VICE-PRESIDÊNCIA DO GOVERNO REGIONAL DA REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA O Impacto das Ajudas de Estado no Desenvolvimento das Regiões Ultraperiféricas da União Europeia Bruxelas 26-06-2007 Índice A. Diagnóstico Estratégico da Região Autónoma da Madeira 1. Contexto Económico-social 2. Caracterização do Tecido Empresarial 3. Sistemas de Incentivos adoptados pela Região 2000-2006 i. Sistemas de Incentivos Regionais ii. Sistemas de Incentivos Nacionais Índice B. Impacto dos Sistemas de Incentivos adoptados pela Região Autónoma da Madeira C. Novo Paradigma de Desenvolvimento 2007-2013 D. Nova Geração de Sistemas de Incentivos – Visão Integrada A. Diagnóstico Estratégico da Região Autónoma da Madeira A Região Autónoma da Madeira tem registado níveis de crescimento económico significativos nos últimos anos, em resultado das políticas orientadas para o dinamismo económico sem descurar a dimensão social, nomeadamente no que concerne ao reforço da coesão social, equidade e igualdade de oportunidades. 1. Contexto Económico-social PIB Total (10*6 euros) Índice PIB per capita PPC - UE25=100 Situação Económica VAB VAB VAB VAB total (10*6euros) sector primário sector secundário sector terciário Situação Social Emprego total RAM (milhares) Taxa de emprego RAM Taxa de emprego Portugal Taxa de emprego UE25 Taxa de desemprego na RAM Taxa de Desemprego Portugal Taxa de desemprego UE25 Taxa de Actividade Situação Demográfica População Residente (milhares) Densidade Populacional Fonte:INE; DRE;Eurostat; IGP 2000 3.055 86,9 2000 2.634 2,7 20,1 77,3 2000 107,83 63,9 68,4 62,5 2,5 4,1 8,6 46,1 2000 239,79 290 2003 3.651 90 2003 3.148 2,9 15,7 81,5 2004 113,48 66,6 67,8 63,3 3 6,7 9 48 2004 244,29 295 2004 4.033 91 2004 3.505 * * * 2005 117,10 67,6 * * 4,5 * * 50,2 2005 245,20 296 2. Caracterização do Tecido Empresarial 2.1 Sobrecustos da Ultraperiferia As empresas regionais sofrem de desvatagens permanentes que se traduzem em custos económicos engendrados pelos seguintes factores: Exiguidade do mercado interno; Isolamento em relação aos principais mercados e sobrecustos de transporte dele decorrentes; Ausência de economias de escala; Necessidade das empresas dispor de maiores stocks; Duração reduzida da amortização dos bens; Necessidade do sobredimensionamento dos equipamentos de produção; Falta de mão de obra qualificada; Dificuldade de organizar a promoção de produtos locais fora da Região; Financiamento ligado ao custo adicional dos sobrecustos; Dificuldade de acesso ao mercado de capitais face à debilidade económica. 2.2 Outras características do Tecido Empresarial Estrutura económica pouco diversificada com predominância das micro e pequenas empresas; Insuficiência do sistema de inovação, empreendedor e reduzida implantação de I&D; fraco espírito Sectores económicos tradicionais com dificuldade de captação de novos mercados; Perda de competitividade do produto turístico e do destino Madeira, se não for mantida a imagem tradicional de qualidade; Menor atractividade no que respeita à captação de IDE; Competitividade Fiscal e Leis Laborais; Perdas de eficiência devido à excessiva burocracia e morosidade dos processos. 3. Sistema de Incentivos adoptados pela Região 2000-2006 i. Sistema de Incentivos Regionais – SIPPE-RAM Decisão N.º Projectos Projectos Aprovados 794 67% Projectos Reprovados 111 9% Projectos Desaprovados 240 20% Projectos c/ Desistências 49 4% Total Fonte: IDE-RAM 1194 SIPPE-RAM - Aprovações por Sector de Actividade Unid: euros Aprovações (2000 - 2006) Sector de Actividade Investimento Total Incentivo Criação de Emprego 274 41.684.788,25 13.770.983,12 718 Construção 33 5.024.496,35 1.979.453,90 105 Industria 86 14.616.035,71 5.614.262,23 254 Serviços 123 12.079.874,83 4.757.375,19 326 4 1.207.804,62 247.870,56 118 274 46.465.582,44 16.576.179,58 1035 794 121.078.582,20 42.946.124,58 2556 nº proj. Comércio Transportes Turismo total Fonte: IDE-RAM SIPPE-RAM - Aprovações por Concelho 29 Proj. 63 PT 30 Proj. 68 PT Inc. 1.754 m€ Inc. 1.529 m€ 35 Proj. 79 PT Inc. 1.999 m€ 29 Proj. 80 PT 68 Proj. 236 PT Inc. 1.670 