Informativo quinzenal da Pontifícia Universidade Católica de Campinas
Ano IV - Número 68
9 a 22 de junho/2008
www.puc-campinas.edu.br
Luiz Corvini
Bonito
As belezas naturais da região de
Bonito, no Mato Grosso do Sul,
atrairam alunos da Faculdade de
Turismo, que, acompanhados
pelo professor José Antonio
Scaleante, fizeram uma visita
técnica à região. A viagem
fez parte das atividades da
disciplina Planejamento
Turístico Municipal.
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Ricardo Lima
Cresce interesse
dos jovens pelo
trabalho em ONGs
O aluno Diego Flud (centro) com seu cachorro labrador Toddy, durante terapia assistida por animais no CEVI
Um grupo de alunos da PUC-Campinas
decidiu arregaçar as mangas e trabalhar
com as Organizações Não-Governamentais (ONGs), que, ano a ano, levantam
novas bandeiras e empregam centenas de
pessoas. Segundo levantamento divulgado, em 2004, pela Associação Brasileira
das Organizações Não-Governamentais
(Abong), em 2002 fundações e associações sem fins lucrativos empregavam cerca de 1,5 milhão de pessoas. A adesão à
causa e a oportunidade de trabalho estão
levando cada vez mais jovens para o
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Terceiro Setor.
Vestibular para
cursos de tecnologia
Avaliação de ensino
chega à terceira fase
Três cursos superiores de tecnologia serão oferecidos no processo seletivo da Universidade, que ocorrerá no dia 26 de julho. Serão ofertadas
210 vagas para os três cursos de graduação, com duração de 2 a 3 anos.
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Começou a terceira fase do processo de avaliação de ensino. Até o dia 13
de julho os alunos podem participar do processo avaliando seus professores através de um formulário disponibilizado no portal da instituição.
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Jornal da PUC-Campinas
Editorial
Igreja centenária II
A
Universidade Católica de Campinas recebeu esse título em 15
de agosto de l955. Foi oficialmente instalada em l4 de março de
1956. A presença de representantes do poder público dos níveis
federal, estadual e municipal atestava que o velho sonho de recatolicizar a sociedade ainda era uma meta a ser atingida. Restabelecer os laços
históricos entre Igreja e Estado. Mas mudanças profundas se anunciavam.
Era o início do governo desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek. Foi
representado na instalação da Universidade por seu ministro da educação,
que em seu discurso, deixava entrever as transformações: “é a ciência que conduz o mundo moderno; os povos mais adiantados são aqueles que descobrem
os métodos mais eficientes para a exploração da natureza”. O núncio apostólico, D. Armando Lombardi, ainda que preconizasse a submissão da ciência à fé, não deixava, a seu modo, confirmar essa percepção: a universidade
católica devia formar “homens íntegros que, sem interesse próprio (...) saibam promover (...) o bem- estar geral do Povo e da Sociedade”. Ambos
expressavam a mesma crença no poder das elites para responder aos desafios
que se apresentavam ao país.
Expressão das mudanças que então começavam a acontecer era a ideologia desenvolvimentista, que se fazia acompanhar, na esfera religiosa, pela crescente secularização da sociedade. É nesse quadro que, em 1958, já sob o pontificado de João XXIII, Campinas é elevada à categoria de arquidiocese.
Embora em plano meramente simbólico, o fato expressava uma nova fase na
vida da cidade. Não se falava, então, de metropolização, mas sim de pólo desenvolvimentista. E Campinas o era efetivamente, sobretudo como centro comer-
cial e de serviços, como saúde e educação. Nos anos 60, essa característica se
acentuará com a industrialização. E com a criação de uma universidade estatal, cuja marca é a pesquisa avançada, para responder ao processo, a Unicamp.
Mas aumentam também os problemas sociais. O processo migratório em direção à cidade se intensifica, modificando, em tempo muito curto, a fisionomia
da cidade.
A presença da Universidade Católica é relevante, sobretudo pela presença quase monopolizadora nos quadros pedagógicos da rede educacional, pública e particular, de professores nela formados. Além disso, um campo relevante de presença pública na vida social, os profissionais liberais, de modo especial os ligados à magistratura, provinham de sua Faculdade de Direito. A influência da universidade católica ultrapassava os limites do município e mesmo da
região. Estendia-se por todo o Estado.
Mas havia sombras. O Pátio dos Leões, um ícone da cidade – casa da
aristocracia – é lembrado como ponto de união dos alunos, numa convivência quase familiar, bem própria de sociedades estamentais; no golpe militar de
64 será lembrado como espaço público, de face dupla. De um lado, foi símbolo de apoio ao golpe, como atesta o historiador René Dreifuss; de outro,
espaço de resistência e enfrentamento.
Alegrias, esperanças, frustrações, dilemas e projetos da sociedade campineira são também os da Igreja Católica. A história de sua universidade é um
retrato vivo de todo esse processo.
Notas
Padre Wilson Denadai
Reitor da PUC-Campinas
Agenda
Aluna conquista vaga
para Olimpíadas
PUC-Campinas entra para Rede
de TV’s Universitárias e Youtube
A aluna do 4º ano de Educação Física,
Zenaide Vieira, conquistou, no dia 18 de
maio, uma vaga para participar das
Olimpíadas de Pequim, na modalidade
atletismo 3.000 m com barreiras.
A atleta ficou em 3º lugar no GP Rio de
Atletismo, conquistando o índice olímpico.
Ano passado, Zenaide conquistou medalha
de bronze nos Jogos Pan Americanos.
A Faculdade de Educação Física realiza
outra participação internacional com os
alunos David de Souza Rosa e Alessandra
Regina Gama. Eles foram convidados
pelo Centro Cultural de Capoeira
em Milão, na Itália, para
participarem da semana de intercâmbio
cultural Brasil-Itália, que acontece
entre 9 a 15 deste mês.
Desde o último dia 6 de junho, a PUC-Campinas passou a fazer parte da Rede de Intercâmbio de Televisão
Universitária (RITU), que cria uma grade nacional de
programação entre as televisões
universitárias do Brasil. O intercâmbio será feito via
conexão internet de alta velocidade, sendo uma
parceria entre a Rede Nacional de Ensino e Pesquisa
(RNP) e o Laboratório de Aplicações de Vídeo Digital
(Lavid), da Universidade Federal da Paraíba. O lançamento da RITU aconteceu na Universidade de São
Paulo (USP). Outra novidade do mundo digital é que
desde o início deste mês a TV PUC-Campinas
apresenta o programa Foco no site Youtube, além da
internet. O programa tem como proposta apresentar
cada um dos cursos da PUC-Campinas com a visão
dos alunos que vivenciam esse universo.
