1º Ten Al ANA PAULA DE ALMEIDA SANTOS ROCHA RELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR E A COMPOSIÇÃO CORPORAL RIO DE JANEIRO 2008 1º Ten Al ANA PAULA DE ALMEIDA SANTOS ROCHA RELAÇÃO ENTRE A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA REGULAR E A COMPOSIÇÃO CORPORAL Trabalho de conclusão de curso apresentado à Escola de Saúde do Exército, como requisito parcial para aprovação no Curso de Formação de Oficiais do Serviço de Saúde, especialização em Aplicações Complementares às Ciências Militares. Orientador: Flávio Roberto Campos Maia – 1º Ten Med Rio de Janeiro 2008 R672r Rocha, Ana Paula de Almeida Santos Relação entre a prática de atividade física regular e a composição corporal /. – Ana Paula de Almeida Santos Rocha. - Rio de Janeiro, 2008. 35 f. ; 30 cm. Orientador: Flávio Roberto Campos Maia Trabalho de Conclusão de Curso (especialização) – Escola de Saúde do Exército, Programa de Pós-Graduação em Aplicações Complementares às Ciências Militares. 1. Obesidade. 2. Sedentarismo. 3. Exercícios físicos - Aspectos da saúde. I. Maia, Flávio Roberto Campos. II. Escola de Saúde do Exército. III. Título. CDD 616.398 RESUMO Obesidade é uma doença endócrino-metabólica crônica heterogênea, com base genética poligênica na sua maioria, desencadeada por fatores ambientais, principalmente superalimentação e sedentarismo. O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo geral de analisar o efeito de um programa regular de atividade corporal. A justificativa da realização desta pesquisa está no fato de que, como pode ser visto na literatura, a prática de atividade física é um dos principais fatores para o controle de peso e tem sido demonstrada como capaz de reduzir a obesidade, que pode provocar doenças, as quais comprometeriam a disponibilidade do efetivo. Para condução deste trabalho, foram utilizadas as pesquisas tipo bibliográfica e documental. Inicialmente, é traçado um breve histórico sobre antropometria e composição corporal. Em seguida, é apresentado o referencial teórico e a revisão da literatura. Palavras-chave: Obesidade, Composição Corporal, Sedentarismo. ABSTRACT Obesity is a chronic inherited endocrine and metabolic disorder, mostly polygenic. It is triggered b environmental factors, mainly overeating and lack of exercise. The present study was developed as objective generality to analyze the effect of a regular program of applied physical conditioning to the military. The justification of the accomplishment of this research is in the fact of that, as it can be seen in the literature, the practical of physical activity is one of the main factors for the weight control and has been demonstrated as capable to reduce the obesity, that can turn to illnesses, which would compromise the availability of the cash. For conduction of this work, the research had been used bibliographical type and documentary. Initially, it is traced a historical briefing on anthropometry and corporal composition. After that, it is presented the theoretical referential and revision of literature. Key word: Obesity, Body Composition, Sedentary. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 06 2 CONSIDERAÇÕES GERAIS DO ESTUDO ......................................... 10 3 ASPECTOS DA INVESTIGAÇÃO......................................................... 13 3. 1 TIPOLOGIA DO ESTUDO ................................................................ 13 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 18 4.1 UTILIZAÇÃO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ....................... 19 4.1.1 Percentual de gordura .................................................................. 19 4.1.2 Índice de massa corporal ............................................................. 22 4.1.3 Índice de relação cintura-quadril ................................................. 24 5 APRESENTAÇÃO DA ANÁLISE ......................................................... 27 5.1 ATIVIDADE FÍSICA E OBESIDADE .................................................. 27 6 CONCLUSÃO....................................................................................... 28 REFERÊNCIAS 6 1 INTRODUÇÃO Anderson (1998) revela que o avanço da tecnologia tem levado a população mundial, cada vez mais, a diminuir as suas atividades cotidianas, tanto no trabalho como em casa. A escada rolante, o elevador, o controle remoto, o vidro elétrico, as máquinas de lavar roupa e louça podem, a longo prazo, gerar danos a saúde caso não se compense esse sedentarismo advindo com a tecnologia, explorando a prática regular de atividade física (OMS/FIMS, 1998). De acordo com Pollock (1993), existe confirmada associação entre condicionamento físico e sedentarismo, sendo que os sedentários desenvolvem obesidade e outras doenças secundárias que podem afetar seriamente sua saúde e aptidão física. A importância da realização desta pesquisa sustenta-se no fato de que, como pode ser visto na literatura, a prática de atividade física regular é um dos principais fatores para o controle de peso e tem sido demonstrada como capaz de reduzir a obesidade, que pode provocar doenças, as quais comprometeriam a disponibilidade do efetivo Tem sido constante a preocupação com a saúde de seus integrantes no Exército Brasileiro. Há muito existe a determinação para realização do Teste de Aptidão Física (TAF). Desta forma, a instituição pretende viabilizar as condições para a execução de uma atividade física e espera-se que o militar se conscientize da importância da sua prática. Conforme Pollock (1993), a aptidão física é bem mais do que a simples ausência de doença e pode ser considerada como uma maneira segura de se obter a saúde ideal. A mensuração do %G, IMC e IRCQ deve ser feita melhor avaliação do estado físico de cada indivíduo. Em relação a esses índices, Pollock (1993) cita a existência de vários métodos laboratoriais e de campo para estimar a densidade corporal e/ou percentual de gordura (%G). Dentre eles, o mais usado é o antropométrico, devido ao fato de ser um método de campo que requer equipamentos de baixo custo, por possibilitar a mensuração de um grande número de sujeitos em pouco tempo (POLLOCK, 1993). 