Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas Ano IV - Número 68 9 a 22 de junho/2008 www.puc-campinas.edu.br Luiz Corvini Bonito As belezas naturais da região de Bonito, no Mato Grosso do Sul, atrairam alunos da Faculdade de Turismo, que, acompanhados pelo professor José Antonio Scaleante, fizeram uma visita técnica à região. A viagem fez parte das atividades da disciplina Planejamento Turístico Municipal. Página 08 Ricardo Lima Cresce interesse dos jovens pelo trabalho em ONGs O aluno Diego Flud (centro) com seu cachorro labrador Toddy, durante terapia assistida por animais no CEVI Um grupo de alunos da PUC-Campinas decidiu arregaçar as mangas e trabalhar com as Organizações Não-Governamentais (ONGs), que, ano a ano, levantam novas bandeiras e empregam centenas de pessoas. Segundo levantamento divulgado, em 2004, pela Associação Brasileira das Organizações Não-Governamentais (Abong), em 2002 fundações e associações sem fins lucrativos empregavam cerca de 1,5 milhão de pessoas. A adesão à causa e a oportunidade de trabalho estão levando cada vez mais jovens para o Página 04 Terceiro Setor. Vestibular para cursos de tecnologia Avaliação de ensino chega à terceira fase Três cursos superiores de tecnologia serão oferecidos no processo seletivo da Universidade, que ocorrerá no dia 26 de julho. Serão ofertadas 210 vagas para os três cursos de graduação, com duração de 2 a 3 anos. Página 05 Começou a terceira fase do processo de avaliação de ensino. Até o dia 13 de julho os alunos podem participar do processo avaliando seus professores através de um formulário disponibilizado no portal da instituição. Página 06 02 9 a 22 de junho/2008 Jornal da PUC-Campinas Editorial Igreja centenária II A Universidade Católica de Campinas recebeu esse título em 15 de agosto de l955. Foi oficialmente instalada em l4 de março de 1956. A presença de representantes do poder público dos níveis federal, estadual e municipal atestava que o velho sonho de recatolicizar a sociedade ainda era uma meta a ser atingida. Restabelecer os laços históricos entre Igreja e Estado. Mas mudanças profundas se anunciavam. Era o início do governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek. Foi representado na instalação da Universidade por seu ministro da educação, que em seu discurso, deixava entrever as transformações: “é a ciência que conduz o mundo moderno; os povos mais adiantados são aqueles que descobrem os métodos mais eficientes para a exploração da natureza”. O núncio apostólico, D. Armando Lombardi, ainda que preconizasse a submissão da ciência à fé, não deixava, a seu modo, confirmar essa percepção: a universidade católica devia formar “homens íntegros que, sem interesse próprio (...) saibam promover (...) o bem- estar geral do Povo e da Sociedade”. Ambos expressavam a mesma crença no poder das elites para responder aos desafios que se apresentavam ao país. Expressão das mudanças que então começavam a acontecer era a ideologia desenvolvimentista, que se fazia acompanhar, na esfera religiosa, pela crescente secularização da sociedade. É nesse quadro que, em 1958, já sob o pontificado de João XXIII, Campinas é elevada à categoria de arquidiocese. Embora em plano meramente simbólico, o fato expressava uma nova fase na vida da cidade. Não se falava, então, de metropolização, mas sim de pólo desenvolvimentista. E Campinas o era efetivamente, sobretudo como centro comer- cial e de serviços, como saúde e educação. Nos anos 60, essa característica se acentuará com a industrialização. E com a criação de uma universidade estatal, cuja marca é a pesquisa avançada, para responder ao processo, a Unicamp. Mas aumentam também os problemas sociais. O processo migratório em direção à cidade se intensifica, modificando, em tempo muito curto, a fisionomia da cidade. A presença da Universidade Católica é relevante, sobretudo pela presença quase monopolizadora nos quadros pedagógicos da rede educacional, pública e particular, de professores nela formados. Além disso, um campo relevante de presença pública na vida social, os profissionais liberais, de modo especial os ligados à magistratura, provinham de sua Faculdade de Direito. A influência da universidade católica ultrapassava os limites do município e mesmo da região. Estendia-se por todo o Estado. Mas havia sombras. O Pátio dos Leões, um ícone da cidade – casa da aristocracia – é lembrado como ponto de união dos alunos, numa convivência quase familiar, bem própria de sociedades estamentais; no golpe militar de 64 será lembrado como espaço público, de face dupla. De um lado, foi símbolo de apoio ao golpe, como atesta o historiador René Dreifuss; de outro, espaço de resistência e enfrentamento. Alegrias, esperanças, frustrações, dilemas e projetos da sociedade campineira são também os da Igreja Católica. A história de sua universidade é um retrato vivo de todo esse processo. Notas Padre Wilson Denadai Reitor da PUC-Campinas Agenda Aluna conquista vaga para Olimpíadas PUC-Campinas entra para Rede de TV’s Universitárias e Youtube A aluna do 4º ano de Educação Física, Zenaide Vieira, conquistou, no dia 18 de maio, uma vaga para participar das Olimpíadas de Pequim, na modalidade atletismo 3.000 m com barreiras. A atleta ficou em 3º lugar no GP Rio de Atletismo, conquistando o índice olímpico. Ano passado, Zenaide conquistou medalha de bronze nos Jogos Pan Americanos. A Faculdade de Educação Física realiza outra participação internacional com os alunos David de Souza Rosa e Alessandra Regina Gama. Eles foram convidados pelo Centro Cultural de Capoeira em Milão, na Itália, para participarem da semana de intercâmbio cultural Brasil-Itália, que acontece entre 9 a 15 deste mês. Desde o último dia 6 de junho, a PUC-Campinas passou a fazer parte da Rede de Intercâmbio de Televisão Universitária (RITU), que cria uma grade nacional de programação entre as televisões universitárias do Brasil. O intercâmbio será feito via conexão internet de alta velocidade, sendo uma parceria entre a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP) e o Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital (Lavid), da Universidade Federal da Paraíba. O lançamento da RITU aconteceu na Universidade de São Paulo (USP). Outra novidade do mundo digital é que desde o início deste mês a TV PUC-Campinas apresenta o programa Foco no site Youtube, além da internet. O programa tem como proposta apresentar cada um dos cursos da PUC-Campinas com a visão dos alunos que vivenciam esse universo. Para acessar os 41 programas basta entrar no endereço www.youtube.com/tvpuccampinas. Universidade sedia o XIII Encontro Nacional dos Grupos PET De 14 a 18 de julho, ocorre o XIII Encontro Nacional dos Grupos PET (ENAPET). Neste ano o tema principal é responsabilidade social. Serão realizados simpósios, oficinas, sessões coordenadas e atividades que permitirão discutir assuntos relevantes à formação profissional e produção acadêmica. O ENAPET pretende contribuir para o avanço do Programa de Educação Tutorial (PET) e para trabalhos relevantes dos profissionais. Mais informações no portal PUC-Campinas www.puc-campinas.edu.br. Fórum de Libras no Campus I da PUC-Campinas No dia 19 de junho, as Faculdades de Letras, Educação e Fonoaudiologia da PUC-Campinas promovem o Fórum de Libras: O Tradutor e Intérprete de Libras, no Auditório Dom Gilberto, Campus I da Universidade. As atividades ocorrerão em dois períodos, pela manhã, 8h às 11h30 e à noite, das 19h20 às 22h30. A iniciativa tem como objetivo promover, a Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma linguagem que ganha espaço na sociedade e no mercado de trabalho. O evento é voltado aos alunos e docentes das respectivas faculdades e demais interessados. Mais informações na Faculdade de Letras pelo telefone 3343-7418. 10/06 Começa o período de inscrições para o Processo Seletivo – 2º Semestre de 2008 que vai até o dia 13 de julho. As inscrições devem ser feitas por meio do Portal da PUC. Os cursos oferecidos são: Superior de Tecnologia em Comunicação Assistiva – Tradução e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS); Superior de Tecnologia em Redes de Computadores e Superior em Tecnologia em Construção de Edifícios. 10 e 11/06 Seleção dos bolsistas pelo Comitê externo do PIBIC/CNPq. 12 a 18 /06 Período para entrega dos resultados escolares do 1º semestre dos cursos dos Programas de Pós-Graduação stricto sensu à Secretaria Acadêmica do Centro. 19/06 8h às 11h30 e 19h20 às 22h30 - A Faculdade de Letras, Educação e Fonoaudiologia realizam para seus alunos e docentes o Fórum de Libras: O Tradutor e Intérprete de Libras. Espaço leitor A sua opinião é muito importante para o Jornal da PUC-Campinas. Por isso, aproveite esse espaço para enviar seus comentários e críticas sobre as reportagens e artigos aqui publicados. Mande também suas sugestões sobre temas que gostaria de ler nas próximas edições. Mande a sua mensagem para [email protected] @ AÇÕES PELA SUSTENTABILIDADE Que bom ver este assunto como pauta principal de um evento desta magnitude e disponibilizando acesso a todos que tiverem interesse pela vida. É a informação disponível à sociedade, buscando a mudança de comportamentos, que tem minado nosso futuro. Uma boa oportunidade para aqueles que têm dúvidas sobre a real importância do tema. Participem. Rangel Lage - Aluno do 3º ano da Faculdade de Engenharia Ambiental ERRAMOS - Diferente do que foi publicado na última edição, o nome correto da aluna de Mestrado em Psicologia da PUC-Campinas é Helen Mozena. A mestranda desenvolve a pesquisa Plantão Psicológico: um estudo sobre a implantação em serviço universitário de assistência judiciária, ligada ao Grupo de Pesquisa Atenção Psicológica Clínica em Instituições: prevenção e intervenção Expediente Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Wagner José de Mello, Rogério Bazi e Sílvia Regina Machado de Campos; Coordenador do Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Editoras - Ciça Toledo (MTb. 14.181) e Raquel Lima (MTb. 48.963); Repórteres - Adriana Furtado, Crislaine Gava e Du Paulino; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Estagiários - Ana Paula Moreira, Caio Armentano, Karine Massacani e Priscila Virgínio; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3343-7147 e 3343-7674. E-mail: [email protected] Jornal da PUC-Campinas 9 a 22 de junho/2008 03 Opinião Terceiro setor: mitos & verdades Arnaldo Rezende Terceiro Setor nada mais é do que o conjunto de organizações privadas, criadas de forma voluntária, com objetivos públicos ou associativos sem fins lucrativos. Muito além das entidades beneficentes de assistência social, ambiental, defesa de direitos e outras, há, ainda, grandes clubes de lazer como Sociedade Hípica, Tênis Clube, dentre outros, e até esta Universidade – PUCCampinas. A primeira organização desse tipo no Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de Santos – SP, criada em 1543 por Brás Cubas, ou seja, não há nada de novo a não ser o termo fashion dos anos noventa “ONG”. ONG é apenas um "apelido" derivado do inglês non-governmental organizations (NGO), que corresponde na língua portuguesa à organização não-governamental. Embora a definição textual remeta apenas a informação de que não é estatal, o seu uso limita-se a nomear de forma popular organizações de interesse público que visam o bem comum, pois nunca ouvimos alguém dizer que freqüenta a piscina na ONG Sociedade Hípica. Há um relato que circula de modo informal em que se conta que a origem do termo ONG ocorreu no período pós-criação da ONU – Organização das O “As organizações que compõem o chamado Terceiro