Para acessar os 41 programas basta entrar no
endereço www.youtube.com/tvpuccampinas.
Universidade sedia o XIII Encontro Nacional dos Grupos PET
De 14 a 18 de julho, ocorre o XIII Encontro Nacional dos Grupos PET (ENAPET). Neste
ano o tema principal é responsabilidade social. Serão realizados simpósios, oficinas, sessões
coordenadas e atividades que permitirão discutir assuntos relevantes à formação profissional e produção acadêmica. O ENAPET pretende contribuir para o avanço do Programa de
Educação Tutorial (PET) e para trabalhos relevantes dos profissionais. Mais informações no
portal PUC-Campinas www.puc-campinas.edu.br.
Fórum de Libras no Campus I da PUC-Campinas
No dia 19 de junho, as Faculdades de Letras, Educação e Fonoaudiologia da PUC-Campinas promovem o
Fórum de Libras: O Tradutor e Intérprete de Libras, no Auditório Dom Gilberto, Campus I da Universidade.
As atividades ocorrerão em dois períodos, pela manhã, 8h às 11h30 e à noite, das 19h20 às 22h30. A iniciativa
tem como objetivo promover, a Língua Brasileira de Sinais (Libras), uma linguagem que ganha espaço na
sociedade e no mercado de trabalho. O evento é voltado aos alunos e docentes das respectivas faculdades
e demais interessados. Mais informações na Faculdade de Letras pelo telefone 3343-7418.
10/06
Começa o período de inscrições para o Processo Seletivo – 2º Semestre de
2008 que vai até o dia 13 de julho. As inscrições devem ser feitas por meio do
Portal da PUC. Os cursos oferecidos são: Superior de Tecnologia em
Comunicação Assistiva – Tradução e Interpretação de Língua Brasileira de Sinais
(LIBRAS); Superior de Tecnologia em Redes de Computadores e Superior em
Tecnologia em Construção de Edifícios.
10 e 11/06
Seleção dos bolsistas pelo Comitê externo do PIBIC/CNPq.
12 a 18 /06
Período para entrega dos resultados escolares do 1º semestre dos cursos dos
Programas de Pós-Graduação stricto sensu à Secretaria Acadêmica do Centro.
19/06
8h às 11h30 e 19h20 às 22h30 - A Faculdade de Letras, Educação e
Fonoaudiologia realizam para seus alunos e docentes o Fórum de
Libras: O Tradutor e Intérprete de Libras.
Espaço leitor
A sua opinião é muito importante para o Jornal da PUC-Campinas. Por
isso, aproveite esse espaço para enviar seus comentários e críticas sobre as
reportagens e artigos aqui publicados. Mande também suas sugestões sobre
temas que gostaria de ler nas próximas edições. Mande a sua mensagem para
[email protected]
@
AÇÕES PELA SUSTENTABILIDADE
Que bom ver este assunto como pauta principal de um evento desta magnitude e disponibilizando acesso a todos que tiverem interesse pela vida. É a informação disponível à sociedade, buscando a mudança de comportamentos, que tem minado nosso futuro. Uma boa
oportunidade para aqueles que têm dúvidas sobre a real importância do tema. Participem.
Rangel Lage - Aluno do 3º ano da Faculdade de Engenharia Ambiental
ERRAMOS - Diferente do que foi publicado na última edição, o nome correto da aluna
de Mestrado em Psicologia da PUC-Campinas é Helen Mozena. A mestranda desenvolve
a pesquisa Plantão Psicológico: um estudo sobre a implantação em serviço universitário de
assistência judiciária, ligada ao Grupo de Pesquisa Atenção Psicológica Clínica em Instituições:
prevenção e intervenção
Expediente
Reitor- Padre Wilson Denadai; Vice-reitora - Angela de Mendonça Engelbrecht; Conselho Editorial - Wagner José de Mello, Rogério Bazi e Sílvia Regina Machado de Campos;
Coordenador do Departamento de Comunicação - Wagner José de Mello; Editoras - Ciça Toledo (MTb. 14.181) e Raquel Lima (MTb. 48.963); Repórteres - Adriana Furtado,
Crislaine Gava e Du Paulino; Revisão - Marly Teresa G. de Paiva; Fotografia - Ricardo Lima; Tratamento de Fotos - Marcelo Adorno; Estagiários - Ana Paula Moreira, Caio
Armentano, Karine Massacani e Priscila Virgínio; Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica - Neo Arte; Impressão - Grafcorp; Redação - Campus I da PUC-Campinas, Rodovia
D. Pedro I, km 136, Parque das Universidades. Telefones: (19) 3343-7147 e 3343-7674. E-mail: [email protected]
Jornal da PUC-Campinas
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Opinião
Terceiro setor: mitos & verdades
Arnaldo Rezende
Terceiro Setor nada mais é do
que o conjunto de organizações
privadas, criadas de forma voluntária, com objetivos públicos ou
associativos sem fins lucrativos. Muito além
das entidades beneficentes de assistência
social, ambiental, defesa de direitos e outras,
há, ainda, grandes clubes de lazer como
Sociedade Hípica, Tênis Clube, dentre
outros, e até esta Universidade – PUCCampinas.
A primeira organização desse tipo no
Brasil foi a Santa Casa de Misericórdia de
Santos – SP, criada em 1543 por Brás Cubas,
ou seja, não há nada de novo a não ser o
termo fashion dos anos noventa “ONG”.
ONG é apenas um "apelido" derivado do
inglês non-governmental organizations
(NGO), que corresponde na língua portuguesa à organização não-governamental.
Embora a definição textual remeta apenas a
informação de que não é estatal, o seu uso
limita-se a nomear de forma popular organizações de interesse público que visam o
bem comum, pois nunca ouvimos alguém
dizer que freqüenta a piscina na ONG
Sociedade Hípica. Há um relato que circula de modo informal em que se conta que
a origem do termo ONG ocorreu no período pós-criação da ONU – Organização das
O
“As organizações
que compõem
o chamado
Terceiro Setor são
aquelas que
‘apelidamos’ de
ONG’s. Fora as de
proteção ambiental, as
‘Greenpeace’ da vida,
o resto é tudo
organismo que lida
com pobreza.”
