FLUXOGRAMA
DE CONDUTAS
MÉDICOADMINISTRATIVAS
DIANTE DE
TRABALHADORES
COM QUEIXAS
DE DOR
NOS MEMBROS
SUPERIORES
Hudson Couto – Out 2006
Distinção Fundamental
Discomfort
 Ilness
 Disorder
 Injury
 Disease

DESCONFORTO
SOFRIMENTO
DISTÚRBIO
LESÃO
DOENÇA
Os 9 Perfis de Trabalhadores com
Queixas de Dor em Membros
Superiores
Quadros objetivos e não complicados,
que podem ou não ser relacionados ao
trabalho
1- Queixas nítidas e localizadas, associadas
a alguma sobrecarga funcional, sem
acometimento orgânico- (sofrimento,
distúrbio)
2- Queixas musculares pouco nítidas e
difusas, associadas a sintomatologia de
estresse e tensão (sofrimento, distúrbio)
3- Quadros Específicos (lesões)
Quadros complexos –que podem ou não
estar relacionados com o trabalho, mas com
interferências diversas
4- Queixas de dor potencializadas por
fermentação social ou médica; ou por
postura negativista em relação ao retorno
ao trabalho (sofrimento, distúrbio, lesão)
5-Queixas de dor ligadas a iatrogenia nítida
– no diagnóstico ou no tratamento (lesão)
Quadros clínicos não
relacionados ao trabalho
6- Queixas musculares difusas, não objetivas,
relacionadas a doenças sistêmicas, estilo de vida
ou efeitos de medicamentos
7- Queixas músculo-esqueléticas por alterações
estruturais, envelhecimento e traumatismos
prévios
8- Queixas de dor associadas a quadro psíquico
importante
9- Em busca de ganho secundário
Objetivos da Conduta MédicoAdministrativa
Atender precocemente à queixa de dor
 Evitar que o trabalhador tenha agravamento ou
cronificação do quadro
 Garantir o retorno à mesma função, com os fatores
desencadeantes corrigidos
 Evitar a prática da área gerar problemas para outras
 Afastar do trabalho o menor tempo possível
 Evitar que casos não ocupacionais sejam tratados como
tal
 Evitar problemas para o médico do trabalho

TRABALHADOR QUEIXA-SE
DE DOR-MEMB.SUPERIORES
Altamente desejável:
MAPEAMENTO
ERGONÔMICO com
definição clara de risco
TRABALHADOR QUEIXA-SE
DE DOR-MEMB.SUPERIORES
Altamente desejável:
MAPEAMENTO
Avaliação pelo
ERGONÔMICO com
Médico do
definição clara de risco
Trabalho
O exame
clínico é compatível não
com as queixas?
sim
Esclarecer ao
trabalhador
OUTRAS PROVIDÊNCIAS
-Simples orientação
-Suporte psicológico
-Documentação
-Reavaliação posterior
O trabalhador pede
a emissão da CAT?
sim
não
CASO ENCERRADO
Exame
compatível
O trabalhador
insiste na emissão
da CAT?
CASO ENCERRADO
não
sim
Há parceiros
capazes de suportar
atitude firme?
sim
- Reavaliar, com
ajuda da equipe
Pedir exames que
comprovem a
normalidade
-Documentar os
resultados
- Não emitir CAT
não
DISPONIBILIZAR PARA O TRABALHADOR
DOCUMENTAÇÃO DO CASO
(entregar sob protocolo)
Pede emissão de CAT?
A atividade
contém fatores biomecânicos que possam justificar a
queixa?
sim
não
OUTRAS PROVIDÊNCIAS
RELACIONADAS À
MEDICINA ASSISTENCIAL
- Afastamento previdenciário comum
Comunicação à área de fatores
agravantes para a devida
solução
Sobre o NEXO com a atividade:
(ACOEM, 2004- Occup.Med.Pract.Guidelines)





Associação temporal entre a exposição ou fator de
trabalho e o acometimento à saúde (exposição deve
preceder o distúrbio)
Forte associação (quão forte é o risco relativo
comparando trabalhadores expostos quanto não
expostos)
Dose-resposta
Consistência de associação com base em estudos
epidemiológicos (teste do quiquadrado)
Predição de trabalho naquela função com a predição de
problemas
Pede emissão de CAT?
A atividade
contém fatores biomecânicos que possam justificar a
queixa?
sim
não
OUTRAS PROVIDÊNCIAS
RELACIONADAS À
MEDICINA ASSISTENCIAL
- Afastamento previdenciário comum
Comunicação à área de fatores
agravantes para a devida
solução
-Garantir assistência médica competente
- Assumir o papel de TUTOR do caso
- Emitir CAT e afastar
- Entrosamento com INSS visando
reaproveitamento rápido
- Não perder o trabalhador de vista
O MT tem
condições de acom- não
panhar a evolução?
-Definir entre sofrimento,distúrbio ou lesão
sim
-Emitir CAT (mesmo sem afastamento-ativ.ergonomicamente
corrreta- sem horas extras, etc)
-Repouso (afastamento uma semana ou área sem
risco); -Assist médica competente; acompanhar evolução
Analisar a real necessidade de
emitir a CAT quando
Em sofrimento e distúrbio, sem lesão
 Ocorre regressão rápida dos sintomas, com o
afastamento da posição
 Na fase de pesquisa diagnóstica e diagnóstico
diferencial com patologias não ocupacionais

Quando não há suspeita de nexo com o trabalho
(a priori a atividade não é causadora
do distúrbio observado no ex. clínico)
 Nos quadros predominantemente
psicológicos não relacionados com
o trabalho e sem sinais objetivos
ao exame de membros superiores