Setor são aquelas que ‘apelidamos’ de ONG’s. Fora as de proteção ambiental, as ‘Greenpeace’ da vida, o resto é tudo organismo que lida com pobreza.” Nações Unidas. No seu papel de fomento e apoio aos países em desenvolvimento, ou mais especificamente às nações menos favorecidas, a ONU repassava volumosos recursos aos seus governos para financiamento de programas sociais. Infelizmente, a corrupção sistêmica destes governantes reduzia a efetividade da aplicação dos recursos. Assim sen- do, a ONU passa a selecionar organizações privadas, porém sem fins lucrativos, ou seja, com objetivos públicos, para serem suas parceiras e gestoras dos programas e, por conseguinte, responsáveis pela utilização profícua dos montantes investidos. Para essas organizações, por estarem fora da égide estatal, deram a designação de ONG – Organização Não-Governamental. As verdadeiras organizações que visam o bem comum são criadas por pessoas altruístas que doam seu tempo e talento em busca de nobres causas públicas, muitas vezes complementando a gestão estatal, via de regra, combalida e ineficiente. No Brasil é nítida a explosão quantitativa na criação dessas organizações a partir da metade da década de oitenta, quando terminam os vinte anos da ditadura militar. Setenta por cento das cerca de 280.000 organizações do Terceiro Setor existentes atualmente foram criadas após o fim dos governos militares de envergadura ditatorial que prevaleceram sobre a verdadeira democracia. Há, portanto, uma relação direta entre o desenvolvimento democrático e a evolução do Terceiro Setor. Essa conectividade fica evidente se entendermos o conceito de democracia por meio de verdadeira acessibilidade de todos a uma cidadania plena. Portanto, a importância de um Terceiro Setor pujante passa por uma sociedade que busque incansavelmente uma condição em que os direitos civis, políticos e sociais coexistam de forma legal e complementar, ou seja, uma nação em que o direito à propriedade, igualdade e liberdade, assim como a permissão para votar e ser votado sejam tão importantes quanto às questões dos acessos à educação, saúde, moradia, alimentação e lazer. Em suma, o círculo virtuoso no Terceiro Setor é composto por cidadãos de índole democrática garantindo cidadania plena a todos de forma verdadeira e sem mitos. Arnaldo Rezende, superintendente-executivo da Fundação FEAC e coordenador-executivo do Compromisso de Campinas pela Educação QUAL O PAPEL DAS ONGS NA SOCIEDADE? Galeria Fotos: Ricardo Lima “Suprir uma lacuna deixada pelo estado em determinados ramos considerados importantes pela sociedade. No entanto, há também pessoas que se aproveitam da facilidade para abrir uma ONG e usam isso em benefício próprio”. Luís Henrique Bortolai – Aluno do 4° ano de Direito “Tentar unir diferentes pessoas com o objetivo de buscar alguma melhoria para a comunidade que se está inserido. É importante que se faça o bem a quem está em comunidades próximas a você”. Rafael Barcellos de Campos – Aluno do 4° ano da Faculdade de Medicina “A função das ONGs é a de sustentabilidade do ser vivente, seja ele animal, vegetal e ser humano. Seres que não têm condição de lutar pela sua sobrevivência, ou seja, o papel das ONGs é o de proteção da diversidade na sociedade”. Gislei Cristina Gonçalves – Professora da Faculdade de Biologia “O terceiro setor veio para ajudar a resolver algumas questões sociais a partir da organização da própria sociedade. Vemos dois tipos de ONGs: as que a sociedade se identifica com o papel que desenvolvem e aquelas que usam a imagem da ONG para resolverem problemas pessoais fugindo, assim, da filosofia da ONG”. Diana Tosello Laloni – Professora da Faculdade de Psicologia “Acho que o papel das ONGs na sociedade é atender as aspirações em questões políticas, ecológicas entre outras. Ela é um elemento de mobilização social e de reivindicação”. José Mario Limongi – Técnico de Laboratório de Análise Instrumental “Acho que o papel das ONGs é o de dar um auxílio social. Creio que elas precisam deixar mais claro o objetivo do trabalho que exercem, onde encontrá-las e quem pode procurá-las. Muitas vezes fico em dúvida se algumas ONGs têm objetivos de ajuda financeira ou psicológica”. Geisa Kerle de Almeida – Secretária de Odontologia Fotos: Ricardo Lima Imagem COMBATE AO FUMO No dia 31 de maio, Dia Mundial Sem Cigarro, os alunos da Prática de Formação Drogas e Sociedade distribuíram folhetos na avenida John Boyd Dunlop, com informações sobre os malefícios do cigarro e dicas para quem deseja parar de fumar. A campanha de conscientização se estendeu ao público presente, incluindo motoristas e camelôs. O aposentado João Geraldo Pinto, que fumou durante 47 anos e parou há 3, compareceu ao local para reencontrar o professor e responsável pela prática, Elson da Silva Lima, que acompanhou seu tratamento desde o início. “NÃO cabe ÀS ONGs brasileiras ACABAR COM OU pretender substituir O ESTADO, MAS COLABORAR para A SUA democratização” Betinho – sociólogo ativista 04 9 a 22 de junho/2008 Jornal da PUC-Campinas Responsabilidade Social ONGs atraem estudantes pela causa e oferta de trabalho Ricardo Lima SOS Mata Atlântica Satisfação pessoal e busca por emprego têm levado muitos jovens a se envolver com o Terceiro Setor Adriana Furtado [email protected] Recentemente, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) estiveram no centro das atenções da população por meio de escândalos divulgados pela imprensa, envolvendo o desvio e a utilização de recursos financeiros para fins pessoais. Ainda assim, o número de ONGs aumenta todos os anos, assim como o interesse das pessoas em trabalhar nesse tipo de organização. A motivação? Geralmente satisfação pessoal aliado ao engajamento na causa defendida pela organização. Mas o fato é que hoje as ONGs também representam uma oportunidade