Nações Unidas. No seu papel de fomento e
apoio aos países em desenvolvimento, ou
mais especificamente às nações menos favorecidas, a ONU repassava volumosos recursos aos seus governos para financiamento de
programas sociais. Infelizmente, a corrupção
sistêmica destes governantes reduzia a efetividade da aplicação dos recursos. Assim sen-
do, a ONU passa a selecionar organizações
privadas, porém sem fins lucrativos, ou seja,
com objetivos públicos, para serem suas parceiras e gestoras dos programas e, por conseguinte, responsáveis pela utilização profícua
dos montantes investidos. Para essas organizações, por estarem fora da égide estatal,
deram a designação de ONG – Organização
Não-Governamental.
As verdadeiras organizações que visam o
bem comum são criadas por pessoas altruístas que doam seu tempo e talento em busca
de nobres causas públicas, muitas vezes complementando a gestão estatal, via de regra,
combalida e ineficiente.
No Brasil é nítida a explosão quantitativa
na criação dessas organizações a partir da
metade da década de oitenta, quando terminam os vinte anos da ditadura militar. Setenta
por cento das cerca de 280.000 organizações
do Terceiro Setor existentes atualmente foram
criadas após o fim dos governos militares de
envergadura ditatorial que prevaleceram sobre
a verdadeira democracia. Há, portanto, uma
relação direta entre o desenvolvimento democrático e a evolução do Terceiro Setor.
Essa conectividade fica evidente se entendermos o conceito de democracia por meio
de verdadeira acessibilidade de todos a uma
cidadania plena. Portanto, a importância de
um Terceiro Setor pujante passa por uma
sociedade que busque incansavelmente uma
condição em que os direitos civis, políticos
e sociais coexistam de forma legal e complementar, ou seja, uma nação em que o
direito à propriedade, igualdade e liberdade, assim como a permissão para votar e
ser votado sejam tão importantes quanto às
questões dos acessos à educação, saúde,
moradia, alimentação e lazer.
Em suma, o círculo virtuoso no Terceiro
Setor é composto por cidadãos de índole
democrática garantindo cidadania plena a
todos de forma verdadeira e sem mitos.
Arnaldo Rezende,
superintendente-executivo da Fundação
FEAC e coordenador-executivo do
Compromisso de Campinas pela Educação
QUAL O PAPEL DAS ONGS NA SOCIEDADE?
Galeria
Fotos: Ricardo Lima
“Suprir uma lacuna
deixada pelo estado
em determinados
ramos considerados
importantes pela
sociedade. No entanto, há também pessoas
que se aproveitam da
facilidade para abrir
uma ONG e usam isso
em benefício próprio”.
Luís Henrique
Bortolai – Aluno do
4° ano de Direito
“Tentar unir diferentes
pessoas com o
objetivo de buscar
alguma melhoria para
a comunidade que se
está inserido. É
importante que se faça
o bem a quem está
em comunidades
próximas a você”.
Rafael Barcellos de
Campos – Aluno do
4° ano da Faculdade
de Medicina
“A função das ONGs é a de
sustentabilidade do ser
vivente, seja ele animal,
vegetal e ser humano.
Seres que não têm
condição de lutar pela sua
sobrevivência, ou seja,
o papel das ONGs é o de
proteção da diversidade
na sociedade”.
Gislei Cristina Gonçalves
– Professora da
Faculdade de Biologia
“O terceiro setor veio para
ajudar a resolver algumas
questões sociais a partir da
organização da própria
sociedade. Vemos dois tipos de
ONGs: as que a sociedade se
identifica com o papel que
desenvolvem e aquelas que usam
a imagem da ONG para resolverem problemas pessoais fugindo,
assim, da filosofia da ONG”.
Diana Tosello Laloni –
Professora da Faculdade
de Psicologia
“Acho que o papel das
ONGs na sociedade é
atender as aspirações em
questões políticas,
ecológicas entre
outras. Ela é um
elemento de
mobilização social e
de reivindicação”.
José Mario Limongi –
Técnico de Laboratório
de Análise
Instrumental
“Acho que o papel das ONGs é
o de dar um auxílio social.
Creio que elas precisam
deixar mais claro o objetivo do
trabalho que exercem, onde
encontrá-las e quem pode
procurá-las. Muitas vezes
fico em dúvida se
algumas ONGs têm objetivos
de ajuda financeira ou
psicológica”.
Geisa Kerle de Almeida –
Secretária de Odontologia
Fotos: Ricardo Lima
Imagem
COMBATE
AO FUMO No dia 31 de
maio, Dia Mundial
Sem Cigarro, os
alunos da Prática
de Formação
Drogas e
Sociedade
distribuíram
folhetos na
avenida John Boyd
Dunlop, com
informações sobre
os malefícios do
cigarro e dicas para quem deseja parar de fumar. A campanha de
conscientização se estendeu ao público presente, incluindo motoristas
e camelôs. O aposentado João Geraldo Pinto, que fumou durante 47
anos e parou há 3, compareceu ao local para reencontrar o professor e
responsável pela prática, Elson da Silva Lima, que acompanhou seu
tratamento desde o início.
“NÃO cabe ÀS
ONGs brasileiras
ACABAR COM
OU pretender
substituir O
ESTADO, MAS
COLABORAR para
A SUA
democratização”
Betinho – sociólogo ativista
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Jornal da PUC-Campinas
Responsabilidade Social
ONGs atraem estudantes
pela causa e oferta de trabalho
Ricardo Lima
SOS Mata Atlântica
Satisfação pessoal e busca
por emprego têm levado
muitos jovens a se envolver
com o Terceiro Setor
Adriana Furtado
[email protected]
Recentemente, as Organizações Não-Governamentais (ONGs) estiveram no centro das atenções
da população por meio de escândalos divulgados pela
imprensa, envolvendo o desvio e a utilização de recursos financeiros para fins pessoais. Ainda assim, o número de ONGs aumenta todos os anos, assim como o
interesse das pessoas em trabalhar nesse tipo de organização. A motivação? Geralmente satisfação pessoal
aliado ao engajamento na causa defendida pela organização. Mas o fato é que hoje as ONGs também
representam uma oportunidade de trabalho.
