II SEMINÁRIO PARA PROFESSORES INGRESSANTES/UNIPAMPA
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PROFESSORES SÃO IMPORTANTES?
O ENSINO DE GRADUAÇÃO NA UNIVERSIDADE
A FORMAÇÃO E A AULA UNIVERSITÁRIA EM DEBATE
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“Há
um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas... Que já
têm a forma do nosso corpo... E esquecer os nossos caminhos que nos
levam sempre aos mesmos lugares... É o tempo da travessia... E se não
ousarmos fazê-la... Teremos ficado... para sempre... À margem de nós
mesmos...”
Fernando Pessoa
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PARA COMEÇARMOS A REFLEXÃO
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PERFIL
A DISTÂNCIA DA REALIDADE EDUCACIONAL BRASILEIRA
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OS PROBLEMAS DA EDUCAÇÃO
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O SOFRIMENTO DOCENTE
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A ANSIEDADE DOCENTE
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O DILEMA DAS MUDANÇAS
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AS MUDANÇAS DO PROGRAMA
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A COMPETÊNCIA PROFISSIONAL DO PROFESSOR
Segundo Teresinha Rios (2005), que explicita a competência
como saber fazer bem seu oficio, para nós na língua portuguesa,
saber fazer bem seu trabalho profissional, reside em 4 dimensões:
técnica, política, estética e ética.
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DIMENSÃO TÉCNICA
- Envolve o desenvolvimento de capacidades e habilidades pertinentes
aos modos de produção do conhecimento da área em que atua;
- Exige do professor uma leitura do seu campo disciplinar situando-se no
conhecimento em sua especificidade e nos diálogos que faz com outras
epistemes;
-O
professor
é
mediador
entre
o
conhecimento
sistematizado,
historicamente acumulado e os saberes que os estudantes trazem de
sua experiência de vida, ensinando e aprendendo;
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DIMENSÃO POLÍTICA
- Envolve a compreensão da educação como ato político e da existência
de um projeto implícito ou explicito de ser humano e de sociedade;
- Exercício consciente dos direitos e deveres, inserção na construção
coletiva da sociedade;
- Possibilidade
de
reinvenção
dessa
mesma
sociedade
em
suas
finalidades ético-existenciais.
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DIMENSÃO ESTÉTICA
- Envolve a expressão humana da imaginação, da criatividade, da
alegria, da afetividade como compromisso com o outro, favorecendo
uma educação da sensibilidade;
- Exige rigor epistemológico e disciplina intelectual, pois encaminha a
possibilidade de outra leitura e apreensão da realidade com seus
condicionantes socioculturais e históricos.
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DIMENSÃO ÉTICA
- Envolve as demais dimensões como uma possibilidade de mediações e
de sínteses para orientar as ações da relação pedagógica;
- Traz interrogações para uma construção de significados na competência
profissional em sua multidimensionalidade, sem o isolamento de uma ou
outra dimensão;
- Na relação pedagógica, denomino de ética relacional, aqui entendida
como relações interpessoais mediadas pelo respeito, humildade e afeto,
valores fundamentais para a convivência na diversidade cultural, para o
aprender e o fazer juntos.
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QUALIDADE DE ENSINO E SALA DE AULA
- Há estreita relação entre a qualidade de ensino na universidade e o
trabalho docente realizado em sala de aula.
- O núcleo de uma instituição universitária é a qualidade e eficácia dos
processos de ensino e aprendizagem que, alimentados pela pesquisa,
promovem melhores resultados de aprendizagem dos alunos.
- A universidade existe para que os alunos aprendam conceitos, teorias,
formem atitudes e valores e se realizem como profissionais-cidadãos.
- É para isso que são formulados os projetos pedagógicos, os planos de
ensino, os currículos e os processos de avaliação.
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- Nossa compreensão é de que a qualidade de ensino se mostra, em
primeiro lugar, na sala de aula, muito mais do que nas campanhas
publicitárias e nos procedimentos de gerenciamento. POR QUÊ?
-A
função
específica
da
universidade,
enquanto
produtora
de
conhecimento e prestadora de serviço, é o ensino.
- É elementar entender que esses aspectos da organização pedagógica
do curso convergem nas aulas, ou seja, o aluno aprende a ser
profissional e cidadão na sala de aula.
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- É na sala de aula que os professores exercem sua influência
direta sobre a formação e o comportamento dos alunos: sua
postura em relação ao conhecimento específico de sua matéria, aspectos
do relacionamento professor-aluno, sua atitude em relação à instituição,
seu planejamento, sua metodologia de ensino, seus valores, seu
relacionamento com colegas de outras disciplinas.
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O PROFESSOR E A AULA UNIVERSITÁRIA TRADICIONAL
Na prática, o que mostram as pesquisas e a própria experiência é que a
maioria dos professores universitários:
- Ensina sem qualquer formação pedagógica; consideram o magistério
como atividade secundária (Vasconcelos, 2000, p.37).
- Aprende a dar aulas por ensaio e erro;
- Desconsidera o mundo do aluno, a prática do aluno, as diferenças entre
os alunos. Quanto mais distância do aluno, melhor;
- Seu método de dar aula é principalmente a aula expositiva, o papel do
professor é transferir conhecimento;
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O PROFESSOR E A AULA UNIVERSITÁRIA TRADICIONAL
- Acha que a habilidade intelectual mais importante do aluno é a de
memorização. Basta expor a matéria, porque o bom aluno é o que memoriza
o que foi falado e depois repete nas provas. Ou seja, a cabeça do aluno seria
como uma esponja;
- Se o professor faz pesquisa, não a utiliza como procedimento de ensino e
para instrumentalizar os alunos a gerarem novos conhecimentos;
- A avaliação da aprendizagem consiste em dar prova e nota, é usada como
instrumento de controle do comportamento do aluno, isto é, meio de
estabelecer autoridade em relação ao aluno, de fazer pressão sobre o aluno;
- Bom professor é o que dá nota baixa e que reprova.
