Anais da X FETEC Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico Outubro/2009 ISBN 978-85-63165-00-8 EFEITO DO NEMATÓIDE (Ditylenchus dipsaci) NO DESENVOLVIMENTO E PRODUTIVIDADE DA CEBOLA Jucelio JUSTEN1, Ramon VOSS1, Rudinei BEIGER1, Romano Roberto VALICHESKI2 RESUMO No estado de Santa Catarina a cebola destaca-se como principal hortaliça cultivada, tanto em termos de área de plantio e volume de produção, bem como no valor bruto da produção. Dentre as pragas, plantas daninhas e doenças que interferem no desenvolvimento das plantas, o nematóide Ditylenchus dipsaci se destaca, sendo considerado como um dos principais problemas enfrentados pelos cebolicultores. A dificuldade de seu controle está relacionada ao fato deste parasita se encontrar no solo, sendo muito dificultoso o seu controle em extensas áreas. A elevada incidência de nematóides em certas lavouras acarreta em redução expressiva no desenvolvimento das plantas e na produtividade da cultura. Diante deste fato, este trabalho teve por objetivo avaliar o efeito do nematóide Ditylenchus dipsaci no desenvolvimento da parte aérea e na e produtividade da cebola. Para montagem do ensaio, selecionaramse duas áreas (uma infectada com nematóide e outra não) com topografia, características (químicas e físicas) do solo similares. Em seguida, em cada área experimental delimitou-se quatro parcelas experimentais onde se avaliou o número de folhas, altura das plantas, diâmetro do pseudo caule e o número de raízes. Após a colheita dos bulbos, também foi avaliado o índice de apodrecimento dos bulbos durante o armazenamento, bem como a altura e diâmetro dos mesmos. Verificou-se que as plantas cultivadas na área infectada com nematóide apresentaram menor número de raízes, altura, diâmetro dos bulbos. Este menor desenvolvimento das plantas, quando comparado com as cultivadas na área livre deste patógeno, resultou em uma diferença aproximada de 10.000 kg/ha na produtividade, obtendo-se 33.000 e 43.000 kg/ha para as áreas com e sem nematóide respectivamente. Palavras-chave: desenvolvimento parte aérea, nematóide, produtividade cebola, Allium cepa. INTRODUÇÃO A cebolicultura é a principal atividade olericola do estado, tanto em termos de área cultivada, quanto em volume da produção colhida ou em valor bruto da produção. Envolve aproximadamente 18 mil famílias de agricultores, que tem nela sua principal ocupação econômica (BOEING, 2002). A cultura da cebola em Santa Catarina é destaque nacional e no âmbito dos países do Mercosul. O estado é o principal produtor brasileiro de cebola, tendo respondido nas ultimas safras por mais de 35% da oferta interna. A produção catarinense apresenta diferenciação de qualidade em relação ao bulbo dos demais estados e compete em padrão e tipificação com a extraordinária cebola produzida na Argentina (GANDIN, 2000). Conforme Debarba (1998), a cebola caracteriza-se por ser um produto agrícola de demanda plástica (não-elástica), em função da natureza de seu uso. É consumida principalmente in natura, na forma de saladas e como condimento ou tempero, na alimentação humana, mas não como alimento principal. A cebola é considerada a terceira cultura olerícola de importância econômica no Brasil, ficando atrás, apenas, da batata e do tomate. A quantidade e o valor da 1 Alunos da 2º série A do Curso de Agropecuária do Instituto Federal Catarinense / Campus Rio do Sul Professor de Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal Catarinense / Campus Rio do Sul 1 2 Anais da X FETEC Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico Outubro/2009 ISBN 978-85-63165-00-8 produção, quando comparados com os outros produtos agrícolas, parecem ser insignificantes, mas a cebola constitui a atividade socioeconômica de grande relevância para os estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nos quais se concentra, aproximadamente, 80% da produção anual. No estado, a cebola destaca-se como principal hortaliça cultivada, tanto em termos de área de plantio e volume de produção, como no valor bruto da produção (IBGE, 2009). Nos últimos anos, na região do Alto Vale do Itajaí têm surgido