Segundo levantamento divulgado, em 2004, pela
Associação Brasileira das Organizações Não- Governamentais (Abong), em 2002 havia no Brasil 276 mil
fundações e associações sem fins lucrativos, que empregavam cerca de 1,5 milhão de pessoas. Segundo o professor Celso Pedroso de Campos Filho, do Centro de
Economia e Administração (CEA), da PUC-CamRicardo Lima
pinas, hoje, em âmbito global, o chamado Terceiro
Setor movimenta US$ 1 trilhão ao ano, o que corresponde a 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do
mundo. Só no Brasil, ele representa 1% do PIB.
Para o professor Campos Filho, atualmente há evidências claras da necessidade de profissionais qualificados para atuarem em ONGs e outras instituições
do Terceiro Setor no Brasil. Ele ainda ressalta que a
empregabilidade nesse segmento é maior ou igual do
que o mercado como um todo. “Pesquisas recentes
evidenciam que o interesse dos jovens pode aumentar muito, tendo em vista o desconhecimento que ainda existe destas possibilidades de trabalho, que aliam
Professor Celso Pedroso de Campos Filho
a realização profissional e pessoal”, explicou.
Ricardo Lima
O aluno do 3º ano da Faculdade de Psicologia
da PUC-Campinas Virgílio Paulo da Silva Alves
faz parte de um grupo de ‘ongueiros’, que viu
nesse setor também uma oportunidade de trabalho. Ele trabalha há um ano na ONG Taba Espaço de Vivência e Convivência do
Adolescente e considera o Terceiro Setor uma
forma de inserção no mercado de trabalho, mas
destaca a importância de não se perder de vista o papel das ONGs. “Elas são organizações
sociais de participação, reflexão, discussão e fiscalização das políticas públicas voltadas para
suas a áreas de atuação”, explicou.
O estudante do 1º ano da Faculdade de
Engenharia Ambiental da PUC-Campinas
Renan Augusto Kappey não descarta o Terceiro
Setor como oportunidade de emprego, mas O aluno Vírgilio, do 3º ano de Psicologia, durante oficina na ONG Taba
segundo ele, parte das ONGs, por terem recursos escassos, não oferece grande retorno financeiro.
explicou que a sua atuação na organização foi fundaEle atua há três anos na ONG SOS Mata Atlântica.
mental na escolha de sua carreira. “Conheci um engeJá o professor do CEA reforçou que o salário não
nheiro ambiental e ele me explicou sobre seu trabapode ser o único fator para optar por esse segmento.
lho e me interessei”, disse.
“O profissional que busca o Terceiro Setor geralmente
Ao contrário de Kappey, o aluno do 1º ano da
se identifica com a causa e a missão da entidade, mas
Faculdade de Administração Diego Flud não pentambém há quem busque nesse setor qualidade de
sa em seguir profissionalmente em ONGs. O estuvida e menor nível de estresse”, completou.
dante é voluntário no Instituto para Atividades,
Kappey disse que pretende continuar o trabalho na
Terapias e Educação Assistidas por Animais de
ONG mesmo depois de formado. O aluno ainda
Campinas (Ateac), também conhecida pelo seu pro-
SOS Mata Atlântica
Acima, à esquerda, aluno Renan Augusto Kappey, do
1º ano de Engenharia Ambiental filiado ao SOS Mata Atlântica;
acima ações da entidade na Prainha Branca, no Guarujá
Aspecto legal
O professor da Faculdade de Direito da
PUC-Campinas José Henrique Specie orienta que quem deseja trabalhar em ONGs deve
ficar atento a alguns pontos, como conhecer a
organização, seu estatuto, objetivos, trabalhos
que desempenha, destinação do trabalho e se
a ocupação é adequada e vinculada ao objetivo do estudante. “O aluno deve aproveitar o
trabalho voluntário como uma forma de capacitação profissional e procurar um entrosamento com a atividade que vai desenvolver”,
reforçou.
Outro ponto destacado pelo também professor da Faculdade de Direito Marcelo Altieri
é quanto à legislação. A ONG é uma pessoa jurídica de direito privado, sem fins lucrativos, semelhante a uma associação e que pode ter a finalidade desportiva, cultural, moral, de assistência,
entre outras. “Várias legislações podem legalizar
uma ONG. No meu entendimento, a mais
importante é a Lei 10.406/2002 que trata da constituição, extinção e funcionamento desse tipo
de organização”, completou Altieri.
jeto Criança e Cão em Ação. Foi a paixão por cachorros e o convite de uma amiga, que levaram o estudante a ser voluntário. “Nesse projeto utilizamos os
cachorros para facilitar o contato dos médicos com
os pacientes”, acrescentou o estudante. Atualmente,
o grupo que Flud participa visita crianças portadoras de autismo no Centro de Vivência Infantil (Cevi).
Seu companheiro nas visitas é cachorro da raça labrador, de nome Tody.
(Colaboraram Ana Paula Moreira e Priscila Virgínio)
Jornal da PUC-Campinas
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05
Novos mercados
VESTIBULAR para
formação de tecnólogos
Fotos: Ricardo Lima
Pela primeira vez em sua história, Instituição
realiza processo seletivo no meio do ano
Adriana Furtado
[email protected]
De 10 de junho a 13 de julho, a
PUC-Campinas recebe inscrições
para o processo seletivo no meio do
ano. A prova ocorrerá no dia 26 de
julho e as matrículas entre 31 de julho
e 1º de agosto. Essa é a primeira vez
que a Universidade oferece um processo seletivo nesse período. Serão
três cursos superiores de tecnologia
e 210 vagas. As inscrições serão feitas exclusivamente pelo Portal –
www.puc-campinas.edu.br .
Os cursos oferecidos a partir de
agosto são Superior de Tecnologia em
Comunicação Assistiva – tradução e
interpretação de Língua Brasileira de
Sinais (Libras); Superior de Tecnologia
em Redes de Computadores e Superior
de Tecnologia em Construção de
Edifícios. Esses cursos têm duração de
2 a 3 anos e conferirão o diploma de
tecnólogo aos formandos.
Para o pró-reitor de Graduação da
PUC-Campinas, Germano Rigacci
Júnior esse é um importante momento para a Universidade. “Assim como
em 1942, quando a Instituição foi criada para atender a algumas demandas
da sociedade, hoje, passados 67 anos,
a Universidade continua atenta às
necessidades sociais e passa a oferecer
a modalidade de cursos de tecnologia”, explicou.