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O PROFESSOR E A AULA
UNIVERSITÁRIA TRADICIONAL
AS CONSEQUÊNCIAS
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A SALA DE AULA UNIVERSITÁRIA ALTERNATIVA
- O foco, o nuclear da prática docente é a aprendizagem do aluno;
- Portanto, a referência para as atividades do ensino é a aprendizagem, ou
seja, ensina bem o professor que consegue com que o aluno aprenda bem
com base numa relação pessoal com o saber e aprenda a pensar
metodicamente.
- Nesse sentido, a característica básica das disciplinas escolares é que elas
devem ser organizadas e trabalhadas para serem aprendidas pelos alunos.
Ou seja, o como se ensina depende de se saber como os indivíduos
aprendem, ou melhor, como adultos aprendem;
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A SALA DE AULA UNIVERSITÁRIA ALTERNATIVA
- A sala de aula é um espaço de construção conjunta do conhecimento. É o
lugar onde professores e alunos buscam juntos o conhecimento, estabelecem
interações, diálogos, trocas;
- A aprendizagem está relacionada com a atividade de pesquisa tanto do
aluno quanto do professor, dando-lhes significado próprio, a redigir
conclusões, a observar situações de campo e registrá-las, a buscar
solução de problemas, dentre outros. (Masetto, 2001, p. 87);
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A SALA DE AULA UNIVERSITÁRIA ALTERNATIVA
- A sala de aula universitária hoje não pode mais ser entendida
meramente como espaço físico e um tempo determinado em que o
professor transmite conhecimentos aos alunos.
- Toda aprendizagem precisa ser significativa, isto é, os conteúdos
precisam fazer sentido para o aluno, com base nos próprios sentidos que
os alunos atribuem ao que estão aprendendo;
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A SALA DE AULA UNIVERSITÁRIA ALTERNATIVA
- A sala de aula implica uma aproximação entre a teoria e a prática. O
conhecimento da realidade parte da leitura da prática referente à
disciplina estudada, de forma a se superar uma prática sem reflexão e
uma teoria que não consegue atingir a prática;
-A aprendizagem universitária está associada ao aprender a pensar e ao
aprender a aprender, metodologia é como você ajuda seu aluno a pensar
com os instrumentos conceituais e os processos de investigação da
ciência que você ensina.
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“Os tempos de hoje são mais complexos do que os tempos
passados.
E
mais
difíceis.
Mas
grande
parte
das
crenças
fundadoras da profissão docente continua atual. A começar por
esse sentimento de que nos compete cuidar das crianças e do seu
futuro. Para que isso seja possível, é fundamental que os
professores
ocupem
um
espaço
mais
dinâmico
(e
menos
defensivo) nas mudanças em curso”.
(NÓVOA, 1999)
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Bibliografia
Canário, Rui. A escola: lugar onde os professores aprendem. I Congresso Nacional de Supervisão na Formação, Aveiro, Portugal
(digitado).
Cunha, Maria I. da. Aula universitária: inovação e pesquisa. In: Leite, Denise B.C. e Morosini, Marília (Orgs.). Universidade futurante.
Campinas: Papirus, 1997.
Cunha, Maria I. da. O bom professor e sua prática. Campinas:Papirus, 1989.
Lucarelli, Elisa. Um desafio institucional: inovação pedagógica e formação pedagógica do docente universitário. In: Castanho,
Sérgio e Castanho, Maria E.L.M. O que há de novo na educação superior. Campinas: Papirus, 2000).
Masetto, Marcos T. (Org.). Docência na universidade. São Paulo: Papirus, 1998.
Masetto, Marcos T. Discutindo o processo ensino/aprendizagem no ensino superior. In: Marcondes, E. (Org.). Educação Médica.
São Paulo: Saraiva, 1998.
Masetto, Marcos T. Atividades pedagógicas no cotidiano da sala de aula universitária: reflexões e sugestões práticas. In:
Castanho, Sérgio e Castanho, Maria Eugênia. Temas e textos em metodologia do ensino superior. São Paulo: Papirus, 2001.
Perez Gómez, Angel. Para compreender e transformar o ensino. Porto Alegre: Artmed, 2000.
RIOS, Terezinha. Compreender e ensinar. Por uma docência da melhor qualidade. São Paulo: Cortez. 2005.
Thurler, Mônica G. Inovar no interior da escola. Porto Alegre: Artmed, 2001 .
Vasconcelos, Maria Lúcia M.C. A formação do professor do ensino superior. São Paulo: Pioneira, 2000.
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MISSÃO
A Universidade Federal do Pampa, como instituição social comprometida
com a ética, fundada em liberdade, respeito à diferença e solidariedade,
assume a missão de promover a educação superior de qualidade, com
vistas à formação de sujeitos comprometidos e capacitados a atuarem
em prol do desenvolvimento sustentável da região e do país.
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PERFIL DO EGRESSO
A UNIPAMPA, como universidade pública, deve proporcionar uma sólida
formação acadêmica generalista e humanística aos seus egressos. Essa
perspectiva inclui a formação de sujeitos conscientes das exigências
éticas e da relevância pública e social dos conhecimentos, habilidades e
valores adquiridos na vida universitária e inserção em respectivos
contextos profissionais de forma autônoma, solidária, crítica, reflexiva e
comprometida
com
o
desenvolvimento
local,
regional
e
nacional
sustentáveis, objetivando a construção de uma sociedade justa e
democrática.
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Prof. Alessandro Bica