diário de bebidas alcoólicas. Contrariamente, os sujeitos que recorrem sistematicamente a estilos de vida sedentários demonstram piores hábitos de consumo diário de bebidas alcoólicas. Tabela 11: Percentuais da distribuição dos sujeitos pelas categorias relativas aos hábitos alcoólicos GRUPO Nunca ÁLCOOL Ocasionalmente Diariamente Total Total GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS N 12 0 6 18 % do grupo 20,7% 0,0% 20,0% 13,6% % da amostra 9,1% 0,0% 4,5% 13,6% N 44 42 20 106 % do grupo 75,9% 95,5% 66,7% 80,3% % da amostra 33,3% 31,8% 15,2% 80,3% N 2 2 4 8 % do grupo 3,4% 4,5% 13,3% 6,1% % da amostra 1,5% 1,5% 3,0% 6,1% N 58 44 30 132 % do grupo 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% % da amostra 43,9% 33,3% 22,7% 100,0% Podemos verificar na tabela 12 que, na distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos tabágicos, pelos dois géneros, o valor mais representativo relativamente ao consumo diário de tabaco recai sobre o género masculino, com 32,5% dos sujeitos desse género. Por outro lado, para os sujeitos que indicaram nunca consumir tabaco, o melhor resultado, com 53,8% dos sujeitos, recai sobre o género feminino. Para este indicador, os resultados parecem evidenciar que os sujeitos do género feminino demonstram melhores resultados relativamente ao consumo diário de tabaco. Contrariamente, os sujeitos do género masculino demonstram piores hábitos de consumo diário de tabaco. 64 Tabela 12: Percentuais da distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos tabágicos, pelos dois géneros GÉNERO Total MASCULINO FEMININO Nunca FUMADOR Ocasionalmente Diariamente Total N % variável género 38 47,5% 28 53,8% 66 50,0% % da amostra 28,8% 21,2% 50,0% N 16 10 26 % variável género 20,0% 19,2% 19,7% % da amostra 12,1% 7,6% 19,7% N % variável género 26 32,5% 14 26,9% 40 30,3% % da amostra 19,7% 10,6% 30,3% N % variável género 80 100,0% 52 100,0% 132 100,0% % da amostra 60,6% 39,4% 100,0% Na distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos de consumo de álcool, pelos dois géneros, podemos constatar na tabela 13 que o valor mais representativo relativamente ao consumo diário de bebidas alcoólicas recai sobre o género masculino, com 10,0% dos sujeitos, comparativamente aos elementos do género feminino, que apresentam 0%, ou seja, nenhuma das mulheres da amostra bebe diariamente. Por outro lado, para os sujeitos que indicaram nunca consumir bebidas alcoólicas, o melhor resultado, com 23,1% dos sujeitos, recai sobre o género feminino. Para este indicador, os resultados parecem evidenciar que os sujeitos do género feminino demonstram melhores resultados relativamente ao consumo diário de bebidas alcoólicas. Contrariamente, os sujeitos do género masculino demonstram piores hábitos de consumo diário de álcool. 65 Tabela 13: Percentuais da distribuição dos sujeitos das categorias relativas aos hábitos de consumo de álcool, pelos dois géneros GÉNERO Total MASCULINO FEMININO N 6 12 18 % variável género % da amostra 7,5% 4,5% 23,1% 9,1% 13,6% 13,6% N 66 40 106 Ocasionalmente % variável género % da amostra 82,5% 50,0% 76,9% 30,3% 80,3% 80,3% N 8 0 8 Diariamente % variável género % da amostra 10,0% 6,1% 0,0% 0,0% 6,1% 6,1% N 80 52 132 % variável género % da amostra 100,0% 60,6% 100,0% 39,4% 100,0% 100,0% Nunca ÁLCOOL Total 5.2. Análise inferencial Nesta parte da apresentação dos resultados, procedemos à análise inferencial, que nos permitirá verificar a confirmação, ou não, das hipóteses de estudo. Desta forma, recorremos à análise estatística inferencial, paramétrica e não paramétrica. Assim, relativamente à comparação entre os 3 grupos da amostra, para as variáveis analisadas, que demonstraram distribuição normal, na tabela 14 constatamos que: - Para as variáveis “IMC”, “PCINTURA”, “FCREPOUSO” e “PAS” verificam-se diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01), na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS; - Para a variável “%MG”, existem diferenças estatisticamente significativas na comparação entre os 3 grupos da amostra, e que na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS, essas diferenças são estatisticamente muito significativas (p≤0,01); - Para a variável “Glicemia”, não se verificam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) na comparação entre os 3 grupos da amostra; - Para a variável “PAD”, apenas se verificam diferenças estatísticas, muito significativas (p≤0,01) entre o GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS; - Finalmente, para as comparações entre as duas variáveis espirométricas “CVF” e “VEF1”, verificam-se diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01), na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e entre o GESC+EXER e GESCOLA. Desta forma, constatamos que apenas não se verificam diferenças estatísticas entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS, para estas duas variáveis. 66 Tabela 14: Nível de significância das comparações entre grupos (IMC, percentagem de massa gorda, PC, glicemia, PAS, PAD, FCREPOUSO, CVF e VEF1). Total da amostra Variável Dependente IMC %MG PCINTURA Glicemia PAS PAD FCREPOUSO CVF VEF1 (I) Grupo (J) Grupo Diferença de médias (I-J) Erro Padrão p. GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 0,346 0,505 0,792 GSEDENTÁRIOS 3,214 0,568 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 2,868 0,598 0,000 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 3,378 1,252 0,029 GSEDENTÁRIOS 12,861 1,409 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 9,483 1,483 0,000 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 1,759 1,465 0,488 GSEDENTÁRIOS 7,692 1,648 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 5,933 1,735 0,004 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 1,486 1,515 0,619 1,108 1,705 0,810 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 2,594 1,795 0,355 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 1,790 2,060 0,686 9,451 2,317 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 7,661 2,440 0,009 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 3,036 1,705 0,209 GSEDENTÁRIOS 6,906 1,918 0,002 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 3,870 2,020 0,164 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 3,779 2,034 0,182 GSEDENTÁRIOS 11,752 2,288 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 7,973 2,409 0,005 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 8,451 1,091 0,000 9,324 1,227 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,873 1,292 0,796 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 6,867 1,085 0,000 9,876 1,220 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 3,009 1,285 0,068 Seguidamente, depois de verificarmos que a variável género poderia influenciar os resultados, realizámos uma comparação entre os 3 grupos da amostra, para as variáveis mensuradas (com distribuição normal), mas fazendo a discriminação pela variável género. Desta forma, podemos verificar na tabela 15 que, para os elementos do género masculino: - Para todas as variáveis de composição corporal “IMC”, “PCINTURA” e “%MG”, existem diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01), na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS; - Para as variáveis “Glicemia”, “PAS”, “PAD” e “”FCREPOUSO”, não se verificam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05) na comparação entre os 3 grupos da amostra; - Finalmente, para as comparações entre as duas variáveis espirométricas “CVF” e “VEF1”, podemos constatar que, também aqui, se verificam diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01), na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e entre o GESC+EXER e 67 GESCOLA. Desta forma, constatamos que apenas não se verificam diferenças estatísticas entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS, para estas duas variáveis. Tabela 15: Nível de significância das comparações entre grupos (IMC, percentagem de massa gorda, PC, glicemia, PAS, PAD, FCREPOUSO, CVF e VEF1). Género Masculino Variável Dependente IMC %MG PCINTURA Glicemia PAS PAD FCREPOUSO CVF VEF1 Diferença de médias (I-J) Erro Padrão GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,009 0,555 1,00 3,066 0,896 0,004 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 3,075 0,924 0,006 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 2,327 0,951 0,056 GSEDENTÁRIOS 8,183 1,535 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 5,857 1,583 0,002 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 1,105 1,157 0,636 GSEDENTÁRIOS 9,738 1,868 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 8,633 1,927 0,000 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,524 1,914 0,963 2,440 3,089 0,733 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 1,917 3,187 0,835 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 3,686 2,445 0,326 9,244 3,946 0,071 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 5,558 4,070 0,398 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 3,467 1,784 0,158 GSEDENTÁRIOS 6,500 2,879 0,085 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 3,033 2,970 0,596 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 2,057 2,215 0,651 GSEDENTÁRIOS 2,774 3,575 0,741 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,717 3,687 0,981 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 9,552 1,244 0,000 11,286 2,008 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 1,733 2,071 0,706 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 8,048 1,245 0,000 12,048 2,010 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 4,000 2,073 0,162 (I) Grupo (J) Grupo GESC+EXERC GESC+EXERC p. Da mesma forma, como é patente na tabela 16, realizámos uma comparação entre os 3 grupos da amostra, para as variáveis mensuradas (com distribuição normal), para os elementos do género feminino, onde constatamos que: - Para as variáveis “IMC” e “PCINTURA”, verificam-se diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01), na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS. Também para a variável “PAS”, verificamos diferenças entre os mesmos grupos, mas com diferenças estatísticas muito significativas (p≤0,01) para ambas as comparações. 