de trabalho. Segundo levantamento divulgado, em 2004, pela Associação Brasileira das Organizações Não- Governamentais (Abong), em 2002 havia no Brasil 276 mil fundações e associações sem fins lucrativos, que empregavam cerca de 1,5 milhão de pessoas. Segundo o professor Celso Pedroso de Campos Filho, do Centro de Economia e Administração (CEA), da PUC-CamRicardo Lima pinas, hoje, em âmbito global, o chamado Terceiro Setor movimenta US$ 1 trilhão ao ano, o que corresponde a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do mundo. Só no Brasil, ele representa 1% do PIB. Para o professor Campos Filho, atualmente há evidências claras da necessidade de profissionais qualificados para atuarem em ONGs e outras instituições do Terceiro Setor no Brasil. Ele ainda ressalta que a empregabilidade nesse segmento é maior ou igual do que o mercado como um todo. “Pesquisas recentes evidenciam que o interesse dos jovens pode aumentar muito, tendo em vista o desconhecimento que ainda existe destas possibilidades de trabalho, que aliam Professor Celso Pedroso de Campos Filho a realização profissional e pessoal”, explicou. Ricardo Lima O aluno do 3º ano da Faculdade de Psicologia da PUC-Campinas Virgílio Paulo da Silva Alves faz parte de um grupo de ‘ongueiros’, que viu nesse setor também uma oportunidade de trabalho. Ele trabalha há um ano na ONG Taba Espaço de Vivência e Convivência do Adolescente e considera o Terceiro Setor uma forma de inserção no mercado de trabalho, mas destaca a importância de não se perder de vista o papel das ONGs. “Elas são organizações sociais de participação, reflexão, discussão e fiscalização das políticas públicas voltadas para suas a áreas de atuação”, explicou. O estudante do 1º ano da Faculdade de Engenharia Ambiental da PUC-Campinas Renan Augusto Kappey não descarta o Terceiro Setor como oportunidade de emprego, mas O aluno Vírgilio, do 3º ano de Psicologia, durante oficina na ONG Taba segundo ele, parte das ONGs, por terem recursos escassos, não oferece grande retorno financeiro. explicou que a sua atuação na organização foi fundaEle atua há três anos na ONG SOS Mata Atlântica. mental na escolha de sua carreira. “Conheci um engeJá o professor do CEA reforçou que o salário não nheiro ambiental e ele me explicou sobre seu trabapode ser o único fator para optar por esse segmento. lho e me interessei”, disse. “O profissional que busca o Terceiro Setor geralmente Ao contrário de Kappey, o aluno do 1º ano da se identifica com a causa e a missão da entidade, mas Faculdade de Administração Diego Flud não pentambém há quem busque nesse setor qualidade de sa em seguir profissionalmente em ONGs. O estuvida e menor nível de estresse”, completou. dante é voluntário no Instituto para Atividades, Kappey disse que pretende continuar o trabalho na Terapias e Educação Assistidas por Animais de ONG mesmo depois de formado. O aluno ainda Campinas (Ateac), também conhecida pelo seu pro- SOS Mata Atlântica Acima, à esquerda, aluno Renan Augusto Kappey, do 1º ano de Engenharia Ambiental filiado ao SOS Mata Atlântica; acima ações da entidade na Prainha Branca, no Guarujá Aspecto legal O professor da Faculdade de Direito da PUC-Campinas José Henrique Specie orienta que quem deseja trabalhar em ONGs deve ficar atento a alguns pontos, como conhecer a organização, seu estatuto, objetivos, trabalhos que desempenha, destinação do trabalho e se a ocupação é adequada e vinculada ao objetivo do estudante. “O aluno deve aproveitar o trabalho voluntário como uma forma de capacitação profissional e procurar um entrosamento com a atividade que vai desenvolver”, reforçou. Outro ponto destacado pelo também professor da Faculdade de Direito Marcelo Altieri é quanto à legislação. A ONG é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, semelhante a uma associação e que pode ter a finalidade desportiva, cultural, moral, de assistência, entre outras. “Várias legislações podem legalizar uma ONG. No meu entendimento, a mais importante é a Lei 10.406/2002 que trata da constituição, extinção e funcionamento desse tipo de organização”, completou Altieri. jeto Criança e Cão em Ação. Foi a paixão por cachorros e o convite de uma amiga, que levaram o estudante a ser voluntário. “Nesse projeto utilizamos os cachorros para facilitar o contato dos médicos com os pacientes”, acrescentou o estudante. Atualmente, o grupo que Flud participa visita crianças portadoras de autismo no Centro de Vivência Infantil (Cevi). Seu companheiro nas visitas é cachorro da raça labrador, de nome Tody. (Colaboraram Ana Paula Moreira e Priscila Virgínio) Jornal da PUC-Campinas 9 a 22 de junho/2008 05 Novos mercados VESTIBULAR para formação de tecnólogos Fotos: Ricardo Lima Pela primeira vez em sua história, Instituição realiza processo seletivo no meio do ano Adriana Furtado [email protected] De 10 de junho a 13 de julho, a PUC-Campinas recebe inscrições para o processo seletivo no meio do ano. A prova ocorrerá no dia 26 de julho e as matrículas entre 31 de julho e 1º de agosto. Essa é a primeira vez que a Universidade oferece um processo seletivo nesse período. Serão três cursos superiores de tecnologia e 210 vagas. As inscrições serão feitas exclusivamente pelo Portal – www.puc-campinas.edu.br . Os cursos oferecidos a partir de agosto são Superior de Tecnologia em Comunicação Assistiva – tradução e interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras); Superior de Tecnologia em Redes de Computadores e Superior de Tecnologia em Construção de Edifícios. Esses cursos têm duração de 2 a 3 anos e conferirão o diploma de tecnólogo aos formandos. Para o pró-reitor de Graduação da PUC-Campinas, Germano Rigacci Júnior esse é um importante momento para a Universidade. “Assim como em 1942, quando a Instituição foi criada para atender a algumas