Rigacci ainda reforçou que esses
cursos podem ser uma oportunidade
para os alunos continuarem seus estudos em outras modalidades de graduação, como bacharelado e licenciatura. Desde 1996, com a edição da nova
Lei de Diretrizes e Bases, os cursos de
tecnologia são considerados pelo MEC
cursos de graduação.
A prova será realizada no dia 26 de
julho, das 9h às 13h e terá as mesmas
características do processo seletivo para
o ingresso no início do ano. Serão 50
questões de Conhecimentos Gerais,
valendo um ponto cada e uma redação, que valerá 50 pontos.
“A criação desses cursos é uma resposta
da Instituição a uma demanda social. A visão
arcaica da organização universitária não responde
mais a demanda da sociedade. A função
da universidade é oferecer uma outra
modalidade de formação superior e é isso
que a PUC-Campinas está fazendo.”
“Com o crescimento da economia acontecendo em
todo país temos acompanhado pela mídia a falta de
profissionais qualificados principalmente nas áreas de
informática e construção civil. A PUC-Campinas não
pode ficar fora do desafio de colocar profissionais
qualificados provenientes de uma instituição que tem
como ponto mais importante a qualidade.”
WAGNER JOSÉ GERIBELLO
Diretor do CLC
ORANDI MINA FALSARELLA
Diretor do CEATEC
>>
(Colaborou Ana Paula Moreira)
Serviço
Vestibular para cursos superiores de tecnologia. Inscrições: 10 de junho a 13 de julho de 2008
Prova: 26 de julho de 2008. Matrícula: 31 de julho a 1º de agosto de 2008
Informações: www.puc-campinas.edu.br ou 0800-7287822
SAIBA MAIS
Superior de Tecnologia em
Redes de Computadores
Superior de Tecnologia em Comunicação
Assistiva – tradução e interpretação de
Língua Brasileira de Sinais (Libras)
Esse curso terá 70 vagas, duração de 2 anos e o grau conferido
será de Tecnólogo em Comunicação Assistiva – tradução e
interpretação de Libras. Mensalidade: R$ 395,00.
O que é o curso?
O curso tem por objetivo a formação do tradutor e do interprete de Libras, a língua brasileira de sinais usada para o contato
com a comunidade surda. É um curso superior tecnológico com
4 semestres e com uma estrutura planejada que visa formar o
tradutor e o intérprete.
Oportunidades profissionais
Desde que a Legislação Federal legalizou o campo de trabalho
em escolas, hospitais, empresas, repartições, comunidades eclesiais, televisão e Poder Judiciário, cresce a oferta no mercado
para profissionais qualificados em Libras.
Ponto de vista
Esse curso terá 70 vagas, duração de 2 anos e meio e o grau conferido será de Tecnólogo em Redes de Computadores. Haverá duas
certificações intermediárias de "Instalador de Redes de
Computadores" e de "Analista de Suporte de Redes de
Computadores". Mensalidade: R$ 395,00
O que é o curso?
O curso visa a formação de profissionais de nível superior na área de
tecnologia, com ênfase na concepção, implantação e gestão de
redes de computadores, além de capacitar o estudante para acompanhar as constantes evoluções do mercado de computação e, em
especial, o de redes de computadores.
Oportunidades profissionais
A demanda por profissionais com a formação oferecida pelo
curso é enorme. Mais especificamente por profissionais que
atuem no projeto, instalação, manutenção e gestão de redes de
computadores. Vale ainda destacar que o bom desempenho
das redes de computadores é vital para que a produtividade das
empresas cresça, devido ao nível dos serviços prestados por
meio da sua rede.
Ponto de vista
Superior de Tecnologia em
Construção de Edifícios
Esse curso terá 70 vagas, duração de 3 anos e o grau conferido
será de Tecnólogo em Construção Civil - Edificações. Haverá
certificações intermediárias de "Desenhista de Construção Civil" e
"Auxiliar Técnico em Construção de Edifícios".
Mensalidade: R$ 395,00.
O que é o curso?
O curso tem por objetivo a formação do tecnólogo de nível
superior, que atuará em conjunto com o engenheiro civil na
realização de projetos, orçamentos, planejamento e execução
de obras de construção civil.
Oportunidades profissionais
O mercado de trabalho é promissor em função da falta de profissionais capacitados na área, particularmente em função do atual
aquecimento do mercado de projetos e obras, que exije a
necessidade imediata de pessoas com qualificação suficiente para
suprir as demandas do mercado.
Ponto de vista
“O que chama a atenção no curso são os eixos em que ele se
desenvolve, com teoria e práticas vinculadas ao mercado de
trabalho. As atividades autônomas são relativas à sua função
específica.”
"Esse curso utilizará a infra-estrutura, experiência e tradição em formar profissionais alcançada ao longo dos 15 anos de existência do
curso de Engenharia de Computação, bem como dos 35 anos do
curso de Análise de Sistemas."
“Destaco a grande importância desse curso, salientando a rápida
inserção do jovem no mercado de trabalho. Trata-se de uma
excelente oportunidade para aqueles que já exercem atividades
na área e queiram atualizar os conhecimentos".
Carlos de Aquino Pereira – Diretor da Faculdade de Letras, responsável
pelo do Curso Superior de Tecnologia em Comunicação Assistiva –
tradução e interpretação de Língua Brasileira de Sinais (Libras).
Ricardo Luís de Freitas - Diretor da Faculdade de Engenharia de
Computação, responsável pelo Curso Superior de Tecnologia em
Redes de Computadores
João Carlos Rocha Braz – Diretor da Faculdade de
Engenharia Civil, responsável pelo Curso Superior de
Tecnologia em Construção de Edifícios.
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9 a 22 de junho/2008
Jornal da PUC-Campinas
Qualificação
Avaliação de ensino
avança para a terceira fase
Fotos: Ricardo Lima
Universidade espera
um aumento de 50% na
participação dos alunos
Ciça Toledo
[email protected]
Até o dia 13 de julho, os cerca de 20 mil alunos da
PUC-Campinas podem, democraticamente, participar
da terceira etapa do processo de avaliação permanente
de ensino preenchendo um formulário que está disponível no portal da Universidade. Nele, os alunos avaliam o desempenho de seus professores na sala de aula
e nas demais etapas que envolvem a relação ensinoaprendizagem. A estimativa da Pró-Reitoria de Graduação
(PROGRAD), que encabeça o projeto, é otimista em relação a participação de alunos. “A meta é que tenhamos
um aumento de adesão em relação à etapa anterior, que
teve a participação de 8 mil alunos”, avalia o pró-reitor
de Graduação, Germano Rigacci Júnior. Para ele, o envolvimento dos alunos neste processo, que é uma das dimensões do projeto de avaliação de ensino da Instituição, é
essencial para a qualificação do ensino da PUCCampinas.