68 - Para a variável “%MG”, verificam-se diferenças estatísticas na comparação entre os 3 grupos da amostra, salientando que, na comparação entre o GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS, essas diferenças são estatisticamente muito significativas (p≤0,01). - Para as variáveis “FCREPOUSO” e “VEF1”, apenas se verificam diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05) entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS; - Para as variáveis “Glicemia” e “PAD”, não se verificam diferenças estatísticas (p>0,05) entre os grupos da amostra; - Finalmente, para a variável “CVF”, podemos constatar que se verificam diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05), na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e entre o GESC+EXER e GESCOLA. Tabela 16: Nível de significância das comparações entre grupos (IMC, percentagem de massa gorda, PC, glicemia, PAS, PAD, FCREPOUSO, CVF e VEF1). Género Feminino Variável Dependente IMC % MG PCINTURA Glicemia PAS PAD FCREPOUSO CVF VEF1 Diferença de médias (I-J) Erro Padrão GESCOLA GSEDENTÁRIOS 1,263 1,035 0,480 3,999 0,929 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 2,736 0,967 0,024 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 4,380 1,646 0,037 GSEDENTÁRIOS 8,701 1,478 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 4,321 1,538 0,026 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 4,375 3,135 0,385 GSEDENTÁRIOS 12,648 2,815 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 8,273 2,929 0,025 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 4,304 2,204 0,160 1,148 1,979 0,846 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 3,156 2,059 0,318 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 1,357 3,182 0,913 13,818 2,857 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 15,175 2,973 0,000 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 1,714 3,683 0,898 GSEDENTÁRIOS 5,182 3,306 0,302 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 3,468 3,440 0,605 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA 6,518 3,116 0,123 GSEDENTÁRIOS 10,557 2,798 0,002 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 4,039 2,911 0,389 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 5,339 1,928 0,028 5,080 1,731 0,019 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,260 1,801 0,990 GESC+EXERC GESC+EXERC GESCOLA GSEDENTÁRIOS 3,482 1,807 0,167 5,080 1,623 0,011 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 1,597 1,688 0,642 (I) Grupo (J) Grupo GESC+EXERC GESC+EXERC p. 69 Seguidamente, apresentamos a comparação entre os 3 grupos da amostra, para as variáveis avaliadas que não demonstraram distribuição normal, onde, na tabela 17 podemos constatar que: - Para as variáveis “Colesterol” e “Índice Cintura/Anca”, não se verificam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05), na comparação entre os 3 grupos da amostra; - Para a variável “Triglicerídeos”, constatamos que se verificam diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05), na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e muito significativas (p≤0,01) entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS; - Finalmente, para a variável “DEMI”, verificamos diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01), na comparação entre os 3 grupos da amostra. Tabela 17: Nível de significância das comparações entre grupos, para as variáveis Índice Cintura/Anca, Triglicerídeos, Colesterol e DEMI. Total da Amostra Variável Dependente ÍNDICECINT/ANCA Triglicerídeos Colesterol DEMI (I) Grupo (J) Grupo p. GESC+EXERC GESCOLA 0,710 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,526 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,692 GESC+EXERC GESCOLA 0,534 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,013 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,008 GESC+EXERC GESCOLA 0,829 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,622 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,724 GESC+EXERC GESCOLA 0,000 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,000 Na mesma ordem de raciocínio, depois de verificarmos que a variável género poderia influenciar os resultados, realizámos uma comparação entre os 3 grupos da amostra, para as variáveis mensuradas (sem distribuição normal), com a discriminação da variável género. Desta forma, para os elementos do género masculino, verificamos na tabela 18 que: - Para a variável “Triglicerídeos”, não se verificam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05), na comparação entre os 3 grupos da amostra; - Para as variáveis “Colesterol” e “Índice Cintura/Anca”, verificam-se diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01) e significativas (p≤0,05), respetivamente, na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS; - Finalmente, para a variável “DEMI”, verificamos diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01), na comparação entre os 3 grupos da amostra. 70 Tabela 18: Nível de significância das comparações entre grupos, para as variáveis Índice Cintura/Anca, Triglicerídeos, Colesterol e DEMI. Género Masculino Variável Dependente ÍNDICECINT/ANCA Triglicerídeos Colesterol DEMI (I) Grupo (J) Grupo p. GESC+EXERC GESCOLA 0,444 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,013 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,045 GESC+EXERC GESCOLA 0,507 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,832 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 1,000 GESC+EXERC GESCOLA 0,493 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,002 GESC+EXERC GESCOLA 0,000 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,000 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,001 Da mesma forma, como verificamos na tabela 19, realizámos uma comparação entre os 3 grupos da amostra, para as variáveis mensuradas (sem distribuição normal), para os elementos do género feminino, onde constatamos que: - Para as variáveis “Triglicerídeos”, “Colesterol” e “Índice Cintura/Anca”, não se verificam diferenças estatisticamente significativas (p>0,05), na comparação entre os 3 grupos da amostra; - Finalmente, para a variável “DEMI”, constatamos que se verificam diferenças estatisticamente significativas (p≤0,05), na comparação entre GESC+EXERC e o GSEDENTÁRIOS e diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01) entre o GESCOLA e GSEDENTÁRIOS; Tabela 19: Nível de significância das comparações entre grupos, para as variáveis Índice Cintura/Anca, Triglicerídeos, Colesterol e DEMI. Género Feminino Variável Dependente ÍNDICECINT/ANCA Triglicerídeos Colesterol DEMI (I) Grupo (J) Grupo p. GESC+EXERC GESCOLA 0,405 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,286 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,269 GESC+EXERC GESCOLA 0,868 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,155 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,135 GESC+EXERC GESCOLA 0,739 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,953 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,745 GESC+EXERC GESCOLA 0,617 GESC+EXERC GSEDENTÁRIOS 0,037 GESCOLA GSEDENTÁRIOS 0,004 71 Correlação Um dos objetivos deste estudo pretendia verificar a correlação entre as variáveis de estudo. Assim, para os elementos da amostra, verifica-se uma correlação positiva estatisticamente muito significativa (p≤0,01) entre o IMC e outras variáveis da composição corporal (PC e %MG). Desta forma, há uma tendência para que, à medida que aumenta o IMC, também aumentem esses mesmos indicadores (tabela 20 e figura 2). Figura 2 – Gráficos referentes à correlação do IMC com as variáveis de composição corporal (PC e %MG), para o total da amostra Verificamos ainda que, na relação do IMC com as restantes variáveis, apenas se verificam correlações estatisticamente significativas (p≤0,05) desta variável com a PAD e com a FCREPOUSO, e correlações estatisticamente muito significativas (p≤0,01) na correlação com a variável Colesterol, PAS, CVF, DEMI e VEF1. Importante salientar que, na correlação entre o IMC e as variáveis espirométricas, verificamos tendência para correlações negativas, em que, para todas elas (CVF, DEMI e VEF1), os níveis de significância são aceites estatisticamente (p≤0,01), como podemos confirmar na tabela 20 e na figura 3. 