7 Pigatto & De Rose (1984), apontam que o estudo da composição corporal nos permite definir a estrutura orgânica de um indivíduo e, a partir daí, observar as alterações produzidas por fatores, que atuam sobre este sistema, como a alimentação e a atividade física. Conforme Guedes (1994) é por intermédio do estudo da composição corporal, que se pode observar as alterações fisiológicas produzidas pelos programas de atividade física e/ou alimentares, oferecendo informações quanto a sua eficiência ou possíveis correções a serem efetuadas. O presente estudo foi desenvolvido com a finalidade de responder como a prática de um programa regular de atividade física pode influenciar na composição corporal do efetivo, com o intuito de identificar situações que possam desencadear doenças e baixar a disponibilidade para o trabalho. Em se tratando de um efetivo onde as atividades são de cunho militar, é possível que a operacionalidade da tropa poderia estar prejudicada na diminuição da pronta-resposta ao se perder mão-deobra especializada para enfermidades evitáveis. Ademais, acredita-se que este estudo possa contribuir para identificar situações cuja prevenção poderá contribuir para redução de gastos com tratamentos de saúde. A importância do presente trabalho respalda-se no fato de que tem sido observado um aumento constante, de forma gradual, de sobre-peso e de obesidade na população. Do ponto de vista médico existem problemas para os quais excesso de peso é considerado um fator de risco, além do que ser o obeso, freqüentemente, ocasiona mudanças na personalidade e padrões de comportamento manifestados,na maioria dos casos, por depressão, auto-estima baixa, irritabilidade e agressividade (HARRISON, 2006). O hábito da prática de atividades físicas pode favorecer, também, a melhor disposição quanto à distribuição; anatômica da gordura corporal, impedindo que haja maior concentração nas regiões centrais do corpo (GUEDES,1994). Independentemente das definições adotadas para obesidade, sabe-se que além da gordura corporal em excesso a sua forma de distribuição no organismo, também, pode incrementar os riscos para a saúde, (HARRISON, 2006). Neste sentido, McArdle et al, (1998) afirmam que a distribuição regional de gordura corporal pode ser de dois tipos: andróide e ginóide. O hábito da prática de atividades físicas, como cita Pollock (1993), favorece a melhor disposição quanto à distribuição 8 anatômica da gordura corporal, impedindo que haja maior concentração nas regiões centrais do corpo. A realização dessa revisão se justificativa no fato de que, como pode ser visto na literatura, a prática de atividade física é um dos principais fatores para o controle de peso e tem sido demonstrada como capaz de reduzir a obesidade, que pode provocar doenças, as quais comprometeriam a disponibilidade do efetivo operacional. Na condução desse estudo será empregada pesquisa do tipo bibliográfica e documental. A pesquisa bibliográfica objetivou identificar os componentes envolvidos com a composição corporal, caracterizar a obesidade e relacioná-la com fatores de risco, principalmente o sedentarismo. Os materiais utilizados foram livros, artigos científicos e dissertações. Conforme Harrison (2006), o combate à obesidade deve estar apoiado em dois pilares básicos: alimentação saudável e prática regular de atividades físicas. É sobre este segundo pilar que nosso estudo irá ser desenvolvido. Inicialmente, será realizado um breve relato sobre os objetivos gerais e específicos desse trabalho, assim como também, apontaremos a justificativa que sustenta a realização de uma pesquisa que tem como tema principal à relação obesidade-atividade física. Posteriormente, iremos caracterizar as diretrizes gerais para a prescrição de exercícios com objetivos de controle e redução de gordura corporal enfatizando a freqüência, duração, intensidade e tipos de atividades mais recomendadas. Em seguida, entraremos mais profundamente na análise das principais atividades físicas que contribuem para a prevenção e para o tratamento da obesidade. Finalmente, descreveremos todas as conclusões obtidas com o presente estudo efetivado. No primeiro capítulo será traçado um breve histórico sobre a utilização da antropometria e seu estabelecimento como parâmetro de avaliação de composição corporal. Será feita uma abordagem sobre a obesidade, suas características, buscando definir seus conceitos, sua classificação e seus riscos a saúde. Em seguida será abordada a relação entre obesidade e o papel da atividade física no controle do peso com embasamento na literatura, incluindo um relato sobre %G, IMC e IRCQ. No capítulo seguinte será apresentada a metodologia utilizada nessa pesquisa de forma detalhada. Posteriormente serão feitas a análise e apresentação 9 dos dados coletados, seguido da conclusão. Em vista dos dados apresentados, comprova-se que existe a necessidade da elaboração de programas que estimulem mudanças comportamentais, sob pena de colocar os indivíduos em uma situação fadada a valores cada vez mais altos nas taxas de obesidade. 10 2 CONSIDERAÇÕES GERAIS DO ESTUDO Segundo Nahas et al. (1995), atividade física, é a melhor e mais saudável forma de redução de peso corporal, pois os exercícios físicos podem modificar a composição corporal, mudando o metabolismo do indivíduo. Estas mudanças estruturais decorrentes de prática regular de atividades físicas incluem: aumento na densidade óssea, aumento da massa magra e perda na taxa de gordura. De acordo com Coutinho (2001) a obesidade pode ser dividida em dois tipos: genética e ambiental. A obesidade genética é originária de defeitos genéticos que contribuem para o desequilíbrio energético na direção de um maior acúmulo de gordura corporal. Já a obesidade ambiental tem no meio em que vivemos a sua principal causa, sendo a inatividade física e a alimentação inadequada, os fatores primordiais que contribuem para o excesso calórico no organismo. Coutinho (2001) destaca a importância de selecionar atividades que ajudem na redução de gordura e na manutenção ou aumento da massa muscular magra. Isto acontece porque a diminuição do tecido adiposo, associada ao aumento da massa isenta de gordura, contribui para a manutenção de um alto nível de metabolismo basal, aumentando o gasto energético em repouso, contribuindo para o aumento do gasto energético diário. Estudos recentes apontam que a distribuição da gordura no corpo apresenta uma estreita relação com complicações metabólicas e funcionais (CAMPAIGNE 1990 apud GUEDES, 1994), demonstrando ser um fator tão importante quanto a quantidade de total de gordura corporal em termos de