Analisar a real necessidade de
emitir a CAT quando
Em sofrimento e distúrbio, sem lesão
 Ocorre regressão rápida dos sintomas, com o
afastamento da posição
 Na fase de pesquisa diagnóstica e diagnóstico
diferencial com patologias não ocupacionais

Quando não há suspeita de nexo com o trabalho
(a priori a atividade não é causadora
do distúrbio observado no ex. clínico)
Somente quando a
 Nos quadros predominantemente
equipe tem condições
de acompanhar de
psicológicos não relacionados com
perto a evolução do
o trabalho e sem sinais objetivos
quadro clínico
ao exame de membros superiores

Emitir a CAT imediatamente:






Na confirmação de doença ocupacional,
mesmo sem necessidade de afastamento
Sinais nítidos de inflamação
Não melhoria do quadro clínico com a
mudança de tarefa ou de exigência
biomecânica
Impossível exercer o trabalho sem aquela
exigência biomecânica
Após afastamento inicial não tiver havido
recuperação completa e houver confirmação
do nexo com o trabalho
Quando o trabalhador manifesta que não
gostaria de continuar exercendo o trabalho em
outra função (mesmo sem sobrecarga) – e
ainda não houver sido emitida a CAT
Altamente recomendado:
Equipe de Discussão
Dialética da Emissão de
CAT
Quando é pouco provável um nexo de
lesão com o trabalho:





Em lesões ocorridas pouco tempo após a
admissão do trabalhador
Em lesões bilaterais
Em situações em que o trabalhador possa
fazer sua própria regulação
Quando a exposição aos fatores de risco
biomecânico é intermitente
Quando o trabalhador trabalha pouco
durante o ano, com muitos afastamentos
por outros motivos, mesmo em situações
de exigência biomecânica
Mesmo nas situações anteriores:

Verificar, pelos dados epidemiológicos, se há outros casos semelhantes na
mesma área ou na mesma função; fazer comparativo de prevalência entre
a área em questão e as demais áreas da empresa, utilizando o teste
estatístico do quiquadrado

Procurar estudar com o trabalhador portador da queixa (e que muitas
vezes está alegando o nexo com o trabalho) característica de exposição
específica de alta intensidade num curto intervalo de tempo, coincidindo
com a queixa; certificar-se na área se realmente ocorreu tal exposição

Verificar se, embora seja uma tarefa de exposição intermitente, a mesma
não é dotada de esforços biomecânicos extremos, de altíssima intensidade
que, mesmo na existência de pausas, a intensidade do fator é suficiente
para causar problema

Fazer uma junta médica para firmar diagnóstico.
Pede emissão de CAT?
A atividade
contém fatores biomecânicos que possam justificar a
queixa?
sim
não
OUTRAS PROVIDÊNCIAS
RELACIONADAS À
MEDICINA ASSISTENCIAL
- Afastamento previdenciário comum
Comunicação à área de fatores
agravantes para a devida
solução
-Garantir assistência médica competente
- Assumir o papel de TUTOR do caso
- Emitir CAT e afastar
- Entrosamento com INSS visando
reaproveitamento rápido
- Não perder o trabalhador de vista
O MT tem
condições de acom- não
panhar a evolução?
-Definir entre sofrimento,distúrbio ou lesão
sim
-Emitir CAT (mesmo sem afastamento-ativ.ergonomicamente
corrreta- sem horas extras, etc)
-Repouso (afastamento uma semana ou área sem
risco); -Assist médica competente; acompanhar evolução
Houve
melhoria
completa?
sim
-Retorno ao trabalho em posição
ergonomicamente correta-Vigilância
não
-Acionar recursos assistenciais de confiança
- Esclarecimento detalhado ao trabalhador
- Completar afastamento para 15 dias (ou afastar)
- Reabrir CAT (se for o caso)
-Tratamento: recursos terapêuticos de 1.a linha
-Antiinflamatórios não esteróides
-Restrição de movimentos ; - calor e frio
-Orientação de AVD (atividades de vida diária)
-Não perder o trabalhador de vista
Houve
melhoria
completa?
não
-Retorno ao trabalho em posição ergonomicamente correta
sim -Vigilância
não
-Esclarecimento diagnóstico mais profundo
-Definir fatores supervenientes (clínicos, psicológicos, fora trab)
-Reavaliação do tratamento-considerando asp.psicológicos,
estresse e sociais
-Reavaliação tratamento médico: cirurgia? Infiltração corticóide?
Analgésico forte? Outras técnicas de alívio da dor?
- Manter trabalhando o máximo possível, sem risco de agravam.
-Não perder o trabalhador de vista
-Retorno ao trabalho-função
Ausência de inflamação
compatível com limitações
ou dor forte?estado psíquico
-Plano de acompanhamento
favorável?
sim médico-psicológico-social
Posturas quanto aos Aspectos Jurídicos
Postura de neutralidade (compromisso com a
ética e com o melhor conhecimento médico
disponível)
 Comprometer-se apenas com os casos em que
se julgue competente para ir até às últimas
conseqüências
 Exames demissionais: documentar de forma
sistemática os resultados
 Processos de reintegração ao trabalho: ater-se
aos achados do demissional e ser inflexível

Posturas quanto aos Aspectos Jurídicos
Perícias de processos de indenização pelo dano:
– Conhecer em profundidade a semiologia dos
membros superiores
– Aplicar manobras capazes de elicitar a dor
verificando consistência/inconsistência
– Ser inflexível no laudo; se necessário, redigir à
parte o questionamento ao laudo do perito
oficial
– Dominar conhecimento da legislação envolvida
 Compartilhar pareceres com colegas e praticar
interconsultas

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sofrimento, distúrbio, lesão