72 Tabela 20: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre o IMC e as variáveis de estudo, para os elementos da amostra e divididos pelo género Masculino IMC N Feminino AMOSTRA Coeficiente correlação p. Coeficiente correlação p. Coeficiente correlação p. PC ÍNDICECINT/ANC 0,811 0,245 0,000 0,028 0,760 0,245 0,000 0,080 0,719 0,129 0,000 0,140 A %MG 0,581 0,000 0,646 0,000 0,464 0,000 Triglic 0,072 0,524 -0,032 0,820 0,055 0,533 Colest 0,056 0,619 0,375 0,006 0,270 0,002 Glicem 0,064 0,572 0,198 0,159 0,080 0,361 PAS 0,429 0,000 0,248 0,076 0,318 0,000 PAD 0,238 0,033 0,154 0,276 0,208 0,017 FCREP 0,156 0,167 0,224 0,110 0,208 0,017 CVF -0,240 0,032 -0,292 0,036 -0,270 0,002 DEMI -0,226 0,044 -0,489 0,000 -0,346 0,000 VEF1 -0,243 0,030 -0,433 0,001 -0,319 0,000 80 52 132 Figura 3 – Gráficos referentes à correlação entre o IMC e as variáveis espirométricas (CVF, DEMI e VEF1), para o total da amostra 73 Também nesta análise, optámos por realizar o tratamento dos dados, separando os elementos da amostra pelos géneros (Masculino - Feminino). Desta forma, para os elementos do género masculino verificamos na tabela 20 que se verifica uma correlação positiva estatisticamente muito significativa (p≤0,01) entre o IMC e as outras variáveis da composição corporal (PC e %MG), e significativa (p≤0,05) na correlação com o ÍNDICECINT/ANCA . Na relação do IMC com as restantes variáveis, apenas se verificam correlações estatisticamente significativas (p≤0,05) desta variável com a PAD e com os três valores espirométricos (CVF, DEMI e VEF 1), e correlação estatisticamente muito significativa (p≤0,01) na correlação com a variável PAS. Importante referir que, na correlação entre o IMC e as variáveis espirométricas, verificamos tendência para correlações negativas, em que para todas elas (CVF e DEMI), os níveis de significância são aceites estatisticamente (p≤0,05). Para os elementos do género feminino, podemos constatar na mesma tabela que se verifica uma correlação positiva estatisticamente muito significativa (p≤0,01) entre o IMC outras variáveis da composição corporal (PC e %MG). Na relação do IMC com as restantes variáveis, apenas se verificam correlações estatisticamente significativas (p≤0,05) desta variável com CVF e correlações estatisticamente muito significativas (p≤0,01) na correlação com a variável Colesterol e os valores espirométricos DEMI e VEF1. Importante referir que, na correlação entre o IMC e as variáveis espirométricas, verificamos tendência para correlações negativas, em que para todas elas (CVF, DEMI e VEF1), os níveis de significância são aceites estatisticamente, como podemos confirmar na tabela 20. Quando correlacionamos a variável PC com as restantes variáveis, para os elementos da amostra, verificamos uma correlação positiva estatisticamente significativa (p≤0,05) e muito significativa (p≤0,01) entre o PC e as variáveis da composição corporal (%MG e ÍNDICECINT/ANCA), respetivamente. Desta forma, há uma tendência para que, à medida que aumenta o PC, também aumentem as outras medidas, como podemos observar na figura 4. Figura 4 – Gráficos referentes à correlação do PC com as variáveis de composição corporal (%MG e ÍNDICECINT/ANCA), para o total da amostra 74 Verificamos ainda que, na relação do PC com as restantes variáveis, apenas se verificam correlações estatisticamente significativas (p≤0,05) desta variável com o Colesterol, com a PAD e com o DEMI, e correlações estatisticamente muito significativas (p≤0,01) na correlação com a variável Glicemia e PAS. Salientamos ainda que, na correlação entre o PC e as variáveis espirométricas, verificamos tendência para correlações negativas, apesar de só uma delas (DEMI) apresentar níveis de significância aceites estatisticamente (p≤0,05), como podemos confirmar na tabela 21. Tabela 21: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre o PC e as variáveis de estudo, para os elementos da amostra e divididos pelo género Masculino N AMOSTRA Coeficiente correlação p. Coeficiente correlação p. Coeficiente correlação 0,544 0,527 0,000 0,000 0,737 0,755 0,000 0,000 0,671 0,209 0,000 A %MG Triglic 0,018 0,877 0,101 0,476 -0,050 0,568 Colest 0,087 0,442 0,448 0,001 0,206 0,018 Glicem 0,044 0,699 0,393 0,004 0,250 0,004 PAS 0,366 0,001 0,226 0,108 0,307 0,000 PAD 0,159 0,160 0,308 0,027 0,182 0,037 FCREP 0,141 0,214 0,102 0,471 -0,042 0,629 CVF -0,288 0,010 -0,002 0,988 -0,048 0,588 DEMI -0,326 0,003 -0,304 0,028 -0,189 0,030 VEF1 -0,301 0,007 -0,205 0,145 -0,190 0,190 ÍNDICECINT/ANC PC Feminino 80 52 p. 0,016 132 52 Nesta análise, para os elementos do género masculino, verificamos na tabela 21 que se verifica uma correlação positiva estatisticamente muito significativa (p≤0,01) entre o PC e as outras variáveis da composição corporal (ÍNDICECINT/ANCA e %MG). Na relação do PC com as restantes variáveis, verificam-se ainda correlações estatisticamente muito significativas (p≤0,01) para a variável PAS e para todos os valores espirométricos (CVF, DEMI e VEF1). Importante referir que, na correlação entre o PC e as variáveis espirométricas, verificamos tendência para correlações negativas, em que, para todas elas (CVF, DEMI e VEF1), os níveis de significância são aceites estatisticamente (p≤0,01). Para os elementos do género feminino, podemos constatar, na mesma tabela, uma correlação positiva estatisticamente muito significativa (p≤0,01) entre o PC e as outras variáveis da composição corporal (ÍNDICECINT/ANCA e %MG). Na relação do IMC com as restantes variáveis, apenas se verificam correlações estatisticamente significativas (p≤0,05) desta variável com PAD e DEMI, e correlações estatisticamente muito significativas (p≤0,01) na correlação com a variável Colesterol e Glicemia, como podemos confirmar na tabela 21. 75 Na correlação entre a variável %MG com as restantes variáveis, para os elementos da amostra, constatamos uma correlação negativa, estatisticamente muita significativa (p≤0,01), entre o %MG e o ÍNDICECINT/ANCA. Constatamos ainda que, na relação do %MG com as restantes variáveis, apenas não se verificam correlações estatisticamente significativas (p>0,05), entre esta variável e a PAS, e que, à exceção da Glicemia, todas as restantes correlações com a variável %MG apresentam diferenças estatisticamente muito significativas (p≤0,01). Enfatizamos ainda que, na correlação entre o %MG e as variáveis espirométricas, verificamos tendência para correlações negativas para as três variáveis (CVF, DEMI e VEF1), com níveis muito significativos (p≤0,01), como podemos verificar na tabela 22. Tabela 22: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre o %MG e as variáveis de estudo, para os elementos da amostra e divididos pelos grupos Masculino Feminino AMOSTRA Coeficiente correlação p. Coeficiente correlação p. Coeficiente correlação p. ÍNDICECINT/ANC 0,296 0,008 0,388 0,004 -0,303 0,000 A Triglic 0,009 0,934 0,311 0,025 0,445 0,000 Colest -0,126 0,264 0,280 0,045 0,373 0,000 Glicem -0,004 0,969 0,160 0,256 -0,189 0,030 PAS 0,091 0,424 0,201 0,152 -0,040 0,647 PAD 0,219 0,051 0,311 0,025 0,324 0,000 FCREP 0,311 0,005 0,283 0,042 0,579 0,000 CVF -0,475 0,000 -0,170 0,228 -0,456 0,000 DEMI -0,461 0,000 -0,552 0,000 -0,549 0,000 VEF1 -0,468 0,000 -0,324 0,019 -0,530 0,000 %MG N 80 52 132 52 Relativamente a esta análise, para os elementos do género masculino, verificamos na tabela 22 que se verifica uma correlação positiva estatisticamente muito significativa (p≤0,01) entre o %MG e o ÍNDICECINT/ANCA. Na relação do %MG com as restantes variáveis, verificam-se ainda correlações estatisticamente muito significativas (p≤0,01) para a variável FCREPOUSO e para todos os valores espirométricos (CVF, DEMI e VEF1). Importante referir que, na correlação entre o %MG e as variáveis espirométricas, verificamos tendência para correlações negativas, em que, para todas elas (CVF, DEMI e VEF1), os níveis de significância são aceites estatisticamente (p≤0,01). Para os elementos do género feminino, podemos constatar na mesma tabela que se verifica uma correlação positiva estatisticamente muito significativa (p≤0,01) entre o %MG e o ÍNDICECINT/ANCA. 76 Na relação do %MG com as restantes variáveis, verificam-se correlações estatisticamente significativas (p≤0,05) desta variável com os Triglicerídeos, o Colesterol, a PAD e o VEF1, e correlações estatisticamente muito significativas (p≤0,01) na correlação com a variável DEMI, como podemos confirmar na tabela 22. Analisando a correlação entre as três variáveis espirométricas avaliadas (CVF, DEMI e VEF1), para os elementos da amostra, constatamos que todas elas apresentam uma correlação positiva entre si, correlação essa estatisticamente muita significativa (p≤0,01), observável na tabela 23 e na figura 5. Desta forma, verificamos: à medida que qualquer uma das variáveis espirométricas aumenta, as restantes têm também tendência para aumentar. Tabela 23: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre as variáveis espirométricas, para os elementos da amostra CVF DEMI N Coeficiente correlação p. DEMI 0,800 0,000 VEF1 0,843 0,000 VEF1 0,812 0,000 132 Figura 5 – Gráficos referentes à correlação entre as variáveis espirométricas (CVF, DEMI e VEF1), para o total da amostra 77 Numa última observação, analisando a correlação entre o consumo de tabaco (hábitos tabágicos) e as três variáveis espirométricas avaliadas (CVF, DEMI e VEF1), para os elementos da amostra, constatamos que há uma correlação negativa, estatisticamente muita significativa (p≤0,01), entre estes indicadores, como constatamos na tabela 24. Desta forma, os dados apontam para uma diminuição dos valores espirométricos, quanto maior o consumo de tabaco. Tabela 24: Nível de significância das correlações e coeficiente de correlação entre os hábitos tabágicos e as variáveis espirométricas, para os elementos da amostra Coeficiente correlação CVF Hábitos tabágicos N p. 0,000 DEMI -0,416 -0,361 VEF1 -0,386 0,000 0,000 132 78 CAPÍTULO 6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 79 6. DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Um dos objetivos do presente estudo pretendeu verificar se a AF e desportiva periodizada, curricular e extracurricular, demonstra impacto na melhoria da composição corporal (IMC, PC, %MG e ÍNDICECINT/ANCA) e de vários parâmetros fisiológicos, como a Glicemia, o Colesterol, os Triglicerídeos, a PAS e a PAD, a FCREPOUSO, bem como os valores espirométricos (CVF, DEMI e VEF1) de alunos do ensino superior do concelho de Castelo Branco. Os resultados obtidos parecem reforçar a importância da prática de exercícios físicos, orientados e supervisionados, quanto ao volume e intensidade, na manutenção e melhoria dos valores de composição corporal e de alguns parâmetros fisiológicos, como os valores espirométricos, comparando com atividades e estilos de vida sedentários, como também outros estudos verificaram (Lean, Han, & Morrison, 1995; Pereira et al., 1999; McArdle, Katch, & Katch, 2003; Padez et al., 2004; Chinn, 2006; Pinto et al., 2006; Silva et al., 2007; Dias et al., 2008; Martins et al., 2011). Relativamente à composição corporal, procurou-se verificar se os indivíduos regularmente ativos apresentavam valores inferiores e mais