saúde. Pessoas com maior acúmulo de gordura na região abdominal (≥ 102 cm para homens e ≥ 88 cm para mulheres) encontram-se mais vulneráveis em apresentar doenças como hipertensão, doença coronariana, diabetes e outras enfermidades (GUEDES, 1994; NIEMAN, 1999). Antes que sejam apresentadas algumas evidências que venham a comprovar as hipóteses para o problema desta pesquisa, considera-se importante que se faça alguns comentários acerca da problemática que motivou este trabalho. Em relação a esses índices, Pollock (1993) cita a existência de vários métodos laboratoriais e de campo para estimar a densidade corporal e/ou percentual 11 de gordura (%G). Dentre eles, o mais usado é o antropométrico, devido ao fato de ser um método de campo que requer equipamentos de baixo custo, por possibilitar a mensuração de um grande número de sujeitos em pouco tempo, (POLLOCK, 1993). Pigatto & De Rose (1984), apontam que o estudo da composição corporal nos permite com maior facilidade definir a estrutura orgânica de um indivíduo e, a partir daí, observar as alterações produzidas por fatores, que atuam sobre este sistema, como a alimentação e a atividade física. É por intermédio do estudo da composição corporal, que se pode observar as alterações fisiológicas produzidas pelos programas de atividade física e/ou alimentares, oferecendo informações quanto a sua eficiência ou possíveis correções a serem efetuadas. A justificativa da realização desta pesquisa está no fato de que, como pode ser visto na literatura, a prática de atividade física é um dos principais fatores para o controle de peso e tem sido demonstrada como capaz de reduzir a obesidade, que pode provocar doenças, as quais comprometeriam a disponibilidade do efetivo, Pretende-se assim, com este estudo, verificar a correlação entre atividade física e a incidência de alterações na Composição Corporal (IMC, % de gordura, relação cintura quadril), a fim de identificar situações que possam desencadear doenças e baixar a disponibilidade para o trabalho. Em se tratando de uma instituição militar, acredita-se que a operacionalidade da tropa poderia ficar prejudicada no que tange à sua capacidade de pronta-resposta ao se perder mãode-obra especializada para enfermidades perfeitamente evitáveis. Acredita-se, também, que este estudo possa contribuir para identificar situações cuja prevenção poderá contribuir para redução de gastos com tratamentos de saúde. Assim, o estudo pretende responder ao seguinte problema: Como a prática de um programa regular de atividade física pode influenciar na composição corporal do efetivo? Acredita-se, portanto, que a relevância do desenvolvimento deste trabalho repouse no fato de que poderá proporcionar aos estudiosos e interessados no assunto uma visão mais nítida de aspectos técnicos registrados na bibliografia estudada e, assim, suscitar aplicação prática do conhecimento, tornando a rotina das pessoas mais envolvida com a prática de atividades físicas. O estudo poderá despertar mesmo naqueles que dominam o assunto, a percepção da influência que os aspectos estudados têm sobre o condicionamento 12 físico; acredita-se que poderá despertar, também, o interesse de outros estudiosos em desenvolver trabalhos semelhantes, mas com enfoque exclusivo em fatores tais como IMC e outros. A literatura estudada apresenta argumentos que nos levam a perceber que a prática de atividade física é um dos principais fatores para o controle de peso e tem sido demonstrada como capaz de reduzir a obesidade podendo evitar, assim, o comprometimento da disponibilidade do efetivo. O foco do estudo foi o risco do sedentarismo e sua relação com índices de obesidade e doenças crônicas nas populações, fundamentado em levantamento de literatura científica, buscando comprovar a correlação entre a melhora da composição corporal através da atividade física regular e a diminuição de obesidade e suas conseqüências. Assim, o estudo exigiu o emprego de aspectos metodológicos específicos, identificados em literatura especializada, cujos detalhes, uma vez conhecidos, poderão proporcionar ao leitor um melhor entendimento da pesquisa como um todo. 13 3 ASPECTOS DA INVESTIGAÇÃO. 3.1 TIPOLOGIA DO ESTUDO A pesquisa bibliográfica, então, objetivou identificar os componentes envolvidos com a composição corporal, caracterizar a obesidade e relacioná-la com fatores de risco, principalmente o sedentarismo. Os materiais utilizados foram livros, artigos científicos e dissertações. As fundamentações teóricas que deram sustentação a esse relatório de pesquisa baseiam-se em alguns conceitos levantados nos estudos de Pollock e colaboradores, em que se correlaciona atividade física, obesidade e o aumento do risco para ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, cardiopatias e hipertensão arterial, que leva à morbidez e morte. Ressaltando que, para o emagrecimento, o fator mais importante é o balanço calórico negativo, assim qualquer atividade física contribui para esse objetivo. De acordo com Pollock (1993), existe confirmada associação entre condicionamento físico e sedentarismo, sendo que os sedentários desenvolvem obesidade e outras doenças secundárias que podem afetar seriamente sua saúde e aptidão física. Este autor cita que a composição corporal guarda grande associação com o nível de saúde do ser humano, apresentando uma grande relação tanto entre o excesso de gordura corporal quanto da maneira como essa gordura encontra-se distribuída no corpo e os riscos de desenvolvimento de doenças coronarianas e outras relacionadas ao excesso de peso. Excesso de peso é definido, simplesmente, como aquela condição em que o peso de um indivíduo excede à média da população, tomando por base a estatura, sexo e biótipo (POLLOCK e WILMORE, 1993). E obesidade é um acúmulo excessivo de gordura corporal (MCARDLE, KATCH e KATCH, 1991). O importante não é o peso, mas o percentual de gordura corporal. Isso torna bastante claro o fracionamento do peso corporal em um sistema de dois componentes: Massa Corporal Magra (isenta de gordura) e Gordura Corporal (GUEDES, 1994). De acordo com vários autores (Bouchard & Blair, 1999; Flegal, 1999; Guedes & Guedes, 1998, Hill & Melanson, 1999), há evidências suficientes de que a 14 obesidade é, atualmente, um dos mais graves problemas de saúde pública e que, indiferentemente do nível de desenvolvimento dos países, ocasiona uma condição de epidemia