diversos casos de lavouras com incidência de nematóides. O nematóide que ataca a coroa e o bulbo da cebola é o Ditylenchus dipsaci. Machos e fêmeas são vermes com cerca de 1,9 a 2,0 mm de comprimento. Conforme Wordell Filho et al. (2006) eles podem reduzir a germinação das sementes e retardar o crescimento das mudas de cebola. As plantas atacadas apresentam-se cloróticas, retorcidas e o lançamento de novas folhas dá-se no mesmo ponto, conferindo aspecto de espanador ou pincel. As folhas tornam-se flácidas incapazes de se manterem eretas, podendo tombar toda a parte aérea. A porção basal do bulbo rompe-se, iniciando o apodrecimento, que expele forte odor. As plantas morrem em reboleira após duas a três semanas da infecção. Os bulbos são esponjosos com pontos esbranquiçados e farináceos nas escamas internas, perdem peso e, se invadidos por bactérias, apodrecem facilmente na lavoura ou no armazém. Uma vez que os nematóides penetram nas plantas, eles se reproduzem e migram internamente ou na superfície das plantas. Alimentam-se do caule, bulbos e folhas e, são capazes de sobreviver sem água por período prolongado, reduzido sua atividade metabólica. Diante dos poucos estudos existentes na região sobre o efeito do nematóide no cultivo da cebola, da gravidade deste assunto e do grande número de áreas infectadas na Região do Alto Vale do Itajaí, foi desenvolvido este trabalho com o objetivo de avaliar interferência do nematóide no desenvolvimento da parte vegetativa e na produtividade da cebola. MATERIAL E MÉTODOS Para montar o experimento foram selecionadas duas áreas cultivadas com cebola (uma infestada com nematóides e outra não). Devido a proximidade destas áreas, o experimento foi montado no delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições, totalizando 8 parcelas experimentais. A aérea infectada com nematóide possui solo argiloso e com pouca declividade, estando localizada na propriedade do Sr. Ginásio Justen, no município de Imbuia-SC. A região é de clima ameno com estações bem definidas, sendo um local favorável para o cultivo da cebola. A primeira constatação de plantas infectadas com nematóides foi aproximadamente a três anos atrás, passando a partir daí a ser cultivada com fumo. Nesta área, antes de implantar o experimento com cebola, foi cultivado ervilhaca como adubação verde. O preparo do solo foi efetuado com uma aração (a 20 cm de profundidade), sendo em seguida, feita uma gradagem para destorroamento e nivelamento do solo. Já a área sem nematóide, que possuí características similares as da área com nematóides (tanto em relevo, como fertilidade e preparo do solo) a vários anos vem sendo cultivada com cebola, não sendo observada nem uma planta com sintomas de infecção por nematóides. 2 Anais da X FETEC Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico Outubro/2009 ISBN 978-85-63165-00-8 As mudas foram produzidas na propriedade do Sr. Valmor Joenque, sendo a feita semeadura no dia 20/04/2008. Foi utilizada a cultivar de cebola Crioula Alto Vale, semeando-se 1,0 kg de semente a cada 286 m2 de canteiro. Como adubação dos canteiros, utilizou-se 180g/m2 do formulado 05-20-10. Para distribuição das sementes, usou-se uma máquina tubular, e, para espalhar a serragem de pinus (material disponível na região) sobre os canteiros, utilizou-se um espalhador tracionado por trator, formando uma camada de aproximadamente 2 cm de espessura. A serragem teve como principal função reter umidade no solo. Durante a germinação das sementes e desenvolvimento das mudas foi utilizada irrigação por aspersão. Para o controle de plantas daninhas utilizou-se o controle manual, que consistiu no arranquio das plantas invasoras. Este método de controle foi adotado devido algumas plantas daninhas apresentarem resistência a aplicação dos herbicidas, além disso, o baixo grau de infestação não justificava a aplicação do controle químico. Na lavoura após o transplante das mudas, utilizou-se o controle químico, aplicando-se produto a base de ioxynil. Foram realizadas três pulverizações durante o ciclo da cultura. Antes do transplante, o solo foi preparado com enxada