ajustados em relação aos sedentários, encontrando-se diferenças significativas no IMC, PC e %MG, comparando o “GSEDENTÁRIOS“ com os restantes dois grupos da amostra. Uma explicação plausível será a de haver um maior gasto energético, no grupo dos praticantes de AF com prescrição periodizada, pois, de acordo com Slentz et al. (2004), a combinação de uma dieta equilibrada e AF regular formam o meio mais efetivo do controlo do peso. Apesar da dieta alimentar não ter sido controlada, nem prescrita aos sujeitos da amostra, sabemos que é um dos fatores que pode influenciar alguns indicadores avaliados. Verificámos ainda uma correlação positiva, muito significativa, entre as variáveis da composição corporal, ou seja, entre o IMC, o PC, o ÍNDICECINT/ANCA e %MG. Desta forma, os nossos resultados indicam que, à medida que aumenta cada umas das variáveis da composição corporal, há também uma tendência para aumentarem todas as outras, podendo indicar, entre outros aspetos, uma maior possibilidade de deposição de gordura na região abdominal, predizendo um aumento da quantidade de gordura visceral, principal responsável pelo aparecimento de patologias cardiovasculares (Pereira et al., 1999; Lean et al., 1995), e refletindo a propensão para o aparecimento de DCV e metabólicas (Sönmez et al., 2003; Cercato et al., 2004; Oliveira et al., 2004). De acordo com Sahenjami (1998), a prevalência destes sintomas aumenta, quanto maior for o IMC ou o PC. Também, relativamente aos valores espirométricos avaliados (CVF, DEMI e VEF 1), encontrámos diferenças estatisticamente significativas entre os três grupos da amostra, principalmente quando comparamos o GESC+EXERC com o GSEDENTÁRIOS. Desta forma, parece que a prática de exercício supervisionado se traduz na manutenção de valores espirométricos 80 adequados, diminuindo assim o risco de patologias respiratórias (Sue, 1997; Pires et al., 2007). Constatámos também uma correlação positiva, muito significativa, entre as variáveis espirométricas, ou seja, entre a CVF, o DEMI e o VEF 1. Desta forma, os nossos resultados indicam que, à medida que aumenta cada umas das variáveis espirométricas, há também uma tendência para aumentarem todas as outras, mostrando de certa forma a coerência dos dados recolhidos para esta investigação. No nosso estudo, não é totalmente evidente que o aumento das diversas variáveis de composição corporal (IMC, PC e %MG) contribuem de forma relevante para a diminuição de todos os valores espirométricos avaliados. Isto é porque não se verificou correlação negativa entre alguns dos valores, o que é corroborado por outros estudos (Dockery et al., 1983; Bosisio et al., 1984; Fung, 1990). Mas, por outro lado, houve algumas variáveis que revelaram correlação negativa muito significativa, mostrando assim, tal como noutros estudos (Chen et al., 1993; Inselman & Milanese, 1993; Jones & Nzekwu, 2006), que as elevações dos valores de composição corporal poderiam acarretar diminuição na função respiratória (Paulo, Petrica, & Martins, 2012). O sobrepeso e a obesidade estão também relacionados com o aumento do risco dos sintomas respiratórios (Sahenjami, 1998; Jones & Nzekwu, 2006), ou seja, a prevalência dos sintomas aumenta, quanto maior for o IMC, o %MG ou a circunferência da cintura. Diversos mecanismos têm sido propostos como possíveis efeitos da obesidade na função respiratória. As anomalias comummente mais referidas são a redução da capacidade residual funcional e do volume expiratório de reserva, devido à diminuição da parede torácica, da compliance pulmonar e da maior resistência das vias aéreas (Zerah et al., 1993; Pires et al., 2007; Gontijo et al., 2011). No que diz respeito aos restantes parâmetros fisiológicos avaliados, o GESC+EXERC apresenta diferenças estatisticamente significativas e muito significativas relativamente ao GSEDENTÁRIOS, para os valores de PAS, de PAD, de FCREPOUSO e de Triglicerídeos. Apesar de, no nosso estudo, os valores de PAS e PAD dos sujeitos da amostra não estarem fora dos valores de normalidade, ou seja, sem entrar em estágios de hipertensão, a pressão arterial desajustada representa um fator de risco para as DCV, que podem resultar no desenvolvimento de patologias crónicas (Lewington et al., 2002). Parece também que a pressão arterial tende a baixar após uma sessão isolada de exercício, após um programa de exercício regular ou, meramente, como consequência do aumento da AF habitual (Wallace, 2003; Auer et al., 2004; Pescatello et al., 2004). Conforme Schocken et al. (2008), a PAS desajustada é responsável, em média, por 30% das mortes em indivíduos adultos no mundo. De acordo com alguns estudos, praticantes de AF e desportistas tendem a possuir níveis mais baixos de triglicerídeos, quando comparados com indivíduos sedentários (Stefanick & Wood, 1994; Durstine & Haskell, 1994), sendo este indicador corroborado pelos nossos resultados. 81 Durstine et al. (2001) referem-nos que a maior parte dos indivíduos sedentários poderá obter uma redução de 7 a 20 mg/dl nos níveis de triglicerídeos, aumentando a sua AF para um dispêndio energético de 1500 a 2200 Kcal por semana. Para as variáveis Glicemia e Colesterol, não se verificam diferenças estatisticamente significativas (p≥0,05) entre os grupos da amostra. No que respeita ao Colesterol Total, a literatura não é consistente quanto às diferenças entre indivíduos ativos e não ativos (Pérez & Cross, 1996). Já no que diz respeito à intolerância à glucose e à insensibilidade à insulina, autores, como Lopes e Maia (2004) e Eden et al. (2002), são quase unânimes em concordar que a AF tem um papel benéfico, apesar de, no nosso estudo, não se constatar estatisticamente essa relação. Verificámos ainda que, das três variáveis de composição corporal (IMC, PC e %MG) que correlacionámos com outros parâmetros fisiológicos, o PC foi o que menos ostentou correlações estatisticamente significativas, não apresentando correlação aceitável em termos estatísticos com as variáveis Triglicerídeos, FCREPOUSO, CVF e VEF1. Apesar de, segundo Tavares (2006), o PC parecer influenciar a agregação de fatores de risco de doenças cardiovasculares, no nosso estudo, isso apenas se verificou em alguns parâmetros fisiológicos analisados. Desta forma, não há uma grande consistência na generalização. Para as duas restantes variáveis de composição corporal (IMC e %MG), quando correlacionadas com os diversos parâmetros fisiológicos, verificamos que o % MG apenas não apresenta valores aceitáveis estatisticamente com a PAS, enquanto que o IMC apenas não se correlaciona com as variáveis Triglicerídeos e Glicemia (Tavares, 2006). A AF é um fator de prevenção de diversas doenças associadas ao sedentarismo, ajudando a melhorar os indicadores de composição corporal e a estabilizar/melhorar vários outros parâmetros fisiológicos (Lopes & Maia, 2004). São vários os autores que referem que o aumento da AF está associado à redução da incidência de patologias coronárias (Powell, Thompson, Caspersen, & Kendrick, 1987; Ricardo & Araújo, 2006), hipertensão (Wallace, 2003) diabetes mellitus (Frish, Wyshak, Albright, Albright, & Schiff, 1986; Silva, Themudo Barata, & Teixeira, 2013), entre outras. Segundo Eden et al. (2002), um comportamento sedentário, ou seja, pouca AF orientada, recreacional ou ocupacional, constitui um dos maiores fatores de risco para, entre outras doenças, a hipertensão arterial, a diabetes e a obesidade. Finalmente, apesar de não ser uma variável de estudo, mas apenas um indicador de saúde, pertinente na atualidade, verificámos, para os sujeitos da nossa amostra, que há uma tendência para que sejam os elementos do género masculino a consumir bebidas alcoólicas e tabaco de uma forma mais frequente. Estes resultados vão ao encontro do verificado pelo Inquérito Nacional de Saúde (2009). Também verificámos que os sujeitos que praticam mais AF supervisionada, independentemente do género, ostentam melhores indicadores de 82 consumo destas substâncias, comparativamente aos que recorrem a estilos de vida sedentários, assumindo estes últimos um maior consumo de tabaco e bebidas alcoólicas. Quando correlacionámos os hábitos tabágicos dos sujeitos da amostra, verificamos que há uma correlação negativa, estatisticamente muito significativa (p≤0,01), com todos os parâmetros espirométricos avaliados (CVF, DEMI e VEF 1). Desta forma, há uma clara evidência para que, quanto maiores forem os hábitos tabágicos, piores os resultados espirométricos, acarretando redução e limitação da função respiratória, delimitando a perda de funcionalidade, não só para a prática da AF estruturada, mas também para as tarefas do quotidiano (Botelho, Barbosa, & Jardim, 1989; Godoy et al., 2007). 83 CAPÍTULO 7 CONCLUSÕES 84 7. CONCLUSÕES GERAIS Conclui-se que o grupo dos alunos praticantes de exercício supervisionado, com intensidade periodizada, curricular e extracurricular, apresenta valores mais favoráveis a um bom/melhor estado de saúde, valores esses estatisticamente significativos para algumas variáveis, comparativamente ao grupo dos alunos praticantes de exercício supervisionado, mas apenas em termos curriculares, e ainda mais acentuadamente, quando comparados com o grupo de alunos sedentários. Essas diferenças dizem respeito a todas as variáveis de estudo (IMC, PC, %MG, PANCA, PAS, PAD, Triglicerídeos, FCREPOUSO, CVF, DEMI e VEF1), à exceção das variáveis Glicemia e Colesterol. As atividades físicas supervisionadas e com objetivos quanto à intensidade e tipo de exercício, de forma continuada e regular, consolidam uma melhoria na composição corporal e nos parâmetros fisiológicos (composição corporal, metabólicos, cardiovasculares e respiratórios), com impacto no estado de saúde dos alunos, comparativamente a alunos sedentários que recorrem sistematicamente a estilos de vida pouco ativos. Há alguns indicadores que nos levam a poder evidenciar que, quanto maior o IMC, o %MG e o PC, piores os resultados espirométricos, ou seja, quanto mais desajustados os valores de composição corporal, mais reduzidos/baixos são os volumes pulmonares, evidenciando uma alteração da função respiratória, limitadora na funcionalidade do quotidiano e, porventura, também da prática de atividades físicas. Por outro lado, há evidências de que, quanto maior o IMC, o %MG e o PC, piores os valores das variáveis metabólicas e cardiovasculares avaliadas, ou seja, quanto mais desajustados os valores de composição corporal, mais débeis são os indicadores biológicos, evidenciando uma lacuna no estado de saúde, limitadora da prática de AF e potenciadora da probabilidade de aquisição de determinadas patologias metabólicas e cardiovasculares. 