Ser Professor no Século XXI
A grande parte nos escapa
Narrativas de vida do profissional docente
Coletar opiniões dos professores da rede e ouvir múltiplas vozes da
memória de ser professor no século XXI.
Construir uma rede de narrativas de descobertas de linguagens capaz
de demonstrar a identidade do que seja “ser professor no século XXI.
. O que é ser professor no século XXI?
. A que distância os professores estão do professor do século XXI?
. Que novos arranjos educativos devem surgir para favorecer a
prática docente no século XXI?
Ao predizer o futuro, conta o passado, porém narra a história presente.
São narrativas das histórias de construção do sonho de ser professor.
4º Encontro Internacional RIO MÍDIA
Ser Professor no Século XXI
A identidade do ‘professor do Século XXI’ se
diferencia do que o professor não é ?
Ser professor é ser um não ‘professor do
Século XXI’?
“As identidades parecem invocar uma origem
que residiria em um passado histórico com o qual
elas continuariam a manter uma certa
correspondência . Elas têm a ver, entretanto, com
a questão da utilização dos recursos da história,
da linguagem e da cultura para a produção não
daquilo que nós somos, mas daquilo no qual nos
tornamos.” (Silva, 2007)
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Pensar no limite, pensar no intervalo,
como escrita dupla
As identidades são constituídas dentro e fora do discurso
que nós precisamos compreendê-las como produzidas em
locais históricos e institucionais específicos, no interior de
formações e práticas discursivas específicas, por
estratégias e iniciativas específicas.
As identidades emergem no interior do jogo de modalidades
específicas de poder e são, assim, mais o produto de
marcação da diferença e da exclusão do que o signo de
uma unidade idêntica, naturalmente constituída, de uma
identidade em seu significado tradicional – isto é , uma
identidade sem costuras, inteiriça, sem diferenciação
interna.
Silva, 1997
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A identidade não é uma essência; não é um dado
ou fato – seja de natureza, seja de cultura. A
identidade não é fixa, estável, coerente, unificada,
permanente. A identidade tampouco é homogênea,
definitiva, acabada, idêntica, transcendental.
A identidade é uma construção, um efeito, um
processo de produção, uma relação, um ato
performático.
A identidade é instável, contraditória, fragmentada,
inconsistente, inacabada.
A identidade está ligada a estruturas discursivas e
narrativas.
Stuart, 1997
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O que é ser professor no século XXI
É trabalhar com uma realidade ainda no
século XX e se encontrar num período de
transição. É ter um desafio de praticar o
ato de ensinar e acompanhar as
transformações sociais em meio as
dificuldades que a área de educação se
encontra. Prof. C.J.
É estar antenado com o
seu entorno e com o
mundo, sem perder a
afetividade e o respeito
pelo outro. Prof. H.
É ser um profissional que luta pelo
que faz e busca meios para melhorar;
recebe investimentos diretos e
contribui com o seu trabalho para o
bem comum. Prof. A. B.
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É ser multiplicador. Ter conhecimento de mídia. É estar em
constante atualização. É ser orientador e exercer com
autenticidade e capacitação. Prof. FF.
É antes de tudo ser ético, superando os resquícios do transmissor
do saber, rompendo com a atitude de quem ensina e instrui, a favor
do que provoca e instiga nos alunos, como trabalhar de forma
cooperativa na construção da aprendizagem. PROF. D.
É criar ambientes de aprendizagem. Dar oportunidade aos alunos
de aprenderem de diferentes maneiras, através de diferentes
mídias e interagindo (prof./aluno; aluno/aluno; aluno/professor) .
Prof. M. T.
Ser professor no Século XXI é estar antenado às múltiplas
possibilidades de expressão e comunicação que podemos oferecer
a nossos alunos. Sem esquecer de estar aberto a ouvir o que
nossos jovens têm a dizer. Prof. C.G.
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A que distância os professores estão do professor
do século XXI
Acho que os professores estão a um passo do professor do
século XXI, ou a um clique. Basta estar aberto a aceitar novos
desafios e rever constantemente suas práticas de ensino,
tentando se adequar e aproveitar o que o mundo de hoje tem
a oferecer . Prof. CG
As distâncias estão muito complexas no século XXI. Só que
hoje com um ferramental muito mais rápido. Temos
professores preocupados em atender as necessidades atuais
e outros que ainda-não estão preocupados com o que há de
inovador ou o que existe de interação entre os saberes
acumulados historicamente e os novos saberes que se
interagem cotidianamente. Afinal, o distanciamento não é
somente tecnológico. Prof. S.