O otimismo do pró-reitor de Graduação é compartilhado com o coordenador do Grupo de Trabalho de
Avaliação do Ensino, professor Arnaldo Lemos Filho. “O Professor Arnaldo de Lemos, Coordenador do Grupo de Trabalho Avaliação do Ensino
crescimento da participação de alunos neste projeto revela que estamos construindo uma cultura de avaliação na universidade”, analisa Lemos Filho. Na sua opinião, o processo ajudou alunos e
professores a confiarem na avaliação como um instrumento de quaensino, o Centro de Ciências Humanas
A prática da avaliação de ensino faz parte
lificação de ensino. “A avaliação proposta pela Instituição não aplica
(CCH) planejou uma série de ações, que
da
história
da
Faculdade
de
Engenharia
notas e nem classifica os docentes em sistema de ranking”, explica o
inclui desde um comunicado por e-mail a
Ambiental,
que
há
8
anos
realiza
uma
avaliacoordenador dos trabalhos. O instrumento foi construído para que o
todos os alunos até visitas do diretor do curção sobre o curso com seus alunos. Por isso,
professor possa aperfeiçoar sua atividade docente.
so a todas as salas de aula. “Queremos ampliar
a diretora do curso, professora Sueli do Carmo
Os resultados da segunda etapa da avaliação de ensino já estão traa participação dos alunos na avaliação, que é
Bettine, vê com bons olhos a receptividade
zendo benefícios ao corpo docente e discente da Instituição. Para os
um instrumento de efetividade do Projeto
dos estudantes para a terceira fase da avaliaprofessores, a Prograd organizou oficinas pedagógicas que têm como
Pedagógico”, avalia o diretor do CCH, padre
ção
institucional,
que
teve
início
no
dia
4
de
um dos objetivos ajudar na didática, apontada pelos alunos como um
Paulo Sérgio Lopes Gonçalves. No Centro
junho.
Na
sua
opinião,
a
cultura
de
avaliação
dos maiores problemas dos docentes em sala de aula. Por outro lado,
de Ciências da Vida (CCV), os alunos estão
que está sendo implantada no curso deverá
algumas solicitações de estudantes que foram manifestadas nas peracostumados a discutir a avaliação de ensino.
trazer resultados consistentes à instituição.
guntas abertas do questionário on-line, tanto da primeira como da
“O debate é contínuo e conta com a colabo“Não espero 100% de adesão dos alunos, porsegunda etapa, também começaram a ser atendidas em alguns curração dos representantes de classes, que parque
a
avaliação
é
espontânea,
mas
acredito
sos. Na Faculdade de Jornalismo, por exemplo, os alunos do 3º e 5º
ticipam das reuniões de curso e de Centro”,
que
tenhamos
um
aumento
qualitativo
na
semestres estão se beneficiando do Projeto Leitura, que tem como proexplica o diretor adjunto do Centro de
participação
dos
estudantes”,
declara.
posta estimular a prática da leitura de obras literárias. “Os estudantes
Ciências da Vida (CCV), professor José
As respostas dos alunos nas etapas antedisseram na avaliação que sentiam falta de outro tipo de leitura que
Gonzaga T. de Camargo.
riores do processo não chegaram a surnão fosse o livro técnico, específico da área”, explica o diretor do curOs alunos da Faculdade de Educação têm
preender o diretor da Faculdade de Letras,
so, professor Rogério Bazi. A alternativa foi coincidir, então, o conrecebido
nas salas de aula há algumas semaprofessor
Carlos
de
Aquino
Pereira.
teúdo do livro proposto com o das disciplinas. “O resultado virá no
nas
a
diretora
do curso, professora Luzia
“Estamos
acostumados
a
conversar
com
nosfinal do semestre, quando os alunos deverão entregar o trabalho final
Siqueira
Vasconcelos,
que tem debatido a
sos
alunos
e
por
isso
não
nos
supreendemos
da atividade extra-sala”, completa.
importância da avaliação no processo ensinocom os elogios e reclamações”, revela. Para
Outro curso que já colhe resultados da avaliação de ensino é o de
aprendizagem. “Acreditamos que a avaliação
aumentar a participação de alunos nesta etaEngenharia de Computação. Segundo o diretor adjunto do Centro
de ensino deva ser um processo contínuo de
pa da avaliação, ele e sua equipe de profesde Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias (CEATEC) e proensino, porque ela pode trazer elementos
sores
incrementaram
o
diálogo
com
os
alufessor do curso de Ciências de Computação, Ricardo Pannain, houimportantes ao crescimento de todos, tanto do
nos,
ressaltando
a
importância
da
participave uma redução das críticas negativas dos alunos na segunda etapa
curso, como do professor e do próprio alução neste processo.
do processo. “Isso revela que está se formando uma cultura de avano”, finaliza. (Colaborou Caio Armentano)
Para envolver os alunos na avaliação de
liação entre os estudantes”, analisa.
Expectativas dos docentes
O QUE DIZEM OS ALUNOS
“
Pretendo participar este ano da
avaliação, pois acredito que é
uma ferramenta para aprimorar
a qualidade do ensino
”
Thiago Leone
(Aluno do 1º ano
de Ciências Econômicas)
“
Participei das outras avaliações e considero
uma boa ferramenta de fiscalização do trabalho dos professores. Porém, acho que o
resultado deveria ser divulgado para que os
alunos possam se envolver e saber se outros
estudantes têm a mesma opinião.
”
Fabrício Lahr (Aluno do 2º ano de Ciências Sociais)
“
Acho importante participar da
avaliação, mas as perguntas
deveriam ser mais abertas
para que o aluno realmente
expresse sua opinião.