7.1. Verificação das hipóteses de estudo formuladas Nesta fase, passaremos a uma verificação individual de todas as hipóteses de estudo formuladas, apresentando um sucinto esclarecimento. Desta forma: Hipótese 1: Os praticantes de AF orientada, com exercícios supervisionados e com objetivos quanto à intensidade e tipo de exercício, participantes em atividades letivas e atividades extracurriculares, e os praticantes de AF orientada em atividades letivas apresentam resultados significativamente diferentes e mais favoráveis, na composição corporal, comparativamente a sujeitos sedentários. 85 Verificação: A hipótese 1 verifica-se parcialmente, pois o GESC+EXER e o GESCOLA apresentam, para as variáveis de composição corporal (IMC, PC e %MG), à exceção do Índice Cintura/Anca, resultados estatisticamente diferentes e mais favoráveis, comparativamente ao G SEDENTÁRIOS. Hipótese 2: Os praticantes de AF orientada, com exercícios supervisionados e com objetivos quanto à intensidade e tipo de exercício, participantes em atividades letivas e atividades extracurriculares, e os praticantes de AF orientada em atividades letivas apresentam resultados significativamente diferentes e mais favoráveis, nos parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde, comparativamente a sujeitos sedentários. Verificação: A hipótese 2 verifica-se parcialmente, pois o GESC+EXER e o GESCOLA só apresentam para alguns dos parâmetros fisiológicos com impacto no estado de saúde (Triglicerídeos, PAS e DEMI), resultados estatisticamente diferentes e mais favoráveis, comparativamente ao GSEDENTÁRIOS. Hipótese 3: Existe uma correlação positiva, relativamente à composição corporal, entre o Índice de Massa Corporal, o perímetro da cintura e o percentual de gordura, de alunos do ensino superior do concelho de Castelo Branco. Verificação: A hipótese 3 verifica-se totalmente, pois constata-se uma correlação positiva, estatisticamente aceitável, entre as 3 variáveis de composição corporal (IMC, PC e %MG). Hipótese 4: Existe uma correlação negativa entre os valores de composição corporal avaliados (IMC, PC e % de gordura) e os valores espirométricos avaliados (VEF 1, DEMI e CVF), de alunos do ensino superior do Concelho de Castelo Branco. Verificação: A hipótese 4 verifica-se parcialmente, pois só se constata uma correlação negativa, estatisticamente aceitável, entre algumas das variáveis de composição corporal avaliadas (IMC e %MG) e os valores espirométricos avaliados. O PC não apresenta correlação negativa com todas as variáveis espirométricas. Hipótese 5: Existe uma correlação positiva entre os valores de composição corporal (IMC, PC e % de gordura) e os parâmetros fisiológicos (glicemia, colesterol, triglicerídeos, pressão arterial e FCREPOUSO) de alunos do ensino superior do Concelho de Castelo Branco. Verificação: A hipótese 5 verifica-se parcialmente, pois apenas se constata uma correlação positiva, estatisticamente aceitável, entre algumas das variáveis de composição corporal avaliados e alguns dos parâmetros fisiológicos (glicemia, colesterol, triglicerídeos, pressão arterial e FCREPOUSO). 86 7.2. Perspetivas de Investigação: limitações e sugestões Depois de uma reflexão exaustiva sobre os resultados e experiências retiradas da consecução deste trabalho, apresentamos algumas limitações e propomos algumas sugestões para futuros estudos, nesta área de investigação. Pensamos que, utilizando instrumentos semelhantes, os estudos longitudinais, com grupo de controlo e grupo(s) experimental(ais), com pré-teste e pós-teste, podem ser mais efetivos, se o programa de exercício for ajustado, visto que este tipo de estudo (experimental) controla mais variáveis que podem influenciar os resultados, podendo levar a conclusões mais concretas. Neste estudo, a amostra representa apenas os alunos do IPCB, mas acreditamos que estes alunos são iguais a outros, isto é, são mais ou menos da mesma idade, terão mais ou menos os mesmos hábitos, serão provenientes dos mesmos locais, terão o mesmo estatuto sócioeconómico, e, por isso, se optou por uma amostra não casual de conveniência. Mas, se se verificar que não são iguais aos outros, as conclusões nunca poderão ser generalizáveis. Ora, foi na convição de tal semelhança que se realizou o estudo e, por isso, as conclusões foram sempre tiradas com cautela. Uma das problemáticas deste tipo de investigação passa pelas limitações ao nível da recolha de dados, mesmo depois de delimitar a amostra. Este tipo de estudo, com a aplicação destes instrumentos, com protocolos rígidos e morosos, leva a que muitos dos sujeitos (individualmente, ou aos que estão inseridos em instituições), muitas das vezes se recusem participar nas investigações, não dando consentimento. Outro problema, associado ao que acabamos de reportar, prende-se com o facto de, para sujeitos menores de idade, ser “obrigatório” o preenchimento de um termo de consentimento informado, assinado pelo encarregado de educação. Fica, para este indicador, uma chamada de atenção para, no momento da seleção da amostra, ter em conta todos estes possíveis alvitres, para evitar constrangimentos. Outro aspeto interessante de estudar seria associar a estes parâmetros avaliados alguns indicadores de aptidão física/capacidade funcional, com a aplicação de uma bateria de testes específica, visto que também surge a possibilidade de variar as idades dos sujeitos da amostra, o que levaria a aplicar testes de baterias validadas, de acordo com a faixa etária a eleger. Uma das variáveis que influencia este tipo de estudos prende-se com o facto de que, como referimos anteriormente, não termos tido em conta a dieta alimentar, sabendo nós que esta pode influenciar os resultados. Desta forma, projetar um estudo onde seja controlada a dieta alimentar, incluindo os hábitos tabágicos e de consumo de bebidas alcoólicas, pode tornar o estudo ainda mais pertinente. 87 Os aspetos que acabámos de referir são, naturalmente, apenas alguns, conscientes de que imensas perguntas sem resposta vagueiam neste preciso instante pela mente de variadíssimos investigadores e outros profissionais. Este é mais um contributo nesse sentido, de um apaixonado pela atividade física, exercício e saúde. 88 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS A - Adler, A. (2002). Obesity and target organ damage: Diabetes. International Journal of Obesity, 26(Suppl 4), 11 S-14 S. - Almeida, J.F., & Pinto, J.M. (1995) A Investigação nas Ciências Sociais. 5ª Ed. Lisboa: Editorial Presença. - Alves, J. (1990). Inteligência e velocidade de processamento da informação: Contributo para a identificação das fases de processamento da informação mais influenciadas pela inteligência. 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ARTIGO SUBMETIDO À REVISTA MOTRICIDADE EM 15 DE JULHO DE 2013 127 Physical Activity and respiratory function: analysis of corporal composition and spirometric values of Portuguese and Italian students Rui PAULO1; João PETRICA1,2; Júlio MARTINS3,4; Filippo PICHETTO5; Flavio FAURE5; Francesca MAGNO5,6 1 Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Portugal. [email protected] 2 FCT and CI&DETS (Pest-OE/CED/UI4016/2011) 3 Universidade da Beira Interior, Covilhã, Portugal 4 CIAFEL-Centro de Investigação em Actividade Física, Saúde e Lazer, Faculdade de Desporto, Universidade do Porto, Portugal 5 University School of Motor and Sport Science, University of Torino, Italy 6 Motor Science Research Center, University School of Motor and Sport Science (SUISM), University of Torino, Italy ABSTRACT The objective of this cross-sectional study was to verify the effects of physical activity (PA) on corporal composition and on spirometric values, associating these indicators with the respiratory function of sedentary subjects and those doing various types of PA. The sample consisted of 179 individuals (85 Italians; 94 Portuguese) who were higher education students, and they were divided into three groups: GSCH+EXER– 64 students doing supervised exercise, curricular and extra-curricular, at least 4 sessions/week; GSCHOOL– 66 students doing supervised curricular PA, at least 2 sessions/week; GSEDENTARY– 49 sedentary students. To categorize the sample, we applied a questionnaire by Telama et al. (1997). Their spirometry values (PEF, FEV1 and FVC) were measured with the COSMED Microquark, and with the BMI and Waist Circumference (WC) measurements. We used for data analysis: variance analysis, the Mann-Whitney test, and the Spearman correlation test, using a level of significance of 5%. The GSCH-EXER of both nationalities achieved significantly better BMI, WC and spirometric values (PEF and FEV1), compared to GSEDENTARY. We also confirmed there was a positive correlation between BMI and WC, and a tendency for a negative correlation between corporal composition and spirometric values. Italians had better corporal composition values, while the Portuguese had better spirometric values. 