rotativa tracionada por trator. O espaçamento adotado foi de 0,30m entre linhas e 0,10m entre plantas, resultando em aproximadamente 330 mil plantas/ha. Como adubação de base utilizou-se 500 kg/ha do formulado 05-20-10, espalhado em toda superfície do terreno, e, em seguida, incorporado ao solo. Tanto na área com nematóides, como para sem; as mudas foram transplantadas no dia 25/08/2008. No momento do transplante possuíam aproximadamente 20-25 cm de altura e 8 folhas completamente desenvolvidas. Após o arranquio das mudas, foi efetuada a poda de aproximadamente 5 cm da parte aérea, com objetivo de reduzir a perda de água por transpiração e facilitar o transplante das mesmas. Para o controle do mofo azul, doença ocasionada pelo fungo Peronospora destructor, utilizou-se produto a base de mancozebe + metalaxil-M, na dosagem de 2,5 kg/ha. Para o controle deste patógeno foram realizadas duas pulverizações (a primeira efetuada 50 dias após o transplante das mudas, e a segunda, 15 dias após a primeira). Para o controle de “pinta branca” mais conhecida com mancha de alteraria, ocasionada pelo fungo Alternaria porri, utilizou-se produto a base de azoxistrobina na dosagem de 350 g do produto comercial/ha por pulverização. Foram realizadas quatro pulverizações com este fungicida, sendo a primeira, realizada 15 dias após o transplante das mudas e as demais, a cada 15dias. Após o transplante das mudas, para o controle de plantas daninhas aplicou-se herbicida a base de ioxynil (aos 30 e 45 dias) na dosagem de 1L/ha do produto comercial, herbicida a base de diuron (aos 30 e 60 dias) na dosagem de 500mL/ha do produto comercial, herbicida a base de clethodim (aos 35 dias) na dosagem de 350mL/ha do produto comercial e herbicida a base de bentazona (aos 30 e 45 dias) na dosagem de 500mL/ha do produto comercial. Além do controle químico, foi realizada uma capina manual 40 dias após o transplante das mudas. Para o controle de pragas, em especial o piolho (Thrips tabaci), foi utilizado o inseticida a base de imidacloprid e betacyfluthrin, na dosagem de 1 L do produto comercial/ha. Foram realizadas duas aplicações, sendo a primeira aos 30 dias após o transplante das mudas, e a segunda, 15 dias após a primeira. 3 Anais da X FETEC Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico Outubro/2009 ISBN 978-85-63165-00-8 Como adubação de cobertura (para suprimento de N) utilizou-se uréia, na dosagem de 100 kg/ha. Foram realizadas 2 aplicações (a primeira 20 dias após o transplante das mudas e a segunda 40 dias após a primeira). Quando as plantas estavam com 60 dias após o transplante, em 10 plantas de cada parcela experimental, foram avaliadas as seguintes características: Número de folhas: Foram descartadas as folhas que estavam secas, contando-se apenas às folhas que estavam completamente desenvolvidas. Altura da planta: Medido (com uma régua de 30 cm) da superfície do solo ate a extremidade apical da última folha completamente desenvolvida. Diâmetro do pseudocaule: colocou-se uma linha em torno do pseudocaule, sendo em seguida medido o seu comprimento. O diâmetro foi obtido pela equação1: D=C/ (1) Onde: D:diâmetro e C: circunferência Número de raízes: Com o auxilio de uma pá de corte, foram arrancadas as plantas e, em seguida, removeu-se com um jato de água toda terra que estava aderida ao sistema radicular. Após as raízes estarem devidamente limpas, realizou-se a contagem das mesmas. Em ambas as áreas a colheita foi realizada em 30 de dezembro de 2008. As plantas foram arrancadas manualmente, posicionando-as em fileiras, de modo que as folhas cobrissem os bulbos das outras. O processo de cura dos bulbos (secagem dos catafilos externos) ocorreu em duas semanas após o arranquio. Em seguida, estes foram armazenados em montes no galpão, que possui boa ventilação. Após a colheita e o processo de cura dos bulbos, selecionou-se 25 bulbos de cada parcela experimental, onde foi avaliado as seguintes características: Altura dos bulbos: medido com paquímetro e expresso em cm. Diâmetro dos bulbos: medido com paquímetro e expresso em cm. Além destes parâmetros, também foi avaliado a produtividade