demandas da sociedade, hoje, passados 67 anos, a Universidade continua atenta às necessidades sociais e passa a oferecer a modalidade de cursos de tecnologia”, explicou. Rigacci ainda reforçou que esses cursos podem ser uma oportunidade para os alunos continuarem seus estudos em outras modalidades de graduação, como bacharelado e licenciatura. Desde 1996, com a edição da nova Lei de Diretrizes e Bases, os cursos de tecnologia são considerados pelo MEC cursos de graduação. A prova será realizada no dia 26 de julho, das 9h às 13h e terá as mesmas características do processo seletivo para o ingresso no início do ano. Serão 50 questões de Conhecimentos Gerais, valendo um ponto cada e uma redação, que valerá 50 pontos. “A criação desses cursos é uma resposta da Instituição a uma demanda social. A visão arcaica da organização universitária não responde mais a demanda da sociedade. A função da universidade é oferecer uma outra modalidade de formação superior e é isso que a PUC-Campinas está fazendo.” “Com o crescimento da economia acontecendo em todo país temos acompanhado pela mídia a falta de profissionais qualificados principalmente nas áreas de informática e construção civil. A PUC-Campinas não pode ficar fora do desafio de colocar profissionais qualificados provenientes de uma instituição que tem como ponto mais importante a qualidade.” WAGNER JOSÉ GERIBELLO Diretor do CLC ORANDI MINA FALSARELLA Diretor do CEATEC >> (Colaborou Ana Paula Moreira) Serviço Vestibular para cursos superiores de tecnologia. Inscrições: 10 de junho a 13 de julho de 2008 Prova: 26 de julho de 2008. Matrícula: 31 de julho a 1º de agosto de 2008 Informações: www.puc-campinas.edu.br ou 0800-7287822 SAIBA MAIS Superior de Tecnologia em Redes de Computadores Superior de Tecnologia em Comunicação Assistiva – tradução e interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Esse curso terá 70 vagas, duração de 2 anos e o grau conferido será de Tecnólogo em Comunicação Assistiva – tradução e interpretação de Libras. Mensalidade: R$ 395,00. O que é o curso? O curso tem por objetivo a formação do tradutor e do interprete de Libras, a língua brasileira de sinais usada para o contato com a comunidade surda. É um curso superior tecnológico com 4 semestres e com uma estrutura planejada que visa formar o tradutor e o intérprete. Oportunidades profissionais Desde que a Legislação Federal legalizou o campo de trabalho em escolas, hospitais, empresas, repartições, comunidades eclesiais, televisão e Poder Judiciário, cresce a oferta no mercado para profissionais qualificados em Libras. Ponto de vista Esse curso terá 70 vagas, duração de 2 anos e meio e o grau conferido será de Tecnólogo em Redes de Computadores. Haverá duas certificações intermediárias de "Instalador de Redes de Computadores" e de "Analista de Suporte de Redes de Computadores". Mensalidade: R$ 395,00 O que é o curso? O curso visa a formação de profissionais de nível superior na área de tecnologia, com ênfase na concepção, implantação e gestão de redes de computadores, além de capacitar o estudante para acompanhar as constantes evoluções do mercado de computação e, em especial, o de redes de computadores. Oportunidades profissionais A demanda por profissionais com a formação oferecida pelo curso é enorme. Mais especificamente por profissionais que atuem no projeto, instalação, manutenção e gestão de redes de computadores. Vale ainda destacar que o bom desempenho das redes de computadores é vital para que a produtividade das empresas cresça, devido ao nível dos serviços prestados por meio da sua rede. Ponto de vista Superior de Tecnologia em Construção de Edifícios Esse curso terá 70 vagas, duração de 3 anos e o grau conferido será de Tecnólogo em Construção Civil - Edificações. Haverá certificações intermediárias de "Desenhista de Construção Civil" e "Auxiliar Técnico em Construção de Edifícios". Mensalidade: R$ 395,00. O que é o curso? O curso tem por objetivo a formação do tecnólogo de nível superior, que atuará em conjunto com o engenheiro civil na realização de projetos, orçamentos, planejamento e execução de obras de construção civil. Oportunidades profissionais O mercado de trabalho é promissor em função da falta de profissionais capacitados na área, particularmente em função do atual aquecimento do mercado de projetos e obras, que exije a necessidade imediata de pessoas com qualificação suficiente para suprir as demandas do mercado. Ponto de vista “O que chama a atenção no curso são os eixos em que ele se desenvolve, com teoria e práticas vinculadas ao mercado de trabalho. As atividades autônomas são relativas à sua função específica.” "Esse curso utilizará a infra-estrutura, experiência e tradição em formar profissionais alcançada ao longo dos 15 anos de existência do curso de Engenharia de Computação, bem como dos 35 anos do curso de Análise de Sistemas." “Destaco a grande importância desse curso, salientando a rápida inserção do jovem no mercado de trabalho. Trata-se de uma excelente oportunidade para aqueles que já exercem atividades na área e queiram atualizar os conhecimentos". Carlos de Aquino Pereira – Diretor da Faculdade de Letras, responsável pelo do Curso Superior de Tecnologia em Comunicação Assistiva – tradução e interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Ricardo Luís de Freitas - Diretor da Faculdade de Engenharia de Computação, responsável pelo Curso Superior de Tecnologia em Redes de Computadores João Carlos Rocha Braz – Diretor da Faculdade de Engenharia Civil, responsável pelo Curso Superior de Tecnologia em Construção de Edifícios. 