global. Uma interpretação cautelosa do índice de massa corporal (IMC) deve ser feita como uma medida direta do grau de gordura, porque as regras do IMC podem implicar que quanto maior o IMC, maior será o %G; este pode não ser o caso de indivíduos com grande quantidade de massa magra, (POLLOCK, 1993). Segundo Pollock (1993), a maioria das avaliações para determinar a composição corporal, se faz por métodos antropométricos. Desse modo é possível uma estimativa adequada da composição corporal, pela antropometria que avalia a espessura das dobras cutâneas, circunferências e diâmetros, quer isoladamente ou em combinação. A análise da composição corporal é a quantificação dos principais componentes estruturais do corpo humano. O tamanho e a forma corporais são determinados basicamente pela carga genética e formam a base sobre a qual são dispostos, em proporções variadas, os três maiores componentes estruturais do corpo humano: osso, músculo e gordura. Esses componentes são também as maiores causas da variação da massa corporal (MALINA, 1969). De acordo com Ross apud Rocha (1995), a ciência responsável pela avaliação física é a cineantropometria, constituindo-se na aplicação de técnicas para medir o tamanho, forma, proporção, composição, maturação e crescimento com o objetivo de ajudar a entender o movimento humano no contexto do crescimento, exercício, performance e nutrição com aplicação direta na medicina. Os objetivos da cineantropometria na educação física são: avaliar o estado do indivíduo ao iniciar um programa de atividade física; impedir que a atividade física seja um fator de agressão; acompanhar o progresso do indivíduo; estabelecer e reciclar o programa de treinamento, visando à individualização do trabalho (ROCHA, 1995). Para Fernandes Filho (2003) antropometria é a ciência que estuda e avalia o tamanho, o peso e as proporções do corpo humano, através de medidas de rápida e fácil realização, não necessitando equipamentos sofisticados e de alto custo financeiro. As medidas antropométricas devem obedecer a uma metodologia definida para que os resultados possam ser utilizados por outros autores. 15 De acordo com Pollock, (1993) a antropometria apresenta informações valiosas para a predição e a estimação dos vários componentes corporais. Partindose desses aspectos, pode-se perceber a importância da realização de um trabalho de avaliação da composição corporal. Tal importância se deve ao fato que o peso corporal isoladamente não pode ser considerado um bom parâmetro para identificar se há excesso ou déficit dos componentes corporais ou, principalmente, para identificar as alterações nas quantidades desses componentes decorrentes de um programa de exercícios físicos. Conforme Harrison (2006), as características hereditárias dos indivíduos contribuem para agravar determinadas situações, aumentando a tendência ao desenvolvimento da obesidade. Segundo o mesmo autor, também é fundamental considerar o estilo de vida, sendo o sedentarismo, por exemplo, um importante fator predisponente para a instalação de diversos agravos à saúde que, no caso particular do profissional da atividade aérea, já é influenciada pelo próprio ambiente de trabalho. O American College of Sports Medicine apud Nieman (1999) afirma que indivíduos que praticam atividade física desenvolvem uma composição corporal ideal, melhoram seus níveis energéticos básicos e se colocam no grupo com menor risco de desenvolver doença cardíaca, diabetes, câncer, osteoporose e outras doenças crônicas. Baseado em diversos estudos, conforme afirma Nieman (1999), os componentes da aptidão física relacionados à saúde são: a resistência cardiorrespiratória, a aptidão músculo-esquelético (força e resistência muscular e flexibilidade) e uma composição corporal ideal. O autor afirma, ainda, que todos eles são mensuráveis, ou seja, pode-se medir e classificar a aptidão física a partir da aferição de cada componente separadamente. Fernandes Filho (2003) comenta que a mensuração das dobras cutâneas, por ser uma técnica simples, pouco onerosa e de fácil manuseio e, sobretudo, por apresentar resultados com alta fidedignidade, correlacionando-se otimamente com técnicas mais sofisticadas, tem sido o método preferido pelos pesquisadores na área do exercício físico e nos esportes. Segundo McARDLE, KATCH & KATCH (1996), a lógica para a medida das pregas cutâneas baseia-se no fato de que aproximadamente metade do conteúdo 16 corporal total da gordura, fica localizada nos depósitos adiposos existentes diretamente debaixo da pele e essa está diretamente relacionada com a gordura total, desta forma, a medida da espessura de dobras cutâneas em determinados locais do corpo, pode ser um bom subsídio para a predição da quantidade de gordura corporal. Para nossa realidade diária, com valores confiáveis e custo operacional baixo, deveria ser utilizada a técnica das dobras cutâneas, utilizando um compasso específico ou então medidas das circunferências usando uma trena metálica. Outros procedimentos para uma avaliação da adiposidade total e regional são o índice de massa corporal (IMC) e a relação cintura/ quadril (RCQ), (FERNANDES FILHO, 2003). Harrison (2006) informa que a estimativa da densidade corporal, gordura corporal relativa (%G) ou massa livre de gordura a partir de combinações de peso, altura, diâmetros ósseos e circunferências, podem ser generalizadas ou específicas para determinados grupos populacionais. Da relação massa, expressa em quilogramas, dividida pelo quadrado da estatura, em metros, obtêm-se o (IMC). Este índice é freqüentemente utilizado em estudos epidemiológicos, em saúde pública e na área clínica como preditor de sobrepeso e obesidade, devido a sua fácil aplicação e, tem demonstrado elevadas correlações com o risco de mortalidade e doenças crônico-degenerativas (Bray, 1990). Embora não seja uma medida direta da adiposidade, o IMC, ainda é o método mais usado para se avaliar a obesidade, (HARRISON, 2006). Pollock (1993), enfoca a necessidade da avaliação clínica para que os integrantes de um programa de atividades físicas possam dele participar com segurança, além de promover a monitoração individual do condicionamento físico e servir como base para futuras comparações. O mesmo autor afirma que o exame médico classifica o indivíduo segundo suas condições de saúde, e fornece uma estimativa do risco para o desenvolvimento de alguma patologia. Guedes (1994) informa que o excesso de gordura corporal seja na forma andróide ou ginóide, ocorrem devido à ação de mecanismos metabólicos, estes processos funcionam de forma mais ativa quando há acúmulo calórico no organismo, este provocado, principalmente, pela alimentação inadequada e pelo sedentarismo. 