e a quantidade de bulbos deteriorados após 10, 24, 38 e 54 dias de armazenamento. No entanto, para estas duas variáveis, apenas foi obtido a média geral de cada tratamento. Após a coleta e a tabulação dos dados, utilizou se o programa SAS para verificar se houve ou não efeitos dos tratamentos testados ao nível de 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÕES Na Tabela 01 estão sendo apresentados os valores de F, nível de significância e coeficiente de variação para as variáveis analisadas. Pode se observar que para a altura das plantas, número de raízes e diâmetro dos bulbos houve efeito significativo entre os tratamentos, indicando que há diferença estatística entre as médias obtidas para estas variáveis. Já para o número de folhas por plantas, diâmetro do pseudocaule e altura dos bulbos, não houve efeito significativo entre tratamentos. Quanto aos coeficientes de variação obtidos para as variáveis analisadas, observa-se que estes podem ser considerados baixos (exceção feita ao diâmetro do pseudocaule), indicando que o experimento teve uma boa condução ao ser desenvolvido. O valor de coeficiente de variação mais elevado para o diâmetro do pseudocaule se dá em função da heterogeneidade das plantas nesta variável no momento em que foi feito a avaliação. 4 Anais da X FETEC Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico Outubro/2009 ISBN 978-85-63165-00-8 Tabela 01: Valores de F, significância e coeficiente de variação das variáveis avaliadas. Variável Valor de F Significância Numero de folhas 2,49 n.s. Altura da planta 16,56 * Diâmetro pseudocaule 0,48 n.s. Numero de raízes 8,80 * Altura do bulbo 0,30 n.s. Diâmetro do bulbo 23,46 * Diâmetro do bulbo 23,46 * Obs: n.s: não significativo; * significativo < 0,05; CV: Coeficiente de variação C.V.(%) 8,70 4,11 25,81 6,06 2,54 2,72 2,72 Em relação ao número de folhas por planta, observa-se na Figura 1 que as plantas cultivadas na área com nematóide, apesar de apresentarem menor número de folhas que as cultivadas na área sem nematóides, não diferiram significativamente. Pelos dados apresentados, pode-se observar que, ao contrário do que é encontrado na literatura, onde BOING, (1993) relatam que este parasita afeta de forma expressiva o desenvolvimento da parte aérea) neste estudo, ambas as áreas apresentaram número de folha por plantas semelhante. Outro fato que pode ter contribuído para este resultado é a realização desta avaliação com as plantas pouco desenvolvidas (60 dias após o transplante). Figura 1: Número de folhas por planta de cebola para as áreas com e sem nematóides aos 60 dias após o transplante. Na Figura 2A esta apresentado a altura das plantas aos 60 dias após o transplante. Observa-se que houve diferença estatística entre os tratamentos avaliados. Para a área com nematóide, foi obtida altura média de 34,8 cm. Já para a área sem nematóide este valor foi de 42,6 cm. Este resultado sugere que o nematóide, apesar de não ter influenciado no número de folhas, alterou o desenvolvimento da parte aérea, resultando assim em plantas de menor tamanho. A menor altura das plantas acarreta em menor área foliar (reduzindo a quantidade de energia solar interceptada pela planta), o que possivelmente acarreta em baixas produtividades. 5 Anais da X FETEC Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico Outubro/2009 ISBN 978-85-63165-00-8 2A 2B Figura 2: Altura e diâmetro do pseudocaule das plantas de cebola para as áreas com e sem nematóides os 60 dias após o transplante. Para o diâmetro do pseudocaule (Figura 2B) para as áreas com e sem nematóides, apesar de não ter sido verificada diferença estatística entre os tratamentos, pode se observar que, as plantas cultivadas na área infestada com este parasita apresentaram desenvolvimento menos expressivo, o que pode também ser constatado pelo número de folhas por planta. Quanto ao desenvolvimento do sistema radicular das plantas, pode se observar na Figura 3 que as plantas cultivadas na área com nematóide apresentaram número de raízes estatisticamente inferior ao observado nas plantas cultivadas na área livre deste patógeno. O menor número