06 9 a 22 de junho/2008 Jornal da PUC-Campinas Qualificação Avaliação de ensino avança para a terceira fase Fotos: Ricardo Lima Universidade espera um aumento de 50% na participação dos alunos Ciça Toledo [email protected] Até o dia 13 de julho, os cerca de 20 mil alunos da PUC-Campinas podem, democraticamente, participar da terceira etapa do processo de avaliação permanente de ensino preenchendo um formulário que está disponível no portal da Universidade. Nele, os alunos avaliam o desempenho de seus professores na sala de aula e nas demais etapas que envolvem a relação ensinoaprendizagem. A estimativa da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), que encabeça o projeto, é otimista em relação a participação de alunos. “A meta é que tenhamos um aumento de adesão em relação à etapa anterior, que teve a participação de 8 mil alunos”, avalia o pró-reitor de Graduação, Germano Rigacci Júnior. Para ele, o envolvimento dos alunos neste processo, que é uma das dimensões do projeto de avaliação de ensino da Instituição, é essencial para a qualificação do ensino da PUCCampinas. O otimismo do pró-reitor de Graduação é compartilhado com o coordenador do Grupo de Trabalho de Avaliação do Ensino, professor Arnaldo Lemos Filho. “O Professor Arnaldo de Lemos, Coordenador do Grupo de Trabalho Avaliação do Ensino crescimento da participação de alunos neste projeto revela que estamos construindo uma cultura de avaliação na universidade”, analisa Lemos Filho. Na sua opinião, o processo ajudou alunos e professores a confiarem na avaliação como um instrumento de quaensino, o Centro de Ciências Humanas A prática da avaliação de ensino faz parte lificação de ensino. “A avaliação proposta pela Instituição não aplica (CCH) planejou uma série de ações, que da história da Faculdade de Engenharia notas e nem classifica os docentes em sistema de ranking”, explica o inclui desde um comunicado por e-mail a Ambiental, que há 8 anos realiza uma avaliacoordenador dos trabalhos. O instrumento foi construído para que o todos os alunos até visitas do diretor do curção sobre o curso com seus alunos. Por isso, professor possa aperfeiçoar sua atividade docente. so a todas as salas de aula. “Queremos ampliar a diretora do curso, professora Sueli do Carmo Os resultados da segunda etapa da avaliação de ensino já estão traa participação dos alunos na avaliação, que é Bettine, vê com bons olhos a receptividade zendo benefícios ao corpo docente e discente da Instituição. Para os um instrumento de efetividade do Projeto dos estudantes para a terceira fase da avaliaprofessores, a Prograd organizou oficinas pedagógicas que têm como Pedagógico”, avalia o diretor do CCH, padre ção institucional, que teve início no dia 4 de um dos objetivos ajudar na didática, apontada pelos alunos como um Paulo Sérgio Lopes Gonçalves. No Centro junho. Na sua opinião, a cultura de avaliação dos maiores problemas dos docentes em sala de aula. Por outro lado, de Ciências da Vida (CCV), os alunos estão que está sendo implantada no curso deverá algumas solicitações de estudantes que foram manifestadas nas peracostumados a discutir a avaliação de ensino. trazer resultados consistentes à instituição. guntas abertas do questionário on-line, tanto da primeira como da “O debate é contínuo e conta com a colabo“Não espero 100% de adesão dos alunos, porsegunda etapa, também começaram a ser atendidas em alguns curração dos representantes de classes, que parque a avaliação é espontânea, mas acredito sos. Na Faculdade de Jornalismo, por exemplo, os alunos do 3º e 5º ticipam das reuniões de curso e de Centro”, que tenhamos um aumento qualitativo na semestres estão se beneficiando do Projeto Leitura, que tem como proexplica o diretor adjunto do Centro de participação dos estudantes”, declara. posta estimular a prática da leitura de obras literárias. “Os estudantes Ciências da Vida (CCV), professor José As respostas dos alunos nas etapas antedisseram na avaliação que sentiam falta de outro tipo de leitura que Gonzaga T. de Camargo. riores do processo não chegaram a surnão fosse o livro técnico, específico da área”, explica o diretor do curOs alunos da Faculdade de Educação têm preender o diretor da Faculdade de Letras, so, professor Rogério Bazi. A alternativa foi coincidir, então, o conrecebido nas salas de aula há algumas semaprofessor Carlos de Aquino Pereira. teúdo do livro proposto com o das disciplinas. “O resultado virá no nas a diretora do curso, professora Luzia “Estamos acostumados a conversar com nosfinal do semestre, quando os alunos deverão entregar o trabalho final Siqueira Vasconcelos, que tem debatido a sos alunos e por isso não nos supreendemos da atividade extra-sala”, completa. importância da avaliação no processo ensinocom os elogios e reclamações”, revela. Para Outro curso que já colhe resultados da avaliação de ensino é o de aprendizagem. “Acreditamos que a avaliação aumentar a participação de alunos nesta etaEngenharia de Computação. Segundo o diretor adjunto do Centro de ensino deva ser um processo contínuo de pa da avaliação, ele e sua equipe de profesde Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias (CEATEC) e proensino, porque ela pode trazer elementos sores incrementaram o diálogo com os alufessor do curso de Ciências de Computação, Ricardo Pannain, houimportantes ao crescimento de todos, tanto do nos, ressaltando a importância da participave uma redução das críticas negativas dos alunos na segunda etapa curso, como do professor e do próprio alução neste processo. do processo. “Isso revela que está se formando uma cultura de avano”, finaliza. (Colaborou Caio Armentano) Para envolver os alunos na avaliação de liação entre os estudantes”, analisa. Expectativas dos docentes O QUE DIZEM OS ALUNOS “ Pretendo participar este ano da avaliação, pois acredito que é uma ferramenta para aprimorar a qualidade do ensino ” Thiago Leone (Aluno do 1º ano de Ciências Econômicas) “ Participei das outras avaliações e considero uma boa ferramenta de fiscalização do trabalho