17 Estes autores, utilizados nesta pesquisa, apresentaram estudos que objetivaram avaliar os fatores de riscos ligados à atividade aérea e sua implicação para o desempenho desta atividade profissional. Enfatizaram, principalmente, a relação entre obesidade e sedentarismo através da avaliação da composição corporal e, por esse motivo, embasam o desenvolvimento da presente pesquisa. 18 4 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 4.1 UTILIZAÇÃO DAS MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS Avaliação Antropométrica mensura as características físicas do indivíduo e representa o método mais utilizado para avaliação da composição corporal pela sua aplicabilidade tanto no laboratório como no campo, na área clínica e em estudos populacionais, sua simplicidade e o baixo custo dos equipamentos contribuem para sua popularidade, (GUEDES, 1994). Roche (1999) atribui a estas vantagens a utilização de medidas antropométricas em estudos com grandes amostras populacionais, que podem proporcionar estimativas nacionais e dados para a análise de mudanças seculares. Através de medidas antropométricas é possível fazer acompanhamento de alterações de medidas corporais decorrentes da prática de exercícios físicos e dietas, proporcionado dados de grande valia para os profissionais que atuam nestas áreas, (GUEDES, 1994). Este acompanhamento pode ser realizado simplesmente pela observação da alteração das medidas em valores absolutos ou através da utilização das mesmas em modelos matemáticos, equações, que têm a finalidade de estimar a composição corporal (FERNANDES FILHO, 2003). Os valores obtidos com as medidas antropométricas podem ser utilizados tanto se considerando seu valor absoluto quanto em equações de predição dos diferentes componentes corporais ou em índices corporais que se relacionam com o estado nutricional ou de saúde do avaliado. Em se tratando de composição corporal, as medidas antropométricas mais comumente utilizadas são as espessuras de dobras cutâneas (GUEDES & GUEDES, 1998). Como alternativa à utilização de equações vindas de outros países, GUEDES (1994) e PETROSKI (1995), produziram equações de predição de densidade corporal com base em estudos realizados em população brasileira, porém nos dois estudos os sujeitos eram do sul do país, e é preciso ficar claro que num país de dimensões continentais e com grande miscigenação de etnias, além das 19 diferenças climáticas e de hábitos alimentares, como o Brasil, não podemos considerar que uma única equação possa ser utilizada para toda a população brasileira, o que sugere a necessidade de novos estudos envolvendo indivíduos de outras localidades do país. 4.1.1 Percentual de gordura A relação entre o percentual de gordura (%G) e massa muscular que compõem o corpo humano. A composição corporal é um dos componentes da aptidão física e consiste no somatório dos diversos componentes do organismo, sua avaliação é um importante fator na determinação do estado nutricional de um indivíduo e de uma população. É por intermédio do estudo da composição corporal, que se pode observar as alterações fisiológicas produzidas pelos programas de atividade física e/ou alimentares, oferecendo informações quanto a sua eficiência ou possíveis correções a serem efetuadas (GUEDES, 1994). Dentre as técnicas não-invasivas existentes, esta pesquisa se restringirá a abordar aspectos relacionados à técnica antropométrica das dobras cutâneas (DC), que segundo Rocha (1995), é o método mais prático para a avaliação da composição corporal, a simplicidade dessa medida fez com que o método fosse prontamente difundido. A dobra cutânea é uma medida que visa avaliar, indiretamente, a quantidade de gordura contida no tecido celular subcutâneo e, a partir daí, pode-se estimar o %G, em relação ao peso corporal do indivíduo (MATSUDO, 1987). Wilmore (1993), corrobora afirmando ser esta técnica amplamente utilizada para determinar a composição corporal em diferentes tipos de população. Por ser uma técnica de baixo custo operacional, é muito bem difundida no meio clínico, esportivo e na pesquisa científica (Wilmore & Behnke, 1969). A dobra cutânea é uma medida que visa avaliar, indiretamente, a quantidade de gordura contida no tecido celular subcutâneo e, a partir daí, pode-se estimar a proporção de gordura (porcentagem) em relação ao peso corporal do indivíduo (MATSUDO, 1987). Os valores de DC são encontrados utilizando-se o Compasso de Dobras Cutâneas (FERNANDES FILHO, 2003), ainda de acordo com o mesmo autor 20 observa-se que estas medidas, a dos diâmetros ósseos e das circunferências (perímetros) são as técnicas antropométricas mais utilizadas para estimar a composição corporal. Segundo Guedes, (1994) a gordura corporal não se distribui no corpo de maneira uniforme, portanto as medições das dobras cutâneas devem ser realizadas em pontos diversos do corpo para que seja obtido um resultado mais próximo da quantidade real da gordura corporal total (G%). Esse método indica, ainda, como a gordura se distribui nas diversas áreas anatômicas do corpo, promovendo um estudo topográfico da gordura corporal (POLLOCK & WILMORE, 1993). Considerando que os componentes corporais que sofrem maior influência da atividade física e de dietas são a massa muscular e a gordura, a tendência de estudos nessa área tem sido a de fracionar o peso corporal em dois compartimentos: massa de gordura e massa corporal magra, o que atende perfeitamente aos objetivos e necessidades atuais no controle e prevenção da obesidade, (GUEDES, 1994). Diversos valores referentes aos padrões ideais de % G são encontrados na literatura. Cada autor determina um padrão, mas basicamente seguem um consenso. Como por exemplo, Pollock e Wilmore (1993), recomendam que o (%G) não deve ultrapassar 20% para homens e 27% para as mulheres, acima destes valores considera-se que há uma quantidade de gordura excessiva. Em relação ao (%G), avaliado Powers e Howley (2000) indicam uma faixa de 10% a 20% como objetivo ideal para homens adultos, e de 15% a 25%, para mulheres adultas. Heyward e Stolarzacyk (1986 apud PITANGA, 1998), indicam como níveis de gordura corporal de até 15% para homens e de até 23% para mulheres. Valores acima de 25% para homens e acima de 30% para mulheres são considerados como obesidade. Nieman (1999) apresenta como valores de (%G) para um corpo saudável valores inferiores a 15% para homens e 23% para mulheres. Para Nahas (1995), o percentual de gordura ideal para homens é de 13% e para mulheres 20%. Considera-se obeso o homem que exceda 20% e a mulher exceda 30% de gordura corporal. 