”
Laís Leonardi
(Aluna do 2º ano de Turismo)
Jornal da PUC-Campinas
9 a 22 de junho/2008
07
O cineasta que virou piauiense
Fotos: Ricardo Lima
Ciça Toledo
[email protected]
MURAL
A nova paixão do
cineasta João Moreira Salles
chama-se Piauí. É com ela
que o documentarista tem
passado a maior parte de
seu tempo nos últimos dois
anos. Arrojada no visual e
com um conteúdo de
‘peso’, a Piauí tornou-se a
companheira de Salles e de
cerca de 40 mil leitores da
revista. “A Piauí é meio
maluquinha, porque ela
não segue as regras comuns
das revistas. Nunca fizemos pesquisas de mercado
para saber o que o leitor
quer ler e também não
O cineasta João Moreira Salles é apaixonado pelo jornalismo literário
pautamos a revista por
assuntos que estão na imprensa”, avalia seu meno meu trabalho de documentarista e de escritor
tor. “Ela não dá canelada, não é raivosa e nem milida Piauí: em ambos estou mais preocupado com
tante: é uma revista serena”.
a forma do que com o conteúdo e isso exige um
O projeto da revista nasceu de uma insatisfaolhar mais apurado, com menos intervenção”,
ção pessoal do cineasta, que encontrou coro em
explica. Ele é enfático quando questionaum grupo de jornalistas e escritores, também crído sobre sua nova profissão: publisticos da imprensa.
her da revista Piauí. “Por falta de tino
“NÃO SOU JORNALISTA, MAS UM
DOCUMENTARISTA APAIXONADO
“Sentia falta de uma
empreendedor tenho dificuldades
PELO JORNALISMO LITERÁRIO E QUE ESTÁ
revista que tivesse
para envolver-me com o mercado
AJUDANDO A FAZER UMA REVISTA”.
um compromisso
publicitário, mas faço tudo para
maior com a qualidade da narrativa do que com
que a revista dê certo”, admite.
a temática”, explica. “Para um piauiense, mais
Se por um lado ele acha
importante do que a informação em si é a maneimaçante a prospecção de anunra como ela é contada”. Esse formato de revista,
ciantes, por outro ele se deleita
na sua opinião, qualifica o leitor intelectual e culna nova condição de escritor.
turalmente.
“Quem
lê
a
“Não sou jornalista, mas um
A PIAUÍ É MEIO MALUQUINHA, PORQUE
revista saberá muito
documentarista apaixonado pelo
ELA NÃO SEGUE AS REGRAS COMUNS
DAS REVISTAS. ELA NÃO DÁ CANELADA, mais sobre o mundo, a
jornalismo literário e que está ajuNÃO É RAIVOSA E NEM MILITANTE:
poesia, a prosa, novos
dando a fazer uma revista”. Apesar
É UMA REVISTA SERENA
autores e outros assunde ser economista por formação,
tos que estão à margem da imprensa”, diz.
Salles optou pelo cinema e tamSalles tem paciência de Jó com a produção da
bém leciona documentário no curPiauí e de seus filmes. Para fazê-los, ele costuma
so de Cinema, na Fundação
dar uma trégua ao tempo. “Há um paralelo entre
Getúlio Vargas (RJ).
EU RECOMENDO!
“Minha dica cultural é o livro A última grande lição, de
Mitch Albom. O livro é fantástico, pois relata os últimos
dias e as últimas lições de um verdadeiro educador. Esse
livro mostra a verdadeira recompensa na vida de um
grande mestre. Espero que gostem”.
Luiz Otávio Ciurcio – Aluno do 2º ano de Geografia
SORTEADOS
Os sorteados na promoção do livro 1808 e Campinas
Decor foram: Bia Pupin, Claudia Costa, Elaine Marchi, Fabíola Badia,
Felipe Almeida, Fernando Lamas, Jaqueline Costa, Luiz Corvini Filho, Luiz
Otavio, Maria Eduarda Santos, Paula Koda, Rafael Accardo, Regina Pedroni
da Silva, Renata de Almeida, Rita Cândida de Magalhães, Sergio Nascimento,
Tânia Rocha, Tathiane Lima e Telma Cruz Bianco.
PRODUÇÃO
João Moreira Salles iniciou a
carreira de documentarista
incentivado pelo irmão, o também cineasta Walter Salles. Em
1985, fez o roteiro e texto para
a série Japão, uma Viagem no
Tempo, exibida na extinta TV
Manchete. Ao lado do irmão,
fundou, em 1987, a produtora
VideoFilmes. A notoriedade
veio partir de Notícias de uma
Guerra Particular (1999), codirigido por Kátia Lund.
Produziu uma série de documentários exibidos na TV e,
com o irmão, dirigiu e produziu os filmes Lavoura Arcaica
(2001), de Luiz Fernando
Carvalho; Madame Satã, (2002),
de Karim Aïnouz; Babilônia
2000 (2001) e Edifício Máster
(2002), de Eduardo Coutinho;
Casa Grande e Senzala e Raízes do
Brasil, de Nelson Pereira dos
Santos e Onde a Terra Acaba
(2001), de Sérgio Machado,
entre outros. Em 2003 lançou
Nelson Freire e, em 2002,
durante a campanha presidencial, filmou Entreatos e
produziu Peões, de Eduardo
Coutinho, ambos sobre
Luiz Inácio Lula da Silva,
lançados em 2004.
Produziu, ainda, os filmes
de Coutinho O fim e o
Princípio (2005) e Jogo de
Cena (2007), quando
realizou seu último
trabalho na direção,
Santiago, documentário sobre o mordomo
que trabalhou na sua
casa, na infância.
O pingüim
é o mascote
da revista
Divulgação
PUC-Campinas realiza exposição
sobre centenário japonês
Começa a partir
do dia 14 de junho
às 11h na
PUC-Central
a exposição
"100 Anos Japão
& Brasil",
realizada pelo Museu
Universitário da
PUC-Campinas. A amostra
traz peças originais japonesas, que foram utilizadas nas
zonas rurais durante a Era
Meiji e obras de importantes
artistas japoneses. Na amostra também é possível ver a exposição de gravuras
orientais do professor da Faculdade de Artes Visuais Paulo Cheida. A exposição
vai até 5 de julho e pode ser vista de segunda a sexta, das 14 às 17 horas, no
Pátio dos Leões (sala 238) na PUC-Central.