128 The evidence was that the students who did supervised exercise had better corporal composition and respiratory function figures. Maladjusted BMI and WC figures could lead to respiratory dysfunction, in terms of pulmonary and lung capacity, limiting the amount of PA and increasing the possibility of respiratory problems. Keywords - Physical Activity; Respiratory Function; Corporal Composition; Spirometry INTRODUCTION Scientific literature is unanimous in advocating regular physical activity (PA) for the positive effects it has on the body, on various organs and systems,1 and in turn, that physical inactivity or sedentariness makes being overweight or obese 2 more likely, which can lead to a restrictive syndrome, an increase in perithoracic and abdominal fat, and a decrease in lung capacity.3 Despite being considered a weak predictor of body fat, Body Mass Index (BMI) is very important due to its direct relationship with mortality, that is, with increasing BMI the risk of cardiovascular complications, some cancers, diabetes, osteoarthritis, and renal disease increase, hence its undeniable importance in epidemiological terms.4 Meanwhile, waist circumference (WC) allows the evaluation of the central distribution of body fat, and has received attention as an important measure in the evaluation of cardiovascular risk, by being a strong predictor of visceral fat, primarily responsible for the appearance of metabolic changes and cardiovascular diseases.5,6 Excess weight and obesity are also associated with an increased risk of respiratory problems, and the prevalence of symptom increases, when the BMI and the PC are greater. 7 Spirometry is a test that measures lung capacity and debts from standardized respiratory maneuvers, comparing them with reference standards for height, sex and age.8 It ascertains the existence of obstructions to the air flow, that is, if the airway has an abnormality, or the volume of the lungs is normal. Several studies that relate the respiratory performance to the prevalence of overweight and obesity9,10 claim to have identified changes in the respiratory system, especially the reduction of lung volumes and capacities: expiratory reserve volume, forced expiratory volume in the first second (FEV 1), Forced Vital Capacity (FVC) and the rates of expiratory debt. 129 Respiratory difficulties: exercise intolerance, asthma, and sleep apnea are constant in obese adolescents and young people, which can limit the practice of PA and sports, reducing the chances of weight loss. 11,12 With the increased deposition of fat in the thoracic cavity and the abdominal cavity, progressive changes may occur in respiratory function.13 Such modifications to this function are common in central obesity, in which accumulation of adipose tissue is found mainly in the waist region.14,15 The fat stored in the abdominal cavity, called the gynoid, probably has a direct mechanical effect on the ribcage and diaphragm, by means of a compression mechanism, which, in turn, limits lung expansion, causing decreased lung capacity.15,16 Thus, obesity and the pattern of body fat distribution may influence the results of the respiratory function.17 Therefore, evaluation of spirometric values is an essential tool for the diagnosis of pulmonary diseases. The FVC is the volume removed in forced expiratory maneuver from total lung capacity up to the residual volume. The FVC is an important test because, during expiration, an individual can reach the limit of maximum debt, but, as the curve defines the limit for debt, it is highly reproducible and, more importantly, the maximum debt is very sensitive in most common pathologies affecting the lung.18 Another volume assessed and of utmost importance is the FEV1, which corresponds to the amount of air removed in the first second of forced expiratory maneuver. Also the peak expiratory flow (PEF) is an important indicator of spirometry. This research aimed to ascertain what the effects of PA on body composition (BMI and WC) and spirometric values (FVC, PEF and FEV1) are, checking if there is any correlation between the values of corporal composition and lung volumes of the subjects from the sample, to investigate any differences between the two nationalities. MATERIAL AND METHODS The sample consisted of 179 volunteers of both sexes (85 Italians and 94 Potuguese), apparently healthy, aged between 18 and 31, with a mean age of 130 21.94±2.56 years. All the subjects in the sample are higher education students from Italy or Portugal. Table 1: Characterization of the sample (n=179) and constitution of groups ITALY PORTUGAL Mean ± SD Minimum Maximum Mean ±SD Minimum Maximum Age (years) 2 BMI (kg/m ) WC (cm) FVC % Pred. PEF % Pred. FEV1 % Pred. 19 30 22,60 ± 2,60 18 31 21,35 ± 2,38 17,8 57 60 43 58 38,6 115 115 145 133 22,30 ± 3,28 75,17 ± 9,10 90,55 ± 9,14 95,66 ± 21,97 93,89 ± 12,28 18,2 65 79 63 74 34,1 104 115 144 119 23,98 ± 2,71 79,26 ± 7,58 97,85 ± 9,71 106,23 ± 16,90 100,05 ± 11,10 Groups N GSEDENTARY_ITALY GSCHOOL_ITALY GSCH+EXER_ITALY 27 36 Male N Female N 22,15 ± 2,57 10 17 23,14 ± 2,82 19 17 22 22,27 ± 2,19 18 4 GSEDENTARY_PORTUGAL GSCHOOL_PORTUGAL GSCH+EXER_PORTUGAL 22 21,23 ± 1,80 7 15 30 20,87 ± 1,33 16 14 42 21,76 ± 3,09 32 10 TOTAL 179 21,94 ± 2,56 102 77 Mean ± SD Age (years) In this study, the sample was divided into three groups - GSCH+EXER: group of 64 students (22 Italians and 42 Portuguese), practitioners of PA and supervised exercise of periodized intensity, participating in curricular and extracurricular activities, with 4 sessions per week minimum; GSCHOOL: a group of 66 students (36 Italians and 30 Portuguese) practitioners of PA and sporting curriculum with supervised intensity perioized exercise, with 2 sessions per week minimum; GSEDENTARY: a group of 49 inactive students (27 Italians and 22 Portuguese) (table 1). Instruments and procedures This study was approved by the Ethics Commission of the Health Sciences Faculty at the University of Beira Interior, Covilhã, Portugal. We obtained the written consent of the evaluated subjects by means of free and informed consent, as they were informed beforehand of the scope and objectives of the study as well as of the safeguarding of individual data. 131 All instructions concerning the procedures were presented so that each subject received the same information. They were in compliance with the applicable norms for international human experimentation. 19 The criteria underlying the selection of subjects of both groups were comparable in terms of their main socio-economic and biological variables (confirmed by the questionnaire), and the tests have been applied with the same technique and the same monitors. PA Questionnaire In order to characterize the subjects as to the practice of PA, an adaptation of a questionnaire validated by Telama et al.20 was used. and its application to the Portuguese population has been published,21,22 which allowed the organization to form the groups of the sample. Height The height values were measured in meters to the nearest millimeter using a SECA stadiometer (Germany, Hamburg), taking into account the reference plane and the vertex of the soil, according to the technique proposed by the Council of Europe.23 Two evaluations were performed and the arithmetic mean was calculated. If there was a difference of more than 2mm, we performed a third measurement. Body Mass Body weight was measured in kg, via a digital scale, SECA 708 (Germany, Hamburg), to an accuracy of two decimal places,23 subjects being barefoot with light clothing. Two measurements were taken and the arithmetic mean was calculated. If there was a difference of more than 0.2 kg, we took a third measurement. For BMI (kg/m2), the classifications used were those of the WHO.24 132 Waist circumference Regarding the WC values, they were measured with a fiberglass tape-measure (Rosscraft), of two metres, and with a resolution of 1 mm, according to recommended procedures.25 Spirometric values Finally, for the measurement of spirometric values (PEF, FEV1 and FVC), we used a Microquark Cosmed spirometer. Spirometry is a test that aids in the diagnosis, prevention and quantification of respiratory disorders, and is undertaken during a forced expiratory maneuver. Because of its complexity, its implementation requires the understanding and cooperation of the patient, using calibrated equipment and standardized techniques employed by skilled personnel. The values obtained should be compared to those of a determined population group and their interpretation made in the light of clinical and epidemiological data. The spirometer measures the volume of air expired, which is particularly useful in the analysis of data derived from a forced expiratory maneuver, following the protocol in accordance with the recommendations.18 Statistical analysis As regards the statistical procedures, we used SPSS 19.0 software in the first analysis, and then verified the normality of the sample (Kolmogorov-Smirnov). For the variable that showed a normal distribution (FEV1), we used the analysis of variance (ANOVA) through the LSD test. For the remaining variables, which did not show normal distribution (BMI, WC, FVC and PEF), we used the MannWhitney test. For the analysis of correlation, we used the Spearman non-parametric correlation test. A significance level of 5% was adopted for both analyzes, RESULTS For the analysis between the categorical variables they are presented in their first stage, the results expressed as mean and standard deviation. In Table 2, and in the first analysis, it was confirmed that the G SCH+EXER_PORTUGAL had more 133 favorable absolute average values in all of the assessed indicators compared to GSCHOOL_PORTUGAL, and the same effect was observed in comparison with the GSEDENTARY_PORTUGAL , except with the FVC, which is similar. Regarding the GSCH+EXER_ITALY, this only shows values more favorable in terms of spirometric values compared to GSEDENTARY_ITALY and GSCHOOL_ITALY because they had higher values for the indicators of corporal composition, especially with the WC. Table 2: Mean and standard deviation of the results of variables, divided by groups Group BMI 2 (Kg/m ) WC (cm) Age (years) FVC %Pred. PEF %Pred. FEV1 %Pred. GSEDENTARY_ITALY ± sd 22,08 ±4,88 73,94 ±12,54 22,15 ±2,57 90,78 ±6,13 91,51 ±19,31 92,64 ±8,23 GSCHOOL_ITALY ± sd GSCH+EXER_ITALY ± sd 22,21 ±2,62 22,72 ±1,38 74,64 ±7,69 77,55 ±5,47 23,14 ±2,82 22,27 ±2,19 87,73 ±10,37 94,87 ±8,69 91,61 ±25,38 107,38 ±14,21 89,39 ±13,28 102,79 ±10,29 ITALIAN ± sd 22,30 ±3,28 75,17 ±9,10 22,60 ±2,60 90,55 ±9,14 95,66 ±21,97 93,89 ±12,28 GSEDENTARY_PORTUGAL ± sd 26,02 ±3,54 84,09 ±11,20 21,23 ±1,79 99,77 ±8,92 99,02 ±15,42 97,58 ±10,57 GSCHOOL_PORTUGAL ± sd 24,23 ±1,77 78,67 ±5,57 20,87 ±1,33 94,46 ±11,03 101,61 ±18,10 96,16 ±11,66 GSCH+EXER_PORTUGAL ± sd 22,73 ±2,03 77,14 ±5,17 21,76 ±3,09 99,28 ±8,63 113,30 ±14,13 104,13 ±9,73 PORTUGUESE ± sd 23,98 ±3,28 79,26 ±7,58 21,35 ±2,38 97,85 ±9,71 106,23 ±16,90 100,05 ±11,10 TOTAL ± sd 23,18 ±3,10 77,32 ±8,56 21,94 ±2,56 94,38 ±10,10 101,21 ±20,13 97,13 ±12,04 To check whether there are significant differences between the groups in the different evaluated variables, we used for one (FEV1), the analysis of variance (LSD test). For all the other measured variables (BMI, WC, FVC and PEF), the Mann-Whitney test was used. For both tests, we adopted a significance level of 5%. 