21 Petroski (1995), encontrou um percentual de gordura de 18,14% para homens e 23,18% para mulheres. Morehouse & Miller (1978), apresentam os valores de 18% e 28% de gordura corporal para homens e mulheres, respectivamente. E, finalmente para Guedes & Guedes (1998), os valores não são universalmente convencionados, embora, acrescentam os autores, que na literatura vamos observar que homens com mais de 20% do peso corporal como gordura e mulheres com mais de 30%, podem ser consideradas obesas. A escolha do autor e da classificação ocorre de acordo com a pesquisa. Petroski (1995), aponta que os métodos de campo para estimar a composição corporal através de técnicas antropométricas, que avalia massa corporal, estatura, medida de dobras cutânea, circunferências e diâmetros, são bastante utilizados e apresentam vantagens tais como: uma boa relação das medidas antropométricas com a densidade corporal obtida através dos métodos laboratoriais, equipamentos com baixo custo financeiro e ocupação de pequeno espaço físico, facilidade e rapidez na coleta de dados e a não invasividade do método. Pollock, (1993), frisa que as medidas das dobras cutâneas demoram aproximadamente 5 minutos. Normalmente são utilizadas de 3 a 8 locais de medida, sendo que 3 são suficientes para nos dar uma visão significativa do componente de gordura subcutânea. As dobras cutâneas mais utilizadas são as localizadas nas regiões do tríceps, subescapular, supra-ilíaca, abdominal e da coxa, (GUEDES, 1994). Heyward & Stolarczyk (2000) para facilitar a compreensão da importância da composição corporal para a saúde e para a prescrição de programas de exercícios, destacando as suas principais aplicações, da seguinte forma: a) Para identificar riscos à saúde associados a níveis excessivamente altos ou baixos de gordura corporal total; b)Para identificar riscos à saúde associados ao acúmulo excessivo de gordura intra-abdominal (gordura visceral); c)Para proporcionar entendimento sobre riscos à saúde associados à falta ou ao excesso de gordura abdominal; d)Para monitorar mudanças na composição corporal associadas a certas doenças; 22 e)Para avaliar as intervenções nutricionais e de exercícios físicos na alteração da composição corporal; f)Para estimar o peso corporal ideal de atletas e não-atletas; g)Para formular recomendações dietéticas e prescrições de exercícios físicos; h)Para monitorar mudanças na composição corporal associadas ao crescimento, desenvolvimento, maturação e idade. São apresentadas na literatura dezenas de equações de predição de densidade ou de %G a partir da medida da espessura de dobras cutâneas, sendo que as mais utilizadas no Brasil são: DURNIN & WOMERSLEY (1974); FAULKNER (1968); GUEDES (1985); JACKSON & POLLOCK (1978); JACKSON, POLLOCK & WARD (1980); PETROSKI (1995). No COMAER a composição corporal é avaliada pelo método de dobras cutâneas, utilizando a equação de Jason & Pollock (1980) de três dobras para homens e mulheres. Sendo, também, utilizada a medição de circunferências cintura/quadril para a verificação da distribuição da gordura corporal. 4.1.2 Índice de massa corporal O índice de massa corporal (IMC), termo proposto por Keys e associados em 1972, é considerado o mais popular índice de estatura e peso, e usado com respeito à aptidão física e ao grau de obesidade de uma pessoa(GUEDES, 1994). O IMC não diferencia peso de gordura, de peso livre de gordura. Devido a este fato não é sensível às respectivas contribuições de massa muscular e gordurosa ao peso corporal total (FERNANDES FILHO, 2003). A forma mais amplamente recomendada para avaliação do peso corporal em adultos é o IMC, recomendado inclusive pela Organização Mundial da Saúde(OMS). Esse índice é calculado dividindo-se o peso do paciente em kilogramas (Kg) pela sua altura em metros elevada ao quadrado, (IMC = kg/m²). O valor assim obtido estabelece o diagnóstico da obesidade e caracteriza, também, os riscos associados. Segundo Pollock (1993) nos dados das tabelas da Metropolitan Life, o IMC do ponto médio para todas as estaturas e compleições, entre homens e mulheres, vai de 19-26 kg/m². 23 O IMC tem sido tradicionalmente utilizado em estudos clínicos e epidemiológicos, como instrumento para identificar sobrepeso e obesidade. Pollock (1993) salienta que índices ponderais têm sido pouco utilizados, pela crença de que tais índices, por não fracionarem a massa corporal em compartimentos, podem provocar resultados falso-negativos ou falso positivos. Para Himes & Dietz, (1990), O IMC apesar de não discriminar massa de gordura e massa livre de gordura, tem sido considerado como bom indicador de sobrepeso e obesidade apresentando importante correlação com medidas de dobras cutâneas Deve-se atentar para a possibilidade de ocorrência de resultados falso positivos (em indivíduos com grande massa muscular e óssea e baixo percentual de gordura), e falso-negativos (em indivíduos com baixa massa muscular e óssea e alto percentual de gordura), (Heyward, 2000; Ricardo & Araújo, 2002). Conforme Revicki & Israel, (1986). os resultados falso-positivos seriam esperados em grupos de indivíduos ativos, portanto, com massa livre de gordura provavelmente aumentada e os falso-positivos seriam mais prováveis em grupos pouco ativos e com pequena massa livre de gordura. McARDLE (1998) esclarece que há alguns problemas em usar o IMC para determinar se uma pessoa está acima do peso. Por exemplo, pessoas musculosas podem tem um Índice de Massa Corporal alto e não serem obesas. Outro problema é a influência, ainda não suficientemente estudada, que as diferenças raciais e étnicas têm sobre o Índice de Massa Corporal. De acordo com Guedes (1994) ao se utilizar o IMC, sem considerar diferenças no sexo, idade, nível de atividade física e quantidade de massa livre de gordura, e utilizando os mesmos pontos de corte (25 e 30 kg/m2), a avaliação pode ficar comprometida à avaliação. O autor ressalta, ainda, que antes de tudo o IMC é apenas um indicador, e não determina de forma inequívoca se uma pessoa está acima do peso ou obesa. A grande limitação do IMC é que seu cálculo se baseia em apenas duas variáveis (peso e altura) desconsiderando a massa magra, a idade e o sexo da pessoa. De qualquer forma, o IMC ainda tem sido usado, pela sua simplicidade, como um método prático e rápido de se identificar, em pessoas adultas, o risco de aumentar a incidência de mortalidade e outras doenças, POLLOCK (1993). 