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Alguns professores, infelizmente, ainda estão na Idade da Pedra
e tem dificuldades na mudança de paradigmas. Outros estão
buscando, através de capacitações e outras iniciativas. Prof.M.T.
Muitos encontram-se bem próximos, outros mais distantes. Mas
acredito que é a adversidade, a variedade entre essas distâncias
que ajudam a romper o imobilismo – tão prejudicial em qualquer
tempo (seja no século XXI ou no século XVIII). Prof. H.
A uma distância que está aumentando, pois há interesses muito
fortes que não desejam a aproximação. Prof. A.B.
É ter que correr atrás de um tempo perdido. Adquirir novos saberes
, habilidades. Ter mais tempo para os projetos e principalmente um
grande investimento. Prof. C. J.
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A grande maioria muito distantes, contribuindo para que a
educação esteja como está - falida. A nossa incompetência é tão
grande que o governo sabe que pode disponibilizar o que tem de
melhor em educação, pois não colocaremos em prática.
Prof. I.
Não existe professor, somos vários, diferentes. Alguns estão mais
próximos; outros longe e lá, vão ficar; outros a caminho; outros
sem se quer se identificam como professor. Precisa-se de
pesquisa básica... e quem o faz levando em consideração a uma
rede enorme como a do Rio? Prof. J.
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Que novos arranjos educativos devem surgir para
favorecer a prática docente no século XXI?
Acho importantíssimo a utilização dos recursos de mídia dentro de
uma unidade escolar. Hoje dispomos de uma série de ferramentas
que podem aproximar o aluno com a sala de aula. E são estas
mesmas ferramentas que, quando não utilizadas, podem levar o aluno
a buscá-las fora do ambiente escolar. Explorar ao máximo a
comunicação facilitada por estas ferramentas, amplia a capacidade de
diálogo na sala de aula e favorece a prática docente. Prof.C.G.
O acesso a equipamentos que encurtem as distâncias ( sejam elas de
ordem física ou intelectual).O incentivo à formação de coletivos, pois
já foi o tempo em que uma `andorinha sozinha fazia o seu verão!´
Diálogo e trocas são arranjos que sempre serão fundamentais a
qualquer tempo! Aliamo-nos aos que acreditam na força da prática
docente significa que o caminho se tornará menos árduo! Prof. H.
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Incentivos financeiros; inclusão digital efetiva; capacitação
contínua e melhoria na formação. Prof. A.B.
Escolas que possuam cada vez mais instrumental que diminua
distância, escolas mais interessantes e aparelhadas Prof.F.F.
Uma área de ensino que saia da sala e aula; Palestras,
encontros, vivências com profissionais de várias áreas do
conhecimento.Uma inclusão digital mais ampla . Prof. C.J.
Creio que em primeiro lugar a sistematização de saberes,
metodologia de construção, de organização e apropriação de
saberes construídos na prática. Transformar estes saberes
construídos na prática. Transformar estes saberes dos
professores em escritura. Em segundo lugar, um verdadeiro
diálogo entre os professores, num mês de conferência e os
Gadotti da vida sentados, nos ouvindo. Prof. J.G.
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Domínio
Características
Pontos de
Acoplamento
Didático
Estar aberto a ouvir;
Estar em uma relação constante de aprendizagem;
Desenvolver uma ecologia de saberes;
Superar os resquícios de transmissor do saber;
Ser pesquisador
Acreditar na educação como instrumento de transformação;
Ser facilitador do processo;
Dar oportunidades aos alunos de aprenderem de diferentes
maneiras;
Trabalhar com realidade de Século XX e se encontrar num período
de transição.
Ser formado com base em pressupostos de séculos anteriores,
mas as demandas que se depara são de uma complexidade atroz.
Postura
Abordagem
Formação
Dinamicidade
Interatividade
Complexidade
Transitoriedade
Dialógico
Convivencialidade
Atualização
Social
Ser ético
Estar antenado com seu entorno e com o mundo sem perder a
afetividade;
Afetividade
Valores sociais
Solidariedade
Midiático
Dominar as novas tecnologias para educar em rede;
Estar antenado às múltiplas possibilidades de expressão e
comunicação;
Incluir as tecnologias atuais em nosso cotidiano e provocar novas
descobertas;
Criar ambientes de aprendizagem;
Ter conhecimento das mídias
Modelagem
Integração
Domínio
Conhecimento
Cooperação
Político
Estar disposto a gerenciar sua formação;
Ser um professor que luta pelo que faz;
Ser multiplicador
Mobilizar seus saberes e poderes e conectar-se com este novo
mundo;
Descentralização
Mobilização
Ambigüidade
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Há um sistema, três fenômenos e uma matriz:
movimento
(processo de percepção-ação
desencadeador de novos movimentos de
percepção-ação);