Bons Tempos
canta Chico
Para os casais de namorados e os fãs da
música de Chico Buarque, a dica é conferir
nos dias 11 e 12 de junho, às 21h, a volta do
Grupo Bons Tempos ao teatro do Centro de
Convivência Cultural de Campinas. "Bons
Tempos canta Chico Buarque" foi inicialmente apresentado há pouco mais de cinco anos
no mesmo local e volta, agora, a pedidos. O
repertório do show conta com canções
como Meu guri, Roda Viva e A Banda, dentre
outras sucessos de Chico.
Professores da PUC-Campinas lançam livro
A professora Elisabete Matallo Marchesini de Pádua e Heitor Matallo Júnior, membro do Programa da
Convenção das Nações Unidas de Luta contra a Desertificação, lançaram o livro Ciências sociais, complexidade
e meio ambiente: Interfaces e desafios, pela editora Papirus. O livro traz textos dos professores da
PUC-Campinas, como Juleusa Maria Theodoro Turra, Sueli do Carmo Bettine, Maria Helena Ferreira Machado
e Pedro Rocha Lemos. O livro aborda as mudanças ambientais e o papel das Ciências Sociais nessa discussão.
Mais informações na sessão lançamentos do site www.papirus.com.br.
9 a 22 de junho/2008
08
Jornal da PUC-Campinas
Fotos: Luiz Corvini
Viagem técnica
BONITO
de se ver
Alunos da Faculdade de
Turismo conhecem
modelo de planejamento
de ecoturismo de uma
das regiões turísticas
mais famosas do país
Paschoal Neto
[email protected]
A chuva fina e vento cortante deixaram
a noite de 30 de abril ainda mais fria no
Campus I. Foi nesse clima de outono que
um grupo de 20 alunos do último ano do
Curso de Turismo da PUC-Campinas
embarcou no ônibus que os levaria a uma
visita técnica de cinco dias à região de Bonito,
no Mato Grosso do Sul. Junto com eles, uma
equipe da TV PUC-Campinas registrou a
viagem, que foi marcada pelo clima de aventura e expectativa de novos conhecimentos.
Atividade programada na disciplina de
Planejamento Turístico Municipal, a viagem
teve como principal finalidade “oferecer ao
aluno a vivência prática com um modelo de
planejamento, organização e gestão de ecoturismo envolvendo o poder público, a iniciativa privada e o terceiro setor, seus impactos e desafios”, segundo um dos organizadores do evento, o prof. José Antonio Scaleante,
ou Scala, como é mais conhecido no meio
turístico.
No aconchegante calor do ônibus, a descontração tomou conta da viagem. Durante
o percurso de 1.200 quilômetros, feitos em
cerca de 15 horas de estrada, alunos e professores tiveram tempo para se conhecer, descansar e trocar expectativas sobre a região de
Bonito, considerado um dos paraísos turísticos do país. “Estou ansiosa para ver se os
lugares são tão bonitos quanto aparecem nas
imagens e conhecer, de perto, a realidade do
planejamento turístico estudada em classe”,
disse Indra Goetz, estudante do 7º semestre,
do período matutino. Sua fala veio acompanhada de um pedido - “que
o tempo ajude” – e de uma previsão, “acho que a viagem será cansativa”.
Na chegada pela manhã a Jardim, município vizinho a Bonito, uma
triste constatação: as frentes frias são tão grandes quanto o Brasil. No
lugar do calor de mais de 30 graus, típico da região, uma chuva fina e fria
recebeu o grupo de alunos e professores. Condições nada agradáveis para
o primeiro passeio programado: uma hora de caminhada pela mata ciliar,
A
A flutuação
pelas águas cristalinas
do Rio da Prata
foi uma das atrações
visitadas pelos
alunos do Curso
de Turismo na
visita técnica
a Bonito; descida
de rafting no
Rio Formoso e
grupo reunido para
tradicional foto
de lembrança
com descida em botes nas águas cristalinas do Rio da
Prata, ao lado de dourados, pacus e outras centenas de
peixes. O passeio, no entanto, foi marcado por picos de
euforia diante da beleza natural e do frio congelante das águas do rio.
No Recanto Ecológico, que tem o mesmo nome do rio e a exemplo de
todos os outros atrativos, exceto o Parque Municipal, é mantido pela iniciativa privada, os alunos começaram a entender como funciona o sistema
pioneiro de planejamento de turismo, que tem garantido até agora a conservação dos patrimônios naturais e a sobrevivência dos segmentos que
compõem a rede de negócios do ecoturismo em Bonito.
“Voucher único”: o modelo de negócio
Edson Perdigão, proprietário da agência que atende ao grupo e guia acompanhante da viagem, explica que a organização e o controle da visitação em todos os
atrativos é feita por meio de “voucher” único, um documento emitido em cinco
vias pela Prefeitura de Bonito. Nesse sistema, uma das vias fica com a Prefeitura,
que recebe os impostos encaminhados ao Conselho de Desenvolvimento do Turismo.
As outras quatro são distribuídas para o atrativo, a agência, a operadora e o turista.
Segundo o professor Scala, o modelo adotado pela lei municipal serve de mecanismo de controle da capacidade de carga de cada atrativo, limitando o número de
visitas e visitantes por dia como forma de preservar os ambientes. Para estimular a
reflexão e a discussão dos alunos sobre esse modelo de planejamento turístico, foi
realizado na segunda noite da visita técnica a Bonito um worshop com representantes de agências, guias, operadoras, proprietários dos atrativos e representantes
das principais instituições que compatilham esse modelo de desenvolvimento.
Mesmo com chuva e frio, os estudantes realizaram várias visitas técnicas aos atrativos turísticos da região de Bonito, como uma visita à Gruta do Lago Azul, a descida de bote pelas corredeiras do Rio Formoso e as trilhas e cachoeiras da Fazenda
Minosa, um modelo da iniciativa privada que investe na conservação das áreas. Para
a aluna Indra, “isso explica a sustentabilidade do modelo”.
A volta para casa foi marcada por um viagem mais tranqüila, após tantas horas
de caminhada e passeios aquáticos por Bonito. O longo percurso da estrada foi
amenizado pelo cansaço, que permitiu, além da animação de alguns, sono e cochilo de outros. Para o estudante Valdiney Ribeiro Santana, do 7º semestre, do período noturno, o investimento na viagem valeu a pena. “A experiência agregou conhecimento prático e vivência ao que aprendemos na sala de aula”, explicou.
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Um grupo de alunos da PUC-Campinas decidiu arregaçar as