134 Table 3: Level of significance of differences between groups for the variables BMI, WC, FVC, PEF and FEV1 Dependent Variable (I) Group AGE BMI WC FVc PEF FEV1 p. p. p. p. p. p. (J) Group GSEDENTARY_ITALY GSEDENTARY_ITALY GSCHOOL_ITALY GSCH+EXER_ITALY 0,166 0,708 0,104 0,008 0,120 0,007 0,246 0,172 0,632 0,003 0,241 0,001 GSCHOOL_ITALY GSCH+EXER_ITALY 0,275 0,109 0,073 0,018 0,005 0,000 GSEDENTARY_PORTUGAL GSCHOOL_PORTUGAL 0,473 0,182 0,114 0,042 0,795 0,641 GSEDENTARY_PORTUGAL GSCH+EXER_PORTUGAL 0,954 0,000 0,013 0,865 0,001 0,023 GSCHOOL_PORTUGAL GSCH+EXER_PORTUGAL 0,456 0,002 0,409 0,027 0,001 0,002 GSEDENTARY_ITALY GSEDENTARY_PORTUGAL 0,324 0,000 0,001 0,000 0,260 0,115 GSCHOOL_ITALY GSCHOOL_PORTUGAL 0,000 0,000 0,013 0,039 0,043 0,012 GSCH+EXER_ITALY GSCH+EXER_PORTUGAL 0,109 0,611 0,921 0,033 0,073 0,639 ITALIAN PORTUGUESE 0,000 0,000 0,000 0,000 0,001 0,001 Except for GSCHOOL of Portugal and Italy, all of the groups had an homogeneous mean age among themselves, i.e., there were no statistically significant differences (p≥0.05). In comparing the 3 groups of each country, with each other, we can observe in Table 3 that, in terms of corporal composition, the BMI and WC for either the Portuguese or the Italians showed statistically significant differences (p≥0.05) which were very significant (p≥0.01) between GSEDENTARY and GSCH+EXER. As for the assessed spirometric values, we can see that here, too, for the FEV1 and PEF, both countries exhibit statistically significant differences (p≥0.05) between GSCH+EXER compared to GSEDENTARY and GSCHOOL. Regarding the FVC, the two countries have significant differences when comparing GSCH+EXER and GSEDENTARY. To compare equivalent groups of the two countries, we can see that, for body composition (BMI and WC), only the two GSCH+EXER show similar values. The GSEDENTARY and the GSCHOOL groups have either statistically significant (p≥0.05) or very significant differences (p≥0.01) for this indicator. In this comparison, Italian students have apparently more favorable results, with lower BMI and WC. With regard to spirometric values evaluated for the FVC, we found statistically significant differences between the three groups of the two countries, showing the Portuguese students results had more favorable 135 indicators. For the other indicators (PEF and FEV1), the only statistically significant differences occur between the GSCHOOL groups, again with the Portuguese students having results which appear more favorable. Correlation One of the objectives of this study was to investigate the correlation between the variables under review. Thus, we can observe in Table 4 that students, whether Portuguese or Italians, showed a positive correlation which was statistically very significant (p≤0.01) between BMI and WC. Thus, an increase in BMI also means an increase in WC. Table 4: Level of significance of the correlations and correlation coefficient between variables BMI, WC, FVD, PEF and FEV1, for the elements of the sample, according to the country PORTUGAL Correlation coefficient p. Correlation coefficient p. WC 0,727 0,000 0,824 0,000 FVC 0,079 0,448 0,255 0,018 PEF -0,293 0,004 0,280 0,009 FEV1 -0,061 0,559 0,182 0,096 FVC 0,075 0,470 0,180 0,098 PEF -0,336 0,001 0,244 0,024 FEV1 -0,036 0,729 0,182 0,096 Pearson BMI WC N ITALY 94 85 For the remaining variables, for Portuguese students we found negative correlations, which were statistically significant (p≤0.05) and very significant (p≤0.01) between BMI and PEF and between WC and PEF respectively. Thus, with an increase in BMI and WC, there is a tendency to decrease the values of PEF. There is still a trend for negative correlations between corporal composition variables (BMI and WC) and FEV1, but not with statistically accepted levels of significance (p≥0.05), as we confirmed in Table 4. With regard to Italian students, we found a positive correlation, which was statistically significant (p≤0.05) between the BMI and FVC and between the 136 BMI and PEF, as well as for the WC and PEF. In all the comparisons we found a tendency for positive correlations, indicating that, as the BMI and WC increase, there is a tendency for the evaluated spirometric values to increase. DISCUSSION One objective of this study was to verify if the supervised and planned PA had an impact on the improvement of body composition (BMI and WC) and spirometric values (FVC, PEF and FEV1) of Portuguese and Italian students. The results seem to reinforce the importance of guided and supervised (in terms of volume and intensity) physical exercise for the maintenance and improvement of spirometric values and corporal composition, compared with sedentary activities and lifestyles.1,2,3,11,12,16 As regards body composition, we sought to confirm whether regularly active individuals showed lower and more appropriate values relative to sedentary people, finding significant differences with some comparisons between the groups in each country. Comparing the two nationalities for the values of corporal composition, we found that only the GSCH+EXER showed similar values. For the other two groups, Italian students have more favorable values. A plausible explanation is the greater energy expenditure in a group of physically active individuals under an organized regime, and also the type of diet and lifestyle habits, both culturally determined, which may influence the statistics. Although the diets of individuals in the sample were not controlled or prescribed, we know that this is a factor that can influence some of the evaluated indicators, because, according to Slentz et al.,26 the combination of a balanced diet and regular PA act as the most effective means of weight control. With regard to spirometric values (FVC, PEF and FEV1), the GSCH+EXER had the best results for both nationalities, showing statistically significant differences in some comparisons between groups. Thus, it seems that the practice of supervised exercise results in the maintenance of healthy spirometric values, thereby decreasing the risk of respiratory diseases.15 Comparing the two nationalities’ assessed spirometric values, the Portuguese students have higher and more favorable values, with marked differences between the GSCHOOL groups. This may, however, be because the formula for 137 calculating the predicted value is influenced by the anthropometric characteristics of the subjects, since they are from different countries. We found a very significant positive correlation between the corporal composition variables for the two countries. Thus, our results indicate that, with increasing BMI, the WC also has a tendency to increase, which may indicate a greater possibility of fat deposition in the abdominal region, predicting an increase in visceral fat, the main reason for the appearance of cardiovascular pathologies.5,6,16 In our study, for students of both nationalities it is evident that increasing BMI and WC contribute significantly to the reduction of all evaluated spirometric values because there was no negative correlation between some of the values, which is also found in other studies.13,27 On the other hand, there were some spirometric values that showed a negative correlation with the corporal composition, showing, as in other studies,16,28,29 that increased values of body composition (BMI and WC) could result in a decrease in respiratory function. Excess weight and obesity are also associated with increased risk of respiratory problems,7 i.e. the symptom prevalence increases with higher levels of BMI and WC. Different mechanisms have been proposed as possible effects of obesity on respiratory function. The anomalies more commonly referred are the reduction in the functional residual capacity and the expiratory reserve volume, due to a reduced chest wall and lung compliance, and increased airway resistance.30 CONCLUSIONS We conclude that, in the comparison between the two nationalities, Italian students have better results in the indicators of evaluated corporal composition (BMI and WC), whereas for measured spirometric values, the Portuguese students have better results. We also found that both the Portuguese students and the Italian students who regularly do supervised and intensely planned, have values which are more favorable for a healthy state, and these values are statistically significant 138 compared to sedentary students. These differences relate to body composition and some evaluated spirometric values . There seems to be evidence that supervised physical activities and objectives regarding the intensity and type of exercise when undertaken on a long-term and regular basis result in an improvement in corporal composition and lung function compared to those who systematically lead sedentary lifestyles, regardless of nationality. On the other hand, there are some indicators that enable us to show that the higher the BMI and WC, the worse the spirometric results, i.e., the more dysfunctional the values of corporal composition, the lower/more reduced are the lung volumes, indicating abnormalities of respiratory function, limiting the functionality in everyday life, and perhaps also for PA. REFERENCES 1. Dias DF, Reis ICB, Reis DA, et al. Comparação da aptidão física relacionada À saúde de adultos de diferentes faixas Etárias. Rev Bras Cineantropom Desemp Hum 2008;10(2):123-128. 