dos professores. Porém, acho que o resultado deveria ser divulgado para que os alunos possam se envolver e saber se outros estudantes têm a mesma opinião. ” Fabrício Lahr (Aluno do 2º ano de Ciências Sociais) “ Acho importante participar da avaliação, mas as perguntas deveriam ser mais abertas para que o aluno realmente expresse sua opinião. ” Laís Leonardi (Aluna do 2º ano de Turismo) Jornal da PUC-Campinas 9 a 22 de junho/2008 07 O cineasta que virou piauiense Fotos: Ricardo Lima Ciça Toledo [email protected] MURAL A nova paixão do cineasta João Moreira Salles chama-se Piauí. É com ela que o documentarista tem passado a maior parte de seu tempo nos últimos dois anos. Arrojada no visual e com um conteúdo de ‘peso’, a Piauí tornou-se a companheira de Salles e de cerca de 40 mil leitores da revista. “A Piauí é meio maluquinha, porque ela não segue as regras comuns das revistas. Nunca fizemos pesquisas de mercado para saber o que o leitor quer ler e também não O cineasta João Moreira Salles é apaixonado pelo jornalismo literário pautamos a revista por assuntos que estão na imprensa”, avalia seu meno meu trabalho de documentarista e de escritor tor. “Ela não dá canelada, não é raivosa e nem milida Piauí: em ambos estou mais preocupado com tante: é uma revista serena”. a forma do que com o conteúdo e isso exige um O projeto da revista nasceu de uma insatisfaolhar mais apurado, com menos intervenção”, ção pessoal do cineasta, que encontrou coro em explica. Ele é enfático quando questionaum grupo de jornalistas e escritores, também crído sobre sua nova profissão: publisticos da imprensa. her da revista Piauí. “Por falta de tino “NÃO SOU JORNALISTA, MAS UM DOCUMENTARISTA APAIXONADO “Sentia falta de uma empreendedor tenho dificuldades PELO JORNALISMO LITERÁRIO E QUE ESTÁ revista que tivesse para envolver-me com o mercado AJUDANDO A FAZER UMA REVISTA”. um compromisso publicitário, mas faço tudo para maior com a qualidade da narrativa do que com que a revista dê certo”, admite. a temática”, explica. “Para um piauiense, mais Se por um lado ele acha importante do que a informação em si é a maneimaçante a prospecção de anunra como ela é contada”. Esse formato de revista, ciantes, por outro ele se deleita na sua opinião, qualifica o leitor intelectual e culna nova condição de escritor. turalmente. “Quem lê a “Não sou jornalista, mas um A PIAUÍ É MEIO MALUQUINHA, PORQUE revista saberá muito documentarista apaixonado pelo ELA NÃO SEGUE AS REGRAS COMUNS DAS REVISTAS. ELA NÃO DÁ CANELADA, mais sobre o mundo, a jornalismo literário e que está ajuNÃO É RAIVOSA E NEM MILITANTE: poesia, a prosa, novos dando a fazer uma revista”. Apesar É UMA REVISTA SERENA autores e outros assunde ser economista por formação, tos que estão à margem da imprensa”, diz. Salles optou pelo cinema e tamSalles tem paciência de Jó com a produção da bém leciona documentário no curPiauí e de seus filmes. Para fazê-los, ele costuma so de Cinema, na Fundação dar uma trégua ao tempo. “Há um paralelo entre Getúlio Vargas (RJ). EU RECOMENDO! “Minha dica cultural é o livro A última grande lição, de Mitch Albom. O livro é fantástico, pois relata os últimos dias e as últimas lições de um verdadeiro educador. Esse livro mostra a verdadeira recompensa na vida de um grande mestre. Espero que gostem”. Luiz Otávio Ciurcio – Aluno do 2º ano de Geografia SORTEADOS Os sorteados na promoção do livro 1808 e Campinas Decor foram: Bia Pupin, Claudia Costa, Elaine Marchi, Fabíola Badia, Felipe Almeida, Fernando Lamas, Jaqueline Costa, Luiz Corvini Filho, Luiz Otavio, Maria Eduarda Santos, Paula Koda, Rafael Accardo, Regina Pedroni da Silva, Renata de Almeida, Rita Cândida de Magalhães, Sergio Nascimento, Tânia Rocha, Tathiane Lima e Telma Cruz Bianco. PRODUÇÃO João Moreira Salles iniciou a carreira de documentarista incentivado pelo irmão, o também cineasta Walter Salles. Em 1985, fez o roteiro e texto para a série Japão, uma Viagem no Tempo, exibida na extinta TV Manchete. Ao lado do irmão, fundou, em 1987, a produtora VideoFilmes. A notoriedade veio partir de Notícias de uma Guerra Particular (1999), codirigido por Kátia Lund. Produziu uma série de documentários exibidos na TV e, com o irmão, dirigiu e produziu os filmes Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho; Madame Satã, (2002), de Karim Aïnouz; Babilônia 2000 (2001) e Edifício Máster (2002), de Eduardo Coutinho; Casa Grande e Senzala e Raízes do Brasil, de Nelson Pereira dos Santos e Onde a Terra Acaba (2001), de Sérgio Machado, entre outros. Em 2003 lançou Nelson Freire e, em 2002, durante a campanha presidencial, filmou Entreatos e produziu Peões, de Eduardo Coutinho, ambos sobre Luiz Inácio Lula da Silva, lançados em 2004. Produziu, ainda, os filmes de Coutinho O fim e o Princípio (2005) e Jogo de Cena (2007), quando realizou seu último trabalho na direção, Santiago, documentário sobre o mordomo que trabalhou na sua casa, na infância. O pingüim é o mascote da revista Divulgação PUC-Campinas realiza exposição sobre centenário japonês Começa a partir do dia 14 de junho às 11h na PUC-Central a exposição "100 Anos Japão & Brasil", realizada pelo Museu Universitário da PUC-Campinas. A amostra traz peças originais japonesas, que foram utilizadas nas zonas rurais durante a Era Meiji e obras de importantes artistas japoneses. Na amostra também é possível ver a exposição de gravuras orientais do professor da Faculdade de Artes Visuais Paulo Cheida. A exposição vai até 5 de julho e pode ser vista de segunda a sexta, das 14 às 17 horas, no Pátio dos Leões (sala 238) na PUC-Central. Bons Tempos canta Chico Para os casais de namorados e os fãs da música de Chico Buarque, a dica é conferir nos dias 11 e 12 de junho, às 21h, a volta do Grupo Bons Tempos ao teatro do Centro de Convivência Cultural de Campinas. "Bons