24 São sugeridos pela literatura científica limites para a consideração de peso normal e obeso, e sabe-se que esses limites, por muitas vezes remetem-se a consultas em tabelas de peso-estatura, relacionados à idade. Dentre estes limites, o IMC foi aceito como sendo o mais representativo na relação entre a estatura e peso corporal, POLLOCK (1993). O IMC classifica os indivíduos, conforme a tabela 1. Tabela 1 – Classificação de peso pelo IMC Classificação IMC (kg/m²) Risco de co-morbidade Peso normal 18,5 - 24,9 Baixo Sobrepeso 25,0 a 29,9 Pouco aumentado Obeso I 30,0 a 34,9 Moderado Obeso II 35,0 a 39,9 Grave Obeso III ≥40,0 Muito grave Fonte: FERREIRA e GROSS, 2003. 4.1.3 Índice de relação cintura-quadril Estudos recentes apontam que a distribuição da gordura no corpo apresenta uma estreita relação com complicações metabólicas e funcionais (GUEDES, 1994), demonstrando ser um fator tão importante quanto a quantidade de total de gordura corporal em termos de saúde. Pessoas com maior acúmulo de gordura na região abdominal (≥ 102 cm para homens e ≥ 88 cm para mulheres) encontram-se mais vulneráveis em apresentar doenças como hipertensão, doença coronariana, diabetes e outras enfermidades (GUEDES, 1994; NIEMAN, 1999; FERNANDES FILHO, 2003). 25 O método antropométrico alternativo para análise da composição corporal consiste nas medidas de perímetros em regiões específicas do corpo. Em princípio, medidas de perímetros apresentam as mesmas vantagens de simplicidade, facilidade e aceitabilidade das espessuras de dobras cutâneas; contudo, tem sido demonstrada sua fragilidade como variável preditora da quantidade de gordura corporal em razão de suas dimensões incluírem outros tecidos e órgãos além do tecido adiposo. A relação da cintura para o quadril (RCQ) é Calculada dividindo a medida da circunferência de cintura (cm) pela do quadril (cm). A distribuição do tecido adiposo em diferentes espaços anatômicos tem implicações importantes para morbidade. Especificamente, a gordura intraabdominal e subcutânea abdominal são mais importantes que a gordura subcutânea presente nas nádegas e nos membros inferiores. O modo mais fácil de fazer essa distinção é determinando a razão cintura/quadril. Um número maior que 0,9 em mulheres ou maior 1 em homens é considerado anormal, (HARRISON, 2006). A obesidade abdominal vem sendo demonstrada como a ponta do iceberg para várias doenças, dentre elas a síndrome metabólica, que congrega os diagnósticos de hipertensão arterial, dislipidemia, hiperglicemia e aumento da cintura abdominal, que por sua vez é uma das principais causas de doenças cardiovasculares (HARRISON, 2006). O %G e o IMC não são um indicador suficiente da gravidade do excesso de peso, uma vez que o tipo de distribuição da gordura, ou seja, a sua deposição no abdome, é mais perigosa para a saúde do coração (RIBEIRO FILHO et al, 2006). Essa gordura abdominal pode ser subcutânea ou visceral (intra-abdominal), sendo esta última a mais relacionada com doenças cardiometabólicas e ateroscleróticas. Estudos recentes apontam que a distribuição da gordura no corpo apresenta uma estreita relação com complicações metabólicas e funcionais (CAMPAIGNE 1990 apud GUEDES, 1994), demonstrando ser um fator tão importante quanto a quantidade de total de gordura corporal em termos de saúde. Pessoas com maior acúmulo de gordura na região abdominal (≥ 102 cm para homens e ≥ 88 cm para mulheres) encontram-se mais vulneráveis em apresentar doenças como hipertensão, doença coronariana, diabetes e outras enfermidades (NIEMAN, 1999;). 26 Estudos demonstram que indivíduos habitualmente empenhados em atividades intensas possuem menor relação cintura-quadril e menor quantidade de gordura subcutânea. Dependendo do segmento corporal no qual há predominância da deposição gordurosa, a obesidade pode ser classificada em: - Andróide, na qual o paciente apresenta uma forma corporal tendendo a maçã. Está associada com maior deposição de gordura visceral e se relaciona intensamente com alto risco de doenças metabólicas e cardiovasculares (Síndrome Metabólica); - Ginóide, na qual a deposição de gordura predomina ao nível do quadril, fazendo com que o paciente apresente uma forma corporal semelhante a uma pêra. Está associada a um risco maior de artrose e varizes. Essa classificação, por definir alguns riscos, é muito importante e por esse motivo fez com que se criasse um índice denominado Relação Cintura-Quadril, que é obtido pela divisão da circunferência da cintura abdominal pela circunferência do quadril do paciente. De uma forma geral se aceita que existem riscos metabólicos quando a Relação Cintura-Quadril seja maior do que 0,9 no homem e 0,8 na mulher. A simples medida da circunferência abdominal também já é considerado um indicador do risco de complicações da obesidade, sendo definida de acordo com o sexo do paciente (HARRISON, 2006). Sugere-se a utilização das medidas de perímetros para análise da composição corporal quando o objetivo é reunir informações direcionadas ao padrão de distribuição regional da gordura corporal. Certa preocupação relativamente ao padrão de distribuição regional da gordura corporal justifica-se em razão da estreita associação observada entre algumas complicações para a saúde decorrentes de disfunções metabólicas e cardiovasculares e do maior acúmulo de gordura na região central do corpo, independentemente da idade e da quantidade total de gordura corporal (GUEDES, 2004). 