Diferentes Culturas e
Linguagens na Escola:
confrontos e diálogos
Um caso real para iniciarmos
nossa conversa...
“Temos uma língua própria que
revela uma cultura própria.”
Logo, devemos começar por
reforçar a íntima relação entre
LINGUAGEM E CULTURA.
?
Para que isso bem ocorra,
é importante deixar claro
o que estamos tratando por
“cultura”
e o que estamos chamando de
“linguagem”,
para podermos estabelecer a
relação entre elas.
Conceitos de cultura e de
linguagem
O conceito mais comum e ao
qual nos habituamos
“Cultura é a coleção
de comportamentos
aprendidos,
recriados e passados
adiante, e que
contribuem para nos
diferenciar, cada vez
mais, das outras
espécies de animais.”
Uma outra
possibilidade
de pensar a
CULTURA...
O homem é um animal amarrado a
teias de significado que ele mesmo
teceu.
(Max Weber)
Assumo a cultura
como sendo essas
teias e a sua análise.
Clifford Geertz
Portanto, mais do que buscar LEIS, esta
compreensão da cultura permite
encontrar INTERPRETAÇÕES,
SIGNIFICADOS.
Sabemos que, conceitualmente,
linguagem é qualquer e todo
sistema de signos que serve de meio
de comunicação de idéias ou
sentimentos através de signos
convencionados (...)
Aqui, porém, consideraremos que as
linguagens são formas de expressar
diferentes culturas.
Começam, assim, os nossos
problemas no que se refere ao
cotidiano escolar...
?
Como conciliar PARTICULARIDADES
num espaço, por natureza,
COLETIVO, como é o caso da escola?
Nós, nossas escolas, nossos
alunos e famílias não fomos
formados para isso...
Na escola, diferentes culturas e
linguagens convivem e elas podem
ser tratadas sob a perspectiva do
confronto e do diálogo.
Ambos estão presentes todo o
tempo e ambos são oportunidades
de crescimento e aprendizagem.
Para isso, precisamos rever o modo
como nos acostumamos a lidar
com as diferenças: conflitos
geracionais, de gênero, famíliaescola, etc. São conflitos de
diferenças e, em grande parte,
diferenças culturais, no sentido
que demos acima.
CONFRONTOS CULTURAIS NO INTERIOR DA ESCOLA
Confrontos
de Gêneros
Confrontos
Geracionais
Confrontos
de Classes
Confrontos
Professor/Aluno
Confrontos
Família/Escola
EXPRESSAM CONFRONTOS ENTRE DIFERENTES
MODOS DE VER O MUNDO E SE POSICIONAR NELE
Família
Masculino
Velhos
Jovens
Professor
Patrões
Empregados
Feminino
Alunos
Escola
MESMOS
PROJETOS
Família
Família
Professor
Masculino
Patrões
Masculino
Alunos
Velhos
Jovens
Feminino
Escola
PROJETOS
OPOSTOS
Empregados
Velhos
Professor
Empregados
Patrões
Feminino
Alunos
Escola
Jovens
Para bem aproveitar o caráter
educativo desses conflitos, nossa
proposta é buscar, em primeiro
lugar, o que nos aproxima e o que
nos afasta entre nós, dentro da
comunidade escolar,
não sob a perspectiva do
dualismo, das dicotomias, mas
sob a perspectiva dos projetos:
quem tem PROJETOS
SEMELHANTES, aos quais
devemos nos aliar e quem tem
PROJETOS OPOSTOS, aos quais
devemos enfrentar.
Nesse processo, é fundamental
compreender a língua do outro.
Provavelmente, ao fazer isso,
descobriremos que muita coisa
que entendíamos de um modo,
na verdade, significa outra coisa e
nos aproxima mais do que nos
afasta.
Um exemplo vivido em aula...
Adriana Calcanhoto,
Renato Russo, Moska,
Marina Lima, etc...
De tudo que guardei pra ti
o pedaço que vale de mim
o pedaço do pedaço que guardei
pra ti!
(Pitty)
Você quer um pedaço de mim?
Você quer um pedaço de mim...
(Britney Spears)
Do mesmo modo, muito do que
dizemos também pode estar
significando outra coisa.
Três grandes perguntas, então,
devem nos mobilizar, e trago para
elas alguns relatos de
experiência, que devem ser vistos
como exemplos, e não como
respostas. Cada um, na sua
realidade, deve construir a sua. E
essas perguntas são:
O que estão dizendo nossos
alunos com as diferentes
linguagens que expressam suas
diferentes culturas?
O que estamos
dizendo nós,
educadores, entre nós,
aos nossos alunos e à
comunidade escolar,
com as diferentes
linguagens que
expressam nossas
diferentes culturas?
Como o espaço e o tempo podem
ser usados para transformar a
escola na grande arena onde
ocorre cotidianamente, minuto a
minuto, o diálogo crítico e
construtivo dessas linguagens
que expressam essas diferentes
culturas?
CONCLUSÃO
A título de encerramento, fica aqui o
convite para nos lançarmos nessa
aventura de lidar
com a LINGUAGEM e a CULTURA
em nós e no outro, por uma outra
via e com outro modo de olhar.
É preciso ter coragem e se lançar,
pois, como nos afirma Peter Berger,
A sociedade nos oferece cavernas
quentes, razoavelmente confortáveis,
onde podemos nos aconchegar a
outros homens,
batendo os tambores que encobrem
os uivos das hienas na escuridão.
Êxtase é o ato de sair da caverna,
sozinho, e contemplar a noite...
Mas o Êxtase só interessa enquanto
postura, modo de ver o mundo...
Na prática cotidiana da Escola,
interessam as práticas coletivas,
quando, juntos, superamos o medo
do novo e produzimos
conhecimento, competência e
beleza...
... porque fazer MAIS,
MELHOR,
DIFERENTE,
está na nossa natureza de
EDUCADORES.
E como a natureza do humano é a
CULTURA, deve estar naquilo que
SOMOS e FAZEMOS, transmitido
pela nossa LINGUAGEM.
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