de raízes possivelmente seja um dos principais fatores que contribuíram para o menor desenvolvimento das plantas, conforme observado nas Figuras 1, 2. Com um sistema radicular pobremente desenvolvido as plantas absorvem menor quantidade de água e nutrientes, acarretando assim em menor desenvolvimento da parte aérea e conseqüentemente menor produtividade. Figura 3: Número de raízes para as plantas cultivadas nas áreas com e sem nematóides. A Figura 4A apresenta a altura dos bulbos colhidos nas áreas com nematóide e sem nematóides. Pode se observar que não ocorreu diferença significativa entre os 6 Anais da X FETEC Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico Outubro/2009 ISBN 978-85-63165-00-8 tratamentos, indicando este patógeno teve pouca influência nesta variável. Já para o diâmetro dos bulbos (Figura 4B) houve diferença significativa entre os tratamentos, sugerindo que o nematóide influencia de forma expressiva o diâmetro dos bulbos mas não a altura dos mesmos. O menor desenvolvimento dos bulbos na área infectada pelos nematóides possivelmente seja devido o menor desenvolvimento da parte aérea e, também ao sistema radicular pobremente desenvolvido. 4A 4B Figura 4: Altura e diâmetro dos bulbos produzidos nas áreas com e sem nematóides após o processo de cura. Na Tabela 2 esta sendo apresentada a quantidade de bulbos deteriorados após 10, 24, 38 e 54 dias de armazenamento para as áreas com e sem nematóides. Pode se observar que na área infectada com nematóides houve um maior número de bulbos deteriorados. Estes dados sugerem que este patógeno, além de exercer grande influência no desenvolvimento das plantas e na produtividade da lavoura, influencia também na armazenagem dos bulbos colhidos, favorecendo assim a deterioração dos mesmos. A maior deterioração dos bulbos na área com nematóides pode ser devido ao fato dos catafilos ficarem mais afastados uns em relação aos outros, facilitando a entrada de bactérias. Tabela 2: Número de bulbos deteriorados após 10, 24, 38 e 54 dias de armazenamento para a área com nematóide e sem nematóide. Dias de armazenamento 10 24 38 54 Área com nematóide 07 03 02 04 Área sem nematóide 03 02 02 02 Na Figura 5 esta representada a produtividade obtida para as áreas com e sem nematóides. Pode se observar que houve uma diferença superior a 10.000 kg/ha entre os tratamentos. Este diferença expressiva na produtividade possivelmente seja resultante do menor desenvolvimento das plantas (conforme constatado nas variáveis avaliadas na fase vegetativa, bem como após a colheita dos bulbos). Esta diferença de produtividade certamente possibilitaria cobrir a maior parte dos gastos na implantação da lavoura, aumentado assim a viabilidade econômica desta atividade no ramo agrícola. 7 Anais da X FETEC Feira de Conhecimento Tecnológico e Científico Outubro/2009 ISBN 978-85-63165-00-8 Figura 7: Produtividade da cebola nas áreas com e sem nematóide. CONCLUSÃO Os nematóides influenciaram de forma expressiva o desenvolvimento da parte aérea da cebola, resultando assim em bulbos de menor diâmetro e menor produtividade . Os bulbos produzidos na área infectada com nematóides possuem tendência de resistir menos ao armazenamento A diferença de produtividade entre os tratamentos foi superior a 10.000 kg/ha, o que inviabiliza economicamente o cultivo de cebola em áreas com grau elevado de infestação com nematóides. REFERÊNCIAS IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Acessado em junho de 2009. EMPRESA CATARINENSE DE PESQUISA AGROPECUARIA/ EMPRESA DE ASSISTENÇIA TECNICA E EXTENSÃO RURAL – SC/ ACARESC. Sistemas de produção para cebola. Santa Catarina (2ª revisão). Florianópolis, 1991. 51 p. (EMPASC/ACARESC. Sistema de produção, 16). MULLER, J. J. V.; CASALI, V.W.D. Produção de sementes de cebola. Florianópolis:EMPASC, 1982. 1. ed. WOEDELL FILHO, J.A., ROWE, E, GONÇALVES, P.A.S., DEBARBA, J.F., THOMAZELLI, L.F. Manejo fitossanitário na cultura da cebola. 226p. 2006. DEBARBA, J. F. Cadeias produtivas do estado de Santa Catarina. 1. ed. Florianópolis: Epagri, 1998. GANDIN, C. L. 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