27 5 APRESENTAÇÃO DA ANÁLISE 5.1 ATIVIDADE FÍSICA E OBESIDADE Define-se como atividade física qualquer movimento corporal produzido pela musculatura esquelética que requeira gasto energético, ou seja, qualquer atividade motora, como caminhar, lavar roupa, subir escadas etc. Nas sociedades modernas, muitas pessoas possuem um nível de atividade física menor do que o necessário para a manutenção de uma boa saúde, o que é denominado sedentarismo, e este tem sido caracterizado como um fator de risco independente para o desenvolvimento das doenças cardiovasculares(FERNANDES FILHO, 2003). A mudança de estilo de vida, com o aumento da atividade física e a melhora da condição física reduz o risco de obesidade(FERNANDES FILHO, 2003). Este autor, também, refere que o excesso de gordura corporal, seja na forma andróide ou ginóide, ocorre devido à ação de mecanismos metabólicos, que funcionam de forma mais ativa quando há acúmulo calórico no organismo, provocado, principalmente, pela alimentação inadequada e pela inatividade física. 28 6 CONCLUSÃO São sugeridos pela literatura científica limites para o peso corporal, relacionados a tabelas de peso-estatura e à idade. Dentre estes limites, o IMC é aceito como sendo o mais representativo na relação entre a estatura e peso corporal, POLLOCK (1993). Segundo Pollock (1993) sedentarismo está diretamente relacionado com aumento da massa gordurosa no organismo. Acredita-se, então, que a realização de atividade física regular possa ser a responsável pela redução de peso obtida. A distribuição do tecido adiposo em diferentes espaços anatômicos tem implicações importantes para morbidade. O IRCQ caracteriza os tipos de distribuição de gordura corporal. Conforme Guedes (1994), pesquisas atuais apontam para o fato de que a distribuição da gordura no corpo apresenta uma estreita relação com complicações metabólicas e funcionais demonstrando ser um fator tão importante quanto a quantidade de total de gordura corporal em termos de saúde, aspectos considerados segundo a relação cintura-quadril. Pessoas com maior acúmulo de gordura na região abdominal (≥ 102 cm para homens e ≥ 88 cm para mulheres) encontram-se mais vulneráveis em apresentar doenças como hipertensão, doença coronariana, diabetes e outras enfermidades (GUEDES, 1994; NIEMAN, 1999; FERNANDES FILHO, 1999). Os resultados apresentados pela pesquisa desenvolvida confirmam a observação de Guedes (1994), segundo o qual o hábito da prática de atividades físicas pode favorecer, também, a melhor disposição quanto à distribuição; anatômica da gordura corporal, impedindo que haja maior concentração nas regiões centrais do corpo. Wilmore (1993), confirma a contribuição do estilo de vida sedentário, para o aparecimento de novas patologias, dizendo que as funções corporais e os sistemas orgânicos se harmonizam de forma consistentemente perfeita e delicada, e a quebra dessa harmonia fará com que todo organismo sofra. Ele continua seu trabalho, afirmando que existe todo um conjunto de evidências que demonstram que a inatividade física e a condição cada vez mais sedentária de nossas existências 29 representam uma séria ameaça ao nosso corpo, provocando grave deterioração das funções corporais normais. Segundo Harrison, 2006 a obesidade, atualmente representa um problema clínico insidioso e favorece o aparecimento de todas as doenças crônicas não transmissíveis, caracterizando-se como doença dispendiosa, de alto risco, evolução crônica, reincidente, de caráter epidêmico, que atravessa fronteiras e afeta milhões de pessoas sem respeitar idade e sexo. Como já foi demonstrado no discorrer das explanações contidas no presente texto, é cada vez maior a preocupação relativa às patologias secundárias à obesidade em todo mundo, uma vez serem estas as responsáveis pelas maiores estatísticas de óbito no nosso meio e em outros países, em todas as camadas sociais. Existe uma forte relação entre o sedentarismo e o risco de desenvolver obesidade. Essa constatação tem sido amplamente comprovada através de inúmeros estudos científicos nas mais diversas áreas da ciência médica: fisiologia do exercício, cardiologia, endocrinologia, etc. As fundamentações teóricas que deram sustentação a esse trabalho baseiam-se nos clássicos conceitos levantados nos estudos de Pollock, em que se correlaciona composição corporal, atividade física, obesidade e o aumento do risco para ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis como diabetes, cardiopatias e hipertensão arterial, que leva à morbidez e morte. A importância da realização desta pesquisa sustenta-se no fato de que, como pode ser visto na literatura, a prática de atividade física regular é um dos principais fatores para o controle de peso e tem sido demonstrada como capaz de reduzir a obesidade, que pode provocar doenças, as quais comprometeriam a disponibilidade do efetivo. Assim, foi traçado um breve histórico sobre a utilização da antropometria e seu estabelecimento como parâmetro de avaliação de condicionamento físico. Os aspectos metodológicos do trabalho foram abordados, sendo descritos os procedimentos e as técnicas, o universo da pesquisa, a abrangência temporal, o tipo de pesquisa e os instrumentos utilizados. Em seguida, foi apresentado o autor utilizado como referencial teórico e realizada uma revisão da literatura com o objetivo de caracterizar os componentes da composição corporal e a utilização das medidas antropométricas como forma de 30 mensuração, além de realizar uma apreciação sobre a obesidade e suas implicações. Adicionalmente, foram feitas considerações sobre fatores relacionados aos hábitos pessoais que possivelmente estariam relacionados com o desenvolvimento do aumento do tecido gorduroso. Finalmente, os dados colhidos foram apresentados e analisados, possibilitando o desenvolvimento da conclusão. Observou-se neste estudo que a obesidade é uma patologia cujas características nos levam a crer que seja plenamente passível de ser evitada, visto estar diretamente ligada a hábitos prejudiciais que podem ser modificados. Pelos resultados encontrados, verifica-se que a manutenção da composição corporal dentro dos limites considerados como referência de normalidade foi o fator que mais influenciou na diminuição de excesso de peso e obesidade. Finalmente, acredita-se que as conclusões alcançadas com este relatório de pesquisa comprovem que o sedentarismo influencia diretamente na incidência de obesidade e que a composição corporal acima dos padrões de referência possa ser o fator mais relevante para esta incidência. Acredita-se, também, que este estudo possa ser o início de uma mudança de hábitos podendo servir como base para a realização de novas pesquisas nesta área. "A saúde é conservada pelo conhecimento e observação do próprio corpo." 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