m€ Inc. 4.541 m€ 115 Proj. 372 PT Inc. 6.936 m€ 68 Proj. 197 PT 335 Proj. 1231 PT Inc. 3.904 m€ Inc. 16.919 m€ ii. Sistema de Incentivos Nacionais - Prime Unid: euros Aprovações (2000 - 2006) Sistema de Incentivos Criação de Emprego nº proj. Investimento SIME 70 210.038.148,65 68.638.095,17 2198 SIVETUR 6 31.526.383,00 13.734.918,31 76 SIPITER 5 84.328.220,50 24.711.865,68 221 URBCOM 169 27.679.974,73 10.593.882,08 n.a Outros 57 18.270.703,76 11.742.574,82 153 307 371.843.430,64 129.421.336,06 2648 Total Fonte: IDE-RAM/SIPRIME Total Incentivo B. Impacto dos Sistemas de Incentivos adoptados pela Região Autónoma da Madeira Ao longo do período de vigência do POPRAM II e III coexistiu na Região Autónoma da Madeira uma pluralidade de sistemas de incentivos, de âmbito regional e nacional. Da avaliação da experiência passada de gestão de incentivos, importa reter algumas reflexões de carácter geral: • Forte adesão do tecido empresarial ao sistemas de incentivos de apoio ao investimento disponíveis na Região (principalmente ao SIME e ao SIPPE), embora com ritmos de execução reduzidos; •Bom nível de satisfação dos beneficiários com as características dos sistemas de incentivos disponíveis; •Elevada incidência sectorial dos apoios no sector do turismo e correlacionados; • Procura de incentivos orientada predominantemente para o apoio a obras de construção de edifícios, a obras de remodelação de edifícios e à aquisição de máquinas e equipamentos; • Reduzida procura de incentivos para o apoio a investimento em factores dinâmicos da competitividade, incluindo os ligados à inovação e tecnologia, à economia digital e à internacionalização; • Forte concentração da procura para incentivos no concelho do Funchal, notavelmente difícil de contrariar através de majorações nas intensidades dos apoios a projectos localizados nos restantes concelhos da Região; • Pulverização excessiva dos apoios a pequenos projectos de investimento na fase inicial do SIPPE, aspecto que foi sendo parcialmente corrigido ao longo do tempo com subidas dos limites mínimos e máximos que balizavam o investimento elegível. Parte dos défices identificados resultam: • Das características do tecido empresarial existente na Região; • Das barreiras que a ultraperificidade coloca ao nível da atracção de IDE em actividades mais intensivas em tecnologia e conhecimento. • Ausência de sistemas de incentivos mais selectivos em domínios específicos como o apoio ao empreendedorismo qualificado, o apoio a micro e pequenas empresas numa lógica integrada e assente na consultoria-formação e o apoio à I&D e à inovação, dando mais valorização aos resultados do que às despesas de investimento. Esta mudança de ciclo pressupõe prioridades de intervenção selectivas e integradas, privilegiando o triângulo: competitividade empresarial / desenvolvimento sustentável / qualificação de recursos humanos C. Novo Paradigma de Desenvolvimento 2007-2013 As perspectivas financeiras reflectem a aposta num projecto politico. A Estratégia de Lisboa (Sociedade do Conhecimento) Gotemburgo (Ambiente) Constitui o projecto politico do próximo período de programação. As perspectivas financeiras orientam-se em torno de três prioridades: Desenvolvimento sustentável (engloba a competitividade) Cidadania Europeia Parceiro mundial A prioridade estratégica Inovação, Empreendedorismo e Sociedade do Conhecimento Apresentam uma vocação transversal: Apostar no Turismo; Internacionalizar a Região; Criação de Mecanismos financeiros; Modernizar a Admin. Pública Mais inovação = Mais crescimento/Mais crescimento = Mais emprego Estratégia de Inovação Vectores de sucesso Educação I&D Empreendedorismo Melhor regulamentação Aumentar a competitividade; A produtividade; O Valor acrescentado; E o crescimento sustentável da RAM. È Prioritário: Acabar com as barreiras à Inovação, à Investigação & Desenvolvimento Tecnológico e ao Empreendedorismo. Potenciar o Investimento feito na envolvente empresarial Telecomunicações e outras infra-estruturas digitais; Parques Empresariais; Novas acessibilidades; Universidade, Pólo Tecnológico, CIN. PO