2. Padez C, Fernandes T, Mourão I, Moreira P, Rosado V. 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Acta Méd Port, 25(S3), 4. 145 146 ANEXOS 147 ANEXO 1 Categorias de intensidade, segundo Heyward (2006) INTENSIDADE FC MÁX MUITO LEVE LEVE <35 35 – 54 (%) MODERADA ELEVADA 55 – 69 MUITO ELEVADA MÁXIMA ≥ 90 100 70 – 89 ANEXO 2 Categorias de intensidade, segundo ACSM (2010) VO 2 RES INTENSIDADE FC RES (%) (%) FC MÁX (%) MUITO LEVE < 20 < 50 LEVE 20 – 39 50 – 63 MODERADA 40 – 59 64 – 76 VIGOROSA 60 – 84 77 – 93 MUITO VIGOROSA (SUB-MÃX) ≥ 85 ≥ 94 MÁXIMA 100 100 ANEXO 3 Valores de referência para o IMC quanto aos riscos de saúde (Corbin & Lindey, 1994) CLASSIFICAÇÃO MASCULINO FEMININO RISCO BAIXO 17,9 A 18,9 15,0 A 17,9 IDEAL 19,0 A 24,9 18,0 A 24,4 RISCO MODERADO 25,0 A 27,7 24,5 A 27,2 RISCO ELEVADO ACIMA DE 27,8 ACIMA DE 27,3 148 ANEXO 4 Classificação Internacional para adultos com baixo peso, peso normal, sobrepeso e obesidade, de acordo com o IMC (WHO, 2000, 2004) IMC (Kg/m2) CLASSIFICAÇÃO PONTOS DE CORTE PRINCIPAIS PONTOS DE CORTE ADICIONAIS BAIXO PESO <18,50 <18,50 Magreza grave <16,00 <16,00 Magreza moderada 16,00 – 16,99 16,00 – 16,99 Magreza ligeira 17,00 – 18,49 17,00 – 18,49 PESO NORMAL 18,50 – 24,99 SOBREPESO ≥25,00 PRÉ-OBESO 25,00 – 29,99 OBESO ≥30,00 Obeso tipo I 30,00 – 34,99 Obeso tipo II 35,00 – 39,99 Obeso tipo III ≥40,00 18,50 – 22,99 23,00 – 24,99 ≥25,00 25,00 – 27,49 27,50 – 29,99 ≥30,00 30,00 – 32,49 32,50 – 34,99 35,00 – 37,49 37,50 – 39,99 ≥40,00 ANEXO 5 Valores de referência para o PC quanto aos riscos de saúde (WHO, 1997; DGS, 2013) CLASSIFICAÇÃO Feminino Masculino Risco aumentado 80 cm 94 cm Risco muito aumentado 88 cm 102 cm 149 ANEXO 6 Relação entre a cintura e a anca. Classificação do risco para homens (Applied Body Composition Assessment, 1996) IDADE BAIXO MODERADO ALTO MUITO ALTO 20 A 29 < 0,83 0,83 A 0,88 0,89 A 0,94 > 0,94 30 A 39 < 0,84 0,84 A 0,91 0,92 A 0,96 > 0,96 40 A 49 < 0,88 0,88 A 0,95 0,96 A 1,00 > 1,00 50 A 59 < 0,90 0,90 A 0,96 0,97 A 1,02 > 1,02 60 A 69 < 0,91 0,91 A 0,98 0,99 A 1,03 > 1,03 ANEXO 7 Relação entre a cintura e a anca. Classificação do risco para mulheres (Applied Body Composition Assessment, 1996) IDADE BAIXO MODERADO ALTO MUITO ALTO 20 A 29 < 0,71 0,71 A 0,77 0,76 A 0,83 > 0,82 30 A 39 < 0,72 0,72 A 0,78 0,79 A 0,84 > 0,84 40 A 49 < 0,73 0,73 A 0,79 0,80 A 0,87 > 0,87 50 A 59 < 0,74 0,74 A 0,81 0,82 A 0,88 > 0,88 60 A 69 < 0,76 0,76 A 0,83 0,84 A 0,90 > 0,90 ANEXO 8 Classificações do percentual de gordura na composição corporal, para homens (Pollock & Wilmore,1993) Nível /Idade 18 - 25 26 - 35 36 - 45 46 – 55 56 - 65 Excelente 4a6% 8 a 11% 10 a 14% 12 a 16% 13 a 18% Bom 8 a 10% 12 a 15% 16 a 18% 18 a 20% 20 a 21% Acima da Média 12 a 13% 16 a 18% 19 a 21% 21 a 23% 22 a 23% Média 14 a 16% 18 a 20% 21 a 23% 24 a 25% 24 a 25% Abaixo da Média 17 a 20% 22 a 24% 24 a 25% 26 a 27% 26 a 27% Mau 20 a 24% 20 a 24% 27 a 29% 28 a 30% 28 a 30% Muito Mau 26 a 36% 28 a 36% 30 a 39% 32 a 38% 32 a 38% 150 ANEXO 9 Classificações do percentual de gordura na composição corporal, para mulheres (Pollock & Wilmore,1993) Nível /Idade Excelente Bom 18 - 25 26 - 35 36 - 45 46 – 55 13 a 16% 14 a 16% 16 a 19% 17 a 21% 18 a 20% 20 a 23% 17 a 19% 56 - 65 23 a 25% 26 a 28% 18 a 22% 24 a 26% Acima da Média 20 a 22% 21 a 23% 24 a 26% 27 a 29% Média 23 a 25% 24 a 25% 27 a 29% 29 a 31% 30 a 32% Abaixo da Média 26 a 28% 27 a 29% 30 a 32% 32 a 34% 33 a 35% Mau 29 a 31% 31 a 33% 33 a 36% 35 a 38% 36 a 38% Muito Mau 33 a 43% 36 a 49% 38 a 48% 39 a 50% 39 a 49% ANEXO 10 Valores de referência e classificação da pressão arterial para adultos (maiores de 18 anos). (National Institutes of Health, 1996) CATEGORIA Pressão Sistólica (mm hg) Pressão Diastólica (mm hg) NORMAL 120 – 129 80 – 84 NORMAL ALTA 130 – 139 85 – 89 Estágio 1 (Leve) 140 – 159 90 – 99 Estágio 2 (Moderada) 160 – 179 100 – 109 Estágio 3 (Grave) Maior ou igual a 180 Maior ou igual a 110 ÓTIMA < 120 < 80 HIPERTENSÃO 151 ANEXO 11 Valores de referência e classificação da pressão arterial para adultos (maiores de 18 anos) (Weber & Laragh, 1993) Pressão Sistólica (mm hg) Pressão Diastólica (mm hg) CATEGORIA < 85 Normal 130 – 139 85 – 89 Normal Alta 140 – 159 90 – 99 Hipertensão branda (Estágio 1) 160 – 179 100 – 119 Hipertensão moderada (Estágio 2) 180 – 209 110 – 119 Hipertensão grave (Estágio 3) > ou = 210 > ou = 120 Hipertensão muito grave (Estágio 4) < 130 ANEXO 12 Valores de referência para o Colesterol (American Heart Association, 2000) Aceitável “borderline” Alto risco Colesterol Total < 170 mg/dl > 170 mg/dl 200 mg/dl Colesterol LDL < 110 mg/dl > 110 mg/dl > 130 mg/dl ANEXO 13 Valores de referência para o Colesterol (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2006) CLASSIFICAÇÃO COLESTEROL (mg/dl) Desejável até 200 mg/dl Limiar de 201 até 239 mg/dl Elevado a partir de 240 mg/dl 152 ANEXO 14 Valores de referência para adultos. Lípidos e suas frações (Adaptado de Sposito, Caramelli, Fonseca, & Bertolami, 2007) LIPÍDIOS E SUAS FRAÇÕES DESEJÁVEL LIMÍTROFE ALTO COLESTEROL TOTAL <200 mg/dl 200-239 mg/dl 240 mg/dl LDL – Colesterol <130 mg/dl 130-159 mg/dl 160-189 mg/dl VLDL – Colesterol <30 mg/dl 30-67 mg/dl > 67 mg/dl HDL – Colesterol Proteção Padrão normal Risco Homens 55 mg/dl 35-54 mg/dl < 35 mg/dl Mulheres 65 mg/dl 45-64 mg/dl < 35 mg/dl TRIGLICERÍDEOS <150 mg/dl 150-200 mg/dl 200-499 mg/dl MUITO ALTO ≥ 190 mg/dl ≥ 500 mg/dl ANEXO 15 Valores de referência para os triglicerídeos (Sociedade Brasileira de Cardiologia, 2006) CLASSIFICAÇÃO TRIGLICERÍDEOS (mg/dl) Desejável até 200 mg/dl Aumentado maior de 200 mg/dl ANEXO 16 Valores de referência para a glicemia (Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes, 2009) CLASSIFICAÇÃO GLICOSE (mg/dl) Normal < 110 mg/dl Elevado 110 - 126 mg/dl Diabetes ≥ 126 mg/dl 153 ANEXO 17 154 155 ANEXO 18 Termo Individual de consentimento TERMO DE RESPONSABILIDADE Eu, __________________________________________________, portador do B.I./cartão de cidadão nº _________________, do Arq. de Identificação de ___________________, declaro que fui suficientemente informado das finalidades, benefícios e riscos associados à realização dos testes ou das atividades deste estudo. Foi-me dada a oportunidade de formular questões e colocar dúvidas e estou na posse de informação suficiente para poder assinar o termo de consentimento. Assumo a responsabilidade da ocorrência de situações nefastas para a minha saúde, que resultem do não cumprimento das indicações técnicas do investigador. Foi-me dada ainda a possibilidade de não participar no estudo, caso não o desejasse. É com base nestes pressupostos que assino o termo de responsabilidade e consentimento. Castelo Branco _____de _____________de 20__ Assinatura ______________________________ 156 ANEXO 19 Questionário de Actividade Física adaptado de Telama et al. (1997) e cuja aplicação à população portuguesa foi publicada (Ledent et al., 1997; Mota e Esculcas, 2002). Os dados deste inquérito são confidenciais e anónimos, cumprindo as regras éticas e princípios legais da investigação científica. Se eventualmente não quiser responder a este inquérito, é livre de o fazer. Sexo: □ - Masculino Meio onde reside: □ - Feminino □ - Urbano (cidade) Idade:_________ □ - Rural (campo; periferia) Na escola, participa em actividades físicas e desportivas, orientadas por um especialista (unidades curriculares práticas)? □ - Nunca □ - Duas vezes por semana □ - Uma vez por semana □ - Três ou mais vezes por semana Participa em actividades físicas e desportivas de lazer ou auto-recreação, sem orientação ou prescrição de um especialista (caminhadas, correr, andar de bicicleta, etc.)? □ - Nunca □ - Duas vezes por semana □ - Uma vez por semana □ - Três ou mais vezes por semana Para além das horas lectivas, quantas vezes pratica actividades físicas e desportivas orientadas por um especialista durante, pelo menos, vinte minutos? □ - Nunca □ - Duas vezes por semana □ - Uma vez por semana □ - Três ou mais vezes por semana 157 Para além das actividades lectivas, quanto tempo por semana dedica à prática de actividades físicas e desportivas orientadas, ao ponto de ficar ofegante (respirar depressa e com dificuldade) e transpirar? □ - Nenhum □ - Entre 1 a 3 horas □ - Entre meia hora e uma hora □ - Entre 3 a 5 horas □ - Mais de 5 horas Participa em competições desportivas? □ - Nunca participei □ - Sim, a nível interescolar □ - Não participo, mas já participei □ - Sim, ao nível de um clube Quais as actividades de lazer/entretenimento que realiza frequentemente no dia-a-dia? □ - Ver TV/vídeo □ - Jogar PC ou consola □ - Ler □ - Jogos na rua □ - Andar de Bicicleta □ - Caminhar/correr □ - Trabalhar no PC / Internet □ - Outra Qual?_______________ Como se desloca para a escola, para casa e para outros locais, no dia-adia? □ - De carro/mota/autocarro □ - De bicicleta □ - A pé (- de 10 minutos) □ - A pé (10 a 15 min.) □ - A pé (+ de 15 min.) 8. Com que frequência… … fuma? □ - Nunca …bebe álcool? □ - Nunca □ - Esporadicamente □ - Diariamente □ - Esporadicamente □ - Diariamente Obrigado pela sua colaboração. 158