circularidade
(conseqüência do movimento que
dá origem à realimentação sistêmica);

rede
(características de seus componentes
fortemente relacionados entre si).

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O que é ser professor no século XXI?
Matriz
temporária
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Cada Matriz se constrói, se realiza e
assume uma posição singular na contínua
produção de si mesma.
Pontos de Apoio
Flutuantes
Característica
Alavanca
Movimentos
Circulares
de percepçãoação
Pontos de
Apoio de
Organização
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Temporária
Pontos de
Acoplamento
(onde ocorrem
entrecruzamento)
Ponto de Partida

Defendo de que seja a produção
dinâmica de movimentos circulares
de percepção-ação em rede, cuja
produção está relacionada com as
características do ambiente
didático, que são os pontos de
acoplamento pontuais.
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Reside na Dinâmica de Movimentos
Circulares de percepção produzida pelas
características que são os nós
organizadores temporários da dinâmica
do próprio movimento em rede.
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Uma proposta
Não arrisco previsões, mas acredito que o Professor do
Século XXI enraíza-se no presente dinâmico e no
processo de constituição de conhecimentos e valores
éticos, estéticos e políticos que emergem na realização
da práxis educativa – presencial ou à distância, a
partir de recorrentes interações com o meio. Talvez,
neste instante, imperceptíveis matrizes podem estar se
configurando no mundo, num desconhecido devirmetodológico, num ir e vir infinito que desliza entre
percepções-ações.
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Reflexões finais
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Qual o desafio que o contexto mediatizado do Século
XXI impõe aos educadores e produtores?
- Estar atento para refutar as visões simplistas que opõem as
múltiplas linguagens à realidade escolar.
- Estender e inventar a prática educativa, compreendendo o
cruzamento e a aproximação de três vetores: tempo, espaço e
velocidade.
- Promover mudanças estruturais de ação-reação-ação

Quais as responsabilidades dos diferentes setores da
sociedade?
- Mobilizar o poder público a promover ações concretas, ou seja,
políticas públicas, tornando-se co-responsável.
- Denunciar formas de controle, que utilize as tecnologias para
concentrar poder e conter a criatividade e a inventividade.
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Por outro lado, mas que lado ?
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Professores deveriam ser estimulados a
explorar as possibilidades de perturbação,
transgressão e subversão das identidades
existentes.
Estimular, em matéria de identidade, o
impensado e o arriscado, o inexplorado e o
ambíguo, em vez do consensual e do
assegurado, do conhecido e do assentado.
Favorecer, enfim, toda experimentação que
torne difícil o retorno do eu e do nós ao idêntico.
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Ser Professor no Século XXI?
“Devir é jamais imitar, nem fazer como, nem
ajustar-se a um modelo(...). Não há um termo de
onde se parte, nem ao qual se chega ou se deve
chegar. (...) Pois à medida que alguém se torna, o
que ele se torna muda tanto quanto ele próprio. Os
devires não são fenômenos de imitação, nem de
assimilação, mas de dupla captura, de evolução
não paralela, núpcias entre dois reinos.
(DELEUZE, 1998).
A grande parte nos escapa
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Professores Colaboradores
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André de Oliveira Borges (prof. da rede SME/RJ)
Carlos Jorge (prof. da rede SME/RJ)
Claudio Garcia (prof. da rede SME/RJ)
Dalva (tutora UERJ/CEDERJ)
Fátima Ferreira Quintela (prof. da rede SME/RJ)
Heloina do Amaral Ferreira (SME/DEF)
Ivana (prof. da rede e tutora UERJ/CEDERJ)
Jacqueline Guerreiro (prof. da rede SME/RJ)
Lucia (prof da rede e tutora UERJ/CEDERJ)
Maria Teresa Rodrigues Jorge (prof. da rede SME/RJ)
Solange (prof. da rede SME/RJ)
Professora Wânia Clemente: [email protected]
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