FEDER 2007-2013 E Promover uma Matriz integrada de intervenção nas empresas AREAM Empresas Empresas IDERAM Empresas CINM MADEIRA TECNOPOLO Empresas PRODUÇÃO CONHECIMENTO Este novo posicionamento da R.A.M., num quadro regulamentar significativamente modificado implica introduzir ajustamentos no modelo de desenvolvimento regional: • Prioridade para a parte imaterial; •Maior atenção na Competitividade do que no Crescimento; •Governação consentânea com um desafio estratégico que se insere num quadro de fortes limitações de recursos financeiros. Criação de uma nova geração de Sistema de Incentivos que potencie de forma efectiva o up-grading do tecido empresarial regional D. Nova Geração de Sistemas de Incentivos – Visão Integrada É necessário implementar medidas de politica económica entre os quais destacamos: Iniciativas empresariais, estratégias inovadoras e competitivas, promovendo: Aposta no Investimento – Selectividade Desenvolvimento Factores dinâmicos da competitividade. Qualificação de recursos humanos. Educação - Investir mais e melhor na formação contínua Estimular o I & D; Implementação o Plano de Acção para a Inovação; Incentivar o empreendedorismo; Promover a Internacionalização da Região. Captação de investimento directo estrangeiro; Criação de um ambiente de inovação financeira, suscitando a adaptação pelas PME´s ás novas formas de financiamento: Capital de Risco – FCR – Madeira Capital Garantia Mútua Micro-crédito Objectivo: Diversificação e sustentabilidade da economia regional / clusterização dos sectores estratégicos; Manter ritmo elevado e sustentado de crescimento da economia e do emprego. Promoção de projectos de investimento integrados e inovadores; Promoção de competências humanas. Participação das Associações Empresarias e das Autarquias, como facilitadoras do investimento. Criação de um Gabinete de “Investimento Estruturante” IDE-RAM: Apostará numa gestão integrada dos mecanismos de investimento e de financiamento de forma a promover de forma mais activa o espírito empresarial e a promoção de iniciativas empresariais e de favorecimento de estratégias inovadoras e competitivas, privilegiando: Empreendedorismo Inovação Empresarial Desenvolvimento Tecnológico Sociedade do Conhecimento Tecnologias de Informação e Comunicação Qualidade, Ambiente e Energia Internacionalização Captação de Investimento Directo Estrangeiro Requalificação Urbana Sobrecustos (RUP’s) Parcerias Público Privadas Instrumentos de Engenharia Financeira: Fundo Capital de Risco Garantia Mutua Business Angels Microcrédito Diversos Sistemas de Incentivos à Actividade Produtiva da RAM Sobrecustos O número 2 do artigo 299º do Tratado da União Europeia reconhece explicitamente como obstáculos ao desenvolvimento económico e social das regiões ultraperiféricas o afastamento, a insularidade, a pequena dimensão, o clima e topografia difíceis e a dependência económica num número reduzido de produtos, todos eles factores com carácter permanente. Os custos de ultraperiferia podem ser entendidos, como sobrecustos que as empresas das regiões ultraperiféricas têm que suportar em relação às suas congéneres das outras regiões da Europa. Trata-se de custos que resultam sobretudo de dois factores: Da distância em relação aos principais núcleos de produção e consumo; Tamanho reduzido dos mercados locais. As verbas afectas aos sobrecustos destinadas a: (Eixo V do PO), serão Sistemas de Incentivos aos Sobrecustos da RAM; Reafectação de parte das verbas deste eixo para os sistemas de incentivos ao investimento, traduzindo-se na atribuição de um Incentivo Não Reembolsável, até 10% do volume de vendas; Acesso às Bases do Conhecimento; Possível envolvimento Financeira; no âmbito da Engenharia Possível envolvimento em projectos de cooperação InterRegional. OBRIGADO PELA VOSSA PRESENÇA José Jorge dos Santos F. Faria Presidente do Instituto de Desenvolvimento Empresarial da Região Autónoma da Madeira Avenida Arriaga, Edificio Golden Gate, nº 21, 3º andar 9004-528 Funchal Telefone: +351291202170 Fax: +351291202190 Email: [email protected] Web:http://www.ideram.pt