Tempos canta Chico Buarque" foi inicialmente apresentado há pouco mais de cinco anos no mesmo local e volta, agora, a pedidos. O repertório do show conta com canções como Meu guri, Roda Viva e A Banda, dentre outras sucessos de Chico. Professores da PUC-Campinas lançam livro A professora Elisabete Matallo Marchesini de Pádua e Heitor Matallo Júnior, membro do Programa da Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação, lançaram o livro Ciências sociais, complexidade e meio ambiente: Interfaces e desafios, pela editora Papirus. O livro traz textos dos professores da PUC-Campinas, como Juleusa Maria Theodoro Turra, Sueli do Carmo Bettine, Maria Helena Ferreira Machado e Pedro Rocha Lemos. O livro aborda as mudanças ambientais e o papel das Ciências Sociais nessa discussão. Mais informações na sessão lançamentos do site www.papirus.com.br. 9 a 22 de junho/2008 08 Jornal da PUC-Campinas Fotos: Luiz Corvini Viagem técnica BONITO de se ver Alunos da Faculdade de Turismo conhecem modelo de planejamento de ecoturismo de uma das regiões turísticas mais famosas do país Paschoal Neto [email protected] A chuva fina e vento cortante deixaram a noite de 30 de abril ainda mais fria no Campus I. Foi nesse clima de outono que um grupo de 20 alunos do último ano do Curso de Turismo da PUC-Campinas embarcou no ônibus que os levaria a uma visita técnica de cinco dias à região de Bonito, no Mato Grosso do Sul. Junto com eles, uma equipe da TV PUC-Campinas registrou a viagem, que foi marcada pelo clima de aventura e expectativa de novos conhecimentos. Atividade programada na disciplina de Planejamento Turístico Municipal, a viagem teve como principal finalidade “oferecer ao aluno a vivência prática com um modelo de planejamento, organização e gestão de ecoturismo envolvendo o poder público, a iniciativa privada e o terceiro setor, seus impactos e desafios”, segundo um dos organizadores do evento, o prof. José Antonio Scaleante, ou Scala, como é mais conhecido no meio turístico. No aconchegante calor do ônibus, a descontração tomou conta da viagem. Durante o percurso de 1.200 quilômetros, feitos em cerca de 15 horas de estrada, alunos e professores tiveram tempo para se conhecer, descansar e trocar expectativas sobre a região de Bonito, considerado um dos paraísos turísticos do país. “Estou ansiosa para ver se os lugares são tão bonitos quanto aparecem nas imagens e conhecer, de perto, a realidade do planejamento turístico estudada em classe”, disse Indra Goetz, estudante do 7º semestre, do período matutino. Sua fala veio acompanhada de um pedido - “que o tempo ajude” – e de uma previsão, “acho que a viagem será cansativa”. Na chegada pela manhã a Jardim, município vizinho a Bonito, uma triste constatação: as frentes frias são tão grandes quanto o Brasil. No lugar do calor de mais de 30 graus, típico da região, uma chuva fina e fria recebeu o grupo de alunos e professores. Condições nada agradáveis para o primeiro passeio programado: uma hora de caminhada pela mata ciliar, A A flutuação pelas águas cristalinas do Rio da Prata foi uma das atrações visitadas pelos alunos do Curso de Turismo na visita técnica a Bonito; descida de rafting no Rio Formoso e grupo reunido para tradicional foto de lembrança com descida em botes nas águas cristalinas do Rio da Prata, ao lado de dourados, pacus e outras centenas de peixes. O passeio, no entanto, foi marcado por picos de euforia diante da beleza natural e do frio congelante das águas do rio. No Recanto Ecológico, que tem o mesmo nome do rio e a exemplo de todos os outros atrativos, exceto o Parque Municipal, é mantido pela iniciativa privada, os alunos começaram a entender como funciona o sistema pioneiro de planejamento de turismo, que tem garantido até agora a conservação dos patrimônios naturais e a sobrevivência dos segmentos que compõem a rede de negócios do ecoturismo em Bonito. “Voucher único”: o modelo de negócio Edson Perdigão, proprietário da agência que atende ao grupo e guia acompanhante da viagem, explica que a organização e o controle da visitação em todos os atrativos é feita por meio de “voucher” único, um documento emitido em cinco vias pela Prefeitura de Bonito. Nesse sistema, uma das vias fica com a Prefeitura, que recebe os impostos encaminhados ao Conselho de Desenvolvimento do Turismo. As outras quatro são distribuídas para o atrativo, a agência, a operadora e o turista. Segundo o professor Scala, o modelo adotado pela lei municipal serve de mecanismo de controle da capacidade de carga de cada atrativo, limitando o número de visitas e visitantes por dia como forma de preservar os ambientes. Para estimular a reflexão e a discussão dos alunos sobre esse modelo de planejamento turístico, foi realizado na segunda noite da visita técnica a Bonito um worshop com representantes de agências, guias, operadoras, proprietários dos atrativos e representantes das principais instituições que compatilham esse modelo de desenvolvimento. Mesmo com chuva e frio, os estudantes realizaram várias visitas técnicas aos atrativos turísticos da região de Bonito, como uma visita à Gruta do Lago Azul, a descida de bote pelas corredeiras do Rio Formoso e as trilhas e cachoeiras da Fazenda Minosa, um modelo da iniciativa privada que investe na conservação das áreas. Para a aluna Indra, “isso explica a sustentabilidade do modelo”. A volta para casa foi marcada por um viagem mais tranqüila, após tantas horas de caminhada e passeios aquáticos por Bonito. O longo percurso da estrada foi amenizado pelo cansaço, que permitiu, além da animação de alguns, sono e cochilo de outros. Para o estudante Valdiney Ribeiro Santana, do 7º semestre, do período noturno, o investimento na viagem valeu a pena. “A experiência agregou conhecimento prático e vivência ao que aprendemos na sala de aula”, explicou.